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A palavra dispensação vem do latim dispenso, que significa pesar ou administrar, como um mordomo. Podemos
também afirmar, do ponto de vista bíblico, que uma dispensação apontaria para os caminhos de Deus, os métodos
através dos quais Ele opera e trata com os homens.
Inúmeras passagens bíblicas que abordam o tema Teísta, também abordam esse aspecto do dispensacionalismo.
Isso aponta para a presença de Deus, que guia os atos pessoais e os acontecimentos históricos, com suas
revelações, intervenções, recompensas, castigos e instruções. É também definida como: período de tempo durante
o qual Deus estaria tratando com os homens de maneiras específicas.
Levando-se em conta esta definição abordada por C. I. Scofield (1843-1921) e as diversas dispensações já
ocorridas, consideradas por ele, é que abordaremos de forma bem resumida este assunto, a seguir, muito embora
outros teólogos como John Edwards (1639-1716), James H. Brookes (1830-1897) e Isaac Watts (1646-1748)
apresentam outras classificações, quer quanto ao número e a extensão das dispensações. Quando estudamos as
várias dispensações já ocorridas, verificamos que elas tornam-se uma grande lição objetiva sobre os vários modos
possíveis de Deus relacionar-se com os homens, e nós precisamos receber essa lição a fim de podermos entender o
que Deus quer de nós, pois cada maneira divina de tratar conosco, tem seus próprios valores específicos.
I - DISPENSAÇÃO DA INOCÊNCIA
Palavra Chave: Inocência
Duração: Hipoteticamente sua duração seria de aproximadamente 100 anos. Inocência reflete o estado original em
que o homem foi criado por Deus.
Quando Deus criou o homem, dotou-o de personalidade. Isto significa que, ao contrário de todos os demais seres
por Deus criados, em relação com a Terra, somente o homem possuía consciência de sua própria individualidade. A
personalidade do homem resulta numa tríplice capacidade que se lhe torna inerente:
a) capacidade de pensar (INTELECTO)
b) capacidade de sentir (EMOÇÃO)
c) capacidade de escolher (VONTADE/LIVRE ARBÍTRIO)
Concerto: Os quatro pontos básicos são:
1. o casal deveria encher a terra;
2. o casal deveria comer do fruto da terra;
3. o casal deveria guardar o jardim;
4. o casal deveria abster-se de comer do fruto da árvore do conhecimento do bem e do mal.
Julgamento Divino: ver / cobiçar / tomar / esconder.
Conseqüências Posteriores
1. Morte (física, espiritual e eterna) Is 59.2; Rm 5.12-21;
2. Afastamento de Deus - Is 59.2;
3. Perda de autoridade - Sl 8.2 (o homem era cabeça e senhor);
4. Submissão a Satanás - Jo 8.32-36;
5. Perda do direito à Árvore da Vida - Gn 3.22-24;
6. Enfermidades;
7. Destituição da Glória de Deus - Rm 3.23.
Atos de Graça
1. A promessa de um Redentor - Gn 3.15;
2. As túnicas de peles, a obra de substituição através do sangue - Gn 3.21.
II - DISPENSAÇÃO DA CONSCIÊNCIA
Palavra Chave: Consciência - significa a faculdade de convicção própria, o conhecimento da natureza moral dos atos
pessoais.
Duração: provavelmente sua duração é de 1.656 anos. Compreendendo desde a queda do homem até a catástrofe
do Dilúvio - ano 600 da vida de Noé.
Propósito: provar a capacidade do homem manter-se fiel a Deus, num clima de liberdade e segundo os ditames de
sua própria consciência.
O homem deveria escolher o bem e rejeitar o mal, pois a ambos já conhecia. Também deveria ensinar aos seus
descendentes sobre a queda e a necessidade da obediência ao Criador.
Propósito: levar Abraão e seus descendentes a terem fé em Deus e obedecê-lO, adestrando-se na obra de preparar
uma nação que se tornaria a precursora do Redentor - o verdadeiro cumprimento da promessa da "semente da
mulher" (Mt 1.1).
Aliança: esta dispensação inclui um concerto especial de Deus com Abraão relatado em Gênesis 12 e confirmado
com detalhes específicos em Gênesis 15, tendo esta aliança se confirmado em Isaque, Jacó e aos filhos de Jacó.
Principais tópicos da promessa de Deus a Abraão:
1. Far-te-ei uma grande nação;
2. Abençoar-te-ei;
3. Engrandecerei o teu nome;
4. Tu será uma benção;
5. Abençoarei os que te abençoarem;
6. Amaldiçoarei os que te amaldiçoarem; e
7. Em ti serão benditas todas as famílias da terra. Gn 12.1-3
Entretanto, convém ressaltar os gigantescos passos de fé, os quais simbolizam grandes verdades espirituais para os
cristãos da Dispensação da Graça, que somos nós:
a) o abandono do lar - prefigura nossa renúncia para com o mundo;
b) seu domicílio em Canaã rodeado de inimigos - simboliza nossa vida como peregrinos;
c) o rito da circuncisão - simboliza o despojar-se dos pecados da carne;
d) a fé no nascimento de Isaque - simboliza a fé na obra de regeneração;
e) a fé na ressurreição de Isaque - prefigura a fé na nossa própria ressurreição.
Duração: Já são decorridos 1.968 anos, tendo iniciado quando Jesus foi crucificado e o véu do templo rasgou-se.
Propósito: Chamar para fora do mundo um povo especial, zeloso e de boas obras.
Revelação: Nesta dispensação, temos três diferentes aspectos da Revelação de Deus:
1. Os Evangelhos - foram escritos para relatar a vida e o ministério de Jesus, o Emanuel (Deus conosco).
2. Através do Espírito de Deus que passou a viver nos crentes e que os dirige num plano superior de vida.
3. A Escrita - A Palavra de Deus - A Bíblia Sagrada. Tudo se encontra devidamente instruída nela.
A TRÍPLICE TAREFA DA IGREJA:
a) - Em suas relações consigo mesma: COMUNHÃO (At 2.42);
b) - Em suas relações com o mundo: EVANGELIZAÇÃO (Mc 16.15);
c) - Em suas relações com Deus: ADORAÇÃO (deve envolver louvor, contribuição e santificação).
FUTURO DA IGREJA:
a) - Ressurreição dos crentes já mortos no Senhor;
b) - Transformação dos crentes vivos na vinda do Senhor;
c) - Arrebatamento;
d) - Comparecimento diante do tribunal de Cristo;
e) - Comparecimento às bodas do Cordeiro; e
f) - Estado de perene glorificação.