Você está na página 1de 39

SUBSÍDIO 1 – HISTÓRIA DA SALVAÇÃO

A criação é o fundamento de “todos os desígnios salvíficos de Deus”, “o começo da história da


salvação”, que culmina em Cristo. Inversamente, o mistério de Cristo é a luz decisiva sobre o mistério da
criação; ele revela o fim em vista do qual, “no princípio, Deus criou o céu e a terra” (Gn 1,1): desde o
início, Deus tinha em vista a glória da nova criação em Cristo.
A Bíblia não é um livro de ciências, mas de fé. Não nos interessa aqui como o mundo surgiu. A
ciência diz que foi por evolução. A fé nos diz que, por trás e por dentro do caminho da evolução, estava e
ainda está a mão criadora de Deus, que dá vida a todas as coisas.
Desde o começo, Deus abençoa os seres vivos, especialmente o homem e a mulher. A aliança com
Noé e com todos os animais renova essa benção de fecundidade, apesar do pecado do homem, por causa
do qual a terra é “amaldiçoada”. Mas é a partir de Abraão que a benção divina penetra a história dos
homens, que caminhava para a morte, para fazê-la retornar à vida, à sua fonte: pela fé do “pai dos
crentes”, que acolhe a benção, inaugura-se a história da salvação.
Na história da salvação, Deus não se contentou em libertar Israel da “casa da escravidão” (Dt 5,6),
fazendo-o sair do Egito. Salva-o também do seu pecado. Por ser o pecado sempre uma ofensa feita a
Deus, só este pode perdoá-lo. Por isso Israel, tomando consciência cada vez mais clara da universalidade
do pecado, não pode mais procurar a salvação a não ser na invocação do nome do Deus Redentor.
Jesus quer dizer, em hebraico, “Deus salva”. No momento da anunciação, o anjo Gabriel dá-lhe
como nome próprio o nome de Jesus, que exprime ao mesmo tempo sua identidade e missão. Uma vez
que “só Deus pode perdoar os pecados” (Mc2,7), é ele que, em Jesus, seu Filho eterno feito homem,
“salvará seu povo dos pecados” (Mt 1,21). Em Jesus, portanto, Deus recapitula toda a sua história de
salvação em favor dos homens.
“Cristo morreu e reviveu para ser o Senhor dos mortos e dos vivos” (Rm 14,9). A Ascenção de
Cristo ao Céu significa sua participação, em sua humanidade, no poder e na autoridade do próprio Deus.
Jesus Cristo é Senhor: possui todo poder nos céus e na terra. Está “acima de toda autoridade, poder,
potestade e soberania”, pois o Pai “tudo submeteu a seus pés” (Ef 1,20-22). Cristo é o Senhor do cosmo e
da história. Nele, a história do homem e mesmo toda a criação encontram sua “recapitulação”, sua
consumação transcendente.
A anamnese. A celebração litúrgica refere-se sempre às intervenções salvíficas de Deus na
história. “A economia da revelação concretiza-se por meio das ações e das palavras intimamente
interligadas. [...] As palavras proclamam as obras e elucidam o mistério nelas contido”. Na liturgia da
Palavra, o Espírito Santo “recorda” à assembleia tudo o que Cristo fez por nós. Segundo a natureza das
ações litúrgicas e as tradições rituais da Igreja, uma celebração “faz memória” das maravilhas de Deus em
uma anamnese mais ou menos desenvolvida. O Espírito Santo, que desperta assim a memória da Igreja,
suscita então a ação de graças e o louvor (doxologia).
A história da salvação vai desde a criação até a parusia. Porém os fatos narrados nos primeiros
onze capítulos da Bíblia advêm de uma linguagem simbólica, da qual a Santa Igreja católica retira ensinos
fundamentais para a nossa vida cristã.

Alguns episódios da história da salvação:

- A Aliança no Paraíso: pacto e violação com suas consequências (cf. Gn 1-11). Pré-história
bíblica.
- A escolha gratuita: a promessa. Abraão, Isaac e Jacó (cf. Gn 12-50).
- Lei e Aliança provisória: Moisés, Josué, Juízes e Samuel (1240 a.C.); Êxodo, Números, Levítico,
Deuteronômio, Juízes, Samuel 1-16.
- A monarquia: Saul, Davi e Salomão (1030 a 931 a.C.) (cf. 1Sm 8-31; 2Sm 1-24; 1Rs 1-11).
- Cisma das Dez tribos: Roboão de Judá e Jeroboão da Samaria (931 a.C.) (1 Rs 12).
- Queda da Samaria: o rei Oseias e os assírios (721 a.C.) (cf. 2Sm 17,1-23).
- Queda de Judá: o rei Sedecias e Nabucodonosor da Babilônia (587 a.C.) (2Rs 25,1-30).
- Exílio da Babilônia: profeta Ezequiel (587 a.C. (livro de Ezequiel).
- A comunidade religiosa (início do judaísmo): Esdras e Neemias (538 a.C.) (livros de Esdras ,
Neemias, Ageu e Malaquias.
- Os Macabeus (165 a 134 a.C.) (1 e 2 Macabeus).
- Grande, Nova e Eterna Aliança: o segundo Adão e o reino messiânico (século I à consumação
da história) (os escritos do Novo Testamento).

Datas importantes:
- Anos 30 d.C.: morte de Jesus; Páscoa e Pentecostes.
- Conversão de São Paulo no ano 36 (cf. At 9,22-26).
- Martírio de Pedro e Paulo (67 d.C.).
- Queda de Jerusalém (70 d.C.).
– Morte de João (100 d.C.)
- História da Igreja (a partir do século II).
SUBSÍDIO 2 – INTRODUÇÃO À BÍBLIA

As coisas divinamente reveladas, que se encerram por escrito e se manifestam na Sagrada


Escritura, foram consignadas sob inspiração do Espírito Santo. Escritos sob a inspiração do Espírito
Santo, eles têm Deus como autor.
Na redação dos livros sagrados, Deus escolheu homens, dos quais se serviu fazendo-os usar suas
próprias faculdades e capacidades, a fim de que, agindo ele próprio neles e através deles, escrevessem,
como verdadeiros autores, tudo e só aquilo que ele quisesse.
Para descobrir a intenção dos autores sagrados, há que levar em conta as condições da época e da
cultura deles, os gêneros literários em uso na época, os modos de sentir, falar e narrar correntes na época.
Pois a verdade é apresentada e expressa de maneiras diferentes nos textos que são de vários modos, isto é,
históricos, proféticos, poéticos, ou nos demais gêneros de expressão. A Sagrada Escritura deve também
ser lida e interpretada naquele mesmo Espírito em que foi escrita.
A tradição apostólica fez a Igreja discernir que escritos deviam ser enumerados na lista dos Livros
Sagrados. Essa lista completa é denominada Cânon das Escrituras, comportando 46 livros para o Antigo
Testamento e 27 para o Novo. A historicidade do Cânon das Escrituras é evidenciada já nos primeiros
séculos, por documentos como o Cânon de Muratori e o Cânon de Marcião.

Antigo Testamento – É parte inalienável da Sagrada Escritura. A economia do Antigo


Testamento estava ordenada principalmente para preparar a vinda de Cristo. Embora contenham coisas
imperfeitas e transitórias, os livros do Antigo Testamento dão testemunho de toda a divina pedagogia do
amor salvífico de Deus. Nos seus ensinamentos está latente o mistério da nossa salvação.
Novo Testamento – A Palavra de Deus, que é a força de Deus para a salvação de todo crente, é
apresentada e manifesta o seu vigor nos escritos do Novo Testamento. Esses escritos fornecem-nos a
verdade definitiva da revelação divina. Seu objetivo central é Jesus Cristo. Os Evangelhos são o coração
de todas as Escrituras, uma vez que constituem o principal testemunho sobre a vida e a doutrina do Verbo
encarnado, nosso Salvador.

LIVROS DA BÍBLIA
PENTATEUCO
- Conjunto dos cinco primeiros livros, tradicionalmente agrupados, mas não absolutamente. Pelo
tema – promessa e cumprimento -, o relato começaria com Abraão ( depois de uma breve pré-história) e
se concluiria com Josué e a repartição da terra prometida para as doze tribos de Israel, alternativa
chamada Hexateuco. Relata desde a entrada na terra prometida até a saída do exílio.
Gênesis – É o livro das origens: origem do mundo, origem do mal, origem das culturas, da
dispersão dos povos, da pluralidade de línguas, origem da salvação, origem dos patriarcas.
Êxodo – É o livro da libertação do povo judeu do Egito, da aliança de Deus com esse povo,
manifestação das leis e normas, dos primeiros passos no deserto e da elaboração do instrumental de culto.
Levítico – Compilação de leis sacerdotais, de redação tardia, pós-exílio, como a lei de santidade e
algumas com elementos muito antigos, como as proibições alimentares.
Números – Chamado pelos judeus de “no deserto”, descreve a transladação dos israelitas do
Sinai, passando em torno de Cades, até os campos de Moab. Contém um recenseamento do povo judeu.
Deuteronômio – É uma recapitulação dos três livros anteriores, com muito de código legal, na
forma de um longo discurso de Moisés.

LIVROS HISTÓRICOS
Livros provindos de uma grande história narrativa pré-existente – chamada pelos exegetas de
história deuteronomista – que abrangia desde a entrada na terra prometida até a saída do exílio da
Babilônia, e o Deuteronômio era o grande prólogo e chave teológica dessa história.
Josué – História da conquista da terra prometida, no século XIII a.C., favorecida pelo
enfraquecimento dos Impérios Egípcio, Assírio e Hitita na região. Tem como protagonista a figura de
Josué.
Juízes – História da organização política do povo, por pessoas de prestígio na sociedade, os juízes.
Pretende encher o vazio histórico que transcorre em Canaã antes da monarquia.
Rute – Uma das obras-primas da narrativa hebraica, relata a história de Noemi, Rute e Booz em
quatro cenas centrais. A simplicidade é um dos atrativos do relato.
I e II Samuel – Implantação da monarquia em Israel, sob a guia de Samuel como juiz e profeta.
Tem como objetivo mostrar que a monarquia está submetida à palavra profética. Relata os reinados de
Saul e Davi.
I e II Reis – História dos reis até o cisma em dois reinos: o reino do norte institucionaliza a
idolatria, e o reino do sul permanece fiel a Javé. Continua a história da monarquia iniciada com Saul e
Davi. Mostra que a monarquia não foi uma experiência de todo boa, pois poucos monarcas responderam a
sua missão religiosa e política. Evidencia a decadência do reinado, conduzindo uma narrativa paralela do
dois Reinos, até a catástrofe sucessiva de ambos.
I e II Crônicas – Repetição quase textual de livros anteriores (Js, Jz, Sm, Rs). O que copia de
outros ocupa metade da obra; as listas ocupam quase a metade dos demais capítulos, com vários discursos
no espaço remanescente.
Esdras – História do regresso do primeiro grupo para Israel após a deportação para a Babilônia
(586 a.C.). refere-se à atividade de Ageu e Zacarias, com a repatriação de importância capital, em 538
a.C., que descreve a continuidade do povo e de sua história.
Neemias – História do regresso do segundo grupo para Israel, separada por um intervalo de um
século da primeira, e do encontro com os habitantes que haviam ficado na terra, os samaritanos. Mostra a
atividade de Esdras e Neemias, e é importante para os seus protagonistas.
Tobias – História de Tobit. O autor o situa na Assíria, entre os desterrados, por volta do século
VIII a.C. É um relato francamente didático, com montagem paralela, quase cinematográfica. Custou a
afirmar-se como livro canônico.
Judite – História de Judite salvando uma cidade da conquista babilônica. Este livro manifesta
sobretudo o amor de Deus pelos pequenos, servindo-se de todos os meios para os defender, inclusive de
uma mulher que nunca tinha participado numa guerra.
Ester – História de Ester e Mardoqueu, evitando a morte do povo judeu na diáspora judaica da
Pérsia, sob Xerxes. Tem caráter sapiencial, didático, espiritual, neutro no texto hebraico original e mais
saliente nos acréscimos em grego; caráter escatológico, referindo-se ao julgamento definitivo; e caráter de
etiologia festiva, justificando a festa popular chamada Purim. Pertence aos livros deuterocanônicos.
I e II Macabeus – O primeiro livro é o relato da resistência de um grupo de judeus à repressão
deflagrada por Antíoco IV. A independência veio no reinado do asmoneu João Hircano, época em que foi
escrito o primeiro livro, com a intenção de exaltar a memória dos combatentes e justificar a situação de
sacerdote-rei do monarca. O segundo livro é um resumo da obra de Jasão de Cirene sobre Judas Macabeu
e a resistência a Antíoco IV, até o ano 160 a.C. Aponta vários valores doutrinais, como a fé na
ressurreição, a valentia dos mártires, a proteção divina como resposta à oração confiante e o triunfo do
bem sobre o mal.

LIVROS SAPIENCIAIS
Cinco dos livros – Jó, Provérbios, Eclesiastes, Eclesiástico e Sabedoria – possuem forma
sapiencial, formados por ditados, máximas e aforismos. Salmos e Cântico dos Cânticos têm
características próprias.
Jó – Criação poética que discute o sentido do sofrimento humano, numa clara oposição à doutrina
tradicional da retribuição. De autoria de um gênio anônimo que viveu provavelmente no desterro.
Apresenta um prólogo e um epílogo em dois planos: o celeste e o terrestre.
Salmos – Livro de orações, em cinco coleções desiguais, como uma espécie de Pentateuco da
oração: 1-41; 42-72;73-89; 90-106; 107-150. A melhor classificação é por gêneros literários: hinos e ação
de graças, súplica comunitária, súplica individual de perseguido, de doente ou de inocente falsamente
acusado, cantos de confiança, salmos litúrgicos, salmos penitenciais, salmos sapienciais meditacionais ou
históricos, e salmos reais por ou para o rei.
Provérbios – Livro de preceitos para a vida moral, formado por uma coleção de pequenas
coleções. Tem três eixos principais: sensato/néscio no plano sapiencial, honrado/perverso no plano moral,
bem-sucedido/fracassado no plano material. Tem caráter anônimo e unidades minúsculas.
Eclesiastes – O autor (Coélet), formado em escola e tradição sapienciais, desenvolve uma crítica
ao exercício da sabedoria, procurando compreender o sentido da vida.
Cântico dos Cânticos – Poesia sobre a sublimidade do amor. Numa coleção de canções de amor,
desenvolve o tema tanto em forma pessoal como em forma transcendente. Rico em imagens e
comparações.
Sabedoria – A obra atinge o ápice da reflexão sobre a sabedoria. O texto pode estruturar-se em
três partes: convite para a justiça, louvor à sabedoria, ação da sabedoria na história e na memória do
êxodo.
Eclesiástico – Sabedoria de Jesus Ben Sirac, muito lido na Igreja antiga. Tem como tema
convencer que o máximo da sabedoria é o respeito ou reverência a Deus, o que se traduz no cumprimento
da lei.

LIVROS PROFÉTICOS
Os profetas viveram juntamente com o povo, principalmente no reinado, cisma e deportação. Seus
oráculos proféticos vão se reunindo em coleções menores que depois formarão os livros proféticos,
sempre compostos por compiladores. Há três períodos proféticos bem demarcados pelo exílio babilônico:
a palavra de ordem dos profetas antes do exílio fora um castigo, durante o exílio passa a ser consolação, e
após o exílio se torna restauração.
Isaías – O livro é dividido em três: proto-Isaías, deutero-Isaías e trito-Isaías. No proto-Isaías –
capítulos 1 a 39 -, o profeta exerce seu ministério nos reinados de Joatão, Acaz e Ezequias, antes do exílio
assírio. O deutero-Isaias – capítulos 40 a 55 – é uma obra de um profeta anônimo, com uma mensagem de
esperança entre os desterrados no final do exílio da Babilônia. O trito-Isaías – capítulos 56 a 66 -, obra ou
do mesmo autor do deutero-Isaías ou de um discípulo dele, tem como tema o desencanto e o decaimento
da fidelidade após o exílio.
Jeremias – Profeta do período anterior ao exílio da Babilônia, Jeremias exerce seu ministério nos
reinados de Josias Joacaz, Joaquim, Jeconias e Sedecias. Acaba levado à força para o Egito. Tem como
tema a conversão, a não rebelião a fim de evitar uma segunda deportação, e a idolatria no Templo. Seu
livro é composto de oráculos em verso, narrações e discursos deuteronomistas.
Lamentações – Poesia alfabética de lamentações sobre a destruição de Jerusalém pelos
babilônicos, em cinco partes, atribuída a Jeremias.
Baruc – Secretário, porta-voz e companheiro de Jeremias. O livro é um escrito pseudônimo,
deuterocanônico, cujo original hebraico é desconhecido, com três partes bem definidas: oração
penitencial, reflexão sobre a sabedoria e promessa de retorno à pátria.
Ezequiel – Contemporâneo de Jeremias, profeta das visões, exerce seu ministério sete anos antes
da queda de Jerusalém, continuado no exílio babilônico. Possui um estilo marcadamente sacerdotal. O
livro possui duas partes: a primeira com tarefa de destruir sistematicamente a falsa esperança, seguida de
um entreato de silêncio forçado, e a segunda formada por uma mensagem de pura esperança.
Daniel – Apresenta um personagem heroico chamado Daniel, ambientado na época de
Nabucodonosor, provavelmente inspirado em um personagem bondoso e sábio da Antiguidade.
Oseias – Profeta acusador, exerce seu ministério no reino do Norte, no reinado de Jeroboão II. O
tema é a infidelidade ao Senhor, em forma de símbolo conjugal, apresentada como fornicação,
prostituição e adultério.
Joel – Profeta ligado ao culto. O livro possui duas partes: a praga de gafanhotos com a liturgia
penitencial e o julgamento das nações em estilo apocalíptico (capítulos 3 e 4). A unidade é a referência ao
Dia do Senhor. A profecia da efusão do espírito profético sobre todo o povo de Deus (3,1-5) faz dele o
profeta de Pentecostes.
Amós – Contemporâneo de Oseias, era vaqueiro e agricultor, e exerce seu ministério também no
reino do Norte, no reinado de Jeroboão II. É um profeta de vibrantes denúncias. O livro possui uma
disposição um tanto confusa, mas termina em tom de esperança.
Abdias – O livro é o mais curto dos profetas, com apenas 21 versículos. Tem como tema a tensa
relação entre Israel e Edom. Profetizou contra Edom pouco depois de 586 a.C., por ocasião da
colaboração dos edomitas com as tropas de Nabucodonosor para sitiar Jerusalém.
Jonas – Apresenta um antiprofeta que não quer ir aonde o Senhor o envia, nem dizer o que o
Senhor lhe ordena. O tema do livro é a misericórdia, porém não para com os judeus, mas os pagãos
babilônicos, povo que era símbolo da crueldade, opressão e agressão contra Israel. Deixa claro que Deus
não é somente o Deus dos judeus, é também o Deus dos pagãos.
Miqueias – De origem camponesa, como Amós, exerce seu ministério nos reinados de Acaz e
Ezequias, antes e depois da tomada de Samaria, em 721 a.C., e talvez até o cerco de Jerusalém por
Senaqueribe em 701 a.C. É, em parte, contemporâneo de Oseias e, por mais tempo, de Isaías. No livro se
alternam ameaça e promessa. Anuncia com segurança a desgraça do povo. É dele a profecia da origem do
Messias em Belém de Éfrata.
Naum – Descreve com exaltada paixão a queda do Império Assírio, após Assurbanípal, o último
rei importante desse império. As profecias do livro são pouco anteriores à queda de Nínive (612 a.C.),
capital da Assíria. O autor é considerado um grande poeta.
Habacuc – Contemporâneo a Naum, exerce o seu ministério no decênio 622-612 a.C., época da
Assíria decadente e da Babilônia renascente, tempo de opressão e violência em que Israel acabou se
tornando joguete dos impérios. O livro é escrito em forma de um diálogo dramático entre o poeta e Deus,
num jogo de ver e escutar.
Sofonias – Vive à sombra do seu contemporâneo Jeremias, exercendo seu ministério no reinado
de Josias, denunciando o retorno do povo ao sincretismo pagão após a morte inesperada de seu rei.
Pressente a queda de Jerusalém, apresentando o tema do dia da cólera – o Dia de Iahweh -, quando só se
salvará um resto.
Ageu – Exerce seu ministério no reinado de Dario da Pérsia, de agosto a dezembro de 520 a.C.,
reavivando as energias de um povo desencorajado de reconstruir seu país em ruínas, no retorno do exílio
babilônico. O livro consta de quatro breves oráculos, sobre o tema do Templo e a irrupção da era
escatológica que virá com a sua reconstrução.
Zacarias – Profeta inspirador da reconstrução do Templo, exerce seu ministério até o ano de 518
a.C., como seu contemporâneo Ageu. O livro compõe-se de duas partes diferentes em estilo, conteúdo e
intenção, o que leva a crer em dois autores: a primeira se ocupando do Templo, num livro de visões, e a
segunda prescindindo dele, num livro de oráculos.
Malaquias – Autor desconhecido, Malaquias significa Mensageiro do senhor. Por indícios
presume-se ser do século V a.C., posterior à reconstrução do Templo, mas anterior à reforma de Esdras e
Neemias. O livro é escrito na forma de diálogo com os ouvintes, e tem como tema as faltas cultuais e os
matrimônios mistos. Sobre a era messiânica, profetiza sobre o Precursor.

