Você está na página 1de 10

UM ESTRANHO “CHIFRE PEQUENO”

EDMARIO DE JESUS
VERSO 8 “Estando eu a observar os chifres, eis que entre eles subiu outro pequeno, diante do qual três dos primeiros chifres,
foram arrancados; e eis que neste chifre havia olhos, como os de homens, e uma boca que falava com insolência”.

A profecia do “chifre pequeno”, é uma PATOLOGIA PERFEITA – anomalia, alteração, distúrbio,


disfunção do poder a que alude – e a profecia Identifica-o com ABSOLUTA PRECISÃO.
A identidade do “chifre pequeno”, na profecia do capítulo sete do livro de Daniel, LIGADA
AO 4º ANIMAL, ou ao Império Romano do Ocidente:
1. Subiria da cabeça do quarto animal Romano – Vers. 8.
2. Surgiria entre os dez chifres europeus – Vers. 8.
3. Seria diferente dos dez chifres europeus – Vers. 24.
4. Seria mais firme do que os dez chifres ou nações europeias – Vers. 20.
5. Três dos dez chifres seriam arrancados por ele – Vers. 8.
6. Teria olhos como olhos de homem – Vers. 8.
7. Teria uma boca – Vers. 8.
8. Falaria insolentemente – Vers. 8.
9. Proferiria palavras contra o Altíssimo – Vers. 21.
10. Faria guerra aos santos do Altíssimo – Vers. 21.
11. Destruiría os santos do Altíssimo – Vers. 25.
12. Cuidaria em mudar os tempos – Vers. 25.
13. Cuidaria em mudar a lei de Deus – Vers. 25.
14. Dominaria por 3 1/2 tempos proféticos – Vers. 25.
15. Seria destruído para sempre – Vers. 26.
Que diz os Teólogos Sobre o Chifre Pequeno?
Interpretação Preterista
O preterismo é a metodologia MAIS POPULAR para o exame de profecias bíblicas entre os eruditos críticos. Essa
escola inclui EXEGETAS BRILHANTES como Beckwith, Swete, Ramsay, Simcox, Moses Stuart e F. F. Bruce.
Nesta corrente, a Edição Pastoral da Bíblia SUSTENTA QUE O TEXTO É SIMBÓLICO: o mar é a história dos homens e as quatro feras
são os QUATRO IMPÉRIOS que dominaram o Oriente Médio, do século VII ao século II a.C. A primeira fera (leão) é o IMPÉRIO
NEO BABILONICO; a segunda (urso) é o IMPÉRIO MEDO; a terceira (leopardo) é o IMPÉRIO PÉRSIA; a quarta (fera medonha) é o
IMPÉRIO DE ALEXANDRE. Os dez chifres são os REIS DAS DINASTIAS DOS SELEUCIDAS, que dominaram a Síria no SÉCULO II
AC; o chifre pequeno é ANTIOCO IV EPIFANIO (175−163 a.C.) que, para solidificar seu poder, livrou-se de vários concorrentes.

O Ancião é o PRÓPRIO DEUS, cercado por seus anjos, mediadores de sua ação na história. Os livros, onde são REGISTRADAS
AS AÇÕES DOS HOMENS, são abertos: começa o julgamento. A FERA JULGADA É A QUARTA, símbolo do Império de
Alexandre e, principalmente, de ANTÍOCO IV. O misterioso filho de homem é uma PERSONIFICAÇÃO DO POVO FIEL,
que recebe de Deus o reino que durará para sempre. O NT vê em Jesus esse misterioso filho de homem que vem do céu.

