Você está na página 1de 13

1

SEMINÁRIO TEOLÓGICO CARISMA

APOSTILA DE PANORAMA DO VELHO TESTAMENTO


PROFª SÍLVIA MARIA DE LIMA SANTOS
2
Houve um tempo em que a Palavra inspirada de Deus não era ainda escrita. Não há evidências de que o homem
tivesse a Palavra de Deus escrita antes do encontro de Jeová com Moisés no Sinai (Ex.17:14). O estudo metódico da
Bíblia ensina que Deus escolheu um povo em particular para ser o intermediário da Revelação. Abraão, conhecido
como o pai da fé, foi chamado para deixar a sua terra e parentela e ser o condutor do povo de Deus e pai de muitas
nações. Deus escolheu o povo judaico (Dt. 14:12) e o separou para que fosse o repositório da Sua verdade e por meio
dele entregasse a Bíblia ao mundo. “ Deus fez de homens Livros” , antes de dar a Palavra escrita. Adão trouxe a
história da criação e de sua queda, através de 930 anos, entregando-a a Lameque pai de Noé, de quem foi
contemporâneo por 56 anos. Lameque foi contemporâneo de Sem, filho de Noé, por mais de 90 anos.
Noé foi um pregador fiel da Revelação, durante sete gerações antes do dilúvio e de onze gerações após o dilúvio, sendo
contemporâneo por 58 anos de Abraão e morrendo 17 anos antes da saída dele para a terra prometida. Abraão
ouvindo dos seus antepassados as grandezas e a longaminidade de Deus, assim como as histórias do dilúvio e da
Torre de Babel, teve sua fé fortalecida e pôde transmitir a sua fé e a Revelação ao seu filho e netos, pois faleceu
quando Jacó e Esaú tinham 14 anos. Á vida de Jacó em busca das promessas de Deus, é uma prova da transmissão
oral dos feitos,das promessas e das Palavras de Deus ao seu povo. Jacó certamente transmitiu as gerações futuras e
ao seu neto Coate que transmitiu a Anrão que transmitiu a Moisés seu filho. Moisés teve todas as informações para
escrever Gênesis quando Deus lhe ordenou fazer.
A Bíblia é composta de 66 livros, sendo 39 no Velho Testamento e 27 no Novo testamento, onde notamos o trabalho
diverso de quarenta homens que ao escrever manifestaram estilo e características próprias. Este trabalho levou uns
1600 anos; desde 1500 antes de Cristo, quando Moisés começou a escrever (Ex. 17:14), até 97 depois de Cristo,
quando o apóstolo João escreveu, estando exilado na Ásia Menor. Todos os autores foram inspirados pelo Espírito
Santo, o Autor Divino.
A Bíblia é a Palavra de Deus revelada aos homens, nela encontramos o Plano de Deus para toda a humanidade. De
Adão até o Dilúvio temos a história da raça humana, guiada apenas pela lei da consciência, chegando a corrupção total
que motivou o juízo Divino. Do Dilúvio em diante, vemos a história do povo escolhido através de Abraão e dos demais
Patriarcas, até chegarmos a Moisés no Sinai, quando se dá o início do registro, que começa a ser “soprado” pelo
Espírito Santo. A Lei foi dada por intermédio de Moisés, e o povo de Deus viveu debaixo dela até a vinda de Cristo, que
trouxe a graça. No Éden a lei moral de Deus foi quebrada pelo primeiro Adão e o pecado foi passado a toda
descendência (toda humanidade), até que veio o último Adão -Jesus Cristo- que não conheceu o pecado, triunfou e se
tornou o fim da Lei, para a justiça de todo aquele que crê (Rm. 10:4). O Velho Testamento teria perdido o seu valor se
Cristo não tivesse vindo, e sem Ele não haveria necessidade do Novo Testamento. No VT, Ele é anunciado por meio de
tipos (Teofania) , cada oferta e sacrifício aponta para Ele, e a respeito d’Ele dão testemunho todos os profetas. O plano
de salvação é desde a eternidade (1 Pd 19-21). O casal no Éden caiu em pecado porque deu ouvidos ao engano de
Satanás (Gn.3:7), porém Deus providenciou túnicas de pele para encobrir a vergonha pelo pecado (Gn.3:21), apontando
assim para o sacrifício de Jesus Cristo. É o anúncio da propiciação, da morte de um inocente por um pecador, do
derramamento de sangue, sem o qual não há remissão de pecados (Rm. 3:25), aponta para a necessidade de um
Redentor (Gn. 3:15).
Extraído da Obra:
A BÍBLIA E COMO CHEGOU ATÉ NÓS
John Mein
3
Formação do Cânon
Data do Reconhecimento e da Fixação do Cânon
Em 90 dC, em Jâmina, perto da moderna Jope, em Israel, os rabinos em um concílio sob a presidência de Johanan
Bem Zakai, reconheceram e fixaram o Cânon do Antigo Testamento. O trabalho desse concílio foi o de apenas ratificar
aquilo que já era aceito por todos os judeus através dos séculos. Jâmina, após a destruição de Jerusalém no ano 70 dC,
tornou-se a sede do Sinédrio- o supremo tribunal dos judeus.

