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Extensão – Osasco
FABIANA FREIRE DA SILVA
Osasco/SP
2019
FABIANA FREIRE DA SILVA
Osasco/SP
2019
SUMÁRIO
Introdução ......................................................................................... 4
I. Pericope e tradução do texto original ........................................... 5
II. Contexto histórico - Contexto literário – Forma - Estrutura....... 10
III. Comentário do texto .................................................................. 19
IV. Teologia do texto ....................................................................... 21
V. Estrutura do sermão ................................................................... 23
VI. Ideia homilética e esboço do sermão ....................................... 24
Referências bibliográficas .............................................................. 26
4
INTRODUÇÃO
Os profetas menores são absolutamente relevantes para a nossa época. Sua
mensagem é contundente, oportuna e urgente. Os profetas menores são
totalmente atuais. Eles são nossos contemporâneos.
Embora tenham vivido há mais de 2.500 anos, abordam temas que ainda estão
na agenda das famílias, das igrejas e das nações. Eles são atemporais. A
mensagem deles não é periférica, mas toca no cerne dos problemas que ainda
hoje afligem a alma humana. Joel em especial, fala que o pecado atrai o
inevitável juízo divino, enquanto o arrependimento traz bênçãos materiais e
espirituais; temporais e eternas. O livro do profeta Joel nos mostra a
consequência do pecado e da desobediência, ao mesmo tempo em que
descreve as bênçãos do arrependimento sincero. No desenvolvimento da
mensagem que o profeta havia recebido de Deus, ele falou de arrependimento,
conversão e vida renovada.
A perícope em estudo se encontra na seção do livro que constitui um chamado
urgente ao arrependimento sincero e à conversão. Portanto fica claro no estudo
do livro que aqueles que se sujeitam ao Senhor e o obedecem encontram
misericórdia e são restaurados, e assim experimentam a dádiva das bênçãos
grandiosas de Deus.
Os profetas menores lamentavelmente têm sido esquecidos pela nossa geração.
Poucos cristãos leem com a devida atenção esses preciosos livros proféticos.
Poucos pregadores expõem com clareza, fidelidade e sistematicidade esses
livros no púlpito.
5
Joel 2.12
לְ בַ בְ כֶ֑ם ּובְ ֹ֥צום ּובְ בְ ִ ִ֖כי ּובְ ִמ ְס ֵּֽפד-שֻׁ֥בּו עָ ַדִ֖י בְ כָל
ֹ֥ יְה ָ֔ ָוה-עַ תָ ֻׁ֥ה נְאם-וְ גַם:
Tradução literal: Portanto, agora diz YHWH convertei até mim com todo vosso
coração e com jejum e com pranto e com rito fúnebre.
6
Joel 2.13
חַ נֶ֤ ּון וְ ַרחּוםֻׁ֥ ָ֔הּוא ֶ֤ארְך-יְהוָ ָ֣ה אֱ לֵּֽ היכֶ֑ם ִ ֵּֽכי-יכם וְ ִ֖שּובּו אל
ָ֔ בִ גְ ד-ם וְ אַ ל
ֻׁ֥ וְ קִ ְרעֶ֤ ּו לְ בַ בְ כ
הָ ָר ָ ֵּֽעה-חסד וְ נִ ָחִ֖ם עַ ל-בָ֔ אַ פַ יִ םֻׁ֥ וְ ַר
ֻׁ֥שּובּו
ִ֖ ְו Waw conjuntivo;
Verbo Qal imperativo plural
e convertei
singular
ָ֔חֻׁ֥סֻׁ֥ד Substantivo masculino, singular de benevolência
ֻׁ֥נִחִ֖ם
ָ ְו Waw conjuntivo;
Verbo nifal particípio, masculino,
e o que se consola
singular
עַ ל־ Preposição Por causa
Joel 2.14
יכם׃ פ
ֵּֽ יו בְ ָר ָָ֔כה ִמנְ ָחָ֣ה ו ָָ֔נסְך לַיהוָ ִ֖ה אֱ לה
ֻׁ֥ וד ַֻׁ֥ע י ָָ֣שּוב וְ נ ִָחֶ֑ם וְ הִ ְש ִ ֶ֤איר ַ ֵּֽאח ֲָר
ִ֖ ִ ֹ֥מי י
Hebraico Classificação Tradução
ִ ֹ֥מי interrogativo Quem
יֹוד ַֻׁ֥ע
ִ֖ Verbo Qal particípio, masculino,
singular
O que sabe
ֻׁ֥נִחֶ֑ם
ָ ְו Waw conjuntivo
Verbo nifal conjuntivo perfeito, 3ª p.