EVANGELHOS
Os Evangelhos meditam sobre fatos da vida de Jesus. Mateus, Marcos, Lucas são muito
semelhantes, ao contrário de João.
Mateus – Mateus, ex-cobrador de impostos e apóstolo de Jesus, escreve principalmente para os
judeus cristãos, e não explica usos e tradições judaicas, antes os respeita, estima e explora. Ele cita mais
de cem passagens do Antigo Testamento e usa termos familiares aos judeus, como filho de Davi. Ele
representa Jesus como um Rei que veio para estabelecer seu Reino, coloca uma ênfase especial em Jesus
como o Messias, e escreve sobre seus ensinos, seu Reino e sua autoridade.
Marcos – Marcos, um jovem pregador da era apostólica, parece ter escrito para convertidos de
língua grega, a quem é preciso explicar termos e costumes judaicos. Seu tema é a pessoa de Jesus e a
reação do povo à sua pessoa, preocupando-se menos com seu ensinamento e referindo-se a poucas
palavras suas. Apresenta Jesus incompreendido e rejeitado pelos homens (família, concidadãos,
discípulos, poder religioso e político), mas por Deus enviado e triunfante. Apresenta o tema do segredo
messiânico, com Jesus cercando de silêncio seus milagres e sua pessoa.
Lucas – Lucas foi médico e escreveu num grego mais aprimorado. Ele oferece uma mensagem
acessível a leitores pagãos. Usa Jerusalém como um centro espacial, de onde tudo começa e para onde
tudo se dirige na grande viagem ascensional: é o livro do caminho. Como tema, destacam-se a
universalidade (genealogia remontando a Adão, pregação aberta aos pagãos, personagens romanos), a
misericórdia, a alegria, o papel saliente das mulheres, a ternura para com os pecadores, a ação do Espírito
Santo. Possui um estilo cativante, elaborado, de qualidade excelente. É rico em doutrina.
João – Um dos doze apóstolos. Originado em ambiente judaico-cristão, quer dar a entender o
sentido da vida, gestos e palavras de Jesus. Domina a encarnação do Verbo, que se passa no tempo, mas
tem suas raízes na eternidade. As festas litúrgicas judaicas são elementos estruturais do relato. Os
acontecimentos da vida de Jesus são sinais para confirmar sua missão, mas também carregam uma
dimensão espiritual, evidenciando os mistérios divinos.
Atos dos Apóstolos – Continuação do Evangelho de Lucas, possui os mesmos destinatários e as
mesmas características (vocabulário, gramática e estilo). O relato que une as duas obras é a ascensão. É a
continuação do caminho. Tem como objetivo narrar a história das origens do cristianismo. Exibe uma
constância sacramental e litúrgica da igreja nascente. Dois protagonistas dividem a obra: Pedro (capítulos
1 a 12) e a Igreja de Jerusalém e Paulo (capítulos 13 a 28), em suas viagens missionárias. Mas o
verdadeiro protagonista do livro é o Espírito Santo agindo na sua Igreja. A expansão geográfica é
evidente, partindo de Jerusalém. Mostra também um desprender-se – não pretendido – do judaísmo. O
estilo da obra é narrativo, sobressaindo os relatos com discursos inclusos, gênero único no Novo
Testamento.

EPÍSTOLAS DE PAULO
As epístolas de Paulo são escritos ocasionais, não tratados de teologia, mas respostas a situações
concretas. Vê-se nelas, na sua ordem cronológica, a evolução contínua de sua teologia.
Romanos – Escrita aos cristãos em Roma, de cuja situação Paulo tem conhecimento através de
Prisca e Áquila em Corinto, em sua segunda viagem. Escrita por ocasião da terceira viagem (57-58 d.C.),
em Corinto. Tem como tema a gratuidade da salvação pela fé em Jesus Cristo, e não pela observância da
Lei. Essa salvação se dirige a todas as pessoas: judeus e não judeus. Aborda de maneira serena, ordenada
e aprofundada o tema já abordado de maneira polêmica na carta aos Gálatas.
I Coríntios – Escrita aos cristãos de Corinto – comunidade fundada por Paulo por ocasião de sua
segunda viagem – na Páscoa de 57, em Éfeso, na sua terceira viagem, quando recebe más notícias daquela
comunidade. Escreve uma primeira carta, hoje perdida, e com a chegada de outras más notícias, esta
carta. Tem como tema a superação dos conflitos na comunidade (conduta ética, unidade ante a divisão,
caso de incesto, prática de prostituição, dúvidas sobre o matrimônio, virgindade e escravidão, celebrações
agitadas, o lugar da mulher na comunidade, mau uso dos dons, cristãos que acreditavam na ressurreição
apenas como a sobrevivência da alma). Opõe Cristo, sabedoria de Deus, à vã sabedoria do mundo. Acima
reina soberano o amor.
II Coríntios - É considerada uma compilação de bilhetes escritos aos cristãos de Corinto, de
autoria paulina. Presume-se que pouco depois da Páscoa de 57d.C. uma crise em Corinto o obrigou a uma
rápida visita, com promessa de retorno anunciado quase como ameaça. Mas uma grave ofensa fê-lo
substituir a visita por uma severa carta “em lágrimas”, da qual os capítulos 10 a 13 parecem ser uma
parte. Os capítulos iniciais, com tom de ternura confiante, destoam do tom violento dos capítulos 10 a 13,
e supõe-se ser a carta conciliadora escrita em fins de 57 d.C., após saber por meio de Tito, na Macedônia,
do feliz resultado de sua carta “em lágrimas”, e então renunciar à sua terceira visita. Os capítulos 8 e 9
são, provavelmente um ou dois bilhetes sobre a coleta para a Igreja pobre de Jerusalém.
Gálatas – Escrita na Páscoa de 57, em Éfeso, na sua terceira viagem, após receber notícias da
região gálata, percorrida na segunda e na terceira viagens. Tem como tema a passagem da escravidão (lei)
para a liberdade (fé), com a gratuidade da salvação pela fé em Jesus Cristo e não pela observância da Lei,
contra os judaizantes, que queriam obrigar o seguimento da lei mosaica.
Efésios – Escrita entre os anos 80 e 100, atribuída à escola paulina. Conjectura-se ser uma carta
circular a todas as igrejas, da qual restou o manuscrito com esses destinatários. Tem como tema a Igreja
universal, povo de Deus, esposa do Messias, corpo em crescimento, não mais a soma de Igrejas locais. É
eclesiológica. O desenvolvimento não é claro, mas coerente.
Filipenses – Escrita aos cristãos de Filipos, primeira comunidade europeia fundada por Paulo por
ocasião de sua segunda viagem, em 54, durante uma prisão em Éfeso, não mencionada nos Atos. É um
escrito pouco doutrinal, antes uma troca de notícias. Entre os temas, ressalta-se uma advertência contra os
maus operários e um apelo à unidade na humildade, com o admirável hino da aniquilação de Cristo (2,6-
11), testemunho da fé primitiva na pré-existência divina de Jesus. Conjectura-se ser o conjunto de
diversos bilhetes.
Colossenses – O autor se encontra preso. Tem como tema o perigo de um grave desvio doutrinal
causado por práticas pagãs e judaicas que dificultavam a clara aceitação de Cristo como Salvador.
Desenvolve uma cristologia avançada, de caráter cósmico: Cristo é a imagem do Deus invisível.
I Tessalonicenses – Escrita no ano 51, em Corinto, na sua segunda missão, aos cristãos de
Tessalônica, após enviar Timóteo à comunidade, que voltou trazendo boas notícias e uma questão
teológica. Após a ação de graças pela fé, esperança e amor na comunidade, trata do desejo de voltar para
completar a formação dos Tessalonicenses, e do problema teológico da parusia eminente. No tema, expõe
como vai ser a ressurreição dos corpos.
II Tessalonicenses – Escrita em Corinto, logo após a primeira carta, aos mesmos destinatários,
por causa das consequências abusivas da primeira (interpretaram que não valia a pena trabalhar e ocupar-
se com os assuntos da vida terrena). O tema é novamente a parusia, agora não mais iminente, e o fim
deste mundo. Os cristãos devem trabalhar e esperar, e não especular sobre o assunto.
I e II Timóteo, Tito – São atribuídas à escola paulina, escritas no final do primeiro século, com
conteúdo, forma e contexto estreitamente relacionados. São escritos de caráter pessoal, com personagens
ilustres como destinatários, com responsabilidades perante as comunidades cristãs. Têm como tema
garantir as Igrejas como instituição, conservar o ensinamento tradicional e defender-se das ameaças de
desvio doutrinal, com o combate velado ao gnosticismo (através de enunciados contrário aos seus
princípios) e ao culto ao imperador (atribuído a Cristo seus títulos). 1 Timóteo, destinada ao bispo de
Éfeso, traz recomendações de como ele deve se comportar perante a comunidade. 2 Timóteo é uma
exortação mais pessoal, na qual Paulo recorda seu ministério e prepara-se para morrer. Na de Tito, jovem
bispo de Creta, na Grécia, sobressaem entre os conselhos as suas doutrinas cristológicas.
Filêmon – A pequena joia de Paulo foi escrita na prisão de Roma nos anos 61 a 63 d.C. para
Filêmon, cristão de Colossas, dono de um escravo (Onésimo) convertido por Paulo no cativeiro. Revela o
coração delicado de Paulo, que sobrepõe o amor e a fraternidade cristã às relações jurídicas.
Hebreus – De autor desconhecido, é anterior à destruição do Templo de Jerusalém (70 d.C.). O
texto supõe leitores versados na antiga Aliança, convertidos no judaísmo ou desejosos de se converter
(daí o título “aos Hebreus” atribuído o século II). Em língua grega mais pura e elegante que a de Paulo,
traz os ensinamentos do Apóstolo, com a utilização ostensiva de referências ao Antigo Testamento; a
maneira de citar, porém, não é paulina. Vários pontos são apresentados de forma diversa dos
ensinamentos de Paulo, embora não os contradigam: a concepção da fé, a atitude menos dura perante a
lei, a cristologia. O objetivo é cristológico. O tema central é o sacerdócio de Jesus Cristo e o consequente
culto cristão, em oposição ao antigo culto. Segue uma exortação final à constância da fé, aduzindo
personagens como modelos.

EPÍSTOLAS CATÓLICAS
Sete epístolas reunidas numa mesma coleção, não obstante suas origens diversas. Seu título muito
antigo de católicas (universais) provavelmente se deu pelo fato de a maioria delas não ser dirigida às
comunidades ou pessoas em particular, mas aos cristãos em geral.
Tiago – Obra pseudônima de autor incerto, escrita no final do século I. O estilo e o conteúdo nos
remetem para o mundo da sabedoria judaica, que ensina como viver adequadamente diante dos desafios
da sociedade. Tem como temas: paciência nas provações, fé e obras, sabedoria, perseverança, falar e agir
corretamente, e o conflito entre pobres e ricos.
I Pedro – Escrita para pagãos convertidos, a autoria tem discussão indefinida. Pode ter sido Pedro,
ancião e prisioneiro, próximo da morte, escrevendo uma espécie de testamento, portanto próximo de 67
d.C.; ou é pseudônima, de um autor do círculo de Pedro, com traços hábeis para tornar-se verossímil, em
tempos difíceis, para animar outros fiéis na perseguição de Domiciano (95 a 96 d.C.). A linguagem e o
estilo grego são impróprios para um pescador galileu. Faltam lembranças pessoais de um companheiro
íntimo de Jesus. A carta muda de tema sem avisar. Seus temas são: esperança cristã, conduta moral,
Cristo pedra viva, vida cristã, casais, paciência, morte e ressurreição de Cristo, batismo, hostilidade no
mundo, anciãos e jovens.
II Pedro – O autor pretende mostrar um fato: se as Escrituras oferecem exemplos de punição de
Deus aos ímpios, também o mostram agindo de forma libertadora em favor dos que agem de acordo com
a justiça. Também se dirige aos cristãos decepcionados com a demora da vinda do Senhor, algo que tanto
animou algumas comunidades do início. Apresenta os desafios para a vida cristã.
I João – Escrito para uma comunidade mista de pagãos e judeus convertidos certamente
constituída na Ásia, acredita-se ser o próprio apóstolo João o autor, dadas as semelhanças de vocabulário,
estilo e doutrina com o Evangelho de João. Pela semelhança de doutrina, presume-se uma redação
próxima à do Evangelho, opinião não completamente aceita. É doutrinal, cristológica. O tema do livro são
os cismáticos ou apóstatas, e os critérios para discerni-los. Os ensinamentos são: Deus é luz, é amor, é Pai
de Jesus, que é seu filho feito homem, é o Messias que desfaz o pecado; o Espírito nos unge, habita em
nós, faz confessar, dá testemunho.
II e III João – A maior preocupação do autor é a divisão vivida na comunidade. O objetivo da
segunda carta é doutrinal e cristológico. Já o objetivo da terceira carta de João é a organização, é manter a
concórdia e a boa convivência na comunidade.
Judas – Escrito pseudônimo do final do século I. Possui citações a apócrifos, levando a crer num
judeu helenista como autor. O tema é contra falsos mestres, com recomendações aos fiéis. A carta não é
atraente, recrimina sem argumentar.
Apocalipse – Escrito para as sete igrejas da Ásia, de um autor chamado João, provavelmente não
o evangelista, mas um pseudônimo. No desterro, tem como objetivo prevenir e antecipar a grande
perseguição que se avizinha. A maioria dos comentaristas se inclina a datar a redação na época do
imperador Domiciano (81 a 96 d.C.). É o livro da esperança cristã. O gênero é apocalíptico, com
elementos típicos do gênero: números, cores, imagens, intérprete, recurso ao Antigo Testamento,
construção. Permeiam o texto hinos minúsculos e uma grande liturgia celeste. O tema, passadas as sete
cartas às Igrejas, é a luta da Igreja com os poderes hostis. A obra assume uma construção numérica:
introdução, sete selos, sete trombetas, sete visões da mulher, do dragão e das feras, sete visões do
Cordeiro e dos anjos, sete taças, sete visões da queda da Babilônia, sete visões da batalha e vitória final e
epílogo.

Qual a diferença entre a Bíblia católica e a Bíblia “protestante”?


Existe uma diferença quanto ao número de livros. O Novo Testamento da Bíblia protestante e o
nosso são iguais, têm 27 livros, mas o Antigo Testamento da Bíblia protestante não possui 7 livros que
fazem parte da católica.
A Bíblia protestante não possui os livros de Judite, Tobias, Sabedoria, Eclesiástico, Baruc, I e II
Macabeus. Além disso, o livro de Daniel na Bíblia protestante não tem os capítulos 13 e 14, nem os
versículos 24 a 90 do capítulo 3. Não tem também os capítulos 11 a 16 de Ester. Os judeus eram
radicalmente nacionalistas. Por isso, acreditavam que Deus só poderia inspirar os livros nas línguas dos
judeus, que eram o hebraico e aramaico. Achavam também que a Palavra de Deus só poderia ser escrita
dentro do território de Israel, e até o tempo de Esdras.
Quando os judeus começaram a se espalhar pelo mundo, logo após a destruição de Jerusalém (ano
70 d.C.), eles mesmos viram a necessidade de traduzir o Livro Sagrado para o grego, que era a língua
universal da época. E nessa tradução foram incluídos esses sete livros (que estavam escritos em grego).
Foi daí que surgiram as discussões. Os fariseus que zelavam pela pureza e conservação das Escrituras
Sagradas não queriam aceitar esses sete livros como inspirados por Deus. Isso não quer dizer que tanto
uma como a outra não são verdadeiras. Todas as duas são Palavra de Deus.

BIBLIOGRAFIA
BÍBLIA DE JERUSALÉM. Introduções. 7ª ed. São Paulo: Paulus, 1995
BÍBLIA DO PEREGRINO. 1ª ed. São Paulo: Paulus, 2002.
BÍBLIA SAGRADA – EDIÇÃO PASTORAL. Introduções. 1ª ed. São Paulo: Paulus, 1990.
CATECISMO DA IGREJA CATÓLICA. São Paulo: Paulus, 2001.
CONCÍLIO ECUMÊNICO VATICANO II. Constituição dogmática sobre a revelação divina Dei
verbum. São Paulo: Paulus, 1997, n.12-22.
LUDWIG, Albino Affonso. Introdução às Sagradas Escrituras. São Carlos: EFAP-RE1, 2004.
TAGLIAVINI, João Virgílio. Historicidade Bíblica. São Carlos: EFAP-RE1, 2004.