O cerne do texto é a luta que o povo de Deus terá que sustentar na história CONTRA OS IMPÉRIOS
OPRESSORES. Mas a vitória será do povo fiel, que receberá de Deus o Reino e REINARÁ PARA SEMPRE. Os vv.
19-27 se detêm na QUARTA FERA e, principalmente, no chifre pequeno que SIMBOLIZA ANTÍOCO IV.
Durante seu reinado, ele quis OCUPAR O LUGAR DE DEUS, mudar os costumes e o CALENDÁRIO JUDAICO,
proibir o SÁBADO E AS FESTAS religiosas dos judeus, e perseguiu os que eram FIEIS À LEI DE MOISÉS.
Interpretação Futurista
O futurismo situa-se no outro EXTREMO DA INTERPRETAÇÃO, com relação ao preterismo.
O futurismo acredita que as profecias, em sua maciça maioria, APLICA-SE TOTALMENTE AO
FUTURO. O Futurismo aponta À TRIBULAÇÃO FINAL DA IGREJA e é portanto
especialmente dirigido aos crentes NOS PRIMEIROS ÚLTIMOS ANOS DA HISTORIA.
Nós identificamos o chifre pequeno com O CHIFRE PAPAL QUE SAIU DE ROMA PAGÃ. Os futuristas o
identifica com o FINAL E AINDA FUTURO ANTICRISTO. Sendo que eles terminam sua série de quatro animais
COM GRÉCIA, os pretéritas identificam o chifre pequeno proveniente desse animal como ANTÍOCO IV.
Alguns intérpretes futuristas de hoje identificam o chifre pequeno de Daniel 7 COMO O
FUTURO ANTICRISTO e o chifre pequeno de Daniel 8 como ANTÍOCO IV.

DANIEL 7 Preterista Historicista Futurista


Leão Babilônia Babilônia Babilônia
Urso Média Medo- Persa Medo-Pérsia
Leopardo Pérsia Grécia Grécia
Animal Indescritível Grécia Roma Roma
Chifre Pequeno Antíoco IV Papado Anticristo Final
Interpretação Historicista
Nós cremos que a profecia do capítulo 7 cobre essencialmente O MESMO PERÍODO HISTÓRICO que o
sonho do capítulo 2 de Daniel. Ambos abarcam desde OS DIAS DO PROFETA ATÉ O JUÍZO FINAL. Em
Daniel 2, Nabucodonosor viu os poderes mundiais representados por UMA GRANDE ESTÁTUA DE
METAL, já no capítulo 7, Daniel os viu mediante o simbolismo de BESTAS (ANIMAIS) E CHIFRES.
Segundo a explicação de Daniel, são “10 REIS". Se os “4 REIS" do verso 17 representavam REINOS, e este reinos são os 4
IMPÉRIOS do capítulo 2 de Daniel, pode-se concluir que estes "dez reis" SÃO TAMBÉM REINOS. As sucessivas
invasões de numerosas tribos germânicas que PENETRARAM NO IMPÉRIO ROMANO e a substituição deste por
vários ESTADOS separados ou MONARQUIAS, são acontecimentos COMPROVADOS PELA HISTÓRIA.
Ainda que pequeno NO COMEÇO, este chifre é descrito posteriormente como “MAIOR QUE SEUS
COLEGAS". A interpretação historicista afirma que isto simboliza À CONTINUAÇÃO DO PODER DO
IMPÉRIO ROMANO mediante a ICAR. Observe as afirmações de alguns historiadores de renome:
"Das ruínas da Roma Política se levantou o grande império moral na “FORMA GIGANTE DA IGREJA
ROMANA" - (A. C. Flick, The Rise of the Mediaeval Church, 1900, p. 150).
"Sob a potestade do Império Romano os papas não tinham poder temporário. Mas quando o Império Romano se desintegrou e seu lugar
foi ocupado por vários reinos rudes e bárbaros a ICAR não só dominou esses Estados no aspecto religioso, mas também dominou-os no
aspecto secular. As vezes, sob governantes tais como Carlo Magno (768-814), Otón o Grande (936-973) e Henrique III (1039-1056), o
poder civil teve certo predomínio sobre a igreja; mas em general, durante o débil sistema político do feudalismo, a igreja, bem
organizada, unificada e centralizada, com o papa a sua cabeça, não só era independente nos assuntos eclesiásticos mas também controlava
os assuntos civis" - (Carl Conrad Eckhardt, The Papacy and World-Affairs [1937] P. 1).
ENTÃO VAMOS AO TEXTO...
O chifre pequeno, surge e é PARTE DA 4ª BESTA, da Roma imperial; É PEQUENO NO INÍCIO, mas cresce até
ultrapassar os outros (7.20) e é mesmo a causa da queda de TRES DOS DEZ CHIFRES: “antes dele três chifres FORAM
ARRANCADOS” (7.8) ; “Eles caíram de diante dele” (7.20); "Ele derrubará três reis" ou "causará sua queda" (7.24).