e se consolará
Singular, masculino
וְ הִ ְש ִ ֶ֤איר Waw conjuntivo
Verbo Hifil conjuntivo perfeito, 3ª p.
e deixará remanescer
singular, masculino
ַֻׁ֥ ֵּֽאח ֲָריו Preposição – 3ª p. singular atrás dele
יכם׃
ֵּֽ אֱ לה Substantivo masculino construto O vosso Deus?
פ pontuação .
Comparação de versões
Jl 2.12
Jl 2.13
Jl 2.14
Quem sabe se não se “É possível que ele “Talvez ele volte atrás,
voltará, e se volte atrás e se arrependa-se, e ao passar
arrependerá, e deixará arrependa, e ao passar deixe uma benção. Assim
após si uma benção, ainda permita uma vocês poderão fazer
uma oferta de manjares benção sobre vós. Assim ofertas de cereal e ofertas
e libação para o Senhor, podereis fazer ofertas de derramadas para o
vosso Deus? cereais e apresentar Senhor, o seu Deus.”
(ARA) libações ao vosso (NVI)
Yahweh, o vosso Elohim,
Deus!”
(KJ)
A vida do profeta
A introdução de Joel é sucinta, não dando nenhuma informação sobre quem ele
é ou quando viveu.
Dispomos de tão poucas informações acerca de Joel que só podemos imaginar
como viveu, onde trabalhou e o que havia por trás de seus discursos proféticos.
Não há nenhum registro histórico sobre seu ministério nem referência a seu
chamado ou comissionamento.
Segundo Groningen (2004, p.21) “o nome Joel fala da sua identidade. É uma
combinação de uma forma abreviada de yêhwâ èlõhím e yôêl, ‘Yahweh é Deus’”.
Com isso, pode indicar uma confissão de fé da parte dos pais da criança.
O Antigo Testamento, entre os livros de Samuel e Neemias, faz referência a doze
diferentes homens que receberam o nome de Joel. Esse, porém, é distinguido
dos demais pelo nome de seu pai, Petuel. Nada mais sabemos sobre a pessoa
do profeta além do nome de seu pai. O nome do profeta é mencionado apenas
duas vezes na Bíblia (J1 1.1; At 2.16).
Na cultura hebraica o nome tinha uma conexão com a vida. Os pais escolhiam o
nome dos filhos pelo significado espiritual. Joel significa “O Senhor é Deus”. Seu
nome é uma confissão de fé que expressa uma verdade bendita, a singularidade
da pessoa de Deus. Não há vários deuses.
Para Groningen (2004, p.21) “quanto a Joel, pode-se dizer que ele era um profeta
dêbar yèhwâ ’ãèer hãyâ lel yôel (a palavra do Senhor foi dirigida [veio] a Joel).
Ele recebeu uma comunicação divina de Yahweh; uma mensagem lhe foi dada
para que ele a proclamasse. Ele foi um porta-voz para seu Senhor, cujo nome
ele carregava em seu próprio nome”.
A época da passagem
O tempo no qual Joel profetizou é incerto. Não nos é revelado quando e como
Joel recebeu a palavra de Yahweh. Ele não indicou o tempo de sua atividade
profética. Não fez referência ao reinado de nenhum monarca e sua mensagem
não foi associada a acontecimentos específicos cuja data seja conhecida. Assim,
há muitas discussões sobre o tempo durante o qual ele profetizou. Algumas
teorias situaram o livro de Joel nos séculos IX ao II a.c.
