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CURSO BÍBLICO – PENTATEUCO (PARTE 1)

No Catecismo da Igreja Católica, parágrafo 890, diz que: Cristo


concedeu ao Magistério da igreja participar da sua infalibilidade.
Dei Verbum, Constituição Dogmática sobre a revelação divina
diz: o que é a revelação de Deus? O ofício de interpretar
automaticamente a Palavra de Deus escrita ou transmitida foi
confiada unicamente ao Magistério Vivo da Igreja, cuja
autoridade se exerce em nome de Jesus Cristo.
Existem 2 numerações no livro dos Salmos: porque existe a bíblia
que foi traduzida no grego e a outra no hebraico. A do grego tem
um número a menos nos Salmos a partir dos Salmos 10 até o
147; os textos são os mesmos, só que o hebraico dividiu o Salmo
9 em dois.
Nem tudo o que Jesus ensinou está na bíblia, por isso a
importância da tradição da Igreja. Tem muita coisa que Jesus
disse que não ficou escrito; agora, o que ficou escrito é o que nós
precisamos saber para a nossa salvação.
O que é a tradição? É aquilo que Jesus ensinou e que não ficou
escrito na bíblia. É aquilo que o Espírito Santo ensinou para a
Igreja e que não está escrito na bíblia.
Naquele tempo não era fácil escrever. Era em pergaminho que
era uma pele de ovelha curtido, e o sujeito escrevia com uma
pena de ganso, molhava no tinteiro e escrevia. Escrever era
quase que uma arte.
Os apóstolos começaram a escrever só depois de 20 anos que
Cristo foi para o céu.
A Igreja tem 3 pontos de apoio:
Sagrada tradição, Sagrado magistério e sagrada escritura.
A bíblia foi escrita num arco de história que vai,
aproximadamente de 1200 aC até 100 dC, cujos livros alguns
foram escritos em aramaico, hebraico e grego.
A bíblia católica tem 72 livros (ou 73 se contarmos Jeremias e
Lamentações em separado), 46 livros do AT e 27 do NT.
Por que que a reforma protestante abandonou os 7 livros?
Porque eles seguiram o cânon hebraico dos judeus que no ano
100 dC fixaram a bíblia hebraica em 4 critérios:
1- A bíblia tinha que ser escrita só em hebraico;
2- Só na Palestina;
3- Os livros tinham que ser escritos somente antes do exílio,
até a volta do exílio;
4- Tinha que estar de acordo com a Torá;
Mas a Igreja não seguiu esse critério, a Igreja seguiu a
septuaginta, que é uma versão bíblica do ano 200 aC, quando na
cidade de Alexandria do Egito, 70 sábios judeus traduziram a
bíblia do hebraico para o grego e que continha todos esses livros.
Os livros do AT, divididos em períodos são o seguinte:
DAS ORIGENS AOS REIS: 7 livros: Gênesis, Êxodo, Levítico,
Números, Deuteronômio, Josué e juízes;
DOS REIS DE ISRAEL E O EXÍLIO: 7 livros: Rute, I Samuel, II
Samuel, I Reis, II Reis, I Crônicas e II Crônicas;
NO EXÍLIO DA BABILÔNIA (587-538 aC): Lamentações, Ezequiel,
Abdias e II parte de Isaías (cap de 40 a 55); o livro do profeta tem
3 partes: de 1 a 39 foi escrito antes do exílio; 40 a 55 durante o
exílio; 56 a 66 depois do exílio;
APÓS O EXÍLIO DA BABILÔNIA: 7 livros: Esdras, Neemias, Judite,
Ester, Macabeus I e II e a terceira parte de Isaías: 56 a 66;
LIVROS SAPIENCIAS: 7 livros: Jó, Salmos, Provérbios, Eclesiastes,
Cânticos, Eclesiástico (ou Sirac) e Sabedoria.
EVANGELHOS E ATOS DOS APÓSTOLOS: 5 livros: Mateus, Marcos,
Lucas, João e Atos dos Apóstolos;
CARTAS DE SÃO PAULO: 13 livros: Carta aos Romanos, Coríntios I
e II, Gálatas, Efésios, Filipenses, Colossenses, Tessalonicenses I e
II, Timóteo I e II, Tito e Filemon;
CARTA DOS OUTROS APÓSTOLOS: 9 livros: Carta aos Hebreus,
Carta de Tiago, Pedro I e II, João I, II e III, Judas e Apocalipse;

PENTATEUCO (PARTE 2)
ORGANIZAÇÃO DA BÍBLIA: o bispo Eusébio de Cesaréia (+340)
dividiu os evangelhos em 1162 capítulos. Na idade média, o
arcebispo Estêvão Langton, de Cantuária, (+1228), distribuiu o
texto latino do AT e do NT em novos capítulos. A divisão dos
capítulos e versículos como temos hoje é do século XVI. Santes
Pagnino de Lucca (+1554) dividiu o AT e o NT em versículos
numerados. Roberto Estêvão, tipógrafo francês, refez a
distribuição do NT em 1551.
O QUE É UMA INSPIRAÇÃO BÍBLICA? Deus comunicou aos
escritores sagrados (hagiógrafos) verdades que eles nunca
poderiam saber e nem aprender com ninguém. São verdades
que Deus iluminou a inteligência do autor sagrado para que ele
colocasse no papel.
Deus pode revelar o futuro a uma pessoa, por exemplo, o caso
do profeta Isaías (Is 7,14) quando predisse o parto virginal de
Maria; falava então estritamente por efeito da revelação Divina.