SUBSÍDIO 3 – LEITURA ORANTE DA PALAVRA

A leitura orante é uma experiência pessoal e comunitária de escuta da Palavra de Deus e de


obediência a ela. Esse modo de ler a Bíblia nos ajuda no encontro pessoal com Jesus Cristo. É um método
que nos leva à meditação, à oração, à contemplação e à transformação de cada um de nós que, a exemplo
dos discípulos de Emaús, queremos deixar que a Palavra de Deus aqueça e transforme nosso coração e
nossa vida por inteiro (cf. Lc 24, 13-35).
Orígenes (184-254), da antiga Alexandria, foi quem criou a expressão Lectio Divina. Foi ele o
primeiro a afirmar que para ler a Bíblia com proveito é necessário um exercício assíduo em sintonia com
uma espiritualidade profunda.
A Lectio Divina é o resultado da leitura que os primeiros cristãos fizeram da Palavra de Deus, para
alimentar a fé e animar a caminhada da comunidade diante das dificuldades e dos desafios de cada dia.
Nossos primeiros irmãos na fé aprenderam com o povo hebreu que a Palavra de Deus e a oração estão
ligadas entre si. Herdamos deles esse modo de ler e experimentar a Palavra de Deus no cotidiano de
nossas vidas.
No século XII, o monge chamado Guigo (1115-1193) organizou a leitura orante em quatro passos:
Leitura, meditação, oração e contemplação. A grande contribuição de Guigo foi sistematizar os passos
da Lectio Divina. Cada Passo é designado pelo termo “degrau”.

ROTEIRO DA LECTIO DIVINA OU LEITURA ORANTE

1º PASSO: LEITURA
O primeiro passo trata-se de uma leitura pausada, atenta e perseverante do texto escolhido. Ler o
texto como se fosse pela primeira vez. “Entrar” no texto, fazer parte dele, sentir-se como ator, ou seja,
participar de cada cena apresentada. Ler o texto como se fosse um “estrangeiro” que não conhece bem a
língua e, por isso, precisa de muita atenção em cada palavra e em cada cena.
É preciso deixar o texto falar por si e se perguntar o que o texto diz para você. É preciso
interiorizar a mensagem do texto, e o melhor caminho para isso é o silêncio. O silêncio é fundamental
para que a Palavra de Deus encontre espaço em nosso interior. Depois de um tempo de silêncio (cinco a
dez minutos), retomar o texto. Se quisermos, podemos escrever o que mais nos chamou a atenção, anotar
as palavras e os verbos ou até mesmo um versículo inteiro.

2º PASSO: MEDITAÇÃO
O segundo passo consiste em repetir, mastigar e digerir a Palavra. Após ter lido atenta e
profundamente a Palavra, vamos aplicá-la à nossa vida. Vamos levar da memória ao coração. Vamos nos
perguntar: o que essa leitura diz para nós? O que Deus fala por meio desse texto? Que versículo chamou
mais a atenção? Que apelo Deus nos faz? O que devemos fazer? O que precisamos mudar em nossa vida?
A meditação torna o texto atual e o traz para dentro de nossa vida e de nossa realidade, tanto
pessoal como social. Meditar é dialogar. É falar com Deus e deixar que ele fale também. Deus fala no
silêncio, e no silêncio escutamos sua voz.

3º PASSO: ORAÇÃO
O terceiro passo é a oração por meio da Palavra lida e meditada. Agora é hora de manifestar, por
meio da oração, o que em nós foi tocado pela Palavra. É o momento de conversar com Deus, de rezar o
texto lido e meditado.
Escolhe-se um versículo, vários versículos ou até mesmo uma única palavra inspirada pelo texto.
Formulamos do nosso jeito a oração a ser feita. Podemos fazê-la em forma de pedido, agradecimento ou
louvor. O importante é que se faça a oração. Depois de elaborada, podemos rezar silenciosamente, em voz
alta e, se houver inspiração, até mesmo cantarolar a oração composta.
A leitura e a meditação transformam-se num encontro íntimo e pessoal com Deus. Entramos em
diálogo, em comunhão amorosa com ele. Ele está no meio de nós! O texto lido e meditado nos motiva a
rezar. Pode-se afirmar que a oração está presente em todos os passos da Lectio Divina, mas é nesse
terceiro passo que verbalizamos, em forma de oração, o que lemos e meditamos. Perguntamos, nesse
processo dialogal de oração: o que esta Palavra nos faz dizer a Deus? Com certeza, nossa oração nascerá
espontaneamente por meio da Palavra lida e meditada. Chegou a hora de responder a Deus. Nossa leitura
orante se transforma em deliciosa e prazerosa conversa com Deus. Não é conversar sobre, mas uma
conversa pessoal e direta com Deus, é oração dirigida a Deus.

4º PASSO: CONTEMPLAÇÃO
O último passo da leitura orante é a contemplação. A partir desse momento, a nossa atenção se
dirige ao Senhor da vida e da história. É o momento em que vamos fixar o olhar e o coração tão somente
em Deus e, ao mesmo tempo, reconhecê-lo como Mestre e Senhor. À luz da Palavra estudada, meditada,
rezada e contemplada, vamos discernir a vontade de Deus em nossas vidas e os acontecimentos de cada
dia.
O Catecismo da Igreja Católica ensina que contemplar é olhar fixamente para Jesus. “Eu olho para
ele, e ele olha para mim”, dizia um camponês em oração diante do Santíssimo. “Essa atenção a ele é
renúncia ao ‘eu’. Seu olhar purifica o coração. A luz do olhar de Jesus ilumina os olhos de nosso coração;
ensina-nos a ver tudo na luz de sua verdade e de sua compaixão por todos os homens.”
A contemplação não é fruto do esforço humano, mas dom de Deus a cada um de nós. É o
transbordamento do coração em ação transformadora. A contemplação nos envolve por inteiro e leva à
transformação de nossas vidas. Na contemplação, percebemos a ação de Deus dentro de nós. Assinalamos
a Palavra amorosa do mestre e Senhor. Diante da bondade, da ternura e do carinho imensos de Deus, nos
perguntamos: como Deus agiria nessa situação? Mestre, o que queres que façamos? Na contemplação,
não devemos dizer muitas palavras; de preferência não digamos palavra alguma. Contemplação é
experiência, é vivência, é sentimento. Apenas queremos estar com ele, viver com ele e nele. Contemplar é
deixar-se renovar por Cristo, com Cristo e em Cristo.
O autêntico contemplativo mergulha totalmente em Deus e por isso envolve-se inteiramente com o
próximo mais próximo. A contemplação não é resultado do esforço humano, mas somente é graça e dom
de Deus.
Nossa atitude de oração da Palavra de Deus deve ser como foi a de Maria, profundamente
mergulhada nas coisas de Deus a ponto de poder manifestar com a boca, com o coração e com a vida:
“Faça-se em mim segundo a tua Palavra” (Lc 1,38).

BIBLIOGRAFIA
CARVALHO, Humberto Robson de. Leitura orante da Bíblia: elementos básicos para a leitura,
meditação, oração e contemplação da Palavra de Deus. São Paulo: Salesiana, 2010.
CATECISMO DA IGREJA CATÓLICA. São Paulo: Paulus, 2001.
SUBSÍDIO 4 – DOGMAS MARIANOS

Maternidade divina

Para os cristãos do século V, era familiar a palavra theotókos, que significa Mãe de Deus. O
patriarca de Constantinopla, Nestório (428), afirmava que Cristo era um sujeito humano, unido, mas
distinto do Verbo: um homem extraordinário, mas não verdadeiro Deus. A virgem seria então Mãe de
Cristo, mas não Mãe de Deus.
O Concílio de Éfeso (431) declarou que a Segunda Pessoa da Santíssima Trindade, consubstancial
ao Pai, assumiu uma natureza humana, de modo que a única pessoa em Cristo é essa Pessoa divina. Assim
a Virgem é Mãe dessa Pessoa divina, e por isso verdadeira mãe de Deus.
A pergunta “que é” refere-se a uma natureza (é um pinheiro, um homem etc.), enquanto a pergunta
“quem é?” se refere a uma pessoa (é Pedro). Eu não sou antes de tudo um “que”, sou um “quem”; não sou
“algo”, sou “alguém”. Tenho uma natureza e sou uma pessoa.
Deus pode criar uma natureza humana de tal modo que o sujeito dessa natureza seja um “Eu”
divino, uma das Pessoas da Trindade. Jesus, gerado por obra do Espírito Santo, é verdadeiro homem
porque tem uma natureza real e perfeitamente humana. E é verdadeiro Deus, porque a pessoa que sustenta
essa natureza não é outra que a do Verbo divino. Justa e verdadeiramente se chama Maria Mãe de Deus,
por ter concebido a natureza humana de Jesus, cuja pessoa é divina. Maria dá a Jesus, quer dizer, a Deus
Filho, tudo o que uma mãe dá ao seu filho. Ela é, pois, sem sombra de dúvidas, e em sentido próprio, Mãe
de Deus Filho.
O Concílio de Éfeso (431) define, diante dos erros de Nestório: “A Santa Virgem é Mãe de Deus,
porque deu á luz carnalmente o Verbo de Deus feito carne’. O Concílio de Calcedônia (451) acrescenta
que não se pode chamar à “Virgem Maria Mãe de Deus em sentido figurado”: tem que ser afirmado em
sentido próprio.
Maria, Mãe de Deus comemora-se no dia 1º de janeiro.

Imaculada Conceição

Entre os privilégios que Deus outorgou à Virgem Maria, em atenção à sua excelsa dignidade de
Mãe de Deus e em virtude dos méritos de seu Filho, destaca-se o da sua Imaculada Conceição,
reconhecido pela Igreja desde os seus começos e definido como dogma de fé em 8 de dezembro de 1854
pelo papa Pio IX na bula Ineffabilis Deus.
“Declaramos, pronunciamos e definimos que a doutrina que sustenta que a Santíssima Virgem
Maria foi, no primeiro instante da sua concepção, por graça singular e privilégio do Deus onipotente, em
previsão dos méritos de Jesus Cristo, Salvador do gênero humano, preservada imune de toda a mancha de
culpa original foi revelada por Deus e, portanto, deve ser firme e constantemente acreditada por todos os
fiéis.”
“Imune de toda a mancha de culpa original”: a Igreja confessa que Maria em nenhum momento e
de nenhum modo foi atingida pelo pecado original que se transmite por geração à humanidade desde os
nossos primeiros pais.
Pio XII acrescenta que, quando se fala de Maria, nem sequer se “deve pôr a questão” de se teve ou
não algum pecado, por diminuto que se possa pensar, “posto que transporta consigo a dignidade e
santidade maiores depois das de Cristo. (...) É tão pura e tão santa que não pode conceber-se maior pureza
depois da de Deus” (Fulgens corona, 08/09/1953).
Maria não é uma criatura isenta de redenção. É a primeira redimida por Cristo e o foi de um modo
eminente em atenção aos méritos de Jesus Cristo Salvador do gênero humano.
A festa da Imaculada Conceição de Maria ocorre no dia 8 de dezembro.

Virgindade de Maria

Essa doutrina foi definida dogmaticamente pelo Concílio de Trento, em 1555. Maternidade e
virgindade são alternativas da mulher, que se excluem por natureza, que Deus quer reunir milagrosamente
na sua Mãe. Os textos mais antigos chamam a Maria “a Virgem”, e desde os primeiros séculos, “a sempre
Virgem”. Três aspectos do dogma: virgem antes do parto, no parto e depois do parto.
Antes do parto: o dogma afirma que Nossa Senhora concebeu Jesus não por obra de varão, mas
por obra do Espírito Santo. Cumpriu-se assim a profecia de Isaías: “uma virgem conceberá e dará à luz
um filho, que será chamado Emmanuel (Deus conosco)” (Is 7,14). No Credo rezamos assim: “Creio em
um só Senhor Jesus Cristo [...] E por obra e graça do Espírito Santo nasceu da Virgem Maria” (em latim:
“ex Maria Virgine”).
No parto: longe de depreciar a integridade do corpo de sua Mãe, Jesus deixou-a intacta ao nascer.
Esse prodígio é um milagre da divina onipotência. Ilustração clássica: nasceu como a luz do sol que passa
através de um cristal, sem o romper nem manchar.
Depois do parto: “Essa porta há de estar fechada para sempre, não se abrirá nem entrará por ela
homem algum, porque entrou por ela Yahvé” (Ez 44,1-2). Os padres aplicam estas palavras à virgindade
perpétua de Maria.
Santo Agostinho, Sermão 186: Maria “foi Virgem ao conceber o seu Filho, virgem durante o parto
(...) Virgem depois do parto, sempre virgem”.

Assunção
Pio XII, Munificentissimus Deus, 0/11/1950: “Pronunciamos, declaramos e definimos ser dogma
divinamente revelado: que a Imaculada Mãe de Deus, sempre Virgem Maria, cumprido o curso da sua
vida terrena, foi assunta em corpo e alma para a glória celeste”.
A assunção produz-se por virtude de Deus.
Essa festa é comemorada no dia 15 de agosto.

BIBLIOGRAFIA
CATECISMO DA IGREJA CATÓLICA. São Paulo: Paulus, 2001.
DIOCESE JOINVILLE, Subsídio Diocesano 2017, Ano Mariano. Joinvile, 2017.
SUBSÍDIO 5 – SANTOS E IMAGENS
Por que a Igreja católica cultua a imagem dos santos?
A Igreja católica nunca afirmou que devemos “adorar” as imagens. Em primeiro lugar, é preciso
entender que Deus não nos proíbe de fazer imagens quaisquer, mas sim imagens “de ídolos”, ou seja, de
deuses falsos. Já no Antigo Testamento, o próprio Deus prescreveu a confecção de imagens como
querubins, serpentes de bronze, leões no palácio de Salomão etc. A Bíblia defende o uso de imagens,
como é possível verificar em muitas passagens: Ex 25,17-22; 37,7-9;41,18; Nm 21,8-9;1Rs 6,23-29.32;
7,26-29.36; 8,7; 1Cr 28,18-19; 2 Cr 3,7.10-14; 5,8; 1 Sm 4,4; 2 Sm 6,2; Sb 16,5-8; Ez 41,17-21; Hb 9,5 e
outras mais. Os profetas condenavam a confecção de imagens de ídolos: “Os que modelam ídolos nada
são; as suas obras preciosas não lhes trazem nenhum proveito. Quem fabrica um deus e funde um ídolo
que de nada lhe pode valer?” (Isaías 44, 9-17).
O que é um ídolo? É aquilo que:
Substitui o único e verdadeiro Deus; são lhe atribuídos poderes exclusivamente divinos, e são lhe
oferecidos sacrifícios devidos ao verdadeiro Deus. É o que os judeus antigos, no deserto, fizeram com o
bezerro de ouro (cf. Ex 32). A Igreja católica nunca afirmou que devemos “adorar” as imagens dos
santos, mas venerá-las, o que é muito diferente. A imagem é um objeto que apenas lembra a pessoa ali
representada; o ídolo, por outro lado, “é o ser em si mesmo”. A quebra de uma imagem não destrói o ser
que ela representa; já a destruição de um ídolo implica a destruição da falsa divindade. Para Deus, e
somente para ele, a Igreja presta um culto de adoração (latria), no qual reconhecemos Deus como Todo-
poderoso e Senhor do universo. Aos santos e anjos, a Igreja presta um culto de veneração (dulia),
homenagem.
A Nossa Senhora, por ser a Mãe de Deus, a Igreja presta um culto de hiperdulia, que não é
adoração, mas hiperveneração. A são José, protodulia, primeira veneração. A palavra “dulia” vem do
grego “doulos”, que significa “servidor”. Dulia, em português, quer dizer reverência, veneração. Latria é
adoração; vem do grego “latreia”, que significa serviço ou culto prestado a um soberano senhor. Em
outras palavras, significa adoração. Então, não há como confundir o culto prestado a Deus com o culto
prestado aos santos. Rogando aos santos, não os olhamos nem os consideramos senão nossos
intercessores para com Jesus Cristo, que é o único mediador (cf. 1Tm 2,4) que nos remiu com seu sangue
e por quem podemos alcançar a salvação. A intercessão dos santos não substitui a única e essencial
mediação de Cristo, o único Sacerdote, mas é uma intercessão “por meio de” Cristo, não paralela nem
substitutiva. Sem a mediação única de Cristo nenhuma outra tem poder.
Significado da imagem de um santo
A imagem de um santo tem um significado profundo, nos lembra de que a pessoa ali representada
viveu conforme a vontade de Deus. Então, é um modelo de vida para todos. Lembra também que aquela
pessoa está no céu, isto é, na comunhão plena com o Senhor; ela goza da chamada “visão beatífica de
Deus” e intercede por nós sem cessar, como reza uma das orações eucarísticas da missa. São Jerônimo
dizia: “Se aqui na terra os santos, em vida, rezavam e trabalhavam tanto por nós, quanto mais não o farão
no céu, diante de Deus”. Podemos tocar e beijar as imagens como um gesto de amor, reverência e
veneração, não de adoração. Não fazemos isso com a imagem de um ente querido falecido? Podemos
admirar as imagens e rezar diante delas, pedindo ao santo ali representado que interceda diante de Deus. É
Deus quem faz o milagre, mas o pedido passa pela intercessão do santo. O Concílio Ecumênico de Niceia,
no ano 789, que aprovou o uso de imagens, dizia: “Na trilha da doutrina divinamente inspirada de nossos
santos padres e da tradição da Igreja católica, que sabemos ser a tradição do Espírito Santo que habita
nela, definimos com toda certeza e acerto que as veneráveis e santas imagens, bem como as
representações da cruz preciosa e vivificante, sejam elas pintadas, de mosaico e de qualquer outra matéria
apropriada, devem ser colocadas nas santas igrejas de Deus, sobre os utensílios e as vestes sacras, sobre
paredes e em quadros, nas casas e nos caminhos, tanto a imagem de Nosso Senhor, Deus e Salvador,
Jesus Cristo, como a de Nossa Senhora, a puríssima e santíssima Mãe de Deus, dos santos anjos, de todos
os santos e justos”.

BIBLIOGRAFIA
AQUINO, Felipe. Por que a Igreja católica cultua as imagens de santos? Disponível em:
‹www.cleofas.com.br›. Acesso em: 20/12/2017.

SUBSÍDIO 6 – TEMPOS LITÚRGICOS


O Ano Litúrgico da Igreja é assim dividido: Advento, Tempo do Natal, Tempo Comum, Tempo
Quaresmal, Tempo Pascal e Tempo Comum.
Advento - O advento é o tempo litúrgico que antecede o Natal. Advento origina-se do verbo latino
advenire, que é o tempo de espera daquele que há de vir. Durante o Advento, nos preparamos para
celebrar o Senhor que veio, que vem e que virá. Nas duas primeiras semanas do Advento, a liturgia nos
convida a vigiar e esperar a vinda gloriosa do Salvador. Nas duas últimas, lembrando a espera dos
profetas e de Maria, nos preparamos para celebrar o nascimento de Jesus em Belém.
Durante o Advento prevalece a cor roxa, símbolo da conversão, que é fruto da revisão de vida. As
velas querem representar as várias etapas da salvação, a espera daquele que é “a Luz que ilumina todo
homem que vem a este a mundo” (João 1,9) e que está para chegar; então nós o esperamos com luzes,
porque o amamos e queremos ser luz, como ele é.
1º domingo – o perdão oferecido a Adão e Eva. Eles morreram na terra, mas viverão em Deus.
2º domingo – a fé dos patriarcas. Eles acreditaram no dom da terra prometida.
3º domingo – a alegria do rei Davi. Ele celebrou a aliança e sua perpetuidade.
4º domingo – o ensinamento dos profetas: eles anunciaram um Reino de paz e de justiça com a
vinda do Messias.

