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DIREÇÃO PEDRO AUGUSTO

Nós estamos saindo de 2 anos de profunda angústia, ansiedade e força estatal sobre o
indivíduo, que foram os anos de 2020 a 2022, com relação à pandemia. Então nós tivemos 2
anos de profunda ansiedade e agora nós entramos num período de ansiedade por questões de
natureza política.

A estrutura da natureza humana é: ninguém faz nada se você não espera o bem daquela ação
que você fez. O motor da vida humana é o bem futuro. Quando a gente perde o bem futuro, a
gente perde a razão de viver. Quando a gente perde a esperança no bem futuro, ou seja, a
gente perde a capacidade de esperar que o bem futuro nos alcance, a gente perde o sentido
da vida. Você levanta, você escolhe, você ama, você trabalha, você treina, você reza, você vive
esperando o bem futuro. É isso que a gente chama de esperança. Tudo o que nós fazemos, nós
nos movemos por isso.

A esperança é um princípio de estabilidade. Viktor Frankl, quando estava no campo de


concentração, teve uma experiência clínica e fez uma análise muito importante. No campo de
concentração ele vê que a experiência brutal do campo destruía algumas pessoas e tornavam
outras melhores. Observa que as mesmas pessoas submetidas às mesmas condições, umas
pioravam, se degeneravam e outras melhoravam, se elevavam. E ele fez a seguinte pergunta:
“por que é que isso acontece?”. Ele observou que as pessoas que sobreviviam ao campo de
concentração, sobreviviam não apenas fisicamente, mas também em sua dignidade enquanto
pessoas. Aquelas que sobreviviam, eram as que tinham um bem futuro à sua espera, que
acreditavam que um bem futuro poderia tocá-las. Eram aquelas pessoas que tinham algo
maior que elas a que se dedicar e que valia a pena elas esperarem, que o bem daquilo era tão
grande que valia a pena resistir. O nome disso é esperança. Não salvava fisicamente, eram
submetidas às torturas, aos maus-tratos, à desonra, à indignidade, mas tocava um núcleo
humano que estava ali no âmago da alma de cada uma delas. Essa esperança era como algo
que protegia essa dignidade fundamental. E isso é o que nós temos que ter. No calvário, havia
três cruzes. A cruz do ladrão mau que não se arrepende, havia a cruz do ladrão que se
arrependeu, e havia a cruz do inocente. Isso quer dizer que sofrem os maus que continuam
maus, sofrem os maus que se convertem em bons, e sofrem os bons que nunca foram maus.
Ou seja, o sofrimento faz parte da estrutura da vida humana. Só iremos conseguir vencer os
sofrimentos, se tivermos, assim como aquelas pessoas observadas por Frankl, esse núcleo de
dignidade humana fundamental por um invólucro de esperança. Então, sem esperança e com
desânimo, não tem como fazer nada.

Definição do desânimo: o desânimo é a tentação mais perigosa que o inimigo da salvação dos
homens pode oferecer. Diante de todas as tentações possíveis, a tentação do desânimo é a
pior delas. Isso significa que o desânimo está ligado à condenação do homem. Existe uma
ligação entre o desânimo e a condenação. Nas outras tentações, o inimigo da salvação só ataca
uma virtude em particular e mostra-se a descoberto. No desânimo, ataca todas e esconde-se.
Nas outras tentações, vê-se facilmente asilada. Na doutrina aprendida, não raro na própria
razão e educação que tivemos, achamos sentimentos que as condenam. A vista do mal que
não podemos disfarçar, a consciência e os princípios morais despertam e servem de apoio para
nos sustentarmos. No desânimo, não achamos socorro algum. Sentimos que a razão não basta
para praticar todo o bem que Deus nos pede.

Um dos princípios básicos da psicologia humana é que nós como criaturas da natureza
decaída, nós temos uma dificuldade gigantesca de acreditar que o mundo é bom.

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