O hagiógrafo recebe a inspiração bíblica pela assistência do
Espírito Santo, que o preserva de erro sobre as verdades
religiosas, e não sobre ciência. Erro de história e ciência pode
haver, mas sobre a verdade não. O Senhor faz com que a obra
revelada seja executada sem enganos e falhas que perverteriam
a mensagem sagrada.
A CIÊNCIA E A BÍBLIA: A igreja usa a ciência para entender a
bíblia: São João Paulo II, na encíclica “A fé e a razão” constituem
como que as duas asas pelas quais o espírito humano se eleva
para a contemplação da Verdade. O homem de Deus não pode
caminhar só pela fé porque senão ele pode cair no fideísmo, que
é uma espécie de fanatismo religioso. Mas também não pode
ficar só com a razão senão ele fica no racionalismo e vira um
ateu. Fé e razão são irmãos gêmeas que Deus deu ao homem;
não pode haver antagonismo entre a fé e a razão.
Papa Pio XII disse: Examine a época em que viveu, quais as fontes
orais ou escritas que tenha utilizado, quais os modos de
expressão de que se tenha servido. Assim poderá o exegeta
reconhecer adequadamente quem foi o hagiógrafo e quem o
intencionou exprimir mediante os seus escritos.
A bíblia foi escrita pelo menos 1200 aC até 100 dC, então pelo
menos durante 1300 anos, usando o hebraico, o aramaico, o
grego e depois traduzido para o latim.
O Concílio Vaticano II (1962-1965) diz: Na redação dos livros
sagrados Deus escolheu homens, utilizou-se deles sem tirar-lhes
o uso das próprias capacidades e faculdades; a fim de que,
agindo Ele próprio neles e por eles, consignaram por escrito,
como verdadeiros autores, aquilo tudo e só aquilo que Ele
próprio quisesse. Portanto, já que tudo o que os autores
inspirados ou os hagiógrafos afirmam deve ser tido como
afirmado pelo Espírito Santo.
COMO FOI FORMADO O AT? Até o século XVIII dC admitia-se que
Moisés tinha escrito o Pentateuco. A partir do rei Salomão (972-
932), passou a existir na corte dos reis, tanto de Judá quanto da
Samaria (reino cismático desde 930 aC) um grupo de escritores
que zelavam pelas tradições de Israel, eram escribas e
sacerdotes.
Quando Salomão morreu, o seu filho Roboão devia herdar todo o
Israel, mas infelizmente houve um conflito com um usurpador
chamado Jeroboão e que eles dividiram Israel em 2 grupos: um
grupo cismático se separou com Jeroboão (esse usurpador que
não tinha o direito de ser rei), ele concentrou 10 tribos na
Samaria, que é mais ou menos na região centro-norte de Israel. E
no sul ficou a tribo de Judá com a tribo de Benjamim (na verdade
depois a tribo Benjamim foi assimilada pela tribo de Judá). No
ano 722 aC as 10 tribos da Samaria, foram levadas para o exílio
da Assíria; e continuou a tribo de Israel (de Judá) que no ano
mais ou menos 590 aC foi levada também para o exílio da
Babilônia.
Um grupo de escritores que zelavam pelas tradições de Israel,
eram os escribas e sacerdotes. Do seu trabalho surgiram 4
coleções de narrativas históricas que deram ao Pentateuco, a
Torá (lei):
1- Código Javista (J): teve origem no reino de Judá com
Salomão (972-932), onde predomina o nome Javé. Tem
estilo simbolista, dramático e vivo; mostra Deus muito
perto do homem.
2- Código Eloísta (E): predomina o nome Elohim (=Deus). Foi
redigido entre 850 a 750 aC, no reino cismático da Samaria.
Quando houve a queda do reino da Samaria, em 722 para
os Assírios, o código foi levado para o Reino de Judá, onde
houve a fusão com o código J, dando origem a um código
JE.
3- Código (D) Deuteronômio (= repetição da lei em grego):
Acreditava-se que teve origem nos santuários do Reino
cismático da Samaria (Siquém, Betel, Dã,...) repetindo a lei.
Após a queda da Samaria (722) esse código deve ter sido
levado para o reino de Judá, ficando guardado no Templo
até o reinado de Josias (640 a 609 aC; 2Rs, 22). No século V
aC foi anexado à Torá. Josias fez uma espécie de reforma
religiosa em Israel e que ele mandou ler todo
Deuteronômio que tinha sido encontrado no Templo.
4- Código Sacerdotal (P): os sacerdotes judeus escreveram
durante o período da Babilônia (587-537 aC) as tradições
de Israel para animar o povo no exílio. Este código contém
dados cronológicos e tabelas genealógicas, ligando o povo
do exílio aos Patriarcas, para mostrar-lhe que foi o próprio
Deus quem escolheu Israel para ser uma nação sacerdotal
(Ex 19,5s). Enfatiza a importância do Templo, da Arca, do
Tabernáculo, do Ritual e da Aliança. Tudo indica que no
século V aC, um sacerdote, talvez Esdras, tenha fundido os
códigos JE e P, colocando como apêndice o código D,
formando assim o Pentateuco ou a Torá, como a temos
hoje.
CIÊNCIAS À SERVIDO DO ESTUDO BÍBLICO: arqueologia
(estudos de restos de construções) e paleontologia (estudo de
fósseis de animais ou humanos que também a igreja usa)
LÍNGUAS ANTIGAS: como era o aramaico e hebraico que Jesus
falava (que não é mais como nos dias de hoje).
Em 1940 mais ou menos, os papirólogos (estudiosos de
papiro) um fragmento de papiro escrito em grego foi
encontrado e identificado que era do ano 200 aC, no norte do
Egito, na cidade de Alexandria, uma oração que os cristãos
faziam a Nossa Senhora:
Debaixo da Vossa proteção nos refugiamos óh Santa Mãe de
Deus, não desprezeis as nossas súplicas e nossas
necessidades, mas livrai-nos sempre de todos os perigos
Virgem Gloriosa e Bendita!
