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TOMANDO CIDADES
Frank Damasio
CAMINHANDO
EM DIREÇÃO AO FUTURO
QUE DEUS TEM PREPARADO
PARA VOCÊ
COMENTÁRIOS
Frank Damazio dedica-se com afinco à tarefa de captar e difundir os princípios e a glória de
Deus para este momento em que se encontra a igreja, quando nos preparamos para cruzar
os rios do reavivamento e transformar nossas cidades e nossa geração. Muito mais do que
uma revelação, este livro representa uma verdadeira metamorfose.
DR. CHÉ AHN Pastor Titular da Igreja de Harvest Rock Pasadena, Califórnia
Sempre que estou lendo, tenho o costume de sublinhar palavras e fazer anotações. Por
isso, um livro bem escrito que me caia nas mãos fica repleto de setas, asteriscos e pontos
de exclamação. Meu exemplar de Cruzando Rios, Conquistando Cidades apresenta
marcas do princípio ao fim. Este livro desafia nossos conceitos a respeito da Igreja, suas
lideranças e visão que buscam. Recomendo enfaticamente a todos que não deixem de lê-lo.
JOE C. ALDRICH Faculdade Bíblica e Seminário Bíblico Multnomah Portland, Oregon
A par de sua importância, a igreja chefiada por Frank Damazio vem causando considerável
impacto sobre sua comunidade. Verdadeiro homem de Deus que pratica o que prega e
escreve inspirado pela autoridade que sua experiência lhe concede, Damazio conseguiu
cultivar um espírito profético que abre espaço para Jesus através do poder sobrenatural do
Espírito Santo. É muito raro vermos o trabalho de evangelização, o cuidado pastoral e a
intercessão combinados de forma tão harmoniosa e na extensão que Deus lhe concedeu.
Esta é uma relevante mensagem que toca profundamente o coração da Igreja.
MIKE BICKLE Ministro Diretor do Grupo Friends of the Bridegroom Pastor Titular da
Metro Christian Fellowship Kansas City, Missouri
Como sogro de Frank Damazio, tenho o prazer de recomendar o seu mais recente livro
Cruzando Rios, Conquistando Cidades. A igreja atual encontra-se em um período de
transição e as transições tanto podem representar perigos e problemas como desafios e
bênçãos. Este livro é sobre a vida de um homem - Josué - que conseguiu consolidar uma
vitoriosa transição para si e para toda a sua geração. Ele atravessou rios e conquistou
cidades para Deus. Frank fornece numerosas lições para que a atual geração de líderes, no
modelo de Josué, possa fazer o mesmo.
KEVIN J. CONNER Waverley Christian Fellowship Melbourne, Austrália
Há muito tempo admiro a habilidade do pastor Frank Damazio de extrair das Escrituras
interpretações reveladoras, de natureza absolutamente prática, para todos nós que já não
nos contentamos mais com teorias exóticas. A minha admiração por seu dom que de aplicar
verdades espirituais profundas ao seu “local de trabalho” - a igreja comunitária - atingiu
seu limite máximo diante da sua mais recente obra, Cruzando Rios, Conquistando
Cidades. Recomendo este livro a todos os pastores que encaram com seriedade a
aventura de conquistar sua cidade.
BISPO JOSEPH L. GARLINGTON Pastor Titular da Covenant Church de Pittsburgh
Presidente da Reconciliation!
Rede Internacional de Igrejas e Ministérios Pittsburgh, Pensilvânia
Frank Damazio faz parte de um pequeno mas crescente grupo de clérigos que têm a
faculdade de compreender que Deus os chamou para trabalhar não apenas pela sua
congregação, mas também pela cidade onde vivem. Embora empregue o termo “conquista
da cidade”, este livro é sobre a transformação da comunidade. É a substituição das trevas
pela atmosfera plena do Reino. Frank entende que para isso acontecer é necessário que a
oração faça parte de todos os programas; os pastores devem antes compartilhar de uma
inspiração comum, do que competir na conquista da adesão dos segmentos da sociedade;
e o pulsar do coração da Igreja deve ser ouvido não apenas nos templos, mas também nos
lares, nas escolas e nos locais de trabalho.
GEORGE OTIS JR.
Fundador e Presidente, The Sentinel Group Lynnwood, Washington
Frank Damazio usa seu conhecimento sobre o livro de Josué como uma bússola para o
sucesso espiritual na conquista de cidades para Cristo. Se você deseja navegar
eficientemente em direção à evangelização de sua comunidade, não poderá deixar de ler
este livro!
DUTCH SHEETS Autor de Intercessory Prayer Pastor, Springs Harvest Fellowship
Colorado Springs, Colorado
“Alguém viu minhas chaves?” Frank Damazio escreveu um livro que nos ajudará a
encontrar nossas chaves que se perderam ao longo da história da igreja - as mesmas
chaves que foram dadas a Pedro e supostamente herdadas por seus sucessores através
dos tempos. Somente agora estamos redescobrindo, através da obediência à manifesta
presença de Deus, como podemos atravessar rios caudalosos nos ombros do ministério.
Obrigado, Frank, por ajudar-me a encontrar minhas chaves!
TOMMY TENNEY Autor de The God Chasers Pineville, Louisiana
Este livro é dedicado...
Aos Intercessores da Igreja Bíblica da Cidade, quatrocentas pessoas determinadas que têm
orado com persistência, fé e fervor por mim, por minha família, por nossa igreja e por nossa
cidade. Elas têm sido meu escudo de oração, meus companheiros de oração, o Aarão e o
Hur que fortificaram minhas mãos nos tempos de batalha. Quando voltamos os olhos para
nossa cidade, nos deparamos com oposição, agressões, ódio e ofensas contra seus
principais líderes. Porém, todos estes atentados têm sido corajosamente anulados por
nossos guerreiros da oração, que ocuparam a brecha, erigiram uma cerca e com arrojada
persistência invocaram o nome do Senhor, nosso escudo, abrigo e Guerreiro Invencível,
que nos ensinou que a batalha pertence apenas a Ele.
Aos nossos pastores, Mark e Susan Jones, que da mesma forma que Abel Clary,
companheiro de oração de Charles Finney, “Permaneceram comigo e não me
abandonaram. Nunca apareceram em público, mas dedicaram-se como ninguém à
oração.” Obrigado a vocês, Mark e Susan, por sua inquebrantável devoção e por terem
organizado um exército de oração em nossa igreja.
Aos nossos pastores leigos do centro de oração, Mike e Willa White, que ensinaram O que
agora papai quer que você guarde as bolinhas ali dentro viu ouviu vai guardar ocupados
homens de negócio a se dedicarem a Cristo, Sua igreja e causa. Vocês dois são amigos
leais e verdadeiros pilares da Igreja Bíblica da Cidade. Obrigado por seu sacrifício.
Aos nossos jovens intercessores, uma nova geração de líderes - guerreiros da oração, que
de coração se empenham no reavivamento e na evangelização das comunidades. Quero
homenagear particularmente a Faith Prest, Lisa Elliot, Asim Trent, Rachelle Riertstedt,
Chelsea Smith, Kristen Riesterer, Steve Andes, Isaac Maddox e Peter DelVal, assim como
aos pastores ministros de nossa geração, Doug e Donna Lasit. Obrigado a vocês por sua
paixão e pela visão que têm do futuro.
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO
PREFÁCIO
Frank Damazio deu-nos de presente uma vasta biblioteca de material de referência com apenas um
livro. Professor inspirado da Bíblia e pastor de uma das maiores igrejas dos Estados Unidos, Frank
conseguiu reunir um verdadeiro tesouro de conhecimento para os líderes espirituais da atualidade.
Refletindo as correntes mundiais do reavivamento e integrado com os grandes temas didáticos das
Escrituras, este livro é muito mais do que apenas uma boa leitura. É uma referência extremamente
útil para pastores e diáconos que desejam conduzir suas congregações para o novo século. Frank
traçou um currículo completo para os líderes de amanhã, o qual ele mesmo já percorreu
completamente. Estas páginas exibem um conteúdo de densidade impressionante, um rol de sólidos
preceitos que podem ser expandidos para preencher toda uma existência de ensinamentos de um
pastor ou um professor da escola bíblica que esteja procurando material didático.
Este é um livro sobre mudança - a mudança que a igreja necessita para sobreviver e florescer. Uma
mudança nunca é fácil, mas é sempre necessária. Vamos encontrar em Frank um líder de fato, um
Josué moderno capaz de nos mostrar o caminho que temos de seguir. Apreciei profundamente a
oportunidade de aprender com um pastor que serve sua cidade e não apenas sua congregação.
Frank crê que transformar a igreja para conquistar a cidade é a mais importante das
responsabilidades de um líder espiritual. Ele defende uma das mais importantes mudanças de
opinião na história da igreja.
Você está precisando de esperança e encorajamento? Este é um livro para aqueles que se sentem
assoberbados diante da complexidade dos nossos tempos, para os líderes que têm de enfrentar a
confusão moral de nossa sociedade somada à diversidade de vozes que ecoam dentro da igreja,
disputando a sua atenção. “O século vinte e um está aqui diante de nós e é nosso,” afirma Frank
enfaticamente, antes de prosseguir na exposição do seu plano de vida congregacional, um plano
equilibrado e ao mesmo tempo dinâmico, baseado em anos de experiência, nos melhores recursos
da igreja internacional e em um vasto conhecimento da Bíblia.
Como pastor de uma igreja multigeracional e multiétnica de uma grande cidade americana, Frank vê-
se obrigado a gerenciar rápidas mudanças à medida que a nova geração entra na posse da herança
de Deus. Ele aprendeu as coisas que devemos saber. Quando olha para seu país, vê uma terra
repleta de leite e mel, mas vê também uma terra ocupada por uma nova linhagem de gigantes, uma
nova espécie de gente, um novo tipo de campo de batalha e uma nova espécie de igreja deslocando-
se para essa nova terra de Canaã. Acredito que se abraçarmos as prioridades que estão claramente
detalhadas neste livro, herdaremos o reavivamento e a colheita que Jesus deseja. Para mim a leitura
deste livro tem sido de um valor inestimável.
John Dawson
Los Angeles
INTRODUÇÃO
Escrevo este livro como um pastor que se empenha em fazer algo diferente pela cidade em
que vive. Meu trabalho tem sido marcado por fracassos e sucessos, como acontece com a
maioria dos pastores no complexo mundo de hoje. Neste livro você não irá conhecer o
trabalho de um autor criativo, mas a extenuante labuta de um pastor que viveu cada página
escrita. Não é um manual de bolso sobre como entrar nos rios do reavivamento e conquistar
sua cidade para Cristo. Não tenho a certeza absoluta de como se faz para viver sob o poder
do presente reavivamento ou de como agir para conquistar toda uma cidade ou região para
Cristo. Entretanto, estou absolutamente seguro de que Ele deseja levar sua igreja para
águas mais profundas e invadir nossas cidades com o evangelho.
Portanto, este livro é uma janela para nossa jornada como pessoas dedicadas que
abraçaram o sempre crescente rio de Deus para se tornarem estudiosos da travessia de
rios, com o único propósito de conquistar nossas cidades. O contexto bíblico deste livro
começa com Josué, quando modela uma bem sucedida transição ministerial: a passagem do
manto de uma geração (Moisés) para a próxima (Josué). De Josué, passamos para o Novo
Testamento a fim de estudar estratégias para a conquista de cidades, lideranças e igrejas
urbanas. Procuro entrelaçar o pensamento bíblico com a minha vivência pessoal com a
igreja. Ao fim de cada capítulo, apresento uma canção escrita por nosso regente musical.
Essas canções refletem nossa vida espiritual e nosso objetivo como igreja adoradora.
Eu não! De maneira alguma! Nunca! Fomos longe demais para recuar. Até porque o medo
não é amigo de ninguém. Somos pessoas de fé, líderes que sabem como conduzir a
transição de uma era para outra. “E sucedeu após a morte de Moisés, servo do Senhor, que o
Senhor falou a Josué, filho de Num, servo de Moisés, dizendo: Moisés, meu servo, é morto;
levanta-te, pois, agora, passa este Jordão, tu e todo este povo, à terra que eu dou aos filhos
de Israel” (veja Josué 1:1-2).
Venha viajar comigo enquanto aprendemos como realizar as transições ministeriais, cruzar
os rios do reavivamento e conquistar as cidades que estão zelosamente fechadas para o
céu (veja Josué 6:1).
CAPÍTULO 1
"Pede-me, e eu te darei as nações por herança, e as extremidades da terra por tua possessão"
(Salmos 2:8).
Josué é um livro de “ligação”. Liga o Pentateuco (os primeiros cinco livros da Bíblia) com
os próximos doze livros históricos (Josué a Ester) que cobrem a história de Israel em
Canaã. Dentro desta história estão os princípios do ensinamento divino, verdadeiras pérolas
de verdade espiritual, totalmente aplicáveis ao ambiente e às condições do século vinte e
um. Em princípio, o livro de Josué pode ser dividido em três partes:
Podemos dizer que a época em que Israel esteve sob o governo de Josué e dos juízes
que o sucederam, foi o período mais secular de toda a história sagrada, mas nem por
isso o menos importante. Pode ser que a postura moral das pessoas que os ouviram, e
foram instadas a praticar o que ouviram, não tenha sido tão correta como era de se
esperar que fosse. Os livros que narram a história dessas pessoas que viveram sob o
comando de Josué e dos demais juízes, se empolgam demais quando discorrem sobre
seus fracassos e pecados.
Esta é uma vibrante descrição do clima espiritual e do desafio que teremos de enfrentar
para nos tornar efetivamente líderes de transição que caminham em direção ao futuro.
LIDERANÇA DE "LIGAÇÃO"
O propósito divino de Deus era fazer com que os filhos de Israel pudessem usufruir
verdadeiramente a herança que lhes fora prometida, ou seja, a terra de Canaã. A morte
de um grande líder não iria prejudicar seu progresso. O plano de Deus não depende de
Moisés ou de qualquer outro homem. Ele submete seus líderes a uma longa fase de
treinamento antes de considerá-los aptos a atender plenamente o seu chamado. Josué
seria o líder de Canaã, da mesma forma como Moisés fora o líder do deserto. Uma nova
geração exige uma nova liderança, a liderança de “ligação”, constituída por pessoas
capazes de segurar a mão da nova geração sem largar a da geração anterior. A liderança
Josué conduz o povo de Deus para o futuro com firmeza, sem destruir o passado.
Sim Nos hinos e orações cristãs, a palavra Canaã, a Terra Prometida, simboliza
freqüentemente o céu. Essa imagem tem precedente bíblico, uma vez que a promessa de
Deus de “introduzir na terra” foi interpretada mais tarde como “descansar” - não só
descansar dos inimigos, como também descansar na plenitude do cumprimento das
promessas de Deus (veja Números 14:18-35; Salmos 95:11; Hebreus 3:11 e 4:3). Neste
livro, Canaã se reveste de um simbolismo profético para todos que se dirigem à grande
colheita final de almas, que foi prometida para quando estivéssemos prontos a usufruir a
nossa herança:
● Canaã representa um futuro desconhecido pelo povo de Deus (veja Êxodo 3:8;
Deuteronômio 33:28).
● Canaã representa um novo estilo de liderança e estratégia que será aos
poucos desvendado (veja Deuteronômio 6:10-11; Levítico 26:6).
● Canaã representa uma nova revelação dos caminhos, presença, poder e
promessas de Deus (veja Deuteronômio 11:10-12).
● Canaã representa um novo nível de guerra espiritual estratégica (veja
Deuteronômio 7:1-6; Efésios 6:10-17).
● Canaã representa uma nova estratégia de Deus para revelar-se a todas as
nações do mundo (veja Josué 4:24).
● Com a travessia do rio Jordão, Canaã representa um contexto de colheita de
reavivamento (veja Josué 3:7-11).
● Canaã representa um modelo de evangelização de cidades que pode ser, a
princípio, aplicado à Igreja do século vinte e um (veja Josué 6:1-17).
“Moisés, meu servo, é morto” (Josué 1:2). O fim de uma era. O começo de um novo período
de propósitos específicos de Deus. Uma nova era, uma nova cultura, uma nova visão, um
novo estilo de liderança. Josué será o líder-vínculo, o líder da transição para o novo futuro.
Moisés está morto. Os sistemas arcaicos, os métodos antigos, a forma como sempre
agimos, tudo agora é passado. Queiramos ou não, não há mais retorno, não há como voltar
para o deserto ou para Moisés. Ele está morto. Junte o que lhe pertence e ponha-se a
caminho. Deixe tudo que não deve levar. Apanhe tudo que lhe for permitido, mas ponha-se
de vez a caminho. Entenda e abrace esta idéia. Os tempos de Moisés se foram e levaram
consigo seus sistemas, enfoques e rotinas.
A terra está repleta de leite e mel, mas também se encontra ocupada por uma nova raça de
“gigantes” (Números 13:33) - há uma nova espécie de pessoas e um novo campo de
batalha, somente uma nova espécie de igreja será capaz de evangelizar esta nova terra de
Canaã. George Barna sacode todos os líderes e igrejas com estas palavras contundentes e
plenas de realidade:
Devemos ser realistas. Depois de estudar por mais de vinte anos as igrejas cristãs
deste país, estou convencido de que a igreja tradicional que todos nós conhecemos
está com seus dias contados. Nossas normas culturais, nossas expectativas pessoais
e a situação da comunidade cristã em geral trouxeram um estonteante rol de desafios
para as igrejas. Por todo o país, ministérios de todos os tamanhos e formas se
atiraram em um frenesi de atividade religiosa, produzindo mais programas, templos,
eventos e recursos do que seria possível imaginar para a virada do século. Neste
momento em que nos preparamos para entrar em um novo século de ministério, temos
que tomar consciência de uma conclusão inquestionável. Apesar de toda atividade e
energia que emana de milhares de congregações, a Igreja nos Estados Unidos vem
perdendo influência e adesão mais rapidamente que qualquer outra instituição de
porte presente no país. A não ser que se encontre e implante imediatamente uma
solução radical para o reavivamento da igreja cristã nos Estados Unidos, a fome
espiritual dos americanos ficará insatisfeita ou será aplacada por outros grupos
religiosos.
Josué 1:1 narra o seguinte: “Sucedeu, depois da morte de Moisés, servo do Senhor, que este
falou a Josué, filho de Num, servidor de Moisés, dizendo...” Josué foi primeiro servo de
Moisés antes de se tornar o líder de Israel. Todos os líderes Josué devem passar pela
escola preparatória de liderança se quiserem ter êxito como líderes de transição. O sucesso
de Josué deveu-se ao longo treinamento que recebeu de Moisés. Seus conselhos
ensinaram-lhe a vontade de Deus. Suas vitórias tornaram-no confiante no seu chamado e fé
no sobrenatural. O relacionamento com Deus conduziu-o à liderança e confirmou seu
destino. Josué estava absolutamente preparado quando Deus soprou em seus ouvidos:
“Levanta-te, pois, agora, passa este Jordão” (Josué 1:2).
Talvez você seja igual a Josué, um escravo preparado para liderar. Vá em frente, pois
poderá ter sucesso onde homens melhores fracassaram. Mas, quando alcançar o sucesso,
não se esqueça do esforço dos que o precederam. Como líder de transição, estará
colhendo o que outros semearam: “Quem é Apolo? E quem é Paulo? Servos por meio de
quem crestes, e isto conforme o Senhor concedeu a cada um. Eu plantei, Apolo regou; mas o
crescimento veio de Deus. De modo que nem o que planta é alguma coisa, nem o que rega,
mas Deus, que dá o crescimento” (1 Coríntios 3:5-7). Foi Moisés quem completou
arduamente o cultivo, a rega e a limpeza do campo.
Josué foi escolhido para levar a termo a tarefa que tinha de ser realizada. Era um
momento ímpar para Israel: a longa espera de quarenta anos estava finalmente terminando
e os israelitas estavam prontos para a transformação. Josué foi preparado para ser o líder
dessa transformação. Deus escolhe o líder conforme a tarefa que precisa ser cumprida.
Deus qualifica a quem chama. Quando confia autoridade aos homens, faz com que sejam
respeitados. Quando os envia para a batalha, assegura-lhes a vitória. Quando lhes concede
a vitória, deseja que tomem posse. Agora é o momento de todos os líderes Josué tomarem
posse do futuro. O século vinte e um está diante de nós, e é nosso. Talvez você esteja
sentindo-se sobrecarregado pela complexidade dos dias que estamos vivendo: a confusão
moral, a ausência de valores e as exigências que pesam sobre o seu ministério e sobre sua
função de líder. É exatamente por isso que nós, como líderes do futuro, devemos tomar
posse e aplicar pessoalmente as promessas feitas a Josué.
Ao ler as promessas abaixo, deixe que se arraiguem em seu coração. Esteja seguro de sua
fé e ponha-se em marcha.
● O Senhor deseja falar com você diretamente, pessoalmente, já, neste instante
(Josué 1:1).
● É exatamente este o momento de levantar-se e cruzar o seu Jordão para
conquistar o futuro (Josué 1:2).
● A terra está pronta para ser conquistada. Apenas avance. Deus se encarregará
do resto (Josué 1:3).
● Os limites do seu ministério foram estabelecidos por Deus e não pelo homem
(Josué 1:4).
● As resistências deixarão de existir à medida que você assumir o seu lugar
(Josué 1:5).
● É fundamental que você assuma uma atitude de fé e coragem para conquistar
o futuro (Josué 1:6).
● A Palavra de Deus será sua estrela guia em todas as decisões e conflitos
(Josué 1:7).
● As bênçãos do sucesso e da prosperidade serão suas enquanto você
obedecer à Palavra (Josué 1:8).
● A presença constante de Deus destruirá o medo e o desânimo (Josué 1:9).
APLICAÇÃO PESSOAL
1 .Para aderir ao que é novo temos de deixar de lado o que é velho. Suas estratégias são eficientes
ou são apenas velhas fórmulas caseiras? Quais são os métodos e conceitos que você está lutando
para deixar deste lado do Jordão?
2. Pare por um momento para considerar como Deus preparou você para dar o próximo passo de fé
em termos de liderança. Quem foi que plantou, regou e limpou para que você pudesse colher? Você
demonstra uma atitude de gratidão?
CAPÍTULO 2
"Levantou-se, pois, Josué de madrugada, e, tendo ele e todos os filhos de Israel partido de
Sitim, vieram até ao Jordão e pousaram ali antes que passassem" (Josué 3:1).
O Líder Josué está à beira do Rio Jordão, um rio de destino para o povo de Deus. A
travessia será como uma linha divisória em sua história - um novo dia irá raiar, um novo
propósito será revelado. A travessia de rios e a conquista de Canaã têm representado
sempre o chamado do povo de Deus. A Canaã de Israel possuía cidades-fortalezas e
numerosos deuses, templos e práticas religiosas. Tudo isso teria de ser extirpado.
Também nós estamos à beira de um rio, prontos para seguirmos para a nossa Canaã - para
um futuro com cidades muradas, religiões pagãs e cultos imorais a deuses criados pelo
homem. Na verdade, a nossa Canaã é muito similar à de Josué; uma terra dominada por
uma infinidade de deuses.
A esposa de Baal era Asera, mas os cananeus adoravam ainda a muitas outras
divindades femininas. Considerada a deusa da guerra, a ela eram dedicados os despojos
das batalhas. Era também a “rainha dos céus”, a quem os israelitas apóstatas ofereciam
bolos e vinho, provocando assim a ira do Todo-Poderoso e de seu servo Jeremias (veja
Jeremias 7:18; 44:17-19,25). A rainha Jezabel contava com quatrocentos profetas de Asera
e quatrocentos e cinqüenta de Baal (veja 1 Reis 18:19).
A religião cananita era praticada abertamente sobre todos os altos outeiros e debaixo de
todas as árvores verdes (veja 1 Reis 14:23; 2 Reis 17:10; Jeremias 2:20; 3:6; Ezequiel
6:13), e compreendia inúmeras cerimônias de magia e ritos de fertilidade. A adoração às
suas deusas incluía comumente atos de perversão sexual. Em seus templos, homens e
mulheres rendiam culto a prostitutas que eram chamadas de “santas”.
Com suas inúmeras religiões, cultos, crenças e imoralidade, a nossa Canaã do século vinte
e um reflete os mesmos desafios. Cari F. Henry, historiador e teólogo de renome, retrata
com estas palavras o panorama cultural de hoje:
A situação em que Israel se encontrava a leste do Jordão era, sob certos aspectos,
semelhante à experimentada por Moisés na travessia do Mar Vermelho, a primeira do povo
judeu (veja Êxodo 14:5-31). Mas Josué defrontava-se com um problema muito diferente.
Tendo sob seu comando um exército endurecido e disciplinado pela permanência de
quarenta anos no deserto (veja Êxodo 16:35; Números 14:33-34; Deuteronômio 8:2-4;
Josué 5:6; 14:7,10), ele possuía meios imensamente mais adequados e poderosos para
realizar seus objetivos.
A efetiva travessia do Jordão está descrita em Josué 3-4. Por diversas razões, Josué
decidiu cruzar o rio exatamente no ponto que ficava defronte à fortificada Jericó, uma região
de águas rasas em que era possível a travessia a vau. Mais para o norte, a operação teria
sido mais fácil e levaria à parte central da Palestina, onde não havia cidades fortificadas. A
cidade de Jericó fora construída em uma planície de aproximadamente vinte quilômetros de
largura e ficava na entrada do vale de Acor. É provável que a decisão de Josué tenha sido
influenciada pelo desejo de possuir uma base fortificada na região formada por Jericó e
pelas cidades vizinhas.
O momento em que Josué realizou a travessia tem importância profética para nós. A
Escritura afirma claramente que os Israelitas alcançaram o rio na época da colheita, no
começo da primavera (veja Josué 3:15). Nessa época do ano o nível das águas eleva-se,
alagando as margens e ocupando todo o canal do leito do rio. À medida que nos
aproximamos do século vinte e um, todos os sinais à nossa volta indicam que as águas
estão subindo. O nível das águas para o povo de Deus representa o espírito permanente do
reavivamento que invade as igrejas, cidades e nações. Também as culturas atéias estão
experimentando uma elevação do nível das águas, mas são as águas do mal e do pecado.
Em seu livro Rivers of Revival (Rios de Reavivamento), Neil Anderson e Elmer Towns
reforçam a imagem que a elevação do nível das águas representa:
Uma multidão de vozes respeitáveis parece estar afirmando a mesma coisa: as águas do
reavivamento estão subindo em todas as cidades e países do mundo. Essa é a estratégia
de Deus neste momento em que cruzamos as águas do reavivamento e caminhamos para o
século vinte e um como uma igreja reavivada e espiritualmente equipada. Peter Wagner faz
a seguinte afirmação em seu livro The Rising Revival (O Reavivamento Crescente):
Estaremos mais uma vez diante de uma nova manifestação mundial do Espírito Santo?
Estaremos nós experimentando uma elevação do nível de nossas águas espirituais? Creio
sinceramente que nos encontramos verdadeiramente às portas de um movimento de
reavivamento mundial que irá resultar em uma enorme ceifa de almas perdidas para o reino
de Deus. Estamos exatamente às margens - às margens dos rios que teremos de cruzar em
nossa caminhada para o futuro. A história da Igreja registra ocasiões solenes em que Deus
parece estar manifestamente diante de seu povo, esperando que o sigam. Não pode haver
nenhuma hesitação, nenhuma atitude mental de escusa, nenhuma resistência para seguir
adiante.
“Tendo partido o povo das suas tendas, para passar o Jordão, levando os sacerdotes a arca
da Aliança diante do povo; e, quando os que levavam a arca chegaram até o Jordão, e os seus
pés se molharam na borda das águas (porque o Jordão transbordava sobre todas as suas
ribanceiras, todos os dias da sega).”
Deixe-me definir mais detalhadamente o que eu quero dizer com o rio de Deus. Trata-se da
corrente espiritual do reavivamento produzida pela atividade do Espírito Santo através de
verdades presentes, que surge em dado momento em consequência de uma manifestação
sazonal da presença de Deus. A correnteza do rio de Deus nada mais é do que a sua obra
presente ao redor do mundo inteiro. É o Espírito do Senhor soberano, manifestando
ativamente seu poder redentor por toda a parte.
Conforme já mencionei, está em curso uma atividade mundial do Espírito Santo que faz a
Igreja se movimentar e participar do trabalho de Deus, para que os rios do reavivamento
refresquem, transformem e inundem com o seu poder.
O desejo de Deus é tirar-nos de onde estamos e levar-
nos para onde Ele está trabalhando. Quando Deus
revela a você o lugar onde está trabalhando, esse é o
Seu convite para que se junte a Ele.
Em geral, as Escrituras usam os rios como símbolo da presença de Deus ou de seu Espírito
(veja Salmos 1:1-3; João 7:37-39; Apocalipse 22:1), mas os rios também podem servir para
outros ensinamentos em sentido figurado.
Um termo hebraico para rio é nahal, que tanto pode significar um rio temporário como
uma torrente caudalosa. A ravina ou o leito seco pelo calor do verão pode se transformar
em uma violenta correnteza durante a estação das chuvas. O Rio Jaboque (veja
Deuteronômio 2:37) e todos os outros rios mencionados nos relatos de Elias tinham essa
característica. Devido ao fato de que um leito seco pode se transformar em uma corrente
que inunda as margens, os rios eram também utilizados para simbolizar a prosperidade das
nações (Isaías 66:12), a força dos invasores (Jeremias 47:2) ou o poder do inimigo (Salmos
124:4).
O Novo Testamento usa os rios para simbolizar a salvação, a vida ou o poder de Deus e o
poder de revelação e de salvação do Espírito Santo (veja João 3:5; 4:13-14; 7:37-39; 13:10;
Tito 3:5).
Na nova cidade de Deus (veja Apocalipse 22:1-5), a água pura não emana do Templo como
em Ezequiel 47:12, mas sim do trono de Deus para que as nações gozem de boa saúde.
O rio de Deus que flui em direção ao seu povo é uma manifestação do seu Espírito
que tem por objetivo curar as nações, curar a nossa enferma e agonizante cultura. Ao
redor do mundo inteiro, precisamos desesperadamente de um poderoso e vivo rio de Deus
para salvar nossas igrejas doentes e agonizantes. Precisamos de um rio refrescante para a
desanimada e confusa igreja do século vinte e um. Precisamos do rio de Deus!
Semelhantes aos afluentes naturais (córregos, riachos e ribeirões) que deságuam nos rios e
formam sua bacia, os afluentes espirituais dos rios do reavivamento têm diversas nascentes
atrás de si. A forma empregada por Deus para criar um rio de atividade do Espírito Santo,
que irá afetar decisivamente todas as denominações, igrejas, culturas, cidades e nações, é
permitir que todos os tributários fluam para formar um único e grande rio.
Cada corrente é importante e absolutamente necessária para criar o rio. Quanto mais
correntes houver, mais poderoso ele será. Para que as correntes possam se reunir, elas
têm de ter claramente a consciência de que não são rios. A questão é que cada corrente
entre os tributários espirituais de Deus vê a si própria como rio e acredita que todas as
demais correntes reconhecerão sua revelação da verdade e se unirão a ela, ou pelo menos
aceitarão a verdade que as suas águas conduzem.
A bacia do rio Jordão é uma formação geográfica única. Resultante de uma falha
geológica, é a depressão mais baixa que há na superfície terrestre. Assim, o nome que os
judeus deram ao rio, Yarden, que significa “aquele que desce”, é bem apropriado. O rio
Jordão é o maior curso d'água da Palestina; a distância de cento e vinte quilômetros que
separa o lago Huleh do Mar Morto é mais que duplicada em virtude dos meandros
existentes ao longo de todo o curso.
Nenhum outro rio foi mais citado ou tem maior significado bíblico. No hinário e nas
orações cristãs, o rio Jordão simboliza frequentemente a transição da morte desta vida para
a vida eterna. Os judeus costumavam usar a imagem do rio para explicar às crianças o
significado da morte. Profeticamente, representa a travessia que todos temos de
empreender se quisermos seguir os rios do reavivamento.
Esses rios representam, acima de tudo, as águas onde afogamos o egoísmo, o
orgulho e o próprio espírito religioso. É como um estágio obrigatório que temos de
cumprir, durante o qual anulamos nosso vigor carnal e humano, nossa força natural e nossa
capacidade de ação. Para que Josué pudesse conquistar as cidades de Canaã, ele e seu
povo tiveram de atravessar o Jordão, o rio da morte, antes que se transformasse no rio da
vida.
Por que foi pedido a Naamã que mergulhasse sete vezes no rio? Porque sete é o número
que representa a inteireza para Deus. Somente quando estamos dispostos a aceitar TUDO
o que Ele tem para nos oferecer, é que alcançamos a inteireza.
“Então Eliseu lhe mandou um mensageiro, dizendo: Vai, lava-te sete vezes no Jordão, e a tua
carne será restaurada, e ficarás limpo” (2 Reis 5:10).
Ainda que simples, essa mensagem provocou uma brusca reação de Naamã:
“Naamã, porém, muito se indignou e se foi, dizendo: Pensava eu que ele sairia a ter comigo,
pôr-se-ia de pé, invocaria o nome do Senhor, seu Deus, moveria a mão sobre o lugar da lepra
e restauraria o leproso” (2 Reis 5:11).
O seu pensamento foi o seguinte: Não poderia eu me lavar no Abana ou no Farpar, os rios de
Damasco? Não são eles melhores que todos os rios de Israel? É possível que também
sejamos desafiados a entrar em rios que não são exatamente do nosso agrado ou da nossa
escolha. Ainda assim, são os rios que Deus escolhe para nos trazer restauração e vida.
O que fez com que Naamã ficasse finalmente convencido de que devia entrar no barrento
Jordão, um rio de má reputação, que lhe provocava repugnância por tudo o que seus
sentidos lhe transmitiam? Foi uma combinação de desespero e disposição para ser
humilhado.
Uma das suas servas o convenceu com estas palavras: “Se o profeta te dissesse para fazer
algo difícil, impossível, penoso, tu não o farias? Então, por que não o fazes quando tudo que
ele te diz é ‘Lava-te, e ficarás purificado’?” Esse argumento fez com que o grande Naamã se
humilhasse o bastante para descer da margem e banhar-se sete vezes no barrento, sujo e
repugnante Jordão. Não uma vez. Não duas vezes. Sete vezes. Foi-lhe pedido que
mergulhasse no Jordão até que se tomasse completamente impregnado por suas águas.
Em Josué 3:1 está escrito assim: “Vieram até ao Jordão e pousaram ali antes que
passassem”. Nós também temos de pousar às margens do rio, pois essa é a vontade de
Deus.
