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O ANTIGO TESTAMENTO

O estudo do Antigo Testamento é de grande valia para o estudante de Teologia,


pois o mesmo nos traz fundamentos históricos e teológicos os quais são importantes na
justificativa de argumentos neotestamentário, além de dá uma consciência quanto à
revelação do Pai, do Filho e do Espirito Santo nas Sagradas Escrituras, tecendo assim, um
fio condutor teológico, que venha a ser um mecanismo capaz de direcionar reflexões
indutivas e normativas acerca da moral divina, e das regras que regem o relacionamento
entre Deus e o homem, no presente e na eternidade, assim como, respaldar as doutrinas
bíblicas de forma lógica e coerente com anseios religiosos da comunidade contemporânea.
O Antigo Testamento ocupa, sem dúvida, um lugar preeminente no quadro geral da
importante literatura surgida no Antigo Oriente Médio. No decorrer da sua longa história,
egípcios, sumérios, assírios, babilônicos, fenícios, hititas, persas e outros povos da região
produziram um importante tesouro de obras literárias, porém nenhuma delas se compara
ao Antigo Testamento quanto à riqueza dos temas e beleza de expressão e, muito menos,
quanto ao valor religioso.
A passagem da tradição oral para a escrita chega ao Antigo Testamento num tempo
em que o papiro e o pergaminho já estavam em uso como materiais de escrita. Deles se
faziam longas tiras que, convenientemente unidas, formavam os chamados “rolos”, uma
espécie de cilindros de peso e volume às vezes consideráveis. Assim, chegaram até nós os
textos do Antigo Testamento (cf. Jr 36), ainda que não nos seus manuscritos hebraicos
originais, porque com o tempo todos desapareceram, mas graças à grande quantidade de
cópias feitas ao longo de muitos séculos. Dentre elas, as mais antigas que temos
pertencem ao séc. I a.C. Foram descobertas em lugares como Qumran, a oeste do mar
Morto, algumas em muito bom estado de conservação e outras, muito deterioradas e
reduzidas a fragmentos.
De acordo com os costumes judaicos, o Cânon as Escrituras Hebraicas (Velho
Testamento) são divididas em três grupos conhecidos como Torah (Lei), Nebi'im (Profetas -
Anteriores e Posteriores) e Kethubim (Hagiógrafo ou Escritos). Consistem em vinte e quatro
livros que, por divisão diferente, aparecem na Versão Autorizada como trinta e nove.
Desses livros, considerados inspirados e sagrados e que possuíam a autoridade
“canónica”.
Antigo Testamento (AT) é o nome que os cristãos dão ao conjunto das Escrituras
Sagradas do povo de Israel. Esses livros, originalmente escrito em hebraico, fazem parte
também da Bíblia sagrada dos cristãos.
O Antigo Testamento fala sobre a antiga aliança de Deus, por meio dos patriarcas e
de Moisés, fez com o seu povo. Já o Novo Testamento trata da nova aliança que Deus, por
meio de Jesus Cristo.
O profeta Moisés começou a escrever os primeiros cinco livros canónicos
(ou Pentateuco) cerca de 1491 a.C.. De acordo com a Bíblia, Deus mandou que se
escrevesse o registo da Batalha de Refidim. (Êxodo 17:14). Depois vieram os Dez
Mandamentos (34:1,27,28). Recapitulação dos acontecimentos é feita em
Deuteronômio 9:9-17 10:1-5. São também referidos escritos ou livros anteriores como
consultados, para além da tradição oral transmitida de geração em geração.

