Você está na página 1de 9

JESUS, O MISTÉRIO DAS SETE ESTRELAS E DOS ANJOS - Apoc. 1.

17-20

EDMARIO DE JESUS CORREIA


Quando o vi, caí a seus pés como morto; e ele pôs sobre mim a sua destra, dizendo: Não temas; eu sou o
primeiro e o último, e o que vivo; fui morto, mas eis aqui estou vivo pelos séculos dos séculos; e tenho as
chaves da morte e do Hades. Escreve, pois, as coisas que tens visto, e as que são, e as que depois destas
hão de suceder. Eis o mistério das sete estrelas, que viste na minha destra, e dos sete candeeiros de ouro:
as estrelas são os anjos das sete igrejas, e os sete candeeiros são as sete igrejas. Apoc. 1.17-20

É muito fácil não dar-se conta até que ponto o Apocalipse é uma COMPOSIÇÃO CUIDADOSAMENTE
ELABORADA até no mais ínfimo detalhe. Não é um livro que tenha sido ESCRITO ÀS PRESSAS; é uma
totalidade literária METICULOSA E ARTISTICAMENTE ELABORADA. Nesta passagem é apresentada
uma série de DESCRIÇÕES DO CRISTO RESSUCITADO; e é muito interessante que cada uma das cartas às
sete Igrejas, exceto a que é dirigida a Laodicéia, INTODUZ-SE UMA AFIRMAÇÃO COM RESPEITO A
CRISTO que está tomada de sua descrição neste texto. É como se aqui se introduzissem uma série de temas
que depois serão usados como "textos" das epístolas às Igrejas. O Apocalipse não foi um livro feito COM O
INTUITO DE NOS ATERRORIZAR. Muito pelo contrário. Tudo o que foi escrito por João foi com o objetivo
de nos mover a ter um RELACIONAMENTO DE AMOR COM O DEUS DA PAZ (Heb. 13.20), descobrir
através das páginas do livro o caráter salvador e libertador do nosso Pai e nosso Rei. A REAÇÃO INICIAL
DE JOÃO A ESTA VISÃO FOI O MEDO. Ele foi dominado pela glória de Deus como visto em Cristo (Dan.
8.17, 18; 10.8, 9; Zacarias 4.1). Como Jesus fez muitas vezes com os apóstolos (Mat. 14.27; Marc 4.40; Luc
5.10), AGORA ELE DIZ PARA JOÃO PARA NÃO TEMER. Três tempos da existência de Cristo são
enfatizados:(1) Sua vida eterna; (2) Sua morte como Deus-homem; e (3) Sua ressurreição para a vida eterna e
autoritária. Ele tem autoridade SOBRE A MORTE E O JULGAMENTO e, portanto, tem as chaves do
inferno [Hades] e da morte (20.14).
A reação de João (1.17a)
Como é comum acontecer nas teofanias AO LONGO DA BÍBLIA, João cai a seus pés como se estivesse
morto. Cair prostrado ante as visões da Divindade ou de seus mensageiros angelicais ERA UMA
REAÇÃO COMUM (Jos. 5.14; Ezeq. 1.28; Dan 8.17-19; 10.7-9; Mat. 17.6; João 18.6). A reação de João
aumenta o senso de poder apocalíptico, pois Deus/Cristo está de fato PRESENTE EM TODA SUA
GLÓRIA.
A reação natural em face de uma epifania é CAIR NO CHÃO por temor, e isso acontece OUTRAS VEZES
com João em Apocalipse (1.17; 19.10; 22.8), ainda que as outras duas ocorrências se deem DIANTE DE
MEDIADORES ANGELICAIS. Mais comum ainda é “prostrar-se” EM ADORAÇÃO (4.10; 5.8,14; 7.11;
11.16; 19.4), e essa atitude também pode ser subentendida aqui, embora O ASPECTO DO TEMOR
SOBRESSAIA.
A glória do Cristo, vista pela alma, REDUZ O INDIVÍDUO A NADA, dentro de si mesmo; ao mesmo tempo, porém, LEVA
A PESSOAS AOS PÉS DE CRISTO, onde pode ser obtida grandeza autêntica, É aos pés de Cristo, ONDE O EU DEIXA
DE EXISTIR, e a glória verdadeira começa. É aos pés de Cristo que nos é dito PARA NÃO TEMERMOS.

