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COMO SE PREPARAR PARA FAZER UM ESTUDO DINÂMICO DA BÍBLIA

1. Fixe um horário para o estudo da Bíblia.

Um fator importante a lembrar é a distinção entre o período da hora silenciosa de


leitura e meditação e o período do estudo da Bíblia. Você deve fazer diariamente a hora
silenciosa. Em geral, é um período devocional curto (10-30 minutos) no qual você lê a Bíblia,
medita por alguns minutos no que leu e ora. O propósito da hora silenciosa é ter comunhão
com Jesus Cristo.

Não se pode estudar a Bíblia com eficácia na modalidade de um bocado de cada


vez. É melhor delinear períodos maiores de tempo (duas a quatro horas) do que tentar
estudar um pouco todos os dias. Então, à medida que você for desenvolvendo suas
habilidades no estudo da Bíblia, passará mais tempo com ela. Provavelmente, o pior inimigo
para o estudo da Bíblia nos dias de hoje no mundo ocidental sejam as mídias eletrônicas
(televisão, internet, redes sociais, etc). O americano comum de 18 anos de idade já
acumulou cerca de 18 000 horas vendo televisão. Peritos nos informam que quando o
americano que foi criado vendo televisão, atingir a idade de 65 anos, terá assistido uma
média de nove anos e meio. São 15% da vida gastos na frente do aparelho de televisão!

Em contrapartida, se a pessoa for regularmente à escola dominical desde o


nascimento até a idade de 65 anos, terá um total de apenas quatro meses de ensino
consistente da Bíblia. E ainda ficamos admirados por que há tantos cristãos fracos na
sociedade ocidental? Temos de nos disciplinar e separar tempo específico para o estudo da
Bíblia e não deixar nada nos atrapalhar.

Devemos estudar a Bíblia quando estamos na melhor forma física, emocional e


intelectual, e quando nada nos distrai e nos apressa. Considerando que você é ou "pessoa
diurna" ou "pessoa noturna", escolha a hora em que está mais desperto. Nunca tente
estudar quando estiver cansado ou imediatamente após uma refeição pesada. Estude
quando estiver descansado e bem desperto.

2. Mantenha um caderno.

Você não pode estudar a Bíblia sem escrever as coisas que observou. Fazer suas
anotações para depois voltar e se beneficiar das reflexões que foram feitas. Sera útil para
leituras futuras.

3. Adquira as ferramentas certas.

Considere fazer um investimento nestas ferramentas de referência e montar uma


pequena biblioteca.

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4. Faça uma curta oração antes de cada estudo.

O apóstolo Paulo disse que se você estiver na carne ou for carnal, não poderá
entender as verdades espirituais (1 Co 2.10—3.4). Você tem de estar em comunhão com o
Senhor a fim de entender e aplicar sua Palavra.

Ferramentas de auxílio para estudo Bíblico

Algumas ferramentas de referência que são usadas nos métodos de estudo da


Bíblia:

1. Bíblia de estudo.

Sua primeira e mais importante ferramenta é uma boa Bíblia de estudo. Certas
Bíblias são mais adaptáveis ao estudo pessoal da Bíblia que outras. Uma boa Bíblia de
estudo deve ter letras grandes o bastante para você ler por longos períodos de tempo sem
ficar com dor de cabeça por forçar os olhos.

Uma excelente Bíblia de estudo é a Bíblia de Referência Thompson com Versículos


em Cadeia Temática, publicada pela Editora Vida. Outra excelente Bíblia de estudo é a
Bíblia de Estudo Pentecostal da editora CPAD. Todo ensinador assembleiano deve ter
uma bíblia de estudo pentecostal em sua biblioteca.

2. Várias traduções recentes.

Uma tradução é mais que tradução palavra por palavra do idioma original; uma
paráfrase é o que se acredita que o original diz, o que requer inclusão em alguns lugares de
interpretações próprias. A maioria das traduções foi preparada por um grupo de estudiosos,
ao passo que uma paráfrase é o trabalho de um indivíduo. Pará frases são ótimas para luz
ocasional na leitura devocional, mas não devem ser usadas para estudo sério da Bíblia. Use
uma tradução precisa e respeitada para essa finalidade.