Novo Testamento
A formação do Cânon do Novo Testamento levou apenas duas gerações. Por volta do ano 100 dC, todos os livros do
Novo Testamento estavam escritos. O que demorou foi o reconhecimento Canônico, por causa do cuidado e escrúpulos
das igrejas de então, que exigiam provas concludentes da inspiração divina de cada um desses livros. A ordem dos 27
livros, como temos atualmente em nossas Bíblias, vem da “ Vulgata Latina”.
Antes do ano de 400 dC, todos os livros estavam aceitos. Em 367, Atanásio, patriarca de Alexandria, publicou uma lista
com 27 livros canônicos, os mesmos que hoje possuímos, essa lista foi aceita pelo Concílio de
Hipona (África) em 393. No segundo Concílio de Cartago, em 397 dC foi definitivamente reconhecido e fixado o Cânon
do Novo Testamento.

Cânon da Igreja Católica Romana


Nas Bíblias da Igreja Romana, o total de livros é de 73, porque no Concílio de Trento, em 1546 ( depois da Reforma
Protestante), foi incluído no Cânon do Antigo Testamento 7 livros apócrifos, além de 4 acréscimos a livros canônicos,
somando um total de 11 escritos apócrifos.
Os apócrifos são no total 14 escritos, sendo 10 livros e 4 acréscimos a livros. Antes do Concílio de Trento, a Igreja
Romana aceitava todos eles, mas depois do concílio passou a aceitar apenas 11 desses textos.
Os 7 livros apócrifos constantes nas Bíblias católicas são:
1- TOBIAS (após o livro canônico de Esdras)
2- JUDITE (após o livro de Tobias)
3- SABEDORIA DE SALOMÃO (após o livro canônico de Cantares)
4- ECLESIÁSTICO (após o livro de Sabedoria)
5- BARUQUE (após o livro canônico de Jeremias)
6- I MALAQUIAS
7- II MALAQUIAS (ambos após o livro canônico de Malaquias)
Os 4 acréscimos ou apêndices são:
1- ESTER (a ESTER, 10:4-16:24)
2- CÂNTICO DOS TRÊS SANTOS FILHOS (a Daniel, 3:24-90)
3- HISTÓRIA DE SUZANA (a Daniel, cap.13)
4- BEL E O DRAGÃO (a Daniel, cap.14)
Extraído da Obra:
A BÍBLIA através dos Séculos
Antonio Gilberto(CPAD)
4
INTRODUÇÃO:
“ A Teologia é a mãe de todas as demais ciências” (Santo Agostinho)
“ Eu creio para entender, não entendo para crer” (Santo Anselmo)
Pv 1:1-7; Hb 11:6

A aproximação é um pré-requisito para o estudo teológico. Pois para conhecer a Deus é necessário que nós nos
aproximemos Dele. A teologia nos faz percorrer o caminho inverso das demais ciências que buscam afastarem-se do
seu “objeto de estudo” afim de observá-lo friamente e conhecê-lo melhor. Desta forma é possível apenas sabermos
sobre Deus, mas o conhecimento de Deus requer intimidade, aproximação.
A atitude do estudante de teologia, também é um pré-requisito para o conhecimento. Hb 11:6; Rm 9:20; 1Co 8:1,2;
Pv 1:7

I-O PENTATEUCO
Pentateuco- cinco primeiros livros da Bíblia.
Título- descreve o número de Escritos e não o seu conteúdo. Derivado do grego- pente (cinco), teuchos-rolo (livro)
Tora- do hebraico Torah, nome baseado no verbo Yarah- ensinar.
Tora- ensino. Título mais informativo.