Então, no século II aC os cristãos já reconheciam Maria como a
Santa Mãe de Deus. Mas no ano 430 aC houve a heresia do
patriarca de Constantinopla chamado Nestório, negou isso e o
concílio de Éfeso no ano de 431 bateu o martelo: Maria é
Santa Mãe de Deus.

PENTATEUCO (PARTE 3)
Para entender o AT (o plano de salvação) precisamos
entender conhecer a história dos hebreus (do povo judeu),
porque foi o povo que Deus preparou para dele nascer Jesus.
Se não entendemos a história do povo judeu, não
entendemos a bíblia, porque a bíblia vai sendo narrada na
história desse povo.
A HISTÓRIA DO POVO JUDEU: tudo começou com Abraão,
descendente de Noé (seus filhos: Cam, Sem, Jafé) foram 1800
anos até o nascimento de Jesus.
DE SEM NASCERAM OS SEMITAS: que são os judeus (hebreus)
e os árabes. Tem também os caldeus, os assírios e os sírios.
OS DESCENDENTES DE CAM: são os africanos. Hoje temos os
egípcios, os chamados antigos filisteus, jebuzeus.
OS DESCENDENTES DE JAFÉ: são os europeus (os gregos).
Abraão era descendente dos semitas, e ele vivia num mundo
de pagãos, numa idolatria tremenda da Babilônia e Deus o
chama misteriosamente.
Deus usa a realidade natural e vai educando o seu povo até
Jesus Cristo. Foram 1800 anos dessa história.
De Isaac surgiu o povo judeu; de Agar os árabes. Deus fez uma
aliança com Abrão (Pai Elevado) e mudou seu nome para
Abraão (Pai de uma multidão), cujo sinal é a circuncisão.
Isaac se casa com Raquel e tem 2 filhos: Esaú e Jacó. Jacó se
casou com Lia e com Raquel, deles nasceram 12 filhos que
serão as 12 tribos de Israel. Jacó queria casar-se com Raquel,
de quem ele gostava muito, mas o pai de Raquel exigiu que
ele trabalhasse durante 7 anos de graça pra ele, para pagar o
“lote”. E quando foi para se casar com Raquel, o pai de Raquel
disse que ele deveria primeiro se casar com Lia, porque era a
mais velha, e para se casar com Raquel ele deveria trabalhar
mais 7 anos. Jacó trabalhou por 14 anos e se casou com as
duas. Naquele tempo isso não era poligamia, isso era legal. A
moral aceitava, e a moral só aceitava porque o pecado entrou
no mundo e gerou essa desordem. E Deus foi mudando isso
na cabeça do povo aos poucos.
De Lia e Raquel nasceram 12 filhos: Rubem, Simão, Levi, Judá,
Issacar, Zabulon, José, Benjamim, Dã, Neftali, Gad e Aser. Por
isso que os apóstolos são 12, porque são sucessores das 12
tribos de Israel. Tanto que, quando morre Judas, logo se
escolheram mais um, por representarem a tribo de Israel. Isso
mostra que o cristianismo é sucessor do judaísmo.
Depois, 2 filhos de José do Egito integram a tribo: Depois se
uniram a eles Efraim e Manassés, filho de José, que Jacó
adotou Deus renovou sua aliança com Jacó que passou a se
chamar Israel.
A tribo de Levi é uma tribo que Deus escolheu para ser
sacerdotes do povo. E quando os judeus entraram na Terra
Santa, a tribo de Levi não recebeu um território, por quê?
Porque eles podiam viver em todos os territórios e eles iam
viver do dízimo do Templo. Na tribo de Levi tinham 2
características importantes: havia os que eram sacerdotes e
os que só serviam ao Templo. Qual a diferença: na tribo de
Levi, o irmão de Moisés (Arão), os descendentes de Arão eram
sacerdotes do Templo; quem não era da tribo de Levi,
descendente de Arão, não podia ser sacerdote. Os outros da
tribo de Levi serviam ao Templo, com mil outras atividades
que havia no Templo de Jerusalém e que era uma coisa
imensa.
Por volta de 1650 aC o povo israelita foi para o Egito por causa
da fome na Palestina; e ali ficaram 400 anos e se
multiplicaram.
Depois da morte de José, o novo Faraó, que não conhecia a
história de José e do carinho que o antigo Faraó tinha para
com o povo judeu, ele perseguiu os hebreus, que foram
libertados por Deus através de Moisés.
Segundos os bons exegetas, eles explicam que as 10 pragas do
Egito, foram fenômenos naturais que acontiam lá, mas que
Deus milagrosamente (aí tem o milagre) intensificava num
determinado momento. Deus intensifica os efeitos para forçar
o Faraó a libertar o povo.
Moisés, por ordem de Deus, os levou para o deserto do Sinai.
Ali Deus educa o povo em suas leis (mas isso foram 40 anos).
Deus renovou a aliança com Moisés e seu povo e lhe deu as
tábuas da lei, com os Dez Mandamentos, como sinal desta
aliança. Sempre quando Deus faz uma aliança com o seu povo
Ele põe um sinal: o dilúvio com Noé o sinal foi o arco-íris; com
Abraão o sinal foi a circuncisão; agora já não é uma família
que caminha, mas um povo que caminha com Moisés, então
Deus faz uma aliança e dá uma lei: as tábuas da lei (os dez
mandamentos).
Por volta de 1200 aC, Josué introduziu o povo na Terra
Prometida, atravessando o rio Jordão a pé enxuto, como
tinham atravessado o mar Vermelho.