1. A 4ª Besta substitui a 3ª. Antíoco é FRUTO DA DIVISÃO que sofre a 3ª Besta (identificada
por Daniel como GRÉCIA), por tanto, sua base, RAÍZ E ORIGEM É GREGA, e forma parte do
período que a profecia contempla como 3ª Besta: GRÉCIA (Dan. 8.19-21).
2. Antíoco NÃO foi diferente dos outros, NEM derribou a três deles (7.24). Os que querem
aplicar esta profecia a Antíoco Epifânio tem grandes dificuldades em CITAR O NOME DOS TRES
SOBERANOS da linha dos selêucidas que teriam que haver sido ELIMINADOS POR ANTÍOCO.
3. Em cada ocasião que aparece esse chifre ATUANDO (7.8,11,20,2124,25) se introduz uma CENA DE JUÍZO
(7.9,10,13,14,22,26). Essa cena de juízo vai acompanhada com a CHEGADA DE UM REINO que o recebe, ou bem o
FILHO DO HOMEM (7.13-14), o bem o POVO SANTO, uma vez que seu juízo é REALIZADO EM SEU FAVOR (7.22).
4. A 4ª Besta, em sua fase de ROMA IMPERIAL iria destruir os seus conquistados (7.7,19,23), O CHIFRE
PEQUENO TAMBÉM (7.25). A obra de Roma era uma obra de CONQUISTA E PERSEGUIÇÃO (7.7,19,23)
contra o povo santo; este chifre também ia caracterizar-se pela CONQUISTA DESTRUIÇÃO E PERSEGUIÇÃO
DOS SANTOS (7.21,24,25). A 4ª Besta em sua fase de Roma Imperial, possuía algo que a DIFERENCIAVA DAS
OUTRAS BESTAS (7.7); este chifre pequeno também possuía algo que o DIFERNECIAVA DOS OUTROS (7.24).
A 4ª Besta que é ocupada em sua 1ª fase por ROMA IMPERIAL, continua
presente porque ainda permanece ainda em Roma APESAR DE SUA DIVISÃO.
Esse 4º reino conhece DUAS FASES TEMPORAIS, o da coesão e domínio universal
(Dan, 7.23) e o de sua PROLONGAÇÃO mediante a divisão dos 10 de chifres junto a
ATIVIDADE DE UM CHIFRE, num principio pequeno (Dan. 7.24,25)
As bases e raízes do chifre pequeno aparece tanto na DESCRIÇÃO como na
INTERPRETAÇÃO, relacionado com a 4ª besta ou o 4º reino (7.9-21, 23-25).
Se identificarmos esse chifre COMO ANTÍOCO, não há outra alternativa que identificar aos
santos que são vencidos (7.21), COM OS MACABEUS. Mas a historia diz que nem isso
Antíoco conquistou, pois os Macabeus COM A AJUDA DE ROMA venceu a Antíoco.
Se for Antíoco como O PRETERISMO AFIRMA temos dois problemas: 1. DE ONDE obtemos a
vitória do Chifre sobre os santos, se a única vez que Antíoco enfrenta aos judeus é
DEFINITIVAMENTE VENCIDO? 2. O segundo problema é ainda MAIS GRAVE. A profecia diz
que como RESULTADO do juízo condenatório que sofre o chifre pequeno (7.26), e o juízo é A
FAVOR DOS SANTOS (7.22), o reino é DADO AOS SANTOS. Por tanto, a teoria que introduz a
Antíoco como o Chifre pequeno de Daniel 7, não é NEM BÍBLICA NEM HISTÓRICA.
O CHIFRE É UMA PESSOA INDIVIDUAL OU UM SISTEMA?
Não podemos estar de acordo com o fato de que O SIMBOLO DO CHIFRE PEQUENO representa a um rei
individual literalmente. Tanto a Bíblia Hebraica como a LXX, utilizam o termo chifre pequeno COMO
SINONIMO DE PODER. Os chifres representam NAÇÕES E REINOS. Se fala do chifre de Sião (Miq. 4.13) ou o
de Israel ou o de outras nações (Zac. 4.21), mas JAMAIS UM CHIFRE É IGUAL A UMA PESSOA.
Essa DIVISÃO que sofre o 4to reino, segundo Daniel 2, SE PROLONGA
até a APARIÇÃO DEFINITIVA do Reino de Deus e o
DESAPARECIMENTO destes reinos (malkut) nos dias destes reis
(melek) Dan. 2.44. Isso é PARALELO ao correspondente em Daniel 7,
por tanto os 10 chifres NÃO PODEM SER 10 reis individuais, mas reinos
QUE SE PROLONGAM ATRAVÉS DO TEMPO.