O Pentateuco é essencialmente um manual de instrução, daí o nome Tora.


O propósito fundamental do Pentateuco é instruir o povo de Deus acerca de si mesmo (sua Identidade), acerca do
próprio Deus, acerca dos propósitos divinos para todo o Israel.
É a coletânea mais antiga da Bíblia.

Pentateuco- contém “material legal”


Pentateuco- livros da Lei
A metade do livro de Êxodo, grande parte de Levíticos e Números, praticamente Deuteronômio inteiro, trazem a “
Constituição” e os “ Regulamentos” da Lei. O livro de Gênesis contem poucas leis, mas é a instrução acerca das
origens.
Tora é o termo mais completo para descrever o conteúdo e o propósito do Pentateuco.

Autoria- Mosaica
Dt 1:5; 4:44; 31:9; 33:4; Js 8:31-34; 1Rs2:3; 2 Rs14:6;23:25; 2 Cr23:18; Ed3:2; Ne8:1; Ml4:4
Lc2:22; 24:44; Jo1:17; 7:9; At13:39; 28:23; 1Co9:9; Hb10:28
Possíveis Contradições: Nm12:3; Dt34:5-12

Propósitos da Lei contida no Pentateuco:


-Revelar o alto padrão estabelecido por Deus
-Revelar as nossas limitações (em Adão)
-Revelar a nossa incapacidade de cumprir toda a Lei
-Revelar ao povo o Seu cuidado (zelo)
-Conscientizar o povo acerca da sua identidade
5
-Conscientizar o povo acerca de sua história
-Conscientizar o povo acerca de suas responsabilidades e privilégios
-Revelar a importância do povo para as nações do mundo
-Revelar a importância do povo em relação as gerações futuras
-Preservar a saúde e a vida física do povo (leis dietéticas)
-Guardar o povo da imoralidade e de doenças sexualmente transmissíveis
-Fazer desta nação uma nação santa, separada
-Fazer desta nação um Reino de sacerdotes

Êxodo 19:4-6- núcleo do Pentateuco:


A Aliança de Deus com Israel para lhe conceder o privilégio de servir a todos os povos da terra como “Reino de
Sacerdotes e Nação Santa”.
Toda eleição desemboca na missão. Todo privilégio implica em responsabilidade.

1-GÊNESIS
Gênesis- derivado do grego “começo”
Título- diz respeito a origem de todas as coisas, com exceção de Deus
Data- o livro remonta ao século XV aC
Autoria- o livro é anônimo, porém integra o Pentateuco Unificado, cuja autoria é atribuída a Moisés
Tema: As Origens (A criação de todas as coisas, a relação pactual e redentora de Deus com a humanidade)

Propósitos do livro:
1-Tornar claro ao Seu povo como e por que da criação divina
2- Revelar para Israel a sua missão sacerdotal como o povo da Aliança
3-Explicar a condição humana e a redenção, salvação e recriação através da aliança com o povo escolhido,
que abençoaria todas as nações da Terra

Esboço do Livro:
I- O alvo da criação de Deus: domínio, relacionamento e benção (Gn 1:1-2:25)
II- O pecado, suas conseqüências e a graça salvadora de Deus (Gn 3:1-11:9)
1- Conseqüências para a família (Gn 4:1-16)
fracasso dos pais, inimizade entre irmãos
2- A corrupção e a vida física abreviada (Gn 6:3)
3- O juízo através do Dilúvio (Gn 7:1-8:22)/ O Dilúvio como figura de Redenção
4- A aliança de Deus com Noé (Gn 9:1-19)
5- Babel (Gn 11:1-9) (At 2)
III- Abraão: o chamado e a obediência da fé (Gn 12:1-22:19)
IV- Isaque: o elo da Promessa (Gn 22:20-25:18)
V- Jacó: a luta pelas promessas (Gn 25:19-36:43)
VI- José: libertação (Gn 37:1-50:26)
6
2- ÊXODO
Êxodo- Moisés foi testemunha ocular dos eventos por ele narrados
Título- significa “saída”
Data- séc. XV aC ( aproximadamente de 1450-1406 aC)
Autoria- Mosáica

Tema: A perseguição de Israel no Egito. Moisés a figura do libertador, seu exílio, sua missão acompanhada de sinais, o
guia para o grandioso Êxodo.