Uma tradução útil e fidedigna é a Nova Versão Internacional (Editora Vida), temos
também a Almeida Revista e Corrigida (CPAD) e agora também a Nova Almeida
Atualizada (CPAD), adotada oficialmente pela CGADB.

Uma tradução em forma de paráfrase recomendada é A Bíblia Viva (Editora Mundo


Cristão) e a Nova Tradução na Linguagem de Hoje (Sociedade Bíblica do Brasil).

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3. Concordância exaustiva.

Sem dúvida, a ferramenta mais importante que você vai precisar para o estudo da
Bíblia ao lado da Bíblia de estudo é a concordância. Esta ferramenta é um índice bíblico das
palavras contidas em certa versão bíblica. Uma concordância exaustiva relaciona todos os
usos de cada palavra da Bíblia, e dá todas as referências onde tal palavra é encontrada.

Atualmente uma boa bíblia de estudo já trás uma concordância razoável.

4. Dicionário bíblico e/ou enciclopédia bíblica.

Um dicionário bíblico explica muitas das palavras, tópicos, costumes e tradições


contidos na Bíblia, bem como presta informação histórica, geográfica, cultural e
arqueológica. Também fornece material do cenário de cada livro da Bíblia e apresenta
biografias curtas das principais pessoas de ambos os testamentos. Uma enciclopédia bíblica
é um dicionário bíblico expandido com artigos mais longos que tratam com maiores detalhes
de mais assuntos.

Uma enciclopédia recomenda, é a Enciclopédia de Bíblia, Teologia e Filosofia, de


R N Champlin, editora Hagnos.

5. Manual Bíblico.

Esta ferramenta é a combinação de enciclopédia com comentário em forma concisa.


Em vez de estar organizado alfabeticamente por temas, os manuais são projetados a seguir
a ordem dos livros da Bíblia. Fornecem notas de fundo, breve comentário e mapas, quadros,
diagramas, notas arqueológicas e muitos outros fatos úteis. Possivelmente o melhor, é o
Manual Bíblico de Halley, de Henry H. Halley (Editora Vida).

6. Livro com estudo de palavras.

Um bom livro com estudo de palavras lhe dará a seguinte informação: o significado
da raiz original da palavra grega ou hebraica (sua etimologia), os vários usos da palavra ao
longo da Bíblia e na literatura similar não-bíblica daquele período histórico e a frequência na
qual a palavra ocorre na Bíblia.

A editora CPAD lançou a Bíblia de estudos PALAVRA CHAVE. Que é uma


excelente ferramenta de estudo para o significado das palavras nas línguas originais –
hebraico e grego. Todo ensinador deveria se esforçar para ter uma Bíblia destas para utilizar
no dia a dia.

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7. Comentários.

Um comentário é uma coletânea especializada de notas explicativas e interpretações


do texto de determinado livro ou seção da Bíblia. Seu propósito é explicar e interpretar o
significado da mensagem bíblica analisando as palavras usadas, o plano de fundo, a
introdução, a gramática e a sintaxe, além da relação desse livro em particular com o
restante da Bíblia. Usado corretamente, os comentários aumentam grandemente sua
compreensão da Bíblia. Em geral, você não deve consultar um comentário até que faça seu
estudo. Com o tempo e a maturidade adquirida, os comentários irão servir de apoio para o
estudo reflexivo das escrituras.

É preciso muito cuidado com os comentários que estão atualmente no mercado


editorial. Se você é um obreiro, ensinador, aluno da EBD, cuja confissão de fé esta atrelada
ao pentecostalismo. Adquira bons comentários bíblicos de autores pentecostais. Para que
não haja confusão doutrinaria no seu aprendizado.

