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RESTAURA-NOS SENHOR !

SALMO 126
Objetivos
1 - Identificar os temas do salmo.
2 - Analisar a autoria e o possível contexto
histórico da passagem.
3 - Analisar os versículos a fim de extrair o
significado das palavras e expressões à luz do
contexto bíblico.
4 – Aplicar os princípios bíblicos vistos ao
contexto atual.
Salmo 126 (Almeida Revisada – Melhores textos em Hebraico e Grego 1967)

1 Quando o Senhor trouxe do cativeiro os que voltaram a Sião,


éramos como os que estão sonhando.
2 Então a nossa boca se encheu de riso e a nossa língua de
cânticos. Então se dizia entre as nações: Grandes coisas fez o
Senhor por eles.
3 Sim, grandes coisas fez o Senhor por nós, e por isso estamos
alegres.
4 Faze regressar os nossos cativos, Senhor, como as correntes
no sul.
5 Os que semeiam em lágrimas, com cânticos de júbilo segarão.
6 Aquele que sai chorando, levando a semente para semear,
voltará com cânticos de júbilo, trazendo consigo os seus molhos.
 De que trata o Salmo 126 ?

1 – Exorta aqueles que voltaram do cativeiro


a serem gratos a Deus.
2 – Súplica para que Deus aperfeiçoe a obra
que Ele mesmo havia começado.

3 – Confirma sua fé de que Deus irá restaurar


seu povo.
 Autoria

- O texto não indica sua autoria.


- Possivelmente um profeta ou levita.
- Grotius e Amyraldus – entre os séculos XVI e XVII
presumem que este salmo foi escrito por Esdras.
- O livro de Esdras começa no 1º ano de Ciro – rei da
Pérsia, quando os judeus começaram a voltar da
Babilônia.
 Contexto Histórico

- Não há dúvidas de que o Salmo 126 foi composto após o


regresso do povo hebreu do cativeiro babilônico.

- Há a possibilidade de ter sido escrito durante o a


regresso, tendo em vista a volta ocorreu em 3 levas.
Aser ISRAEL
O que foi o Naftali Reino
do
Norte
Cativeiro Zebulom
Issacar

Babilônico ? Manassés

Efraim

JUDÁ Gade

Reino do Sul Rúben


Tribos de Judá e Benjamin
Simeão
DESTINO DE ISRAEL - REINO DO NORTE

- Entre 734 a.C e 721 a.C os assírios invadiram Israel – reino


do norte – tomaram terras e levaram cativos os habitantes.
2Reis 17.
- Foram levados 27.290 israelitas.
- A capital de Israel na época era Samaria. Salmaneser V
Conquistador Assírio
- Samaria foi repovoada com pessoas de outras nações.
- Esses novos habitantes se denominaram SAMARITANOS.
- Este é o motivo dos Judeus não se comunicarem com os
samaritanos. (João 4:9)
DESTINO DE JUDÁ - REINO DO SUL

- Capital: Jerusalém
- Em 701 a.C a Assíria invade Judá, exceto Jerusalém.
- Em 607.aC Assíria é vencida pelos Babilônicos, sob o domínio de
Nabucodonosor.
- Os babilônios instituem reis–vassalos para gerenciar o território.
- Principais motivos do cativeiro:
a) 2Cr 36:21 -> Judá não respeitou o ano sabático, onde a terra deveria
descansar por 1 ano a cada 7 anos.
b) 2 Cr 7:19-20 -> Idolatria
c) Jeremias 23:11 ->Sacerdotes e profetas impuros
DESTINO DE JUDÁ - REINO DO SUL

 1ª Leva de Cativos – 606 a.C – Daniel 1:1-6


- Rei-vassaro: Jeoaquim
- Foram levados ao cativeiro a família real, inclusive o profeta Daniel, e
os utensílios da Casa de Deus.
- Inicia-se os 70 anos de exílio desta data.
- 03 anos depois Jeoaquim se rebela contra Nabucodonosor.
DESTINO DE JUDÁ - REINO DO SUL

 2ª Leva de Cativos – 597 a.C - 2 Reis 24


- Rei-vassaro: Joaquim (filho de Jeoaquim).
- Leva cativo 10 mil judeus, entre estes príncipes, oficiais, líderes, todos
os carpinteiros e ferreiros.
- O profeta Ezequiel também é levado cativo.
- Só ficou em Judá o povo pobre da terra.
- Deixou Zedequias como rei-vassalo.
DESTINO DE JUDÁ - REINO DO SUL