Nesses 40 anos de deserto, muitas vezes o povo se revoltou
contra Deus, mas Deus vai educando esse povo. Essa travessia
do Egito até a Palestina, podia ser feito em 1 mês, mas Deus
faz aquele povo viver no deserto por 40 anos, porque Deus
queria purificar aquele povo da mentalidade politeísta, ou
seja, de adorar muitos deuses. A grande luta de Deus com o
seu povo é fazer o povo adorar a um único Deus (ser mono),
porque todos os povos eram politeístas. Os povos da
Babilônia, do Egito, da Assíria, e o único povo que adorava a
um único Deus eram os judeus. Então imagina os judeus no
meio dessa idolatria toda, o tempo todo eles eram atraídos
pela idolatria. O trabalho que Deus faz durante 40 anos era
colocar na cabeça daquele povo que Deus é um só... E com
muita luta, Deus faz isso. Em seguida, Josué atravessa o rio
Jordão e entra na Terra que Deus prometeu para o seu povo,
e ali Josué vai distribuir a terra prometida para as 12 tribos. Só
que ele teve que vencer os povos que vivam ali naqueles
lugares: os chamados filisteus, amorreus, jebuzeus, amonitas,
enfim, uma série de povos. E o povo judeu teve que ir lutando
contra esses povos. Começa vencendo a cidade de Jericó (que
foi a primeira cidade que eles venceram) e vão tomando as
outras cidades e Josué que sucedeu a Moisés, vai alocando as
12 tribos, dando a cidade para cada tribo.
Depois que Josué morreu, eles não tinham rei, tinham juízes.
Houve 200 anos em que esse povo foi sendo conduzido por
juízes, e juiz era alguém que Deus escolhia e que mais ou
menos comandava o povo até mais ou menos 1000 aC.
Em seguida houve o “Período do Juízes”, e entre eles houve os
juízes: Débora, Baraque, Jefté, Gedeão e Sansão. O último juiz
foi Samuel, que além de juiz era também profeta. Até que
esse povo pede a Deus um rei, e Deus não queria dar um rei
não, mas o povo insistiu tanto que Deus acabou através de
Samuel dando um rei para o povo: e esse rei foi o rei Saul.
Samuel sagrou o primeiro rei de Israel, Saul, por volta do ano
1000 aC. Reinou durante 40 anos. Saul desagradou a Deus e
foi substituído por Davi, que venceu o gigante Golias. Davi foi
o primeiro rei de todos os hebreus; reinou 40 anos em Israel:
7 anos em Hebron e 33 em Jerusalém.
Davi é a imagem do Messias, que unifica e salva o povo de
Deus. Deus prometeu a Davi, através do profeta Natan, que
um de seus descendentes seria o “Rei Eterno” (2 Samuel 7, 1-
17) o Messias. Davi foi sucedido por seu filho Salomão, no ano
970 aC, que construiu o primeiro Templo de Jerusalém,
segundo as prescrições divinas. Mas esse Templo foi destruído
completamente em mais ou menos 600 aC quando os
babilônios invadiram a terra santa. O rei Nabucodonosor
levou a Arca da Aliança com todas as suas riquezas para a
Babilônia.
Depois da morte do rei Davi, seu filho assumiu o posto: o rei
Salomão, que tinha uma grande sabedoria, que Deus lhe deu,
porém, infelizmente o rei Salomão caiu muito no pecado:
como eles tinha muitas mulheres, ele acabou tendo algumas
que não eram judias, eram mulheres pagãs, e essas mulheres
mudaram a cabeça de Salomão. Fizeram com ele até prestasse
culto aos deuses pagãos. Deus não puniu Salomão, mas a
punição seria com seus sucessores.
O filho de Salomão, Roboão sucedeu-lhe no trono, depois de
40 anos; mas em 930 aC houve um Cisma com Jeroboão, um
usurpador do poder: as 10 tribos do Norte com Jeroboão,
separaram-se das tribos do Sul, Judá e Benjamim que ficaram
com Roboão, com sede em Jerusalém. Jeroboão ficou no
Norte, em Siquém na Samaria. Essas 10 tribos romperam com
aquilo que Deus tinha colocado na lei e passaram a ser
idólatras, construíram um outro templo ali na Samaria e
prestavam cultos para deuses pagãos.
No ano 722 aC, as 10 tribos da Samaria foram invadidas pelos
assírios (o rei Sargão II da Síria), dominaram essas 10 tribos e
levaram para o cativo para Síria; então o chamado cativeiro da
Síria. Vieram da Síria pagão viver na Samaria e por isso que os
judeus (da tribo de Judá e de Benjamim) não gostavam dos
samaritanos, eram inimigos porque os samaritanos se
misturaram com os pagãos, casaram-se com os pagãos e
criaram um novo templo, sendo que para os judeus o único
templo que poderia existir era o Templo de Jerusalém, fora do
Templo de Jerusalém o culto não tinha valor. Eis o motivo dos
judeus serem inimigos dos samaritanos.
O povo judeu sempre teve Profetas tanto no Reino do Norte
como no Reino do Sul. Os profetas: Isaías (primeira parte –
caps 1 a 39), Jeremias (580 aC), Ezequiel (580 aC), Baruc (600
aC), Miquéias (725 aC), Sofonias (630 aC), Naum (625 aC) e
Habacuc (605 aC) atuaram juntos às tribos de Judá, no Sul.
Os profetas: Elias (850 aC), Eliseus (800 aC), Amós (760 aC),
Oséias (750 aC), Abdias (850 aC) atuaram junto ao Reino do
Norte, que teve duração de 200 anos. Era um reino idolátrico,
com um templo em Siquém.
O rei, os grandes do reino, os chefes das empresas e sete mil
guerreiros foram deportados. O Salmo 136 mostra bem esse
desespero.
