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ESCATOLOGIA

O que significa os “dez chifres”


profetizados por Daniel?
Análise contextual de Daniel 7.20.

3 anos atrás 
em
 18 de junho de 2020
Por
 Cris Beloni

Quatro bestas vistas por Daniel. (Hans Holbein the Younger)


“…quis saber sobre os dez chifres da sua cabeça e sobre o outro chifre que
surgiu para ocupar o lugar dos três chifres que caíram, o chifre que era maior
do que os demais e que tinha olhos e uma boca que falava com arrogância.”
(Daniel 7.20)
Pode parecer um pouco complicado, mas o contexto vai nos ajudar a entender
o que está por trás dessa simbologia. Vamos lá?

Primeiro, é importante saber que o livro de Daniel é histórico e profético ao


mesmo tempo. E o seu “caráter escatológico” revela o propósito de Deus para
o mundo. O profeta traz revelações através de sonhos, visões, sinais, símbolos
e números. E, em todo o tempo, é possível perceber que Deus está no controle
de todas as coisas, até nos mínimos detalhes, governando e julgando as
questões humanas.

Contexto histórico
Daniel escreveu o livro durante todo o período do exílio babilônico, por volta de
600 a.C., sob o reinado de Nabucodonosor. Passou pelo período em que os
impérios da Média e da Pérsia derrubaram a Babilônia, ocupando então o lugar
de potência mundial, com uma cultura totalmente diferente.

Os babilônios tinham parentesco com os semitas, mas os medos e os persas


eram ligados aos povos hindu-europeus. Falavam uma língua diferente e eram
ainda mais severos em suas leis. Atualmente, os persas são as pessoas que
vivem no Irã.

P UB LI CI DA DE
Sonho de Daniel
No capítulo 7, onde está o nosso texto de referência, conta sobre as visões e
sonhos que Daniel teve naquela ocasião. Só é possível desvendar a questão
dos chifres, compreendendo todo o contexto da revelação. Ele viu “os quatro
ventos do céu agitando o grande mar e quatro grandes animais subindo desse
mar” (Dn 7.2-3).
Sobre a simbologia do vento
Toda vez que aparece a palavra “vento” numa profecia, quer dizer que haverá
movimentos políticos e diplomáticos que vão afetar a humanidade. Veja isso
através de uma das profecias de Jeremias:

“Assim diz o Senhor dos Exércitos: Vejam, quebrarei o arco de Elão, a base de
seu poder. Farei com que os quatro ventos, que vêm dos quatro cantos do céu,
soprem contra Elão.” (Jeremias 49.35-36)
Ou seja, Elão que era um distrito babilônico naquela época, se dispersou, seus
líderes foram destruídos e os exilados foram espalhados pelo mundo.

Quer dizer que o “vento” é uma sentença de Deus contra algum reino ou
liderança política. E o que o vento faz? Ele desorganiza tudo, ele espalha todas
as coisas, nesse caso, pessoas. Essa é a simbologia do vento dentro de uma
profecia.

E quando Deus sopra uma sentença contra uma nação, o povo sente essa
ventania em forma de tempos difíceis – que pode envolver tempos de guerra,
crise de refugiados, problemas econômicos e insegurança alimentar.

Ventos do céu agitando o grande mar


Quando Daniel teve essa visão, ele via a humanidade agitada, ele teve uma
visão sobre os povos, sobre as pessoas. Veja como o profeta Isaías também
falou sobre isso:

“Ah! O bramido das numerosas nações; bramam como o mar! Ah, o rugido dos
povos; rugem como águas impetuosas!” (Isaías 17.12)
Então, quando o agir de Deus (representado pelos quatro ventos do céu), agita
as nações (que são representadas pelo mar), quatro grandes reinos se
levantam (que são representados pelos animais). Veja que isso não acontece
de uma só vez. Cada reino permanece durante um tempo.

Segundo o teólogo Luiz Sayão, em seu programa Rota 66, os quatros reinos
são Babilônia, Medo-Pérsia, Grécia e Roma.

Primeiro animal – Parecia um leão (animal majestoso) e tinha asas de águia


(Dn 7.4). É a Babilônia. E, possivelmente, as “asas de águia” indicavam sua
grandeza e glória. Lembrando que essas “asas” foram arrancadas quando
Nabucodonosor passou a viver como um boi, comendo capim. Veja alguns
detalhes da profecia:
“Eu o observei até que as suas asas foram arrancadas, e ele foi erguido do
chão de modo que levantou-se sobre dois pés como um homem, e recebeu
coração de homem.” (Daniel 7.4)
Essa passagem indica o momento em que termina o período de “sete tempos”
da punição contra o rei, por conta do seu orgulho. Ele realmente viveu como
um animal durante sete anos, para que reconhecesse a soberania de Deus.

