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Salve Maria!
Amados irmãos e irmãs, estamos a celebrar, como Igreja, a memória de Nossa Senhora, Mater
dolorosa, e eu gostaria de meditar com cada um de vós sobre a beleza desta realidade vivida por
Maria e que é, na verdade, cristológica.
Ontem celebramos a festa da Exaltação da Santa Cruz e hoje, de propósito, estamos a celebrar a
memória de Nossa Senhora das dores. Vivemos num mundo que busca freneticamente um
Cristianismo lite, soft, suave, sem compromissos sérios, onde as pessoas vão levando uma vida
de tibieza e mornidão. Nós queremos excluir a realidade da Cruz do Cristianismo, por isso, a
Teologia da Prosperidade, enganosa, perniciosa e perigosa, tem sido muito acolhida, basta
vermos o elevado número de seitas e todas cheias de pessoas. Com isso, a Igreja grita ao
mundo: não podemos olhar a Cristo, seguir Cristo, imitar Cristo, fugindo da Cruz. Não é
possível. Por isso, a Igreja mãe e mestra convida-nos a olharmos para estas duas realidades: A
Cruz como meio de Salvação e as dores da Cheia de Graças.
Nós podemos ter a tentação de olhar para a história de Maria, para as dores de Nossa Senhora e
pensar que qualquer mãe sentiria o mesmo, no lugar dela.
Meu irmão e minha irmã, eu gostaria de perguntar se você já leu a história de um Mártir, se
ainda não leu, eu recomendo que faça a leitura, certamente, vai espantar-se, porquanto, são
histórias belas e santas, porém, se você já leu, talvez pode pensar que eram pessoas anormais e
insensíveis, que não sentiam dor, pessoas malucas, talvez até masoquistas, que sentiam prazer,
um prazer da carne, pela dor, porque, afinal de contas, muitas vezes, até facilitavam o trabalho
dos carrascos (aqueles soldados encarregues por tirar-lhes a vida), leia a história de Perpétua e
Felicidade, incrível.
A Igreja, que é continuidade histórica de Cristo encarnado, é realmente um mistério e é preciso
ter fé para compreender, porque, na verdade, os mártires sentiam mais dor do que todo mundo.
Quantas vezes vivemos rodeados por muitas situações difíceis e acabamos pensando que Deus
abandonou-nos, que só vivemos desgraças, que não somos amados.
Deus te ama, não importa o que esteja passado. Deus não te abandonou, aquele é o teu calvário,
tal como Cristo, você precisa passar por ele, alegra-te porque está experimentando, na carne, o
que Cristo experimentou.
5ª Maria permanece junto à cruz do seu filho, cfr. Jo 19,25-26
Repito: "Stabat Mater dolorosa, Juxta crucem lacrimosa dum pendebat filius"
(Estava a mãe dolorosa, junto da cruz, lacrimosa, via o filho que pendia).
6. Maria recebe nos braços o corpo de Jesus deposto da Cruz, cfr. Mt 27,57-59
7. Maria leva ao sepulcro o corpo de Jesus à espera da ressurreição, cfr. Jo 19,40-42
Depois de ter suportado todo este sofrimento, Nossa Senhora, ainda hoje sofre, sofre por nós,
pelo nosso desprezo, pela nossa infidelidade, pela nossa arrogância, pela nossa ingratidão, pela
nossa incapacidade de viver as nossas promessas baptismais. No entanto, ela não desiste de nós,
apareceu várias vezes na história da humanidade e continua intercedendo por nós junto de seu
Filho.
Que Nossa Senhora nos ensine a amar e a unir a Paixão de Cristo, a nossa compaixão.
Termino com um trecho da música do Sr. Padre Ismael de Tamos, do clero diocesano de Caxito:
"No lagar do mar da dor, lacrimejo cheios de amor, seu coração ardil na cruz, sofredora, Nossa
Senhora, com amor. Prostrada de Joelhos, seu grito de olhar se deu e olhando ao alto a cruz, seu
coração a Deus adorou."
Que Deus encha-nos do seu amor e Nossa Senhora, Mater dolorosa, ajude-nos a suportar as
dores deste mundo, a fim de que um dia possa brilhar em nós a glória resplandecente de Cristo.
Ave Maria, cheia de graça, o Senhor é convosco, bendita sois vós entre as mulheres e bendito é
o fruto do vosso ventre, Jesus. Santa Maria, Mãe de Deus, rogai por nós pecadores, agora e na
hora da nossa morte. Amen!