Temos excelentes obras em Português, e certamente a melhor é o Comentário


Bíblico Pentecostal do Novo Testamento (CPAD). Uma obra que reúne vários autores
pentecostais renomados, e é coordenada por Roger Stronstad, um pentecostal erudito e
reconhecido internacionalmente.

Uma biblioteca básica

Quem está começando o estudo pessoal da Bíblia deve comprar somente as ferramentas
básicas mais necessárias. Para os métodos de estudo da Bíblia apresentados neste livro, os
itens a seguir compõem uma biblioteca básica:

1. uma Bíblia de estudo (de preferência a Bíblia de Estudo Pentecostal)

2. duas versões bíblicas diferentes (Bíblia na linguagem de hoje e bíblia viva)

3. uma concordância exaustiva; (geralmente tem nas bíblias de estudo)

4. um dicionário bíblico (A Bíblia de estudo Palavra Chave atende muito bem)

5. um manual bíblico ou uma enciclopédia bíblica

6. um comentário bíblico pentecostal (Comentário bíblico Pentecostal CPAD)

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Métodos de Estudo Bíblico

A Bíblia é um livro rico em estilos e conteúdo. Nela encontramos narrativas,


profecias, poesia e provérbios, que nos proporcionam várias alternativas de pesquisa do seu
conteúdo. Por isso, quando vamos preparar um estudo bíblico, precisamos determinar, de
antemão, qual será o método que iremos empregar.

• Sintético: O objetivo é entender a mensagem do livro bíblico como um todo. Dá uma


visão à distância do livro. Como sobrevoar o livro para vê-lo como unidade.

• Analítico: O objetivo é fazer um estudo profundo da passagem, indo a fundo nos


detalhes.

• Tópico: Escolher um assunto e estudar o que a Bíblia diz sobre aquele assunto ou
tópico.

• Biográfico: É o estudo onde a vida de um personagem bíblico é pesquisada,


verificando as informações históricas e o caráter da pessoa.

• Doutrinário: É o estudo de uma determinada doutrina, verificando as informações


em toda a Bíblia ou em parte dela, visando encontrar o verdadeiro sentido da mesma
na Bíblia ou no livro em estudo. Exemplo: A ressurreição dos mortos, eleição,
perseverança dos santos, condenação eterna.

• Devocional: É a leitura inspirativa e prática da palavra de Deus. Para aplicá-la em


nosso dia a dia

O Processo

Para se fazer qualquer investigação bíblica, é necessário ter uma metodologia de


trabalho. Os métodos são os passos a serem dados na pesquisa; é a forma de
procedimento para se chegar a um determinado fim. No nosso estudo vamos observar os
seguintes passos:

OBSERVAÇÃO > INTERPRETAÇÃO > APLICAÇÃO

J Observação

Depois de escolhido a passagem bíblica e o método que será utilizado, inicia-se a primeira
etapa que é a observação. Nela vamos ler o texto várias vezes, em várias versões, fazendo
suas anotações. Para essa etapa, o estudante irá fazer algumas perguntas ao texto até ficar
bem familiarizado com a passagem.

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J Interpretação

Em seguida entra a fase de interpretação, que é a etapa intermediária na confecção do


estudo. Nela vamos usar as regras de interpretação, também chamada de
HERMENÊUTICA. Assim, iremos descobrir o que o autor estava querendo dizer com aquela
passagem. A fase de interpretação é de fundamental importância no estudo bíblico, pois se
ela estiver errada, a aplicação, fatalmente estará também errada.

J Aplicação

Após as observações e correta interpretação do texto, precisamos saber como as


verdades e princípios bíblicos podem ser aplicados em nossas vidas. O propósito da Bíblia
não é aumentar o nosso conhecimento, mas mudar as nossas vidas, o nosso caráter.

Resumo do Processo

A observação procura responder à pergunta: “Que diz o texto?”

A interpretação procura descobrir: “o que isso significa?”

e a aplicação vai procurar responder a questão: “E daí?”

O que gera interpretações erradas

• Falta de discernimento e maturidade espiritual,

• Aceitação de uma explicação sem investigação,

• Influência de certos programas e livros evangélicos duvidosos,

• Colocação da experiência pessoal acima das Escrituras.