As 10 tribos de Samaria foram para o exílio da Assíria e as 2
tribos de Judá para o exílio de Babilônia; e permaneceram ali
por 70 anos. O povo aprendeu na dor a amar a Deus. Mas
Deus não abandonou o povo no exílio, o profeta Ezequiel foi
para o exílio e lá ele alertava o povo para não desanimar, não
cair na idolatria dos babilônios porque eles voltariam para a
terra santa. Mas só no ano 537 aC.
No ano 622 aC o rei Josias, de Judá, promoveu uma grande
reforma religiosa e social, mas de poucos resultados, quando
encontrou no Templo de Jerusalém os livros do
Deuteronômio.
O profeta Ezequiel, de Jerusalém, em 593 aC foi para o exílio
antes da segunda deportação que ocorreu em 587 aC.
Depois do exílio da Babilônia, se começa uma nova história do
povo judeu em Jerusalém, de onde então vai chegar até Jesus
Cristo.

POR QUE A BÍBLIA CATÓLICA É DIFERENTE DA PROTESTANTE?


(AULA 4)
No ano 100 da era cristã os rabinos judeus se reuniram no
Sínodo de Jâmnia, no Sul da Palestina a fim de definir a bíblia
judaica. Nesse Sínodo os rabinos definiram como critérios
para aceitar que um livro fizesse parte da Bíblia, o seguinte:
1- Devia ser escrito na Terra Santa;
2- Escrito somente em hebraico, nem aramaico e nem grego;
3- Escrito antes de Esdras (455-428 aC); Esdras foi o sacerdote
que veio do exílio da Babilônia e que junto com Neemias
restauraram o judaísmo em Jerusalém, ou seja, os livros
que foram escritos depois, eles rejeitaram: Sabedoria e
Macabeus;
4- Sem contradição com a Torá ou Lei de Moisés;
Com isso foi formada a versão judaica da Bíblia, o AT.
A septuaginta (dos 70) – 200 anos antes de Cristo, já havia
uma forte colônia dos judeus, vivendo em terra estrangeira e
falando o grego. No Egito, m Alexandria havia a maior
biblioteca do mundo, porque o Alexandre Magno que fundou
a cidade de Alexandria estabeleceu uma grande biblioteca. O
rei do Egito queria ter ali todos os livros do mundo e ele não
tinha a bíblia. Em Alexandria se falava o grego, porque
Alexandre Magno era grego. O rei do Egito mandou trazer da
Palestina 70 sábios rabinos judeus para traduzir a bíblia do
hebraico para o grego (200 aC). E eles traduziram todos esses
livros, que depois no ano 100 dC os rabinos tiraram da bíblia
deles. Então ficamos com 2 versões da bíblia: a dos 70 ou
septuaginta (que é essa que foi escrita em Alexandria, no
Egito (200 aC) e a bíblia do ano 100 dC, a chamada versão
judaica.
A igreja católica sempre seguiu a septuaginta.
Quando aconteceu a reforma protestante, Lutero e seus
seguidores resolveram seguir a bíblia judaica, que tinha esses
livros a menos que os judeus tinham tirado no ano 100 dC.
Mas a igreja católica continuou seguindo a bíblia completa.
Por volta do século III em vários Concílios que teve, já havia
sido definido a bíblia completa: os Concílio regionais de
Hipona (ano 393), Cartago II (397), Cartago IV (419), Trulos
(692).
Das 350 citações do AT que há no Novo, 300 são tiradas da
versão dos 70, o que mostra o uso da bíblia completa pelos
apóstolos. Verificamos também que nos livros do NT há
citações dos livros que os judeus nacionalistas da Palestina
rejeitaram.
No século XVI, Martinho Lutero (1483-1546) traduziu a bíblia
do latim para o alemão e os 7 livros (deuterocanônicos) na sua
edição de 1534, e as Sociedades Bíblicas protestantes, até o
século XIX incluíram os 7 livros nas edições da bíblia.
O texto da bíblia protestante, foi traduzida por um ex-católico,
João Ferreira de Almeida, português nascido em Lisboa
(1628), que foi pastor calvinista e viveu na Holanda. O texto
do NT foi publicado em 1681 e o do AT em 1749.
OS manuscritos de Qumran: a descoberta bíblica mais
importante do século XX; no meio do povo judeu, havia os
monges essênios (religiosos judeus que achavam que a
sociedade estava pervertida, não queriam nem frequentar
mais o templo de Jerusalém, nem frequentar a sociedade
judaica, se retiraram para o deserto, na região do mar morto e
ali eles se restabeleceram, numa região chamada de Qumran).
Ali havia muitas grutas naturais. Esses monges passavam a
vida rezando e escrevendo a bíblia, copiando a bíblia. Escrevia
nos rolos de pergaminho. No ano 70 dC a Palestina foi
invadida pelos romanos porque houve uma rebelião dos
judeus contra Roma, então o general Tito invadiu, matando
cerca de 1 milhão de judeus, conforme conta o historiador
Flávio Josefo do século I, levou a maioria dos judeus como
escravos para Roma e arrasaram o maravilhoso templo de
Jerusalém.
Os monges também foram perseguidos, e quando
perceberam a invasão dos romanos, pegaram todos os
manuscritos bíblicos que eles passaram a vida toda copiando,
colocaram em vasos de cerâmica, tamparam e colocaram em
11 grutas que havia ali na região chamada de Qumran. Os
monges fugiram, achando que um dia poderiam voltar, mas
não voltaram, pode ser que todos tenham morrido.