Como morto: Isso porque o grande medo deixa PARALISADOS OS MÚSCULOS, ao mesmo tempo que a
mente se embota. AS EXPERIENCIAS ESPIRITUAIS genuínas começam com um a avassaladora sensação de
temor, que NOS ESVAZIA E PURIFICA O PRÓPRIO EU; mas, quando isso sucede, a alma é levada ao
êxtase. Primeiro TEMEMOS, a fim de que, então, possamos ADORÁ-LO. (Isso pode ser comparado com Dan.
10.8-11). Daniel teve uma ·grande visão, E NELE NÃO RESTARAM FORÇAS. O seu rosto ·mudou de cor e
se desfigurou. A força da visão lançou-o EM UM TRANSE PROFUNDO; o toque divino o elevou, E SE POS
DE PÉ A TREMER.
O encorajamento e a revelação que vêm de Jesus (1.17 b,18)
Não temas: Essas palavras podem ser comparadas a Dan. 10.10.12.19; Isa. 44.2: Mat. 14.2; 27.7 e Luc. 1.13,30. Essa ordem é dada a fim de
consolar (Mat. 14.27; João 6.20; Atos 27.24). E também SERVIU PARA RELEMBRAR A JOÃO, o vidente, que seu Senhor O CONHECIA
E SE INTERESSAVA PROFUNDAMENTE POR ELE. Nenhum de nós é ·desconhecido para o Senhor, NEM PODE ESCAPAR DO SEU
INTERESSE E CUIDADO. Certa feita ele disse: ·Tende bom ânimo! sou eu. Não temais! (Mat. 14.27). CRISTO É O MESMO, NÃO
MUDA; ele fala a todos quantos o temem. E assim ele (o vidente) aprendeu que a que as revelações de Cristo VISA INSPIRAR E NÃO
ASSUSTAR.
E u sou o primeiro e o último: Isso equivale às palavras “EU SOU O ALFA E O OMEGA”, que são aplicadas a Deus Pai,
no 8º versículo, MAS TAMBÉM AO FILHO DE DEUS, em Apoc. 21.6. Cristo é a fonte de toda a vida e bem-estar. E, por
igual modo O ALVO DE TODA EXISTENCIA, em quem, finalmente, se achará todo ο bem-estar. Ο trecho de Col. 1.16
ENSINA-NOS A MESMA VERDADE – a criação foi feita EM CRISTO (ele é seu arquétipo), POR CRISTO (ele é o seu
agente), E PARA CRISTO (ele é o seu alvo). O 1º capitulo da epístola aos efésios ensina-nos essa verdade, SOB A
ROUPAGEM DO MISTÉRIO DA VONTADE DE DEUS. Tudo haverá de ser restaurado a ele, em um grau que esteja DE
ACORDO COM O SEU AGRADO.
Jesus é então retratado como ó ο πρωτος και ο εσχατος, “O PRIMEIRO E O ÚLTIMO”. Essa descrição está
ligada ao título “ALFA E OMEGA” e faz parte de um padrão em que duas referências se encontram NO
INÍCIO (1.8,17) E NO FIM (21.6; 22.13) do livro, estando os dois títulos vinculados em 22.13 com O
ACRÉSCIMO DE O PRINCÍPIO E O FIM. O título “o primeiro e o último” é DERIVADO de Isaías 41.4;
44.6; 48.12, em que se refere a Deus como CRIADOR de todas as coisas e SOBERANO SOBRE A HISTORIA.
Aquilo que é dito ACERCA DE DEUS PAI (o Alfa e o Ômega), O ALVO DE TODA A EXISTENCIA (Apoc. 1.8; I Cor. 8.6),
É-NOS DITO ACERCA DE CRISTO JESUS, como também em Apoc. 21.6 e Col. 1.16. Isso É PROVA DE SUA
DIGNIDADE, porque nenhuma pessoa não-divina poderia RECEBER ELOGIOS TÃO PRODIGIOSOS COMO ESSES.
Ele é o Filho de Deus, não sendo DIFERENTE de Deus Pai, quanto à glória e ao poder. Assim também as palavras de
Cristo CONSOLAM A SUA IGREJA QUE SOFRE, repleta de mártires; porque visto que ELE DEU VIDA (por ser o
primeiro), com a mesma certeza vencerá a morte e 0 sofrimento, DANDO VIDA ETERNA (por ser ele o último).
Aquele que vive...