Tempo de Natal - No tempo do Natal, celebramos o nascimento e a manifestação de Jesus Cristo,


luz do mundo, que vem para iluminar as trevas. Na solenidade do Natal, o nascimento do Filho de Deus,
“na humildade da natureza humana” e na pobreza da gruta de Belém, nos traz o dom de uma vida nova e
divina. Esse tempo inicia-se na Solenidade de Natal e termina no Domingo do Batismo do Senhor.
Celebrar a Eucaristia nesse período de Natal significa entrar em um novo estilo de vida. A
Eucaristia é sinal da unidade dos homens na única fé em Cristo Jesus e na vida nova que dele recebem.

Tempo Comum - O ano civil ocidental começa em 1º de janeiro e termina em 31 de dezembro. Já


o Ano Litúrgico começa no 1º Domingo do Advento, cerca de quatro semanas antes do Natal, e termina
no sábado anterior a ele. Além dos tempos que têm características próprias (Advento, Natal, Quaresma e
Páscoa), restam no ciclo anual 33 ou 34 semanas nas quais são celebrados, na sua globalidade, os
mistérios Cristo, que chamamos Tempo Comum durante o ano.
Com a semana que segue à festa do Batismo de Jesus, inicia-se o chamado Tempo Comum do
Ano Litúrgico. O Tempo Comum celebra o mistério na sua globalidade. Realiza isso pela constante
referência à Páscoa, que caracteriza os domingos, assim acompanhando e orientando o caminho pascal do
povo de Deus, no seguimento de Jesus.
Tempo Quaresmal - O que quer dizer Quaresma? A palavra Quaresma vem do latim
quadragésima e é utilizada para designar o período de quarenta dias que antecede a festa ápice do
cristianismo: a ressurreição de Jesus Cristo, comemorada no Domingo de Páscoa. Essa prática data desde
o século IV. A Quaresma começa na Quarta-feira de Cinzas e termina na tarde da Quinta-feira Santa.
A cor litúrgica desse tempo é o roxo, que significa penitência e recolhimento. Qual é o significado
desses quarenta dias? O tempo necessário para purificar-se.

O jejum - A igreja propõe o jejum como forma de sacrifício, mas também como uma maneira de
educar-se, de ir percebendo que o que o ser humano mais necessita é Deus.
Assim como todas as penitências, o jejum é visto pela Igreja como uma forma de educação no
sentido de se privar de algo e reverter em serviço de amor e em práticas de caridade. Pode ser jejum de
alimento, bebida, hábitos, festas, determinados tipos de conversa etc.

Semana Santa -As celebrações têm início no Domingo de Ramos, no qual recordamos a entrada
triunfal de Jesus, entrando na Semana Santa, para relembrar esse momento. Depois, celebra-se a Ceia do
Senhor, realizada na Quinta-feira Santa, conhecida também como o lava-pés. Jesus instituiu a Eucaristia e
o sacerdócio. Segue a celebração da Sexta-feira da Paixão, também conhecida como Sexta-feira Santa,
que celebra a morte do Senhor, às 15h00. Na sexta-feira é realizada geralmente uma procissão ou ainda a
Via Sacra. No sábado à noite, o Sábado Santo, é celebrada a Vígilia Pascal, também conhecida como a
Missa do Fogo, pois nela o Círio Pascal é aceso. Os rituais se encerram no Domingo, dia da ressurreição
de Cristo, com a Missa da Páscoa, que celebra o Cristo ressuscitado, vencedor da morte.

Tempo Pascal - O Tempo Pascal compreende cinquenta dias (em grego, “pentecostes”) vividos e
celebrados como um só: os cinquenta dias entre o domingo da ressurreição e o domingo de Pentecostes
devem ser celebrados com alegria e júbilo, como se se tratasse de um único dia festivo, como um grande
domingo. O Tempo Pascal é o tempo litúrgico mais forte, inaugurado na Vigília Pascal e celebrado
durante sete semanas até o Pentecostes. É a Páscoa (passagem) de Cristo, que passou da morte à vida, a
sua existência definitiva e gloriosa. Os judeus tinham a festa das semanas (cf. Dt 16, 9-10), festa
inicialmente agrícola e depois comemorativa da Aliança no Sinai, aos cinquenta dias da Páscoa. Os
cristãos organizaram rapidamente sete semanas para prolongar a alegria da ressurreição e para celebrar ao
final dos cinquenta dias a festa de Pentecostes: o dom do Espírito Santo.

Tríduo Pascal (Lc 22, 14-19) - Ao contrário do que muitos pensam, a maior festa cristã não é o
Natal, mas a Páscoa do Senhor. É no tríduo pascal que se celebram os mistérios de Cristo, fundamento de
toda nossa fé. A Semana Santa marca os últimos dias vividos por Cristo antes de sua paixão, morte e
ressurreição. As celebrações iniciam-se no Domingo de Ramos, em que se celebra a entrada triunfal de
Jesus em Jerusalém e também a sua paixão e morte na cruz. A Semana Santa encerra-se com a celebração
do grande tríduo pascal., que recordam momentos importantes da vida de Jesus:
Quinta-feira Santa – a última Ceia de Jesus com seus discípulos. É celebrada a instituição da
Eucaristia e do sacerdócio. Realiza-se também a cerimônia do lava-pés.
Sexta-feira Santa – é o dia da paixão e morte de Jesus e recorda o dia em que Jesus foi crucificado.
Não é celebrada missa nesse dia, mas a “Celebração da Paixão do Senhor”. Também é costume oração,
jejum e abstinência de carne.
Sábado Santo – durante o dia a Igreja permanece no silêncio e na espera, meditando junto ao
sepulcro do Senhor. À noite, os cristãos reúnem-se para celebrar a “Vigília Pascal”, que é o momento
forte do tríduo. “A noite da luz”, em que a Igreja canta a vitória de Cristo sobre as trevas da morte e do
pecado, e, exultando, anuncia a Ressurreição. Acontece a benção da água batismal e do “fogo novo”, no
qual é aceso o círio pascal, a grande vela que é sinal da luz de Cristo Ressuscitado, a qual permanece nas
igrejas até o fim do Tempo Pascal.
Domingo de Páscoa – é a festa solene da Ressurreição do Senhor, que acontece no amanhecer do
primeiro dia da semana: o domingo.
Tempo Pascal – a festa da Páscoa se estende até a festa de Pentecostes, que é celebrada 50 dias
após a Páscoa, quando Jesus Ressuscitado volta ao Pai e envia o Espírito Santo. O Tempo Pascal é cheio
de alegria e exultação. No sétimo domingo da Páscoa, celebra-se a festa da Ascenção do Senhor.

BIBLIOGRAFIA
ACIDIGITAL. “O que é a Páscoa”. Disponível em:
‹http://www.acidigital.com/pascoa/pascoa.htm›. Acesso em: 25/01/2018.
ARQUIDIOCESE DE SÃO PAULO. Disponível em: ‹http://www.verbodivino.com.br›. Acesso
em 25/01/2018.
CATEQUIZAR. “Tempo de Natal”. Disponível em:
‹http://www.catequizar.com,br/texto/matéria/celebrações/natal/29.htm›. Acesso em: 25/01/2018.
TEMPESTA. João Orani. “O significado do Tempo Comum”. Disponível em:
‹http://arqrio.org/formação/detalhes/1044/o-significado-do-tempo-comum›. Acesso em: 25/01/2018.

SUBSÍDIO 7 – EXPLICAÇÃO DO CREDO


A fé é um dom de Deus, um presente que Ele concede aos seus filhos e filhas. A fé é o ato de uma
pessoa que decide confiar em outra, em tudo e apesar de tudo. “A fé é a resposta do homem a Deus que a
ele se revela e a ele se doa, trazendo ao mesmo tempo uma luz superabundante ao homem em busca do
sentido último de sua vida.” Desde a origem, a Igreja apostólica exprimiu e transmitiu a sua própria fé em
fórmulas breves e normativas para todos. Essa síntese da fé não foi feita segundo as opiniões humanas:
mas recolheu-se de toda a Escritura o que nela há de mais importante, para apresentar na íntegra aquilo
que a fé ensina. A essa síntese da fé chamamos “profissões de fé”, porque resumem a fé professada pelos
cristãos. Chamamos de “Credo” pelo fato de elas normalmente começarem pela palavra “creio”. Nossa
primeira profissão de fé foi feita por ocasião do nosso batismo. Em nosso lugar, nossos pais e padrinhos
professaram a fé em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo (Mt 28,19). A fé é um ato pessoal pelo
qual o homem submete completamente sua inteligência e vontade a Deus, na certeza de que obedece à
verdade. O autor da Carta aos Hebreus afirma que: “A fé é o fundamento da esperança, é uma certeza a
respeito do que não se vê” (cf. Hb 11,1). Mas apesar de a fé cristã ser um ato pessoal, de forma alguma é
um ato isolado. Ninguém pode crer sozinha ou dar si próprio a fé. Recebemos a fé da Igreja, a
professamos e propagamos.
O nosso símbolo da fé está dividido em três partes: “na primeira, trata da Primeira Pessoa divina e
da obra admirável da criação; na segunda, da Segunda Pessoa divina e do mistério da Redenção dos
homens; na terceira, da Terceira Pessoa divina, fonte e princípio da nossa santificação”. E segundo uma
antiga tradição, já atestada por Santo Ambrósio, é costume enumerar doze artigos do Credo, simbolizando
o número dos doze Apóstolos, o conjunto da fé apostólica.
Os doze artigos de fé são:
Creio em Deus Pai Todo-poderoso, Criador do céu e da terra – Gênesis 1,1-5
Deus Pai é a primeira pessoa da Santíssima Trindade. Ele é o Pai Todo-poderoso, Pai de amor, Pai
bondoso que ama igualmente e infinitamente de forma singular cada um de seus filhos. Crer em Deus Pai
pressupõe rejeitar a crença em outros deuses. Professamos que existe um só Deus, Todo-poderoso e
infinito. Deus é criador porque só ele criou e pode criar todas as coisas e por ninguém foi criado.
E em Jesus Cristo, seu Único Filho, Nosso Senhor – João 1,1-18
Ele é a segunda pessoa da Santíssima Trindade, é o Verbo Encarnado. Jesus Cristo é o filho único
de Deus feito homem para redimir os pecados de toda humanidade. O nome Jesus, de origem hebraica,
significa “Deus salva’. Ele é o Salvador; sua missão é salvar a humanidade. Ao professarmos e
confessarmos Jesus Cristo é o único Filho de Deus e nosso Senhor, queremos afirmar que é verdadeiro
Deus e verdadeiro homem.
Que foi concebido pelo poder do Espírito Santo; nasceu da Virgem Maria – Lucas 1, 26-38
Confessamos que Jesus não foi gerado pela união de homem e mulher, mas sim por intervenção do
Espírito Santo agindo no seio virginal de Maria. Deus quis vir ao nosso encontro, assumindo nossa
condição humana e pecadora. “Aquele que não conheceu o pecado se fez pecado por nós” (2 Cor 5,21).
Quando o Filho de Deus se fez homem, não deixou de ser Deus, permaneceu verdadeiramente Deus e
começou a ser também verdadeiro homem. Em Jesus Cristo há duas naturezas distintas: a natureza divina
e a natureza humana. Em Jesus há uma só pessoa, que é a do Filho de Deus, segunda pessoa da
Santíssima Trindade. A Santíssima Virgem pode e deve chamar-se Mãe de Deus, porque é a Mãe de Jesus
Cristo, que é Deus.
Padeceu sob Pôncio Pilatos, foi crucificado, morto e sepultado – João 19, 17-35
Quem era Pilatos? Ele era o procurador (prefeito) romano da Judeia na época de Jesus. Governou
a Judeia de 26 a 36 d.C. Sua menção no Credo evidencia que o evento salvífico de Deus em Cristo
aconteceu em nossa história. A palavra padecer exprime todas as penas sofridas por Jesus Cristo em sua
Paixão. Ele padeceu como homem unicamente, porque como Deus não podia nem padecer nem morrer. A
cruz para os judeus era sinal de loucura e vergonha, para os gregos era sinal de estupidez, já para nós
cristãos tornou-se sinal de salvação (1Cor 1, 18-23; 1Cor 1, 17-25). Jesus realmente morreu, porém
sabemos que o corpo morto de Jesus é diferente de todos os demais. A morte não será a última coisa em
sua vida. Jesus também foi sepultado, conheceu o estado de separação entre sua alma e seu corpo, ficou
unida à sua pessoa divina; o corpo de Jesus morto não sofreu a corrupção (At 13,37) e por isso no
sepulcro estava presente o Filho de Deus, nosso Salvador e Redentor.
Desceu à mansão dos mortos; ressuscitou ao terceiro dia – João 20, 1-18
O que significa que Jesus desceu à mansão dos mortos? Significa que ele provou em primeira
pessoa o que significa a morte para este mundo e para toda a realidade material. E também significa que
ele, como Salvador, foi para lá libertar os cativos, todos os justos que morreram antes dele. Ele desceu
para que os mortos pudessem ouvir a voz do Pai, por meio dele (cf Jo 5,25). “Se Cristo não ressuscitou,
vazia é a nossa pregação, vazia é também a vossa fé” (1Cor 15,14). A ressurreição é a confirmação de
tudo o que ele fez e nos ensinou. A Igreja não tem dúvida em afirmar que a ressurreição de Jesus foi um
evento histórico. São Paulo escrevia aos Coríntios pelo ano de 56: “Eu vos transmiti [...] o que eu mesmo
recebi: Cristo morreu por nossos pecados, segundo as Escrituras”. Foi sepultado, ressuscitado ao terceiro
dia, segundo as Escrituras. Apareceu a Cefas e, depois, aos Doze” (1Cor 15, 3-4). A ressurreição de Jesus
foi a base de toda ação e pregação dos apóstolos. São João afirma: “O que vimos, ouvimos e as nossas
mãos apalparam, isto atestamos” (1Jo 1, 1-2). Vários textos bíblicos afirmam a presença de Cristo
ressuscitado no meio dos discípulos.
Subiu aos céus; está sentado à direita de Deus Pai todo-poderoso – Marcos 16,19
Ao falar que Jesus subiu aos céus, estamos nos referindo à sua Ascensão, que é a entrada da
humanidade ressuscitada e gloriosa de Jesus na glória de Deus. Quando se diz que Jesus está sentado à
direita de Deus Pai, significa que Jesus participa plenamente do poder e da glória de Deus Pai.
Donde há de vir a julgar os vivos e os mortos – Atos dos Apóstolos 10, 42-43
Cremos que Cristo, cabeça da Igreja, virá na glória para julgar com poder os vivos e mortos.
Todos serão repletos de vida ou de condenação segundo suas obras. Veremos então a plenitude de Cristo
(cf Ef 4,13).
Creio no Espírito Santo – Atos dos Apóstolos 2, 1-13 - Confessamos que o Espírito Santo é a
terceira pessoa da Santíssima Trindade e que é consubstancial ao Pai e ao Filho, isto é, que tem a mesma
essência, natureza e substância e procede de ambos, Pai e Filho. “A missão do Filho e a do Espírito Santo
são inseparáveis, porque, na Trindade indivisível, o filho e o Espírito são distintos, mas inseparáveis. O
Espírito é invisível, mas nós o conhecemos por meio de sua ação, quando nos revela o Verbo e quando
atua na Igreja” (Compêndio, 137).
Na Santa Igreja católica, na comunhão dos santos – Mateus 16, 13-19 - Os primeiros cristãos
entenderam desde o início que a Igreja era constituída de uma assembleia reunida em memória de Jesus,
Mestre e Senhor. As pessoas reunidas em nome de Jesus Cristo constituem a verdadeira Igreja de Deus. A
santidade da Igreja vem da comunhão com o Ressuscitado e da ação do Espírito em suas ações. Sendo
Santa, a Igreja passa a santificar os homens. Na comunhão dos santos significa crer na comum
participação de todos os membros da Igreja nas coisas santas: a fé, os sacramentos, os carismas e os
outros dons espirituais. Esperamos a comunhão entre as pessoas que estão unidas a Cristo morto e
ressuscitado.
Na remissão dos pecados – João 20, 22-23 - Significa crer que a ação redentora e a vitória de
Cristo sobre o pecado não são obras somente do passado. A vitória de Cristo sobre o pecado é uma ação
atual que se dá através da igreja em favor de todos os seres humanos de qualquer tempo e lugar. Para São
Paulo, o amor misericordioso de Deus nos introduz em uma vida nova: “Pelo batismo, fomos sepultados
com Cristo em sua morte, para que, assim como ele foi ressuscitado dentre os mortos pela glória do Pai,
assim também nós caminhemos numa vida nova” (Rm 6,4). Quando os pecados são perdoados, é Cristo e
o Espírito que atuam em e através da Igreja. Não há nenhuma falta que a Igreja não possa perdoar, porque
Deus pode perdoar sempre e sempre o quis fazer se o homem se converte e pede perdão (cf Catecismo, n.
982). A Igreja é instrumento de santidade e santificação.
Na ressurreição da carne – Marcos 12, 27 - “Creio na ressurreição da carne” é afirmar “creio na
ressurreição da pessoa inteira”. Nós não somos anjos, somos homens e mulheres, somos alma na carne, de
modo inseparável. O Espírito que ressuscitou Jesus dentre os mortos dará vida a nossos corpos mortais
mediante o Espírito que habita em nós (cf. Rm 8, 11): “corpo”, aqui, é a pessoa humana (corpo e alma)
cuja morte foi vencida por Cristo no Espírito. “Como é que alguns dentre vós dizem que não há
ressurreição dos mortos? Se não há ressurreição dos mortos, também Cristo não ressuscitou. Mas se
Cristo não ressuscitou, é vã a nossa pregação, e vã é também a vossa fé. [...] Mas não! Cristo ressuscitou
dos mortos, como primícias dos que morreram” (1Cor 15, 12-14; 20).
Na vida eterna. Amém – Romanos 6, 23 - O cristão acredita que não termina tudo com a morte,
que a morte não tem a última palavra. Pelo contrário, que existe a eternidade, que de Deus viemos e a ele
retornaremos. “O que Deus preparou para os que o amam é algo que os olhos jamais viram, nem os
ouvidos ouviram, nem coração algum jamais pressentiu” (1Cor 2,9). Concluir com o amém significa
nosso sim confiante e total à verdade que professamos, confiando-nos àquele que é o amém definitivo,
Cristo Senhor (Ap 3, 14).
BIBLIOGRAFIA: CATECISMO DA IGREJA CATÓLICA. São Paulo: Paulus, 2001
CARVALHO, Humberto Robson de. Leitura orante da Bíblia: elementos básicos para a leitura, meditação, oração e
contemplação da Palavra de Deus. São Paulo: Salesiana, 2010.
_________. Creio, a profissão de fé explicada aos catequistas. São Paulo: Paulus, 2017.
SUBSÍDIO 8 – CARTA A DIOGNETO