Em uma gruta deste lugar um pastor beduíno, descobriu em
fevereiro de 1947, 7 vasos de argila dos quais um continha 3
rolos de pergaminho. E quando ele abre, encontra o livro todo
do profeta Isaías (os 66 capítulos). Depois ele encontrou os 7
vasos.
Em 1949, o prof. G. Lankester Harding, diretor do
departamento de Antiguidades da Jordânia e o padre Roland
de Vaux, diretor da escola Bíblica de Jerusalém, fizeram
escavações na região de Qumran. Ao todo descobriram 11
grutas, onde estavam cerca de 900 manuscritos. Somente 10
desses estão mais ou menos conservados; os demais são
fragmentos de leitura difícil. A confecção desses escritos vai
do século II aC ao século I dC.
Até 1948 os mais antigos manuscritos que tínhamos da bíblia
hebraica eram do século IX e X dC. Então os manuscritos de
Qumran permitiram retroceder cerca de 1000 anos na história
do texto de alguns livros da bíblia.
Verificou-se pela comparação dos manuscritos, que o texto
geralmente usado nas traduções e edições da bíblia em
nossos dias é substancialmente o mesmo que se usava já
cerca de 2000 anos atrás.
Além dos textos bíblicos, as grutas de Qumran continham dois
outros tipos de documentos:
1- Apócrifos, tais como estavam em uso no judaísmo do
tempo de Cristo;
2- Os escritos de uma comunidade judaica, que tinha sua
regra ou manual de disciplina e seus comentários da
sagrada escritura, os quais revelavam uma mentalidade
fortemente caracterizada por expectativas messiânicas.
A partir de 1955 os cientistas já tinham diante de si um
verdadeiro quebra cabeças com cerca de 40.000 manuscritos a
serem identificados, que até hoje são estudados pelos
especialistas. Eles tiveram que fazer uma análise do DNA da pele
da cabra ou ovelha de foi feito o pergaminho para eles poderem
juntar as partes: a ciência a serviço da fé.
Nas descobertas das grutas de Qumran, foram encontradas
cópias do NT. Em 1972, o papirólogo espanhol José O’ Callaghan,
identificou esses versículos do NT.

A MORAL DO ANTIGO TESTAMENTO (AULA 5)


Temos que entender que a moral do AT era completamente
diferente da moral de hoje. Era uma moral totalmente imperfeita
e Deus trabalhava com esse povo dentro dessa realidade, senão
o povo não entenderia a ação de Deus.
Para entender o AT, é preciso, antes de tudo, conhecer a moral e
os costumes do antigo povo judeu. Os homens da antiguidade,
mesmo os mais chegados a Deus, tinham mentalidade primitiva
e, praticavam o que hoje para nós seriam “escândalos morais”.
Coisas como mentira, fraude, crueldade para com os adversários,
concubinato, poligamia;
Por isso, nem tudo o AT narra é proposto como “norma de
conduta” para nós. Nem todas as ações de um herói (como
Sansão, Davi, por exemplo) de um livro inspirado por Deus, são
inspiradas.
Temos que entender que na antiguidade, mesmo depois de
Cristo, não tinha as condições de negociações, de acordo, de
conversa, de concordata que se tem hoje, a coisa era resolvida
na briga, na lei do mais forte, no chamado código de AMURAB,
que é lá da Babilônia, de onde veio Abraão, que era o olho por
olho, dente por dente. No povo judeu a coisa já havia melhorado
muito, embora se encontre uma moral bem imperfeita ainda,
mas era muito melhor do que os pagãos. Exemplo: Encontramos
na bíblia 17 casos que era punida com a morte. Mas desses 17
casos, 15 casos poderiam ser eliminados a morte através de um
castigo que o juiz desse. Fora do povo judeu já não havia isso.
Eles não praticavam sacrifícios humanos, que os outros povos
sacrificavam.
A bíblia não tem erro de Doutrina, verdades de fé reveladas por
Deus, mas pode ter falhas de outra natureza em relação aos
homens.
Os “escândalos” narrados no AT são fruto do pecado original. O
pecado original enfraqueceu a natureza humana: a liberdade, a
vontade, a consciência. Só com a graça de Cristo que a pessoa se
restaura.
O Papa Bento XVI, falando a respeito da moral do AT, dizia que
era fruto dos “limites da cultura”. Às vezes no AT os homens
considerados justos (Abraão, Moisés, Davi...) cometem atos ao
nosso critério atual como pecaminosos, mas que para eles não
era.
Os homens tinham uma consciência moral pouco desenvolvida, a
qual foi se tornando mais apurada e sensível através dos séculos.
Inicialmente Deus fez o essencial na educação do seu povo:
eliminou rigorosamente o que era estritamente politeísta, a
adoração idolatria de deuses falsos dos povos que habitavam a
Palestina.
Por meio dos profetas, Deus foi fazendo com que o povo fosse se
elevando espiritualmente, até um dia poder ouvir a mensagem
do Evangelho: “Este é o meu preceito: que vos ameis uns aos
outros, como eu vos amei” (Jo 15,12)
Em qualquer época da história, a inocência consiste em que o
homem nada faça “contra a consciência”, nada que lhe pareça
contradizer à vontade de Deus. Na medida em que a consciência
não os acusasse, podiam seguir seus costumes primitivos; e
assim não deixavam de obedecer ao que Deus lhes pedisse. Era
esta a adesão ao Senhor que os tornava justos, santos. Assim
esses homens são modelos de santidade, para a época, não pelo
aspecto exterior de sua vida, mas pelo desejo interior de cumprir
a vontade de Deus e lhe ser fiel.
A fé de Abraão, o fervor da oração de Davi, o zelo Elias, são
modelos que devemos imitar.
O código babilônico, de onde veio Abraão, do Rei Hamurabi
(1800 anos aC), prescrevia: “olho por olho, dente por dente” (art.