Isaac Newton diz que “o chifre de uma besta JAMAIS deve ser aplicado a um
SIMPLES INDIVÍDUO, significa sempre um novo reino”. Os chifres que são
mostrados em Daniel NÃO REPRESENTAM PESSOAS, MAS REINO. Newton
afirma que: ESSE CHIFRE ARROGANTE É O SISTEMA PAPAL, que havia se
tornado um império ao adquirir vastas extensões de terra na Itália durante a Idade
Média. O cientista também traça essa interpretação porque acredita que o livro de
Daniel diz que o novo chifre “PERSEGUIA AOS SANTOS". O físico também
considerava que o livro de Daniel tinha sido ESCRITO NO SÉCULO VI A.C.
OUTRO CHIFRE... PEQUENO NO INÍCIO.
Outro pequeno, significa Literalmente, “OUTRO CHIFRE, UM PEQUENO". Embora pequeno no início, este
chifre é descrito, mais tarde, como “MAIS ROBUSTO QUE SEUS COMPANHEIROS", literalmente, “MAIOR QUE
SEUS COMPANHEIROS". Ele simboliza a continuação do poder romano POR MEIO DA ICAR.
"Das ruínas da ROMA POLÍTICA, surgiu o grande império moral na ‘FORMA GIGANTE' da
igreja romana" (A.C. Flick, The Rise of the Medieval Church [1900], pág. 150.
"Sob o império romano, os papas NÃO POSSUÍA PODERES SECULARES. Mas, quando o império romano se
DESINTEGROU e seu lugar foi ocupado por vários REINOS BÁRBAROS, a igreja católica romana não só SE
TORNOU INDEPENDENTE desses estados em assuntos RELIGIOSOS, mas também dominou as questões
SECULARES. Algumas vezes, sob governadores como CARLOS MAGNO (768-8 14 d.C.), OTTO, O GRANDE
(936 -973) e HENRIQUE III (1039-1056), o poder civil controlou a igreja ATÉ CERTO PONTO. Mas, em geral,
sob o fraco sistema político do feudalismo, a igreja bem organizada, unificada e centralizada, TENDO O PAPA
COMO CABEÇA, não era apenas independente em QUESTÕES ECLESIÁSTICAS, mas também controlava
QUESTÕES CIVIS" (Carl Conrad Eckhardt, The Papacy and Word Affairs [1937], pág. 1).
Para dizermos a verdade, à velha ROMA PAGÃ seguiu a nova ROMA PAPAL. Aliás, a mesma Roma, o mesmo
Império Romano METAMOFORSEADO. Mudou o nome de pagão para cristão. Aquela fase dominava seus
súditos PELO FÍSICO E PELAS ARMAS, esta os domina PELOS DOGMAS E PELA CONSCIENCIA. O Império
Romano subsiste mais poderoso NA FASE PAPAL. No livro O Vaticano Potência Mundial, lemos: “Uma coisa é
certa; que a antiga Roma subsiste na Roma cristã”. O Vaticano Potência Mundial, J. Bernhari, pág. 195
PRÓXIMO ESTUDO...

UM CHIFRE COM BOCA E OLHOS DE HOMEM

Você também pode gostar