A Carta a Diogneto nos conta como viviam os primeiros cristãos. Se não há certeza sobre o seu
autor, sabe-se que o destinatário do escrito era um pagão culto interessado em saber mais sobre o
cristianismo, a nova religião que se espalhava com força e vigor pelo Império Romano e que chamava a
atenção do mundo pela coragem com que seus seguidores enfrentavam os suplícios de uma vida de
perseguição e pelo amor intenso com que amavam a Deus e uns aos outros. Trata-se para grande parte dos
estudiosos, da “joia mais preciosa da literatura cristã primitiva”.
Confira a seguir os seus parágrafos V e VI, que compõem o trecho mais célebre deste tesouro da
história cristã:
Os cristãos não se distinguem dos outros homens nem por sua terra, nem por sua língua, nem por
seus costumes. Eles não moram em cidades separadas, nem falam línguas estranhas, nem tem qualquer
modo especial de viver. Sua doutrina não foi inventada por eles, nem se deve ao talento e à especulação
de homens curiosos; eles não professam como outros, nenhum ensinamento humano. Pelo contrário:
mesmo vivendo em cidades gregas e bárbaras, conforme a sorte de cada um, e adaptando-se aos
costumes de cada lugar quanto à roupa, ao alimento e a todo o resto, eles testemunham um modo de vida
admirável e, sem dúvida, paradoxal.
Vivem na sua pátria, mas como se fossem forasteiros; participam de tudo como cristãos, e
suportam tudo como estrangeiros. Toda pá- tria estrangeira é sua pátria, e cada pátria é para eles
estrangeira. Casam-se como todos e geram filhos, mas não abandonam os recém-nascidos.
Compartilham a mesa, mas não o leito; vivem na carne, mas não vivem segundo a carne; moram na
terra, mas têm a sua cidadania no céu; obedecem às leis estabelecidas, mas, com a sua vida, superam
todas as leis; amam a todos e são perseguidos por todos; são desconhecidos e, ainda assim, condenados;
são assassinados e, desse modo, recebem a vida; são pobres, mas enriquecem a muitos; carecem de tudo,
mas têm abundância de tudo; são desprezados e, no desprezo, recebem a glória; são amaldiçoados, mas,
depois, proclamados justos; são injuriados e, no entanto, bendizem; são maltratados e, apesar disso,
prestam tributo; fazem o bem e são punidos como malfeitores; são condenados, mas se alegram como se
recebessem a vida. Os judeus os combatem como estrangeiros; os gregos os perseguem; e quem os odeia
não sabe dizer o motivo desse ódio.
Assim como a alma está no corpo, assim os cristãos estão no mundo. A alma está espalhada por
todas as partes do corpo; os cristãos, por todas as partes do mundo. A alma habita no corpo, mas não
procede do corpo; os cristãos habitam no mundo, mas não pertencem ao mundo. A alma invisível está
contida num corpo visível; os cristãos são visíveis no mundo, mas a sua religião é invisível. A carne
odeia e combate a alma, mesmo não tendo recebido dela nenhuma ofensa, porque a alma a impede de
gozar dos prazeres mundanos; embora não tenha recebido injustiça por parte dos cristãos, o mundo os
odeia, porque eles se opõem aos seus prazeres desordenados. A alma ama a came e os membros que a
odeiam; os cristãos também amam aqueles que os odeiam. A alma está contida no corpo, mas é ela que
sustenta o corpo; os cristãos estão no mundo, como numa prisão, mas são eles que sustentam o mundo.
A alma imortal habita em uma tenda mortal; os cristãos também habitam, como estrangeiros, em
moradas que se corrompem, esperando a incorruptibilidade nos céus. Maltratada no comer e no beber, a
alma se aprimora; também os cristãos, maltratados, se multiplicam mais a cada dia. Esta é a posição que
Deus lhes determinou; e a eles não é lícito rejeitá-la.

BIBLIOGRAFIA
ALETEIA. Disponível em: <https://pt.aleteia.org/2014/11/21/uma-carta-de mais-de-mil-anos-
da-testemunho-os-cristaos-sao-a-alma-do-mundo/>. Acesso em 13/02/2018

SUBSÍDIO 9 – AFETIVIDADE E SEXUALIDADE

Afetividade
A palavra afetividade é formada pela união de duas palavras: afeto e atividade. Partindo delas,
percebe-se que afeto vem de afetar, atingir. Somos afetados diariamente por inúmeros acontecimentos e
estímulos de origem endógena, como dores corporais e preocupações, e por estímulos exógenos captados
pelos nossos sentidos, belos como a natureza ou terríveis como as guerras, que são fatos que nos afetam a
partir de fora. Podemos, então, dizer que, a todo momento, estamos sendo afetados por inúmeros
acontecimentos ao nos relacionarmos com as pessoas, ao sentir o sabor dos alimentos, ao escutar notícias.
Os afetos por nós percebidos influenciam a maneira como enxergamos a vida; é a vida afetiva que dá cor,
brilho e calor a todas as vivências humanas. Sem afeto, a vida não tem cor, é vazia, sem graça.
A maioria das nossas atividades e ações é originada pelos nossos afetos, dentre os quais as emoções, os
sentimentos e o próprio ânimo. Até mesmo nosso estudo pode ser afetado por nossos afetos: assimilamos
melhor as disciplinas de que gostamos, ou aquelas com cujos professores simpatizamos. Se não nos
agrada o jeito de um cantor, qualquer música, por melhor que seja, não vai nos agradar também. Os
sentimentos ou afetos extremamente intensos são chamados paixões.
As paixões pelo bem são virtudes. As paixões pelo mal são vícios.
A afetividade é, então, o afeto em ação, em movimento, em atividade. Está sob minha responsabilidade
utilizá-la para o bem ou para o mal. Por isso, é muito importante identificar os sentimentos e aprender a
conhecer os nossos afetos, para ouvir conselhos ou agir somente quando movidos por sentimentos
confortantes: “O que o Espírito traz é: amor, alegria, paz, paciência, gentileza, bondade, com fiança,
delicadeza, controle de si” (cf. Gl 5,22-23).

Sexualidade
A sexualidade tem suas raízes na dimensão c corpórea do homem e da mulher. O corpo é o meio que a
pessoa tem que se comunicar. Não nos comunicamos apenas pelas palavras. Nossos corpos também se
manifestam por meio de gestos, expressões faciais, olhares, postura e muitos outros sinais que revelam
nossa intimidade, nossos sentimentos, mesmo quando não falamos. O corpo nos diferencia uns dos
outros. Temos características físicas, biológicas, anatómicas que são estabelecidas pela herança de nossos
antepassados ou por alguma intervenção externa, coloração dos cabelos, cirurgia, acidente, alimentação
etc.
Somos todos seres humanos. Porém, embora sejamos semelhantes em muitos aspectos, nos
reconhecemos diferentes, e entre todas as diferenças sobressai a diferença sexual. A estrutura do corpo, as
atitudes, os movimentos, o jeito de falar, sorrir, andar, pensar formam um conjunto de elementos, nossa
sexualidade, que nos identificam como homem ou mulher. “A sexualidade afeta todos os aspectos da
pessoa humana, em sua unidade de corpo e alma. Diz respeito particularmente à afetividade, à capacidade
de amar e de procriar e, de uma maneira mais geral, à aptidão para criar vínculos de comunhão com os
outros” (Catecismo, 2332).
É preciso então fazer a distinção entre sexualidade, genitalidade e afetividade. A sexualidade refere-se
à pessoa toda: corpo, mente, espírito, intelecto, e não apenas ao físico. A sexualidade é um dom que
contempla toda a pessoa. Cada pessoa, na maneira como vive a sexualidade, reflete a sua maturidade ou
imaturidade, o desenvolvimento de sua personalidade e a capacidade de assumir a própria identidade. Já a
genitalidade é um aspecto físico-biológico do corpo: são os órgãos genitais diferenciados criados por
Deus e capacitados para a integração do homem e da mulher para a procriação. A afetividade, por sua
vez, é a capacidade de estabelecer relações profundamente humanas com os outros; são nossos afetos em
ação. Assim, enquanto a sexualidade diz respeito ao nosso modo de ser e de viver, ser homem ou ser
mulher, a afetividade é o jeito de nos relacionar com o outro (amor, ternura, respeito, emoções, raiva,
ressentimentos etc.), tanto homem como mulher.
É durante o crescimento que o homem e a mulher vão formando sua sexualidade. A convivência com
pessoas do outro sexo é muito importante para a formação da personalidade e da sexualidade. A partir da
adolescência, começa a surgir o interesse sexual pelo outro.
O processo particularmente difícil da sexualidade é o da sua integração, isto é, da harmonia de todos os
elementos da identidade enquanto pessoa. A integração da sexualidade humana não é automática; exige
cuidados e é resultado do processo de amadurecimento. A sexualidade humana não é a força de um
instinto, mas livre e racional, isto é, só uma pessoa livre e inteligente assume e orienta seus impulsos
sexuais, integrando-os com todos os outros aspectos da personalidade,
A beleza e a importância do sexo são prejudicadas quando são consideradas e conduzidas de maneira
vulgar e instintiva. Se a vida sexual não está integrada vida pessoal, torna-se uma simples busca de prazer
e diversão, levando muitas vezes à frustração existencial. Os tabus sexuais e as inibições estão em
declínio, e a busca de liberdade na atividade sexual cada vez mais se faz presente. Contudo, se não for
vivida com responsabilidade, essa liberdade pode degenerar em vulgaridade e libertinagem.
O fato de existirem dois sexos é sinal da riqueza da criação. Homem e mulher enriquecem
reciprocamente. “Cabe a cada um, homem e mulher, reconhecer e aceitar sua identidade sexual. A
diferença e a complementaridade físicas, morais e espirituais estão orientadas para os bens do casamento
e para a constituição da vida familiar. A harmonia da casa e da sociedade depende, em parte, da maneira
como se vivem entre os sexos a complementariedade, a necessidade e o apoio “mútuos” (Catecismo, n.
2333).
Sexualidade e afetividade não se confundem, mas se inter-relacionam constantemente. Por isso a
integração de uma não se dá sem a integração da outra. Tanto a sexualidade quanto a afetividade
constroem a pessoa quando abrem espaço para a comunicação e a comunhão.

Podem-se distinguir quatro níveis de relações que envolvem a sexualidade:


- Nível físico: refere-se ao contato dos corpos; existe também nos amimais, como instinto;
- Nível erótico: situa-se no plano psíquico, leva à atração física, simpatia, sentimentos, com ou sem
posse sexual;
- Nível pessoal: é o amor pessoal, constitui-se na atração pelos valores espirituais do outro:
inteligência, cultura, caráter, espiritualidade. Nem sempre inclui o desejo de contato físico. Só existe entre
seres humanos;
- Nível da caridade: é próprio apenas das pessoas de fé, revela a amizade com Deus, que se encontra
nos irmãos.
Deus criou o homem e a mulher à sua imagem e semelhança, semelhança que está na capacidade de
relacionar-se como pessoa (cf. Gn 2,24). Por isso, todo tipo de relacionamento, também no aspecto
físico, deve ser de respeito, carinho e complementaridade. Sem respeito, não há relacionamento que
resista, seja pessoal ou social, seja sexual, profissional ou político. Toda sexualidade faz crescer no amor
e na construção da vida dentro do plano de Deus. Não devemos banalizá-la sem separá-la da afetividade e
da ternura. O corpo do homem e da mulher é templo do Espírito Santo (cf. 1Cor 6,19); merece respeito,
porque é obra de Deus e sinal da presença do Espírito. O corpo é um valor autêntico. Jesus valorizou o
corpo quando assumiu nascer da carne de uma mulher (cf. Gl 4,4) e se tez também carne (cf. Jo 1,14). Sua
missão entre nós foi a de acolher, defender, orientar e elevar esse corpo sagrado que carrega em si toda a
beleza da criação divina.

BIBLIOGRAFIA
CATECISMO DA IGREJA CATÓLICA. São Paulo: Paulus, 2001.
CNBB. Aos jovens, com afeto. Subsídios: Afetividade e Sexualidade, Brasília: CNBB, s/d.

SUBSÍDIO 10 – DOUTRINA SOCIAL DA IGREJA

O homem é profundamente um ser social. A razão humana pode distinguir as relações justas das
injustas. Em Jesus podemos ver como a justiça só pode ser no cumprida no amor. Nossas representações
atuais de solidariedade são inspiradas no amor cristão ao próximo.
A Doutrina Social tem dois objetivos:
- Enfatizar obrigações da ação social e justa, tal como aparecem no Evangelho.
- Protestar em nome da justiça, sempre que estruturas sociais, econômicas ou políticas contradizem a
mensagem do Evangelho.
A fé cristã tem um conceito claro da dignidade do homem e daí deduz determinados princípios,
normas e valores que permitem uma ordem social livre justa.
A Igreja se pronunciou no tema da Doutrina Social desde a Encíclica escrita pelo Papa Leão XIII em
1891, a Rerum novarum (Coisas novas).
Chama-se então Doutrina Social ao conjunto de declarações que foram feitas ao longo tempo, as
tomadas de posição da Igreja nas declarações do Papa, de um concílio, da Cúria Romana, ou nível
regional, como pronunciamentos sociais de uma conferência episcopal.
A Igreja não busca, com sua doutrina social, ditar regras de organização social, mas sim afirmar os
princípios sobre os quais tal organização deve ser construída. Desta forma, a Doutrina Social da Igreja
não pertence ao campo ideológico, político ou econômico, mas sim ao campo da teologia moral. Não se
trata de uma intromissão na área laical, mas de um auxílio e uma denúncia que devem ser feitos por uma
instituição que, perita em humanidade, tem obrigação moral de fazê-lo.
A Igreja afirma que família é a primeira sociedade humana, e que esta deve ter prioridade em relação à
sociedade e ao Estado. A família não é para a sociedade e para o Estado, mas a sociedade e o Estado é
que são para a família. Dadas essas considerações, a Doutrina Social da Igreja se desenvolve a partir de
alguns princípios.
Princípio do bem comum: segundo o Concilio Vaticano II, o bem comum é “o conjunto das
condições da vida social que permitem, tanto aos grupos como a cada um dos seus membros, atingir mais
plena e facilmente a própria perfeição” (GS, 26). O bem comum denota tanto o bem de todos os homens
como também o bem do homem todo.
Princípio da subsidiariedade: o objetivo do Estado é fornecer a cada uma das esferas da sociedade as
condições para que elas produzam os bens necessários por conta própria e só assumir as tarefas que não
podem ser por elas assumidas. Quando a unidade interior precisa de ajuda, a instância imediatamente
superior deve dá-la. O princípio da subsidiariedade busca proteger as pessoas dos abusos que as instâncias
políticas superiores poderiam provocar sob as formas de centralização, burocratização e assistencialismo.
Princípio da solidariedade: ninguém pode viver somente para si; todos sempre dependem dos outros,
e não apenas para experimentar uma ajuda prática, mas também para ter um interlocutor e poder crescer e
desenvolver plenamente a sua personalidade através do debate de ideias, de argumentos, de necessidades
e de desejos.
Princípio da dignidade pessoal: "Deus não faz distinção de pessoas" (At 10,34; cf. Rm 2,11; Gal 2,6;
Ef 6,9), pois todos os homens têm a mesma dignidade de criaturas à sua imagem e semelhança. Uma
sociedade justa pode ser realizada somente no respeito pela dignidade transcendente da pessoa humana.
Esta representa o fim último da sociedade, que a ela é ordenada.

Na origem da Doutrina Social estão envolvidos todos os membros da Igreja. segundo as suas tarefas e
carismas; seus princípios foram formulados em importantes documentos eclesiais. A Doutrina Social é
doutrina oficial da Igreja. O magistério da Igreja recorda a todos nós como é que devem ser formadas as
empresas socialmente justas e pacíficas.

BIBLIOGRAFIA
DOCAT. Como agir? São Paulo: Paulus, 2016.

SUBSÍDIO 11 – FÉ E RAZÃO

O Papa João Paulo II, na sua encíclica Fides et ratio, escreve: “A fé e a razão são como duas asas,
pelas quais o espírito humano pode voar em direção à verdade”. É uma bonita expressão que a Igreja
encontrou para indicar como a fé, aceita pela pessoa, pode ser refletida e assimilada pela inteligência
humana, que não se sente violentada pelas afirmações da fé. Ao contrário, a razão se sente à vontade para
perceber a harmonia interna das verdades da fé e a incidência coerente da fé sobre verdades que a razão
percebe por sua própria capacidade. Assim, quando refletida e assimilada pela razão, a fé se torna mais
consistente, porque amparada pela racionalidade com que se reveste à luz da coerência que a razão vai
percebendo. Isso nos faz pensar no valor da reflexão teológica, e na conveniência de difundi-la sempre
mais entre todos os cristãos, para terem uma fé adulta e esclarecida.
A fé é a virtude pela qual aceitamos tudo o que Deus nos revelou e que a Igreja nos ensina. Nós
recebemos a fé como dom e virtude já no batismo.
Durante a nossa vida, podemos aumentar a nossa fé por meio de atos de submissão da inteligência
ao que Deus revelou, e que a Igreja ensina, compreendendo que Deus, sumamente Bom e Verdade
infinita, não pode se enganar nem pode nos enganar. A fé nos dá uma certeza firmíssima da verdade
revelada. A fé não é contra a razão. Pelo contrário, ela sempre auxilia a razão a ver melhor a realidade. A
fé é como uma luz que nos ajuda a enxergar, quando a noite cai. A noite caiu sobre os olhos dos homens
quando Adão pecou. Desde então, a razão é “míope”, precisa dos “óculos” da fé para ver melhor a
realidade, porque esta é harmônica mundo sobrenatural, que a razão de si não pode alcançar. Hoje em dia,
os homens se debatem nas trevas da ignorância e da infidelidade, e caem em dois erros opostos: o
racionalismo cientificista; o irracionalismo gnóstico.
O racionalismo afirma que a razão humana é capaz de compreender tudo. Isso é um absurdo, pois
a razão é limitada, e há muitos problemas que não são possíveis de compreender.
Caindo no extremo oposto, alguns afirmam que a razão é má em si mesma; que ela engana o
homem. O que é falso. A razão é boa, pois foi dada por Deus. Mau é o racionalismo, isto é, a adoração da
razão. Sóa fé equilibra a razão humana.