Este versículo alude à ressurreição de Cristo. Mas aqui parece referir-se a Cristo COMO PRINCÍPIO MESMO DA VIDA.
desde toda a ETERNIDADE PASSADA, e não meramente desde sua ressurreição. Já que nele HABITA O PRINCÍPIO DA
VIDA e ele é a fonte da mesma, mui naturalmente A MORTE NÃO PODE RETE-LO, e a sua vida floresceu na
ressurreição e na ascensão. Cristo é o vivo. Embora tenha ele experimentado a morte, o que, na opinião de alguns homens,
É ALGO FINAL, E PÕE PONTO FINAL A TODA EXISTENCIA, na realidade ele está vivo. Na qualidade de quem está
vivo, ele é também o DOADOR DA VIDA. Por isso é que aqui ele garante, aos seus discípulos QUE SOFRIAM, que
finalmente também VIVERIAM COM ELE.
Cristo venceu à morte. O fato que ele vive é PODEROSO ARGUMENTO em favor do fato que ele é o SALVADOR E
SENHOR. Para nós, distantes tantos séculos de sua ressurreição, AS DÚVIDAS PODEM NOS ATACAR. O vidente João
mediante visões místicas, confirmou para si mesmo A REALIZAÇÃO DA RESSURREIÇÃO DE CRISTO. Portanto, na
direção de Cristo é que se movimenta toda a existência humana, porquanto ELE É O ARQUÉTIPO DA VIDA ETERNA.
O acréscimo de και ο ζων, E O QUE VIVO com “o primeiro e o último” aqui em 1.18 aponta para o fato de que a ênfase
principal do título anterior NÃO É SOBERANIA MAS ETERNIDADE. Na Bíblia, esse título é uma DESIGNAÇÃO
COMUM PARA DEUS (Jos 3.10; Sal 42.2; Os 1.10; Atos 14.15; Rom 9.26), e em Apocalipse 4.9,10 e 10.6 Ele é Aquele que
“VIVE PELOS SÉCULOS DOS SÉCULOS” (2.8; 22.2,14,19). No AT, esse título é usado numa relação de ANTÍTESE
COM OS deuses PAGÃOS, que não têm vida nem poder. Em Apocalipse, ele está em CONTRASTE COM OS PODERES
DO MAL que controlam somente a “MORTE E O INFERNO”. Deus e Cristo são eternos e tornam possível viver a
felicidade eterna.
Ele esteve “morto”, (TEMPO PASSADO) mas agora está vivo tempo (TEMPO PRESENTE), ζων εἰμί, estou
vivo, “pelos séculos dos séculos”. O contraste entre (νεκρός, morto) e (ζων, vivo) tem como objetivo
RESSALTAR NÃO SOMENTE A RESSURREIÇÃO, mas destacar ainda mais a CONDIÇÃO ETERNA
DELE a referência mais forte possível à eternidade e EMPREGADA EM TODO LIVRO (1.6,18; 4.9.10: 5.13;
7.12; 10.6; 11.15: 14.11; 15.7; 19.3; 20.10; 22.5, sendo que os VERSÍCULOS SUBLINHADOS frisam a
A ordem para escrever é ampliada (1.19)
A ordem básica foi dada em 1.11, instruindo João que REGISTRASSE AS VISÕES e indicando os receptores
desse relato. Aqui, a ordem DESCREVE O CONTEÚDO DAS VISÕES. A conjunção (οὖν, portanto) EXTRAI
UMA CONCLUSÃO DA DECLARAÇÃO ANTERIOR. À luz da vitória cósmica de Jesus SOBRE A MORTE
E AS FORÇAS DO MAL, João deve “escrever” (γράφω, repete a ordem de 1.11) o que Deus está lhe dizendo.
Essa ordem figura por nada menos de 12X NESTE LIVRO. Apoc. 1.11. 19; 2.1,8,12,18; 13.1,7,14; 14.13; 19.9 e 21.5. O
autor sagrado oferece-nos aqui um ESBOÇO BEM AMPLO DO SEU LIVRO, dividido cm três pontos: 1. AS COISAS JÁ
VISTAS, a visão de Cristo, no 1º capitulo, que atua como INTRODUÇÃO ao livro inteiro. 2. AS COISAS QUE SÃO. O
estado das igrejas da Ásia Menor, nos capítulos 2º e 3º. 3. AS COISAS QUE VIRÃO, o futuro do mundo, os últimos dias. As
condições que ANTECEDERÁ ao 2º advento de Cristo, que introduzirá o reino milenar e o estado eterno – do 4º capítulo
até ao fim.