O reavivamento requer dois estágios: (1) pousar às margens do rio e (2) atravessá-lo.
Alguns dão o primeiro passo, mas nunca o segundo, tão seduzidos e satisfeitos estão com
a imobilidade que não sentem desejo algum de empreender a travessia. Outros desejam
apenas cruzar o rio, não se detendo sequer um instante para pousar às suas margens.
Temos de fazer as duas coisas. Não se trata apenas da sabedoria do reavivamento - é
espiritualmente sadio - uma questão de vida, ou morte.
O termo pousar usado em Josué 3:1 tem o significado de parar e permanecer no mesmo
local por algum tempo, deitar-se, ficar imóvel, aguardar pacientemente. Quando o Espírito
Santo está fazendo algo novo e revigorante, nada é mais necessário e importante do que
pousar. O grande dom durante os tempos do reavivamento não é necessariamente o dom
da liderança, mas o dom da amizade. A consciência de que não sabemos todas as
respostas cria um estado de espera sagrada, experimentado pelas pessoas que pousam às
margens do rio e se mantêm dispostas a continuar mergulhando na novidade, ainda que
nem sempre prazerosa, que Deus está pedindo que experimentem.
A palavra “sequidão” representa um vento seco e contínuo, que afasta para longe as nuvens
de chuva e cresta o chão, uma escassez de chuva por longos períodos, uma seca
prolongada em meio ao calor do verão. “Seca”, “sede”, “sem chuva” e “endurecida” são
palavras que podem descrever a sua alma ou a alma de sua igreja. Na natureza, quando
uma região sofre os efeitos de uma seca prolongada, o chão torna-se tão endurecido que as
águas das primeiras chuvas em vez de penetrar no solo espalham-se pela superfície e
provocam inundação. Serão necessários vários dias de chuva para que o chão comece
vagarosamente a ficar mais solto. Então, à medida que ocorrem outras chuvas, a terra
amolece e as águas penetram cada vez mais e mais profundamente, permitindo que as
sementes se fixem no solo, germinem e frutifiquem.
“Fendeu a rocha, e dela brotaram águas; que correram, qual torrente, pelo deserto” (Salmos
105:41).
“Porque derramarei água sobre o sedento e torrentes, sobre a terra seca; derramarei o meu
Espírito, sobre a tua posteridade e a minha bênção, sobre os teus descendentes” (Isaías 44:3;
veja também Isaías 32:1-2; 41:17-18; Mateus 12:43).
Nossa responsabilidade é parar, pousar e sorver longamente as águas dos rios de Deus
(veja Jeremias 31:12). Pousar pode parecer um assunto por demais trivial para que eu me
estenda tanto sobre ele, mas considero-o um dos passos fundamentais para que estejamos
aptos a entrar nos rios do reavivamento do século vinte e um. Não somente devemos
chegar até a beira (veja Josué 3:15), como temos de entrar nas águas que Deus nos
oferece e sorvê-las profunda e pessoalmente. Beber significa absorver, consumir, tomar.
Beber fala de abertura (veja Deuteronômio 11:11; Jeremias 31:12; João 4-14,7:37-39;
Efésios 5:18).
Prepare seu coração, mente e espírito com expectativa e fé para receber (veja 2 Reis 3:16-
17). Cave um lugar para que o Espírito Santo possa enchê-lo. Abra as suas mãos. Abra o
seu espírito. Beba. Absorva. Deixe que o sopro de Deus inspire vida nova em você (veja
João 20:22) e conceda-lhe poder do alto para a travessia (veja Atos 1:8).
APLICAÇÃO PESSOAL
1 . Nesse momento em que constatamos uma elevação simultânea do nível das águas do
reavivamento e do nível das águas do mal, devemos derrubar os Baals que tentam afastar
as pessoas do Senhor da Seara. Quais Baals você tem de derrubar para manter em foco a
conquista de almas?
2. A maior parte de nós tem clara consciência de que nossas doutrinas e denominações
estão mais para rios do que para tributários que contribuem para formar o rio. Você é capaz
de pedir ao Espírito Santo que revele as áreas de sua personalidade que escondem o
orgulho e a rigidez existentes dentro de você?
3. Qual é a relação que há entre você e Naamã? Quais idéias ultrajantes Deus pediu-lhe
que aceitasse, mas você se recusa a incluir como parte do plano divino que irá conduzi-lo à
Terra Prometida?
CAPÍTULO 3
Preparação Para a Travessia
"Levantou-se, pois, Josué de madrugada, e, tendo ele e todos os filhos de Israel partido de
Sitim, vieram até ao Jordão e pousaram ali antes que passassem" (Josué 3:1).
Sitim se caracterizava por possuir um vasto bosque de acácias, uma espécie de arbusto de
porte médio com as flores dispostas em cacho. A madeira da acácia era conhecida pela sua
durabilidade. Em hebraico, a palavra “acácia” significa não perecível, durável, e foi traduzida
algumas vezes na Septuaginta como “madeira incorruptível”. Veremos que a experiência de
Sitim é um encontro revitalizante e transformador com a verdadeira santidade bíblica. Sob
todos os aspectos que possamos imaginar, a santidade e a cultura moderna do século vinte
e um estão fadados ao conflito. O sistema de valores dos dias atuais está passando por
mudanças que são verdadeiras mega transformações. A filosofia humanista e sincretista de
nossa cultura mundial erodiu todos os sistemas de valores morais. Defrontamo-nos hoje
com uma nova cultura, uma nova e desconhecida Canaã, uma cultura desligada de Deus e
de seu mundo.
“Segui a paz com todos e a santificação, sem a qual ninguém verá o Senhor” (Hebreus
12:14).
“Tendo, pois, ó amados, tais promessas, purifiquemo-nos de toda impureza, tanto da carne
como do espírito, aperfeiçoando a nossa santidade no temor de Deus” (2 Coríntios 7:1).
“Pelo contrário, segundo é santo aquele que vos chamou, tornai-vos santos também vós
mesmos em todo o vosso procedimento, porque escrito está: Sede santos, porque eu sou
santo” (1 Pedro 1:15-16).
“Falo como homem, por causa da fraqueza da vossa carne. Assim como oferecestes os
vossos membros para a escravidão da impureza e da maldade para a maldade, assim
oferecerei, agora, os vossos membros para servirem a justiça, para santificação” (Romanos
6:19).
O sentido mais primário do termo santo é “separado”, oriundo de uma antiga palavra
que significa cortar ou separar. Em linguagem contemporânea, diríamos algo assim como
“cortar à parte” ou “cortar acima”. A Concordância de Strong define santo como
“moralmente inocente”. O Vine’s Expository Dictionary (Dicionário Expositivo de Vine)
estabelece que “ser santo é estar separado do pecado por Deus pela adoção de um
comportamento adequado por parte da pessoa separada”.
A.W. Pink explica que “santidade consiste em uma transformação interna ou renovação de
nossa alma, pela qual os nossos pensamentos, emoções e desejos passam a estar em
harmonia com Deus.”
Ao nos dirigirmos em direção aos rios do poder e da presença divina, sejam eles os rios
nacionais de reavivamento ou o rio de Deus de quando nos reunimos para o culto
dominical, temos de passar pelo Bosque das Acácias para nos lavar, purificar e libertar. 2
Coríntios 7:1 continua esse fato com as seguintes palavras: “Tendo, pois, ó amados, tais
promessas, purifiquemo-nos de toda impureza, tanto da carne como do espírito,
aperfeiçoando a nossa santidade no temor de Deus” (veja também Levítico 11:44, 1 Samuel
16:5; João 17:16-17; 2 Timóteo 2:2; Hebreus 2:11)
A santidade está em conflito direto com uma cultura desviada. Somos governados pela
noção de que, de um modo ou de outro, a vida nos concede o direito de termos todos os
nossos caprichos e desejos satisfeitos. Nosso país, e aparentemente quase todos os
demais países, é movido pela procura do prazer, da auto-satisfação, da perversão sexual e
de outros vícios. Vivemos em um mundo que acredita piamente que o prazer físico conduz
à felicidade. Nossa população descarta a idéia da ira de Deus como se fosse tão
unicamente um produto da pudicícia puritana. Os mandamentos morais não passam de
complexos psicológicos que precisam ser eliminados. Estamos necessitando
desesperadamente fazer uma longa parada no Bosque das Acácias, retornando aos
conceitos bíblicos de santidade, pureza e padrões divinos.
É um choque para mim constatar que a principal característica da nossa cultura atual é
a exacerbação do narcisismo, do materialismo e do hedonismo. De acordo com uma
pesquisa do Instituto Gallup, a nossa cultura se diz cristã devido a cinquenta milhões
de americanos que anseiam por renascer. Mas está quase que totalmente dominada
pelo relativismo. A mentalidade do “faça-o-que-lhe-der-na-telha” liberou-nos da
estrutura absoluta da fé e da crença e nos deixou à deriva em um oceano de ausência
de valores.
Sentimo-nos desafiados, mas não desencorajados, por estarmos vivendo em uma cultura
como essa, pois estamos vendo em toda a nossa volta sinais inequívocos de que Deus
deseja trazer um reavivamento da verdade, pensamento correto, valores divinos e uma
igreja vitoriosa e conquistadora. Nesse momento em que estamos à procura da santidade,
vamos conscientemente deixar de lado essas filosofias que podem nos afastar de nosso
objetivo.
“Portanto, também nós, visto que temos a rodear-nos tão grande nuvem de testemunhas,
desembaraçando-nos de todo peso e do pecado que tenazmente nos assedia, corramos, com
perseverança, a carreira que nos está proposta, olhando firmemente para o Autor e
Consumador da fé, Jesus, o qual, em troca da alegria que lhe estava proposta, suportou a
cruz, não fazendo caso da ignomínia, e está assentado à destra do trono de Deus” (Hebreus
12:1-2).
O Bosque das Acácias trata e expõe todas as práticas e filosofias condenáveis, desprovidas
de conteúdo, que sutil e insidiosamente conseguiram infiltrar-se na cultura da igreja por
meio do fanatismo. Eis aqui alguns dos elementos que podem nos impedir de entrar nas
águas do Jordão que está nos aguardando:
● Pragmatismo: o pragmatismo afirma que tudo que traz satisfação e tudo que
funciona é correto e bom. Representa uma das principais inspirações da cultura
ocidental e da era tecno-científica. Para o pragmático, os fins justificam os meios.
Quando comparamos a santidade das verdades bíblicas absolutas com essa avalanche de
filosofias profanas, sentimos uma força pujante que nos encoraja a levar uma vida guiada
pela santidade.
Como pastor de uma igreja multigeracional e multiétnica de uma grande cidade, vejo-me
obrigado, assim como todos vocês, a enfrentar toda espécie de sedução pecaminosa.
Nossa congregação possui características conservadoras em relação aos padrões morais e
às convicções bíblicas no que se refere ao entretenimento e à vida de uma forma geral.
Pregamos contra a devassidão moral e a conduta pecaminosa e ensinamos como
combatê-las. Temos uma postura inequívoca em relação ao sexo antes do casamento, ao
adultério e a outros pecados morais. Como líderes religiosos, todos os nossos pastores,
bispos, diáconos, professores e chefes de grupo de estudo e de jovens demonstram possuir
responsabilidade e um transparente padrão de comportamento como líderes. Ainda assim,
é impressionante a quantidade de pecados, condutas impróprias, estilos de vida
pecaminosos e falhas morais inconfessas existem em maior ou menor grau dentro de nossa
congregação.
Acredito que todas as igrejas batalham contra essas mesmas regras de degeneração.
Alguns pastores, líderes, bispos e diáconos podem desanimar e se sentir vencidos nessa
luta que é conduzir a congregação à santidade bíblica. É exatamente por isso que temos de
estar permanentemente nos deslocando até o nosso Bosque das Acácias, onde podemos
tocar a santidade de Deus e receber a novidade de vida para vencer a antiga.
Não há nenhuma fórmula secreta que possa conceder santidade às nossas vidas, mas
existem princípios bíblicos bastante evidentes que devemos seguir. Entre outros, o Bosque
das Acácias nos proporciona os seguintes princípios:
● Tudo é permissível, mas nem tudo é benéfico (veja 1 Coríntios 6:12)
● Tudo é permissível, mas nada nos dominará. Não permitiremos que nada
dobre a nossa vontade (veja 1 Coríntios 6:12).
● Se alguma coisa permissível for prejudicial às outras pessoas devemos evitá-
la (veja 1 Coríntios 8:13).
● Tudo que fizermos será para a glória de Deus (veja 1 Coríntios 10:31).
● Manteremos nossos pensamentos alinhados com a Palavra de Deus. Nossos
pensamentos são tão importantes quanto nossos atos (veja 1 Samuel 16:7,
Salmos 139:1-4; Provérbios 23:7; Filipenses 4:8).
● Devemos transformar nossos hábitos em disciplinas divinas de vida (veja
Romanos 6:19; 12:1-2; 2 Timóteo 3:16).
Todos concordamos que a santidade é o que nos separa dos desejos, paixões e vontades
da cultura carnal que nos rodeia, em resposta ao chamado de Deus para que sejamos
pessoas santas e apartadas do mundo para O servir. Esse santo chamado é um ato
soberano de Deus, onde a perfeição da santidade é a responsabilidade permanente, diária,
gradual e contínua de todos os crentes em todas as igrejas. Se quisermos entrar
definitivamente nos rios da presença e do propósito de Deus, temos de assumir compromisso
com a santidade - optamos pelo Bosque das Acácias.
“Fidelíssimos são os teus testemunhos; à tua casa convém a santidade, SENHOR, para todo o
sempre” (Salmos 93:5).
Eu Clamo Santo
Por Mark Strauss
APLICAÇÃO PESSOAL
1 .Em uma escala de 1 a 10, qual é a importância que a santidade tem para você? Sua vida
reflete essa santidade?
2. Algumas vezes, o cristão sacrifica o relacionamento com pessoas que lhe são caras por
causa de regras que lhe permitem discernir entre o bem e o mal. Quando isso acontece,
estamos mais propensos a julgar (legalismo) do que a perdoar as pessoas. Você é capaz
de identificar alguma filosofia ou costume do mundo moderno que tenha influenciado seu
modo de pensar, afastando-o da Palavra de Deus?
3 .Pare um momento para listar os pecados que o estão dominando (se você se julga uma
pessoa sem pecados, deveria considerar seriamente a hipótese de começar a lista pelo
orgulho). Queime a lista e peça a Deus para que as cinzas tragam um efeito benéfico para
você.
4. Releia os princípios do Bosque das Acácias. Quais deles você terá de seguir antes de
entrar nas águas dos rios que lhe estão destinados?.
CAPÍTULO 4
Rios do Reavivamento Século Vinte e Um
"Ao chegardes à borda das águas do Jordão, parareis aí“ (Josué 3:8).
A travessia de rios para a igreja do século vinte e um significa a comunhão com os rios do
Espírito Santo que podem ser classificados como os rios do reavivamento dos dias de hoje.
Os rios do reavivamento têm estado presentes em quase todas as gerações e a igreja
sempre pôde optar entre entrar no rio, evitá-lo, ignorá-lo ou resisti-lo. Quando uma geração
resiste ou ignora o rio de Deus, ela se assemelha à geração de Juízes 2:10 “Outra geração
após eles se levantou, que não conhecia o Senhor, nem tampouco as obras que fizera a
Israel”.
O Reverendo Bevon Jones afirma o seguinte: “Não permita que uma geração cresça sem
conhecer as coisas divinas que trazem dentro de si o germe do reavivamento nacional do seu
futuro.”
Deus está firmemente dedicado a visitar todas as gerações com sua presença e poder
divinos. Infelizmente, não há espaço nem tempo suficiente para falar sobre John e Charles
Wesley, George Whitfield, Ludwig von Zinzendorf, João Calvino, Charles Finney, Jonathan
Edwards, D.L. Moody e os Grandes Despertamentos. Os rios do reavivamento sempre
estiveram disponíveis - disfarçados, improváveis, longe de nosso arraial - mas estavam lá.
O Despertamento de 1905-1906 percorreu os Estados Unidos e o resto do mundo como
uma gigantesca onda de movimentação religiosa. As denominações pentecostais tiveram
seu início nesse reavivamento da virada do século. Atualmente, deparamo-nos uma vez
mais com uma infinidade de rios de reavivamento. Alguns não passam de córregos, riachos
ou pequenas correntes de água, enquanto outros são verdadeiros rios do poder e da
presença do Espírito Santo.
John e Carol Arnott de Toronto, Canadá, convidaram Randy Clark em 20 de janeiro de 1994
para iniciar uma série de congressos de reavivamento que dura até hoje. A Bênção de
Toronto já infundiu em milhares de pessoas um novo amor por Deus e pelo Espírito Santo e
um sentimento de querer receber Jesus com simplicidade. Os Arnott, casal cristão ungido
pela humildade e graça, costumam dizer que é muito fácil receber o reavivamento.
“Qualquer um é capaz de alcançá-lo caso se deixe envolver por ele. O reavivamento se
propaga facilmente e é muito contagioso.” Líderes de diversos países foram a Toronto beber
das águas deste reavivamento. Vieram da Suíça, Alemanha, França, Suécia, Noruega,
Inglaterra, Escócia e de muitos outros países, assim como da maior parte das cidades
norte-americanas. Todos foram banhados por esta extraordinária explosão das águas do rio
de Deus.
O que Heaven’s Gate, Waco e Jonestown têm em comum com a igreja que você frequenta?
Mesmo que seja difícil acreditar, os mesmos princípios utilizados pelos líderes de seitas
fechadas tornaram-se de uso comum em uma infinidade de igrejas ao redor do mundo
inteiro. Certos cerimoniais que antes eram encontrados apenas em cultos secretos são,
hoje em dia, prática rotineira no altar das igrejas - e é dessa forma que os cristãos imitam as
práticas criadas pela espiritualidade pagã:
Pode ser que as conclusões de Hank Hanegraaf representem uma reação extremada aos
rios do reavivamento, mas integram perfeitamente a corrente do pensamento cristão. Por
outro lado, ainda que uma parte de suas preocupações seja absolutamente válida, suas
conclusões revelam uma mistura de medo e reação mundana. De qualquer modo,
independente de nos sentirmos tão seguros como Hanegraaf quanto à validade destes
reavivamentos ou estarmos cobertos de dúvidas, não podemos de maneira alguma ignorar
sua existência.
Fato é que a Bênção de Toronto afetou mais de duas mil igrejas somente na Inglaterra,
tendo na Igreja da Santíssima Trindade de Brampton o seu expoente máximo. Ken e Loisa
Gott de Sunderland, Inglaterra, estiveram em Toronto e sentiram que suas vidas haviam
adquirido um novo significado após terem sido tocados pelo Espírito Santo. Depois de
retornarem a Sunderland, criaram um movimento de reavivamento em que os participantes
reuniram-se todas as noites por mais de três anos ininterruptamente, sendo que ao fim
desse período milhares de leigos e uma infinidade de pastores haviam sido
conscientizados.
O livro Revival de John Arnott, Malcolm McDow e Alvin Reid registra histórias da
ocorrência de rios de reavivamento recentes em diversos campus universitários. O
reavivamento está se espalhando por uma infinidade de faculdades e universidades com
inúmeros relatos de arrependimento, reconciliação, restauração de relacionamentos e
milhares de salvações e filhos pródigos que retornam para o Senhor. Os rios do
reavivamento estão realmente fluindo através dos campus: Indiana Wesleyan College de
Marion, Indiana; Bethel College de Mishawaka, Indiana; Judson College de Elgin, Illinois;
George Fox College de Newberg, Oregon; Multnomah Bible College de Portland, Oregon;
LouisianaTech University de Rustin, Louisiana; Illinois Baptist College de Galesburg, Illinois;
Spring Arbor College de Spring Arbor, Michigan; Biola University em Los Angeles, Califórnia
e mais algumas outras dezenas de escolas, faculdades e universidades.
Os rios do reavivamento fluem também mundo afora. Um dos países com um grande
número de ocorrências é a Argentina. Peter Wagner conta que “a Argentina pode ser
considerada como uma das grandes cabeceiras dos rios do reavivamento que Deus está
enviando a todos os cantos da terra. Tudo indica que essa influência deverá crescer
significativamente em um futuro bem próximo. Não há nada que distinga a Argentina de
outros países, mas em seu território ocorre uma extraordinária manifestação da graça de
Deus”.
Da mesma forma que Josué chegou até as margens do Jordão, a igreja chega até as
margens dos rios do reavivamento. Estes rios têm de ser atravessados. Devemos colocar
nossos pés em suas águas e cruzá-los, permitindo que nos envolvam completamente,
refrescando-nos e unindo-nos a eles.
Quando nos aproximamos das margens dessas correntes incomuns, devemos fazer
algumas perguntas a nós mesmos. Este rio de reavivamento é autêntico? Podemos
distinguirem suas águas elementos bíblicos autênticos? Possuem os ingredientes de um
reavivamento verdadeiramente duradouro - princípios, verdades e líderes íntegros? Se eu
cruzar este rio, será que o povo de Deus irá recebê-lo e saberá o que fazer com ele? O que
irei encontrar neste rio se meus olhos puderem ver além das águas que correm, além do
barulho da correnteza, além do refrigério que ele irá me proporcionar?
Como agiremos para capturar as verdades do Espírito Santo que fluem nos rios do
reavivamento sem prejudicar nossas igrejas, nossas famílias e ministérios? Toronto
foi para mim, e mais recentemente para nossa igreja, uma experiência de humildade e
engrandecimento. Porém, quero deixar bem claro que não nos tornamos uma igreja igual à
de Toronto e nem nossa igreja se parece com o Reavivamento de Toronto. Demonstramos
arrependimento, emoção e um novo entusiasmo em relação ao Espírito Santo. Mantivemos
o nosso rio que nos foi dado por Deus e as características que edificamos durante décadas.
Nossa igreja local baseia-se particularmente naquilo que acreditamos ser valores ou
distintivos bíblicos. Por mais de quatro décadas, esses distintivos provaram que podem
construir uma igreja local saudável, sob a presença permanente do rio de Deus. As
manifestações sazonais do Espírito de Deus, como se fossem chuvas de verão, têm
contribuído para engrandecer o nosso rio, mas certamente ele flui o ano inteiro.
Os rios do reavivamento devem focar a praça do mercado da mesma forma como tocam os
céus.
Todos os rios que mencionei, e muitos outros que deixei de mencionar, têm de uma forma
ou de outra influenciado o nosso rio, uma vez que fomos ao seu encontro, entramos em
suas águas, identificamos algumas pedras memoráveis, pedras da verdade, que retiramos
de seus leitos e trouxemos para o nosso rio. Mas, mesmo assim, sempre mantivemos
nossos valores e nossos distintivos.
Valores e conceitos são fatores críticos para a eficiência da igreja, pois constituem as
bases para a tomada de decisões e para agir. De acordo com o consultor em
gerenciamento Philip Selznick, “a formação de uma instituição é marcada pelos
compromissos de valor assumidos e um líder institucional é antes de tudo um especialista na
promoção e guarda desses valores”.
Você deve estar perguntando “Quais são os seus valores e distintivos?” Deixe-me explicá-
los de forma simples e direta.
Nossa visão é estabelecida com base em nossos valores. A visão proporciona à igreja
clareza quanto à direção que deve seguir, promovendo uma análise das metas futuras e
motivando o envolvimento de todos. Nossa visão deve ser um instrumento eficaz de Deus
para construir uma igreja local em nossa região, estabelecida de acordo com os padrões e o
poder da Bíblia, os quais, por sua vez, irão transformar-se em instrumento para alcançar os
propósitos do Reino, uma igreja acolhedora que sabe como obter e guardar a sua colheita.
Em poucas palavras, nossa visão é:
Permitir que os membros da igreja possam cumprir seu destino através dos
propósitos divinos, dos ensinamentos bíblicos e dos ministérios pastorais, levando os
crentes à maturidade em Cristo e ao efetivo ministério, resultando em uma igreja
restaurada e triunfante.
Estender por meio da igreja o reino de Deus à nossa cidade, ao nosso país e ao mundo
inteiro, através da evangelização vigorosa, da formação de líderes religiosos, do
estabelecimento de igrejas e do envio de missionários e equipes missionárias.
Visão é o que uma congregação percebe por meio do Espírito Santo como pertencendo ao
propósito que Deus reserva a seus membros, criando assim o movimento espiritual que
resulta em progresso espiritual, mantido pela batalha espiritual.
Nossos valores de visão refletem nossa fé, convicções básicas e nossas pedras para
construir igrejas saudáveis, com rios permanentes e caudalosos. Devemos guardar com
todo o cuidado esses valores de visão. Sem eles, a visão pode se transformar em letra
morta, resultando em institucionalismo. Esses valores dão vida à visão e sustentam a sua
qualidade. Veja abaixo os valores de visão adotados por nós.
VALORES DE VISÃO
Valor - Palavra de Deus. Cremos que a Bíblia é a Palavra inspirada de Deus, a regra
máxima e inquestionável de fé e prática para todos os cristãos.
Valor - Presença Manifesta de Deus. Gozar da presença sentida de Deus é nossa paixão
como igreja. Cremos que a presença de Deus pode ser sentida por todos os cristãos que
observam o padrão de culto mencionado nos Salmos (veja Salmos 22:3).
Valor - Atividade do Espírito Santo. Como crentes, tanto na vida pessoal quanto na vida
congregacional, acolhemos o Espírito Santo. O batismo pelo Espírito Santo e suas bênçãos
são parte integrante da nossa fé.
Valor - Santidade de Deus. A santidade não é um legalismo que se mede pela aparência
externa, mas a verdadeira purificação do crente pelo poder do Espírito Santo, que se
evidencia pelo caráter e conduta cristã. Os frutos logo aparecem.
Valor - Intercessão pela Oração com Fervor. Acreditamos que a intercessão é o chamado
do crente. Assim, a voz da oração é ouvida quando oramos juntos, em voz alta, nos
momentos de oração na abertura do culto. O princípio da oração é considerado o motor ou
a casa de máquinas de nossa igreja. A oração e o jejum individual e a oração conjunta são
de suma e permanente importância.
Valor - Buscando o Perdido. Acreditamos que todo crente é chamado para buscar aquelas
pessoas que não têm um relacionamento pessoal com Jesus Cristo. Temos o compromisso
de manter permanentemente o esforço vigoroso de buscar toda a nossa cidade com a
mensagem do evangelho.
Valor - Excelência. Acreditamos que Deus merece o melhor do que temos a oferecer-lhe.
Consequentemente, procuramos manter sempre um padrão de excelência em tudo que se
refere à obra de Deus.
Valor - Relacionamentos. Nossa meta é amar-nos uns aos outros. Esforçamo-nos para
atingir essa meta através de pequenos grupos denominados Células Urbanas. Cada
membro da congregação é motivado a aprofundar o relacionamento com os demais
membros, desenvolvendo o encorajamento mútuo e a responsabilidade individual. A ênfase
dada por meio dos programas Vida Urbana (motivação e fortalecimento recíproco) e
Conquista Urbana (conquista da nossa comunidade) tem nos ajudado a ser bem-sucedidos
nesse esforço.
Valor - Integridade. Não há nada que compense a falta de caráter. Para nós, esse valor é
da mais alta importância e se constitui no filtro de todos os demais valores. Retidão,
confiança e transparência são as pedras fundamentais mais valiosas que possuímos.
Valor - Reino de Deus. É nosso desejo exercer uma influência positiva sobre a cultura que
nos cerca. Temos de ser o sal e a luz para o mundo à nossa volta à medida que
penetramos nas arenas política, social e educacional armados com o Espírito e a Palavra
de Deus.
Valor - Igreja Local. Acreditamos que para Deus a igreja local é o aspecto mais importante
de sua obra nos dias de hoje. Embora reconheçamos e compreendamos que um grande
Corpo de Cristo pode abrigar a todos os crentes, os planos e propósitos de Deus serão
revelados e realizados em um cenário local. Todo crente deve relacionar-se corretamente
com Deus e com uma igreja local para que possa encontrar um lugar de ministério e
prosperidade espiritual. É fundamental que em vez de criticarmos a igreja, esforcemo-nos
ao máximo para que a Igreja de Cristo seja glorificada. A igreja é o instrumento que Deus
utiliza para estender seus propósitos sobre a terra.
Valor - Direção dos Presbíteros. Acreditamos que Deus tem um plano e um modelo de
direção para a igreja local. É a mesma forma de governo que Ele tem utilizado em todas as
instituições que criou. Acreditamos que a direção da igreja deve ser exercida por uma
equipe ministerial ou um governo “presbítero” chefiado por um pastor titular ou por um
presbítero-chefe. Essa forma de governo envolve a mesma igualdade e liderança
encontradas no modelo divino, estabelecidas na família natural, instituídas por Deus em
Israel, usadas nas sinagogas e ordenadas para a igreja do Novo Testamento (veja Atos
14:23, Tito 1:5; Hebreus 13:17). Os presbíteros estão para a igreja local assim como os pais
estão para a família. Eles são os pais espirituais da congregação local e são responsáveis
perante Deus para fazer com que os membros da igreja sejam capazes de desempenhar
suas funções ordenadas por Deus.
Valor - Unidade e Multiplicidade. Acreditamos que todas as igrejas locais deveriam ser
abrangentes e buscar pessoas de todas as raças, de qualquer origem étnica e de qualquer
nível sócio-econômico. A igreja de Jesus Cristo é um grupo multiétnico que traz dentro de si
as sementes para derrubar o estigma do preconceito racial. O propósito de Deus é
transformar todas as pessoas em uma única para a sua Glória.
Vamos nos lembrar do lema olímpico de 1985, “Mais rápido, mais alto e mais forte”. Essas
palavras expressam perfeitamente os valores relacionados com o esforço de conseguir de
Deus o melhor para as nossas igrejas. À medida que nos movemos cada vez mais rápido
(esta é certamente uma das características da atmosfera do reavivamento), devemos fazê-
lo com valores bem definidos, comprometendo-nos com eles e observando uma estratégia
adequada para mantê-los sempre saudáveis.
O esquema mostrado a seguir registra os oito estágios da jornada que cada um de nós tem
de percorrer para encontrar os rios do reavivamento, como pastores que entraram e
beberam das águas que mencionamos neste livro.
Renovação. Representa o recebimento da nova atividade do Espírito Santo por uma alma
desejosa de transformação, permitindo que Ele a revitalize interiormente e a remodele na
sua caminhada à procura de Deus. A renovação é o recebimento de uma nova vida e de um
novo ânimo pela alma de um indivíduo, por uma igreja ou por uma cidade.
Recebimento. Representa a atitude a ser adotada pelos líderes e pelas pessoas a fim de
ficarem abertas para receber das outras correntes de igrejas ou movimentos. É a atitude de
quem rejeita a exclusividade, consciente de que ela nada mais é senão a estratégia do
demônio para manter os movimentos isolados, impossibilitando a troca de conhecimentos e
experiências (polinização cruzada). Receber de outros, mesmo que sejam diametralmente
opostos, é o propósito de Deus para a sua Igreja. Uma atitude refratária a tudo que é novo e
que pensa que “nós já sabemos tudo” é a forma mais segura de uma igreja ou movimento
encruar e permanecer no sofrimento espiritual.
Reavivamento. Este termo abrange muito mais do que uma simples série de seminários ou
uma experiência espiritual vivida por uma pessoa ou um grupo. O reavivamento representa
o estado permanente de uma igreja viva, de uma igreja banhada por um imenso rio que
recebe as águas de outros rios, mas sabe conservar sua própria identidade. A igreja que
mantém sua identidade bíblica é o verdadeiro rio de Deus, poderoso, fresco e de águas
permanentes.
“Depois disto, o homem me fez voltar à entrada do templo, e eis que saíam águas de debaixo
do limiar do templo, para o oriente; porque a face da casa dava para o oriente, e as águas
vinham de baixo, da banda direita da casa, da banda do sul do altar” (Ezequiel 47:1).
“Ele me levou pela porta do norte e me fez dar uma volta por fora, até a porta exterior, que
olha para o oriente; e eis que corriam as águas ao lado direito. Saiu aquele homem para o
oriente, tendo na mão um cordel de medir; mediu mil côvados e me fez passar pelas águas,
águas que me davam pelos tornozelos. Mediu mais mil e me fez passar pelas águas, águas
que me davam pelos joelhos; mediu mais mil e me fez passar pelas águas, águas que me
davam pelos lombos. Mediu ainda outros mil, e era já um rio que eu não podia atravessar,
porque as águas tinham crescido, águas que se deviam passar a nado, rio pelo qual não se
podia passar” (Ezequiel 47:2-5).
“E me disse: Viste isto, filho do homem? Então, me levou e me tomou a trazer à margem do
rio. Tendo eu voltado, eis que à margem do rio havia grande abundância de árvores, de uma e
de outra banda. Então, me disse: Estas águas saem para a região oriental, e descem à
campina, e entram no mar Morto, cujas águas ficarão saudáveis. Toda criatura vivente que
vive em enxames viverá por onde quer que passe este rio, e haverá muitíssimo peixe, e, aonde
chegarem estas águas, tomarão saudáveis as do mar, e tudo viverá por onde quer que passe
este rio. Junto a ele se acharão pescadores; desde En-Gedi até En-Eglaim haverá lugar para
se estenderem redes; o seu peixe, segundo as suas espécies, será como o peixe do mar
Grande, em multidão excessiva. Mas os seus charcos e os seus pântanos não serão feitos
saudáveis; serão deixados para o sal. Junto ao rio, às ribanceiras, de uma e outra banda,
nascerá toda sorte de árvore que dá fruto para se comer; não fenecerá a sua folha, nem faltará
o seu fruto; nos seus meses, produzirá novos frutos, porque as suas águas saem do
santuário; o seu fruto servirá de alimento, e sua folha, de remédio” (Ezequiel 47:6-12).
“Então me mostrou o rio da água da vida, brilhante como cristal, que sai do trono de Deus e
do Cordeiro. No meio da sua praça, de uma e outra margem do rio, está a árvore da vida, que
produz doze frutos, dando o seu fruto de mês em mês, e as folhas da árvore são para a cura
dos povos. Nunca mais haverá qualquer maldição. Nela estará o trono de Deus e do Cordeiro.
Os seus servos o servirão” (Apocalipse 22:1 -3).
Os rios do reavivamento estão fluindo. Não vamos nós evitá-los, ignorá-los ou reagir
contra as suas águas. Em vez disso, vamos nos aproximar deles com sabedoria, visão e
valores - a sorte de uma geração está em jogo.