Propósitos do Livro:
Revelar a história de dois parceiros em aliança: Deus e Israel
1- Revelar o caráter de Deus: soberano, fiel, salvador, santo e poderoso, que faz uma aliança com Israel
2- Revelar o caráter do povo, porém relembrar que as promessas de Deus repousam nas alianças feita com os
pais (patriarcas)
3- Deus é o libertador do Seu povo
4- Moisés é uma figura de Cristo
5- O Egito é uma figura do Mundo com todas as suas concupiscências
6- Êxodo pelas águas é uma figura de sepultamento, ressurreição, nova vida,livre da escravidão

3- LEVÍTICO
Levítico- do grego LEUEITIKON- livro dos levitas
Título- faz referência aos levitas
(Destaca a importância do ministério de um levita, como líder do culto e mestre moral)
Data- séc. XV aC
Autoria- Mosaica ( Muitos exegetas situam a redação de Levítico na era pós-exílica aproximadamente séc. VI aC,
muitos séculos depois de Moisés. Esta opinião é improvável pois o conteúdo do livro não se ajusta ao período pós-
exílico e o modelo de culto do segundo templo difere em muito, do apresentado por Levítico)
Tema: O desejo de Deus de estar com o povo de Sua aliança.
Propósitos do livro:
1- Chamar o povo à santidade
2- Demonstrar os meios de acesso a Ele ( por misericórdia, para a preservação da vida do povo)
3- Demonstrar que os sacrifícios apontam para uma realidade futura (figura de Cristo)
4- Demonstrar que os ritos e as cerimônias são oportunidades para todos ( desde o mais rico até o mais pobre) de
quebrantamento, confissão e adoração
5- Descrição do lugar sagrado (Tabernáculo)
6- Descrição das exigências para os sacerdotes
7- Ensinar a importância de guardar dias santos ( sábado, ano sabático Jubileu, festas) para consagrá-los ao
Senhor
7
Considerações finais:
O livro de Levítico revela como Israel poderia prestar devida homenagem a Deus e cultivar a relação com Ele, criada na
Aliança.
Demonstra a rigidez em separar o Santo do profano.
Demonstra que os holocaustos eram as figuras do sacrifício substitutivo de Jesus.
Demonstra que o padrão de Deus, revelado na Lei, é muito elevado. A lei é a justiça de Deus em relação ao Seu
padrão. Quanto ao cumprimento da Lei, Ele mesmo providenciou Jesus que a cumpriu integralmente.

4- NÚMEROS
Números- descreve a vida nos desertos do Sinai, Neguebe e Transjordânia
Título- derivado do grego ARITHMOI
(refere-se ao censo das tribos de Israel)
Data- séc. VX aC
Autoria- Mosaica
Tema: Apresenta as condições para que Israel pudesse tomar posse e desfrutar da terra prometida aos patriarcas
Propósitos do livro:
1- Fidelidade com a aliança significava benção
2- Rejeição da aliança significava tragédia e sofrimento
3- Ensinar o respeito aos líderes estabelecidos por Deus
4- Alertar contra a rebeldia e suas conseqüências
5- Dar certeza do julgamento divino
6- Chamar o povo a uma vida de santidade
7- Demonstrar que o tabernáculo e o sacerdócio deveriam ser o centro da vida do povo de Israel

Considerações finais:
O livro de Números revela, mais uma vez, que Deus tem um plano de benção para o seu povo e que Suas promessas
são eternas. Contudo, Ele jamais irá deixar de observar as práticas e o comportamento do povo.
Os princípios e as práticas de comportamento são estabelecidas por Ele e jamais poderão ser abrandadas ou
negociadas.

5- DEUTERONÔMIO
Deuteronômio- um translado da Lei
Título- extraído do grego “Segunda Lei”
( Apesar do nome: segunda lei, não se trata de uma segunda (nova) lei, mas de uma amplificação da primeira)
Data- séc. XV aC
Autoria- Mosaica
Tema: Trata dos privilégios e responsabilidades de ser povo de Deus, tanto para o momento quanto para as futuras
gerações.
8
Propósitos do livro:
1- Comunicar a nova geração a aliança perpétua feita com Israel
2- Demonstrar que seus pais morreram no deserto por causa da rebeldia e da dura cerviz
3- Revelar que a aliança regia cada aspecto da vida política, social e religiosa do povo
4- Mostrar que Moisés repetiu a aliança com emendas adequadas a nova situação
5- Orientar sobre a conquista e estabelecimento do que estava por vir