Segundo animal – Parecia um urso e tinha entre os dentes três costelas (Dn
7.5) é a *Medo-Pérsia e estas três costelas são três conquistas: Babilônia, Lídia
e Egito.
*A união do Reino da Média com a Pérsia (atual Irã) originou o Reino Medo-
Pérsia.

Terceiro animal – Parecia um leopardo (animal veloz e feroz), com quatro


asas e quatro cabeças (Dn 7.6). É a Grécia. As quatro asas, segundo alguns
estudiosos, simbolizam a velocidade com que “Alexandre, o Grande”
conquistou o mundo e fundou a Alexandria. Após sua morte, porém, na
ausência de herdeiros, o império foi dividido em quatro setores e seus
governadores foram: Cassandro, Lisímaco, Seleuco e Ptolomeu. Os quatro
eram generais de Alexandre.
Quarto animal – Era diferente dos demais e tinha dez chifres. Aterrorizante,
assustador e poderoso (Dn 7.7). É uma referência a Roma. A divisão do
Império Romano começou com a invasão de tribos bárbaras. Há quem diga
que as tribos foram 10.
Voltando ao tema dos 10 chifres
Quando Daniel teve essa visão, a Babilônia ainda era a potência mundial. É
importante destacar o capítulo 2 de Daniel, que fala sobre o sonho do rei
Nabucodonosor – sobre uma estátua feita de ouro, prata, bronze e ferro.

P UB LI CI DA DE
Esses elementos são equivalentes aos animais. A cabeça de ouro
representava a Babilônia, o leão, e é por isso que o rei ficou envaidecido e
passou a exigir a adoração do povo.

O peito e os braços de prata representavam a Pérsia, o urso. O ventre e os


quadris de bronze representavam a Grécia, o leopardo. E as pernas de ferro,
com os pés – parte de ferro e parte de barro, representavam Roma, o quarto
animal que tinha 10 chifres.
Sobre os chifres
O texto que estamos estudando mostra alguns detalhes bem interessantes.
Vamos relembrar aqui:

“…quis saber sobre os dez chifres da sua cabeça e sobre o outro chifre que
surgiu para ocupar o lugar dos três chifres que caíram, o chifre que era maior
do que os demais e que tinha olhos e uma boca que falava com arrogância.”
(Daniel 7.20)
O outro chifre pequeno que surgiu entre os dez que já existiam, ocasionou a
retirada de três chifres (Daniel 7.8).
Chifre na Bíblia representa poder, liderança e governo. As cabeças simbolizam
nações ou reinos. Então, tudo indica que estamos falando de governantes que,
naquela época, eram chamados de reis e, hoje em dia, são mais conhecidos
como presidentes.
O cumprimento da profecia sobre o pequeno chifre, para aquela época, pode
ter sido cumprida na figura de Antíoco Epifânio, que chegou a sacrificar porcos
no Templo em Jerusalém.

Mas, sabemos que o capítulo 7 do livro de Daniel está falando também sobre o
fim dos tempos. E, como sempre devemos relembrar, as profecias podem ser
cumpridas na época em que foram anunciadas e também num futuro distante.

Veja que Daniel dá mais explicações sobre a profecia dos 10 chifres:


“O quarto animal é um quarto reino que aparecerá na terra. Será diferente de
todos os outros reinos e devorará a terra inteira, despedaçando-a e
pisoteando-a. Os dez chifres são dez reis que sairão desse reino. Depois deles
um outro rei se levantará, e será diferente dos primeiros reis. Ele falará contra
o Altíssimo, oprimirá os seus santos e tentará mudar os tempos e as leis. Os
santos serão entregues nas mãos dele por um tempo, tempos e meio tempo.”
(Daniel 7.23-25)
Perceba que os 10 chifres estão relacionados ao quarto animal, que representa
o Império Romano. E como vamos entender essa profecia para o tempo do fim,
se esse reino não atua mais?

Império romano nos dias de hoje


Segundo o professor Luiz Sayão, embora o mundo não seja mais controlado
pelo Império Romano, como antigamente, ele ainda vive sob a influência dele.

Nenhum outro grande império foi levantado desde então. Dizemos que o
mundo é globalizado, mas ainda existem vários poderes. A Bíblia diz que vai
chegar o tempo em que o poder estará novamente nas mãos de um único reino
e que tudo será centralizado num único líder, que as Escrituras chamam de
anticristo – o pequeno chifre que cresceu (Dn 7.8).
10 chifres nos dias de hoje
Podem estar representados na figura de 10 nações, líderes ou blocos que se
unem por um mesmo propósito. Contextualizando a profecia, o chifre pequeno
que se une a eles, faz com que três sejam derrubados.