APLICAÇÕES PESSOAIS
1 .Os rios do reavivamento podem nos trazer tanto o bem quanto o mal. Temos de ser
cuidadosos para não deixar que as redes nos escapem das mãos. Você tem se aproximado
dos rios do reavivamento e colhido as pedras da verdade que jazem à sua espera, ou tem
evitado, ignorado ou reagido contra as suas águas?
2. Releia a relação de valores de visão. Quais compromissos você deve assumir em relação
a eles?
3. Por quais dos oito estágios ainda deve de passar para estar pronto para a travessia
(renovação, recebimento, refinamento, recuperação, reforma, resistência, conquista e
colheita e reavivamento)?
CAPÍTULO 5
Josué foi para a margem do rio e preparou o povo de Israel para a travessia tão
longamente esperada. Para eles, essa travessia era o umbral que haveria de conduzi-los à
visão revelada por Deus, a visão de que deveriam conquistar e ocupar aquelas terras.
Estiveram vagando pelo deserto por quarenta longos anos; toda uma geração havia vivido e
morrido no deserto, enquanto uma outra geração nascera e se criara naquele mesmo
ambiente. Esta geração tinha mais fé e uma visão mais nítida da nova terra do que as
gerações anteriores. Havia conhecido apenas o deserto, a sequidão, repetindo e discutindo
interminavelmente as palavras proféticas do passado. Eis que agora chegara o momento
tão esperado, o momento de cruzar a fronteira e começar a tomar posse de seu próprio
destino. A travessia do rio era a última experiência que faltava para que pudesse desfrutar
de sua nova herança.
Os israelitas não tinham a menor idéia do que os aguardava quando chegassem àquela
terra: cidades fortificadas, gigantes, provações, julgamentos, batalhas intermináveis,
sucessivas baixas, morte, perda de amigos e familiares. A travessia do rio iria conduzi-los a
uma nova maneira de viver e combater, a uma nova cultura. A travessia deveria envolver
uma estratégia que permitisse aos sacerdotes encontrar e remover do rio doze pedras e
carregá-las até a margem oposta. Mas não era isso que importava no momento da
travessia. Essa tarefa representava uma pausa e um trabalho adicional que precisava ser
realizado - encontrar as pedras, retirá-las do leito do rio, carregá-las para a margem e usá-
las na construção de um altar. Estavam, com certeza, extremamente ansiosos para concluir
a travessia. Por que era tão importante naquele momento se ocupar em recolher as pedras?
Todos os verdadeiros rios de reavivamento possuem pedras ocultas que devem ser
encontradas e retiradas de seus leitos. As pedras do reavivamento são as verdades que
descobriremos e conheceremos à medida que caminhamos por esses rios. Essas pedras
têm de ser guardadas e respeitadas por todas as gerações, pois representam as verdades
reveladas pelos rios do reavivamento. Além de estar atento à descoberta de novas pedras,
Josué tinha de cuidar para manter vivas as verdades anteriores. Josué 1:7-8 registra as
instruções que recebeu em relação à lei escrita e às regras proferidas por Moisés:
“Tão-somente sê forte e mui corajoso para teres o cuidado de fazer segundo toda a lei que o
meu servo Moisés te ordenou; dela não te desvies, nem para a direita nem para a esquerda,
para que sejas bem-sucedido por onde quer que andares. Não cesses de falar deste livro da
lei; antes medita nele dia e noite, para que tenhas cuidado de fazer segundo tudo quanto nele
está escrito; então, farás prosperar o teu caminho e serás bem-sucedido.”
Além de estar atento a tudo o que estava escrito, Josué tinha ainda de descobrir doze
novas pedras no rio que iria cruzar. Podemos comparar a lei ou as palavras de Moisés ao
compromisso que assumimos em relação aos valores de visão (veja o capítulo 4), os quais
representam os princípios bíblicos que vamos consolidando ao longo de nossas vidas. Os
líderes religiosos e as igrejas de hoje devem conhecer e meditar cuidadosamente sobre
esses valores baseados em preceitos bíblicos, pois o nosso sucesso e a nossa longevidade
estão estreitamente ligados a essas verdades.
Ao mesmo tempo, não podemos restringir nosso futuro às coisas que foram descobertas no
passado. Temos a responsabilidade de seguir em frente e saber cruzar os rios do
reavivamento, descobrindo as pedras da verdade que precisamos retirar de suas águas.
Josué 4:3 estabelece assim a nossa responsabilidade pessoal: “Daqui do meio do Jordão,
do lugar onde, parados, pousaram os sacerdotes os pés, tomai doze pedras”. As pedras da
verdade do reavivamento são pedras preciosas que as pessoas levam consigo e guardam
com todo o cuidado à medida que cruzam o rio. São verdades reveladas pelo reavivamento
que todos nós devemos abraçar espiritualmente, não apenas os líderes da igreja. Essas
verdades dos rios do reavivamento transformam-se em instrumentos e convicções
espirituais para todos que buscam o reavivamento.
“Daqui do meio do Jordão, do lugar onde, parados, pousaram os sacerdotes os pés, tomai
doze pedras” (Josué 4:3). Os pés dos sacerdotes estavam firmes; estavam sobre chão
seco, sobre um local firme e estável. Neste instante em que estamos cruzando os rios do
reavivamento, devemos manter nossos pés sobre o chão seco da verdade (veja Josué
3:17). Este chão seco é o chão dos princípios, da doutrina e da verdade objetiva, verdades
que se transformam em alicerces, em nossos princípios de fé. Devemos permanecer sobre
chão seco, resistindo a tudo que queira opor-se às verdades do passado e do presente.
SUBJETIVO OBJETIVO
À medida que cruzamos o rio, devemos descobrir e definir as pedras que estão em
suas águas e não apenas sua profundidade, a força de sua correnteza ou a beleza de
suas margens. Devemos descobrir as verdades fundamentais que garantem a
autenticidade do rio. Essas são as pedras que devemos retirar das águas e carregar para a
margem, a fim de que a próxima geração as conheça e as utilize na construção do seu
futuro. Como líderes espirituais, temos a obrigação de “tomar as pedras em nossos ombros”
e, se necessário, carregar estas verdades como um fardo pessoal. Pode ser que essas
verdades sejam um tanto controversas, fazendo com que as pessoas reajam negativamente
contra elas e contra quem as carrega.
Nossa motivação deve ser a próxima geração. As pedras do reavivamento são pedras de
orientação para a próxima geração. Assim está escrito em Josué 4:6: “Para que isto seja por
sinal entre vós; e, quando vossos filhos, no futuro, perguntarem, dizendo: Que vos significam
estas pedras?” As verdades do rio são novidade apenas para a geração que as descobriu e
as carrega sobre seus ombros. Essas mesmas verdades não são automaticamente aceitas,
respeitadas e guardadas pela próxima geração. As verdades do rio precisam ser
explicadas, compartilhadas e cuidadosamente transferidas para a próxima geração.
Leonard Sweet, em seu livro Eleven Genetic Gateways to Spiritual Awakening (Onze Portas
Genéticas para o Despertamento Espiritual), aborda esse problema geracional de declínio
espiritual entre os Metodistas:
Nos últimos cinquenta anos, perdemos quarenta e oito por cento da nossa parcela de
preferência junto à população. Se o principal objetivo de uma comunidade de fé é
passar de pai para filho sua tradição, estamos diante de uma crise reprodutiva de
primeira grandeza. A antiga profecia, de que a igreja está sempre a uma geração de
chegar à sua extinção, está prestes a se cumprir.
Os líderes devem conduzir as verdades do rio através de cada nova era e de cada
novo rio, depositando-as em seu local definitivo, a nova geração.
“Fizeram, pois, os filhos de Israel como Josué ordenara, e levantaram doze pedras do meio do
Jordão, como o Senhor tinha dito a Josué, segundo o número das tribos dos filhos de Israel, e
levaram-nas consigo ao alojamento, e as depositaram ali” (Josué 4:8).
E o negócio cresceu a tal ponto que num determinado dia, quando os visitantes recém-
chegados perguntaram “Onde, nesta imensa cidade, encontra-se a fonte que cura todos os
males?”, seus habitantes já não conseguiam mais se lembrar de suas origens.
A Bíblia dá enorme valor à humildade e à inocência. Deus salva (veja Salmos 18:27),
sustenta (veja Salmos 147:6) e concede graça ao humilde (veja Provérbios 3:34). Se nos
mostrarmos humildes diante de Deus, poderemos experimentar todas as bênçãos que Ele
tem guardado para nós. Essa pedra está presente em todas as correntes de reavivamento
que conheci - mais brilhante em algumas delas, mais pálida em outras, mas sempre
presente. A humildade e a simplicidade, sempre acessíveis a todos que a elas dão valor,
são as portas pelas quais os verdadeiros servos chegam a Deus, sejam eles quem forem:
homens e mulheres de qualquer raça e cor, ministérios de igrejas de qualquer tamanho,
clérigo ou leigo. Todos são portadores do Espírito Santo de Deus. Quando os discípulos
perguntaram a Jesus quem era o maior no reino dos céus (veja Mateus 18:1-4), Ele
simplesmente mostrou um menino e lhes disse para que fossem iguais às crianças.
Qualquer um que saiba ser tão humilde quanto é uma criança, será o maior entre todos.
2. A PEDRA DO COMPARTILHAMENTO
Em 2 Reis 2:9 lemos o seguinte: “Havendo eles passado, Elias disse a Eliseu: Pede-me o que
queres que eu te faça, antes que seja tomado de ti. Disse Eliseu: Peço-te que me toque por
herança porção dobrada do teu espírito.” Mais uma vez, vemos a ação do princípio do
compartilhamento. Eliseu esperava receber e Elias confiava que poderia compartilhar sua
própria vida.
Compartilhar significa depositar, dar algo a alguém, colocar (veja Gálatas 1:16; 2:6). Em
Romanos 1:11 encontramos estas palavras: “Porque muito desejo ver-vos, a fim de repartir
convosco algum dom espiritual, para que sejais confirmados.” Os rios do reavivamento que
correm em nossos dias têm usado essa verdade para ministrar a milhares de pessoas. É
uma das pedras do reavivamento que temos de apanhar, tomar sobre os ombros e retirar
do rio. Parece que as pessoas estão imbuídas de uma nova fé, começando a crer que
receberão de seus semelhantes uma nova expectativa.
Aonde quer que você vá, para onde quer que olhe, encontrará livros, fitas, conferências,
revistas, igrejas com pastores orando, montes de oração, vigílias de oração e movimentos
de oração. A oração alcançou um nível jamais imaginado. A intercessão pela oração fez
parte dos reavivamentos do passado e seguramente está presente nos novos
reavivamentos ao redor do mundo.
Sob o ministério do Dr. C. Peter Wagner, o World Prayer Center em Colorado Springs
iniciou suas atividades com computadores e sistemas de comunicação de última geração
interligando milhares de intercessores através do mundo todo. Este ministério irá ajudar os
intercessores a se transformarem em um verdadeiro raio laser de oração tecnológica e
estratégica. Uma revista lançada há alguns anos, intitulada Pray: Encouraging a Passion for
Prayer (Ore: Encorajando o Zelo pela Oração), encontrou excelente receptividade por causa
do atual movimento mundial que há em favor da oração. A edição de setembro/ outubro de
1998 apresentou um artigo intitulado “Procura-se 100.000 Intercessores”. Este artigo referia-
se apenas a um único país - a França!
Hoje em dia, iniciamos o culto em nossa igreja com um período de vinte minutos de oração
intercessória, após os quais prosseguimos a reunião. Temos um centro de orações, um
pastor de orações e quatrocentos intercessores treinados e ocupados com essa atividade.
Pegamos essa pedra, colocamos sobre os nossos ombros e estamos levando-a para fora
do rio.
Cada geração deve ter seu próprio e exclusivo encontro com Deus. À medida que as
gerações se sucedem, notamos que cada uma apresenta certas características dominantes
que resultam da combinação de diferentes tendências culturais e poderes espirituais. A
igreja é responsável pelas gerações passadas, presentes e futuras. Defrontamo-nos agora
com o crescimento de uma nova geração, que por vários motivos é chamada de Geração X.
Tal denominação se prende ao fato de que muitos a consideram como a geração invisível,
desprovida de qualquer característica notável, marcante ou dominante.
Nascidos entre 1965 e 1980, eles são os “pós-baby boomers” ". Esta geração é chamada
de “re-geração”, pois, por ser desprovida de uma identidade própria, criou sua identidade
revivendo ou repetindo o passado. Há diversas denominações para essa geração: folgados,
“grunge”, transição, rebentos tardios, “pós-boomers”, geração bumerangue, etc. A questão é
bastante óbvia: estamos diante de uma geração que precisa desesperadamente encontrar-
se com um Cristo autêntico, com uma igreja autêntica e com mentores e líderes espirituais
autênticos.
Para os homens deste país, o reavivamento tem sido encorajador e desafiante ao mesmo
tempo. A organização dos Cumpridores de Promessas encabeça um movimento que já
reuniu milhões de homens para que se transformassem em pessoas responsáveis e
inspiradas por Deus. Para que o atual movimento do Espírito Santo tenha cada vez mais
sustentação, é necessário pegar essa pedra - a pedra que capacita e libera os homens para
atender o chamado de Deus - e retirá-la das águas.
Tenho conclamado os homens de nossa igreja para que se dediquem com afinco às
prioridades divinas. O seguinte acróstico da palavra “prioridade” serve especialmente para
os homens como referência e lembrança de que estamos eternamente buscando a Deus
(veja Salmos 63:1-5):
Procurando por Deus: Jesus nos instruiu para que procurássemos em primeiro lugar o
reino de Deus. Assim expressou-se o salmista, arfante diante de Deus, sedento de sua
presença (veja Salmos 42) e buscando ansiosamente por Ele (veja Salmos 63). Procurar
por Deus é praticar, é orar com disciplina, sinceridade e dedicação e não desviar-se de seus
propósitos.
Desejando o Triunfo: Eduque sua mente para ter pensamentos santos, baseados na
Palavra de Deus e inspirados por seu Espírito. Maus hábitos são o resultado de maus
pensamentos.
Aceitando os Reveses: A vitória nunca é fácil. É necessário saber lidar com as derrotas,
tirar proveito dos erros e não esmorecer na marcha em busca dos propósitos divinos.
Derrotando o Inimigo: Uma vez dentro de seu território, abatemos o inimigo com a Bíblia
na mão. Não há outra e nem melhor arma para triunfar contra o mal e conquistar as ruas,
cidades e nações para Deus.
Entregando-se a Deus: Entregue tudo a Deus, renda-se a Ele e reconheça-o como seu
Senhor, e a você como seu servo.
● Evangelizar os pobres;
● Dar liberdade aos cativos;
● Restaurar a vista aos cegos;
● Dar liberdade aos oprimidos;
● Apregoar o ano aceitável do Senhor.
O rio do reavivamento refrescou nossa alma e abriu nossos olhos para a pedra que está a
nossos pés. A pedra da cura deve ser levantada por todos os líderes e em todas as orações
(veja Mateus 4:23-25; 8:7; Lucas 6:17-19). Muitos outros cruzaram os rios do reavivamento
antes de nós, levando a pedra da cura com excelentes resultados: A.B. Simpson, Alexander
Dowie, Charles Parham, Aimee Semple McPherson, Dr. Charles Price, F.F. Bosworth,
Andrew Murray, Oral Roberts e muitos, muitos outros.
Toda congregação local necessita possuir uma teologia de cura, que deve ser conhecida e
acreditada por todos os seus membros. Abaixo se encontra a que eu venho usando há
muitos anos. É simples e conduz diretamente à cura que você está necessitando:
● Creia que a cura é bíblica e vale para o presente e para você (veja Salmos 103:2;
Isaías 53:1-3; Mateus 8:17; 1 Pedro 2:24).
● Creia que o ministério da cura de Cristo pode ocorrer nos dias de hoje através de
seu povo (veja Mateus 9:29; Marcos 6:1-6; Tiago 1:6).
● Peça para ser ungido com o azeite e as orações dos presbíteros (veja Tiago 5:14;
Mateus 6:13; Lucas 13:11-13; Atos 28:8).
● Creia com fé que nada é impossível para o Senhor (veja Jeremias 32:17; Mateus
8:2-4; 9:22,29; 17:20; Marcos 9:23; 10:27; 16:17).
Você deve orar pelos enfermos - sem esmorecer, com convicção, sem desanimar, mesmo
quando as coisas parecem não querer funcionar ou quando as pessoas à sua volta eximem-
se de participar, dizendo:
bem, acho que hoje não é necessário. Peter Wagner afirma o seguinte em seu livro How to
Have a Healing Ministry in Any Church (Como Estabelecer um Ministério de Cura em
Qualquer Igreja): “Se as pessoas não acreditarem que Deus pode curar nos dias de hoje,
independentemente de quantos testemunhos e provas forem apresentados a elas, serão
incapazes de enxergar qualquer cura divina.”
7. A PEDRA DA SANTIDADE
Na maior parte dos reavivamentos, esta verdade é fundamental para que o Espírito Santo
manifeste-se (veja Hebreus 12:14; 1 Pedro 1:15-16). Há inúmeras pregações e volumes
inteiros sobre a santidade dos reavivamentos do passado. A nova geração precisa de um
novo conceito a respeito do Espírito Santo. Alguns dos ensinamentos do passado sobre
santidade sufocaram sua essência, resultando em uma forma de legalismo não aceita pela
geração emergente. Um legalismo que priva os cristãos de sua liberdade em Cristo não
reflete a santidade das Escrituras.
A graça surgiu, trazendo salvação e motivando o crente para uma nova combinação de
disciplina e santidade. A graça nos motiva a negar o mundanismo e os desejos terrenos e a
viver com sensibilidade e justiça. Mais uma vez o Espírito Santo ilumina os nossos olhos
para que enxerguemos essa pedra nas águas do rio e, assim, possamos nos curvar, tomá-
la em nossas mãos e carregá-la até à margem oposta.
John Dawson afirma o seguinte em seu livro Healing America’s Wounds (Curando os Males
da América): “As cidades americanas constituem a maior confluência de diversidade étnica e
cultural que o mundo jamais presenciou. Herdamos as chagas do mundo, o clamor de todas
as antigas rivalidades, e temos diversos negócios mal- resolvidos, particularmente no que se
refere aos índios americanos e às pessoas de origem africana.” Os negócios mal-resolvidos
mencionados por Dawson referem-se à reconciliação racial, ao perdão e ao fim das
injustiças que tanto no presente quanto no passado as raças têm cometido umas contra as
outras.
Em 2 Coríntios 5:18-20 lemos o seguinte: “Ora, tudo provém de Deus, que nos reconciliou
consigo mesmo por meio de Cristo e nos deu o ministério da reconciliação, a saber, que Deus
estava em Cristo reconciliando consigo o mundo, não imputando aos homens as suas
transgressões, e nos confiou a palavra da reconciliação. De sorte que somos embaixadores
em nome de Cristo, como se Deus exortasse por nosso intermédio. Em nome de Cristo, pois,
rogamos que vos reconcilieis com Deus.”
Esta passagem significa que fomos literalmente chamados para sermos servos da
reconciliação. Servo é todo aquele que abdica de seus direitos, submete-se a todos que
lhe são superiores e oferece-se em sacrifício de uma causa. Deus falou e continua falando
enfática e diretamente sobre a reconciliação racial - outra pedra da verdade que vamos
encontrar em nossos dias nos rios do reavivamento.
Mais do que quaisquer outras pessoas, os cristãos têm de se preocupar com a luta racial e
com as raízes do preconceito. Essa questão é certamente um dos problemas sociais mais
importantes de nossa época. Em Breaking Strongholds (Derrubando Fortalezas), os autores
Raleigh Washington e Glen Kehrem mencionam uma entrevista que Diane Sawyer fez com
Billy Graham no programa “Prime Time Live”: “Se você pudesse com um passe de mágica
fazer desaparecer um problema mundial, qual seria ele?” Sem respirar, o Dr. Graham
respondeu de imediato: “O da divisão e do conflito racial.”
A pedra da reconciliação racial deve ser recolhida por todos os líderes religiosos e
por todas as congregações. Chegou o momento de pegar a nossa cruz, deixar o conforto
de nossos lares e estabelecer relacionamentos através das barreiras culturais, começando
ao menos com uma pessoa, uma família, uma igreja.
Quando finalmente entendi e aceitei esta pedra como uma verdade de nossos dias, como
sendo um pensamento inspirado pelo Espírito Santo para a igreja, comecei a esforçar-me
de fato para fazer com que a reconciliação racial se transformasse em uma verdade viva
para mim e para a nossa congregação. Mas tive primeiramente de reconciliar- me com meu
próprio coração: “Sim, sou americano. E ainda que não estivesse aqui duzentos anos atrás,
não posso ignorar que meus ancestrais cometeram pecados terríveis contra os chineses, os
índios e as pessoas de origem africana. Tal fato faz parte do meu passado, da minha herança;
tenho, portanto, a obrigação de pedir perdão e de trabalhar para remover a odiosa, amarga e
profunda raiz da injustiça.”
Comecei por um pastor de origem africana, continuei com dois outros e prossegui em meu
objetivo travando mensalmente novos relacionamentos através de almoços, encontros de
oração, serviços de divulgação de informações da comunidade, ajudando igrejas
constituídas por pessoas de outras raças em questões financeiras, administrativas e legais -
enfim, fazendo tudo que estava ao meu alcance para fortalecer o relacionamento racial.
Tem sido uma lição de vida. Assim como muitos outros pastores brancos, eu ignorava
totalmente como deveria agir para amar as pessoas negras e francamente não conseguia
entender suas referências e seus pontos de vista. Sentia-me frustrado e criticava a mim
mesmo, pensando da seguinte forma: Afinal, a coisa não é tão ruim assim. Por que eles dão
tanta importância para isso? Aconteceu há mais de cem anos! A jornada mal começou e já
me sinto diferente. Sei que tenho um longo caminho a percorrer, mas pelo menos já
comecei a andar.
A reconciliação racial é uma das pedras mais importantes que você irá encontrar no
rio. Não a chute, nem a ignore e nem a toque simplesmente. Pegue-a, abrace-a e carregue
consigo. Eduque-se. Comece lendo livros e ouvindo fitas sobre o assunto, ou melhor ainda,
inicie esse esforço com uma pessoa de outra raça. Recomendo-lhe enfaticamente que leia
Breaking Strongholds, de Washington e Kehrem, e Healing America's Wounds, de John
Dawson.
Combate espiritual não é uma expressão nova para o cristão seguidor da Bíblia. Os
crentes renascidos sabem que há verdadeiramente um demônio real, um demônio que tem
sob seu comando forças demoníacas e espíritos malignos dispostos em posições
estratégicas em uma guerra permanente contra a humanidade. A maioria dos cristãos sabe
da existência desse tipo de ataque espiritual que se abate sobre cada indivíduo, mas muitos
não crêem que haja forças espirituais posicionadas estrategicamente, controlando cidades,
regiões e países inteiros.
Peter Wagner relaciona três diferentes níveis de batalha espiritual em seu livro Warfare
Prayer (Oração de Combate):
Você deixaria de lado este formidável arsenal se soubesse que o mapeamento espiritual,
juntamente com a oração intercessória e outros instrumentos bíblicos, levariam ao
aniquilamento dos focos de resistência espiritual de sua cidade e à libertação das almas
que estão em poder das garras do inferno? Estou certo que não, pois sei que é seu desejo
ver as almas chegando-se a Cristo, de onde quer que elas venham. Certamente, além de
um arsenal espiritual nesse nível, são necessários outros instrumentos para sacudir uma
cidade e fazê-la aceitar a Cristo, mas o mapeamento espiritual é uma arma que está
disponível para a igreja do século vinte e um.
Os americanos estão enganados se acham que os Estados Unidos precisam menos do
mapeamento espiritual do que aqueles países onde são comuns as práticas pagãs, os
bruxos, as feitiçarias, a idolatria, os cultos demoníacos, etc. Se não estiver mais, nossa
nação está tão nas trevas quanto a maioria dos países. Forças espirituais estão
extremamente ativas, capturando almas para o seu reino. E onde está a igreja? Na maior
parte das vezes, contenta-se em ficar entre suas quatro paredes, cantando hinos,
executando programas religiosos e proferindo mensagens intermináveis sobre as trevas que
estão ao seu redor.
Você não acha que chegou a hora de contra-atacar, invadir o território e derrubar as forças
do mal que estão destruindo nossos valores, nossos lares e nossa juventude? O fantasma
do homossexualismo cresceu a tal ponto que hoje em dia influencia as mídias, a política, a
educação e os costumes. Temos de abater estrategicamente as forças invisíveis, saber
onde se encontram, quem são elas e como derrotá-las. Esta é uma pedra que não podemos
deixar escapar de nossas mãos. Haveremos de agarrá-la com firmeza e levá-la adiante.
Estou há mais de um quarto de século à frente do ministério cristão, tendo já atuado como
pastor de jovens, pastor assistente e professor da escola bíblica. Tive a oportunidade de
ajudar a iniciar diversas congregações. Exerço atualmente as funções de pastor titular da
Igreja da Bíblia e de presidente da Faculdade Bíblica de Portland. Minha carreira tem
permitido que eu acompanhe os primeiros passos de novos crentes, novas igrejas, novos
líderes e novos movimentos.
Uma imagem que não me sai do pensamento é a figura de uma pessoa vergada sob o
peso de grossas correntes, implorando desesperadamente por auxílio. Caminho ao
seu redor, examinando-a e ao mesmo tempo tentando abrir os grilhões que a prendem.
“Não, não, esta chave não serve. Deixe-me tentar esta agora. Não, esta também não serve.
Será que esta vai servir?” Essa é a imagem frustrante de um líder espiritual impotente, que
deseja libertar as pessoas, mas não possui a chave adequada.
Nas Escrituras está escrito: “Em meu nome, expelirão demônios” (Marcos 16:17). O
evangelizador argentino Carlos Annacondia deu forma ao ministério de Jesus no que se
refere à libertação de almas e à subjugação das forças espirituais do mal. Em seu novo
livro, Listen to Me, Satan! (Escute, Satanás), a respeito de como exercer autoridade sobre o
demônio em nome de Jesus, ele afirma o seguinte: “Demônios são criaturas do mal
desprovidas de corpo físico, que procuram um lugar para instalar-se. Falam, argumentam,
vêem e ouvem.” Annacondia crê que Jesus concedeu ao crente autoridade para lidar com
essas forças demoníacas que atormentam, oprimem e se apossam das pessoas. Temos
muito a aprender com esse irmão argentino e com muitos outros irmãos do hemisfério sul.
Uma outra abordagem sobre a libertação dos que sofrem de desordens espirituais crônicas
é o “Seminário da Corrente de Purificação” (Cleansing Stream Seminar) da igreja The
Church On The Way, de Jack Hayford. Os princípios de sua missão ministerial afirmam o
seguinte: “Paulo nos exorta, e o Espírito Santo nos ordena através dele, para que sejamos
pessoas que caminham no Espírito. Infelizmente, devido aos nossos defeitos, às falhas do
passado, aos pecados que cometemos e às mágoas e sofrimentos de nossas vidas, a idéia de
obedecer a esta ordem parece impossível.”
Outro mensageiro alvissareiro de nossa liberdade individual é Neil Anderson e seus livros
Victory over the Darkness (Vitória Sobres as Trevas) e The Bondage Breaker (Libertação do
Cativeiro). Neste último, Anderson define os seus objetivos da seguinte forma: “Tenho
procurado esclarecer a natureza dos conflitos espirituais e trabalhado para encontrar uma
forma de resolvê-los em Cristo. A primeira parte explica nosso estado de liberdade, proteção e
autoridade em Cristo. A segunda parte alerta-nos para a nossa vulnerabilidade diante das
influências demoníacas reais e de ordem pessoal, que querem controlar e privar-nos de nossa
liberdade por meio de tentações, acusações e decepções.”
Os presbíteros de nossa igreja local passaram diversos meses pesquisando e lendo todos
os livros disponíveis sobre o assunto, identificando igrejas que possuem efetivamente
ministérios de libertação e empenhando-se para estabelecer uma base teológica, filosófica
e funcional para exercer esse ministério. A linha básica de nosso pensamento está
consubstanciada neste prefácio de uma pesquisa que fizemos para os presbíteros:
Por muito tempo, a demonologia foi um tema controverso no Corpo de Cristo.
Aparentemente, os cristãos têm a tendência de se posicionar em um destes dois
extremos: ou dão uma ênfase extraordinária à existência e ao poder de Satanás e de
seus exércitos, ou negam e ignoram absolutamente o assunto. Algumas congregações
cristãs mencionam Satanás e os demônios com a mesma frequência e profundidade
que o fazem em relação a Deus e ao poder do evangelho. Por outro lado, certas igrejas
referem-se ao reino das trevas com extrema superficialidade. Temos vocação para ser
caçadores de demônios ou observadores passivos e impotentes. Precisamos alcançar
rapidamente uma perspectiva real e equilibrada em relação a este assunto.
O termo “colheita” está ligado ao amadurecimento, à estação em que se colhe o que está
maduro, no ponto de ser colhido. Temos a certeza de que o Espírito Santo está dizendo aos
líderes religiosos do mundo inteiro que chegou a época da colheita, que confiem em suas
foices, pois a safra já amadureceu. Em Lucas 10:2 Jesus falou assim: “A seara é grande,
mas os trabalhadores são poucos. Rogai, pois, ao Senhor da seara que mande trabalhadores
para a sua seara.”
Essa paixão nos levará diretamente do conforto religioso de nossos lares para o
campo de batalha, onde iremos lutar pelas almas alheias. Nossas vidas, filosofias e
valores serão profundamente influenciados e estrategicamente transformados pela paixão
da colheita. As chamas do reavivamento que vemos ardendo ao redor do mundo inteiro
possuem esse fogo que se alastra com vigor jamais visto.
Este era o lema do Comitê de Lausane alguns anos atrás: “A igreja inteira deve levar o
evangelho inteiro para o mundo inteiro!” O Espírito Santo está antecipando os versículos
sobre colheita que vamos examinar a seguir, de maneira que possamos meditar sobre seu
conteúdo e permitir que Ele os utilize para fazer nascer em nós uma nova paixão e uma
nova fé na colheita madura:
“Deixai-os crescer juntos até à colheita, e, no tempo da colheita, direi aos ceifeiros: ajuntai
primeiro o joio, atai-o em feixes para ser queimado; mas o trigo, recolhei-o no meu celeiro”
(Mateus 13:30).
”E, quando o fruto já está maduro, logo se lhe mete a foice, porque é chegada a ceifa.“
(Marcos 4:29).
“Não dizeis vós que ainda há quatro meses até à ceifa? Eu, porém, vos digo: erguei os olhos e
vede os campos, pois já branquejam para a ceifa. O ceifeiro recebe desde já a recompensa e
entesoura o seu fruto para a vida eterna; e, dessarte, se alegram tanto o semeador como o
ceifeiro. Pois, no caso, é verdadeiro o ditado: Um é o semeador, e outro é o ceifeiro. Eu vos
enviei para ceifar o que não semeastes; outros trabalharam, e vós entrastes no seu trabalho.”
(João 4:35-38).
“Respondeu-lhes: Não vos compete conhecer tempos ou épocas que o Pai reservou pela sua
exclusiva autoridade; mas recebereis poder, ao descer sobre vós o Espírito Santo, e sereis
minhas testemunhas tanto em Jerusalém como em toda a Judéia e Samaria e até aos confins
da terra” (Atos 1:7-8).
“Ide, portanto, fazei discípulos de todas as nações, batizando-os em nome do Pai, e do Filho, e
do Espírito Santo” (Mateus 28:19).
“Vi e ouvi uma voz de muitos anjos ao redor do trono, dos seres viventes e dos anciãos, cujo
número era de milhões de milhões e milhares de milhares” (Apocalipse 5:11).
“Depois destas coisas, vi, e eis grande multidão que ninguém podia enumerar, de todas as
nações, tribos, povos e línguas, em pé diante do trono e diante do Cordeiro, vestidos de
vestiduras brancas, com palmas nas mãos; e clamavam em grande voz, dizendo: Ao nosso
Deus, que se assenta no trono, e ao Cordeiro, pertence a salvação” (Apocalipse 7:9-10).
“Vi outro anjo voando pelo meio do céu, tendo um evangelho eterno para pregar aos que se
assentam sobre a terra, e a cada nação, e tribo, e língua, e povo” (Apocalipse 14:6).
Paixão pode ser definida como um amor intenso, um fervor profundo, uma emoção
incontrolável, vibrante, vívida, entusiasmada, um sentimento incandescente. Estas
são algumas das expressões idiomáticas que definem uma pessoa apaixonada: perder a
cabeça, morrer de amor, subir pelas paredes, perder o juízo, ficar abobalhado, estar nas
nuvens, etc. Qual delas define a sua disposição emocional em relação à colheita? Qual
delas define a atmosfera de sua igreja? Deus está conclamando seu povo para que se
deixe inflamar pelo fogo da paixão sagrada. Alcançar o que há de melhor nas dádivas de
Deus exige uma entrega pessoal sincera e apaixonada. As pessoas que já experimentaram
a emoção de conseguir alcançar algo que desejaram fervorosamente possuem este dom
bíblico, uma mistura de zelo, paixão e coração ardente. A paixão faz com que os heróis do
passado e do presente sejam capazes de vencer todos o obstáculos para atingirem seus
objetivos.
William Carey, missionário na índia, expressou-se assim: “Tente realizar grandes coisas para
Deus. Espere grandes coisas de Deus.” Os elementos da emoção contagiosa, aquecidos
pelo calor da batalha e impulsionados pelo entusiasmo de alcançar resultados, são o que
motiva os participantes da Galeria da Fama dos céus a dar o melhor de si, quando não suas
próprias vidas. George Whitefield disse certa vez: “Dêem-me suas almas ou morrerei”.
“Deixem que eu arda em chamas para Deus!” trovejou Henry Maityn quando pisou no território
indiano pela primeira vez. David Brainerd escreveu em seu diário: “Ardendo de paixão pelos
pagãos indianos, sequer era capaz de perceber como e onde eu estava e o que tinha de
enfrentar para ganhar almas para Cristo. Enquanto dormia, sonhava com isso, e logo que
acordava, meu primeiro pensamento era ganhar mais e mais almas para Cristo.”
Assim disse Jesus em João 4:32,34: “Uma comida tenho para comer, que vós não
conheceis... A minha comida consiste em fazer a vontade daquele que me enviou e realizar a
sua obra.” Essa era a fonte oculta de seu sustento, a energia que o conduzia adiante, o bem
oculto que sempre o acompanhava.
● Uma paixão que agarre todas as oportunidades de colheita (veja João 9:35).