Hill e Walton (2007, p.524) informa-nos:
Como o cabeçalho de Joel (1.1) não contém
dados cronológicos, deve-se chegar a uma
conclusão com base nas evidências internas
oferecidas pelo livro. A evidência mais notável é
o endereçamento do livro aos “anciãos” e não ao
rei. Ainda que alguns estudiosos não deem
importância a este fato, muitos outros
concluíram que Joel deve ter profetizado na
época em que não havia rei em Israel. A opção
mais óbvia é o período após a queda de
Jerusalém; outra possibilidade que tem longa
tradição de apoio é a era (835-830 a,C) da
menoridade de Joás, que subiu ao trono aos
sete anos (2Rs 11).O período exílico é
eliminado, pois o sistema sacrificial estava em
operação quando Joel testemunhou (1.9), o que
torna o século IX e o período pós exílico os dois
candidatos principais.
Contexto da passagem
Groningen (2004 p. 26) ainda menciona que, “Joel prosseguiu proclamando que
a invasão dos gafanhotos e seus resultados eram um prenuncio de uma invasão
ainda maior e mais devastadora: um exército poderoso iria marchar sobre a terra
e destruí-la como julgamento maior de Deus (1.6; 2.1-11).”
Fee e Stuart (2013, p.258) nos mostram que:
De acordo com Groningen (2004 p.26), Joel devia proclamar uma mensagem
de julgamento, que incluía um chamado ao arrependimento e uma mensagem
de esperança, que voltava a atenção para um futuro glorioso. O povo foi
chamado a ouvir, obedecer e servir.
Quanto a mensagem de arrependimento, que diz respeito a perícope (2.12-14)
em analise, segundo Zuck (2009, p.454),
O livro de Joel ainda prevê grandes coisas para o povo de Deus. A visão de Joel
diz respeito aos imediatos acontecimentos subsequentes e futuros associados
ao dia do Senhor. Depois de assegurar a geração de Joel que o julgamento fora
evitado (Jl 2.20), o Senhor prometeu que ele restabeleceria as colheitas
destruídas pelos gafanhotos (Jl 2.19,21-26).
Conforme Zuck (2009, p.456), “estes atos de intervenção divina são classificados
como procedimentos feitos ‘maravilhosamente’ (v. 26), colocando-os no mesmo
nível que as ações poderosas de Deus na história de salvação de Israel (cf. Ex
3.20; 15.11; 34.10; Js 3.5; Jz 6.13; SI 77.14).”
Como esses grandiosos atos, esta nova exibição de poder divino revelaria a
presença de Deus entre o povo e demonstraria a superioridade a todas as outras
supostas deidades (Jl 2.27).
Resumindo, os pontos principais enfatizados no contexto do livro de Joel,
segundo Groningen (2004 p.27) são:
1) o profeta Joel recebeu uma mensagem
dirigida ao povo de Israel. 2) O povo foi afligido
por pragas de gafanhotos que causaram danos
graves na esfera criacional da vida. 3) A razão
principal da calamidade na esfera criacional é a
separação espiritual de Israel da vontade do Deus
Yahweh e da incumbência que lhes foi dada por
ele. 4) As nações que deveriam ser abençoadas
pela vida e o serviço de Israel também sofrem
pelo fato dê Israel não cumprir suas
responsabilidades para com elas. 5) Todos os
aspectos da vida, o natural, o social, o cultural e o
espiritual são apresentados por Joel como um
todo integrado. Cada aspecto poderia ter e, de
fato, possuía efeito e influência generalizados -
tanto para o bem quanto para o mal - sobre os
outros aspectos.
Contexto geográfico
Ambiente social
Groningen (2004 p. 23) mostra-nos que em primeiro lugar, deve-se dar atenção
ao chamado da parte do profeta para os vários tipos de ouvintes. Segundo o
autor, Joel dirige-se, de imediato, a três grupos.
Primeiro, hazzèqênim (os anciãos). Anciãos
eram os líderes das famílias e clãs. Haviam sido
parte integrante da vida e das funções sociais,
políticas e religiosas de Israel, quando ainda era
um grupo étnico. O segundo grupo chamado a
ouvir foi kõl yôêèbê (todos os habitantes). O
termo se refere a todo o povo, inclusive os
estrangeiros. Esse chamado não foi apenas
para os israelitas. Remanescentes dos clãs
cananeus haviam permanecido na terra;
estrangeiros haviam passado a fazer parte das
famílias descendentes dos patriarcas; homens
de outras nações haviam sido incluídos entre os
militares de Israel. Todas essas pessoas eram
consideradas parte da monarquia teocrática que
era uma representante local, temporária e
operante do reino cósmico de Yahweh.