COMPOSIÇÃO DO ANTIGO TESTAMENTO


PENTATEUCO : Gn, Ex, Lv, Nm, e Dt
HISTÓRICO : Js, Jz, Rt, 1Sm, 2Sm, 1Rs, 2Rs, 1Cr, 2Cr, Ed, Ne, e Et
POÉTICOS : Jó, Sl, Pv, Ec,e Ct
PROFETAS MAIORES : Is, Jr, Lm, Ez, e Dn
PROFETAS MENORES : Os, Jl, Am, Ob, Jn, Mq, Na, Hc, Sf, Ag, Zc,e Ml
INTRODUÇÃO AO PENTATEUCO

I. Título. “Pentateuco” (Gr. Pente- cinco; Teuchos- estojo para o rolo de papiro) é um
termo grego aplicado aos cinco livros de Moisés. Os livros antigos eram escritos em
rolos, geralmente de nove metros de comprimento, mais ou menos o tamanho
necessário para acomodar de Gênesis até Deuteronômio. Recebem na Bíblia o
nome de “A Lei”, “O livro da Lei de Moisés”, “O livro da Lei de Deus”, e algumas
vezes “Tora” (ensinamento).
II. Autoria. Diz a tradição, tanto da comunidade como da igreja judaica, que esses
cinco livros foram escritos por Moisés. Entretanto, desde que Baruch Spinoza
começou a questionar tal tradição em 1671 d.C., tem sido uma prática comum os
críticos eruditos negarem a autoria de Moisés, com base textual e linguística. Apesar
dessas contestações, a autoria de Moisés é confirmada tanto por evidências internas
como externas do Antigo e do Novo Testamento. O fato de ele ter usado outros
documentos, bem como palavras diretas de Deus, é compatível com a inspiração
divina na seleção do material. Rejeitar a autoria de Moisés é rejeitar o testemunho
universal dos escritores bíblicos e solapar a credibilidade do Pentateuco e do resto
da Bíblia. É da autoria de Moisés, e não apenas um “mosaico” de diferentes autores.
III. A importância do Pentateuco. A importância desses livros antigos é incalculável.
Essa importância é compreendida quando se medita nos cinco pontos em que estão
fundamentados:
A. Cósmico. Explicam o cosmos dando o único relato antigo que identifica a “Primeira
Causa”. “O princípio unificador do Universo, procurando às cegas pelos filósofos e
clássicos, está compreendido na primeira sentença.”
B. Étnico. Os livros do Pentateuco descrevem o começo e a expansão das três
divisões raciais do mundo: oriental, negroide e ocidental.
C. Histórico. Esses livros são os únicos a traçar a origem do homem numa linha
contínua a partir de Adão. Todavia, não é sua intenção apresentar a história
completa de todas as raças, mas sim um relato altamente especializado da
implantação do reino teocrático no mundo e do plano de redenção da humanidade.
Nesse processo, a história de Israel remonta a Abraão, através de quem Deus
prometeu a redenção.
D. Religioso. Esses livros são fundamentais. Retratam a Pessoa e o caráter de Deus,
a criação do homem e sua queda, as alianças e promessas divinas de trazer a
redenção através de um divino Redentor.
E. Profético. Os livros do Pentateuco são a origem dos temas proféticos mais
importantes da Bíblia. É a história centralizada no Messias associada à profecia
centralizada no Messias. Apresentam em conjunto uma filosofia simétrica da história.
As profecias preenchem a interpelação histórica através das demais revelações.
IV. As divisões do Pentateuco.
A. ÊNFASE DA PESSOA DE DEUS
GÊNESIS Soberania de Deus sobre a criação, o homem e as nações.
ÊXODO Poder de Deus para julgar o pecado e redimir seu povo.
LEVÍTICO Santidade e provisão de Deus para uma vida santa.
NÚMEROS Benevolência e severidade de Deus ao disciplinar seu povo.
DEUTERONÔMIO Fidelidade de Deus ao cumprir suas promessas.