Considerações finais:
O livro de Deuteronômio deixa claro o propósito redentor de Deus Soberano, para uma nação liberta da escravidão,
eleita, dona das eternas promessas, porém tardia para reconhecer e tomar posse delas. Dt28:47,48

II- HISTÓRICOS
Os livros Históricos são: Josué, Juízes, Rute, I e II Samuel, I e II Crônicas, Esdras, Neemias e Ester.
Estes livros são chamados Históricos porque contém a narrativa da história de Israel, desde a conquista de Canaã sob a
liderança de Josué (aproximadamente 1400aC ), até a restauração dos judeus durante o período persa (
aproximadamente 400aC ).
Os livros Históricos foram organizados numa seqüência que guarda mais a harmonia histórica do que o rigor de uma
seqüência cronológica.
Leitura Profética- era o método escolhido e preservado pelos judeus, muito diferente da leitura de uma narrativa
histórica moderna.
Interpretação- da História de Israel era feita sob uma perspectiva teológica da aliança de Deus com Israel.

SÍNTESE DA HISTÓRIA DE ISRAEL NARRADA POR ESTA COLETÂNEA:

- A Conquista e a Ocupação de Canaã


• Pré-requisitos para a conquista da terra:
• Js 1:8- o povo não se apartou do Livro
• Js 1:10,11,16,17,18- submeteram-se a liderança de Josué
• Js 3:5; 5:7- santificaram-se
• Js 4:6,7- firmaram um compromisso manifesto no memorial
• Js6- Josué tinha uma estratégia: enviou espias para conhecer a terra, dividiu a terra para atacá-la
• Js 24:13- o assentamento das 12 tribos - para descanso, devoção e adoração
• Js 5:13,14,15- quando o povo de Deus luta a luta de Deus, Ele vem pessoalmente trazer a espada da Vitória.
- Juízes: governo humano e a quebra da Aliança
• O Retrato da Apostasia.
• Duas frases marcaram o livro dos Juízes:
• “Os filhos de Israel fizeram o que era mau perante o Senhor” (2:11; 3:7,12; 4:1; 6:1; 10:6; 13:1)
• “Cada qual fazia o que achava mais reto” (17:6; 21:25)
O livro descreve uma seqüência repetitiva de eventos: Os israelitas praticavam o que era mau perante o
Senhor, voltando-se para servir a outros deuses, por isto eram entregues nas mãos dos opressores. Eles
clamavam por socorro e Deus levantava um juiz para livrá-los e trazer-lhes a paz. Porém a nação retornava ao
pecado assim que este juiz morria.
9
O livro de Juízes lista um total de doze juízes que desempenharam uma variedade de funções durante um
período de 200 anos. Quando estes líderes capacitados surgiam, toda a nação ficava em paz, apesar de ser um
período turbulento.

Juizes do Antigo Testamento: Otoniel, Eúde, Sangar, Débora (Baraque foi líder militar sob a liderança de
Débora), Gideão, Tola, Jair, Jefté, Ibsã, Elom, Abdom, Sansão e Samuel ( foi o último dos juízes e o primeiro
dos profetas).

-Saul: a figura de uma autoridade rejeitada por Deus

• Causas do declínio e da queda do Rei Saul:


• Foi presunçoso ao assumir o lugar do sacerdote Samuel (oferecendo sacrifício), recebeu o anúncio da
perda do reino (I Sm. 13:7-14).
• Amaldiçoa insensatamente o povo, e a maldição recai sobre sua própria casa (14:24-45).
• Segue em desobediência, poupando a vida de Agague e os rebanhos, perde seu reinado ( 15:7-28).
• Perdeu a comunhão com Deus, por isto não obtém resposta de oração (28:6-17).
• Consulta uma médium, traz sobre si a ruína (28:7-19).
• Dá fim a própria vida e a sua dinastia (31:4-6).
• O Reino Unido com Saul: ( de 1050 aC até 1010 aC )