● Uma paixão que vigie atentamente a colheita (veja João 4:35).
● Uma paixão que ceife a colheita com determinação (veja João 4:35).
● Uma paixão que guarde a colheita imediatamente (veja João 4:35).
● Uma paixão que se dedique cuidadosamente à colheita (veja João 4:36).
● Uma paixão que ame profundamente a colheita (veja João 4:36).
Estima-se que para cada dólar despendido com o trabalho missionário, seiscentos
dólares são gastos em futilidades. Os Estados Unidos gastam anualmente com o tabaco
mais do que toda a América do Norte gastou com o trabalho missionário desde os tempos
de Cristóvão Colombo. Ainda que não sejam absolutamente exatos, números com tal ordem
de grandeza deixam qualquer um estupefato.
A FILOSOFIA DA COLHEITA
● Uma filosofia que faça com que o crente sinta-se motivado para afiar sua foice e
preparar-se para uma colheita como jamais se viu.
● Uma filosofia que creia que a igreja é um lugar de crescimento, força e entusiasmo,
um lugar determinado por Deus para ser um poder dominante entre os homens.
Deus não se agrada com um trabalho missionário ou de evangelização que não
contribua para o crescimento da igreja.
● Uma filosofia que aborde de forma positiva uma sociedade que vive negativamente,
uma filosofia que represente uma atitude de fé, pois toda a resposta está em Cristo e
a ele, e somente a ele, pertence a colheita.
● Uma filosofia que creia na vitória e no triunfo supremo da igreja como instrumentos
de que Deus dispõe para realizar seu plano e propósito eternos. Este plano
pressupõe que a casa de Deus ficará repleta de almas de todas as camadas sociais.
● Uma filosofia que creia que uma vez que Deus, conforme está revelado na Bíblia,
elegeu como sua mais alta prioridade levar os homens a uma relação viva com
Cristo, podemos definir nossa missão como sendo uma obra dedicada a proclamar
as Boas Novas de Jesus Cristo e a persuadir os homens para que se tornem seus
discípulos e membros fiéis de sua igreja.
● Uma filosofia que veja o mundo como a lavoura de Deus. O evangelho do Reino
precisa chegar até o último habitante deste planeta, seja ele quem for, esteja onde
estiver. Um povo só poderá ser tido como evangelizado depois que seus integrantes,
na sua maioria, tiverem se tornado discípulos de Cristo e membros fiéis de seu
Corpo. Antes que isso aconteça, não se pode afirmar que a igreja conseguiu lançar
suas raízes em uma determinada sociedade.
● Uma filosofia capaz de entender claramente e analisar honestamente o crescimento
através do seguinte questionamento: Que tipo de crescimento estamos
experimentando? Crescimento biológico? Crescimento por transferência?
Crescimento devido a novas conversões?
● Uma filosofia capaz de dominar a tensão resultante do debate sobre discipulado e
aperfeiçoamento. Frequentemente, manifestações anti-crescimento que prejudicam
a visão e o espírito de colheita aparecem como conseqüência da confusão que as
pessoas fazem entre “discipular” e “aperfeiçoar”. A igreja não existe e nem vive
para si mesma, mas sim para o mundo. A igreja tem dupla missão: conquistar as
pessoas para Cristo e fazê-las crescer em Cristo (veja Mateus 28:19-20).
● Uma filosofia que creia que, como servos de Cristo, estamos eternamente salvos
diante de seu trono; mas, não obstante, somos responsáveis pelo evangelho que
nos foi confiado e pelas almas que estão sob nossa guarda e que dependem de
nosso testemunho.
● Uma filosofia que creia que na volta de Cristo e na ressurreição dos mortos, toda
criatura humana ganhará os céus ou será condenada ao fogo do inferno
dependendo de ter aceitado ou não a Jesus Cristo.
É triste, mas inegável, constatar que muitos de nós na igreja estivemos tão
encantados com o intelectualismo cultural a ponto de supor que a nossa força
poderia estar em adotar suas linhas de pensamento materialistas. Consequentemente,
muitas igrejas viram-se despojadas de sua capacidade de lidar com o reino invisível e
ficaram prejudicadas em sua tentativa de fazer grandes avanços nas arenas da servidão e
pobreza mais profundas - as cidades do mundo. Da mesma forma que Sansão, muitos de
nós vêem-se incapazes, sem energia e cegos diante da realidade do invisível. Estamos
como que presos na “roda do moinho”, vagando em círculos em vez de caminharmos para
a frente com força espiritual como filhos que somos do Altíssimo.
Quando pela primeira vez ocorreu-me a idéia de liderar toda uma cidade, eu não havia
ainda escutado ou lido muito a respeito desse assunto. Entre 1980 e 1982, minha esposa e
eu estávamos iniciando uma congregação em Eugene, no estado de Oregon, com o
objetivo de estabelecer uma igreja que pudesse realmente influenciar a população daquela
cidade. Eu tinha muito pouca experiência e conhecimento sobre como lidar com fortalezas
urbanas, história e mapeamento espiritual de uma cidade. Hoje em dia, é bastante fácil
encontrar literatura sobre essas estratégias, mas há quinze anos eram praticamente
desconhecidas. As cidades já se deixam influenciar e vemos comunidades inteiras
transformando-se por força do evangelho. O livro mais recente de George Otis Jr., Informed
Intercession (Intercessão Informada), verdadeiro manual sobre mapeamento espiritual e
transformação de comunidades, revela certos princípios do Reino que ainda eram
relativamente desconhecidos. As pesquisas de Otis demonstram que a transformação de
uma comunidade é um fato absolutamente possível! Vejamos o que ele tem para contar:
Não é de agora que começamos a ouvir relatos sobre a conversão em larga escala em
lugares como China, Argentina e Nepal. Em diversas ocasiões, têm ocorrido casos de
curas, atendimento de pedidos e libertações espirituais durante as conversões. Diante
de tais demonstrações divinas de poder e cuidado, milhares de pessoas decidiram
abraçar a verdade do evangelho. É cada vez maior o número de lugarejos e cidades
onde a casa de Deus passa a ser de uma hora para outra o lugar onde todos querem
estar.
A palavra toma-se cada vez mais cristalina. O Espírito Santo está dizendo às igrejas:
Conquistem as cidades para Deus e tragam-nas para o meu Reino. Creio que o
principal alvo dos exércitos espirituais de Deus nos tempos atuais são as cidades em
qualquer parte do mundo, não que os demais alvos evangélicos estejam ultrapassados
ou sejam menos importantes. Devemos persistir com determinação em nosso esforço
de evangelizar as nações, os grupos sociais e religiosos, as populações rurais e as
pessoas individualmente, alcançando as almas ainda não salvas onde quer que
estejam. Mas que não paire a menor sombra de dúvida: nada é mais importante do que
conquistar nossas cidades.
Se há alguma pedra nos rios do reavivamento que não podemos hesitar em apanhar,
é esta que estamos discutindo. Conquiste a sua cidade como se fosse a única
responsabilidade, o único desafio, o único chamado de sua vida. Milhares de pastores,
líderes religiosos e intercessores estão se convencendo de que a conquista das cidades é
verdadeiramente uma realidade espiritual. Não será possível alcançá-la facilmente e sem
que ocorram baixas, sem trabalho árduo, sem oração e sem combate, mas deve ser e
certamente será alcançada (voltaremos a discutir mais detalhadamente esta pedra nos
próximos capítulos).
Estas doze pedras da verdade são apenas algumas das pedras de maior significado.
Poderíamos discutir muitas outras pedras recém-iluminadas, como o ministério apostólico,
os dons e líderes proféticos, o jejum prolongado, o ministério leigo, as marchas pela oração,
os relacionamentos interpessoais e a cooperação recíproca. Algumas delas serão
abordadas à medida que formos desenvolvendo este tema sobre a conquista das cidades.
Enquanto isso, examine algumas das pedras do rio que você talvez queira deixar para a
próxima geração e permita que o rio da presença, unção e vida de Deus agite as águas ao
seu redor para que mantenham seu poder de conceder vida.
Unção
Howard Rachinski
APLICAÇÕES PESSOAIS
1. Entre as pedras da verdade que deseja apanhar, há alguma que poderia gerar
controvérsias e predispor as pessoas contra você? Quais pedras desse tipo existem em sua
igreja ou denominação?
2. Você já encontrou a pedra que pode promover a reconciliação entre as gerações? Será
que você não está atirando pedras condenatórias contra a geração presente? Se uma
pessoa reacionária fosse apresentada a você, ela poderia afirmar que finalmente encontrou
Cristo? Se sua resposta foi negativa, quais traços de sua personalidade necessitam ser
mudados?
3. Como você tem lidado com a pedra da reconciliação racial? Você já se empenhou
sinceramente em aproximar-se de pessoas de outra raça? Se sua resposta foi negativa,
você assumiria o compromisso de fazê-lo em nome de Cristo dentro da sua comunidade?
Se sua comunidade não está muito propensa a tentar a reconciliação racial, você seria
capaz de mudar essa tendência?
4. Deus está chamando seu povo para que manifeste uma paixão sagrada pela colheita de
almas. Como os aspectos de sua vida pessoal - seus recursos materiais, a forma como
você emprega seu tempo, o modo como você cria seus filhos, a maneira como estabelece
suas metas - traduzem essa paixão?
CAPÍTULO 7
A travessia do Jordão, até este ponto, foi o evento mais significativo na vida dos
israelitas. Sair do Egito era uma coisa, mas cruzar agora o rio Jordão e se comprometer
com o que quer que estivesse à frente, sem possibilidade de recuo, era outra realidade a
ser enfrentada. Israel se obrigava a confrontar os poderes de Canaã. Nada de ficar falando
a respeito. Nada de orações para uma batalha futura. A realidade se encontrava diante dos
olhos deles, pois se achavam na terra do conflito.
A travessia do rio foi um ponto alto para os israelitas - júbilo, celebração, constatação
da mão sobrenatural de Deus sobre eles e a expectativa de um futuro grandioso. Aos
poucos, porém, a realidade de onde se encontravam começou a emergir - as cidades
inexpugnáveis de Canaã, carros de ferro, os grandes exércitos mundialmente conhecidos,
as dez vozes dos espiões que previram a derrota. Tudo isto pesava no coração do povo.
Haviam chegado a um lugar crítico, sem possibilidades de recuar. Tudo ficará muito claro.
Eles corriam o risco de conquistar um futuro miraculoso ou uma perda total. Haviam retirado
as 12 pedras do rio como um memorial, uma lembrança do poder absoluto de um Deus vivo
que está sempre trabalhando para o seu povo (veja Josué 4:19-24). Aquelas pedras iam ser
então usadas.
Era preciso que acreditassem naquele mesmo poder para expulsar as forças cananitas e
estabelecer os propósitos de Deus.
O milagre do rio não foi apenas inspirar o povo de Deus; mas, à sua maneira singular,
impedir a volta deles. Em breve iriam enfrentar e travar três longas campanhas militares.
Aprenderiam a tomar cada cidade pela sabedoria de Deus, com um plano sob-medida para
cada uma.
Muitos perderiam a vida nas batalhas que viriam. No final, o povo de Deus iria vencer e
herdar as cidades e colonizar a terra, mas não sem pagar um alto preço.
Essa é a natureza da conquista de cidades. Ela começa com adoração, mas se move
rapidamente para a luta. O que se inicia com poder e presença se transforma rapidamente
em sofrimento e pressão. Espero que meu exemplo aqui não perturbe ou sufoque o seu
entusiasmo sobre evangelizar sua cidade, região, estado ou nação. A viagem que iniciamos
provou que os ensinos de Josué para nós são exatos e nossos passos nele devem ser
cautelosos. O que pode inspirar você sobre a evangelização de cidades, deve também
prepará-lo para confrontar os poderes do inferno.
Em primeiro lugar você mapeia a sua cidade, planeja a estratégia e se prepara. Mais tarde,
as forças demoníacas mapeiam você, planejam estratégias contra cada passo seu e fazem
planos a fim de destruir sua visão e espírito para evangelizar a cidade. A boa notícia é que
Deus é mais poderoso e sábio do que todas as forças demoníacas. A má notícia é que o rio
acabou de se fechar por trás de você e não é mais possível voltar.
Os israelitas haviam cruzado o rio (veja Josué 4:19-24; 5:9-10). Haviam também
cruzado a linha divisória e entravam agora num novo dia, num novo estilo de agir. Canaã
representa um novo tipo de guerra, de liderança, de receber a provisão de Deus. Sua
primeira parada é em Gilgal, um ponto de transição, um lugar em que Deus apaga o
passado. Gilgal estava estrategicamente localizada. O Jordão oferecia segurança de um
lado e a planície aberta evitava ataques-surpresa do outro. Eles tinham toda a água
necessária e um lugar onde pousar, a fim de aguardarem pelo Senhor e se prepararem para
sua primeira operação de conquista de uma cidade - Jericó. Antes de um confronto direto
com os poderes cananeus, os israelitas precisaram receber o livramento pessoal - a
circuncisão, o corte do que era antigo.
“Sucedeu que, ouvindo todos os reis dos amorreus que habitavam desta banda do Jordão, ao
ocidente, e todos os reis dos cananeus que estavam ao pé do mar que o Senhor tinha secado
as águas do Jordão, de diante dos filhos de Israel, até que passamos, desmaiou-se-lhes o
coração, e não houve mais alento neles, por causa dos filhos de Israel. Naquele tempo, disse
o Senhor a Josué: Faze facas de pederneira e passa, de novo, a circuncidar os filhos de Israel.
Então, Josué fez para si facas de pederneira e circuncidou os filhos de Israel em Gibeate-
Aralote. Foi esta a razão por que Josué os circuncidou: todo o povo que tinha saído do Egito,
os homens, todos os homens de guerra, eram já mortos no deserto, pelo caminho. Porque
todo o povo que saíra estava circuncidado, mas a nem um deles que nascera no deserto, pelo
caminho, depois de terem saído do Egito, haviam circuncidado. Porque quarenta anos
andaram os filhos de Israel pelo deserto, até se acabar toda a gente dos homens de guerra
que saíram do Egito, que não obedeceram à voz do Senhor, aos quais o Senhor tinha jurado
que lhes não havia de deixar ver a terra que o Senhor, sob juramento, prometeu dar a seus
pais, terra que mana leite e mel. Porém em seu lugar pôs a seus filhos; a estes Josué
circuncidou, porquanto estavam incircuncisos, porque os não circuncidaram no caminho.
Tendo sido circuncidada toda a nação, ficaram no seu lugar no arraial, até que sararam. Disse
mais o Senhor a Josué: Hoje removi de vós o opróbrio do Egito; pelo que o nome daquele
lugar se chamou Gilgal, até o dia de hoje” (Josué 5:1-9).
O CORTE
A circuncisão é o selo da aliança entre Deus e Abraão e todos os seus descendentes (veja
Gênesis 17:9-14). Este ato de circuncidar uma nova geração era a volta dessa geração aos
propósitos de aliança de Deus. Os filhos de Israel deviam levar em si mesmos esta marca
da separação. Do mesmo modo que este sinal exterior da circuncisão deveria refletir uma
obra interior de Deus em seus corações (veja Deuteronômio 10:16; 30:6), nós também
devemos ter a marca interior da separação em nossos corações (veja Colossenses 2:11-
13).
O Jordão não foi suficiente. Gilgal deve ser experimentado ao nos aproximarmos de
Jericó. Primeiro uma separação, depois uma reconciliação com Deus como Deus da
aliança, juntando-nos aos seus propósitos de aliança para alcançar a todos com o
evangelho. Gilgal é um símbolo do povo do reavivamento, aprofundando o seu
compromisso e seu nível de preparação pessoal. Gilgal é um símbolo da entrada num novo
plano de comunhão com o Senhor, uma nova obediência a cada uma de suas palavras, e
uma nova sensibilidade a cada mandamento seu.
Não podemos evangelizar cidades até termos primeiro recebido corações novos e
afastado nossas estratégias e mentalidade baseadas no Egito sobre como realizar
grandes coisas para o nosso Deus. Moisés possuía toda a ciência do Egito, mas não fez
uso dela. O deserto é a remoção da nossa força natural. Gilgal é a confirmação disto,
permitindo que Deus afaste não só os atos errados, mas as motivações erradas do nosso
coração. Gilgal é o lugar de mudança. E onde colocamos nossas doze pedras do
reavivamento para lembrar-nos do poder de Deus e explorar verdades recém-descobertas.
Essas doze verdades são para o futuro, elas fazem parte da realidade da cidade. Gilgal é o
lugar para circuncidar os corações do povo de Deus, afastar nosso passado e permitir que
Deus nos forneça uma nova estratégia.
Gilgal é o lugar de nossa primeira Páscoa na terra. Isso significa que as nossas cidades
não serão alcançadas sem o poder do Cordeiro de Deus, o poder do sangue do sacrifício e
a comunhão do povo de Deus ao redor de Jesus, substituindo dogmas, doutrinas e credos:
“Estando, pois, os filhos de Israel acampados em Gilgal, celebraram a Páscoa no dia catorze
do mês, à tarde, nas campinas de Jericó. Comeram do fruto da terra, no dia seguinte à
Páscoa; pães asmos e cereais tostados comeram nesse mesmo dia. No dia imediato, depois
que comeram do produto da terra, cessou o maná, e não o tiveram mais os filhos de Israel;
mas, naquele ano comeram das novidades da terra de Canaã” (Josué 5:10-12).
A Páscoa lhes daria a segurança de que Aquele que os acompanhara no Êxodo iria
sustentá-los e protegê-los agora. A circuncisão os faria lembrar da promessa de Deus; a
Páscoa iria lembrá-los do seu poder de livrar - e ambas fariam com que encorajassem a si
mesmos no Senhor seu Deus.
Gilgal é o lugar onde o maná cessa e participamos dos produtos da terra. A fartura de
Canaã - de nossas cidades e nações - é reservada para aqueles que cruzam o rio Jordão e
se preparam adequadamente em Gilgal. Deuteronômio 28 apresenta o princípio mediante o
qual Deus operou em relação a Israel: a obediência traz bênção; a desobediência acarreta
castigo. Esse princípio está em operação em Josué 5:11-12. A partir da obediência de Israel
à prática da circuncisão, e de acordo com o memorial da Páscoa, Deus abençoou a nação
dando aos israelitas as primícias da terra. No dia seguinte à Páscoa, Israel comeu alguns
produtos locais. Esta foi a primeira parcela do pagamento feito por Deus a Israel, indicando
que a terra era agora deles (veja Levítico 23:5-14).
O NOVO CAPITÃO
Antes de Josué prosseguir para seu primeiro desafio na conquista de cidades, se encontra
com o verdadeiro chefe dos exércitos de Israel, o Capitão do Exército do Senhor:
“Estando Josué ao pé de Jericó, levantou os olhos e olhou; eis que se achava em pé diante
dele um homem que trazia na mão uma espada nua; chegou-se Josué a ele e disse-lhe: És tu
dos nossos, ou dos nossos adversários? Respondeu ele: Não; sou príncipe do exército do
Senhor e acabo de chegar. Então Josué se prostrou com o rosto em terra, e o adorou, e disse-
lhe: Que diz meu senhor ao seu servo? Respondeu o príncipe do exército do Senhor a Josué:
Descalça as sandálias dos pés, porque o lugar em que estás é santo. E fez Josué assim”
(Josué 5:13-15).
Josué estava observando a cidade. Ele não sabia as intenções exatas do Senhor ao
aproximar-se dessa grande cidade murada. De repente, Josué levantou os olhos e viu um
homem armado à sua frente. A pergunta dele foi certamente correta devido às
circunstâncias: És tu dos nossos, ou dos nossos adversários?
O homem respondeu: Não. Sou comandante do exército do Senhor. Comandante significa
um líder militar, um general. É o mesmo termo usado na frase “Príncipe da Paz” em Isaías
9:6. Este general não nomeado se identificou como comandante dos exércitos do Senhor,
evidentemente tanto na terra como no céu. O conceito é similar ao apresentado em 1 Reis
22:19, quando o profeta Miquéias viu o “exército do céu” atendendo o Senhor assentado no
seu trono. O exército do Senhor em Josué 5:14 indica então os anjos do céu (veja Salmos
103:21); porém, mais especificamente, lutando pelo Senhor.
Quando Josué compreendeu quem estava diante dele, prostrou-se com o rosto em terra e
adorou a Deus! A evangelização de cidades sempre começa com um encontro com o
verdadeiro Capitão do exército. A igreja está sob Seu comando. Quando saímos para lutar,
é encorajador compreender que Jesus tem sua espada desembainhada. Ele não só está
liderando o ataque para tomar a nossa Jericó, mas também se acha vitalmente envolvido de
todas as formas. Ele proclama a sua autoridade: Venho como Capitão. Isto é autoridade
absoluta sobre tudo que se refere à humanidade e sobre todas as forças do mal que vierem
a ser encontradas.
O palco está agora armado para Deus dirigir Josué num método surpreendente e
único de evangelização de cidades. Não é o plano que todos tinham em mente. Não é o
tipo de guerra que o inimigo ou Israel esperavam. Os caminhos de Deus são deveras
superiores e opostos aos nossos (veja Isaías 55:9-11). Josué entregara sua agenda ao
Capitão do Exército do Senhor. Estava preparado para ouvir e obedecer.
A conquista de uma cidade só pode ter sucesso quando o Capitão do céu dirige seu
povo com planos e poder celestiais. O fato de que em muitas cidades há vários planos
diferentes e improdutivos em operação, faz o indivíduo suspeitar de que o Capitão dos
Exércitos do Senhor pode não estar dirigindo toda esta atividade na terra. O primeiro passo
para o ministério na cidade é um certo nível de submissão e obediência ao Senhor dos
Exércitos por parte da igreja urbana. Só existe, na verdade, uma Igreja em cada cidade e
um Senhor que é o Comandante-Chefe.
É possível que nosso primeiro passo para tomar nossa Jericó seja parar, curvar-se e
adorar, tirar os sapatos e compreender que a batalha é do Senhor. Josué estava
recebendo a aprovação do Senhor para sua liderança na conquista de cidades; da mesma
forma que se revelara a Moisés, Ele fazia agora o mesmo com o sucessor de Moisés. Em
meio a uma terra profanada por um povo idólatra, o lugar onde o Senhor se encontrava
tornou-se sagrado, santificado pela sua presença.
Este encontro com o novo Capitão foi estrategicamente importante para Josué, um
homem de guerra. Ele devia submeter-se total e incondicionalmente ao Senhor dos
Exércitos, o Capitão celestial - todos os planos, estratégias, métodos, líderes a serem
escolhidos, exércitos a serem enviados, o tempo oportuno, o número de soldados a serem
recrutados e as abordagens a serem feitas com cada força adversária - tudo tinha de ser
submetido à sua análise.
Josué 5:14 registra a atitude fundamental para a liderança que vai conquistar cidades: “Que
diz o Senhor ao seu servo?” Esta necessidade de completa abertura é um impedimento para
a maioria dos líderes, porque grande parte das coisas que vêm do alto nem sempre são
agradáveis à mente natural, carnal do homem. Preferimos arrazoar, argumentar nossos
pontos de verdade e rejeitar os meios sobrenaturais como sendo improdutivos, chegando
até a chamar certas coisas de erradas, heréticas, ritualistas, ou estupidez religiosa.
O líder que segue as direções do Senhor, cumprindo obedientemente tudo que Ele
diz, enfrentará críticas e o ridículo. Os atos simbólicos dos profetas derramarão alguma
luz sobre como Deus pede a seu povo que faça o que é ridículo para que Ele possa fazer o
que é milagroso.
Você não está pronto para a guerra até que esteja saturado com a presença do
Senhor dos Exércitos.
Seguem-se alguns exemplos em que um profeta de Deus agiu de modo a representar uma
verdade espiritual para os ouvintes:
1. Jeremias usou um jugo ao redor do pescoço na rua para advertir sobre o cativeiro iminente
na Babilônia (veja Jeremias 27 e 28).
2. Oséias recebeu ordem para casar-se com uma prostituta, simbolizando a infidelidade de
Israel (veja Oséias 1-3).
3. Isaías andou nu e descalço durante três anos, simbolizando que o Egito e a Etiópia estavam
nas mãos da Assíria (veja Isaías 20:1-6).
4. Ezequiel recebeu instruções para fazer em um tijolo, um desenho representando o cerco a
Jerusalém (veja Ezequiel 4:1-3).
5. Ezequiel teve ordem para ficar deitado do lado esquerdo durante 390 dias e do direito 40
dias. O número de dias representava o número de anos que Israel havia desobedecido e
esquecido de Deus durante toda a sua história (Ezequiel 4:4-8).
6. Foi ordenado a Ezequiel que comesse alimentos diferentes por 390 dias, simbolizando a
profanação cerimonial que viria sobre os israelitas ao serem forçados a compartilhar da
comida gentia durante o cativeiro (veja Ezequiel 4:9-17).
7. Ezequiel recebeu instruções para queimar uma parte dos seus cabelos, predizendo assim a
destruição vindoura de Jerusalém e seus habitantes (veja Ezequiel 5:1-4).
8. O Senhor mandou que Ezequiel raspasse o cabelo e a barba e espalhasse parte do cabelo,
simbolizando a dispersão dos judeus por diferentes pontos da terra (veja Ezequiel 5:1-4).
9. Ezequiel teve ordem para profetizar a um vale cheio de ossos, simbolizando a sequidão e a
morte espiritual de Israel. Esta profecia prediz a bênção prometida sobre Israel na Nova
Aliança e por meio dela (veja Ezequiel 37).
10. Aias, ao encontrar Jeroboão, rasgou sua capa em 12 pedaços, simbolizando a divisão do
reino (veja 1 Reis 11:30).
11. Jeremias deu simbolicamente sinais a Israel por meio de:
a. Um cinto de linho, simbolizando o efeito negativo que o cativeiro de 70 anos na Babilônia
teria sobre a casa de Judá (veja Jeremias 13:1).
b. O oleiro e o barro, falando do juízo de Deus sobre a casa de Judá e a bênção resultante
sobre eles por meio da Nova Aliança (veja Jeremias 18:1-6).
c. Do cálice de vinho do furor, falando do juízo de Deus que está sendo acumulado para as
nações ímpias (veja Jeremias 25:15).
12. Certos profetas tiveram ordem para dar nomes proféticos simbólicos aos filhos:
a. Os filhos de Isaías:
● Shear-Jashub: “Um-Resto-Volverá” (veja Isaías 7:3).
● Maher-Shalah-Hash-Baz: “Rápido-Despojo-Presa-Segura” (veja Isaías 8:1).
b. Os filhos de Oséias:
● Jezreel: “Semeado em Deus” (Oséias 1:4).
● Lo-ruhamah: “Desfavorecida” (v.6).
● Lo-Ammi: “Não-meu-povo” (v.9).
13. Ezequiel recebeu ordem para profetizar às montanhas. As montanhas na Escritura
representam vários reinos e nações da terra (veja Ezequiel 6:1-3).
14. Foi ordenado a Ezequiel que saísse de casa, abrindo um buraco na parede, representando
Judá sendo removido para a Babilônia (veja Ezequiel 12:1-6).
15. Jeremias teve de comprar um cinto de linho, colocá-lo no corpo sem lavá-lo e ir depois
para o rio Eufrates e escondê-lo na fenda de uma rocha. Depois teve ordem de ir buscar o
cinto, embora estivesse apodrecido e não prestasse para mais nada, simbolizando o que Deus
ia fazer com o orgulho de Jerusalém e Judá (veja Jeremias 13:1-11).
16. O Senhor ordenou a Jeremias que pegasse um vaso de barro na frente dos anciãos do
povo e dos anciãos dos sacerdotes, simbolizando a destruição de Jerusalém (veja Jeremias
19:1-9).
17. Ezequiel permaneceu mudo por sete dias depois do seu chamado, representando sua
identificação com as misérias e provações daqueles a quem ministraria (veja Ezequiel 3:15).
18. Agabo tirou o cinto de Paulo e prendeu com ele o apóstolo, simbolizando o que os judeus
fariam com Paulo em Jerusalém (veja Atos 21:10-14).
O que o Senhor diz a seus servos pode parecer uma chave simples para alcançar as
cidades, mas será provavelmente uma longa caminhada para a maioria de nós. Toda a
revelação divina para os líderes do século XXI se dirige ao mundo invisível. Este é
geralmente um ponto de conflito para os que são treinados na visão mundial americana
básica, mas não em outras partes do mundo.
Ed Silvoso diz: “As cidades são centrais para a estratégia redentora de Deus. A Grande
Comissão começa com uma cidade, Jerusalém, e culmina com outra cidade, a Nova
Jerusalém, que se toma a habitação eterna de Deus com seu povo. A fim de cumprir a Grande
Comissão, devemos alcançar cada cidade da terra com o evangelho.”
ESPERAREI NO SENHOR
Sharon Damazio
Esperarei no Senhor;
Ouvirei a sua voz,
Onde Ele me levar seguirei;
Esperarei no Senhor.
Esperarei no Senhor.
Como uma águia no céu,
Fui feita para voar Subindo nas asas da oração e do louvor.
Aprendendo a descansar,
Aprendendo a confiar no Senhor E seguir todos os seus caminhos.
Quando me sentir exausta;
Ele me fará forte.
Quando a estrada for escura e solitária,
Ele ali estará e me levará para casa.
APLICAÇÃO PESSOAL
1. Você, como os israelitas, recebeu uma promessa transformadora de vida, que parece
agora fazê-lo vacilar com medo de que as circunstâncias à sua frente possam ser grandes
demais para serem vencidas? O rio se fechou às suas costas? Chegou agora à conclusão
de que não é mais possível voltar porque foi Deus que o trouxe?
2. Você tirou os sapatos, ou continua correndo para enfrentar a sua Jericó com suas
próprias forças? Você se curva ao tempo de Deus? Vai adorá-lo e reconhecer que a batalha
é do Senhor?
3. A circuncisão é penosa. Ela nos deixa inutilizados por algum tempo, até sararmos por
completo. Onde Deus colocou a lâmina da espada do Espírito em sua carne enquanto
buscava a sua terra prometida?
4. Você está disposto a aceitar a humilhação de fazer algo por causa do evangelho, embora
não seja aprovado pelas pessoas? Se respondeu “sim”, não se surpreenda se o seu sim for
posto à prova.
CAPÍTULO 8
"Ora, Jericó estava rigorosamente fechada por causa dos filhos de Israel; ninguém saía nem
entrava" (Josué 6:1).
● Para ser uma vanguarda, é preciso avançar para o futuro, trazendo do passado o
que é espiritualmente aplicável a todas as gerações e deixando para trás as coisas
que já se tornaram obsoletas.
● Estamos cruzando um novo rio e entrando em uma nova era, uma nova cultura, um
mundo secular novo e moderno, uma geração pós-cristã, uma época em que os
líderes não podem mais agir como de costume.
● Devemos decidir entrar nos rios do reavivamento ao nosso redor na atualidade, rios
da atividade do Espírito Santo causada pelos derramamentos sazonais da presença
de Deus nos corações famintos, resultando em purificação, nova paixão, nova visão
e novo dia.
● Os mananciais do reavivamento possuem três níveis distintos de fluxo de água
antes que o nível do rio seja alcançado. Os regatos são canais pequenos e estreitos
de água que se multiplicam e formam canais mais largos e fundos chamados
córregos. Os córregos, por sua vez, se fundem com outros, ganhando força e
profundidade e eventualmente se tomam riachos, que são mais permanentes e mais
largos. Os regatos, córregos e riachos são os afluentes que criam os rios. Primeiro o
natural, depois o espiritual.
● Devemos preparar-nos para cada rio de reavivamento, abraçando a verdade da
santidade pessoal - nossa experiência no Bosque de Acácias - antes de cruzar o rio.
Este encontro refrescante e transformador de vida com a santidade bíblica assegura
a duração da atividade do Espírito Santo.
● Quando nos preparamos para entrar nas águas do reavivamento, devemos molhar
nelas os pés e permitir que o rio nos encharque e acrescente. Cada rio de
reavivamento contém verdade que deve ser descoberta e assimilada; todavia, cada
igreja e cada movimento de igrejas deve construir sobre suas distinções bíblicas
previamente estabelecidas. As verdades do reavivamento devem acrescentar e não
subtrair.
● Precisamos descobrir as pedras nos rios do reavivamento, definir essas pedras da
verdade, removê-las do rio e levá-las até o outro lado. Elas se tornaram diretrizes
para a próxima geração, pedras para construirmos altares de dedicação e destino.
● Devemos aceitar a verdade de que as igrejas são chamadas para alcançar cidades
inteiras para Cristo, desenvolver as estratégias dadas por Deus que irão resultar na
destruição das fortalezas satânicas na cidade e causar poderoso impacto em cada
pessoa, casa e bairro com o evangelho da salvação, até que a cidade seja ganha
para Cristo.
“Ora, Jericó estava rigorosamente fechada por causa dos filhos de Israel; ninguém saía, nem
entrava. Então disse o Senhor a Josué: Olha, entreguei na tua mão Jericó, o seu rei e os seus
valentes” (Josué 6:1-2).
A estratégia a ser empregada para conquistar toda Canaã foi ensinada a Josué em
diferentes etapas - uma situação de cada vez.
O plano envolvia três fases principais: três campanhas militares, começando com a
campanha central, depois movendo-se para a do sul, e terminando com a campanha do
norte.
O primeiro encontro seria Jericó, uma cidade estratégica para toda Canaã. Com a
entrada em Jericó, a terra ficaria dividida ao meio, impedindo quaisquer alianças
significativas entre as cidades - estado do norte e do sul. Esta abordagem foi dada pelo
Capitão do Exército do Senhor. Ele tem realmente uma visão mais completa da conquista,
pois pode ver o plano em sua totalidade.
Enquanto Josué se preparava para invadir sua primeira cidade, é certo que deve ter
havido muito medo e planos de retirada. Os dois fatores que fizeram o povo continuar
avançando foram (1) o rio que se fechara por trás deles, e (2) eles haviam refletido sobre a
visão, as grandes recompensas que os esperavam depois de tomar a terra.
Canaã era uma terra de leite e mel, uma terra boa e grande (Êxodo 3:8), uma terra de trigo
e vinho, beijada pelo orvalho do céu (veja Deuteronômio 33:28), uma terra de oliveiras e
vinhedos, de pinheiros e cedros, de ricos frutos e colheitas, onde um povo obediente teria
fartura, onde a debulha se estenderia até a vindima e a vindima até a sementeira (veja
Levítico 26:5).
A terra foi descrita em detalhes por Moisés em Deuteronômio 6:10-12, uma visão
esplendorosa para o povo.