O Apocalipse foi escrito a fim de que sua mensagem fosse PRESERVADA PARA A NOSSA INSTRUÇÃO E
ADVERTENCIA, especialmente no caso daqueles que IREMOS ESTAR VIVOS no tempo do cumprimento de
suas predições, NOS ÚLTIMOS DIAS. Cremos que nós mesmos e nossos filhos viveremos nesses dias.

Há duas ordens para escrever: “O QUE VES ESCREVE” (Apoc. 1,11a) e “ESCREVE, POIS, AS COISAS QUE
VISTE” (Apoc. 1.19). O que foi visto deve ser ESCRITO E ENVIADO às sete igrejas (Apoc. 1,11a) e a comissão é
REITERADA E ELABORADA NA 1ª VISÃO. O Cristo ressurreto dirige-se DIRETAMENTE às sete igrejas (Apoc.
1,17b; 3.22). OS ATRIBUTOS DE CRISTO da visão inaugural indicam um PROPÓSITO TEOLÓGICO e estão
também presentes na introdução DE CADA UMA DAS SETE CARTAS (Apoc. 2-3). Esse contexto literário, a
ESTRUTURA E O CONTEÚDO da narrativa indicam que essa visão inaugural deve ser entendida como PARTE
INTEGRAL DA MENSAGEM que João quis comunicar às igrejas nas sete cartas e, de forma mais ampla, DA
MENSAGEM DE TODO O LIVRO.
O mistério das sete estrelas – (Vers. 20)
Em pontos CENTRAIS do livro (7.13,14; 14.4,5; 17.7-18; 19.8b; 21.9-14; 22.6), anjos e outros seres
MEDEIAM AS VISÕES e oferecem chaves interpretativas para o significado dos símbolos. Aqui,
duas partes da visão são escolhidas para a interpretação: OS CANDELABROS E AS ESTRELAS. É
evidente que o foco não está SOMENTE em quem Cristo é, mas também NAS PRÓPRIAS
IGREJAS.
A explicação do primeiro símbolo conduz às sete cartas dos capítulos 2 e 3, sendo cada uma delas
endereçada ao “AO ANJO DA IGREJA EM...”. O sentido da palavra “anjo” é MUITO
DISCUTIDO.
Alguns estudiosos (Alford, Beasley-Murray, Johnson, Schüssler Fiorenza, Beale) os identificam COMO ANJOS LITERAIS,
chegando a essa conclusão a partir desses capítulos (Sal 34.7; 91.11; Dan 10.13-21; Mat. 18.10; Atos 12.15; Heb 1.14) e das estrelas
como REPRESENTAÇÕES DOS ANJOS (jó 38.7; Isa 14.12,13). Portanto, eles seriam “ANJOS PROTETORES” (Schüssler
Fiorenza) das igrejas. A principal objeção a esta interpretação é a de que as cartas nos capítulos seguintes remetem a
PROBLEMAS DAS IGREJAS e requerem o arrependimento de muitos de seus membros, O QUE SERIA ESTRANHO, caso elas
fossem endereçadas a anjos literais.
Alguns estudiosos (Zahn, Brownlee, Lenski, Walvoord, Hendriksen) creem que os anjos são
MENSAGEIROS OU LIDERES DAS IGREJAS. Isso se encaixaria bem no uso das
“ESTRELAS” por todo o mundo antigo (judaico e helenístico) para designar DOMÍNIO E
SOBERANIA. O ensino é que Cristo está no controle, ELE É SOBERANO SOBRE OS ANJOS
E AS IGREJAS que eles representam e servem. No meio da situação precária vivenciada pelas
igrejas em um mundo mau, que as despreza e persegue, CRISTO ESTÁ COM ELAS,
protegendo-as e vindicando-as.