-Davi: o Reinado da Aliança

• Davi foi um homem segundo o coração de Deus (I Sm. 13:14), a sua vontade estava completamente submetida
a Deus.Antes de tornar-se rei derrotou Golias, despertou o ciúme e a ira de Saul, tendo que tornar-se fugitivo.
Esteve na caverna de Adulão e na fortaleza de Massada.
• Foi ungido Rei , reinando em Judá e Israel, conquistou Jerusalém e trouxe a arca da aliança.
• Deus estabeleceu com ele a Aliança Davídica (II Sm. 7:16), venceu os filisteus, venceu Moabe,
• a Síria e Amom.
• O Reino Unido com Saul: (de 1010 aC até 970 aC)
-Salomão: da Glória ao Risco
• O Reino Unido com Salomão: ( de 970 aC até 930 aC)
• Salomão estendeu ainda mais os limites do Reino porém não guardou a aliança até o fim. Quando já era velho
deixou-se seduzir por mulheres estrangeiras e por suas práticas idólatras. Fez o que era mau perante o Senhor,
por isto o Reino seria dividido. A extensão das fronteiras exigiam elevadas despesas militares, além dos gastos
com grandes projetos de construção e comércio, mais as despesas de Jerusalém e do Palácio Real, os
impostos se tornaram cada vez mais pesados. Salomão dividiu Israel em doze distritos e colocou governadores
em cada um deles, para cobrança e recolhimento de impostos. Judá ficava isenta destes impostos, o que
provocaria uma revolta e separação.
-A divisão do Reino: em ( 930 aC)
• O reino do Norte chamado Israel, capital Samaria
• Em Israel a monarquia foi instável, havendo uma sucessão de dinastias, vinte reis de nove famílias
diferentes, reinaram num período de aproximadamente duzentos anos. Foram eles: Jeroboão I (930-909),
Nadabe (909-908), Baasa (908-886), Elá (886-885), Zinri (885), Tibni (885-880), Onri (880-874), Acabe
(874-853), Acazias (853-852), Jorão (852-841), Jéu (841-814), Jeoacaz (814-798), Jeoás (798-782),
Jeroboão II (783-753), Zacarias (753), Salum (752), Menaém (752-742), Pecaías (742-740), Peca (740-
732), Oséias (732-722).
• O reino do Sul chamado Judá, capital Jerusalém
10
• Em Judá a monarquia manteve-se relativamente estável por meio dos descendentes de Davi, vinte reis
da mesma família reinaram num período de aproximadamente trezentos e cinqüenta anos. Foram eles:
Roboão (filho de Salomão) (930-913), Abias (913-910), Asa (910-869), Josafá (872-848), Jeorão ( 848-841),
Acazias (841), Atalia (841-835), Joás (835-796), Amazias (796-767), Azarias (Uzias) (792-740), Jotão (750-
735), Ezequias (715-686), Manassés (697-642), Amom (642-640), Josias (640-609), Jeoacaz (609),
Jeoaquim (609-598), Joaquim (598-597), Zedequias (597-586).
-Os Reinados de Israel e Judá e a interferência das nações estrangeiras:
• Queda de Israel ou Reino do Norte em (722 aC), pela Assíria sob o comando de Sargão II, sucessor de
Salmaneser V.
• Queda do Reino do Sul ou Judá em (586 aC ), pela Babilônia sob o comando de Nabucodonosor.
-Juízo Divino: o Exílio após a destruição de Jerusalém e o primeiro retorno
• Em 539 aC o persa Ciro, conquistou a Babilônia, no decreto de 538 aC permitiu aos exilados judeus,
retornarem a Judá e reconstruir o Templo. Várias caravanas de exilados regressaram. Porém as duas
expedições mais importantes foram as lideradas por Sesbazar e por Esdras ( 537/ 458 aC).

1- JOSUÉ- a ocupação da terra prometia e o cuidado de não se apartar do “livro da Lei”

Data e autoria: a data exata assim como autoria são incertas. A tradição judaica aponta Josué como possível
autor, mas reconhece que o livro foi completado posteriormente. (Séc. XV, XIII, XII aC)

2- JUÍZES- a quebra da Aliança, a desobediência e a opressão de outros povos

Data e autoria: autor desconhecido que apoiou o reinado de Davi, narrou um período que vai,
aproximadamente, da conquista de Canaã (1400 aC) até Samuel (1050 aC) (Séc XIV ao XI aC)

3- RUTE- a fidelidade divina até com o estrangeiro que guarda a Aliança

Data e autoria: a tradição judaica aponta para o profeta Samuel como possível autor (Séc. XI aC)

4- I SAMUEL- a instituição da monarquia em Israel e a soberania de Deus apesar do fracasso humano.