“Havendo-te, pois, o SENHOR, teu Deus, introduzido na terra que, sob juramento, prometeu a
teus pais, Abraão, Isaque e Jacó, te daria, grandes e boas cidades, que tu não edificaste; e
casas cheias de tudo o que é bom, casas que não encheste; e poços abertos, que não abriste;
vinhais e olivais, que não plantaste; e, quando comeres e te fartares, guarda-te, para que não
esqueças o SENHOR, que te tirou da terra do Egito, da casa da servidão” (Deuteronômio
6:10-12).
Antes que entrassem na posse dessa terra magnífica, haveria desafios bélicos que
ultrapassariam suas habilidades e resistência. Quando os israelitas ficaram diante da
primeira cidade, o ponto de entrada, o início da posse do seu futuro, o destino deles estava
em risco. Jericó. Por que a cidade mais difícil tinha de ser o “ponto de entrada”? Para que
aprendessem que o Deus a quem serviam era maior do que todos os deuses que teriam de
combater. Cidade alguma era suficientemente forte para resistir ao poder e sabedoria do
Deus vivo e verdadeiro (veja Deuteronômio 9:1-6; 12:29; 18:9-14; Josué 5:13-15).
UMA CURA PARA AS CIDADES DOENTES
Josué 6:1 diz: “Ora, Jericó estava rigorosamente fechada por causa dos filhos de Israel;
ninguém saía nem entrava”. O livro 26 Translations of the Old Testament (26 Traduções do
Antigo Testamento) traduz a frase “rigorosamente fechada” como “cuidadosamente
protegida contra os israelitas, com barricadas e trancas, fechada por dentro e por fora,
cercada e segura”.
A defesa de Jericó era formidável. Os muros eram de um tipo que tornava o ataque direto
impraticável. O exército invasor encontrava primeiro uma proteção de pedra com cerca de
3m de altura, à qual se seguia uma escarpa em ângulo de 35 , que ia até o muro principal,
cerca de 11 metros acima. Essa inclinação íngreme e lisa impedia a demolição do muro por
meio de qualquer dispositivo eficaz ou que se fizesse fogueiras junto dele para derrubá-lo.
Um exército que tentasse tomar de assalto o muro acharia difícil subir a rampa, e as
escadas usadas para escalá-la não teriam onde se firmar. As táticas normais utilizadas pelo
inimigo para tomar uma cidade não funcionariam se Israel desejasse ocupar toda a terra em
um número razoável de meses.
O primeiro passo para alcançar uma cidade é compreender como nossas cidades são
rigorosamente fechadas por dentro e por fora. Devemos ver nossas cidades e regiões como
são realmente e não apenas como parecem ser. Mais de 42 cidades do mundo possuem
uma população de mais de quatro milhões de pessoas; a maioria delas é asiática ou
islâmica. Nos Estados Unidos da América, as grandes cidades são habitadas por diferentes
raças de pessoas, tornando nossa nação um dos maiores campos missionários do globo.
As estatísticas só para Los Angeles já são bastante esclarecedoras:
Quando comecei um trabalho sério para conquistar nossa cidade, compreendi que não
entendia minha própria cidade ou região. O mapeamento espiritual era um termo novo que
eu ouvira e simplesmente descartara como não sendo o tipo de ministério pelo qual me
interessava. Achei que era muito subjetivo, irreal, espiritualizando em excesso questões
simples e óbvias relativas às cidades. Mas, enquanto estudávamos uma estratégia para nos
tomar mais eficientes como igreja, com o objetivo de servir nossos cidadãos, vimos a
necessidade de mais informação sobre os “porquês” existentes em nossa cidade. Por
exemplo:
Em 1990, a Igreja El Shaddai dedicou ao Senhor nossa nova propriedade e tudo parecia
estar em festa. Nunca imaginei que um pequeno aterro no fundo da propriedade iria
desencadear uma série de eventos que causariam profundo impacto em nosso ministério.
Devido a um problema legal relativo ao nivelamento da terra, descobrimos que aquele
aterro não era apenas um monte de lixo, mas um monumento nacional. Ficamos surpresos
ao descobrir que esse monumento era o “Monte da Cobra Grande do Vale da Guatemala” .
Foi assim que descobrimos o princípio declarado pelo apóstolo Paulo no capítulo 1 do livro
de Romanos: podemos perceber o invisível por meio das coisas visíveis. Começamos a ver
que o reino físico, natural, era um reflexo dos poderes espirituais invisíveis originados
naquilo que é visto. Aos poucos, passamos a perceber que a raiz de todos os problemas
que prejudicavam nosso país coincidia exatamente com os “pactos” feitos entre os primeiros
habitantes da terra e os poderes que eles adoravam.
INTERCESSÃO INFORMADA
Este tipo de descoberta é simplesmente o que George Otis, Jr. chama de “intercessão
informada”. Quanto mais tomamos conhecimento das raízes dos sistemas históricos e
espirituais, dos pactos feitos, dos deuses adorados e das forças por trás do mal, tanto mais
podemos bombardear nosso adversário usando a oração intercessória informada. Deus
está chamando sua igreja para discipular cidades, alcançá-las pela intercessão informada e
por líderes-servos que trabalhem juntos para executar a tarefa.
Se a igreja tinha todo o poder e sabedoria para deter esses desvios no passado, por que
não o fez? Será que estivemos travando uma batalha tecnológica na era da informática com
uma mentalidade dos tempos da máquina de escrever? Precisamos atualizar nossas armas
de guerra e nossas estratégias para poder pô-las em ação. As trevas espirituais estão
crescendo e se tornando mais engenhosas. Existe um padrão geográfico para o mal e a
opressão em nossas cidades; devemos aceitar isso e discernir onde este padrão se apóia.
A maioria das pessoas não entende a dimensão espiritual tão bem quanto pensava; é
necessária uma atualização e é preciso que ela seja feita agora.
A VITÓRIA NÃO É OBTIDA PELO PODER HUMANO, MAS PELO PODER DE DEUS
A palavra para Josué baseia-se em fatos: A cidade está rigorosamente fechada; não há
meios de penetrar nesta cidade a não ser que siga as instruções do Capitão do Exército do
Senhor. Esta palavra é para a liderança de Josué que vai pagar o preço da preparação e
seguir a estratégia de Deus. Josué 6:2 diz: “Olha, entreguei na tua mão Jericó, o seu rei e os
seus valentes.”
“Presta-nos auxílio na angústia, pois vão é o socorro do homem. Em Deus faremos proezas,
porque ele mesmo calca aos pés os nossos adversários” (Salmos 108:12-13).
Além disso, o tempo do verbo na frase “Entreguei na tua mão” indica que a batalha já foi
vencida, como previamente declarado por Raabe aos 12 espias:
“Antes que os espias se deitassem, foi ela ter com eles ao eirado e lhes disse: Bem sei que o
SENHOR vos deu esta terra, e que o pavor que infundis caiu sobre nós, e que todos os
moradores da terra estão desmaiados. Porque temos ouvido que o SENHOR secou as águas
do mar Vermelho diante de vós, quando saíeis do Egito; e também o que fizestes aos dois reis
dos amorreus, Seom e Ogue, que estavam além do Jordão, os quais destruístes. Ouvindo isto,
desmaiou-nos o coração, e em ninguém mais há ânimo algum, por causa da vossa presença;
porque o SENHOR, vosso Deus, é Deus em cima nos céus e embaixo na terra” (Josué 2:8-11).
Grandes inteligências, vontades fortes e corações endurecidos não podem resistir quando
as fortalezas são destruídas pela oração intercessória.
As cidades do nosso século XXI são certamente fortalezas muradas que intimidam os
líderes em todo o mundo. A complexidade das questões morais e sociais é suficiente para
afastar os olhos de qualquer pastor ou líder espiritual em direção às cercanias mais simples
das igrejas, povoados e cidades do interior. Quem deseja realmente enfrentar os poderosos
guerreiros do mundo invisível, os principados que governam e reinam sobre nossas
cidades? Não obstante, o chamado para tomá-las está sendo ouvido por muitos líderes e
intercessores fiéis. Em vista do rápido crescimento das cidades na Ásia, África e América
Latina e a internacionalização de cidades na Europa e América do Norte, não é exagero
chamar as cidades de nova fronteira das missões cristãs. Como o mundo em geral, as
missões de amanhã serão em sua maioria urbanas. Cristo chama a igreja para levar o
evangelho não só para as tribos e aldeias, mas também para os centros modernos e
socialmente complexos de população, cultura e poder político.
Enquanto nos preparávamos para dar o nosso primeiro passo para a conquista de nossa
Jericó, essas palavras ditas a Josué se tornaram meu foco para obedecer à vontade do Pai.
Nos meses e anos seguintes, iríamos tropeçar e tatear no escuro, procurando as
ferramentas certas, os caminhos certos, as atitudes e o tempo oportunos. Aprenderíamos a
trabalhar com a maior igreja da nossa região, a fim de cumprir essa missão, alcançando a
área metropolitana com a mensagem do reino de Deus. Aprenderíamos o quanto não
sabíamos, quão pouco poder possuíamos contra as forças que controlavam essa área e
como estávamos despreparados para os contra-ataques. Iríamos aprender as palavras
“compromisso”, “perseverança”, “oração”, “paciência” e “humildade”. Iríamos aprender
mais sobre as áreas metropolitanas do que jamais teríamos imaginado ser possível ou
necessário. A cidade está rigorosamente fechada e o Senhor já a entregou em nossas
mãos; todavia, temos de enfrentar um rei e seus poderosos guerreiros. Acumulamos
pesquisas sobre a nossa Jericó e começamos a viagem de evangelização. Essas pesquisas
produziram informações absolutamente necessárias para servirmos nossa cidade.
As cidades de Portland, Oregon e Vancouver, Washington, que formam nossa grande área
metropolitana, foram primeiro habitadas pelos índios Chinook, com sete dialetos a dividi-los
em sete tribos: Cathaporte, Clackamas, Clowewalla, Clickitat, Multnomah, Siloot e Tualatin.
Os primeiros colonos brancos chegaram em 1825, enviados pela British Hudson’s Bay
Company para construir e operar Fort Vancouver. O primeiro nome de Portland era “A
Clareira”, tendo sido comprada por dois homens, F.W. Pettigrove e Lawrence Lovejoy.
Pettigrove era do Maine e queria chamar a cidade de Portland, mas Lovejoy era de
Massachusetts e queria chamá-la de Boston. Eles atiraram uma moeda para o ar e, desde
1845 até hoje, a cidade ficou com o nome de Portland. Desde o início, a área de Portland-
Vancouver tinha três problemas óbvios principais:
2. Vício Declarado na Zona Norte. Desde 1860 até hoje, a ma Burside tem sido uma
fronteira significativa em Portland. Ao norte da Burnside tivemos vadios, jogadores,
vagabundos, prostitutas, criminosos e quadrilhas durante pelo menos 138 anos.
3. Preconceito Racial. A área urbana de Portland é formada por cerca de 85% de brancos
e 15% de todas as outras raças.
Permitimos seu acesso às nossas cidades e parecemos não nos importar com sua
ocupação. A igreja foi chamada para expulsar o mal, os espíritos demoníacos,derrubar as
fortalezas e impedir o acesso do pecado às nossas cidades.
O termo grego para lugar em Efésios 4:27 é topos, significando uma localidade, um lar, um
pedaço de terra. Topos é a raiz de “topografia”, um termo geográfico. O mal que nos
confronta encontrou um lugar, um lar - nossas cidades!
A Igreja foi chamada para expulsar o mal, os espíritos demoníacos, derrubar as fortalezas e
impedir o acesso do pecado às nossas cidades.
Observar as representações simbólicas da cidade é outra forma de discernir espiritualmente
os alvos e valores, motivos piedosos ou ímpios, dos homens que a fundaram, e as razões
para o estabelecimento da mesma. Fica claro que nossa cidade foi fundada por dois
homens de negócios com o propósito de comerciar, obter lucros e dinheiro, procurar
oportunidades e exercer sua atividade mercantil. Mamom, portanto, poderia ter uma
fortaleza em nossa cidade - a potestade se alimenta da corrupção humana, corrompendo,
assim, nossas leis, valores e empreendimentos espirituais.
Portlândia tem uma estrela sobre a cabeça que convida a bênção da mãe-terra, o que
poderia ser uma porta aberta para o espírito da Nova Era e de muitas outras seitas que
adoram a natureza, o sol, a lua e as estrelas. Portland adora a mãe-terra tanto no terreno
religioso como por meio de leis: leis de proteção aos animais e várias leis ambientais -
todavia, o aborto e a eutanásia são legalizados e bastante difundidos em nosso belo
noroeste.
Bob Beckett revela cinco pontos de entrada demoníacos na vida das pessoas, nos lares ou
cidades:
1. Pecado Pessoal. Uma pessoa ou cidade pode abrir facilmente a porta para a atividade
demoníaca mediante o pecado pessoal, atos de comissão ou omissão, obras da carne (veja
Gálatas 5:19-21).
2. Pecado da Geração. Cometer pecado é quase uma lei física, tal como a lei da
gravidade, e parece causar uma fraqueza genética espiritual numa família, tomando os seus
membros suscetíveis a esse pecado. A não ser que o sangue de Cristo seja apropriado, o
ciclo pode continuar para sempre (veja Êxodo 20:5; Deuteronômio 5:9).
3. Vítimas, Rejeição e Trauma. Por mais penoso e injusto que pareça, as vítimas de
abuso, rejeição e trauma são tragicamente vulneráveis à demonização. Os demônios não
agem corretamente; quanto mais jovem a vítima, tanto melhor. Os demônios servem a um
senhor que está pronto para roubar, matar e destruir.
As coisas visíveis da nossa vida diária: árvores, pessoas, cidades, governos, profissões,
formas de arte, padrões de comportamento, são lugares-comuns e não damos muita
importância a elas. Todavia, por trás de alguns aspectos visíveis do mundo que nos rodeia,
existem forças espirituais, áreas invisíveis de realidade que podem ter uma importância final
maior do que as visíveis (veja 2 Coríntios 4:18; Romanos 1:18-31,32).
Vamos nos encorajar com as seguintes Escrituras enquanto entramos em nossas cidades
rigorosamente fechadas e tomamos os despojos do inimigo.
“Sobreveio a lei para que avultasse a ofensa; mas onde abundou o pecado, superabundou a
graça” (Romanos 5:20).
“Procurai a paz da cidade para onde vos desterrei e orai por ela ao SENHOR; porque na sua
paz vós tereis paz” (Jeremias 29:7).
“Os teus filhos edificarão as antigas ruínas; levantarás os fundamentos de muitas gerações e
serás chamado reparador de brechas e restaurador de veredas para que o país se torne
habitável” (Isaías 58:12).
“Jesus, porém, conhecendo-lhes os pensamentos, disse: Todo reino dividido contra si mesmo
ficará deserto, e toda cidade ou casa dividida contra si mesma não subsistirá. Se Satanás
expele a Satanás, dividido está contra si mesmo; como, pois, subsistirá o seu reino? E, se eu
expulso demônios por Belzebu, por quem os expulsam vossos filhos? Por isso, eles mesmos
serão os vossos juízes. Se, porém, eu expulso demônios pelo Espírito de Deus, certamente é
chegado o reino de Deus sobre vós. Ou como pode alguém entrar na casa do valente e roubar-
lhe os bens sem primeiro amarrá-lo? E, então, lhe saqueará a casa. Quem não é por mim é
contra mim; e quem comigo não ajunta espalha” (Mateus 12:25-30).
A Batalha é do Senhor
Eugene Greco
APLICAÇÃO PESSOAL
1. Você chegou ao “ponto de entrada” para o seu lugar de promessa? As promessas que
lhe forem dadas por Deus sempre serão confrontadas por desafios além das suas forças,
mas o que o inimigo pretende para a sua destruição, o Senhor usará para fortalecer a sua
fé, se você O contemplar. Você precisa desviar os olhos dos obstáculos e compreender que
o Deus a quem serve é maior do que todos os demônios que vai enfrentar em combate.
3. Quais são alguns dos símbolos que representam sua família ou cidade? Eles são
representativos de um sistema piedoso de raízes? Caso negativo, está disposto a entrar
num período de intercessão para destruir o poder do mal?
4. Enquanto considera os cinco pontos de entrada demoníacos que Bob Beckett revelou,
você consegue ver onde Satanás pode ter obtido acesso ou direito legal em sua vida ou na
vida da sua cidade?
Capítulo 9
"...Olha, entreguei na tua mão Jericó, o seu rei e os seus valentes" (Josué 6:2).
A perda das minhas chaves é uma saga contínua na casa Damazio. Minha mulher não é de
entrar em crise quando ouve meus resmungos frustrados - O que fiz com as chaves? Tenho
certeza de que alguém as pegou, uma das crianças, sem dúvida!
Ela faz alguns comentários, geralmente dizendo algo como: “Olhem, com toda certeza, esta
é a primeira vez que o papai perde as chaves! O que vamos fazer para solucionar este
mistério? Onde será que estão?”
- E então o pior acontece, ela vai direto ao lugar em que as chaves perdidas se encontram.
Que humilhação! Mas, sem as chaves o carro não funciona, o escritório não abre e as
entradas, antes livres, se transformam em entradas proibidas.
Quando Josué chegou a Jericó, precisava das chaves para entrar na cidade. Não
sabia os nomes das chaves e nem seria capaz de conseguí-las sem um chaveiro - neste
caso, o anjo do Senhor.
Cada cidade tem pontos de entrada, portas fechadas com segurança pelas forças
invisíveis do mundo subterrâneo. Precisamos de um chaveiro e da chave-mestra. Em
Mateus 16:19, Jesus disse:
“Dar-te-ei as chaves do reino dos céus; o que ligares na terra terá sido ligado nos céus; e o
que desligares na terra terá sido desligado nos céus” (Mateus 16:19).
As chaves foram entregues à Igreja. Esta declaração pode parecer muito elementar, mas
é de fato fundamental para toda atividade de evangelização de cidades. A Igreja é o veículo
escolhido por Deus, usado como chave para abrir as portas e portões das cidades. As
chaves devem ser usadas para abrir ou fechar o que estiver trancado. O Guardião das
Chaves tem o poder de abrir e fechar; este poder denota autoridade dada por Deus, a qual
foi concedida à igreja.
A cidade foi entregue nas mãos da Igreja urbana - não a uma determinada igreja, mas
à Igreja inteira na cidade. Quando falamos de alcançar cidades, é sempre no contexto de
uma maioria unificada da Igreja numa cidade, trabalhando unida para evangelizar a cidade
inteira. Deste modo, o inimigo se esforça ao máximo pai a manter a Igreja urbana dividida,
fragmentada, isolada e polarizada. Temores, intimidações, atitudes competitivas,
inseguranças e carnalidades são usados pelas forças demoníacas para garantir que a Igreja
não irá encontrar as chaves da cidade. As Escrituras contam, entretanto, que Jesus quer
nos entregar a chave de Davi, a chave que abre e fecha as cidades:
“Ao anjo da igreja em Filadélfia escreve: Estas coisas diz o santo, o verdadeiro, aquele que
tem a chave de Davi, que abre, e ninguém fechará, e que fecha, e ninguém abrirá: Conheço as
tuas obras - eis que tenho posto diante de ti uma porta aberta, a qual ninguém pode fechar -
que tens pouca força, entretanto, guardaste a minha palavra e não negaste o meu nome”
(Apocalipse 3:7-8).
Nossas cidades foram bem fechadas, trancadas e declaradas proibidas pelo inimigo.
Mas Jericó não era inexpugnável e não fora construída para resistir ao exército que possuía
a chave certa e a abordagem adequada. A idéia de chave pode parecer simplória para o
raciocínio humano, pode ser até ridicularizada pelo intelecto humano ou mesmo rejeitada
por uma igreja dirigida por um programa carnal que não pode enxergar nada além de seus
próprios esquemas. Todavia, as chaves serão entregues aos humildes, aos intercessores
da cidade, às igrejas orientadas para o serviço.
Por vezes, a comunidade religiosa se parece muito com os fariseus da antiguidade que
tomaram a chave da ciência (veja Lucas 11:52), não entrando eles mesmos e até impedindo
os que tentavam entrar. Nossas cidades já nos foram entregues pela obra de Cristo na cruz
e pelas promessas contidas na Palavra de Deus. Temos uma porta grande e conveniente,
pronta a abrir-se para nós em nossas cidades:
“Porque uma porta grande e oportuna para o trabalho se me abriu; e há muitos adversários” (1
Coríntios 16:9).
● Cada cidade tem sua personalidade e destino únicos (veja Apocalipse 1-3).
● Cada cidade tem seu próprio choro que sobe aos céus - Deus ouve esse choro (veja
Gênesis 18:21; Isaías 14:3).
● Deus mede, limita e julga a integridade de cada grito (veja Mateus 11:20-24; 23:35-38).
● Deus usa vários meios para falar claramente a cada cidade (veja Provérbios 1:20-21;
8:1-7; Miquéias 6:9). Deus prepara, unge e envia ministérios adequados a cada cidade
(veja Jonas 1:2; Lc 9:51-56).
● Deus tem uma chave-mestra para cada cidade (veja João 4; Atos 14:27; 2 Coríntios
2:12).
● Deus coloca a Igreja na brecha e faz com que ela interceda pela cidade (veja Gênesis
18-19; Ezequiel 9:1-7; 22:30,37).
● Deus ensina a Igreja a se relacionar com a cidade (veja Apocalipse 1-3).
● Deus considera os anciãos da cidade responsáveis pelo seu estado espiritual (veja
Deuteronômio 19:11-12; 21:1-9; Ezequiel 3:17-21; 33:1-9).
● Deus chora sobre o destino espiritual da cidade (veja Lucas 19:41).
As observações anteriores são muito claras em relação ao fardo de Deus pelas cidades do
nosso mundo e seu envolvimento com elas. As chaves estão disponíveis, mas só para a
Igreja urbana, a verdadeira Igreja como está descrito em Mateus:
“Respondendo Simão Pedro, disse: Tu és o Cristo, o Filho do Deus vivo. Então, Jesus lhe
afirmou: Bem-aventurado és, Simão Barjonas, porque não foi carne e sangue que to
revelaram, mas meu Pai, que está nos céus. Também eu te digo que tu és Pedro, e sobre esta
pedra edificarei a minha igreja, e as portas do inferno não prevalecerão contra ela” (Mateus
16:16-18).
A Igreja urbana abrange a Igreja inteira, não importa seu título denominacional ou
interdenominacional. Todas as congregações biblicamente consistentes com a definição
da Igreja no Novo Testamento formam a Igreja urbana. Ela não é nacional ou internacional,
denominacional ou interdenominacional, sectária ou não-sectária - a Igreja é um novo
homem, um Corpo e um povo.
Bob Beckett afirma: “Isto, porém, nos leva a uma importante fraqueza da qual Satanás se
aproveitou desde os dias de Paulo e Apolo: desunião entre os crente" . Em 1 Coríntios 1:10,
Paulo mostrou certa irritação com a jovem igreja de Corinto por estar dividida devido à sua
preferência entre líderes religiosos:
‘Rogo-vos, irmãos, pelo nome de nosso Senhor Jesus Cristo, que faleis todos a mesma coisa
e que não haja entre vós divisões; antes, sejais inteiramente unidos, na mesma disposição
mental e no mesmo parecer’ (1 Coríntios 1:10).
Quão mais avançados estamos nós que vivemos à beira do século XXI do que os crentes
na Corinto do primeiro século? Se julgarmos nosso progresso pela unidade demonstrada
hoje no Corpo de Cristo, tudo indica que não aprendemos muito nos últimos dois mil anos!”
A Igreja de que Jesus fala em Mateus 16:16-18 é a Igreja universal - a Igreja usada em
termos do plano geral e total de Deus para toda a humanidade e o universo. Em
Mateus 16:16-18, Jesus se refere à congregação local como sendo Sua Igreja. A igreja,
quando usada em relação a um corpo local de crentes, nos fala de pessoas reais que
constituem uma expressão concreta da manifestação da Igreja universal. Uma é abstrata, a
outra é concreta, uma é mística, a outra é tangível, uma é universal, a outra é local.
A Igreja Urbana é formada por muitas congregações ou por igrejas locais guiadas por
Cristo. Este é um modelo bíblico e facilmente seguido no Novo Testamento. Cada igreja
local deve ter seu próprio presbitério, personalidade e foco, mas em tudo que fazemos,
devemos buscar a glória de Deus e trabalhar juntos como uma única Igreja. As igrejas
locais são enfocadas no Novo Testamento:
“Respondendo Simão Pedro, disse: Tu és o Cristo, o Filho do Deus vivo. Então, Jesus lhe
afirmou: Bem-aventurado és, Simão Barjonas, porque não foi carne e sangue que to
revelaram, mas meu Pai, que está nos céus. Também eu te digo que tu és Pedro, e sobre esta
pedra edificarei a minha igreja, e as portas do inferno não prevalecerão contra ela” (Mateus
16:16-18).
“E, promovendo-lhes, em cada igreja, a eleição de presbíteros, depois de orar com jejuns, os
encomendaram ao Senhor em quem haviam crido” (Atos 14:23).
“Saudai igualmente a igreja que se reúne na casa deles. Saudai meu querido Epêneto,
primícias da Ásia para Cristo” (Romanos 16:5).
“Porque tu, de fato, dás bem as graças, mas o outro não é edificado” (1 Coríntios 14:17).
“Quer às autoridades, como enviadas por ele, tanto para castigo dos malfeitores como para
louvor dos que praticam o bem” (1 Pedro 2:14).
A IGREJA DEFINIDA
O termo grego ekklesia traduzido “igreja” em nossa Bíblia, significa simplesmente “os
chamados para fora”. Esse termo foi usado para designar uma reunião ou assembléia de
cidadãos de uma cidade, chamados pelo arauto para a transação de negócios públicos.
Nós, como congregações locais na cidade, formamos uma Igreja Urbana chamada das
trevas e de nossos próprios programas para cumprir um propósito do reino.
A palavra ekklesia é usada no Novo Testamento para uma assembléia pública convocada
por um arauto (veja Atos 19:32,39,41). Na Septuaginta, porém, ela significa a assembléia ou
congregação dos israelitas, especialmente quando reunidos diante do Senhor com
propósitos religiosos. Assim sendo, é empregada no Novo Testamento para a congregação
que o Deus vivo reúne em volta do Seu Messias Jesus. Deste modo, a igreja é a família
espiritual de Deus, a comunhão cristã criada pelo Espírito Santo mediante o testemunho
dos poderosos atos de Deus em Cristo Jesus. Mais amplamente, a Igreja de Deus única
não é institucional, mas, sim, uma entidade sobrenatural que se acha no processo de
crescimento em direção ao mundo vindouro. Todos os seus membros estão em Cristo,
unidos por um parentesco sobrenatural. Todos os seus dons e atividades continuam a obra
de Cristo pelo poder do Espírito Santo, se originam em Cristo e são coordenados por Ele
para o objetivo final.
“Sobre os teus muros, ó Jerusalém, pus guardas, que todo o dia e toda a noite jamais se
calarão; vós, os que fareis lembrado o SENHOR, não descanseis, nem deis a ele descanso até
que restabeleça Jerusalém e a ponha por objeto de louvor na terra” (Isaías 62:6-7).
“Findos os sete dias, veio a mim a palavra do SENHOR, dizendo: Filho do homem, eu te dei
por atalaia sobre a casa de Israel; da minha boca ouvirás a palavra e os avisarás da minha
parte. Quando eu disser ao perverso: Certamente, morrerás, e tu não o avisares e nada
disseres para o advertir do seu mau caminho, para lhe salvar a vida, esse perverso morrerá na
sua iniqüidade, mas o seu sangue da tua mão o requererei. Mas, se avisares o perverso, e ele
não se converter da sua maldade e do seu caminho perverso, ele morrerá na sua iniqüidade,
mas tu salvaste a tua alma” (Ezequiel 3:16-19).
MUITOS PASTORES, UMA IGREJA URBANA
Uma perspectiva adequada das congregações locais nos ajuda a ter uma perspectiva
adequada da Igreja Urbana. As chaves para a cidade serão dadas ao guarda sobre o muro,
representando a Igreja inteira na cidade - não um único guarda, mas uma liderança unida. A
Escritura prediz que a Igreja será unificada (veja Isaías 52:8; Jeremias 3:18). O próprio
Jesus orou para que as congregações tivessem entre si a mesma união que Ele tinha com o
Pai (veja João 17:11,21 -23). Jesus ensinou que há um só rebanho e um só pastor (veja
João 10:16) e que os presbíteros da cidade são seus pastores-auxiliares (veja Jeremias
3:15 e 23:4; Atos 20:28; 1 Pedro 5:2). Cada congregação local tem pelo menos quatro
marcas de identificação específicas:
O destino divino é facilitado pelo tipo de liderança que o Senhor coloca sobre cada
congregação local para supervisioná-la. O propósito deste livro, porém, não é discutir a
liderança, o governo e a função da igreja, que é um assunto amplo e com vários graus de
aplicação. Acreditamos que a igreja é liderada por um “homem específico” com uma equipe
de presbíteros que trabalham com ele para cumprir a visão.
Em meu livro Effective Keys to Successful Leadership (A Chave Certa para o Sucesso na
Liderança), defino o homem específico como: “Um timoneiro que fica firme na sua posição
de liderança para dirigir e gerenciar a igreja em todas as áreas da sua visão e vida espiritual.
Ele pilota o navio segundo o dom de liderança que lhe é concedido por Deus, seu
conhecimento bíblico da visão divina e seu caráter íntegro. Tem a habilidade de levantar
líderes e trabalhar em equipe a fim de preparar a igreja para a sua divina tarefa.”
A medida que Deus unge e guia esse homem com uma visão ou sonho poderoso,
todos ao seu redor são energizados. A mistura de dons do pastor-supervisor terá grande
influência sobre a visão dessa igreja específica. A igreja pode pôr em prática uma química
espiritual apostólica, evangelística, pastoral, de ensino ou profética, de acordo com a
mistura de dons do líder específico.
Esses tipos diferentes de igrejas podem ser discernidos em cada cidade. É possível,
por exemplo, descrever uma igreja como igreja de Antioquia, tendo em vista sua natureza
de plantio apostólico de igrejas,outra, como igreja de Jerusalém, por causa de seu foco no
ensino, outra, como igreja de Corinto, devido ao seu foco nos dons do Espírito,e uma outra
ainda, como a de Éfeso, de acordo com sua influência regional, doutrina apostólica ou foco
mundial.
Devemos ter cuidado para não julgar as personalidades de outros como sendo não-bíblicas
por não se ajustarem à nossa.
A provocação não só cria conflito entre igrejas e líderes de igrejas, como também pode
causar danos e mágoas irreparáveis (veja Provérbios 26:18-19).
As seguintes Escrituras esclarecem nosso propósito como uma igreja que deve dar glória
ao Senhor:
“Portanto, quer comais, quer bebais ou façais outra coisa qualquer, fazei tudo para a glória de
Deus” (1 Coríntios 10:31).
“Por isso, também não cessamos de orar por vós, para que o nosso Deus vos torne dignos da
sua vocação e cumpra com poder todo propósito de bondade e obra de fé” (2
Tessalonicenses 1:11).
“Assim brilhe também a vossa luz diante dos homens, para que vejam as vossas boas obras e
glorifiquem a vosso Pai que está nos céus” (Mateus 5:16).
Evidentemente, todas as igrejas têm a mesma ordem fundamental: glorificar a Deus. Esta é
a nossa declaração de missão, nosso objetivo e visão. O propósito principal da nossa
existência é exatamente o que o Breve Catecismo de Westminster sugere: dar glória a Deus
e beneficiar-se dele para sempre. A forma como cada igreja local glorifica a Deus é única e
tem um amplo leque de aplicações. A atitude da liderança da igreja local será refletida na
sua congregação.
Por outro lado, devemos ficar satisfeitos em ser ou fazer as coisas humildes que Deus se
agradar em permitir. Não há virtude em tentar fazer mais do que Deus ordenou ou em
esforçar-se para ser mais do que Ele nos fez para ser. Basta que cada igreja simplesmente
cumpra o plano do Pai, quer isso nos confine a uma relativa obscuridade ou nos leve aos
píncaros da fama (veja Provérbios 23:4-5; 25:27; Eclesiastes 4:6). Nossa visão deve estar
primeiro profundamente arraigada na idéia de dar glória a Deus, de concentrar-se em Cristo
e na sua obra, e ser movida pela obediência.
Deus tem uma chave para a igreja urbana, a qual irá abrir cada cidade. O livro de Atos
revela exemplos de cidades que foram atingidas por ministérios com a chave certa, no
tempo certo, com a atitude certa.
Nós, assim como fez Josué, enfrentamos nossas cidades rigorosamente fechadas,
mas não sem as diretrizes divinas do Capitão do Exército do Senhor. No Antigo
Testamento, o povo de Deus teve de enfrentar várias cidades muradas com um rei guerreiro
e exércitos resistindo do lado de dentro. No plano natural, não havia meios de penetrar
nessas cidades inexpugnáveis, exceto por revelação divina, com a chave dada por Deus
(veja Números 13:28; Deuteronômio 1:28; Josué 6:5,20; Hebreus 11:30). Somos aqueles
que se tornam fechaduras, somos chaves - colocamos as cidades com o lado certo para
cima!
APLICAÇÃO PESSOAL
1. Você tem uma mentalidade do tipo “Igreja Urbana”, ou está competindo e isolado das
outras igrejas na sua cidade? Se não está ligado às demais igrejas, está ao menos disposto
a ser usado como chave de Deus para acabar com a desunião em sua cidade?
2. Você agarrou um cachorro bravo pelas orelhas recentemente? Em outras palavras, fez
críticas a outras igrejas que não têm o mesmo “estilo” que o seu? Já deu lugar a debates
espirituais, mordendo outros que são diferentes de você?
3. A parte do propósito de Deus que deixarmos de completar será uma questão a ser
tratada no julgamento pessoal. Qual o seu propósito? Se você não puder defini-lo, passe
algum tempo orando para obter uma visão do propósito da sua vida, sua igreja e sua
cidade. Escreva sua declaração de propósito e mantenha- a sempre diante de si.
4. Que papel de liderança está sendo glorificado pela sua vida - o de Deus ou o seu? Você
tem buscado sua própria necessidade de ser reconhecido, ou está contente em glorificar a
Deus a qualquer custo?
Capítulo 9
Transformando as Igrejas Para
Alcançar as Cidades
"Também eu te digo que tu és Pedro, e sobre esta pedra edificarei a minha igreja, e as portas
do inferno não prevalecerão contra ela. Dar-te-ei as chaves do reino dos céus; o que ligares na
terra terá sido ligado nos céus; e o que desligares na terra terá sido desligado nos céus."