 3ª Leva de Cativos – 587 / 582 a.C – 2 Reis 25


- Rei-vassaro: Zedequias.
- Zedequias não ouviu os conselhos de Jeremias (38:14-28) e Ezequiel
(12:13)
- Zedequias viu os filhos serem mortos e logo após teve os olhos
vazados. Foi levado à Babilônia amarrado a 2 cadeiras de bronze.
- Jerusalém foi incendiada, inclusive o templo, e os muros derrubados.
(2Cr 36:19-20)
- Foram levados cativos aproximadamente 4.600 pessoas.
- 536 a.C : FIM DO EXÍLIO - Ciro II - o Grande, rei da Pérsia, conquista a
Babilônia e determina o regresso do povo e a reconstrução do templo.
 Qual era o espírito dos cativos durante o cativeiro ?
Salmos 137
1 Junto aos rios da Babilônia nós nos sentamos e choramos com saudade de
Sião.
2 Ali, nos salgueiros penduramos as nossas harpas;
3 ali os nossos captores pediam-nos canções, os nossos opressores exigiam
canções alegres, dizendo: "Cantem para nós uma das canções de Sião! "
4 Como poderíamos cantar as canções do Senhor numa terra estrangeira?
5 Que a minha mão direita definhe, ó Jerusalém, se eu me esquecer de ti!
6 Que a língua se me grude ao céu da boca, se eu não me lembrar de ti, e não
considerar Jerusalém a minha maior alegria!
7 Lembra-te, Senhor, dos edomitas e do que fizeram quando Jerusalém foi
destruída, pois gritavam: "Arrasem-na! Arrasem-na até aos alicerces! "
8 Ó cidade de Babilônia, destinada à destruição, feliz aquele que lhe retribuir o
mal que você nos fez!
9 Feliz aquele que pegar os seus filhos e os despedaçar contra a rocha!
 Análise dos versículos
1 Quando o Senhor trouxe do cativeiro os que voltaram a Sião, éramos como os que estão
sonhando.
2 Então a nossa boca se encheu de riso e a nossa língua de cânticos. Então se dizia entre
as nações: Grandes coisas fez o Senhor por eles.
3 Sim, grandes coisas fez o Senhor por nós, e por isso estamos alegres.
- Cumprimento das profecias de Isaias:
“E os resgatados do Senhor voltarão; e virão a Sião com júbilo, e alegria
eterna haverá sobre as suas cabeças; gozo e alegria alcançarão, e deles
fugirá a tristeza e o gemido.” Isaías 35:10 (texto similar em Isaías 51:11).
 Análise dos versículos
V. 2
 Então, a nossa boca se encheu de riso
- Por ser um salmo, o autor deseja que o povo:
a) sempre volte a se alegrar por causa de seu regresso;
b) não esquecesse que foram libertos pela graça de Deus.
Sião é Jerusalém
 Então se dizia entre as nações: Grandes coisas fez o Senhor por eles.
- Não é “se dirá”, algo hipotético, mas algo que aconteceu.
- Indica que até os gentios reconheceram a manifestação sobrenatural de Deus
com o Seu povo.
- Seria vergonhoso aos judeus, caso não reconhecessem e celebrassem com
todo fervor o onipotente de Deus, que manifestou sua graça.
 Análise dos versículos
V. 4
 Faze regressar os nossos cativos, Senhor, (...)
- Apesar do decreto de Ciro libertando o povo, muitos provavelmente não
voltaram por medo, pois a cidade estava destruída.
- Provavelmente outros já tinham se estabelecido, tendo negócios, constituído
família com babilônicos ou outros povos.
 (...) como as correntes no sul. (Almeida RA: como as torrentes no Neguebe)

- ‫ נֶגֶב‬negeb: Neguev ou Negueve é um deserto localizado ao sul de Israel que


ocupa cerca de 60% de todo o país.
- Há chuvas sazonais que caem sobre a região, transformando totalmente o
deserto em rios caudalosos (torrentes) e terra fértil.
- Uma releitura seria: “Embora seja difícil o remanescente disperso ser
novamente unificado, o Senhor pode fazer isso, assim como podes fazer rios de
água emanem de um deserto estéril e escaldante”.
Análise dos versículos
V. 4
 Os que semeiam em lágrimas,(...)
- Inicialmente o versículo aponta para o passado: tempo de semear e presente (semeiam).
- O autor vê que ainda é tempo de semear, apesar de JÁ estarem desfrutando das benção
(fim do exílio), AINDA é tempo de trabalhar na restauração.
- Bom recordar que além de punir o povo por haver transgredido a lei, Deus quis restaurar a
fidelidade e obediência, como em uma semeadura que durou 70 anos.

 (...) com cânticos de júbilo segarão


- Segarão / Ceifarão / Colherão
- Aponta para o futuro: o tempo de colher os frutos.
- Bom recordar que durante o exílio vários frutos foram colhidos, dentre estes:
a) Foram construídas as sinagogas, permitindo a expansão do ensino da palavra de Deus
daquele tempo em diante.
b) A idolatria foi abolida.
 Conclusões e Aplicação
 Nos dias atuais devemos nos alegrar sempre quando Deus congrega sua Igreja.
 Na nossa vida enfrentaremos períodos de semeadura em meio às lágrimas.
 Devemos elevar nossa mente à esperança da colheita, para que a tristeza não
enfraqueça ou afrouxe nossa diligência.
 Todos os crentes devem esperar que Deus não só enxugará as lágrimas dos seus olhos,
mas também difundirá júbilo indizível no coração deles.
 A esperança dos judeus era no retorno a uma terra devastada, a nossa esperança é
uma morada celeste.
“Porquanto, a graça de Deus se manifestou salvadora para todas as pessoas. Ela nos
orienta a renunciar à impiedade e às paixões mundanas e a viver de maneira sensata,
justa e piedosa nesta presente era, enquanto aguardamos a bendita esperança: o glorioso
retorno de nosso grande Deus e Salvador, Jesus Cristo.” Tito 2:11-13

“Estou absolutamente convencido de que os nossos sofrimentos do presente não podem


ser comparados com a glória que em nós será revelada.” Romanos 8:18
FIM

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