Data e autoria: a tradição judaica atribui autoria a Samuel, Nata e Gade (séc XI e X aC)

5- II SAMUEL- a unificação do reino, a Aliança Davídica e o relacionamento com Deus acima de tudo

Data e autoria: desconhecidos ( pode ter sido escrito durante o exílio de Judá na Babilônia)

6- I REIS- preparativos para o Templo, a decadência de Salomão e a divisão do reino

Data e autoria: a tradição judaica apresenta Jeremias como possível autor (Séc.VI aC)

7- II REIS- destruição dos reinos de Israel e Judá

Data e autoria: idem I Reis

8- I CRÔNICAS- o rei e o templo, Jerusalém lugar de adoração, a benção e a condenação divina


Data e autoria: a tradição judaica apresenta Esdras como possível autor (entre 515-400 aC)

9- II CRÔNICAS- a construção do templo, a Aliança, a divisão e a reunificação do reino

Data e autoria: idem I Crônicas

10- ESDRAS- o retorno do exílio, a reconstrução do templo


11
Data e autoria: de acordo com a tradição judaica Esdras e Neemias são um único livro escrito por Esdras
(430- 400 aC)

11- NEEMIAS- retorno do exílio, reconstrução dos muros de Jerusalém

Data e autoria: idem Esdras

12- ESTER- Ester é feita rainha da Pérsia para ser o canal de livramento dos inimigos

Data e autoria: autor desconhecido (Séc. V aC)

III- POÉTICOS
Livros poéticos ou de sabedoria (sapienciais).
A poesia, especialmente em forma de cânticos e hinos acompanhados de instrumentos, ocupou um
importante lugar na literatura e na cultura dos hebreus.
Exemplos: Sl137:1-3 exilados na Babilônia, Nm21:17,18 canção do poço, 2Sm 18:33 morte de Absalão
Podemos dividir os livros poéticos em :
Poesia: Salmos e Cantares
Sabedoria: Jó, Provérbios e Eclesiastes

1- JÓ- aborda o sofrimento humano

Data e autoria: autor desconhecido ( Séc. XVI aC)

2- SALMOS- expressa as emoções daqueles que são filhos de Deus

Data e autoria: Davi escreveu a maioria dos Salmos, todos os que trazem o seu nome, outros autores aparecem
nos títulos: Moisés, Salomão, os filhos de Cora, os filhos de Asafe, Etã o ezraíta, e uma outra série de Salmos que
não informam o seu autor. As datas de composição dos Salmos vão desde Moisés, passando por Davi, até a volta
do exílio dos judeus na Babilônia.

Podemos classificar os Salmos em seis gêneros: hinos de louvor, lamentos, Salmos de ações de graças,
cânticos de confiança, Salmos reais e Salmos sapienciais.

3- PROVÉRBIOS- aborda as questões morais do cotidiano

Data e autoria: Salomão foi a personalidade-chave no movimento sapiencial de escrita dos provérbios, grande
parte do material escrito é atribuído a ele, mas aparecem outros nomes como o de Agur e Lemuel. Período
possível para a escrita de Provérbios: Séc. VI aC.

4- ECLESIASTES- revela a busca pelo significado da vida

Data e autoria: Salomão, que se auto-determinou: o Pregador. A partir do séc. X aC.

• A Bíblia de Genebra traz a seguinte conclusão sobre o livro de Eclesiastes: Aprendizado sem
Deus=cinismo, grandeza sem Deus=tristeza, prazer sem Deus=desapontamento,trabalho sem Deus=ódio
pela vida, filosofia sem Deus=vazio, eternidade sem Deus=falta de realização, vida sem Deus=depressão,
religião sem Deus=medo, riqueza sem Deus=tribulação, existência sem Deus=frustração, sabedoria sem
Deus=desespero.

• Temor a Deus=ponto de partida da sabedoria.

6- CANTARES- celebra a alegria do amor entre o homem e a mulher

Data e autoria: Salomão, a partir do séc. X aC.


12
IV- PROFETAS MAIORES

O profeta é o porta-voz de Deus. (Jr. 1:4-10)


O profeta proclama o julgamento e o juízo de Deus tendo sempre em vista a restauração. O profeta é aquele que
convoca o povo para que “volte” para Deus. Volte para a santidade e a espiritualidade. O critério utilizado para separar
profetas maiores e menores foi apenas o número de páginas dos livros.