196).
Temas como poligamia, divórcio, concubinato eram vistos de
maneira diferente de hoje. A poligamia foi reconhecida pela lei
mosaica em 1240 aC (Dt. 17,17;21, Lev. 18,18), como um ato de
tolerância divina. O mesmo se dá com o divórcio, como vimos.
Como entender o extermínio dos inocentes?
A violência que aparece no AT está de acordo com o sentimento
e a moral da época. Todos os povos da época viviam assim. Era
uma violência muito grande. Tudo era resolvido na briga e na
morte.
Deus age conforme o nível e o entendimento do homem.
Também não podemos tomar todos os relatos de violência ao pé
da letra, algumas vezes é apenas figura de linguagem que o
escritor sagrado usa e não realidade. Dom Estêvão Bettencourt,
explicava que o extermínio dos inimigos (hérem, anátema) se
baseava num grau de cultura pouco evoluída e também numa
concepção religiosa estranha para nós hoje:
Cada povo julgava que, na guerra a honra dos seus deuses estava
em jogo; uma derrota militar representava vergonha e escárnio
para os deuses da nação vencida, assim como a vitória significava
triunfo da divindade. Os deuses dos povos vencedores julgavam
que deviam ser religiosamente sacrificados e imolados, por um
ato de extermínio total, os homens, as famílias, as cidades, os
bens, do povo vencido. O uso era tão comum que não somente
os semitas, mas também os germanos e astecas, maias e incas da
América o praticavam no México e no Peru, já no nosso século
XVI.
Para os hebreus o extermínio dos inimigos se tornava
religiosamente necessário: este povo e ele só, possuía a verdade
da fé, para um dia transmiti-la ao mundo; portanto, era de sumo
interesse na história sagrada que Israel não deixasse corromper a
sua religião. O extermínio visava, na cultura religiosa de então,
evitar o convívio com outros povos pagãos (achavam que tinha
que eliminar os pagãos), por causa da influência e prejuízo que
isto causaria a fé de Israel. Por isto era proibido o casamento
misto.
Com esta mentalidade, a na defesa de Deus, costumavam pedir
com rigor o castigo dos adversários, como vemos em alguns
Salmos.

CURSO BÍBLICO – O GÊNESIS (AULA 6)


A palavra Gênesis significa origem e nela contém as tradições
mais antigas da humanidade. Não é um livro de história e nem
de ciências no sentido que entendemos hoje. Apenas apresenta
um ensinamento religioso que determina as relações entre o
homem e seu Criador.
O autor sagrado não quis ensinar verdades científicas, mas
apenas apresentou verdades religiosas através de uma
linguagem figurada, simbólica.
A terra era entendida como se fosse uma mesa plana, quadrada,
não como uma esfera como sabemos hoje. Pensavam que esta
mesa estava apoiada em colunas; abaixo havia as águas de onde
brotavam as fontes, e também a região dos mortos chamada de
Cheol. A luz era entendida como se não dependesse do sol ou
das estrelas. Portanto, é preciso ter bem claro que o autor
sagrado não escreveu como um cientista, mas como alguém
inspirado por Deus para nos revelar verdades religiosas.
Começa com a criação do mundo e do ser humano por Deus (Gn
1-2) e termina com a permanência das 12 tribos de Israel, filhos
de Jacó (“Israel”) no Egito.
O Gênesis é divido em 2 partes:
1- Gn 1-11: a pré-histórica bíblica – até Abraão. Relata a
criação do universo e do homem, o pecado original e suas
consequências e a perversidade crescente castigada pelo
dilúvio. A partir de Noé a terra é repovoada. Se diz que é
pré-histórica bíblica porque é o período mais difícil de se
ter comprovação histórica arqueológica nesse tempo.
2- Gn 12-50: apresenta a história dos Patriarcas mediante os
quais Deus vai realizando seu plano de salvação – até a
morte de José, filho de Jacó, no Egito.
Abraão era pagão de origem, de Ur na Caldéia (onde hoje fica o
Iraque), guiado por Deus, deixa a sua terra natal e vem para a
Palestina, onde recebe as promessas divinas: será pai de um
povo numeroso e abençoado. Esta aliança consiste na fidelidade
que o povo deve manter para com Deus. Abraão é chamado a
testemunhar sua fé numa prova excepcional: o sacrifício de
Isaac, o filho único, depositário das promessas da Aliança.
Provado na fé, foi chamado de ‘Pai dos Crentes”.
De Ismael nasceu o povo árabe. De Isaac nasceu o povo judeu.
O texto mostra como Deus se relaciona com os seres humanos:
Ele os acompanha e lhes promete seu firme apoio.
Abraão, Isaac e Jacó, com suas mulheres e filhos, experimentam
isso de modo particular, especialmente em situações difíceis.
Os capítulos do 37 ao 50 são dedicados a José, filho de Jacó, que
os irmãos venderam para o Egito e que se tornou o governador
que vai acolher Israel na época de grande seca. A providência
divina converte em bens os males dos homens. O filho vendido
pelos irmãos se torna o salvador do seu povo.
A maior maldade que aconteceu na humanidade que foi a
crucificação de Jesus, Deus tirou um bem gigantesco que foi a
salvação da humanidade.
Santo Agostinho dizia: “Deus permite um mal hoje, pra evitar um
maior mal amanhã. Se Deus não soubesse, do mal tirar o bem,
Deus nunca permitiria de o mal acontecer na história da
humanidade”.
O homem quer ser Deus: senhor do bem e do mal. O homem foi
excluído do paraíso. “Sem a santidade ninguém pode ver o
Senhor.” (Hb 12,14). Não pode chegar à “Árvore da Vida”.