(Mateus 16:18-19).
No ano 374 A.D., São Jerônimo, repreendendo um monge que trocara o deserto pela
cidade, escreveu, “Ó deserto, luminoso com as flores da primavera de Cristo! O solitude da
qual virão as pedras que vão construir a cidade do grande Rei no Apocalipse! Ó deserto
desolado rejubilando-se na presença familiar de Deus! O que o mantém no mundo, ó irmão?
Você está acima e além do mundo. Quão longa é a sombra da casa que vai ocultá-lo? Por
quanto tempo as prisões imundas dessas cidades irão detê-lo?”
RAZÕES PARA AS ATITUDES ANTICIDADE
Jerônimo tinha uma atitude anti cidade: Ele não conseguia reconciliar a idéia de uma
possível relação entre a igreja e a cidade. Jerônimo estava provavelmente reagindo à antiga
crença das cidades-estado gregas de que a cidade era uma comunidade religiosa. Seus
cidadãos eram aqueles que iriam traçar suas raízes de volta ao deus ou deuses
responsáveis pela cidade. A cidadania envolvia o direito e a obrigação de adorar os muitos
deuses da cidade nos santuários cívicos. Ser ostracizado era ser proibido de adentrar os
muros da cidade. Viver fora desses muros era estar fora das bênçãos do deus.
Os termos “pagão” e “gentio” indicavam originalmente os que viviam fora dos muros da
cidade, longe das bênçãos de seu deus. Jerônimo, juntamente com muitos outros monges e
líderes espirituais, transferiu sua vida e ministério para fora da cidade. Como a Igreja
poderia estar na cidade e não fazer parte dela? Como a Igreja funcionaria como um cidadão
estrangeiro?
Tertuliano, outro pai da Igreja, tinha uma postura Cristo-contra-a-cidade. A vida cristã de
Tertuliano era uma tentativa aflita de escapar da poluição e decadência idólatra da vida
urbana que circundava o cristão.
Agostinho promoveu outra visão em seu livro The City of God (A Cidade de Deus),
proclamando um novo modelo para compreender o ponto de vista cristão da cidade. A visão
de Agostinho era Cristo o Transformador da Cidade, ou Cristo para a Cidade.
Cristo redireciona, revigora e regenera a vida na cidade por meio da igreja. Jesus vai à
cidade com problemas para curar e renovar o que o pecado contaminou - para restaurar e
redirecionar o que foi pervertido. A cultura da cidade não é posta de lado por esta obra de
regeneração; ela é redirecionada pelo poder do reino. Esses dois pontos de vista opostos
estão também presentes na Igreja do século XXI. Meu desejo é ver Cristo como o
Transformador de Cidades e a Igreja como o poder por trás desta obra de transformação.
Caso a Igreja deva tornar-se o instrumento para alcançar a cidade para a qual foi
chamada, é preciso que ela própria seja transformada antes de poder transformar. A
Igreja enferma não pode curar a cidade agonizante. A Igreja morta não pode trazer vida à
cidade que já expirou. A Igreja dividida não pode promover paz e unidade à cidade dividida.
A igreja fraca não tem poder espiritual para causar mudança. A igreja urbana precisa
desesperadamente de uma transformação espiritual, uma nova alma, novo coração e novo
espírito. Creio que as chaves da cidade são dadas à igreja urbana, tomando a saúde da
igreja um elemento essencial.
A igreja enferma não pode curar a cidade doente. A igreja morta não pode trazer vida à
cidade que já expirou. A igreja fragmentada não pode promover paz e unidade na cidade
dividida.
Já ouvi falar de vários planos que estão sendo preparados para alcançar a cidade, alguns já
implementados, mas que fazem pouca menção à importância de pastores e igrejas locais
saudáveis. Como poderá, porém, ocorrer a evangelização se o instrumento escolhido por
Deus não foi preparado para alcançar o povo da cidade? Não pediu discernimento espiritual
e capacidade para confrontar os poderes malignos, não se acha equipado para orar,
desejoso de adorar a Deus e conhecer a Palavra de Deus e pronto para amar e assimilar
novas pessoas? Este é um vasto problema a ser vencido se quisermos ver nossas cidades
sob o impacto de um fruto espiritual duradouro.
Em seu livro, A Igreja Saudável, Peter Wagner lista nove moléstias que ameaçam a saúde
de todas as igrejas locais:
Você talvez deseje fazer um check-up espiritual em sua igreja ou ministério, uma avaliação
para assegurar que o seu ministério está livre dos sintomas dessas nove enfermidades.
Com a ajuda do Espírito Santo, podemos transformar nossas igrejas em igrejas saudáveis
que conquistem e mantenham as cidades.
As igrejas do Novo Testamento são igrejas locais fundadas sobre padrões e princípios da
ordem divina dada no Novo Testamento e de acordo com o que a Igreja deve ser. A igreja
do Novo Testamento (1) se reúne para cumprir os propósitos de Deus, (2) está estruturada
segundo um padrão do Novo Testamento e (3) está se expandindo e causando impacto
sobre a vizinhança, cidade e região com o evangelho. O perfil de uma igreja do Novo
Testamento pode ser visto nos sete primeiros capítulos de Atos.
Os capítulos 1-7 de Atos descrevem os sete primeiros anos da Igreja de Cristo construída
depois da sua ascensão. Esses capítulos descrevem a cultura do “reino de Deus” em
termos de prioridades e práticas. Ao nos tornarmos igrejas que podem causar impacto
espiritual sobre as nossas cidades, essas marcas discerníveis de uma igreja do Novo
Testamento são vitalmente importantes. As seguintes são quinze marcas essenciais de uma
igreja que alcança cidades, como encontrada nesses sete capítulos.
Essas são apenas as marcas dos sete primeiros capítulos de Atos; poderíamos
evidentemente acrescentar muitas outras do restante de Atos e das Epístolas. Outras
marcas incluiriam uma igreja apostólica, profética, de missões globais e outras mais. Essas
15 são suficientemente básicas para que todos os líderes ponham a mão no arado e
edifiquem suas igrejas.
O pulsar equilibrado de uma igreja sadia para alcançar cidades é o que chamo de
corporação e célula. Vou ilustrar isto num diagrama simples extraído das Escrituras nos
capítulos 2,4 e 5 de Atos:
CORPORAÇÃO
REUNIÃO DA IGREJA INTEIRA REUNIÃO DA IGREJA EM PEQUENOS
. GRUPOS
CELEBRAÇÃO INFILTRAÇÃO
PREGAÇÃO COMPARTILHAMENTO
DIREÇÃO DISCIPULADO
PREPARAÇÃO ENCORAJAMENTO
EDIFICAÇÃO EXPANSÃO
Atos 1:14; 2:1,41,44; Atos 20:20; Romanos 14:7;
Hebreus 10:24-25; Hebreus 3:13; Mateus 28:19-20;
2 Crônicas 5:11-14 1 João 3:14-18; Colossenses 1:28-29
CÉLULA
Ao preparar nossa igreja para ministrar e penetrar a cidade com o evangelho,
desenvolvemos tanto o poder da corporação como o do ministério em rede da célula,
nossos pequenos grupos. A identificação, preparo e encaminhamento do ministério leigo é
uma chave para a construção da igreja que alcança cidades (veja Atos 6:1-7).
Acrescentamos à nossa equipe de ministério, pastores leigos juntamente com pastores da
equipe. Os pastores leigos são preparados para trabalharem todos os aspectos do
ministério. Eles supervisionam nossas células, pois esta é a estratégia que preparamos
para alcançar todos os bairros da nossa cidade.
Nossas células estão sendo desenvolvidas a fim de implementar nossas estratégias para
alcançar cidades. A corporação ou a reunião pública é absolutamente necessária e tem um
propósito definido; mas sem as células a igreja não se tomará uma igreja do Novo
Testamento que se reúne tanto no templo como de casa em casa.
“Em nome do Senhor Jesus, reunidos vós e o meu espírito, com o poder de Jesus, nosso
Senhor” (1 Coríntios 5:4).
“Quando, pois, vos reunis no mesmo lugar, não é a ceia do Senhor que comeis” (1 Coríntios
11:20).
“Assim, pois, irmãos meus, quando vos reunis para comer, esperai uns pelos outros” (1
Coríntios 11:33).
“Se, pois, toda a igreja se reunir no mesmo lugar, e todos se puserem a falar em outras
línguas, no caso de entrarem indoutos ou incrédulos, não dirão, porventura, que estais
loucos?” (1 Coríntios 14:23).
“Que fazer, pois, irmãos? Quando vos reunis, um tem salmo, outro, doutrina, este traz
revelação, aquele, outra língua, e ainda outro, interpretação. Seja tudo feito para edificação” (1
Coríntios 14:26).
“Consideremo-nos também uns aos outros, para nos estimularmos ao amor e às boas obras.
Não deixemos de congregar-nos, como é costume de alguns; antes, façamos admoestações e
tanto mais quanto vedes que o Dia se aproxima” (Hebreus 10:24-25).
Deus ordenou que Israel comparecesse diante dele regularmente. A idéia de “aparecer
diante do Senhor” deve ser investigada: seu sentido é expor-se a um exame minucioso. Seu
significado pode ser visto no ato de esfolar e examinar as partes internas de um animal
sacrificado. Deus ordenou que Israel comparecesse diante dele para realizar cinco
propósitos:
Nos ensinamentos do apóstolo Paulo sobre a reunião corporativa de uma igreja encontrada
em 1 Coríntios 14, ele dá sete funções vitais dessas assembléias: edificação, exortação,
consolo, revelação, conhecimento, profecia e doutrina.
O pulsar balanceado do coração da igreja que conquista cidades é uma reunião pública
corporativa espiritualmente poderosa e um ministério de grupo pequeno espiritualmente
saudável. As igrejas devem reconhecer a necessidade do desenvolvimento de uma
estrutura que irá incorporar oportunidades para construir e cultivar relacionamentos, isto é,
relacionamentos com outros crentes e com incrédulos.
Assim como a igreja tem um coração que pulsa harmoniosamente, o coração do ministério
de células também pulsa e deve pulsar da mesma forma.
Casa de Oração
Sharon Damazio
APLICAÇÃO PESSOAL
1. Quando foi a última vez em que você fez um check-up espiritual do seu ministério, uma avaliação
para verificar se ele está livre dos sintomas das nove enfermidades descritas por Peter Wagner?
O diagnóstico precoce poderia salvar o seu ministério.
2. Como líderes, somos chamados para discipular pelo exemplo. Você se colocará diante do Senhor
para ser “esfolado” ou examinado? Você faz parte de um grupo de prestação de contas, de
responsabilidade um pelo outro?
3. O que você está apresentando para sua cidade nos serviços públicos? Os que não vão aos cultos
na sua cidade consideram a igreja viva ou morta, relevante ou ii*relevante, legalista ou liberal? Como
os que não frequentam os cultos na sua cidade descreveriam sua igreja se tivessem de fazer uma
avaliação baseados nas suas reuniões corporativas?
Capítulo 10
O Modelo Josué tem sido nosso ponto de referência até agora. Desde o início da
transição de Josué para o papel de liderança que recebeu de Moisés, até a travessia do rio
Jordão e a conquista de Jericó, extraímos princípios para a evangelização de cidades.
Tentamos compreender o que uma cidade rigorosamente fechada significa para nós no
século XXI. Discutimos que uma cidade assim pode ser surpreendentemente aberta usando
as chaves espirituais certas.
Essas chaves foram entregues à Igreja urbana - não uma única igreja, mas uma Igreja
coletiva. Para que a igreja urbana alcance uma cidade, deve ser espiritualmente sadia,
viva, pulsando com o poder e a presença de Cristo. As igrejas frias, estóicas,
espiritualmente muitas, irrelevantes, mornas, não causarão impacto sobre a cidade - nem
agora, nem nunca. O poder de alcance é encontrado na edificação de uma igreja do Novo
Testamento, com prioridades e padrões bíblicos específicos, discerníveis e essenciais.
O apóstolo Paulo foi provavelmente o que mais se destacou no que se refere a evangelizar
cidades do Novo Testamento, embora não estivesse sozinho em sua visão e ministério
nesse sentido. Antes da conversão de Paulo, os crentes já haviam levado o evangelho às
comunidades judaicas em várias cidades greco-romanas. A fundação da igreja de Antioquia
deveu-se a leigos, nativos de Chipre e Cirene, que tinham sido forçados a deixar Jerusalém
por causa da perseguição. Esta igreja de Antioquia começou um importante capítulo na
história do cristianismo, o início da igreja-mãe do movimento gentio (veja Atos 11:19-26).
Paulo era um perfeito citadino; a cidade respira por todos os poros das suas
epístolas, sua linguagem, suas metáforas. Quando Paulo classificou os lugares onde
correra perigo, ele dividiu o mundo em cidades, deserto e mar. Desde a sua conversão até
sua morte, Paulo foi entregue à cidade (veja Atos 9:6; 28:31). Sua abordagem para alcançá-
las era basicamente centrada na família; na maioria das vezes começava no lar de alguém.
Paulo usou continuamente a abordagem do evangelismo no lar; os lares eram famílias
ampliadas (veja Atos 16:13; 1 Coríntios 1:16; Gálatas 6:10).
O termo grego para casa é oikos ou oikia e indica a unidade social mais adequada
para anunciar a mensagem do evangelho. A casa oikos era composta não só de
membros da família, mas também de empregados, escravos, inquilinos e outros
dependentes. Esta abordagem oikos era o método do Novo Testamento que Paulo e outros
evangelistas usavam com a finalidade de alcançar cidades inteiras para Cristo. Quando
Pedro foi à casa de Cornélio, mediante revelação, o Espírito Santo desceu e todos foram
batizados (veja Atos 10:2,48).
Paulo disse ao trêmulo carcereiro de Filipos, “Crê no Senhor Jesus e serás salvo, tu e tua
casa (Atos 16:31), e naquela noite “foi ele batizado, e todos os seus” (v.33). Em Tessalônica,
vemos Jasom e sua casa (veja Atos 17:5-9). Em Corinto, Crispo, o líder da sinagoga local,
invocou o nome do Senhor e foi batizado juntamente com a sua casa (veja Atos 18:8).
Quando Tito Justo, um gentio, abriu sua casa, Paulo pregou aos gentios (veja Atos 18:7).
A progressão natural de uma perspectiva de ministério envolve pelo menos quatro fases:
“E todos os dias, no templo e de casa em casa, não cessavam de ensinar e de pregar Jesus, o
Cristo” (Atos 5:42 - itálico acrescentado).
Cremos que os centros de ministério nas casas são o meio mais adequado para atrair essa
geração solitária, excessivamente ocupada, faminta de relacionamentos. A igreja que
alcança cidades deve desenvolver este modelo de evangelização, usando a casa como um
centro poderoso de atividade do Espírito Santo. Acredite ou não, sua casa poderia ser o
cenário da cirurgia divina onde o poder do bisturi da Palavra de Deus é usado para penetrar
no tecido espiritual.
ADQUIRA A VISÃO
Adquirir a visão do que Deus poderia fazer por meio da sua casa é um passo na
direção certa. John Wesley, o grande pregador e fundador da igreja metodista, adquiriu a
visão de sua mãe e satisfez a enorme necessidade de evangelização, ensino, ministério e
liderança em sua cidade, sem ter virtualmente nenhum clero ordenado à sua disposição. Ele
alistou leigos com dons específicos e deu início a um movimento.
Quando era ainda um menino impressionável, John Wesley havia observado o poder
inegável do ministério crescente das noites de domingo de sua mãe, Susanna Wesley, onde
quase 200 pessoas se reuniam dentro e fora de sua cozinha. Seu exemplo convenceu John
de que leigos e casas eram ideais para o ministério.
Não há lugar como o lar, mesmo quando se trata da casa de outra pessoa. Os lares
são praticamente adequados para todos os aspectos da oração, confraternização,
alimentação, privacidade, intimidade e acessibilidade. As pessoas ficam mais à vontade
quando convidadas para ir à casa de alguém do que para o prédio de uma igreja.
Devemos começar removendo o fator medo e a mentalidade “não fui treinado, sou incapaz e
indigno de abrir a minha casa”. Sugiro que você escreva 1 Coríntios 1:26-29 numa folha de
papel e a prenda num lugar visível em sua casa. Cite os versículos, cante-os, guarde-os de
memória:
“Irmãos, reparai, pois, na vossa vocação; visto que não foram chamados muitos sábios
segundo a carne, nem muitos poderosos, nem muitos de nobre nascimento; pelo contrário,
Deus escolheu as coisas loucas do mundo para envergonhar os sábios e escolheu as coisas
fracas do mundo para envergonhar as fortes; e Deus escolheu as coisas humildes do mundo,
e as desprezadas, e aquelas que não são, para reduzir a nada as que são; a fim de que
ninguém se vanglorie na presença de Deus.”
Depois que você adquire a visão, deve ajustar também sua filosofia de vida, da
filosofia humana para a do reino de Deus. Esta diferença de filosofias pode ser um dos
maiores obstáculos para tomar nossas casas centros de ministério. O falecido Francis
Schaffer, historiador e filósofo, derrama luz sobre o problema:
À medida que enfraqueceu o consenso dominado pelo cristianismo, a maioria das pessoas
adotou dois valores de nível inferior: paz pessoal e afluência.
Paz pessoal significa não ser incomodado, não ter de importar-se com os
problemas alheios, quer do outro lado do mundo ou da própria cidade. Viver com um
mínimo de possibilidade de aborrecimentos pessoais. Paz pessoal significa que não
quero que meu estilo de vida pessoal seja perturbado durante minha existência, sem
levar em conta qual seja o resultado na vida de meus filhos e netos.
Afluência significa uma prosperidade cada vez maior - uma vida feita de coisas,
coisas e mais coisas - um sucesso julgado por níveis cada vez mais altos de
abundância material.
Esta filosofia de vida gera egoísmo, isolamento, uma visão irreal do mundo à nossa
volta, pessimismo e negativismo. Toda uma geração foi doutrinada com esta mentalidade
hedonista, do tipo “quem tem mais brinquedos vence”, desde o nascimento até a faculdade,
e sofre agora as conseqüências. George Barna confirma nossos problemas culturais em
seu livro Virtual America (América Virtual):
Quase dois terços dos adultos acreditam que a vida é demasiado complexa em nossos
dias: uma em cada seis pessoas concordou que algumas vezes parece que não vale a
pena viver; três em cada cinco adultos (61 %) concordaram que o principal propósito
da vida é divertimento e satisfação pessoal. O que mais perturba nesta descoberta é
que metade dos cristãos nascidos de novo e mais de um terço dos evangélicos
acreditam que o propósito da vida é exatamente esse: diversão e auto-satisfação. Três
quartos dos adultos concordaram em que a verdade absoluta não existe, duas
pessoas poderiam definir a verdade de maneira totalmente oposta e ambas poderiam
estar certas. Uma porcentagem similar afirma que quando se trata de moral e ética,
não existem padrões absolutos que se apliquem a todos em todas as situações. Os
atributos mais desejáveis para a vida no futuro foram identificados como boa saúde,
um propósito claro para a vida, amigos íntimos, um relacionamento íntimo com Deus e
um estilo de vida confortável.
Toda uma geração sofreu uma lavagem cerebral filosófica para acreditar que as
pessoas devem viver para si mesmas, que a conveniência está acima de tudo e que a
diversão e o lazer são desejáveis. Esta é uma geração que, como nenhuma outra, precisa
da mensagem do evangelho e de observar uma vida sacrificial, vivendo para algo além
desta existência transitória, além da auto-satisfação e do prazer.
“Dizia a todos: Se alguém quer vir após mim, a si mesmo se negue, dia a dia tome a sua cruz e
siga-me. Pois quem quiser salvar a sua vida perdê-la-á; quem perder a vida por minha causa,
esse a salvará. Que aproveita ao homem ganhar o mundo inteiro, se vier a perder-se ou a
causar dano a si mesmo? Porque qualquer que de mim e das minhas palavras se
envergonhar, dele se envergonhará o Filho do Homem, quando vier na sua glória e na do Pai e
dos santos anjos” (Lucas 9:23-26).
“Então, Jesus, chamando-os, disse: Sabeis que os governadores dos povos os dominam e
que os maiorais exercem autoridade sobre eles. Não é assim entre vós; pelo contrário, quem
quiser tornar-se grande entre vós, será esse o que vos sirva; e quem quiser ser o primeiro
entre vós será vosso servo; tal como o Filho do Homem, que não veio para ser servido, mas
para servir e dar a sua vida em resgate por muitos” (Mateus 20:25-28).
“Quanto a mim, estou sendo já oferecido por libação, e o tempo da minha partida é chegado.
Combati o bom combate, completei a carreira, guardei a fé. Já agora a coroa da justiça me
está guardada, a qual o Senhor, reto juiz, me dará naquele Dia; e não somente a mim, mas
também a todos quantos amam a sua vinda” (2 Timóteo 4:6-8).
A Igreja da cidade é responsável por ministrar continuamente aos pobres. Se, porém,
cuidarmos deles, mas negligenciarmos em contar- lhes as boas novas de Jesus Cristo,
teremos falhado em nossa missão. Se pregarmos o evangelho aos pobres, mas ignorarmos
suas condições miseráveis, teremos fracassado em relação a Cristo. O desafio é fazer
ambas as coisas, ainda que isso seja por vezes complicado e frustrante (Atos 2:44-48;
4:32).
A Festa da Páscoa foi celebrada no Antigo Testamento quando Israel saiu do Egito, a
casa da servidão (veja Êxodo 13:2; Josué 24:17), e teve lugar na ocasião em que os
israelitas se reuniram em suas casas, sacrificando um cordeiro para cada casa. O
título Páscoa, traduzido do hebraico, significa “passar por cima ou pairar”. Ele não contém
apenas a idéia da passagem do anjo da morte em juízo, mas também, dele pairar por sobre
eles como proteção divina. A intenção de Deus era que todos experimentassem a “salvação
da casa”. Os versículos abaixo (itálico acrescentado) mostram claramente que era um
cordeiro para cada casa:
O sangue do cordeiro do sacrifício tinha de ser passado em cada casa; era preciso
que fosse aplicado. Nossos lares, como centros de ministério, devem ser protegidos pela
aplicação do sangue de Jesus pela fé. O sangue de Cristo é poderoso para resistir às forças
do mal e libertar o poder do reino (veja Hebreus 9:14; 10:29; 11:28; Colossenses 1:13-14).
A casa se torna um centro de ministério com autoridade para conferir livramento, perdão,
cura e purificação.
REMOVENDO O FERMENTO
DOS CENTROS DE MINISTÉRIO
“Por isso, celebremos a festa não com o velho fermento, nem com o fermento
da maldade e da malícia, e sim com os asmos da sinceridade e da verdade” (1
Coríntios 5:8).
O centro de ministério deve ser purificado e separado, não permitindo que influências
secretas, corruptoras, malignas prejudiquem o poder e a presença de Cristo no lar. A
televisão e o vídeo devem ser monitorados sabiamente nesta época liberal. A TV apresenta
uma visão distorcida da vida, influenciando poderosamente nossos pensamentos. Segundo
Jerry Mander, ex-executivo de publicidade e autor, a televisão não só nos dá idéias - ela
determina como veremos essas idéias e nos lembraremos delas.
Vamos tomar a lâmpada do Espírito Santo e examinar nossas casas, removendo todo
fermento que possa impedir que elas se transformem em centros de ministério dinâmicos
para conquistar nossas cidades.
A Escritura é muito clara sobre o desejo de Deus de ver nossas habitações dedicadas
a Ele e para Ele. Nossas casas devem ser ferramentas para que Ele faça uso delas como
desejar. Elas nos foram dadas para servir ao reino:
“Quando alguém dedicar a sua casa para ser santa ao SENHOR, o sacerdote a
avaliará, seja boa ou seja má; como o sacerdote a avaliar, assim será” (Levítico
27:14).
“Para não suceder que, depois de teres comido e estiveres farto, depois de haveres
edificado boas casas e morado nelas...”
“...se eleve o teu coração, e te esqueças do SENHOR, teu Deus, que te tirou da terra
do Egito, da casa da servidão”.
Se você já tiver viajado para algum outro lugar do mundo, terá visto como a nossa nação é
incomensuravelmente abençoada. Temos cidades, metrópoles, e milhares de casas lindas.
Como adquirimos essas bonitas casas? Com trabalho árduo, economias, planejamento e
muitos anos de suor do rosto - mas, o mais importante, pelas múltiplas bênçãos de Deus
sobre as nossas vidas. Nossas casas são um reflexo da bondade de Deus.
Podemos tramar as portas, deixando todos os intrusos do lado de fora e tornando nossas
casas mais tomo museus do que centros calorosos de ministério; mas, se fizermos isso, só
iremos construir nossos próprios reinos e não o de Deus. O propósito de nossos lares não é
apenas ter um lugar onde estocar nossos bens terrenos, acumuláveis, e relíquias familiares,
mas eles devem ser também depósitos abertos dos quais dispensamos tesouros eternos.
Devemos usar nossas casas para servir aos outros, curar os quebrantados e oferecer
coisas preciosas. Vamos construir lembranças que a família inteira e os que fazem parte de
nossos ministérios de grupo pequeno jamais esquecerão. Ao construirmos nossas casas,
não vamos esquecer de construir também a casa do Senhor. Devemos ser sábios como
Salomão:
“Ao fim de vinte anos, terminara Salomão as duas casas, a Casa do SENHOR e a casa do rei”
(1 Reis 9:10).
Podemos trancar as portas, deixando todos os intrusos do lado de fora e tornando nossas
casas mais como museus do que centros calorosos de ministério; mas, se fizermos isso,
iremos construir apenas nossos próprios reinos e não o de Deus.
Não exijo direitos para mim mesmo, nenhum direito a esta compreensão, esta vontade,
esses afetos que estão em mim; não tenho sequer direito a este corpo ou seus membros -
nenhum direito a esta língua, estas mãos, estes pés, orelhas ou olhos.
Dei-me inteiro e não retive nada para mim. Fui a Deus esta manhã e lhe disse que me dei
completamente a Ele. Dei cada poder, de modo que não reclamo qualquer direito para o
futuro em qualquer aspecto. Prometi expressamente a Ele que, pela sua graça, não irei
falhar. Eu o tomo como toda a minha porção e felicidade, sem olhar para qualquer outra
coisa como parte dessa felicidade. A sua lei controla constantemente a minha obediência.
Lutarei com todas as minhas forças contra o mundo, a carne e o diabo, até o fim da minha
vida. Vou seguir o evangelho, pela fé, por mais difícil que seja a confissão e a prática do
mesmo.
Recebi o Espírito bendito como meu Professor, Santificador e único Consolador, e aceito
todas as advertências para esclarecer, purificar, confirmar, consolar e ajudar.
Peço a Deus que considere isto uma autodedicação e me receba como sendo seu. A partir
de hoje, não devo agir em qualquer sentido como se fosse dono de mim. Terei agido desse
modo se algum dia usar quaisquer de meus poderes para fazer algo que não seja para a
glória de Deus, ou deixe de fazer de Sua glorificação meu propósito final de vida.
Se me queixar nas aflições, se não mostrar caridade, se revidar, se fizer qualquer coisa só
para me agradar ou omitir qualquer coisa por ser uma grande rejeição, se confiar em mim
mesmo, se aceitar qualquer louvor por qualquer bem que Cristo faça por meu intermédio ou
se mostrai' qualquer orgulho, estarei agindo por minha própria conta e não orientado por
Deus. Minha intenção é ser absolutamente dele.
O livro de Provérbios fala da atmosfera de uma casa influenciada pelas pessoas e suas
atitudes:
“Melhor é morar no canto do eirado do que junto com a mulher rixosa na mesma casa”
(Provérbios 21:9).
Jesus ensinou aos discípulos o poder de transmitir os dons que possuíam à casa onde
ministravam. Eles podiam deixar algo na casa ou tomar de volta o que haviam dado:
Se, com efeito, a casa for digna, venha sobre ela a vossa paz; se, porém, não o for, tome para
vós outros a vossa paz” (Mateus 10:13).
“Puseram a arca de Deus num carro novo e a levaram da casa de Abinadabe, que estava no
outeiro; e Uzá e Aiô, filhos de Abinadabe, guiavam o carro novo. Levaram-no com a arca de
Deus, da casa de Abinadabe, que estava no outeiro; e Aiô ia adiante da arca” (2 Samuel 6:3-
4).
“A maldição do SENHOR habita na casa do perverso, porém a morada dos justos ele
abençoa” (Provérbios 3:33).
“Os perversos serão derribados e já não são, mas a casa dos justos permanecerá”
(Provérbios 12:7).
“Na casa do justo há grande tesouro, mas na renda dos perversos há perturbação”
(Provérbios 15:6).
O objetivo é estabelecer centenas e milhares de casas como centros de glória, lugares onde
Deus habita de maneira poderosa. A glória de Deus fala da sua beleza, poder, honra e
autoridade. A glória de Deus é a sua beleza e perfeição morais de caráter, sua presença
que permeia um lugar.
Nosso mundo foi criado para ser um centro de glória. Leia a seguir a ordem de glória
descrita nas Escrituras:
Os termos hebraicos usados para “glória” denotam coisas valiosas ou fortes, esplêndidas e
magníficas. Quando a Arca da Aliança foi colocada nas casas de Abinadabe e Obede-
Edom, essas casas foram maravilhosamente abençoadas, enchidas e ungidas (veja 1
Samuel 7:1; 2 Samuel 6:10). A Arca da Aliança representava para o povo um lugar onde
Deus podia habitar. Sua habitação representava poder e honra, indicando que alguma coisa
importante ia acontecer.
A Arca da Aliança tinha seis características que se tornaram fundamentais para as casas de
glória (veja Êxodo 40:34; 2 Crônicas 5:14; 7:1-3):
● Arca da Aliança
Casas que formam e mantêm aliança com Deus.
● Propiciatório
Casas que recebem e dispensam a misericórdia de Deus.
● Tábuas da lei
Casas que estabelecem padrões saturados em amor.
● Maná
Casas cheias de fé pela milagrosa provisão de Deus.
● Vara de Arão
Casas que aceitam a soberania de Deus e suas escolhas.
● Glória de Deus
Casas onde se encontra a presença viva de Deus.
Deus está chamando a Igreja para seguir os modelos bíblicos no templo e de casa em casa;
tanto a corporação como a casa são padrões de Deus. Para construir casas gloriosas que
se tornarão centros de ministério dinâmicos em nossos bairros e em nossas cidades,
devemos adquirir uma visão, trabalhar diligentemente para mudar nossas idéias sobre
nosso estilo de vida, cultivar um espírito de serviço e sacrifício. Devemos abrir os olhos para
ver nossas cidades como elas realmente são e não como parecem ser.
Ed Silvoso chama esses centros de ministério de “Faróis de Oração”. Ele diz que a
melhor maneira de se infiltrar no perímetro de Satanás em nossas cidades é transformar
cada lar cristão numa célula de oração. As células de oração devem ser estabelecidas em
toda a cidade, de maneira que nenhum bairro fique sem um farol espiritual.
Os membros da igreja devem ser organizados em células de oração nos bairros até
que cada quarteirão da cidade esteja recebendo oração. Desta maneira, estaremos
colocando o maior número de tropas possível com a menor ruptura logística possível, para
infligir o maior dano possível sobre o inimigo com o mínimo risco possível.
Os versículos seguintes oferecem uma moldura para os propósitos e promessas dos lares
que se tornam centros de ministério de Deus para alcançar cidades:
CASAS DE CURA
"Tendo Jesus chegado à casa de Pedro, viu a sogra deste acamada e ardendo em febre. Mas
Jesus tomou-a pela mão, e a febre a deixou. Ela se levantou e passou a servi-lo” (Mateus
8:14-15).
“Tendo ele entrado em casa, aproximaram-se os cegos, e Jesus lhes perguntou: Credes que
eu posso fazer isso? Responderam- lhe: Sim, Senhor!” (Mateus 9:28).
“Dias depois, entrou Jesus de novo em Cafarnaum, e logo correu que ele estava em casa”
(Marcos 2:1).
“Tendo chegado à casa, a ninguém permitiu que entrasse com ele, senão Pedro, João, Tiago e
bem assim o pai e a mãe da menina” (Lucas 8:51).
“Voltando o servo, tudo contou ao seu senhor. Então, irado, o dono da casa disse ao seu
servo: Sai depressa para as ruas e becos da cidade e traze para aqui os pobres, os aleijados,
os cegos e os coxos. Depois, lhe disse o servo: Senhor, feito está como mandaste, e ainda há
lugar. Respondeu-lhe o senhor: Sai pelos caminhos e atalhos e obriga a todos a entrar, para
que fique cheia a minha casa” (Lucas 14:21-23).
CASAS DE LIVRAMENTO
“Voltando ela para casa, achou a menina sobre a cama, pois o demônio a deixara” (Marcos
7:30).
“Eis aí vos dei autoridade para pisardes serpentes e escorpiões e sobre todo o poder do
inimigo, e nada absolutamente vos causará dano” (Lucas 10:19).
“Ou como pode alguém entrar na casa do valente e roubar-lhe os bens sem primeiro amarrá-
lo? E, então, lhe saqueará a casa” (Mateus 12:29).
CASAS DE SALVAÇÃO
“Quando Jesus chegou àquele lugar, olhando para cima, disse- lhe: Zaqueu, desce depressa,
pois me convém ficar hoje em tua casa” (Lucas 19:5).
“Então, Jesus lhe disse: Hoje, houve salvação nesta casa, pois que também este é filho de
Abraão” (Lucas 19:9).
“De repente, veio do céu um som, como de um vento impetuoso, e encheu toda a casa onde
estavam assentados” (Atos 2:2).
CASAS HOSPITALEIRAS
“Depois de ser batizada, ela e toda a sua casa, nos rogou, dizendo: Se julgais que eu sou fiel
ao Senhor, entrai em minha casa e aí ficai. E nos constrangeu a isso” (Atos 16:15).
“E lhe pregaram a palavra de Deus e a todos os de sua casa. Naquela mesma hora da noite,
cuidando deles, lavou-lhes os vergões dos açoites. A seguir, foi ele batizado, e todos os seus.
Então, levando-os para a sua própria casa, lhes pôs a mesa; e, com todos os seus,
manifestava grande alegria, por terem crido em Deus” (Atos 16:32-34).
“Saindo dali, entrou na casa de um homem chamado Tício Justo, que era temente a Deus; a
casa era contígua à sinagoga. Mas Crispo, o principal da sinagoga, creu no Senhor, com toda
a sua casa; também muitos dos coríntios, ouvindo, criam e eram batizados” (Atos 18:7-8).