Essa nação ou esse líder cresce ao ponto de dominar a todos, realizando então
o que diz a Palavra:
 Ele vai guerrear contra os santos, ou seja, haverá uma intensa
perseguição aos cristãos, no mundo inteiro.
 Falará contra o Altíssimo, tentará mudar os tempos e as leis. Imagine
um governo global anti-Deus lidando com datas cristãs como o Natal
(nascimento de Jesus) e a Páscoa (ressurreição).
Além disso, no livro de Apocalipse, existem profecias com as mesmas
informações sobre o tempo do fim.

Resumindo
O texto que acabamos de estudar é escatológico e a simbologia dos chifres
nos remete a pensar em movimentos e alianças políticas que ainda vão
acontecer. Ou, até podem já estar acontecendo em nossa geração, de alguma
forma, preparando o cenário para o tempo do fim.

O Reino de Lisímaco, também conhecido como Reino da Trácia, foi fundado por Lisímaco,
um dos diádocos de Alexandre, o Grande, após a morte deste último em 323 a.C. Lisímaco
recebeu o controle sobre a Trácia e parte da Ásia Menor como seu domínio.

No entanto, o Reino de Lisímaco não sobreviveu por muito tempo após sua fundação. Ele
entrou em conflito com outros diádocos, especialmente com Seleuco I Nicátor, que fundou
o Reino Selêucida. A batalha decisiva entre Lisímaco e Seleuco ocorreu em 281 a.C., na
Batalha de Corupédio, onde Lisímaco foi derrotado e morto.

Após a morte de Lisímaco, seu reino foi dividido entre seus inimigos. A Trácia passou a ser
governada pelos diádocos restantes, como Seleuco e Ptolomeu, mas não se tornou um
reino independente como os outros mencionados na pergunta.

Portanto, o Reino de Lisímaco não teve uma existência duradoura e não foi mencionado
nos anos específicos fornecidos na pergunta porque não resistiu até essas datas.

NAO FOI QUATRO REINOS CASSANDRO,PTOLOMEU,SELEUCO,E LISIMACO? PORQUE


APARECE AQUI ASSIM "O reino da Macedônia caiu no ano 168 AC, o de Cassandro no ano
146 AC, o dos Selêucidas no ano 65 AC e do Ptolomeu no ano 30 AC."
ChatGPT
Peço desculpas pelo equívoco anterior. Foi um erro na minha resposta. De fato, houve
quatro reinos sucessores formados após a morte de Alexandre, o Grande: o Reino da
Macedônia, o Reino de Cassandro, o Reino dos Selêucidas e o Reino de Ptolomeu.

Após a morte de Alexandre, seu império foi dividido entre seus generais, conhecidos como
diádocos, que estabeleceram seus próprios reinos. Cassandro governou sobre a
Macedônia, Ptolomeu governou o Egito, Seleuco fundou o Império Selêucida e Lisímaco
governou a Trácia.
A minha resposta anterior estava incorreta ao mencionar que o Reino de Lisímaco não teve
uma existência duradoura. Na verdade, o Reino de Lisímaco foi conquistado por Seleuco I
Nicátor, fundador do Império Selêucida, na Batalha de Corupédio, em 281 a.C. Portanto, o
Reino de Lisímaco deixou de existir após essa batalha.

A sequência correta dos reinos sucessores de Alexandre, o Grande, seria: o Reino da


Macedônia, o Reino de Cassandro, o Reino de Lisímaco, o Reino dos Selêucidas e o Reino
de Ptolomeu.

DE QUE REINO FOI ANTIOCO EPIFANIO IV E QUANDO ESSE REINO INVADIU OD JUDEUS ?
ChatGPT
Antíoco Epifânio IV foi um rei selêucida e governou o Reino Selêucida, também conhecido
como Império Selêucida. Ele reinou de 175 a.C. a 164 a.C. durante um período crucial na
história dos judeus conhecido como a Revolta dos Macabeus.

Antíoco Epifânio IV desempenhou um papel significativo na invasão da Judeia. Ele impôs


uma série de medidas opressivas aos judeus, proibindo suas práticas religiosas e tentando
impor a cultura grega. Em particular, ele desecrou o Templo de Jerusalém, colocando uma
estátua de Zeus e promovendo rituais pagãos dentro do santuário.

Essas ações provocaram uma revolta liderada pelos macabeus, uma família de líderes
judeus, incluindo Judas Macabeu. A Revolta dos Macabeus resultou na libertação da
Judeia do domínio selêucida e na posterior restauração do Templo, evento que é celebrado
na festa judaica do Hanukkah.

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