• Falta de conhecimento do contexto histórico-cultural.

• Falta de conhecimento e aplicação de regras de interpretação.

• Falta de conhecimento da revelação progressiva de Deus.

• Falta de investimentos em livros de pesquisas.

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Regras gerais de interpretação

A Bíblia interpreta a Bíblia.

A Bíblia é o seu próprio (e melhor) intérprete. A Bíblia não se contradiz. Porque Deus
é o Autor da Bíblia, sua mensagem está em completa harmonia e concordância. O
significado de uma passagem tem que ser considerado com todos os outros ensinos da
Bíblia. Assim entra em cena o principio de preferência pela interpretação da passagem mais
clara.

Alguns textos bíblicos são explicados na própria sequencia do relato, como no caso
da parábola do semeador (Marcos 4.1-20) e nas revelações do Senhor no livro de Daniel.

Em muitos textos do Velho Testamento, quando analisados à luz do Novo


Testamento, passamos a entender o que o autor estava querendo transmitir.

Literalidade na interpretação.

A Bíblia é literatura como qualquer outro livro e consequentemente, suas palavras


devem ser entendidas de forma literal (a menos que o autor esteja usando uma figura de
linguagem). Exemplo:

• Mt 14.13- 21 – 5 mil.....

• Nm 16. 31 e 32 – engoliu

Interpretar gramaticalmente

As palavras das Escrituras devem ser interpretadas no seu sentido natural, literal de
acordo com as regras comuns da gramática:

• Uma palavra tem somente um sentido literal quando usada em uma sentença.

• O sentido de uma palavra é ligada à sentença por meio de regras gramaticais.

• O sentido da palavra deve ser derivado do seu contexto.

Exemplos:

• Fé – Gl 1.23

• Fé - Rm 14.23

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Interpretar historicamente

A Bíblia foi escrita (completa) há 2 mil anos. E um registro histórico de eventos de


fatos que aconteceram.

Desde que a Bíblia originou-se em um contexto histórico, só pode ser compreendida


à luz da história bíblica.

Ekklesia - igreja, assembleia, congregação.

O conceito gramatical: a palavra que é traduzida por igreja é “ekklesia”, que é


composta da preposição ek (de, de dentro de), mais klesia, que é chamados. A palavra
então tem o sentido de chamados de dentro de ou chamados para fora. O conceito
cultural: a palavra significava assembleia. As reuniões que eram feitas pela liderança da
cidade, eram feitas fora da porta da cidade. As pessoas eram convocadas para se reunirem
às portas da cidade, do lado de fora. Por quê se reuniam ali, a reunião era chamada de
‘chamados para fora’, mas o conceito era de assembleia.

O conceito cristão: Jesus quando usou esta figura que lhes era familiar estava
tomando emprestada a figura para dizer que Ele convocaria esta assembleia para fora do
sistema mundano e com estas pessoas se reuniria. Intérprete a experiência pessoal à luz
das Escrituras, nunca o contrário, não são nossas experiências que interpretam a bíblia, é
a bíblia que é a referência para nossas experiências.

Muitas pessoas têm experiências com Deus e injetam a experiência em algum texto
bíblico. Exemplos mais comuns são: cura de enfermidades, conversão, provações,
livramentos etc. A experiência dos personagens bíblicos não serão, necessariamente, as
nossas experiências, mas servirão de princípios norteadores para as nossas próprias
experiências com Deus.

Indicações bibliográficas:

12 maneiras de estudar a Bíblia Sozinho. Autor: Rick WARREN. Editora: Vida.

Conhecendo as doutrinas da Bíblia. Autor: Myer Pearlman. Editora: Vida.

O novo comentário da Bíblia. Autor: F. Davidson. Editora: Vida Nova.

Comentário Bíblico Beacon - Antigo e Novo Testamento. Editora CPAD.

Enciclopédia de Bíblia Teologia e Filosofia. Autor: R. N. Champlin. Editora: Hagnos.