O terceiro grupo ao qual o profeta se referiu foi
o dos filhos, filhos dos filhos, e seus filhos. Esse
chamado para instruir as crianças, que são
membros integrantes do reino cósmico de
Yahweh e os futuros líderes desse reino e dentro
dele, não é um fenômeno inédito. O
mandamento de instruir as crianças nos
caminhos e obras de Yahweh era um aspecto
que fazia parte da administração pactuai para
garantir a continuidade do reino e do modo de
vida da aliança. (GRONINGEN, 2004 p. 23)
Ainda, de acordo com o mesmo autor, Joel também dirige seu chamado a vários
outros grupos de habitantes da terra. Ele chamou aqueles que bebiam vinho
16
(ébrios?) para que chorassem (1.5), falou do lamento como de virgens vestidas
em panos de saco, em profunda tristeza (1.8). Chamou a atenção de sacerdotes
(1.9), agricultores e donos de vinhedos. O ponto que deve ser seriamente
considerado é que Joel não está simplesmente tratando de um problema
religioso e se dirigindo a líderes religiosos. Sua abrangência foi muito mais ampla
e tão inclusiva.
Groningen (2004 p.24) também menciona que:
os sacerdotes receberam uma mensagem direta
e específica. De acordo com as prescrições
mosaicas, eles deveriam vestir-se com trajes
sacerdotais (Êx 28.1 -13), mas Joel os chama
para se vestirem com panos de saco, uma
cobertura áspera e feia para o corpo, para dar
evidência de luto (1.13). Os sacerdotes devem
convocar um jejum, chamar os anciãos para o
templo, proclamar um jejum para toda a
assembléia. Devem soar um alarme com as
trombetas (2.1,13). Tendo reunido o povo,
devem liderá-lo no pranto e na intercessão
(2.17).
FORMA
ESTRUTURA
Estrutura do livro
Estrutura do Capitulo
Resposta de Deus -
O exército O chamado ao promessa
invasor de Deus arrependimento
de abundância
2.1-11 2.12-17
2.18-27
Estrutura da Seção
O profeta Joel aponta quatro motivações que leva o povo a voltar, a buscar a
Deus com urgência. “[...] porque ele é misericordioso, e compassivo, e tardio em
irar-se, e grande em benignidade, e se arrepende do mal” (2.13). A única coisa
que serve de estímulo para que nos arrependamos e voltemos para o Senhor é
o caráter de Deus.
Henry (2010, p.1.125) destaca o “fato de que devemos nos tornar para o Senhor,
não somente porque ele tem sido justo em punir-nos pelos nossos pecados, mas,
sobretudo, porque ele é gracioso e misericordioso em nos receber na base do
nosso arrependimento.”
No 2:13, o profeta Joel citou a bela descrição de Deus encontrada no culto
israelita (cf. Ex. 34: 6) e usou a descrição do caráter de Deus como um incentivo
para o arrependimento. E cita a contínua lealdade da Aliança de Deus (ele é
misericordioso e compassivo) como motivação para o chamado ao
arrependimento do povo de Judá.
O profeta Habacuque (Hc 3.3) nos diz que até na ira Deus se lembra da sua
misericórdia. A restauração vem quando Deus afasta de nós sua ira e volta o
seu rosto para nós (Is 64.7-9). Se houver arrependimento em nosso coração,
teremos a garantia de que o Senhor usará de misericórdia para conosco e
restaurará nossa sorte
“[...] e se arrepende do mal” (2.13). Quando Joel fala que Deus “se arrepende
do mal”, segundo Lopes (2009, p.74), o profeta está “usando uma figura de
linguagem. Isso é uma antropopatia. E atribuir a Deus um sentimento humano.
A relação de Deus com o homem é bilateral. Na verdade, o propósito de Deus
permanece imutável, pois Deus é imutável. Não é Deus quem muda, mas o
homem.”