RESUMO E CONTEXTUALIZAÇÃO DO CAP. 1
Em 1.9-20, João introduz o leitor ao PROPÓSITO E CONTEÚDO DO LIVRO como um todo. Dois temas principais percorrem esta passagem: O CRISTO
GLORIFICADO E A IGREJA, que está sob seu controle e cuidado. Cristo é retratado como o CUMPRIMENTO DAS IMAGENS e esperanças apocalípticas
do AT. As descrições não têm um sentido literal, mas são um RETRATO SIMBÓLICO daquele que é, ao mesmo tempo, MESSIAS E DEUS. Em resumo, ele é
o regente e juiz divino DO MUNDO E DA IGREJA. A igreja está sob seu controle, tanto no aspecto positivo (VINDICAÇÃO E RECOMPENSA) quanto no
negativo (ADVERTENCIA E RESPONSABILIDADE). Além disso, o livro das visões é introduzido, e as igrejas para quem ele é endereçado são alistadas. Em
tudo isso, o Deus que está no controle da história (1.1-8) AINDA É SOBERANO, mas agora, seu domínio é transferido para o Senhor Jesus Cristo
GLORIFICADO E RESSURRETO. A 1ª seção, 1.9-11, estabelece o contexto e nos informa que seu autor compartilha de tudo que as igrejas estão
experimentando: O SOFRIMENTO (seu exílio na ilha de Patmos) E SUA CONDIÇÃO RÉGIA (ele é escolhido como o receptor da visão), que requerem
perseverança nesta vida. Ao mesmo tempo e acima de tudo, ele serve e adora a Deus, e o CONTEXTO DO DIA DO SENHOR é uma ocasião perfeita para
essa 1ª visão. Nós, os leitores, somos avisados sobre um tema importante que PREDOMINARÁ em muitas passagens do livro: A ADORAÇÃO, que exige
testemunho e perseverança paciente nas dificuldades da vida. A ordem para escrever SE ORIGINA DESSA PERSPECTIVA e dá início à imagem apocalíptica
(a voz como trombeta). Sabemos que a mensagem a seguir será, realmente, significativa. Grande parte desse livro trata DO PROBLEMA DO SOFRIMENTO
E DA PERSEGUIÇÃO. Mas a maioria de nós não tem experimentado muita perseguição. A 2ª seção, 1.12-16, descreve o Cristo glorificado por meio de
imagens extraídas de uma AMPLA GAMA DE PASSAGENS DE TODO O AT. Jesus é apresentado como EXALTADO (Dan 7.13, “como um filho de
homem”), DIGNIFICADO (a túnica e a faixa de ouro), SÁBIO (o cabelo), com grande DISCERNIMENTO PARA JULGAR (os olhos), GLORIFICADO E
ONIPOTENTE (os pés), PODEROSO E COM AUTORIDADE (a voz), NO CONTROLE TOTAL (segurando as estrelas), JUIZ DE TODOS (a boca) E
GLORIOSO (o rosto). Dois outros fatores predominam: ELE É UM COM DEUS (várias dessas imagens foram atribuídas a Javé no AT), e é o cumprimento
de todas as esperanças e profecias do AT (observe a grande quantidade de alusões ao AT). Com isso, somos chamados a uma ADORAÇÃO EXTASIADA E
UMA NOVA PERCEPÇÃO da seriedade das questões tratadas nesse livro. Devemos prestar a maior atenção possível nas ADVERTENCIAS E PROMESSAS
DESSE LIVRO. A seção final (1.17-20) contém três partes. A 1ª (1.17,18) ACRESCENTA AS DESCRIÇÕES DE CRISTO em 1.5,12-16 o conceito duplo da
eternidade de Jesus e de seu poder sobre as forças cósmicas do mal. Como resultado de sua morte e ressurreição, ele CONQUISTOU O DOMÍNIO SOBRE O
CÉU E A TERRA (Mat. 28.18). Semelhante a Javé em Apocalipse 1.8, Jesus é “O PRIMEIRO E O ÚLTIMO” (“o Alfa e o Ômega”), o soberano sobre toda a
história e, na realidade, SOBRE TODAS AS FORÇAS. E bom relembrarmos isso quando somos TENTADOS A COLOCAR O FOCO NAS REALIDADES
TERRENAS no lugar das realidades celestiais. A 2ª parte (1.19) expande a ordem para escrever em 1.11 para incluir um PANORAMA ESCATOLÓGICO da
perspectiva desse livro: ele combina PASSADO, PRESENTE E FUTURO, à medida que Deus conduz a história ao fim e institui a eternidade. Finalmente,
1.20 estabelece um padrão QUE SERÁ VISTO NOVAMENTE em Apocalipse, interpretando os dois símbolos cruciais: AS ESTRELAS são os anjos que
receberam autoridade sobre cada igreja e que se identificam corporativamente com elas, e OS CANDELABROS são as próprias igrejas. A partir disso, o
leitor compreende que esse livro foi designado para TODOS NÓS QUE SOMOS PARTES DO POVO DE DEUS. Somos chamados à responsabilidade pelo
fato de sermos “O CANDELABRO” de Cristo, chamados a ser luz neste mundo, para levar sua mensagem até os confins da terra.

Você também pode gostar