B. ÊNFASE DO PROGRAMA DE DEUS NO ESTABELECIMENTO DO SEU REINO


GÊNESIS Necessidade e preparação do regulamento do reino de Deus.
ÊXODO Inauguração e legislação do reino.
LEVÍTICO Organização espiritual do reino.
NÚMEROS Organização política do reino.
DEUTERONÔMIO Reorganização do Reino para a vida em Canaã.
SIMBOLOGIA DE JESUS CRISTO NO ANTIGO TESTAMENTO

ALGUNS TIPOS HUMANOS DE JESUS CRISTO


“Os quais servem de exemplar e sombra das coisas celestiais”.(Hb 8.5ª)

ADÃO
Como o primeiro homem na história da humanidade, “é a figura daquele que havia de
vir”(Rm 5.14c).
Cristo é o primeiro da nova criação. Pela ofensa de um morreram muitos, muito mais a
graça, o dom abundou por um só homem, Jesus Cristo (Rm 5.15).
Adão foi feito alma vivente(Gn 2.7), Jesus Cristo é chamado “ o último Adão em
espírito vivificante, Ele tem poder de dar a vida pelas ovelhas (João 10.11).
Pela desobediência de Adão muitos foram feitos pecadores; pela obediência de um,
que é Jesus Cristo, muitos serão feitos justos (Rm 5.19)
O pecado de Adão impediu o caminho do paraíso, porque um querubim foi posto ali
com uma espada inflamada. O senhor Jesus abriu um caminho novo e vivo para o
Santuário de Deus (Hb 10.20). Ele é o caminho para o céu.

MOISÉS
É o personagem referido em maior número de livros da Bíblia. Seu nome aparece em
trinta e um dos livros do voluma sagrado e em 847 vezes.
É chamado: servo do Senhor(Êx 14.31); fiel em toda a sua casa(Nm 12.7 e Hb3.5);
homem de Deus(Dt33.1); profeta que não teve igual(Dt 34.10,11); o escolhido de Deus(Sl
106.23) e outros títulos.
Como tipo de Cristo apresenta muitos pontos:
1- Ameaçado de morte e preservado por Deus(Êx 2.2-10;Hb 11.23). Jesus também (Mt
2.13-15).
2- Dominou a água do mar(Êx 14.21) – Jesus também (Mt 17.1-5)
3- Alimentou uma multidão(Êx 16.15,16; Jo 6.31) – Jesus também (João 6.11,12).
4- Teve seu rosto iluminado(Êx 34.35) – Jesus também (Mt 17.1-5).
5- Os irmãos estiveram contra ele (Nm 12.1) – Jesus também (João 7.5).
6- Escolheu 70 auxiliares (Nm 11.16) – Jesus também (Lc 10.1).
7- Andava com 12 tribos – Jesus com 12 apóstolos.

DAVI
Quando Samuel convocou a reunião dos filhos de Jessé para ungir um rei escolhido
por Deus, Jessé não se lembrou de Davi. Esqueceu-se dele ou pensou que não era
necessária a sua presença(1 Sm 16.10.11). É semelhante a Jesus
1- Davi era considerado sem importância para ocasiões especiais. Jesus Cristo foi
desprezado pelos homens que não fizeram dele caso algum (Is 53.2 e 3).
2- Davi foi ungido por ordem de Deus (1 Sm 16.1,12,13).
Jesus foi o Cristo, o Ungido de deus (Lc 4.18; At 4.27; Hb 1.9).
3- Davi enfrentou o gigante Golias, que desafiou o povo de Deus. Tomou Davi cinco
pedras e usando uma só venceu o gigante(1Sm 17.40,49,51). Jesus enfrentou o
gigante Satanás, tendo à sua disposição cinco livros do pentateuco, mas usou só um
“o de Deuteronômio” e o diabo o deixou(Mt 4.1-11).
4- Davi era pastor de ovelhas(1Sm 16.11). Jesus é o Bom Pastor(João 10.14) e o Sumo
Pastor(1Pe 5.4).
Uma particularidade digna de atenção é como Davi se identificou bem com o ofício de
pastor de ovelhas. Sentia-se responsável pela proteção das ovelhas, enfrentando um
leão e um urso. Em tudo isto ele reconhecia a dependência de Deus. Pois, disse: “ O
senhor me livrou da mão do leão, e da do urso...”(1Sm 17.37a). Não confiava em sua
força, mas em Deus. “ O Todo Poderoso”.
ALGUNS TIPOS NÃO HUMANOS DE JESUS CRISTO
“Aos quais...se apresentou vivo, com muitas e infalíveis provas, sendo visto
por eles por espaço de quarenta dias, falando do que respeita ao reino de
Deus”(Atos 1.3)