Novo Testamento Interlinear - Grego-Português. Editora: Sociedade bíblica do Brasil.

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O professor de EBD e sua qualificação1

O professor de EBD precisa investir em sua qualificação para alcançar excelência no


desempenho da função docente. Precisa ser conhecedor das doutrinas bíblicas e ter
capacidade de ensiná-las com segurança. Conforme expressou o apostolo Paulo: “Procure
apresentar-se a Deus aprovado, como obreiro que não tem de que se envergonhar,
que maneja bem a palavra da verdade.” 2 Tim 2:15.

As qualificações esperadas são Espirituais e Intelectuais.

$ Qualificações espirituais

1. Ter convicção da chamada para o ensino.

Rom. 12: 6 Temos, porém, diferentes dons segundo a graça que nos foi
dada: se é profecia, seja segundo a proporção da fé; 7 se é ministério,
dediquemo-nos ao ministério; o que ensina dedique-se ao ensino;

2. Ter um relacionamento real com o Senhor Jesus

O professor precisa ter certeza de sua salvação e deve viver debaixo desta
convicção. Onde Cristo é Salvador e Senhor de sua vida. O professor precisa ter
vida de oração, de leitura constante da Bíblia e uma vida de dedicação
devocional das Escrituras.

3. Esforçar-se para seguir o exemplo de Jesus

Jesus usou todos os métodos didáticos disponíveis para ensinar. Usava de


perguntar para induzir a audiência a dar a resposta correta que Ele esperava:
“Que dizem os homens que eu sou?”(Mc 8.27-30). Exemplificava com parábolas,
contava histórias e usava vários métodos criativos.

Jesus ensinava complexidades usando a linguagem simples das coisas do dia-a-


dia. Sua linguagem era entendida pela experiência das pessoas – emprego,
problemas pessoais, costumes, vida familiar, natureza, conceitos religiosos, etc.
seus instrumentos pedagógicos eram os campos, as montanhas, os pássaros, as
ovelhas. Ele usava de ferramentas que pudessem fazer seus ouvintes entender o
que ele procurava ensinar.

4. Disposição e humildade para aprender

O professor deve estar em constante aprendizado. Deve se esforçar para


aprender com os livros, com os seus alunos, com os idosos, com outros


1 Este capítulo foi compilado da obra clássica de Marcos Tuler, Manual do Professor de ED, da CPAD.

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professores. Quando não souber uma resposta, é melhor ser honesto, deixar
qualquer orgulho de lado e dizer que não sabe e ir atrás para aprender.

5. Exercer liderança positiva

Como um professor pode exercer liderança positiva:


J Apoiando o pastor de sua igreja local;
J Dando assistência aos cultos;
J Participando do sustento financeiro da obra de Deus com seus dízimos e
ofertas;
J Combatendo e mantendo-se distante dos “ventos de doutrinas”;
J Vivendo de forma ética;
J Se esforçar para ter um lar cristão exemplar;
J Não usar a sala de aula para promover revoltas e dissoluções;
J Se esforçando para gerar novos professores.

6. Encarar a missão de ensino com seriedade

O exemplo vem da igreja primitiva, Atos 5:42 E todos os dias, no templo e de


casa em casa, não cessavam de ensinar e de pregar que Jesus é o Cristo.
Cabe aos educadores cristãos a responsabilidade de instruir, guiar e orientar o
caminho de outros servos de Deus.

O apostolo Paulo nos lembra desta missão, quando disse: “E ele mesmo
concedeu uns para apóstolos, outros para profetas, outros para evangelistas e
outros para pastores e mestres, com vistas ao aperfeiçoamento dos santos
para o desempenho do seu serviço, para a edificação do corpo de Cristo,” (Ef.
4:11-12).

$ Qualificações intelectuais

1. Buscar conhecimentos bíblicos essenciais

Em pesquisa realizada com alunos da EBD, fizeram a seguinte pergunta: “Por


que vocês vão á escola dominical?”98,8% responderam que vão para aprender
mais sobre a Bíblia.

a. O professor precisa ler e estudar a Bíblia com eficiência. O apostolo


Paulo exortou a Timóteo: “Persiste em ler [...]” I Tim 4:13.