Henry ( 2010, p.1.125 ) também esclarece esse ponto: “Quando a Bíblia diz que
Deus se arrepende do mal não quer dizer que Deus muda a sua mente; ao
contrário, quando a mente do pecador é mudada, a maneira de Deus tratar com
ele é mudada; então, a sentença é revertida e a maldição da lei suspensa”
21
Groningen (2004 p.28) diz que “os elementos básicos da aliança do Deus
Yahweh, tanto em seus aspectos criacionais quanto redentores/restauradores,
constituem o cerne e a essência da mensagem de Joel. O Deus Yahweh é
proclamado como Senhor soberano. Ele tem controle absoluto sobre todas as
forças e acontecimentos na natureza. Ele trouxe julgamento sobre toda a
criação; os gafanhotos são seus servos, o estrago que causaram é como o de
um fogo que consome campos e florestas.”
O julgamento, missaddai, doTodo- Poderoso na esfera natural tem efeito sobre
toda a vida (1.15). O Senhor que traz julgamento, contudo, é aquele que os
chama de volta para ele, pois continua a ser o imutável Senhor de seu povo na
aliança.
O elemento da aliança que recebe maior ênfase no livro de Joel é a promessa.
De acordo com Groningen (2004, p.31),
os diversos aspectos da promessa, todos eles
sendo promessas em si, são colocados diante
do pano de fundo das maldições que Israel
sofreu por causa de sua desobediência, por
meio da qual rompeu a aliança, desconsiderou
as estipulações da mesma, desobedeceu aos
agentes pactuais fiéis de Yahweh e desonrou e
rebelou-se contra o seu Senhor soberano da
aliança, o Deus Yahweh. Além disso, essas
promessas se tornariam realidade quando - e
não se - Israel se arrependesse e observasse
todas as estipulações da aliança. As
estipulações não deveriam ser consideradas
condições; eram, sim, instruções, diretrizes que,
quando seguidas, teriam como consequência a
expressão plena e os frutos das promessas.
23
V. ESTRUTURA DO SERMÃO
Texto: Joel 2.12-14
Tema: Uma chance de retorno
Divisões
a) É uma volta para Deus com quebrantamento – v.12 “[....] de todo o coração,
com jejum, lamento e pranto.
b) É uma volta para Deus com sinceridade – v.13 “Rasguem o coração e não
as vestes [...]”
III - A motivação da volta para Deus (v.13). “[...] pois ele é misericordioso e
compassivo, muito paciente e cheio de amor; arrepende-se e não envia a
desgraça.”
25
Conclusão
Deus havia firmado uma aliança com seu povo. E nessa aliança, se o povo
desobedecesse seria disciplinado com castigo, que foi justamente o que estava
acontecendo com eles, mas se reconhecesse seu pecado e, se arrependesse,
Deus o restauraria. Porém, Deus ainda abre a porta do arrependimento para o
povo e o convoca a voltar-se com urgência para ele.
A misericórdia de Deus triunfa sobre sua ira sempre que seu povo se volta para
ele com o coração quebrantado. Um coração arrependido e contrito é o que Deus
requer. Um coração compungido, arrependido jamais será desprezado por
aquele que não se impressiona com rituais externos como rasgar as vestes,
vestir-se com pano de saco e clamar com altas lamentações. Diante de Deus as
máscaras caem. Ele vê o coração. Em Joel 2. 12,13, Deus quer nos mostrar, que
ele não está olhando para nossas atitudes externas, mas sim para nosso
coração. Não existe para ele rituais vazios. Ao contrário, Ele quer um coração
sincero diante Dele. Aqui reside uma grande lição de Joel 2,13 não adianta fazer
os maiores sacrifícios, com vestimentas especiais de penitência ou jejuns e
sacrifícios querendo aparentar um grande gesto de humildade, se o coração não
for sincero. Isso seria apenas uma falsidade, um farisaísmo declarado. O aviso
do Joel serve para sublinhar o chamado de Deus para uma mudança de coração
e de hábito, como em todos os profetas. O cerne desta urgente mensagem pode
ser sintetizado da seguinte maneira: O caminho da volta é aberto quando
voltamos nossas costas ao pecado e a face para o Senhor. Não há restauração
espiritual sem volta para Deus.
26
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
FEE, Gordon O; STUART, Douglas. Como ler a Bíblia livro por livro: um guia
de estudo panorâmico da Bíblia. São Paulo: Vida Nova, 2013.