A LUZ (Gn 1.3-5)


Quando as trevas cobriam a face do abismo, tudo era caos. Deus disse: “haja Luz. E
houve Luz”. Foi o começo da obra da criação, no sentido de preparar o ambiente para a
criatura. A vinda de Jesus ao mundo foi de modo idêntico. O profeta Isaías teve uma visão,
que expressou em forma de narrativa: “O povo que andava em trevas, viu uma grande
Luz”(Is 9.2a). cumpriu-se esta profecia em Cafarnaum, quando Jesus começou a pregar. O
evangelista diz: “para que se cumprisse o que foi dito pelo profeta Isaías”. E em seguida
transcreve as palavras do profeta(Mt 4.12-16).
Estando o mundo em trevas, Deus enviou o seu Filho, que é a Luz do mundo
(João 9.5;12.35,46).
A Luz é chamada para a conversão. Paulo viu “...uma luz mais forte que o sol”(At
26.13a).
A Luz é a comunhão com Deus: “...vos chamou das trevas para a sua maravilhosa
Luz”(1Pe 2.9b).
A Luz é o conforto e a segurança do crente. “O Senhor é a minha Luz e a minha
salvação, a quem temerei?...”(Sl 27.1a).

A ARCA DE NOÉ (Gn caps. 6,7 e 8)


“Então disse Deus a Noé: o fim de toda a carne é vindo perante a minha face...Faze
para ti uma arca de madeira de Gofer...e entrarás na arca tu e os teus filhos, e a tua
mulher, e as mulheres de teus filhos...”(Gn 6.13a, 14a, 18b).
A ruína; da humanidade veio pelo pecado, mas Deus preparou um remédio. Quem
entrasse na arca escaparia do castigo, quem não entrasse morreria afogado pelo dilúvio.
A arca era o único meio de salvação da perdição eterna. O amor de Deus se
manifesta, dando oportunidade para o perdão. O apóstolo Pedro apresenta a arca como
figura de salvação por Jesus “...quando a longanimidade de Deus esperava nos dias de
Noé, enquanto se preparava a arca...que também, como uma verdadeira figura, agora vos
salva, batismo, não do despojamento da imundícia da carne, mas da indagação de uma
boa consciência para com Deus, pela ressurreição de Jesus Cristo”(1Pe 3.20a,21).
A porta é Jesus. Quem entrar por Ele estará salvo. Acerca de sua vinda, Jesus
disse: “E, como aconteceu nos dias de Noé, assim será também nos dias do Filho do
homem”(Lc 17.26).Os homens vivem descuidados, buscando só as coisas materiais, mas
virá o juízo de Deus sobre eles.

A ESCADA DE JACÓ
A escada é tipo de Jesus Cristo porque há as seguintes relações de semelhança:
pela visão da escada Deus falava com o pecador fazendo-lhe promessas de bênçãos. Por
Jesus Cristo, Deus fala nestes últimos dias(Hb 1.1) aos pecadores, dando-lhes
oportunidades de encontrarem o perdão dos pecados, a Paz com Deus, a felicidade eterna.
Nas palavras ditas a Natanael, Jesus prometeu; “...daqui em diante vereis o céu
aberto, e os anjos de Deus subirem e descerem sobre o Filho do Homem”(João 1.51).
Exatamente como na escada de Jacó, por onde os anjos subiam e desciam,
também os anjos sobem primeiro, depois descem. Anjo tem o sentido de mensageiro ou
enviado. A aplicação pode ser feita às nossas orações; são enviadas daqui da terra para
Deus por Jesus, e as respostas de Deus vêm por Ele também. Por isso Ele disse: “E tudo
quanto pedirdes em meu nome Eu o farei...” (João 14.13)

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