A morte entra na história humana (Rm 5,12; 6,3). Terá que
morrer para ressuscitar para recuperar a comunhão com Deus.
Todo sofrimento e dor que existe no mundo tem raíz primária, o
pecado.
Deus faz uma primeira aliança com o homem através de Noé (Gn
11). O arco-íris é o sinal da Aliança. A Arca de Noé é um sinal da
Igreja. Prenúncio da nova criação.
Deus continua a Aliança com Abraão, Isaac e Jacó;
Com Abraão o sinal vai ser com a circuncisão; depois Deus
renova essa Aliança com Moisés, que vão ser as tábuas da lei;
No Gênesis encontramos duas narrativas sobre a criação: uma do
século V aC, de tradição sacerdotal, P, narrativa (Gn 1,1ss); e
outra do século X aC, de tradição javista, J (Gn 2, 4B-25).
São dois modos distintos que se completam revelando o começo
do mundo e do homem, mostrando a grandeza e o amor
revelado na beleza e harmonia da criação.
Eis uma verdade fundamental que a Escritura e a Tradição não
cessam de ensinar e de celebrar: “O mundo foi criado para a
glória de Deus”. (CIC n. 293)

CURSO BÍBLICO – PENTATEUCO (AULA 7)


Deus criou todas as coisas, explica São Boaventura, não para
aumentar a Sua glória, mas para manifestar e comunicar. CIC 293
A criação tem um destino e esse destino é dar glória a Deus,
principalmente o homem e a mulher que são os únicos que têm
inteligência, liberdade e vontade, que sabe que existe.
A TEORIA DA EVOLUÇÃO: um padre cientista astrofísico
descobriu que a teoria do Big Bang (grande explosão) é verídica.
O papa Francisco falando aos cientistas da Pontifícia Acadêmica
de Ciências afirmou que “A Teoria da Evolução e o Big Bang” são
reais. “O Big Bang não contradiz a intervenção criadora, mas a
exige”. “A evolução da natureza não é incompatível com a noção
de criação, pois exige a criação de seres que evoluem”.
Ninguém mais estudou tanto a ciência do que a Igreja na Idade
Média.
O Papa São João Paulo II, em 22 de outubro de 1996, disse: “O
Magistério da Igreja está diretamente interessado pela questão
da evolução, pois ela se refere à concepção do homem...” A
consideração do método utilizado nas diversas ordens do saber
permite harmonizar dois pontos de vista, que pareciam
inconciliáveis”.
O que a Igreja não aceita é a evolução materialista, que
considera uma evolução sem a ação de Deus, apenas pela
“seleção natural”, apenas a “seleção natural” (sem Deus), seria
uma obra do acaso cego e impotente de realizar a perfeição da
criação.
A Igreja ensina que Deus colocou na matéria criada as leis da
evolução para chegar até o homem (princípio antrópico).
O corpo humano é fruto da evolução da matéria, mas a alma não
(nós somos formados de corpo e alma, corpo e alma unidos), a
alma que é imagem e semelhança de Deus, é criada diretamente
por Deus no momento da concepção do homem. A Igreja ensina
que Deus cria a alma no momento da concepção o homem, por
isso que não se pode mais destruir um embrião; a primeira célula
duplica, depois quadriplica, depois oito, dezesseis e vai chegar
até aos trilhões; e que coisa maravilhosa, na primeira célula,
você já tem todas as ordens, toda a programação genética
daquele ser.
Para cada pessoa humana gerada Deus cria uma nova alma, à sua
imagem e semelhança, imortal.
O Gênesis deixa claro que Deus é eterno (sem princípio e sem
fim, Incriado) fez existir tudo que existe fora Dele. Somente Ele é
o Criador;
A expressão “no início” significa que a criação é o começo do
tempo e da história, que se movem em direção a um objetivo
final, do qual a bíblia nos fala no Apocalipse.
“Então haverá um novo céu e uma terra nova, porque o primeiro
céu e a primeira terra passaram”. (Ap 21,1)
A mãe dos filhos Macabeus martirizados disse: “Peço-lhe, meu
filho, que olhes para o céu e para a terra; reflete bem: tudo o
que vês, Deus criou a partir do nada”. (2Mc 7,28) (escrito mais ou
menos 150 aC)
Deus criou todas as coisas e fez a separação e a ordem dos
elementos da natureza.
Os elementos criados por Deus são apresentados em uma ordem
de crescente dignidade de acordo com a cultura da época:
primeiro o reino vegetal, depois o mundo das estrelas, o reino
animal e por fim a criação do homem. Toda a criação organizada,
nos convida a contemplar e louvar o Criador.
Os santos padres ensinam que essa “imagem e semelhança”
revela a condição espiritual do homem e a sua “participação na
natureza divina” (2 Pe 1,4) pela graça de Deus.
O que o homem perdeu pelo pecado original foi restaurado pela
redenção de Cristo.
“Ao afirmar a espiritualidade e a imortalidade de sua alma, o
homem não é o brinquedo de uma miragem ilusória causada
apenas por condições físicas e sociais externas, mas toca, pelo
contrário, a Verdade mais profunda da realidade”. (Gaudium et
Spes, n. 14)
O Gênesis, pela primeira vez na história, mostra a igual dignidade
do homem e da mulher, em contraste com a sub valorização das
mulheres, comum no mundo antigo.
O trabalho é um meio para desenvolver a própria personalidade,
sustentar a família, contribuir para a melhoria da sociedade e
servir aos irmãos.
É contrário à dignidade humana, fazerem os animais sofrerem
inutilmente e desperdiçar suas vidas. E igualmente indigno gastar
com eles o que deveria prioritariamente aliviar a miséria dos
homens.

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