Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
O autor chama-se a si mesmo de João e Justino, como Irineu, apontam ser o mesmo que
escreveu o quarto Evangelho e as Epístolas. Foi escrito por volta dos anos 90 a 96, no
tempo do Imperador Domiciano. Em contrapartida, por causa da diferença na linguagem
e na doutrina, alguns, afirmam não ser o mesmo autor do quarto Evangelhos e das
Epístolas.
O livro usa uma linguagem cifrada, usa símbolos e imagens codificados para que apenas
os destinatários possam entender. Como chaves para a compreensão do apocalipse, A.
Feuillet, sugere-nos as seguintes:
Numa época de perseguição, João exorta, incentiva, que o testemunho deve levar-nos ao
martírio, aliás, o martírio é testemunho. Participando da morte de Cristo, participamos
também da sua vitória. Cristo é a testemunha por excelência. A mensagem de João é
Trindade: Deus – “o que é, que era e que há-de vir” – (cfr. 1,8 e 4, 8), não é intemporal,
mas caminha com o seu povo e se revela no encontro. Fala do Espírito na sua plenitude,
o Espírito septiforme, com a expressão sete espírito e apresente Cristo que pela sua
morte é a testemunha fiel e pela sua ressurreição é o primogénito de entre os mortos, o
único Senhor. Jesus é apresentado como o Filho do Homem, mas é Deus, é o Vivente,
tal como era apresentado Deus no A.T.; Cristo é alguém que passou pela morte.
Em Patmos teve a visão e endereça a carta a sete Igrejas da Ásia Menor: Éfeso,
Pérgamo, Sardes, Laodiceia, Esmirna, Tiatira e Filadelfia. Todavia, o número sete
adverte-nos que através delas é também a Igreja universal, esta Igreja que substituiu a
Israel, excepto aqueles que são fiéis a Deus, «o Resto».
Usa os termos (ou simbolos): «os anciãos» não para designar os anjos, mas os santos, os
antepassados, e «os quatro viventes» - o cosmo, Deus não está separado da terra, num
céu, mas está presente; o número 144.000, por um lado, designa o RESTO de Israel e,
por outro lado, as virgens que resistiram a prostituição, que é a idolatria; «a criança» é
Cristo; «o Dragão» é o diabo; «a mulher» é sobretudo o Povo de Deus (pode ser Maria,
mas como figura central da Igreja; «Miguel» é o combate cósmico, participam as forças
da natureza; «as duas testemunhas» são todas as testemunhas de Cristo, sua acção e
destino; «as duas bestas» uma é o Império Romano e outra são os falsos profetas e suas
ideologias; Tanto «nas sete trombetas» quanto «nas sete taças» João faz uma
reminiscência a libertação do povo, no Exodo, pois é a mesma situação que se renova,
inclusive as pragas; «os mil anos» é a vida em ou depois Cristo ressuscitado.
O livro do apocalipse é uma grande liturgia, cheio de orações e acção de graças, o nosso
culto litúrgico é uma antecipação do Reino, apresenta o Céu como uma liturgia, a ideia
de trono, altar, incenso, o canto, o Sanctus, presente hoje em nossas celebrações, e o
Maranatha, o povo que clama: Vem, Senhor Jesus, que encerra o Apocalipse. O
Apocalipse é uma reflexão acerca do culto.