BIBLIOGRAFIA
VALENTINI, Demétrio. Fé e razão. Disponível em <www.universocatolico.com.br>. Acesso em:
19/12/2017

SUBSÍDIO 12 – MISSA PARTE A PARTE


Na missa, ou Ceia do Senhor, o povo de Deus é convocado e reunido, sob a presidência do
sacerdote que atua na pessoa de Cristo, para celebrar o memorial do Senhor ou sacrifício eucarístico. A
essa assembleia local da santa Igreja se aplica eminentemente a promessa de Cristo: “Onde estiverem dois
ou três reunidos em nome, aí estou eu no meio deles” (Mt 18,20). Com efeito, na celebração da Missa, em
que se perpetua o sacrifício da cruz, Cristo está realmente presente: na própria assembleia congregada em
seu nome, na pessoa do ministro, na sua palavra e, ainda, de uma forma substancial e permanente, sob as
espécies eucarísticas.
A missa consta, por assim dizer, de duas partes: a liturgia da Palavra e a liturgia eucarística. Essas
duas partes, porém, estão entre si tão estreitamente ligadas que constituem um único ato de culto. De fato,
na missa é posta a mesa, tanto da Palavra de Deus como do Corpo de Cristo, mesa em que os fiéis
recebem instrução e alimento.
RITOS INICIAIS
Os ritos de entrada, saudação, ato penitencial, Kyrie (Senhor, tende piedade de nós), Glória e
oração da coleta têm o caráter de exórdio, introdução e preparação.
Sua finalidade é estabelecer a comunhão entre os fiéis reunidos e dispô-los para ouvir
devidamente a Palavra de Deus e celebrar dignamente a Eucaristia. Em algumas celebrações que, segundo
as normas dos livros litúrgicos, se ligam à missa, os ritos iniciais omitem-se ou realizam-se de modo
específico.
Entrada - Reunido o povo, enquanto entra o sacerdote com o diácono e os ministros, inicia-se o
cântico de entrada. A finalidade desse cântico é dar início à celebração, favorecer a união dos fiéis
reunidos e introduzi-los no mistério do tempo litúrgico ou da festa, e ao mesmo tempo acompanhar a
procissão de entrada do sacerdote e dos ministros, pode-se utilizar a antífona ou outro cântico apropriado
à ação sagrada ou ao caráter do dia ou do tempo. Se não há cântico de entrada, recitam a antífona que vem
no Missal todos os fiéis, ou alguns deles, ou somente um leitor, ou então o próprio sacerdote.
A procissão de entrada simboliza o caminho percorrido pela Igreja peregrina, rumo à Jerusalém
celeste.
Saudação do altar e da assembleia - Chegados ao presbitério, o sacerdote, o diácono e os
ministros saúdam o altar com uma inclinação profunda. Em sinal de veneração, o sacerdote e o diácono
beijam então o altar; se for oportuno, o sacerdote incensa a cruz e o altar.
Terminado o cântico de entrada, o sacerdote, de pé junto da cadeira, com toda a assembleia, faz
sobre si próprio o sinal da cruz; em seguida, pela saudação, manifesta à comunidade reunida a presença
do Senhor. Com essa saudação e a resposta do povo, manifesta-se o mistério da Igreja reunida. Depois da
saudação do povo, o sacerdote – ou o diácono, ou outro ministro leigo-pode, com palavras muito breves,
introduzir os fiéis na missa do dia. O celebrante cumpre sua missão de Cristo, Rei, Profeta e Sacerdote.
Ato penitencial - Em seguida, o sacerdote convida ao ato penitencial, o qual, após uma breve
pausa de silêncio, é feito por toda a comunidade com uma fórmula de confissão geral e termina com a
absolvição do sacerdote; essa absolvição, porém, carece da eficácia do sacramento da penitência. Ao
domingo, principalmente no Tempo Pascal, em vez do costumado ato penitencial, pode-se fazer, por
vezes, a bênção e a aspersão da água em memória do batismo.
Kyrie, eleison - Após o ato penitencial, começa-se o Kyrie Eleison, a não ser que já se tenha dito
como parte no mesmo ato penitencial. O ato penitencial é um convite para cada um olhar dentro de si
mesmo, diante do olhar de Deus, e reconhecer e confessar seus pecados; o arrependimento deve ser
sincero. É um pedido de perdão que parte do coração com um sentido de mudança de vida e reconciliação
com Deus e os irmãos.
Hino de louvor - O Glória é um antiquíssimo e venerável hino com que a Igreja, congregada no
Espírito Santo, glorifica e suplica a Deus e ao Cordeiro. Não é permitido substituir o texto desse hino por
outro. É começado pelo sacerdote ou, se for oportuno, por um cantor, ou pelo coro, e é cantado por todos,
em conjunto, ou pelo povo alternando com o coro, ou só pelo coro. Se não é cantado, é recitado por todos
em conjunto ou por dois coros alternadamente. Canta-se ou recita-se nos domingos a do Advento e da
Quaresma, bem como nas solenidades e festas, e em celebrações particulares mais solenes.

Oração coleta - Em seguida, o sacerdote convida o povo à oração, e todos, juntamente com ele se
recolhem por uns momentos em silêncio, a fim de tomar consciência de que se encontram na presença de
Deus e poder formular interiormente as suas intenções. Depois o sacerdote diz a oração chamada “coleta”,
pela qual se exprime o caráter da celebração. Segundo a tradição antiga da Igreja, a oração coleta dirige-
se habitualmente a Deus Pai, por Cristo, no Espírito Santo.
Após a oração, todos respondem “amém”, para dizer que aquela oração também é sua.

LITURGIA DA PALAVRA
Após o amém da oração, a comunidade senta-se. A liturgia da Palavra tem um conteúdo de maior
importância, pois é nessa hora que Deus nos fala solenemente. Fala a uma comunidade reunida como
Povo de Deus. Revela ao povo o mistério da redenção e da salvação e oferece-lhe o alimento espiritual.
Pela sua palavra, o próprio Cristo está presente no meio dos fiéis. O povo faz sua essa palavra divina com
o silêncio e com os cânticos, e a ela adere com a profissão de fé. Assim alimentado, eleva a Deus as suas
preces na oração universal pelas necessidades de toda a Igreja e pela salvação do mundo inteiro.
Leituras - Nas leituras põe-se aos fiéis a mesa da Palavra de Deus e abrem-se-lhes os tesouros da
Bíblia. Convém, por isso, observar uma disposição das leituras bíblicas que ilustre a unidade de ambos os
testamentos e da história da salvação; não é lícito substituir as leituras e o salmo responsorial, que contêm
a Palavra de Deus, por textos não bíblicos.
Salmo responsorial - A primeira leitura é seguida do salmo responsorial, que é parte integrante da
liturgia da Palavra e tem, por si mesmo, grande importância litúrgica e pastoral, pois favorece a meditação
da Palavra de Deus. O salmo responsorial corresponde a cada leitura e habitualmente toma-se do
Lecionário. Convém que o salmo responsorial seja cantado, pelo menos no que se refere à resposta do
povo.
Se o salmo não puder ser cantado, recita-se do modo mais indicado para favorecer a meditação da
Palavra de Deus.
Canto de aclamação ao Evangelho - Terminada segunda leitura, vem monição ao Evangelho,
que é um breve comentário convidando e motivando a assembleia a ouvir o Evangelho. O canto de
aclamação é uma espécie de aplauso para o Senhor que vem nos falar.
Evangelho - O Evangelho constitui ponto culminante da liturgia da Palavra. Deve ser-lhe
atribuída maior veneração. Assim mostra própria liturgia, distinguindo esta leitura das outras com honras
especiais, quer por parte do ministro encarregado de a anunciar e pela bênção e oração com que prepara
para o fazer, quer por parte dos fiéis, que, com suas aclamações, reconhecem e confessam que é Cristo
presente no meio deles quem lhes fala, e, por isso, escutam leitura de pé; quer ainda pelos sinais
veneração ao próprio evangeliário.
Inclinado diante do altar, diz em silêncio: “Deus Todo-poderoso, purificai o meu coração e os
meus lábios, para que eu anuncie dignamente vosso santo Evangelho”.
Em seguida, faz uma pequena procissão, do altar em direção ao ambão, simbolizando a
encarnação de Cristo, que sai do altar, de Deus, e vai até o povo e se faz Palavra. Evangelho de Nosso
Senhor Jesus Cristo, segundo São N. e, ao mesmo tempo, faz o sinal cruz sobre o livro e depois sobre
mesmo na fronte, na boca e no peito; e o mesmo fazem todos demais. O povo aclama: Glória a vós,
Senhor. A seguir, o diácono ou o sacerdote, quando usar o incenso, incensa o livro proclama o Evangelho.
Terminado o Evangelho, diz: Palavra Salvação. O povo responde com aclamação: Glória a vós, Senhor.
Seguida, beija livro, dizendo silêncio: “Por este santo Evangelho, perdoai-nos, Senhor”.
Homilia - A homilia é parte da liturgia e muito recomendada: é um elemento necessário para
alimentar vida cristã. Deve ser a explanação de algum aspecto das leituras da Sagrada Escritura ou de
algum texto do ordinário ou do próprio da missa do dia, tendo sempre conta o mistério que se celebra,
bem como as necessidades peculiares ouvintes.
Os conteúdos da homilia: explicação Palavra Deus, um mistério celebrado sobre um dos ritos da
missa. Depois homilia, observa-se oportunamente breve espaço silêncio.
Profissão da fé - O símbolo ou profissão de fé, tem como finalidade permitir que todo povo
reunido responda à Palavra de Deus anunciada nas leituras da Sagrada Escritura e exposta na homilia, e
que, proclamando a regra da fé, segundo a fórmula aprovada para o uso litúrgico, recorde e professe os
grandes mistérios da fé, antes de começar a celebração destes na Eucaristia.

Oração da comunidade (Oração dos fiéis) - Depois de ouvirmos a Palavra de Deus e de


professarmos nossa fé e confiança em Deus que nos falou, na oração universal ou oração dos fiéis, o povo
responde, de algum modo, à Palavra de Deus recebida na fé e, exercendo a função do seu sacerdócio
batismal, apresenta preces a Deus pela salvação de todos. Convém que em todas as missas com
participação do povo se faça essa oração, na qual se pede pela santa Igreja, pelos governantes, pelos que
se encontram em necessidade, por todos os homens em geral e pela salvação do mundo inteiro.
Na oração devemos nos dirigir a Deus, e não à comunidade.

LITURGIA EUCARÍSTICA
Na última Ceia, Cristo instituiu o sacrifício, o Banquete Pascal, por meio do qual todas as vezes
em que o sacerdote, representando a Cristo Senhor, faz o mesmo que o Senhor fez e mandou aos
discípulos que fizessem em sua memória, se toma continuamente presente o sacrifício da cruz. Cristo
tomou o pão e o cálice, pronunciou a ação de graças, partiu o pão e deu-o aos seus discípulos, dizendo:
“Tomai, comei, bebei: isto é o meu Corpo; este é o cálice do meu Sangue. Fazei isto em memória de
mim”. Foi a partir dessas palavras e gestos de Cristo que a Igreja ordenou toda a celebração da liturgia
eucarística. Na preparação dos dons, levam-se ao altar o pão e o vinho com água, isto é, os mesmos
elementos que Cristo tomou em suas mãos.
Procissão das oferendas - Ao iniciar a liturgia eucarística, levam-se para o altar os dons, que se
vão converter no Corpo e Sangue de Cristo. Em primeiro lugar prepara-se o altar ou mesa do Senhor, que
é o centro de toda a liturgia eucarística; nele se dispõem o corporal, o purificador (ou sanguinho), o
Missal e o cálice, salvo se este for preparado na credência. Em seguida são trazidas as oferendas. É de
louvar que o pão e o vinho sejam apresentados pelos fiéis. Recebidos pelo sacerdote ou pelo diácono em
lugar conveniente, são depois levados para o altar.
O sacerdote, junto do altar, toma a patena com o pão e, elevando-a um pouco ama do altar, diz em
silêncio: “Bendito sejais, Senhor, Deus do universo, pelo pão que recebemos da vossa bondade, fruto da
terra e do trabalho do homem, que hoje vos apresentamos e que para nós se vai tornar Pão da vida”.
Em seguida, depõe a patena com o pão sobre o corporal.
Se não houver cântico do ofertório, o sacerdote pode proferir estas palavras em voz alta. No fim o
povo pode aclamar: “Bendito seja Deus para sempre”. O diácono ou o sacerdote deita vinho e um pouco
de água no cálice, dizendo em silêncio: “Pelo mistério desta água e deste vinho sejamos participantes da
divindade daquele que assumiu a nossa humanidade”.
Em seguida, o sacerdote toma o cálice e, elevando-o um pouco acima do altar, diz em silêncio:
“Bendito sejais, Senhor, Deus do universo, pelo vinho que rebemos da vossa bondade, fruto da videira e
do trabalho do homem, que hoje apresentamos e que para nós se vai tornar Vinho da salvação”. Em
seguida, depõe o cálice sobre o corporal. Se não houver cântico do ofertório, o sacerdote pode proferir
estas palavras em voz alta. No fim, o povo pode aclamar: “Bendito se Deus para sempre”.
A seguir, o sacerdote inclina-se e diz em silêncio: “De coração humilhado e contrito sejamos
recebidos por vós, Senhor. Assim o nosso sacrifício seja agradável a vossos olhos”.
Depois, eventualmente, incensa as oblatas e o altar. A seguir, o diácono ou ministro incensa o
sacerdote e o povo.
Em seguida, o sacerdote, estando ao lado do altar, lava as mãos, dizendo e silêncio: “Lavai-me,
Senhor, da minha iniquidade e purificai-me do meu pecado”. Depois, estando ao meio do altar e, voltado
para o povo, abrindo e juntando mãos, diz: “Orai, irmãos, para que o meu e o vosso sacrifício sejam
aceitos por Deus Pai Todo-poderoso”. O povo responde: “Receba o Senhor por tuas mãos este sacrifício,
para glória do seu nome, para nosso bem e de toda a santa Igreja”.
Oração eucarística - É neste momento que se inicia o ponto central e culminante de toda a
celebração, a oração eucarística, que é uma oração de ação de graças e de consagração. O sacerdote
convida o povo a elevar os corações para o Senhor, na oração e ação de graças, e associa-o a si na oração
que ele, em nome de toda a comunidade, dirige a Deus Pai por Jesus Cristo no Espírito Santo. O sentido
desta oração que toda a assembleia dos fiéis se uma a Cristo na proclamação das maravilhas Deus e na
oblação do sacrifício. A oração eucarística exige que todos a escute com reverência e em silêncio.
Como elementos principais da oração eucarística, podem-se enumerar os seguintes: a) ação de
graças (expressa de modo particular no prefácio): em nome todo o povo santo, o sacerdote glorifica a
Deus Pai e dá-lhe graças por toda a obra da salvação ou por algum dos seus aspectos particulares,
conforme a diversidade do dia, da festividade ou do tempo litúrgico; b) aclamação: toda a assembleia, e
união com os coros celestes, canta o Sanctus (Santo). Esta aclamação, que faz parte da oração eucarística,
é proferida por todo o povo juntamente com o sacerdote; c0 epiclese: consta de invocações especiais pelas
quais a Igreja implora o poder do Espírito Santo, para que os dons oferecidos pelos homens sejam
consagrados, isto é, se convertam no Corpo e Sangue de Cristo; e para que a hóstia imaculada, que ser
recebida na comunhão, opere a salvação daqueles que dela vão participar; d) narração da instituição e
consagração: mediante as palavras e gestos de Cristo, realiza-se o sacrifício o que o próprio Cristo
instituiu na última Ceia, quando ofereceu o seu Corpo e Sangue sob as espécies do pão e do vinho e os
deu a comer e beber aos Apóstolos, ao mesmo tempo que lhes confiou o mandato de perpetuar esse
mistério; e) anamnese: em obediência a esse mandato, recebido de Cristo Senhor através dos Apóstolos, a
Igreja celebra a memória do mesmo Cristo, recordando de modo particular a sua bem-aventurada paixão,
gloriosa ressurreição e ascensão aos Céus; f) oblação: nesse memorial, a Igreja, de modo especial aquela e
nesse momento que nesse lugar está reunida, oferece a Deus Pai, no Espirito Santo, a hóstia imaculada. A
Igreja deseja que os fiéis não somente ofereçam a hóstia imaculada, mas aprendam a oferecer-se também
a si mesmos e, por Cristo mediador, se esforcem por realizar de dia para dia a unidade perfeita com Deus
e entre si, até que finalmente Deus seja tudo em todos; g) intercessões: por elas se exprime que a
Eucaristia é celebrada em comunhão com toda a Igreja, tanto do Céu como da terra, e que a oblação é
feita em proveito dela e de todos os seus membros, vivos e defuntos, chamados todos a tomar parte na
redenção e salvação adquirida pelo Corpo e Sangue de Cristo; h) doxologia final: exprime a glorificação
de Deus e é ratificada e concluída pela aclamação de amém do povo.
RITO DA COMUNHÃO
A celebração eucarística é um banquete pascal. Convém, por isso, que os fiéis, devidamente
preparados, nela recebam, segundo o mandato do Senhor, o Corpo e Sangue como alimento espiritual. É
essa a finalidade da fração e dos outros ritos preparatórios, que dispõem os fiéis, de forma mais imediata,
para a comunhão.
Oração do Pai-nosso - O Pai-nosso é rezado por todos os fiéis. Em pé, os fiéis elevam as mãos,
em gesto sacerdotal, em forma orante, imitando Cristo crucificado. O sacerdote reza a oração de
libertação: “Livrai-nos de todos os males, ó Pai, e dai-nos hoje a vossa paz. Ajudados pela vossa
misericórdia, sejamos sempre livres do pecado e protegidos de todos os perigos, enquanto, vivendo a
esperança, aguardamos a vinda de Cristo Salvador”.
Rito da paz - Segue-se o rito da paz, no qual a Igreja implora a paz e a unidade para si própria e
para toda a família humana, e os fiéis exprimem uns aos outros a comunhão eclesial e a caridade mútua,
antes de comungarem no sacramento. O sacerdote reza em silêncio: "Essa união do Corpo e do Sangue de
Jesus, o Cristo e Senhor nosso, que vamos receber, nos sirva para a vida eterna".
O cordeiro de Deus - O sacerdote e a assembleia se preparam em silêncio para a comunhão.
Nesse momento, o padre mergulha um pedaço do pão no vinho, representando a união de Cristo presente
por inteiro nas duas espécies. A seguir todos reconhecem sua pequenez diante de Cristo, exclamando:
"Senhor, eu não sou digno de que entreis em minha morada, mas dizei uma só palavra e serei salvo".
Cristo não nos dá apenas sua palavra, mas dá-se por amor a cada um de nós.
O sacerdote, antes de comungar, reza em silêncio: "Senhor Jesus Cristo, o vosso Corpo e o vosso
Sangue, que vou receber, não se tornem causa de juízo e condenação, mas, por vossa bondade, sejam
sustento e remédio para a minha vida".
Comunhão - Fazer uma adoração, reverência, antes de comungar. Terminada a comunhão, segue
com a oração pós-comunhão, que termina com uma oração dirigida ao Pai.