“No dia seguinte, partimos e fomos para Cesaréia; e, entrando na casa de Filipe, o evangelista,
que era um dos sete, ficamos com ele” (Atos 21:8).
Quando mudamos para as estratégias da evangelização de cidades, Deus quer lares que
as alcancem - lares onde possa colocar sua arca e habitar, lares que façam aliança,
dispensem misericórdia, estabeleçam padrões, onde a fé é a força e Deus o centro, onde as
pessoas entrem e digam, “Na verdade, o SENHOR está neste lugar, e eu não o sabia”
(Gênesis 28:16).
APLICAÇÃO PESSOAL
2. Hoje, mais do que nunca, estamos sujeitos a introduzir fermento em nossos lares
mediante várias formas de mídia. Quanto tempo você passa na frente da televisão? O
entretenimento levou você a tornar-se complacente em relação ao plano de Deus para
evangelizar seu bairro ou cidade?
3. Seu lar tem uma atmosfera positiva e piedosa? Os membros da sua família e vizinhos
sentem que a Arca da Aliança está nele? Você escreveu a Palavra de Deus sobre as vergas
das portas e entradas?
4. Seu lar é chamado para ser um farol de oração. Quanto tempo você gasta orando por
seus vizinhos? Eles consideram sua casa como um lugar onde a glória de Deus se
manifesta? Caso negativo, escreva algumas providências que você pode tomar para fazer
as mudanças necessárias.
Capítulo 11
"Temos uma cidade forte: Deus lhe põe a salvação por muros e baluartes" (Isaías 26:1).
Um dos primeiros passos para estabelecer uma atmosfera de igreja que evangeliza
cidades é determinar a prioridade da oração intercessória na igreja, em cada crente e
em toda a Igreja Urbana. A oração intercessória pela cidade tem origem num espírito de
oração cultivado e fortalecido continuamente em cada congregação local. É ridículo pensar
que podemos ter qualquer possibilidade de tocar nossas cidades sem nos tornarmos
poderosos na oração. Nosso poder de oração será aquele que derruba as fortalezas
espirituais em nossas igrejas e depois em nossas cidades. Não seremos espiritualmente
capazes de defender as fronteiras de nossas cidades até que possamos garantir as das
nossas congregações. George Otis, Jr. explica:
A medida que a igreja avançava em direção a uma visão mais clara para a nossa
cidade, minha primeira tarefa dada pelo Senhor foi conseguir um maior poder de fogo
na oração. Fiz isto sistematicamente mediante ensino e equipando nossa igreja em cada
nível de oração que pude discernir na Escritura.
O primeiro nível era a oração pessoal. Antes de irmos para a guerra contra os
principados da cidade, devemos ser treinados na disciplina de nos comunicar pessoalmente
com Deus por meio da oração. Fizemos de Oséias 10:12 nosso texto de oração e
passamos muitas semanas repassando cada palavra:
“Então, eu disse: semeai para vós outros em justiça, ceifai segundo a misericórdia; arai o
campo de pousio; porque é tempo de buscar ao SENHOR, até que ele venha, e chova a justiça
sobre vós” (Oséias 10:12).
A série foi chamada de “Os Sete Pontos da Oração Poderosa” e nosso alvo era construir
uma vida mais sólida de oração na congregação, profunda e poderosamente viva, antes de
iniciarmos nossa intercessão pela cidade. Clamamos sinceramente a Deus, usando a
oração de Santo Agostinho:
Ó Senhor, a casa de minha alma é pequena, alarga-a Senhor, para que possas
entrar. Eu confesso, eu sei, mas o que irá purificá-la, a quem devo clamar
senão a Ti? Purifica-me de minhas faltas secretas, ó Senhor, e poupa Teu
servo de pecados estranhos.
Nosso desejo era alargar a alma de cada indivíduo pela oração e inflamar a paixão pela
oração no íntimo de cada um, ensinando a igreja a afofar o solo inculto do coração, ará-lo e
semeá-lo em espírito de oração.
Usamos o seguinte esboço para “Os Sete Pontos da Oração Poderosa” baseados em Oséias
10:12:
“Suba à tua presença a minha oração, como incenso, e seja o erguer de minhas mãos como
oferenda vespertina" (Salmos 141:2).
“Uma coisa peço ao SENHOR, e a buscarei: que eu possa morar na Casa do SENHOR todos
os dias da minha vida, para contemplar a beleza do SENHOR e meditar no seu templo”
(Salmos 27:4).
Na City Bible Church estabelecemos um foco de oração que encorajou um novo nível
de oração em cada crente e depois levantou o nível da oração conjunta. Durante
muitos anos, antes de cada culto, tínhamos o que chamávamos de “Oração Pré-Culto”, um
período de 30 minutos de oração corporativa numa sala separada do santuário. Esta seção
de oração teve sucesso em manter um foco de oração, mas nem todos se comprometeram
permanentemente a comparecer meia hora antes do culto.
A fim de aumentar nosso alvo de atmosfera de oração, mudamos para o santuário antes do
início de cada culto, dando-lhe o nome de “Intercessão de Abertura de Culto”. Nosso
objetivo era expor a congregação inteira numa base semanal ao poder da oração
intercessória. Isto foi obtido mediante um foco de pregação de 12 meses baseado em
Ezequiel 22:30, sobre a oração intercessória:
“Busquei entre eles um homem que tapasse o muro e se colocasse na brecha perante mim, a
favor desta terra, para que eu não a destruísse; mas a ninguém achei” (Ezequiel 22:30).
Estabelecemos uma sequência de oração, oração nas casas - céus abertos sobre a cidade.
A sequência de oração é:
Líderes Intercessores
Indivíduos Intercessores
Atmosfera de Intercessão
Igrejas Intercessoras
Princípios e Batalha de Intercessão
Intercessão pelas Cidades e Nações
Como pode ver, você não começa com as cidades e nações. Deve estabelecer primeiro
poder e quantidade antes de tomar a cidade. Depois de termos cultivado um novo nível
geral de oração intercessória, passamos a estabelecer um nível de intercessão
especializada. A igreja inteira se torna um instrumento de oração intercessória e, a seguir,
áreas com foco especiais são invadidas pelos intercessores especializados. Temos um
Centro de Oração que funciona sete dias por semana (existem hoje mais de 2.000 igrejas
com Centros de Oração), um Pastor de Oração, Um Supervisor do Centro de Oração,
Equipes de Oração para cada pastor do grupo de trabalho, Equipes de Oração para cada
culto, oração durante o culto e uma variedade de equipes de oração. A lista seguinte
oferece um quadro mais detalhado, mas não completo, de nossa base de oração:
● Guardas de Oração: Intercessores que oram diariamente em suas casas num nível
secundário pelos líderes, suas famílias e ministérios, conforme designado. Eles não
se reúnem com o líder.
O grande número de pessoas que oram nos permite enfocar a cidade com oração
intercessória que não pode ser intimidada, desviada ou contra-atacada sem saber o que
está acontecendo. Estamos mais preparados para uma maior variedade de guerra espiritual
por estarmos mais amplamente equipados. Nossa Intercessão na Abertura do Culto envolve
oração pela purificação pessoal, alargamento pessoal, renovação do coração, capacitação
pelo Espírito Santo e oração pela nossa cidade. Oramos contra fortalezas espirituais
específicas em nossa região, pelos perdidos e pelo reavivamento. Esta intercessão de
abertura se prolonga por cerca de 20 minutos e termina num período de adoração. (Eu
discuto o tema da oração intercessória individual, corporativa, e por nossas cidades em meu
livro Seasons of lntercession (Períodos de Intercessão).
Ed Silvoso diz que o primeiro passo para alcançar uma cidade inteira para Cristo é
estabelecer os perímetros de Deus na mesma. Na ciência militar um perímetro é o limite
externo de uma área onde são levantadas defesas. O termo implica um contexto de guerra,
real ou potencial. Eu diria que a guerra é real! Essa é uma boa razão pela qual você precisa
do poder da oração antes de começar a atacar o inimigo.
Quando seguimos em direção a uma estratégia para evangelizar nossa cidade, nos
movemos para outro nível de guerra espiritual intensa. Em 2 de janeiro de 1998
inauguramos nosso primeiro estaqueamento das fronteiras de nossa cidade. Decidimos
cercar a seção Nordeste/Sudeste da cidade que representava mais de 800.000 indivíduos
da população de 1.5 milhões da área metropolitana. Pedi a diversos pastores conhecidos de
nossa cidade, que representam uma grande seção da Igreja Urbana nas regiões nordeste e
sudeste para se juntarem a nós.
“Também Hadadezer, filho de Reobe, rei de Zobá, foi derrotado por Davi, quando aquele foi
restabelecer o seu domínio sobre o rio Eufrates” (2 Samuel 8:3).
“Caem-me as divisas em lugares amenos, é mui linda a minha herança” (Salmos 16:6).
“Levou-os até à sua terra santa, até ao monte que a sua destra adquiriu. Da presença deles
expulsou as nações, cuja região repartiu com eles por herança; e nas suas tendas fez habitar
as tribos de Israel” (Salmos 78:54-55).
“(Ele) estabeleceu a paz nas tuas fronteiras e te farta com o melhor do trigo” (Salmos 147:14)
‘‘Se Edom diz: Fomos destruídos, porém tomaremos a edificar as ruínas, então, diz o SENHOR
dos Exércitos: Eles edificarão, mas eu destruirei; e Edom será chamado Terra-De-
Perversidade e Povo-Contra-Quem- O-SENHOR-Está-Irado-Para-Sempre” (Malaquias 1:4).
Ao marcharmos até cada estaca pré-assinalada, a perua dos intercessores nos seguia e
manteve uma intercessão contínua durante todo o evento, cerca de cinco horas ao todo. Em
cada ponto nos reuníamos em volta da estaca, líamos uma oração de proclamação e em
seguida cada pastor usava por sua vez o martelo para fincar a estaca na terra. Finalmente,
derramávamos óleo sobre ela, punhamos o pé em cima da estaca e orávamos para que as
fronteiras de nossa cidade fossem reivindicadas.
ORAÇÃO DE PROCLAMAÇÃO
Com base nas Escrituras, como líderes nos colocamos na brecha pela nossa cidade.
Nós, pastores de Portland Nordeste e Sudeste representamos outros líderes da cidade que
desejam:
Arrependimento (Daniel 9:4-9). Pedimos ao Senhor Jesus que nos perdoe pelos pecados
que tiveram lugar em nosso estado, nossa cidade, nas regiões nordeste e sudeste. Pedimos
perdão pelos pecados de corrupção política, preconceito racial, perversões morais,
feitiçaria, ocultismo e idolatria. Oramos para que o sangue de Jesus purifique nossas mãos
do sangue inocente nos atos de aborto, eutanásia e quaisquer outros meios pelos quais
inocentes tenham sido destruídos. Pedimos perdão pelas divisões na igreja, pelo orgulho
espiritual, pela maledicência e por qualquer coisa que tenha prejudicado a Igreja de Jesus
Cristo. Nos arrependemos, nos humilhamos e pedimos que misericórdia seja derramada
sobre a nossa terra, nossa comunidade e nossas igrejas.
Petição (Jeremias 29:7). Pedimos que venha o reino de Deus e que a sua vontade seja
feita tanto na terra como no céu. Pedimos no nome do Senhor Jesus Cristo por um
derramamento espiritual da graça, misericórdia e fogo de Deus sobre nossa cidade.
Pedimos por um verdadeiro reavivamento espiritual em nossa comunidade, causando uma
volta para Deus, assim como purificação, quebrantamento e busca do Deus único e
verdadeiro. Pedimos, Senhor, tua misericórdia. Pedimos que nosso destino não seja
cortado. Pedimos que visite nossa cidade, nossas igrejas e lares. Não passe por cima da
nossa cidade. Pedimos a restauração dos seus fundamentos de justiça.
“O SENHOR te guiará continuamente, fartará a tua alma até em lugares áridos e fortificará os
teus ossos; serás como um jardim regado e como um manancial cujas águas jamais faltam.
Os teus filhos edificarão as antigas ruínas; levantarás os fundamentos de muitas gerações e
serás chamado reparador de brechas e restaurador de veredas para que o país se torne
habitável” (Isaías 58:11-12). Proclamamos Isaías 1:26 neste dia:
‘Também eu te digo que tu és Pedro, e sobre esta pedra edificarei a minha igreja, e as portas
do inferno não prevalecerão contra ela. Dar-te-ei as chaves do reino dos céus; o que ligares na
terra terá sido ligado nos céus; e o que desligares na terra terá sido desligado nos céus”
(Mateus 16:18-19).
Oramos agora para que nossa cidade seja reivindicada, restaurada, reavivada e colocada
no caminho da justiça. Oramos para que as nossas fronteiras sejam protegidas neste dia, 4
de janeiro de 1998. Que Deus possa dar-nos graça, proteger-nos e permitir que seus anjos
se acampem ao nosso redor. Fazemos isto em humildade e fé.
ARREPENDIMENTO DE IDENTIFICAÇÃO
O presidente de Zâmbia, Presidente Chiluba, orou pela sua nação com o que poderíamos
chamar de arrependimento de identificação:
Deus amado, como nação nos achegamos a Ti, ao Teu trono de graça, e nos humilhamos e
admitimos nossa culpa. Nos arrependemos de todos os nossos caminhos perversos de
idolatria, feitiçaria, ocultismo, imoralidade, injustiça, corrupção e outros pecados que
violaram as Tuas leis justas. Nos afastamos de tudo isso e renunciamos a tudo em nome de
Jesus. Pedimos perdão e purificação mediante o sangue de Jesus. Agradecemos desde já
porque Tu vais curar nossa terra. Oramos para que envies cura, restauração, reavivamento,
bênção e prosperidade à Zâmbia.
Bob Beckett dá novos conselhos sobre o assunto: “É costume buscarmos o perdão de Deus
para o pecado pessoal, assim como por pecados cometidos pela igreja. Sem pedir o perdão
divino, não adianta tentar qualquer tipo de guerra espiritual. Mas o chamado ao
arrependimento não é costumeiro, pois o objeto do arrependimento inclui muito mais do que
os pecados pelos quais nós, como indivíduos, somos responsáveis. O termo dado a esta
expressão mais ampla de penitência é o arrependimento de identificação, um ato pelo qual
nos identificamos com o pecado e pedimos perdão representando um grupo, cidade, ou nação
aos quais estamos ligados. O arrependimento de identificação é uma arma poderosa em
nosso arsenal de guerra cuja hora chegou.”
Em João 20:23 lemos: “Se de alguns perdoardes os pecados, são-lhes perdoados; se lhos
retiverdes, são retidos.”
Quando estaqueamos nossa cidade, pela fé, nos identificamos com os pecados
corporativos da mesma, injustiça racial, adoração de outros deuses, perversões e
imoralidade, pedindo a Deus que tivesse misericórdia da nossa cidade, purificando primeiro
a igreja. Proteger as fronteiras pode parecer irreal para muitos, não-bíblico para outros, e
subjetivo ou apenas insensatez para outros ainda. Mas acreditávamos que isso iria ajudar a
amarrar os principados e potestades que estavam impedindo que o evangelho entrasse
livremente em nossa cidade. Certamente ninguém ficaria prejudicado ao passar várias
horas se arrependendo, intercedendo e proclamando as Escrituras sobre a cidade. O fato
de termos tido mais pessoas dobrando os joelhos e pedindo para Cristo entrar em seus
corações nos 12 meses seguintes do que em qualquer outra época na história da igreja
local, pode estar ligado às nossas orações de arrependimento e defesa das fronteiras.
“Porque te restaurarei a saúde e curarei as tuas chagas, diz o SENHOR; pois te chamaram a
repudiada, dizendo: É Sião, já ninguém pergunta por ela” (Jeremias 30:17).
“Anunciai entre as nações; fazei ouvir e arvorai estandarte; proclamai, não encubrais; dizei:
Tomada é a Babilônia, Bei está confundido, e abatido, Merodaque; cobertas de vergonha estão
as suas imagens, e seus ídolos tremem de terror. Porque do Norte subiu contra ela uma nação
que tornará deserta a sua terra, e não haverá quem nela habite; tanto os homens como os
animais fugiram e se foram” (Jeremias 50:2-3).
“Busquei entre eles um homem que tapasse o muro e se colocasse na brecha perante mim, a
favor desta terra, para que eu não a destruísse; mas a ninguém achei” (Ezequiel 22:30).
“Porque a nossa luta não é contra o sangue e a carne, e sim contra os principados e
potestades, contra os dominadores deste mundo tenebroso, contra as forças espirituais do
mal, nas regiões celestes” (Efésios 6:12).
Se você esperar até que tenha a maioria talvez isso nunca aconteça - você tem de começar
em algum ponto! Pode ser que a cidade tenha vários grupos diferentes fazendo a mesma
coisa, ao mesmo tempo e quem sabe no futuro os grupos vão fundir-se para uma expressão
nova e unificada. Não fique paralisado com o que Peter Wagner chama de
hipercooperativismo. Em vista da cooperação estar na moda ultimamente, o perigo do
hipercooperativismo aumenta.
A colaboração na igreja pode ser útil para algumas atividades numa cidade ou região -
projetos de ação social, tomar uma posição contra ou a favor de uma lei política moral, tal
como aborto ou eutanásia, etc. A igreja local, entretanto, deve ser unificada com outras
igrejas e pastores locais para orar a favor e travar guerra espiritual pela cidade. Todavia,
este tipo de ministério pode não ser aceito por todas as igrejas. Se você esperar pela
maioria, talvez nunca faça algumas dessas coisas. Comece onde está, reúna tantas
pessoas quanto for possível - 1, 2, 10, 15, 20, e deixe que o número aumente.
Patrocinamos o Café dos Pastores da Igreja da Cidade três ou quatro vezes por ano com
um comparecimento de 200 a 250 dentre 1.200 pastores em nossa cidade. Essas reuniões
são dirigidas a certos níveis de oração, unidade e foco na cidade. Comemos, nos
confraternizamos, nos reunimos e apresentamos novos pastores a serviço de alguma igreja
em nossa cidade. A seguir oramos a favor dos novos pastores e permitimos que outros
entreguem as comunicações sobre os “eventos da cidade”. Finalmente, adoramos e
geralmente ouvimos um orador visitante. Não adotamos uma determinada estratégia para
alcançar nossa cidade, tentando colocar todos a bordo.
Procuramos uma unidade geral e não específica. Se tivéssemos pedido a esse grupo de
250 pastores que chegassem a um ponto de convicção bíblica e unidade espiritual na área
do simbolismo, subjetividade espiritual, guerra espiritual e arrependimento de identificação,
acho que o estaqueamento da cidade não teria acontecido. Na verdade, poderíamos estar
ainda ali, discutindo o assunto! No contexto do grupo maior do café, estendi-me para
aqueles que pareciam ter a mesma visão e idéias para conquistar nossa cidade. Este grupo
consiste apenas de cerca de 20 pastores que se reúnem mensalmente. Oramos juntos,
abrimos nossos ministérios uns para os outros, pregamos nas igrejas uns dos outros e nos
ajudamos de todas as formas possíveis.
Como pastor local, achei fácil tornar-me espiritualmente paralisado com a política da Igreja
Urbana, compromissos pessoais, debates teológicos e simplesmente recuar e cruzar os
braços. Eu não queria que me entendessem mal, não queria ser criticado: “Ele não está
conosco”, ou “Ele é de uma dessas igrejas independentes. Você sabe, eles fazem tudo
sozinhos”. Esses temores me impediram de fazer as coisas em que acreditava e de que
estava convicto. Todavia, como pastor local, tenho a responsabilidade de orar, arrepender-
me, confessar, reivindicar e evangelizar. Estou fazendo isso com tantos pastores quanto
posso e ainda coopero em eventos importantes da cidade, tais como a Cruzada de Billy
Graham, Cruzada de Luis Palau, Convenções de Oração de Pastores da Cidade e outros.
Creio que cada pastor deve procurar outros com quem associar-se e fazer o que pode para
conquistar a cidade.
O mesmo princípio se aplica à reconciliação racial: Ouvi sobre o assunto, fiz isso com
outros em grandes conferências e eventos, mas não me senti pessoalmente reconciliado.
Precisava ir a outro nível e chamei então, um dos pastores afro-americanos em nossa
cidade, sentei-me e lhe disse: “Ensine-me a compreender porque precisamos ser
reconciliados. O que significa isso e como posso mudar nosso relacionamento?” Este
contato deu início a uma série de eventos que fizeram a reconciliação racial tomar-se uma
realidade para mim, para a igreja que pastoreio e para nosso ministério na cidade.
Para surpresa minha, ao aproximar-me do prédio, pude ver bem alto, no ar, a um quilômetro
ou mais, milhares de demônios, organizados como um exército moderno. Alguns agiam
aparentemente como tropas de choque. Eles atacavam com grande ferocidade, uma onda
após outra. Depois de algum tempo, observei uma influência que formou uma barreira pela
qual não podiam passar'. Com toda a engenhosidade de homens em guerra, esta multidão
de demônios parecia querer derrubar a barreira ou avançar, mas foram completamente
detidos… ’’Ensine o povo a orar por isto. Pois só isto irá satisfazer a necessidade do coração
humano e só isto terá poder para esmagar as forças das trevas”. Quando o anjo estava indo
embora disse: “Ore. Ore. Ensine o povo a orar. Oração e só oração, muita oração. A oração
persistente é a porta de entrada do coração de Deus.”
FRANK DAMAZIO:
Se você tivesse ouvidos para ouvir no reino espiritual, iria ouvir milhares e milhões de
vozes. As vozes que estão gritando são as do mal, vozes que dizem: “Dê-nos esta cidade!
Dê-nos a alma dessas pessoas!” Se tivesse ouvidos para ouvir, teria escutado as palavras
das trevas clamando: “Dê-nos esta cidade! Dê-nos esta região!” Eles estão pressionando os
céus, mas se deparam com uma força invisível que cerca a cidade. “A força”, diz o Senhor,
“é a força das orações que estão sendo feitas na cidade” . Os demônios se aglomeram, mas
não podem passar e gritam uns para os outros: “Onde podemos forçar? Onde encontrar o
caminho? Onde abrir espaço? Onde ir para causar devastação?” Os anjos, por sua vez,
gritam uns para os outros: “Não há entrada. Não há caminho para chegar à nossa região.” O
Senhor gritou em alta voz por meio do povo e dos santos do Altíssimo. “Há uma proteção”,
diz o Senhor. “Vocês estão resistindo. Estão bloqueando as forças demoníacas. Elas não
podem passar. Não desistam. Não recuem. Este é um dia de vitória, um dia de busca, um dia
de esmagar as forças do mal.” “Pressionem, pressionem” , diz o Senhor. “Empurrem, pois as
forças malignas estão recuando. Não estão penetrando.” “Vou dar-lhes vitória total e absoluta
em suas cidades se resistirem. Não batam no chão uma ou duas vezes, mas várias” , diz o
Senhor. “Batam até que a vitória seja completa. Força, força!” , diz o Senhor.
CINDY JACOBS:
Uma palavra para esta cidade: “Não lhes dei unção para curar nações? Deste lugar vou
levantar uma forte tone de oração, levantarei os vigias que sairão desta cidade. A unção desta
guarda será para destruir a Nova Era. Vou levantar intercessores; levantar profetas. E a
palavra do Senhor virá e o Senhor diz: ‘Vou derrubar a idolatria do ocultismo. Do humanismo.
E o mundo andará no Espírito e não será mais um refúgio para a Nova Era’, diz Deus, ‘porque
vou destruí-la... Estou me preparando para manifestar-me como o Deus da glória nesta cidade.
Vou enviar um rio de milagres; vou enviar sinais e prodígios, assim como milagres criativos...
Vou fazer uma coisa nova. Derramarei meu Espírito sobre esta geração, não apenas em uma
igreja, mas sobre a igreja de Portland e as áreas circunjacentes. Vou fazer com que o meu
nome seja glorificado e as pessoas virão das nações, de terras distantes para receber a
distribuição de milagres. Vou começar a distribuir a unção para sinais, prodígios e milagres.
Vocês vieram famintos e disseram: ‘Onde está o Deus de Elias?’ Vou derramar a unção de
Elias sobre esta geração de líderes. Surpreender a sabedoria dos sábios. Libertar uma mistura
de milagres e fazer com que esta seja uma cidade de refúgio. Farei com que esta cidade seja
apresentada como um modelo. E deste lugar não só vou curar os corpos, mas também vou
curar esta cidade. Vou curar a economia, fazendo desta cidade um exemplo que muitos dos
governos - governos das cidades em todas as regiões dos Estados Unidos - virão observar
porque estou enviando uma nova unção sobre ela. Eles vão maravilhar-se porque serei
glorificado no governo da cidade. Nos serviços de saúde e humanos. Nos serviços sociais.
Olhem e vejam meus atos, porque vou inverter a ordem. Vou colocar o governo sobre os meus
ombros e a lei sairá de Sião. Olhem e vejam porque tudo o que sonharem será pequeno
demais. Tudo o que acreditaram que eu poderia fazer com esta cidade é pequeno demais. Nos
próximos meses vão começar a ver até sinais nos céus. Vou começar a fazer coisas
dramáticas para manifestar a minha glória. Começarei a enviar isto ao redor do mundo. E
vocês sairão deste lugar com cura nas mãos porque vou levantar- me com cura em minhas
asas. Vou curar o sistema educacional. O sistema legal. Transformarei esta cidade e farei uso
dela como modelo para a América e as nações.’”
Apenas cinco dias depois que Cindy Jacobs trouxe esta profecia, um grande sinal apareceu
nos céus e foi documentado pelo The Oregonian:
O último bateu num telhado em Salem, a 13 de maio de 1981. Uma bola de fogo brilhante
iluminou o céu domingo à noite, assustando as testemunhas oculares em toda a Portland e
ao norte do vale Willamette.
A bola de fogo espetacular apareceu pouco antes das 23 horas e durou apenas um
segundo, emitindo reflexos azuis, verdes, amarelos e laranja enquanto percorria o leste de
Portland em direção ao sudoeste antes de despedaçar-se.
“Fragmentos da bola de fogo podem ter sobrevivido ao mergulho veloz pela atmosfera”,
disse Jim Todd, coordenador da seção de astronomia para do Museu de Ciência e Indústria
de Oregon. Todd afirmou ter recebido dezenas de telefonemas das testemunhas. “Aquela
coisa era imensa e estava bem próxima”, disse Ray Beckwith, um arquiteto que mora na
Cidade de Oregon. “Era possível ver as chamas saindo da parte de trás. Tinha o tamanho
da lua e caía em ângulo agudo. Pude ver fragmentos soltando-se dela. Creio que um
pedaço da mesma deve ter ficado em algum lugar.”
CAMINHADA DE ORAÇÃO
Este tipo de oração busca invocar a bênção de Deus sobre a área, orando para que sua
graça, misericórdia e amor redentor sejam liberados sobre a pessoa ou lugar objeto da
oração. Qualquer pessoa e todos podem fazer este tipo de oração. A caminhada de oração
não é novidade, as Escrituras revelam vários exemplos desta maneira de orar:
“Levanta-te, percorre essa terra no seu comprimento e na sua largura; porque eu ta darei”
(Gênesis 13:17).
“Todo lugar que pisar a planta do vosso pé, vo-lo tenho dado, como eu prometi a Moisés”
(Josué 1:3).
“Dispuseram-se, pois, aqueles homens e se foram, e Josué deu ordem aos que iam levantar o
gráfico da terra, dizendo: Ide, correi a terra, levantai-lhe o gráfico e tornai a mim; aqui vos
lançarei as sortes perante o SENHOR, em Siló” (Josué 18:8).
“Depois disto, o Senhor designou outros setenta; e os enviou de dois em dois, para que o
precedessem em cada cidade e lugar aonde ele estava para ir. E lhes fez a seguinte
advertência: A seara é grande, mas os trabalhadores são poucos. Rogai, pois, ao Senhor da
seara que mande trabalhadores para a sua seara. Ide! Eis que eu vos envio como cordeiros
para o meio de lobos” (Lucas 10:1-3 - Itálico acrescentado).
“Então, Moisés, naquele dia, jurou, dizendo: Certamente, a terra em que puseste o pé será tua
e de teus filhos, em herança perpetuamente, pois perseveraste em seguir o SENHOR, meu
Deus” (Josué 14:9).
“Pisarás o leão e a áspide, calcarás aos pés o leãozinho e a serpente” ( Salmos 91:13).
“E o Deus da paz, em breve, esmagará debaixo dos vossos pés a Satanás. A graça de nosso
Senhor Jesus seja convosco” (Romanos 16:20).
“...para alumiar os que jazem nas trevas e na sombra da morte, e dirigir os nossos pés pelo
caminho da paz” (Lucas 1:79).
“Pela bênção que os retos suscitam, a cidade se exalta, mas pela boca dos perversos é
derribada” (Provérbios 11:11).
“Porque as armas da nossa milícia não são carnais e sim poderosas em Deus, para destruir
fortalezas” (2 Coríntios 10:4).
À medida que protegemos nossas fronteiras, cidades e estados, intercedemos por esses
lugares para que fiquem cheios do poder de Deus que promove liberdade aos indivíduos,
saúde para as famílias, restauração para os casamentos, emprego lucrativo para os pobres,
atividades recreativas sadias para a comunidade, proteção física para os moradores e
negócios, paz espiritual para os que estão confusos, busca de Deus para os apáticos em
relação a ele e restauração e reavivamento no Espírito Santo para as nossas igrejas.
Ore para que o território que fica no perímetro da sua cidade seja um lugar onde o
reino de Deus avance sem impedimento e as fortalezas de Satanás sejam derrubadas.
Ore para que nos tornemos a Igreja unida, que guarda a aliança, caminha em oração
intercessória, fala de fé, transforma vida, que somos chamados a ser. Podemos proteger
nossas fronteiras, reivindicar nossas cidades.
APLICAÇÃO PESSOAL
1. Falta de oração é orgulho, afirmando que podemos agir sem a ajuda de Deus. A oração é
uma prioridade em seu programa pessoal? Você fez da oração uma prioridade em sua
igreja ou ministério?
3. O que você está fazendo para criar unidade em sua cidade? Está disposto a reunir-se
com outros líderes que não têm a mesma opinião que a sua em todas as questões? Caso
positivo, faça uma lista dos que vai contatar e marcar encontro para um café.
4. Você está disposto a tornar-se a voz e o instrumento de Deus para derrotar os poderes
demoníacos em sua cidade e construir uma cabeça-de-ponte para o avanço do poder do
evangelho? Vai tomar o compromisso de caminhar orando de maneira constante?
Capítulo 11
Um membro de nossa igreja teve um sonho muito real sobre o inferno e os poderes das
trevas; este sonho me foi entregue por escrito como segue:
Vi o inferno cercado por uma grande grade de ferro. Os cristãos estavam patrulhando a
grade e vigiando os que estavam dentro dela e que se aproximavam, atraídos pela luz e
pelos sons que chegavam de fora. A medida que os que estavam dentro se aproximavam
da cerca, os cristãos estendiam a mão e, agarrando os perdidos, os arrastavam para o reino
por entre as grades. Os únicos resgatados eram aqueles atraídos para a luz, os
suficientemente livres para estender a mão e procurar ajuda.
Vi depois quando a Igreja atacou as portas do inferno e estas foram escancaradas e ficaram
penduradas pelas dobradiças. Os cristãos marcharam, então, portas a dentro, até chegarem
às fortalezas do inferno. Enquanto seguiam pelos corredores escuros, paravam numa cela
após outra, olhando para o prisioneiro dentro delas. O corpo de cada preso estava muito
bem amarrado com um jogo de cadeias; outro jogo prendia o prisioneiro à parede da cela;
as porta da cela estavam fechadas.
Ao olhar para dentro, o cristão apontava uma cela e dizia: “Esse é destinado ao Reino de
Deus. Libertem-no.” As correntes então se soltavam da parede e a porta da cela se abria. O
cristão prosseguia depois para outra porta, dizendo: “Este também é de Deus. Soltem-no.”
A cela se abria e as correntes caíam. Os resgatados eram a seguir retirados dos corredores
escuros e passavam do pátio do inferno para o reino da luz.
A visão desta mulher poderia ser uma descrição exata da horrível servidão de muitos em
nossas cidades. Nos contentamos por muito tempo a viver na periferia, resgatando aqueles
que conseguem escapar para longe das garras do inimigo e acabam atraídos pela luz. Mas
está na hora de marchar para as profundezas do inferno e libertar os que estão presos nas
trevas, trazendo-os para fora. A cobertura de trevas sobre nossas cidades é muito real e
poderosa.
CIDADES SEM FORMA E VAZIAS
Gênesis 1:2 descreve a terra antes que o Espírito de Deus se movesse. O versículo pode
também descrever nossas cidades desesperadamente necessitadas do poder criativo do
Espírito Santo.
“A terra, porém, estava sem forma e vazia; havia trevas sobre a face do abismo, e o Espírito
de Deus pairava por sobre as águas” (Gênesis 1:2).
26 Traduções do Antigo Testamento contêm as seguintes leituras: “E a terra estava sem
forma e vazia”, “informe e vazia”, “invisível e desguarnecida”, “um deserto sem forma”,
“caótica”, “vazia e sem forma definida”, “uma massa caótica e informe”, “as trevas pairavam
por cima do abismo”, e “nas faces do abismo profundo havia trevas”, “um vento de Deus
pairava sobre as águas”.
Se você substituir a palavra “terra” por “cidade” e ler o versículo em voz alta, poderá ver um
paralelo direto com a sua cidade: uma cidade que é um deserto, vazia, desguarnecida,
informe, caótica - uma massa sem forma, coberta pela escuridão - sua única esperança é o
Espírito de Deus que paira sobre ela. Nossas cidades são como as ondas furiosas de um
mar escuro, turbulento, lançando-se contra as trevas - não há possibilidade de fuga, nem
esperança, nem futuro, a não ser que o Espírito de Deus sopre seu hálito criativo sobre
essas águas raivosas para trazer nova vida.
As duas palavras hebraicas negativas usadas neste versículo para “sem forma” e “vazia”
são uma expressão dupla para descrever o máximo de lima massa informe, não moldada.