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b. O professor precisa conhecer a história e a estrutura da Bíblia. Procure
conhecer a formação do cânon sagrado (como a Bíblia chegou até nós); leia
sobre os manuscritos, traduções, versões e revisões da Bíblia; sua estrutura
e classificação dos livros.

c. O professor precisa conhecer as doutrinas fundamentais da Bíblia:

• São elas: A doutrina de Deus; doutrina de Cristo; doutrina do Espírito


Santo (e o pentecostalismo); doutrina da Trindade; doutrina do
homem; doutrina do pecado, doutrina da Igreja, doutrina da Salvação;
doutrina das Últimas Coisas.

d. O professor precisa conhecer as principais regras de interpretação da


Bíblia2

i. Primeira regra: A Bíblia interpreta-se a si mesma


• Mediante a lei do contexto – precedente – que se segue
• Mediante os textos paralelos
• Mediante o ensino geral do livro e seu autor
• Mediante o ensino geral da própria Bíblia

ii. Regras fundamentais


• Nunca interprete um texto isoladamente, interprete Escritura com
Escritura
• Nunca baseie doutrina em um texto isolado
• Toda dúvida ou incerteza sobre o sentido de uma palavra ou texto,
deve ser submetida ao consenso geral da Bíblia.

iii. Regras gerais


• Ser espiritual, de oração e consagração. O real intérprete da Bíblia é o
Espírito Santo
• Conhecer bem o nosso idioma – Português – Fundamental para
entender o sentido natural das palavras do texto
• Observar a lei do contexto – “O texto sem o contexto é um pretexto.”

e. O professor precisa conhecer antiguidades bíblicas. Isto é, a vida, os


costumes, as leis, e as terras dos povos bíblicos3.

f. O professor precisa conhecer o Pano Global de Deus exposto nas Escrituras


– Dispensações e alianças.

2 Obra recomendada: Hermenêutica, de David I. Starling. CPAD. Outra obra recomendada é o livro do

pastor Esdras Bentho: Hermenêutica fácil e descomplicada. Editora CPAD.


3 Uma excelente obra é o Novo manual dos usos e costumes dos tempos Bíblicos, de Ralph Gower.

Editora CPAD. Outra obra excelente é o Comentário Histórico-cultural da Bíblia. Ed. Vida Nova.
Incluisve o comentador do Novo Testamento é o pastor pentecostal Craig Keener.
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g. O professor precisa conhecer a linguagem figurada da Bíblia – tipos,
símbolos, metáforas, parábolas, etc.4

h. O professor precisa conhecer a história antiga dos povos mencionados na


Bíblia – egípcios, babilônios, assírios, cananeus, judeus, gregos, romanos.5

i. O professor precisa conhecer a história da igreja6.

j. O professor precisa conhecer geografia bíblica7.

Marcos Antônio Moreira Guimarães.


Serve como Evangelista. Graduado em Administração e Teologia. Com especialização em
Gestão estratégica e Gestão Empresarial de Cooperativas. Especialista em Investimentos
Financeiros. Professor de Teologia Sistemática e História do Pensamento Cristão, e
professor na Escola Bíblica Dominical desde 1996.


4 Uma boa obra neste assunto: Sombras, Tipos e Mistérios da Bíblia. CPAD.

5 Recentemente foi lançado o livro – Os Outros da Bíblia, História, fé e cultura dos povos antigos e sua

atuação no plano divino. Editora Thomas Nelson. Uma obra indispensável para este assunto.
6 Um excelente material de história da igreja é a História Ilustrada do Cristianismo, de Justo González.

Editora Vida Nova. Agora estão reunidas em dois volumes.


7 A única obra da editora CPAD que se enquadra em Geografia Bíblica, é o livro do pastor Claudionor de

Andrade - Geografia Bíblica. CPAD.


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