1- ISAÍAS- profetizou tanto julgamento quanto restauração e a insensatez do culto aos ídolos
Data e autoria: Isaías, de 740 aC até 701 aC.
2- JEREMIAS- profetizou os últimos dias antes da queda de Jerusalém “o profeta chorão”
Data e autoria: Jeremias, por volta de 626 aC.
3- LAMENTAÇÕES- lamento pela queda de Jerusalém
Data e autoria: Jeremias, por volta de 556 aC.
4- EZEQUIEL- profetizou julgamento e restauração exilado na Babilônia
Data e autoria: a tradição judaica atribui a autoria ao profeta Ezequiel, que significa: “Deus torna forte, fortalece”.
Entre 593 aC até 573 aC.
5- DANIEL- profetizou acerca de acontecimentos futuros relacionados com o apocalipse
Data e autoria: Embora de maneira polêmica, a tradição judaica atribui a autoria a Daniel, por volta de
550 aC at´530 aC.

V- PROFETAS MENORES

Os profetas menores, na Bíblia em hebraico compõem um único livro. Possuem uma mensagem única: “ A certeza
do amor incondicional de Deus para com Israel apesar do pecado”. Não seguem uma ordem cronológica severa, mas
um esboço temático ou harmonia histórica. Revela que o amor de Deus é incondicional e que o futuro está seguro em
Suas mãos. O caos é a conseqüência da rebeldia e da apostasia.
1- OSÉIAS- amor incondicional
Data e autoria: pouco se sabe sobre o profeta Oséias, mas a autoria é atribuída a ele, por volta de 750 aC.
Descreveu o declínio e a decadência religiosa do Reino do Norte, onde provavelmente viveu.
2- JOEL- julgamento necessário
Data e autoria: embora quase desconhecido, a autoria é atribuída a Joel. É difícil estabelecer uma data, pois o
texto não contém indicações claras de quando foi escrito. Alguns estudiosos datam o livro no séc. IX aC, mas a
data mais aceita é do séc. VI aC.
3- AMÓS- julgamento iminente
Data e autoria: Amós, de 793 aC até 740 aC.
4- OBADIAS- Deus se revela contra a auto-suficiência e o orgulho
Data e autoria: Obadias, que quer dizer “servo do Senhor”, por volta de 626 aC até 586 aC.
5- JONAS- Deus se importa com o ímpio
Data e autoria: Jonas, possivelmente no séc. VIII aC.
6- MIQUÉIAS- justiça é superior ao sacrifício
Data e autoria: Miquéias, aproximadamente 750 aC até 715 aC.
7- NAUM- a ira de Deus promove a justiça
Data e autoria: Naum, que significa “conforto”, por volta do séc. VII aC.
8- HABACUQUE- paciência nas provações da Babilônia
Data e autoria: Habacuque, pouco se sabe sobre ele. Aproximadamente entre 598 aC até 612 aC.
9- SOFONIAS- o dia do Senhor é retomado
Data e autoria: Sofonias, que significa “Javé esconde”, por volta de 640 aC até 609 aC.
10- AGEU- reconstrução do templo no pós-exílio
Data e autoria: Ageu, que significa “festivo’, no séc. VI aC.
11- ZACARIAS- reconstrução do templo no pós-exílio. Profetiza sobre “O RENOVO” Messiânico.
Data e autoria: os estudiosos divergem muito sobre a data e a autoria deste livro, mas a tradição judaica atribui
a Zacarias por volta do séc. VI aC. Embora outra corrente defenda a data de sua composição por volta do séc. II
aC.
12- MALAQUIAS- o amor de Deus é revelado
Data e autoria: Malaquias, o “mensageiro de Deus”. Pouco se sabe sobre ele e grande é a discussão sobre a
autoria, mas a tradição ainda o aponta como autor. Por volta de 433 aC

Os profetas menores tratam de três séculos e meio (séc.VII ao IV aC) até o período intertestamentário.
13

BIBLIOGRAFIA:

MEIN, John A Bíblia e como chegou até nós. Rio de Janeiro: JUERP, 1986
WRIGHT, Christopher J. H. Povo, terra e Deus. São Paulo: ABU, 1991.
GEISLER, Norman et NIX, William Introdução Bíblica. São Paulo: Vida, 2001.
MERRILL, Eugene H. História de Israel no Antigo Testamento. Rio de Janeiro: CPAD, 2001.
DOCKERY, David S. (ed.) Manual bíblico. São Paulo: Vida Nova, 2001.
SHEDD, R. P. (ed.) O novo dicionário da Bíblia. São Paulo, 1983.

Você também pode gostar