Os termos hebraicos tohu e bohu, denotam que essa forma confusa havia permanecido
assim, imutável, por um longo período de tempo. “Sem forma” é tohu no hebraico,
significando ficar abandonada, uma terra desolada, deserta, algo inútil, confusão, desordem,
caos, informe. Tohu é traduzido em outros versículos do Antigo Testamento para descrever
uma terra deserta (veja Deuteronômio 32:10; Jó 6:18), uma cidade destruída (veja Isaías
24:10), um vazio moral e espiritual confuso
(veja 1 Samuel 12:21; Isaías 29:21; 44:9; 45:19), e um nada, uma
2
irrealidade (veja Isaías 49:4). Todas essas descrições mostram exatamente a situação das
cidades que propomos alcançar. O desafio é imenso - aos olhos humanos sem esperança,
atemorizante e impossível. Por que sequer começar? Porque nossa esperança está na
Palavra de Deus e no poder sobrenatural do Espírito Santo.
TREVAS HOSHEK
A palavra hebraica para “trevas” em Gênesis 1:2 é hoshek, que
3
significa uma cobertura de escuridão, que influencia tudo em que toca. Em Êxodo 10:21-22
hoshek se refere a uma escuridão que pode ser sentida, trevas pesadas que cobriam a
terra:
“Então, disse o SENHOR a Moisés: Estende a mão para o
céu, e virão trevas sobre a terra do Egito, trevas que se
possam apalpar. Estendeu, pois, Moisés a mão para o céu, e houve trevas espessas sobre
toda a terra do Egito por três dias” (Êxodo 10:21-22).
Hoshek é uma escuridão que cobre a vida das pessoas, influenciando cada parte das
mesmas até que elas finalmente “sentam” sob a coberta escura:
“Os que se assentaram nas trevas e nas sombras da morte, presos em aflição e em ferros”
(Salmos 107:10).
“Eles nada sabem, nem entendem; vagueiam em trevas; vacilam todos os fundamentos da
terra” (Salmos 82:5).
Hoshek é uma escuridão que obscurece o entendimento das pessoas. Suas vidas estão
cheias de trevas; eles sentam nas trevas e andam em trevas. A escuridão traz calamidade,
ignorância, tristeza, angústia e opressão. Ela tem o poder de impelir as pessoas para mais e
mais escuridão até que tudo em suas vidas fica inundado de trevas:
“Olharão para a terra, e eis aí angústia, escuridão e sombras de ansiedade, e serão
lançados para densas trevas” (Isaías 8:22).
“Estou atolado em profundo lamaçal, que não dá pé; estou nas profundezas das águas, e a
corrente me submerge” (Salmos 69:2).
Nossas cidades estão cobertas com as trevas hoshek e os homens são servos desta força
espessa que os impulsiona. A esperança que temos é a de Gênesis 1:2, quando diz: “E o
Espírito de Deus pairava por sobre as águas.” Quando aprendemos o poder da oração
intercessória associado ao arrependimento e ao quebrantamento, podemos esperar que o
Espírito de Deus venha
No grego, a palavra para escuridão é skotta, skotos ou stokeinos e significa estar cheio
de escuridão ou completamente coberto por ela. Este termo grego é traduzido como “trevas”
em Lucas 11:36 (“grandes trevas” em Mateus 6:23 e “tenebroso” em Lucas 11:34 - Almeida
Revista e Corrigida) onde a condição física corresponde à condição moral. O grupo de
palavras skot deriva da raiz ska significando cobrir. (Veja João 1:5; 8:12; 12:35,46;
Romanos 2:19; 1 João 1:5; 2:8,9,11.) Estas trevas skotta denotam uma escuridão espiritual
ou moral que simboliza o pecado como uma condição da depravação moral ou espiritual. É
uma escuridão que cobre a cidade, cobre as pessoas e afeta cada área da vida.
Cidades, regiões, estados e nações inteiros podem ser dominados por uma cobertura
espessa de escuridão. “Trevas que podem ser percebidas” é uma descrição bíblica correta
da escuridão que persiste sobre muitas e a maioria das cidades:
“Ouvindo, porém, Jesus que João fora preso, retirou-se para a Galiléia; e, deixando Nazaré, foi
morar em Cafarnaum, situada à beira-mar, nos confins de Zebulom e Naftali; para que se
cumprisse o que fora dito por intermédio do profeta Isaías: Terra de Zebulom, terra de Naftali,
caminho do mar, além do Jordão, Galiléia dos gentios! O povo que jazia em trevas viu grande
luz, e aos que viviam na região e sombra da morte resplandeceu-lhes a luz. Daí por diante,
passou Jesus a pregar e a dizer: Arrependei-vos, porque está próximo o reino dos céus”
(Mateus 4:12-17).
Cada região tem suas diferenças históricas e culturais únicas, e destino espiritual único
(veja Mateus 4:15-16; Atos 17:5,9; 18:9-10).
Cada região tem seu nível único de trevas (veja Êxodo 10:21; Isaías 60:2). Quando os
níveis de trevas de certas cidades são comparados com os de outras, fica evidente que
algumas possuem trevas espessas, profundas, percebidas, predominantes, enquanto outras
só têm trevas fracas, facilmente penetradas. Cada região deve ser espiritualmente
discernida e tomar-se depois objeto de estratégia.
vão introduzir-se nos lençóis de água e destruir vagarosamente cada área da vida espiritual
e doméstica (veja Salmos 143:3; Provérbios 2:13; 4:19; Isaías 42:7; João 3:19).
A cobertura espiritual das trevas sobre uma região irá transformar seus habitantes.
Quando a cultura de uma cidade é entregue aos poderes e práticas malignas, a porta para a
demonização se abre e os habitantes podem ser influenciados pelos demônios ou até
hospedar espíritos malignos em suas vidas sem saber. Lucas 22:3 afirma que Satanás
entrou em Judas Iscariotes e Atos 5:3 declara que Satanás encheu o espírito de Ananias,
fazendo com que ele mentisse ao Espírito Santo e guardasse parte do dinheiro que ele e
sua mulher, Safira, haviam recebido ao vender uma propriedade. Nos dois casos, o mal
teve profunda influência sobre o coração, mente, vontade e emoções humanas.
As pessoas que vivem sob a espessa coberta das trevas podem ter suas vidas cheias pelo
poder de Satanás e serem induzidas a práticas perversas. A cultura de hoje está assentada
sob o individualismo, o secularismo e os valores relativistas que envolvem as pessoas e
condicionam suas mentes e espíritos. Uma crescente exposição à imoralidade e
vulgaridade insensibiliza o indivíduo e leva à redução da sua capacidade de discernir entre
o bem e o mal.
Este mundo perverso de trevas é contrastado com a era da luz e da retidão, na qual a
igreja reina acima de todo o império, autoridade e poder das trevas. Esses dois
poderes, trevas e luz, estão em oposição direta e forte conflito. Um é o reino do pecado e da
morte, no qual os poderes demoníacos procuram influenciar, reinar e atormentar a vida das
pessoas. O outro é o reino da vida e da justiça, no qual Cristo é Senhor, dando liberdade e
destino à vida dos homens.
Em 2 Coríntios 5:17 Paulo declara: “E, assim, se alguém está em Cristo, é nova criatura; as
coisas antigas já passaram; eis que se fizeram novas” , e em Colossenses 1:13 lemos: “Ele
nos libertou do império das trevas e nos transportou para o reino do Filho do seu amor” (veja
também Efésios 1:20-21).
Deus nos deu poder para penetrar estas trevas sobre a vida das pessoas e nas áreas
geograficamente escuras em que vivem. Nossa ordem é “para lhes abrires os olhos e os
converteres das trevas para a luz e da potestade de Satanás para Deus, a fim de que recebam
eles remissão de pecados e herança entre os que são santificados pela fé em mim” (Atos
26:18).
Como igreja urbana, precisamos do seguinte equipamento espiritual, a fim de sermos bem-
sucedidos em lidar com as trevas espirituais sobre as pessoas, lugares, cidades e regiões:
“Porque Deus, que disse: Das trevas resplandecerá a luz, ele mesmo resplandeceu em nosso
coração, para iluminação do conhecimento da glória de Deus, na face de Cristo” (2 Coríntios
4:6).
“Vós, porém, sois raça eleita, sacerdócio real, nação santa, povo de propriedade exclusiva de
Deus, a fim de proclamardes as virtudes daquele que vos chamou das trevas para a sua
maravilhosa luz” (1 Pedro 2:9).
A Igreja Urbana se tornará um povo poderoso. Aonde quer que formos será aberto um
caminho, à medida que nos tornemos servos humildes e dependentes de Deus, para liberar
seu poder por nosso intermédio. O Novo Testamento indica claramente que o poder de
Deus acompanhará o evangelho e se manifestará através da vida daqueles a quem e por
meio de quem a mensagem for transmitida. É correto colocar o sobrenatural em
proeminência e suscitar as expectativas dos cristãos com relação a ele. É certo desejar ser
um canal do poder divino na vida das pessoas em suas necessidades.
Como Igreja Urbana, devemos desejar ver as cadeias malignas das trevas removidas de
todos os que entrarem em contato com o poder de Deus. Cadeias removidas de:
“Dispõe-te, resplandece, porque vem a tua luz, e a glória do SENHOR nasce sobre ti. Porque
eis que as trevas cobrem a terra, e a escuridão, os povos; mas sobre ti aparece resplendente o
SENHOR, e a sua glória se vê sobre ti. As nações se encaminham para a tua luz, e os reis,
para o resplendor que te nasceu” (Isaías 60:1-3).
MUDANDO A ATMOSFERA
4. Uma atmosfera onde Todos Podem Receber: Não se permite que sejam feitas
restrições a ninguém.
Raabe era uma prostituta, todavia veio a ser incluída na lista dos heróis da fé em Hebreus
11. A obsessão de Paulo era perseguir a igreja, mas ele levou o evangelho aos gentios.
Davi cometeu assassinato e adultério, Maria Madalena era possuída por demônios, Gideão
não passava de um covarde.
Não há limite para o que Deus pode fazer com uma vida. Jesus prometeu dar o Espírito
Santo a todo aquele que pedir - o poder do Espírito Santo, fé, cura, visão, paz, firmeza,
energia e vida. Não há lugar para condenação e incredulidade no reino de Deus,
especialmente agora. Se Deus não coloca restrições na vida das pessoas, não nos compete
também fazê-lo.
6. Uma atmosfera de Vida Vitoriosa É Possível: Nada de espírito derrotista; Deus tem
poder para livrar a todos em qualquer tempo.
Acho que todos já citaram estes versículos: “Se Deus é por nós, quem será contra nós?”
(Romanos 8:31) e “Tudo posso naquele que me fortalece” (Filipenses 4:13). E nada,
absolutamente nada, é impossível para Deus (veja Mateus 19:26). Estamos, porém,
entrando numa situação em que a igreja precisa receber o poder dessas verdades, a fim de
que não se sujeite ao medo. Podemos olhar de frente a adversidade e saber que Deus está
cuidando para que cada detalhe seja vantajoso para nós... Quem não poupou seu Filho irá
dar-nos graciosamente tudo. Este é um estilo de vida contagioso. Ele dá esperança ao
desesperado, abre caminho onde não há caminho, espanta a escuridão que foge
aterrorizada, e libera o milagroso poder do Deus que não conhece a derrota.
10. Uma atmosfera de Fé: Nenhum pessimismo quanto ao futuro; Deus está no
controle.
Os livros sobre o fim dos tempos têm estado em primeiro lugar na lista dos bestsellers há
anos. As datas marcadas passam e novos volumes são escritos. Ao escrever isto, os
profetas da Y2K estão dominando as manchetes. Eles parecem esquecer que Deus está no
controle e que nem sequer um pardal cai ao chão sem que Ele saiba. Deus é nosso Pai. Ele
prometeu nos alimentar e vestir, assim como cumprir cada palavra que procede da sua
boca. Servimos a um Deus bondoso e o futuro está em suas mãos. Ele prometeu uma igreja
gloriosa, sem mancha nem ruga. Não estamos lá ainda, mas vamos estar. E a sua vida? Há
promessas que ainda não foram cumpridas? Procure então alcançá-las; Deus está com
você. Ele não quer que nossos entes queridos sejam salvos, nossas cidades transformadas
e que o evangelho seja pregado a cada nação? Claro que sim ! E Ele não vai deixar sua
obra inacabada.
11. Uma atmosfera de Visão: Onde as pessoas vêem o invisível e fazem o impossível.
O que você vê quando olha para a sua igreja? Ela está repleta de adolescentes mundanos
e descompromissados, pais permissivos, orçamentos deficientes e carpete precisando ser
substituído? Ou você vê como Deus vê... altares cobertos de lágrimas, muletas postas de
lado, famílias curadas, diversidade étnica e gritos de triunfo. Ele vê servidão prolongada ao
álcool, drogas ou pornografia eliminadas, amargura removida pelo perdão e famílias
restauradas. Vê as zonas de prostituição das cidades invadidas por igrejas, os pobres
sendo alimentados, as prisões esvaziadas e Bíblias nas salas de aula. Deus vê as coisas
como elas podem ser. Ele vê com os olhos da fé. Devemos agir assim também. Só então
poderemos fazer as coisas que Deus nos vê fazendo.
12. Uma atmosfera de Adoração: Onde o rio de Deus corre em sua plenitude.
A verdadeira adoração nasce no coração. Ela pode acontecer na tranqüilidade de nossas
devoções pessoais ou quando estamos rodando numa estrada interestadual de seis pistas,
mas existe uma dinâmica que é liberada na adoração em conjunto quando os músicos e as
vozes se abandonam totalmente para adorar o Salvador. Chamamos isso de rio de Deus. E
uma sensação tangível da presença do Espírito Santo onde a fé brota, os corações são
revigorados e as circunstâncias da nossa vida pessoal ganham nova perspectiva. O rio de
Deus causa também impacto sobre o reino celestial. Quando Deus é entronizado em
nossos louvores, o céu se alegra, as trevas se dissipam e o seu reino é estendido. Senhor,
permita que cada área da nossa vida pessoal e os serviços corporativos sejam marcados
pelo espírito de adoração. Pedimos que interrompa os nossos programas para liberar a
adoração. E, Senhor, deixa fluir o teu rio.
Ore
DebbieTrujillo
Ore até que a montanha se mova.
Ore até que as cadeias se soltem.
Ore até que eu levante um exército Do vale dos ossos secos.
Ore durante a noite mais escura.
Ore até alcançar o prêmio.
Ore até que eu levante um exército Do vale dos ossos secos.
“Não por força,
Nem por poder,
Mas pelo Meu Espírito”, diz o Senhor.
“Não por força,
Nem por poder,
Mas pelo Meu Espírito”, diz o Senhor.
Você vai gritar por aquele que não tem voz,
Até que seja destruído o poder de Satanás?
Entre na brecha a favor do que está perdido;
Entregue a sua vida, sem contar o custo.
APLICAÇÃO PESSOAL
1. Até mesmo os cristãos podem tornar-se insensíveis aos efeitos do mal que os cerca.
Tome um momento para avaliar as trevas em sua cidade. Em lugar de só olhar para ela,
peça ao Senhor que lhe dê olhos para ver dentro da alma da sua cidade. Que providências
você vai tomar para confrontar essas trevas?
2. Antes de penetrar as trevas da cidade, devemos permitir que a luz do Espírito Santo
revele áreas de escuridão em nossa própria vida. A cobiça, ambição, lascívia, orgulho
intelectual, sensualidade, materialismo ou prestígio mundano se apossaram de você ou o
deixaram insensível ao sofrimento de outros? Se for assim, peça a Deus que mude seu
coração.
3. Ao ler esses doze alvos de atmosfera, quais os que você mais precisa implementar? Os
alvos só podem ser alcançados quando aqueles que os estabelecem se comprometem a
agir. Liste algumas providências que vai tomar para modificar a atmosfera da sua igreja.
Capítulo @@
Uma Visão Para a Sua Cidade
"Assim diz o SENHOR Deus: No dia em que eu vos purificar de todas as vossas iniqüidades,
então, farei que sejam habitadas as cidades e sejam edificados os lugares desertos" (Ezequiel
36:33).
Minha relação com minha cidade é de muitas formas semelhante à que tenho com
minha esposa: cresce constantemente. Eu a amava quando nos casamos, mas quanto
mais conheço sua personalidade oculta, seus dons singulares e seu caráter reto, tanto mais
a amo. Meu amor cresce à medida que cresce nosso relacionamento e vivemos mais tempo
juntos: lar, filhos, sofrimento, dor, alegria, decepção, desafios e surpresas.
Se alguém lhe perguntasse diretamente: Você ama sua igreja? A resposta mais provável
seria sim - mas, é claro que não sem sofrimento, tristeza, decepção, dias de glória e dias
sombrios - o seu amor, porém, é real. O amor pela sua cidade deve ser assim real e
permanente. Todas as cidades possuem fraquezas e forças; as razões pelas quais o povo a
ama ou odeia são: clima, trânsito, tamanho da população, atmosfera, cheiro, mistura étnica
ou limitações educacionais. Todos ou qualquer um desses fatores podem ser a razão para
você amar ou tolerar a sua cidade.
Se Deus chamou você para a sua igreja, Ele o chamou para a sua cidade. Nossa visão
não começa só com o futuro da nossa igreja, mas também com o futuro da nossa cidade.
Quando lê o jornal ou ouve os noticiários, você não se interessa e fica indiferente aos
problemas: assassinatos, estupros, roubos, afogamentos, falências ou leis que sejam
claramente contra a Palavra de Deus? Será que o seu coração reage deste modo: O mundo
está completamente perdido. Não se pode acreditar nos políticos. Não há respeito por Deus
em nossa cidade! Vamos ver, o que devo pregar no domingo? Ah, acho que o melhor
mesmo é pregar para a igreja...
Esta resposta complacente é justamente o motivo pelo qual nós que somos líderes
espirituais; precisamos de um reavivamento em nossas almas no que se refere ao amor e
preocupação pastoral com as nossas cidades. Deus ama o povo da sua igreja e da sua
cidade. Ele deseja discipular as cidades, moldá-las e pastorear sua população. Nós,
pastores e líderes espirituais, não aprendemos a amar nossas cidades tanto quanto
amamos nossas igrejas.
Peço permissão para contar uma pequena história. Minha jornada como líder cristão,
buscando preparar-me para o ministério, fez-me cursar uma faculdade bíblica, três
seminários, várias conferências, seminários e outras modalidades de educação. Tenho
diploma de bacharel em teologia, mestrado em teologia pela Universidade Oral Roberts e fiz
doutorado no Fuller Seminary e na ORU. Em todas as centenas de horas de aula, não
houve nenhuma sobre o relacionamento entre a cidade e o pastor - como amar a cidade,
pastoreá-la, mapeá-la, envolver-se em sua vida, satisfazer suas necessidades
sociais,ministrar aos seus jovens, etc.
A maioria dos livros oferece amplo material ao pastor e à igreja sobre o ministério pastoral,
mas nunca menciona o pastor e a cidade, muito menos como evangelizá-la.
Será que existem realmente dúvidas quanto à razão da maioria dos líderes e igrejas
estarem envolvidos em suas próprias igrejas, tendo pouco ou nenhum contato com o mundo
exterior? Por que o evangelismo é tão difícil em nossa igreja do século vinte e um? Porque
não estamos na cidade e a cidade não está em nós. Removemos o candelabro da cidade,
removemos a luz, o óleo, o ministério de Cristo na cidade e para ela. Nosso primeiro
chamado não é para a congregação para a qual pregamos, mas para toda a cidade em que
Deus nos colocou.
Em Lucas 10:1 lemos que Jesus enviou 70 líderes, dois a dois, para cada cidade e lugar
onde Ele pretendia ir logo em seguida. Deus enviou você à sua cidade porque pretende
visitá-la. Ele o enviou para preparar o caminho para que a Sua presença e poder sejam
liberados nela. O propósito de Jesus para a cidade é revelado em Lucas 19:41. Jesus ainda
está fora de Jerusalém ao pronunciar o seu lamento, que só o Dr. Lucas registra, um líder
com sentimentos profundos pela sua cidade:
“Quando ia chegando, vendo a cidade, chorou e dizia: Ah! Se conheceras por ti mesma, ainda
hoje, o que é devido à paz! Mas isto está agora oculto aos teus olhos. Pois sobre ti virão dias
em que os teus inimigos te cercarão de trincheiras e, por todos os lados, te apertarão o cerco;
e te arrasarão e aos teus filhos dentro de ti; não deixarão em ti pedra sobre pedra, porque não
reconheceste a oportunidade da tua visitação” (Lucas 19:41-44).
Por que o evangelismo é tão difícil em nossa igreja do século vinte e um? Porque não
estamos na cidade e a cidade não está em nós.
Jesus era a resposta que Jerusalém estava buscando, mas não sabia. Ele era a paz
que essa cidade tensa e abatida necessitava, mas falhara em encontrar. O próprio nome,
Jerusalém, significava cidade da paz. O seu dia de visitação chegara, mas o povo não o
reconheceu. Jesus viu além do dia; Ele viu a chegada da devastação - o futuro da cidade - e
chorou.
Em Lucas 19:44 Jesus fala enfaticamente sobre a visitação prometida para a cidade de
Jerusalém: “porque não reconheceste a oportunidade da tua visitação”. O tempo da visitação
é determinado por Deus, mas deve ser discernido pela liderança da cidade. A visitação
chegaria a uma cidade indiferente e na sua indiferença o povo iria perdê-la. Sua resistência
obstinada a Jesus levaria finalmente a cidade à ruína e destruiria a nação inteira. O
contraste entre o que era e o que poderia ter sido era tão grande que Jesus não conseguiu
conter seu lamento. Ele chorou sobre sua cidade. Deus visitará nossas cidades quer em
reavivamento e restauração redentiva ou em juízo.
Nossa esperança é que Deus venha a nossas cidades para abençoar, restaurar e livrar
(veja Gênesis 21:1; 1 Samuel 2:21). A falha em saber a época da visitação é seguida por
conseqüências graves e definidas - morte espiritual que não pode ser remediada sem um
tremor, um juízo ou um tempo de esterilidade espiritual.
Como líder espiritual nas minhas cidades (cobrimos duas cidades, Portland, Oregon, e
Vancouver, Washington, porque são geograficamente unidas), a visitação de Deus à cidade
deve fazer parte de minhas orações e visão. Creio que as cidades de hoje são
tremendamente receptivas ao verdadeiro evangelho. Estão repletas de oportunidades. As
cidades, como os indivíduos e nações, estão sujeitas à estações, períodos específicos para
semear e para ceifar a colheita.
Qual o clima espiritual, a estação espiritual da sua cidade? Ted Haggard se refere ao clima
espiritual como conhecer o nível da água da cidade: “Assim como os níveis de água num
reservatório mudam conforme a época do ano ou do índice pluviométrico, as cidades e
regiões também experimentam vários níveis de atividade do Espírito Santo.”
Chamo esta atividade do Espírito Santo de “épocas de ceifar e colher”. Vou colher onde não
semeei e semear onde não posso ceifar. Isso não importa. O que tem realmente
importância é que alguém colha na hora adequada. Quando você pastoreia a cidade e não
somente a igreja, o ato de semear e colher assume uma perspectiva completamente nova.
Reivindicamos Atos 18:10, que diz: “Tenho muito povo nesta cidade.” Povo suficiente para
lotar centenas de igrejas com um número de pessoas 10 vezes maior do que o atual. Não
vamos nos preocupar com o crescimento da nossa igreja, mas com o crescimento geral da
Igreja Urbana. Jesus teve compaixão das multidões. Evangelizar a cidade é a habilidade de
ver todos os seus habitantes em busca do Deus vivo. As multidões estão ali, mas, podemos
vê-las? Devo aceitar o simples fato de que se devemos ganhar uma cidade, será necessário
que a Igreja Urbana inteira alcance a cidade inteira.
A ATITUDE DE NEEMIAS
Quando Neemias soube do estado da sua cidade, sua reação foi quatro meses de
jejum, oração, choro e luto. A descrição bíblica de como Jerusalém foi devastada pelo rei
Nabucodonosor se encontra em 2 Crônicas 36:18-19.
O lugar magnífico onde a glória de Deus se manifestara outrora e fora respeitado por todas
as nações estava destruído - a terra em ruínas, a cidade devastada, o templo destruído e o
povo levado para o cativeiro na Babilônia.
“Os que escaparam da espada, a esses levou ele para a Babilônia, onde se tornaram seus
servos e de seus filhos, até ao tempo do reino da Pérsia” (2 Crônicas 36:20).
Esta é uma descrição acurada das cidades de hoje em todo o mundo. Destruídas pela
perversidade moral, doenças, corrupção, violência, adoração de outros deuses, idolatria,
ocultismo, pornografia, aborto, eutanásia, abuso de crianças, abuso do cônjuge, desânimo,
suicídio, pobreza e vícios - nossas cidades foram saqueadas pelo reino das trevas.
Em Loving Your City into the Kingdom (Levando Sua Cidade para o Reino com Amor), Jack
Hayford fala do seu encontro com o Espírito Santo durante a oração, quando lhe foi
mostrado que sua cidade estava sendo destruída.
Não está sendo dito que “Los Angeles será destruída”, porque esta cidade já está
destruída. Não é preciso uma catástrofe para experimentar destruição, porque o Destruidor
já está trabalhando. O preço que você calculou, o custo de um grande terremoto, é pequeno
em comparação com a realidade que espreita a cidade todos os dias.
Mais do que simples milhares estão sendo atravessados pelas lanças e atingidos pelos
dardos do inferno que procura tomar suas almas. Mais de 150.000 lares (não simples
casas) estão sendo assaltados pelo pecado e pressões sociais que dilaceram famílias e
casamentos. Mais caos é criado pelos ataques invisíveis do poder maligno, do que as
placas tectônicas jamais poderiam gerar. A liquefação dos fundamentos espirituais que
permitem que a sociedade resista, está dissolvendo os sustentáculos dos relacionamentos,
do comportamento correto e do estilo de vida saudável.
Você deve orar contra ISTO - a destruição presente, contínua, devastadora da cidade de
Los Angeles.
Deus não permitirá, porém, que essas cidades continuem sob os principados e
poderes do mal. Ele está levantando Neemias que irão abandonar o mundo dos assuntos
religiosos, a segurança do emprego, os programas e os comitês da igreja para reconstruir a
cidade. Deus levou um rei pagão chamado Ciro, rei da Pérsia, que conquistou a Babilônia, a
restaurar a cidade e reconstruir a casa de Deus. Ele libertou o povo de Deus para pôr em
prática a visão:
"Porém, no primeiro ano de Ciro, rei da Pérsia, para que se cumprisse a palavra do SENHOR,
por boca de Jeremias, despertou o SENHOR o espírito de Ciro, rei da Pérsia, o qual fez passar
pregão por todo o seu reino, como também por escrito” (2 Crônicas 36:22).
Neemias foi um dos três líderes principais que respondeu ao pregão. Primeiro Zorobabel,
depois Esdras e finalmente Neemias. Neemias era o copeiro do rei, uma posição de
prestígio, antes de tornar-se Neemias o conquistador e reconstrutor de cidades. A resposta
de Neemias ao desafio de alcançar uma cidade foi oração e jejum. Comece sempre com
oração e jejum. Antes de estudarmos estratégias, antes de prepararmos um programa,
antes de atacarmos o inimigo - devemos orar!
A visão de Neemias para a cidade despertou nele o desejo de pedir ao Senhor que o
enviasse para satisfazer esta necessidade (veja Neemias 2:15; Isaías 49:10-11). Ele foi
motivado a ir e observar primeiro a terra (veja Neemias 2:12-18) e depois preparar sua
estratégia. Neemias foi provado, atacado, acusado e enfrentou dificuldades praticamente
intransponíveis; todavia, sem demora ou distração, terminou o trabalho de reconstruir a
cidade (veja Neemias 6:15). Enfrentou Sambalate e Tobias, sua primeira oposição, como
acontece com todo líder urbano. Sempre haverá Sambalates e Tobias!
“Disto ficaram sabendo Sambalate, o horonita, e Tobias, o servo amonita; e muito lhes
desagradou que alguém viesse a procurar o bem dos filhos de Israel” (Neemias 2:10).
As frases-chave em Neemias 3 são “junto a”, “ao seu lado” e “junto a estes”. Essas
palavras indicam a existência de um espírito de equipe enquanto reconstruíam a cidade.
Cada líder trabalhou numa parte da cidade e teve uma responsabilidade específica.Os
líderes estavam unidos em um só espírito, uma visão e um coração. Tudo era para o bem
da cidade e não para proveito pessoal, não para as suas casas; seu único motivo era a
visão de uma cidade reconstruída.
A Igreja Urbana deve trabalhar em conjunto para causar impacto sobre uma cidade, cada
congregação construindo partes diferentes do muro, cada congregação junto a, com, ao
lado de e unida em seu ministério para a cidade. A união do coração dos líderes vem em
primeiro lugar, depois o coração das congregações e finalmente um ministério urbano
unificado pode ter lugar.
Devemos orar para que o Espírito Santo toque os olhos da Igreja Urbana para enxergar
esta visão dos ministérios unificados da cidade (veja Mateus 9:29-30; Lucas 24:31; Efésios
1:18). A igreja pode mudar a cidade em vez da cidade mudar a igreja.
Como igreja urbana, nosso desejo de alcançar a cidade juntos necessita de alvos. As
seguintes são proclamações a serem feitas:
Como Igreja Urbana, nosso desejo é construir igrejas locais fortes e espiritualmente
sadias com arsenais espirituais, para podermos penetrar juntos os poderes
espirituais que pairam sobre nossa cidade.
"O SENHOR abriu o seu arsenal e tirou dele as armas da sua indignação; porque o Senhor, o
SENHOR dos Exércitos, tem obra a realizar na terra dos caldeus” (Jeremias 50:25).
Como Igreja Urbana, nosso desejo é ceifar a colheita que Deus nos concederem
nossa área metropolitana e região, usando todos os meios disponíveis ou
necessários para isto.
“E, então, se dirigiu a seus discípulos: A seara, na verdade, é grande, mas os trabalhadores
são poucos. Rogai, pois, ao Senhor da seara que mande trabalhadores para a sua seara”
(Mateus 9:37-38).
Como Igreja Urbana, nosso desejo é mobilizar todos os crentes em nossa cidade e
região para orar, jejuar, fazer caminhadas de oração e se unir para ministrar
misericórdia a cada casa, apartamento e negócio em nossa área-alvo, alcançando
assim a cidade inteira.
“Aquele que pratica o pecado procede do diabo, porque o diabo vive pecando desde o
princípio. Para isto se manifestou o Filho de Deus: para destruir as obras do diabo” (1 João
3:8).
Como Igreja Urbana, nosso desejo é penetrar em cada bolsão ou fortaleza das trevas,
aumentando nosso arrependimento, negando primeiro todos os pecados revelados e
depois ampliando nosso poder de oração intercessória sobre nossa cidade e região
(veja Gênesis 18:22-23; Isaías 59:16).
“Busquei entre eles um homem que tapasse o muro e se colocasse na brecha perante mim, a
favor desta terra, para que eu não a destruísse; mas a ninguém achei” (Ezequiel 22:30).
“Os teus filhos edificarão as antigas ruínas; levantarás os fundamentos de muitas gerações e
serás chamado reparador de brechas e restaurador de veredas para que o país se torne
habitável” (Isaías 58:12).
“Filho do homem, eu te dei por atalaia sobre a casa de Israel; da minha boca ouvirás a palavra
e os avisarás da minha parte” (Ezequiel 3:17).
Ted Haggard fala sabiamente em seu livro Primary Purpose (Propósito Principal) sobre os
cristãos e o envolvimento político:
Creio que, como cidadãos responsáveis, os cristãos devem envolver-se nas questões
políticas. Embora fiquemos divididos na maioria dos assuntos, haverá ocasiões em
que estaremos de acordo. Iremos vencer algumas batalhas e perder outras. Mas o
combate que não pode ser perdido é o conflito eterno para libertar espiritualmente os
indivíduos, que irá resultar na inspiração de toda a comunidade. Em meio a qualquer
situação política, devemos manter-nos firmes e enfocados em nosso propósito
principal, tornando difícil a ida das nossas cidades para o inferno.
Como Igreja Urbana, nosso desejo é alcançar cada geração com o poder do
evangelho, alcançando as gerações passadas, presentes e futuras com ferramentas e
métodos espirituais relevantes, nos dedicaremos a levantar jovens líderes que irão
assumir papéis importantes de liderança na conquista de toda a região da nossa
cidade.
“Ouvindo Abrão que seu sobrinho estava preso, fez sair trezentos e dezoito homens dos mais
capazes, nascidos em sua casa, e os perseguiu até Dã” (Gênesis 14:14).
Como Igreja Urbana, nosso desejo é nos unir em uma rede espiritual corporativa,
unificada, formando a Igreja Urbana, uma rede de relacionamentos de aliança
governados por relacionamentos de aliança que irão apanhar uma grande quantidade
de peixes, mas a rede não se romperá.
“Rogo-vos, irmãos, pelo nome de nosso Senhor Jesus Cristo, que faleis todos a mesma coisa
e que não haja entre vós divisões; antes, sejais inteiramente unidos, na mesma disposição
mental e no mesmo parecer” (1 Coríntios 1:10).
“De quem todo o corpo, bem ajustado e consolidado pelo auxílio de toda junta, segundo
ajusta cooperação de cada parte, efetua o seu próprio aumento para a edificação de si mesmo
em amor” (Efésios 4:16).
“O reino dos céus é ainda semelhante a uma rede que, lançada ao mar, recolhe peixes de toda
espécie” (Mateus 13:47).
Como Igreja Urbana, nosso desejo é substituir a maré de perversidade por outra de
retidão. Desejamos que um reavivamento completo e autêntico varra a cidade,
resultando em novos convertidos em cada igreja que crê na Bíblia e tem Jesus como
centro. Cremos que as nossas orações e presença irão mudar o futuro da nossa
cidade.
“Clama a plenos pulmões, não te detenhas, ergue a voz como a trombeta e anuncia ao meu
povo a sua transgressão e à casa de Jacó, os seus pecados” (Isaías 58:1).
“De sorte que somos embaixadores em nome de Cristo, como se Deus exortasse por nosso
intermédio. Em nome de Cristo, pois, rogamos que vos reconcilieis com Deus” (2 Coríntios
5:20).
“Também eu te digo que tu és Pedro, e sobre esta pedra edificarei a minha igreja, e as portas
do inferno não prevalecerão contra ela” (Mateus 16:18).
“Porque a nossa luta não é contra o sangue e a carne, e sim contra os principados e
potestades, contra os dominadores deste mundo tenebroso, contra as forças espirituais do
mal, nas regiões celestes” (Efésios 6:12).
Pai,
Em nome de Jesus, venha o teu reino, seja feita a tua vontade em nossas cidades e
regiões. Nos opomos aos espíritos que estão