RITOS FINAIS - A missa terminou. A missa é missionária, sair para levar Cristo ao mundo. A
missa se transforma em missão, indo na paz de Cristo.
A missa não se inventa - ela se transmite.
SUBSÍDIO 13 – POSSO SER CATÓLICO E ESPÍRITA?

No Catecismo da Igreja Católica, é ensinado que:

CIC 2117. “Todas as práticas de magia ou de feitiçaria, pelas quais se pretende domesticar os
poderes ocultos para pô-los a seu serviço e obter um poder sobrenatural sobre o próximo – ainda que seja
para lhe obter a saúde –, são gravemente contrárias à virtude da religião. Tais práticas são ainda mais
condenáveis quando acompanhadas da intenção de fazer mal a outrem ou quando recorrem à intervenção
dos demônios. O uso de amuletos também é repreensível. O espiritismo implica muitas vezes práticas
divinatórias ou mágicas, por isso a Igreja adverte os fiéis para que se acautelem dele. O recurso às
medicinas ditas tradicionais não legitima nem a invocação dos poderes malignos nem a exploração da
credulidade alheia.”
Cada religião possui seus dogmas, seus artigos de fé. Se duas religiões possuíssem os mesmos
pensamentos e dogmas, não seriam duas, mas apenas uma. Por isso, uma pessoa não pode participar de
duas religiões, pois não cumprirá honestamente nem uma nem outra. De forma prática, um espírita não
pode ser considerado cristão, pois não crê nas verdades básicas do cristianismo. Basta observar
rapidamente os princípios que o regem para perceber a enorme diferença entre ambos.

1. O católico admite a possibilidade do mistério e aceita verdades sempre que tem certeza de que
foram reveladas por Deus. O espírita proclama que não há mistérios e tudo que a mente humana não pode
compreender é falso e deve ser rejeitado.
2. O católico instruído crê que Deus pode e faz milagres. O espírita rejeita a possibilidade de
milagres e ensina que Deus também deve obedecer às leis da natureza.
3. O católico crê que a Bíblia foi inspirada por Deus e, portanto, não pode conter erros em questão
de fé e moral. O espírita declara que a Bíblia está cheia de erros e contradições e que esta nunca foi
inspirada por Deus.
4. O católico crê que Jesus enviou o Espírito Santo aos apóstolos e seus sucessores para que
pudessem transmitir fielmente a sua doutrina. O espírita declara que os apóstolos e seus sucessores não
entenderam os ensinamentos de Cristo e que tudo que transmitiram está errado ou foi falsificado.
5. O católico crê que o Papa, sucessor de São Pedro, é infalível em questões de fé e moral. O
espírita declara que os papas só espalharam o erro e a incredulidade
6. O católico crê que Jesus instituiu a Igreja para continuar a sua obra. O espírita declara que até a
vinda de Allan Kardec, a obra de Cristo estava inutilizada e perdida. O católico crê que Jesus ensinou
toda a Revelação e que não há mais nada para ser revelado. O espírita proclama que o espiritismo é a
terceira revelação, destinada a retificar e até mesmo substituir o Evangelho de Cristo.
7. O católico crê no mistério da Santíssima Trindade. O espírita nega esse augusto mistério.
8. O católico crê que Deus é o Criador de tudo, ser pessoal, distinto do mundo. O espírita afirma
que os homens são partículas de Deus (verdadeiro panteísmo). O católico crê que Deus criou a alma
humana no momento de sua união com o corpo. O espírita afirma que nossa alma é resultado de lenta e
longa evolução, tendo passado pelo reino mineral, vegetal e animal.
9. O católico crê que o homem é uma composição substancial entre corpo e alma. O espírita
afirma que é composto entre perispírito e alma, e que o corpo é apenas um invólucro temporário, um
“alambique para purificar o espírito”. O católico obedece a Deus, que, sob severas penas, proibiu a
evocação dos mortos. O espírita faz dessa evocação uma nova religião.
10. O católico crê na existência de anjos e demônios. O espírita afirma que não há anjos, mas
espíritos evoluídos que eram homens, e que não há demônios, mas apenas espíritos imperfeitos que
alcançarão a perfeição.
11. O católico crê que Jesus é verdadeiramente o Filho Unigênito de Deus, Segunda Pessoa da
Santíssima Trindade. O espírita nega essa verdade fundamental da fé cristã e afirma que Cristo era apenas
um grande médium e nada mais.
12. O católico crê também que Jesus é homem verdadeiro, com corpo real e alma humana. Grande
parte dos espíritas afirma que Cristo tinha apenas um corpo aparente ou fluídico. O católico cré que Maria
é a Mãe de Deus, Imaculada e assumpta ao céu. O espírita nega todos os privilégios de Maria.
13. O católico cré que Jesus veio para nos salvar, por sua Paixão e Morte. O espírita afirma que
Jesus não é nosso Redentor, mas apenas veio para ensinar algumas verdades e de modo obscuro, e que
cada pessoa precisa remir a si mesma.
14. O católico crê que Deus pode perdoar o pecador arrependido. O espírita afirma que Deus não
pode perdoar os pecados sem que se proceda rigorosa expiação e reparação feita pelo próprio pecador,
sempre em novas reencarnações.
15. O católico crê nos sete sacramentos e na graça própria de cada sacramento. O espírita não
aceita nenhum sacramento, nem mesmo o poder da graça sanficante.
16. O católico crê que o homem vive uma só vez sobre a Terra e que dessa única existência
depende a vida eterna. O espírita afirma que a gente nasce, vive, morre e renasce, e progride
continuamente (reencarnação).
17. O católico crê que, após esta vida, existe o céu e o inferno. O espírita nega, pois crê em novas
reencarnações.

Disponível em: http://cleofas.com.br/por-que-o-catolico-nao-pode-ser-espirita. Acesso em 08/06/2018.

SUBSÍDIO 14 – POSSO SER CATÓLICO E MAÇOM?


A disciplina da Igreja sempre foi bastante clara ao proibir a participação do católico na maçonaria.
Apesar disso, o tema sempre volta à tona. Diante disso, no dia 26 de novembro de 1983, a Congregação
para a Doutrina da Fé expediu o documento intitulado “Declaração sobre a maçonaria”, esclarecendo a
manutenção do posicionamento da Igreja:
Foi perguntado se mudou o parecer da Igreja a respeito da maçonaria pelo fato de que, no novo Código de
Direito Canônico, ela não vem expressamente mencionada, como no código anterior. Esta Sagrada
Congregação quer responder que tal circunstância é devida a um critério redacional seguido também
quanto às outras associações igualmente não mencionadas, uma vez que estão compreendidas em
categorias mais amplas. Permanece, portanto, imutável o parecer negativo da Igreja a respeito das
associações maçônicas, pois os seus princípios foram sempre considerados inconciliáveis com a doutrina
da Igreja, e por isso permanece proibida a inscrição nelas. Os fiéis que pertencem às associações
maçônicas estão em estado de pecado grave e não podem aproximar-se da sagrada comunhão.
O sumo pontífice João Paulo II, durante a audiência concedida ao subscrito cardeal prefeito, aprovou a
presente declaração, decidida na reunião ordinária desta Sagrada Congregação, e ordenou a sua
publicação.
Menos de um ano depois, a mesma congregação publicou no L’Osservatore Romano outra declaração
acerca da inconciliabilidade entre a fé cristã e a maçonaria. Conforme segue:
Desde que a Igreja começou a pronunciar-se a respeito da maçonaria, seu juízo negativo foi
inspirado por multíplices razões práticas e doutrinais, Ela não julgou a maçonaria responsável apenas de
atividades subversivas a seu respeito, mas desde os primeiros documentos pontifícios sobre o assunto e
em particular na Encíclica Humanum genus de Leão XIII (20/04/1884), o magistério da Igreja denunciou
na maçonaria ideias filosóficas e concepções morais opostas à doutrina católica. Para Leão XIII, elas
reportavam-se essencialmente a um naturalismo racionalista, inspirador dos seus planos e das suas
atividades contra a Igreja. Na sua carta ao povo italiano Custodi (08/12/1892), ele escrevia: “Recordemo-
nos de que o cristianismo e a maçonaria são essencialmente inconciliáveis, de modo que inscrever-se em
um significa separar-se do outro”. [...] Agora o estudo mais aprofundado levou a Sagrada Congregação da
Fé a manter-se na convicção da inconciliabilidade de fundo entre os princípios da maçonaria e os da fé
cristã. Prescindindo, portanto, da consideração da atitude das diversas lojas, de hostilidade ou não para
com a Igreja, a Sagrada Congregação Fé, com a sua declaração de 26/11/83, pretendeu colocar -se no
nível mais profundo e por outro lado essencial do problema: isto é, sobre o plano da inconciliabilidade
dos princípios, o que significa no plano da fé e das suas exigências morais.
A maçonaria constituiria um elemento de coesão para todos aqueles que creem no arquiteto do
universo e se sentem comprometidos em relação àquelas orientações morais fundamentais que estão
definidas, por exemplo, no Decálogo; ela não afastaria ninguém da própria religião, mas, pelo contrário,
constituiria um incentivo a aderir ainda mais a ela.
[...] Antes de tudo deve-se recordar que a comunidade dos “pedreiros-livres e as suas obrigações
morais se apresentam como um sistema progressivo de símbolos de caráter extremamente absorvente. A
rígida disciplina do arcano que nela predomina reforça ulteriormente o peso da interação de sinais e de
ideias. Esse clima de segredo comporta, além de tudo, para os inscritos, o risco de se tornarem
instrumentos de estratégias que lhes são desconhecidas. Embora se afirme que o relativismo não é
assumido como dogma, todavia, propõe-se de fato uma concepção simbólica relativista, e portanto o valor
“relativizante” de uma tal comunidade moral-ritual, longe de poder ser eliminado, resulta, pelo contrário,
determinante.
Nesse contexto, as diversas comunidades religiosas a que pertence cada um dos membros das lojas
não ser considerados senão como simples institucionalizações de uma verdade mais ampla e
incompreensível. O valor dessas instituições parece, portanto, inevitavelmente relativo, em relação a esta
verdade mais ampla que se manifesta antes na comunidade da boa vontade, isto é, na fraternidade
maçônica.
Para um cristão católico, todavia, não é possível viver a sua relação com Deus numa dúplice
modalidade, isto é, dividindo-a numa forma humanitária, superconfessional, e numa forma interior, cristã.
Não pode cultivar relações de duas espécies com Deus nem exprimir a sua relação com o Criador através
de formas simbólicas de duas espécies. Isso seria algo completamente diverso daquela colaboração, que
para ele é óbvia, com todos aqueles que estão empenhados na prática do bem, embora a partir de
princípios diversos. Por outro lado, um cristão católico não pode participar ao mesmo tempo na plena
comunhão da fraternidade cristã e, por outro lado, olhar para o seu irmão cristão, a partir da perspectiva
maçônica, como para um “profano”.
Mesmo quando, como já se disse, não houvesse uma obrigação explícita de professar o relativismo
como doutrina, todavia a força “relativizante” de tal fraternidade, por sua mesma lógica intrínseca, tem
em si a capacidade de transformar a estrutura do ato de fé de modo tão radical que não é aceitável por
parte de um cristão, “ao qual é cara a sua fé” (Leão XIII). Essa subversão na estrutura fundamental do ato
de fé realiza-se, além disso, geralmente, de modo suave e sem ser advertida: a sólida adesão à verdade de
Deus, revelada na Igreja, torna-se simples pertença de uma instituição, considerada como uma forma
expressiva particular ao lado de outras formas expressivas, mais ou menos igualmente possíveis e válidas,
do orientar-se do homem para o eterno.
A tentação de ir nessa direção é hoje ainda mais forte, enquanto corresponde plenamente a certas
convicções prevalecentes na mentalidade contemporânea. A opinião de que a verdade não pode ser
conhecida é característica típica da nossa época e, ao mesmo tempo, elemento essencial da sua crise geral.
Após o Concílio Vaticano II, alguns teólogos, com a devida autorização da Sagrada Congregação
para Doutrina da Fé, foram designados para estabelecer um diálogo com representantes da maçonaria. A
partir dessa abertura, criou-se erroneamente a impressão de que estava liberada a participação dos
católicos nessas lojas. Assim, no ano de 1981, a Congregação para a Doutrina da Fé publicou declaração
sobre a participação de católicos em associações maçônicas, cujo texto diz:
Em data de 19 de Julho de 1974, esta Congregação escrevia a algumas conferências episcopais uma
carta reservada sobre a interpretação do cân. 2335 do Código de Direito Canônico, que veta aos católicos,
sob pena de excomunhão, inscreverem-se nas associações maçônicas e outras semelhantes. Dado que a
citada carta, tornada de domínio público, deu margem a interpretações errôneas e tendenciosas, esta
Congregação, sem querer prejudicar as eventuais disposições do novo código, confirma e precisa quanto
segue:
1.Não foi modificada de algum modo a atual disciplina canônica, que permanece em todo o seu
vigor;
2.Não foi, portanto, ab-rogada a excomunhão nem as outras penas previstas;
3.O que na citada carta se refere à interpretação a ser dada ao cânone em questão deve ser
entendido, como intencionava a Congregação, só como um apelo aos princípios gerais da interpretação
das leis penais para a solução dos casos de cada pessoa, que podem ser submetidos ao juízo dos
ordinários. Não era, pelo contrário, intenção da Congregação confiar às conferências episcopais o
pronunciar-se publicamente com juízo de caráter geral sobre a natureza das associações maçônicas que
implique derrogação das mencionadas normas. Quanto aos princípios maçônicos, estes são clara e
irremediavelmente incompatíveis com a doutrina crista. A Igreja sempre viu na maçonaria um forte
naturalismo racionalista, ou seja, não há intervenção do divino na história, não há sobrenatural, e a
religião é apenas um esforço do ser humano que busca os vestígios de Deus nas realidades inteligíveis, de
tal forma que, através desse racionalismo, se possa conhecer o grande arquiteto do universo. As
instituições religiosas seriam todas boas, posto que criações humanas. Esse pensamento é totalmente
contrário à fé católica. A maçonaria professa claramente o relativismo, o qual não se coaduna em absoluto
com o ensinamento dos Santos Padres.
A alegação de que a maçonaria é uma organização que reúne os homens de boa vontade e que seus
membros são livres para crer não procede, uma vez que ela possui um sistema progressivo de símbolos
extremamente absorventes. Existe uma série de princípios que são assimilados progressivamente pelo
simbolismo maçônico e ainda o arcano, ou seja, o segredo maçônico. A existência de um segredo
significa que existem pessoas que conhecem algo que não é compartilhado com os demais membros e, na
medida em que se cumprem certas práticas e se fazem certos juramentos de fidelidade, vai-se avançando
no conhecimento. Quando se alcança o grau máximo, conhece-se o segredo completo, contudo até lá a
pessoa já está completa e irremediavelmente envolvida.
Por tudo que foi exposto, não resta qualquer dúvida de que o católico não pode, em absoluto,
pertencer à maçonaria. Ambos são incompatíveis. Como reflexão, resta a frase da declaração de 1983:
“Só Jesus Cristo é, de fato, o Mestre da Verdade, e só nele os cristãos podem encontrar a luz e a força
para viver segundo o desígnio de Deus, trabalhando para o verdadeiro bem dos seus irmãos”.

Disponível em: <https://padrepauloricardo.org/episodios/um-catolico-pode-ser-macom>

SUBSÍDIO 15 – UM CATÓLICO PODE PRATICAR IOGA?

Muitos perguntam em nossos dias: será lícito a um católico praticar ioga? Não seria isso uma
concessão ao paganismo?
A palavra “yoga” tem origem hindu e exprime a ideia de ligar, unir. Em português, deu jugo,
conjugar, juntar. Em linguagem hinduísta, significa a união do homem aparente, tal como o conhecemos,
com a realidade profunda que se acha latente dentro de cada indivíduo.
A ioga nasceu na Índia, num contexto panteísta. O panteísmo é a teoria que ensina que tudo (pan,
em grego) é Deus (théos, em grego). O panteísmo afirma que dentro do ser humano existe uma centelha
da divindade, encarcerada no corpo humano e tendente a se libertar da matéria. Para conseguir a
libertação do corpo, o homem deve, segundo a filosofia hinduísta, praticar um conjunto de exercícios
físicos e respiratórios; deve também observar um regime alimentar que lhe proporcione o domínio sobre a
matéria e a possibilidade de se desprender do corpo ou desencarnar definitivamente. Enquanto a centelha
da divindade (ou o espírito humano) conserva algum apego ao corpo, deve-se encarar e reencarnar para
exercer seu autodomínio, pagar suas faltas passadas e assim preparar sua desencarnação definitiva.
Ora, o conjunto de exercícios físicos e respiratórios que o hindu pratica para conseguir dominar o
corpo chama-se ioga, que constitui uma técnica. Essa técnica compreende posturas do corpo, ditas
asanas, que estimulam o metabolismo, ativam a circulação do sangue, favorecem o funcionamento das
glândulas e acalmam os nervos. Proporcionam, assim, paz de espirito e bem-estar físico, que facilitam a
concentração. A ioga também recomenda o controle da respiração, pois esta tem importância em nossos
fenômenos vitais; ela influencia o funcionamento dos nossos órgãos e é por eles influenciada.
Meditação: mente vazia e identificação com a divindade.
Notemos ainda que o iogue – aquele que pratica ioga – hindu tem em vista, mediante os exercícios
corpóreos, realizar a sua meditação.
Meditação, para o hinduísta, não é o mesmo que para nós, cristãos; não significa reflexão,
aprofundamento de um tema que leve à oração, Meditação, para o hinduísta, é o esvaziamento da mente;
é fazer da mente uma folha branca ou uma tábua rasa. Assim, pensa o iogue se libertar do reboliço do
mundo sensível e entrar em repouso, identificando-se mais e mais com a divindade.
Para esvaziar a mente das coisas sensíveis e concentrá-la na centelha divina que está dentro do
homem, o iogue hinduísta recorre, entre outras coisas, ao método japa, a repetição contínua de uma prece,
de um nome santo ou de um versículo tirado dos livros sagrados da Índia. Assim: “eu sou Brahman”, “eu
sou a consciência mesma”, “eu sou isso”, “eu sou aquilo”... Essas palavras devem entrar pelos ouvidos do
orante e atingir seu subconsciente; aí, dizem, as palavras fazem surgir a divindade ou provocam uma
espécie de obsessão que elimina da mente toda ideia profana.
São muitas as possíveis combinações de exercícios físicos ensinados pela ioga, O uso desses
métodos é condicionado pelo tipo ou pela índole pessoal do aprendiz: em alguns predomina a atividade
intelectual consciente, em outros a necessidade do trabalho e da dedicação, em outros ainda o desejo de
ascese e disciplina. De acordo com essas diversas categorias de temperamento, distinguem-se correntes de
ioga diversas: a ioga do conhecimento, a da dedicação, a da ação, a ioga régia, a hata-ioga etc.
A filosofia e a técnica da ioga: aspectos distintos
Perguntamos agora: é lícito a um católico praticar ioga? Em resposta, façamos uma distinção entre
a filosofia da ioga e as técnicas respectivas.
Como podemos ver, a filosofia da ioga não é crista, pois professa o panteísmo e a reencarnação,
duas concepções que não se coadunam nem com a mensagem do Evangelho nem com a sã razão.
Com efeito, dizer que Deus é tudo o que vemos, ou dizer que tudo é Deus, é uma aberração. Pois o
que vemos é temporal, mutável, relativo, ao passo que, por definição, Deus é eterno, imutável, absoluto.
Ora, não há continuidade entre o temporal e o Eterno, entre o relativo e o Absoluto. Ademais, Deus não
tem parcelas nem centelhas, porque não tem quantidade nem extensão.
Também teoria da reencarnação carece de fundamento lógico. Ninguém pode dizer que pecados
cometeu numa encarnação anterior, muito menos que deve expiá-los na vida presente. Se fosse assim,
estaríamos pagando por faltas que ignoramos, o que não é pedagógico.
Além do mais, para o cristão, o mundo não é mau, não é ilusão, nem o corpo é cárcere. Deus é o
Criador de tudo o que existe; ele fez todas as coisas boas. O pecado é que trouxe a desordem a este
mundo. Por conseguinte, não é possível a um cristão abraçar a filosofia hinduísta, dentro da qual teve
origem a ioga.
Acontece, porém, que a ioga ensina exercícios corporais e regras de saúde que a ser assumidos
independentemente da respectiva filosofia. Não há dúvida: as energias do nosso organismo podem ser
aproveitadas de maneira mais racional, podem beneficiando o nosso metabolismo. Ora, os orientais têm
explorado muito esse tipo de medicina natural, utilizando os recursos do próprio corpo para restaurar ou
fortalecer a saúde do organismo. Tal é o caso da ioga e da acupuntura.
Por isso, pode-se dizer que é lícito a um cristão recorrer às práticas da joga e da acupuntura,
contanto que guarde o seu modo de pensar genuinamente cristão. Os exercícios corporais são algo neutro
do ponto de vista religioso; assim, podem ser utilizados numa perspectiva autenticamente cristã. Existe
mesmo um livro de um autor católico chamado Yves Monchanin, que se diz “o iogue de Cristo”, que
narra os bons resultados corpóreos obtidos mediante a ioga na obra La Voie du Silence (A via do
silêncio), de 1956.
É preciso, porém, observar que muitos dos mestres de ioga que no Brasil dão aulas de exercícios
ensinam a filosofia panteísta e as concepções não cristas que alimentam a ioga em seu berço hinduísta.
Assim, insensivelmente, vão passando para os seus discípulos as noções e teorias originárias do
panteísmo ou a ideia de que o nosso verdadeiro eu é divino, e temos que o descobrir mediante as posturas
do corpo, o silêncio, a repetição de certos vocábulos ou mantras... Muitos católicos despreparados vão
absorvendo essas concepções, sem se dar conta de que não se compatibilizam com a fé católica.
Daí a importância da distinção entre os exercícios ou a técnica da ioga (coisa neutra, do ponto de
vista religioso) e a filosofia dos mestres hinduístas (de índole panteísta, não cristã). Quem assim distingue
pode praticar a ioga, sabendo que se trata de uma terapia, um tratamento de saúde, e não uma mística ou
um método
de meditação.
O cristianismo tem seus próprios métodos de meditação, ensinados por Santo Inácio de Loyola,
Santa Teresa de Ávila, Santo Afonso Maria de Ligório... São os frutos de uma venerável tradição que
formou uma multidão de santos e santas, heróis e heroínas.

BETTENCOURT, Estevão. Pergunte e Responderemos, n. 459, ano 2000, p. 37.

SUBSÍDIO 16 – EXAME DE CONSCIÊNCIA

O sacramento da reconciliação é a oportunidade de pedir perdão a Deus e de receber a sua


misericórdia. Antes de se confessar, reserve uns momentos de silêncio para refletir no que você fez de
errado, no que pode ter prejudicado outras pessoas, e no que você pode fazer para se tornar um cristão
melhor. Uma confissão sincera permite a renovação da alma e a sua abertura à graça de Deus. O primeiro
passo para uma boa confissão é o arrependimento, não querer mais pecar. As questões a seguir podem
ajudar a refletir sobre as ações pelas quais você deve pedir perdão.

Pecados contra os mandamentos da lei de Deus

Contra o primeiro mandamento


Creio fielmente em tudo que Deus revelou ou duvidei voluntariamente de alguma doutrina da
Igreja Católica Apostólica Romana? Li, assinei, publiquei, propaguei, emprestei livros, folhetos, revistas
ou jornais hostis a Deus e à santa religião? Dei ouvidos a conversas ou discursos ímpios ou heréticos?
Abandonei a única Igreja verdadeira, que é a católica, para abraçar seita falsa? Tenho confiança em Deus
e na divina graça? Consultei espíritas ou cartomantes? Videntes? Desesperei ou fui presunçoso de esperar
a salvação sem deixar o pecado? Cometi pecados no intuito de confessá-los mais tarde? Amei a Deus e
cumpri a sua vontade? Deixei de rezar por muito tempo? Falei mal de Deus, contra a sua Santa Mãe,
Maria Santíssima, contra os santos, contra a Igreja e seus ministros? Rezei sem devoção, com distrações
voluntárias?

Contra o segundo mandamento


Profanei o Santíssimo Sacramento, pessoas, lugares, coisas consagradas a Deus? Blasfemei contra
Deus? Jurei o seu santo nome sem necessidade? Jurei voto? Pronunciei levianamente o nome de Deus ou
falso? Deixei de cumprir uma promessa?

Contra o terceiro mandamento


Deixei de ouvir a missa inteira aos domingos e festas de guarda por própria culpa? Profanei a
Igreja por conversas, olhares indiscretos, namoros, por traje indecente? Sem Trabalhei ou mandei
trabalhar nos domingos ou dias de guarda, ficando sem possibilidade de ir à missa?

Contra o quarto mandamento


Para os filhos: desrespeitei os pais, falando-lhes asperamente ou respondendo-lhes mal?
Murmurei contra eles? Desobedeci? Obedeci de má vontade? Descuidei dos pais na velhice, na pobreza
ou na doença (sustento, últimos sacramentos, levar os pais para recebê-los ou chamar um padre para
ministrá-los remédios). Desejei-lhes mal? Deixei de rezar por eles?
Para os pais: protelei por descuido os sacramentos para os meus filhos? Descuidei-me da
educação física e intelectual, principalmente da educação religiosa dos meus filhos? Não os motivei à
participação da missa aos domingos e festas de guarda? Dei-lhes mau exemplo? Deixei de corrigi-los?
Castiguei-os não com caridade, mas com ira?

Contra o quinto mandamento


Odiei o próximo? Desejei-lhe mal? Procurei vingar-me? Não tive caridade com os pobres, doentes
e necessitados? Prejudiquei minha saúde por excesso de comida e bebida, sobretudo bebidas alcoólicas?
Usei drogas? Atentei contra a própria vida ou contra a vida do próximo, ou alimentei esses pensamentos?
Abortei, incentivei o aborto? Tive esses pensamentos? Usei, entreguei, recomendei a “pílula do dia
seguinte”? Seduzi pessoa ao pecado ou dei escândalo? Roguei pragas? Maltratei animais?

Contra o sexto e o nono mandamentos


Consenti em pensamentos desonestos e em maus desejos? Olhei indiscreta e maliciosamente para
coisas indecentes? Tive conversas imorais? Li e olhei livros e revistas, estampas e fotografias obscenas e
imorais? Pratiquei atos indecentes comigo mesmo (masturbação), com outra pessoa, do mesmo sexo ou
de outro sexo, com animais? Cometi algum pecado impuro contra a natureza (homossexualidade ou
lesbianismo etc.)? Faltei com o pudor e modéstia em meus trajes? Vivo em concubinato? Cometi aborto?
Aconselhei e ajudei alguém a abortar?
Para os casados: procurei satisfação carnal fora do matrimônio (adultério ou pecado solitário –
masturbação)? Abusei do matrimônio evitando ter filhos por métodos artificiais? Aconselhei meios para
esse fim?

Contra o sétimo e o décimo mandamentos


Roubei, furtei, aceitei objetos furtados, guardei-os? Tive vontade de roubar ou furtar? Não restituí
ao dono um objeto achado ou emprestado? Deixei de pagar as dívidas sem motivo de força maior
(desemprego, calamidade, necessidade maior para o sustento da vida)? Fiz dívidas que sabia que não
poderia pagar, com o intuito consciente de não as pagar? Não paguei ao operário o salário justo? Dei
prejuízo voluntário ao próximo? Desperdicei o dinheiro em jogo, futilidades?

Contra o oitavo mandamento


Menti? Violei segredos? Levantei falso? Supus más intenções? Abri cartas alheias? Fiz juízos
temerários? Fingi doença, pobreza, piedade para enganar os outros? Dei ouvido a conversas contra a vida
alheia?
Pecados contra os mandamentos da Igreja
Fiquei mais de um ano sem confessar meus pecados? Não fiz a comunhão pascal? (Os que não
podem comungar devem fazer a comunhão espiritual.) Não guardei jejum e abstinência na Quarta-feira de
Cinzas, na Sexta-feira Santa, na vigília da Assunção? Guardei abstinência de carne e jejum quando manda
a Igreja? Retribui à Igreja nas suas necessidades com a devolução do meu dízimo?

Pecados capitais
Avalie sua consciência sobre os seguintes pecados:
Soberba, orgulho: desprezar os inferiores; tratá-los com desdém; querer dominar tudo e todos.
Avareza: pensar somente em ganhar dinheiro e acumular fortuna, sem nada gastar com os pobres,
ou para fins de piedade e caridade; negar esmola, podendo dá-la.
Impureza ou luxúria: procurar prazeres ilícitos que lhe mancham a alma e roubam a inocência;
deixar-se levar pelos prazeres do sexo.
Ira: ficar facilmente com raiva, impacientar-se; deixar-se levar pelo ímpeto da cólera.
Gula: exceder-se na comida ou na bebida; embriagar-se.
Inveja: não querer que outros estejam bem; entristecer-se com o bem-estar do próximo; empregar
meios para impedir, diminuir, ou destruir a felicidade alheia.
Preguiça: perder tempo em ociosidade; não cumprir, por indolência, as obrigações do trabalho ou
da religião.

SUBSÍDIO 17 – ORAÇÕES

Pelo sinal da Santa Cruz - Pelo sinal da Santa Cruz, livrai-nos, Deus, nosso Senhor, dos nossos
inimigos. Em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo. Amém.

Pai-nosso - Pai nosso, que estais nos Céus, santificado seja o vosso nome, venha a nós o vosso
Reino, seja feita a vossa vontade, assim na terra, como no Céu. O pão nosso de cada dia nos dai hoje,
perdoai-nos as nossas ofensas, assim como nós perdoamos a quem nos tem ofendido, e não nos deixeis
cair em tentação, mas livrai-nos do mal. Amém.

Ave-Maria - Ave Maria cheia de graça, o Senhor é convosco, bendita sois vós entre as mulheres,
e bendito é o fruto do vosso ventre, Jesus. Santa Maria, Mãe de Deus, rogai por nós pecadores, agora e na
hora da nossa morte. Amém.

Glória ao Pai - Glória ao Pai e ao Filho e ao Espírito Santo. Assim como era no princípio, agora
e sempre. Amém.

Santo Anjo - Santo Anjo do Senhor, meu zeloso guardador, se a ti me confiou a piedade divina,
sempre me rege, guarda, governa, ilumina. Amém.
Credo - Creio em Deus Pai Todo-poderoso, criador do céu e da terra. E em Jesus Cristo, seu único
Filho, Nosso Senhor, que foi concebido pelo poder do Espírito Santo, nasceu da Virgem Maria, padeceu
sob Pôncio Pilatos, foi crucificado, morto e sepultado, desceu à mansão dos mortos, ressuscitou ao
terceiro dia, subiu aos céus, está sentado à direita de Deus Pai Todo-poderoso, de onde há de vir a julgar
os vivos e mortos. Creio no Espírito Santo, na Santa Igreja católica, na comunhão dos santos, na remissão
dos pecados, na ressurreição da carne, na vida eterna. Amém.

Salve-Rainha - Salve, Rainha, Mãe de misericórdia, vida, doçura e esperança nossa, salve! A vós
bradamos os degradados filhos de Eva. A vós suspiramos, gemendo e chorando neste vale de lágrimas.
Eia pois advogada nossa, esses vossos olhos misericordiosos a nós volvei. E depois deste desterro,
mostrai-nos Jesus, bendito fruto de vosso ventre. Ó clemente! Ó piedosa! Ó doce sempre Virgem Maria!
V. Rogai por nós, Santa Mãe de Deus.
R. Para que sejamos dignos das promessas de Cristo. Amém.

Consagração a nossa senhora - Ó minha Senhora, ó minha mãe, eu me ofereço todo a vós, e em
prova da minha devoção para convosco vos consagro neste dia, meus olhos, meus ouvidos, minha boca,
meu coração, e inteiramente todo o meu ser. E porque assim sou vosso, ó incomparável mãe, guardai-me,
defendei-me como filho e propriedade vossa. Amém.

O anjo do Senhor
V. O anjo do Senhor anunciou a Maria.
R. E ela concebeu do Espírito Santo, Ave, Maria...
V. Eis aqui a serva do Senhor.
R. Faça-se em mim segundo a vossa Palavra. Ave, Maria...
V. E o Verbo de Deus se fez carne.
R. E habitou entre nós. Ave, Maria...
V. Rogai por nós, Santa Mãe de Deus.
R. Para que sejamos dignos das promessas de Cristo.
Oremos: infundi, Senhor, em nossos corações, a vossa graça, vos suplicamos, a fim de que
conhecendo, pela embaixada do anjo, a encarnação de Jesus Cristo, vosso Filho, pelos merecimentos da
sua Paixão e morte, cheguemos à glória da ressurreição. Pelo mesmo Cristo, Nosso Senhor, Amém.

Vinde, Espírito Santo - Vinde, Espírito Santo, enchei os corações dos vossos fiéis e acendei neles
o fogo do vosso amor. Enviai o vosso Espírito e tudo será criado e renovareis a face da terra.
Oremos: Ó Deus, que instruístes os corações dos vossos fiéis com a luz do Espírito Santo, fazei
que apreciemos retamente todas as coisas segundo o mesmo Espírito e gozemos sempre da sua
consolação. Por Cristo, Senhor nosso. Amém

Ato de contrição (1) - Meu Deus, eu me arrependo de todo o coração de vos ter ofendido, porque
sois tão bom e amável. Prometo, com a vossa graça, esforçar-me para ser bom. Meu Jesus, misericórdia!

Ato de contrição (2) - Senhor meu Jesus Cristo, Deus e homem verdadeiro, Criador e Redentor
meu: por serdes vós quem sois, sumamente bom e digno de ser amado sobre todas as coisas, e porque vos
amo e estimo, pesa-me, Senhor, de todo o meu coração, de vos ter ofendido; pesa-me também de ter
perdido o céu e merecido o inferno; e proponho firmemente, ajudado com o auxílio de vossa divina graça,
emendar-me e nunca mais vos tornar a ofender. Espero alcançar o perdão de minhas culpas pela vossa
infinita misericórdia. Amém.
Ato de fé - Eu creio firmemente que há um só Deus em três Pessoas realmente distintas: Pai, Filho
e Espírito Santo. Creio que o Filho de Deus se fez homem, padeceu e morreu na cruz para nos salvar e
que, ao terceiro dia, ressuscitou. Creio em tudo o mais que crê e ensina a Igreja de Cristo, porque Deus,
Verdade infalível, lhe revelou. Nesta crença quero viver e morrer. Senhor, aumentai a minha fé.
Ato de confiança - Eu espero, meu Deus, com firme confiança, que, pelos merecimentos de
Nosso Senhor Jesus Cristo, me dareis a salvação eterna e as graças necessárias para consegui-la, porque
vós, sumamente bom e poderoso, o haveis prometido a quem observar o Evangelho de Jesus, como eu me
proponho fazer com o vosso auxílio.
Ato de caridade - Eu vos amo, meu Deus, de todo o meu coração e sobre todas as coisas, porque
sois infinitamente bom e amável, e antes quero perder tudo do que vos ofender. Por amor de vós, amo o
meu próximo como a mim mesmo.

Os Dez Mandamentos
1° Amar a Deus sobre todas as coisas.
2° Não tomar seu santo nome em vão.
3° Guardar domingos e festas.
4° Honrar pai e mãe.
5° Não matar.
6° Não pecar contra a castidade.
7° Não furtar.
8° Não levantar falso testemunho.
9° Não desejar a mulher do próximo.
10° Não cobiçar as coisas alheias.

Os Cinco Mandamentos da Igreja


1° Participar da missa inteira aos domingos, de festas de guarda e abster-se de ocupações de
trabalho.
2° Confessar-se ao menos uma vez por ano.
3° Receber o sacramento da Eucaristia ao menos pela Páscoa da ressurreição.
4° Jejuar e abster-se de carne, conforme manda a Santa Mãe Igreja.
5° Ajudar a Igreja em suas necessidades.

Dons do Espírito Santo: Sabedoria, Inteligência, Conselho, Fortaleza, Ciência, Piedade, Temor
de Deus.
Frutos do Espírito Santo: Amor, Alegria, Paz, Paciência, Benignidade, Longanimidade,
Benevolência,
Humildade, Fidelidade, Modéstia, Continência, Castidade.
Pecados capitais: Soberba, Avareza, Luxúria, Ira, Gula, Inveja, Preguiça.
Obras de misericórdia corporais: Dar de comer aos famintos, Dar de beber aos sedentos, Vestir
os nus, Acolher os peregrinos, Visitar os enfermos, Visitar os presos, Sepultar os mortos,
Obras de misericórdia espirituais: Aconselhar os duvidosos, Ensinar os ignorantes, Admoestar
os pecadores, Consolar os aflitos, Perdoar as ofensas, Suportar pacientemente as pessoas incômodas ,
Rezar a Deus pelos vivos e mortos.

“Tarde te amei, ó beleza tão antiga e tão nova!


Tarde demais eu te amei!
Eis que habitavas dentro de mim e eu te procurava do lado de
fora!
Eu, disforme, lançava-me sobre as
Belas formas das tuas criaturas.
Estavas comigo, mas eu não estava contigo.
Retinham-me longe de ti as tuas criaturas, que não existiriam se
em ti não existissem.
Tu me chamaste, e teu grito rompeu a minha surdez.
Fulguraste e brilhaste, e tua luz afugentou
A minha cegueira.
Espargiste tua fragrância e, respirando-a,
Suspirei por ti.
Tu me tocaste, e agora estou ardendo no
Desejo de tua paz...”
(Santo Agostinho)

Você também pode gostar