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Alma é traduzida como: vida (Gn 9.4,5; 35.18; Sl 31.13), pessoa (Gn 14.21; Dt 10.22;
At 27.37), cadáver (Nm 9.6); apetite (Ec 6.7) coração (Êx 23.9) ser vivente (Ap 16.3) pronomes
pessoais (Sl 3.2; Mt 26.38)
Espírito pode ser traduzido como: vento (respiração – Gn 8.1), espírito (no sentido de
alento, ânimo – Jz 15.19), atitude ou estado de espírito (Rm 8.15; 1 Co 4.21), sopro ou hálito de
Deus (2 Ts 2.8) consciência individual (1 Co 2.11, primeira parte). O termo também é usado para
se referir a seres pessoais: anjos e demônios (Hb 1.14; 1 Tm 4.1); o Cristo (1 Co 3.17 a Divina
natureza de Cristo (Rm 1.4), à Terceira Pessoa da Trindade (Rm 8.9-11; 1 Co 2.8-12 [4]); a Deus
Pai (Jo 4.24) e a pessoas vivas (Hb 12.22, 23).
Por que existem tantos sentidos para as palavras “alma e espírito”? As línguas bíblicas
não possuem um considerável número de verbetes. O hebraico, por exemplo, não possui vogais,
preposições, ou conjunções. Esta escassez de palavras faz com que um termo seja traduzido de
diferentes formas. Como comparação, vejamos a língua portuguesa. Mesmo sendo rica em letras
e verbetes, enfrenta certas dificuldades. A palavra “manga” tem mais de 1 sentido: refere-se à
manga de um casaco e a uma fruta. Se a nossa língua, com seus muitos verbetes, tem palavras
com vários sentidos, imagine o alfabeto hebraico!
– “Alma” é a união do corpo com o fôlego de vida, ou seja, a pessoa como um todo.
Uma pessoa viva. Veja Deuteronômio 10:22: “Com setenta almas [pessoas], teus pais desceram
ao Egito; e, agora, o SENHOR, teu Deus, te pôs como as estrelas dos céus em multidão.”
Digamos que você tenha uma lâmpada e não tenha a eletricidade. Teria a luz?
Certamente não. Agora, suponhamos que você tenha a eletricidade, mas não tenha a lâmpada.
Haveria luz? Também não. Para haver a luz, é necessário haver a lâmpada e a eletricidade.
Apenas um desses itens não basta.
“Isto dizia e depois lhes acrescentou: Nosso amigo Lázaro adormeceu, mas vou para
despertá-lo. Disseram-lhe, pois, os discípulos: Senhor, se dorme, estará salvo. Jesus, porém,
falara com respeito à morte de Lázaro; mas eles supunham que tivesse falado do repouso do
sono. Então, Jesus lhes disse claramente: Lázaro morreu” (Jo 11.11-14).
Com essa comparação, Cristo confirmou o que disse Salomão a respeito do estado do
ser humano na morte: “Porque os vivos sabem que hão de morrer, mas os mortos não sabem
coisa nenhuma, nem tampouco terão eles recompensa, porque a sua memória jaz no
esquecimento. Amor, ódio e inveja para eles já pereceram; para sempre não têm eles parte em
coisa alguma do que se faz debaixo do sol” (Ec 95-6).
O estado do ser humano na morte:
Se a morte fosse um começo de uma nova existência, não poderia ser chamada pelas
Escrituras de nossa “inimiga” (1 Co 15.26), teria de ser chamada de amiga, pois estaria nos
ajudando a ir para o paraíso…
Para que o homem fosse eterno, teria de obedecer a Deus e assim teria livre acesso à
árvore da vida, que perpetua a existência. Como o ser humano pecou e Deus o expulsou do Éden
para que não fosse um pecador imortal, Adão e Eva não comeram mais da árvore da vida,
tornando-se assim mortais. (Gn 3.22-24; Is 51.12). Dessa mortalidade herdamos deles (Rm 5.12
e 6.23).
Se já fôssemos imortais não haveria necessidade de Adão ter comido da árvore da vida,
e, nós, de a comermos no Céu. (Gn 2.16, 17; 3.23, 24 e Ap 22.2). Como seríamos imortais sendo
que Deus privou o homem de comer da árvore da vida? (Gn 3.22 e 24). O ser humano foi criado
com a imortalidade, mas ela era “condicional” à obediência a Deus.
Quando Jesus voltar e nos levar com Ele comeremos da árvore da vida para sermos
imortais: “No meio da sua praça, de uma e outra margem do rio, está a árvore da vida, que
produz doze frutos, dando o seu fruto de mês em mês, e as folhas da árvore são para a cura dos
povos” (Ap 22.2).
Para pensar:
A doutrina da ressurreição é uma prova de que a pessoa ainda não recebeu a recompensa
eterna, pois, se Jesus vem nos ressuscitar a pessoa para levar ao Céu, é sinal de que ela ainda não
está lá. Foi por isso que Paulo sempre acreditou que a recompensa dela era no futuro, na volta de
Jesus: “Já agora a coroa da justiça me está guardada, a qual o Senhor, reto juiz, me dará naquele
Dia; e não somente a mim, mas também a todos quantos amam a sua vinda.” (2 Tm 4.8).
E não devemos esquecer que as pessoas que já foram arrebatadas ao Paraíso (Enoque,
Moisés e Elias) foram com o corpo, em vida e não por ocasião da morte (Moisés foi ressuscitado
antes de ir ao céu – ver Jd 1.9). Isto é uma prova indiscutível de que o ser humano, ao ir para o
Céu, irá também com o corpo e não “em espírito”, como ensina a doutrina espírita.
Em Gênesis 3.4 encontramos o primeiro “médium” que existiu no mundo: uma serpente
que serviu de “canal” para que o diabo falasse por meio dela e enganasse Eva. Foi Satanás quem
disse que, mesmo sendo uma pecadora, Eva não morreria: “Então, a serpente disse à mulher: É
certo que não morrereis.” Algo totalmente oposto ao que Deus havia dito em Gênesis 2.16, 17.
Portanto, o criador da doutrina da imortalidade natural da alma foi o diabo. Depois, ele
usou recursos humanos para difundir essa teoria até os nossos dias, como disse um influente
pastor Presbiteriano: “A doutrina da imortalidade da alma não é bíblica, mas pagã. Nasceu na
Grécia e propagou-se na Igreja, através de Platão, do século V em diante, graças à influência de
Agostinho…” [6] Na sequência histórica surgiu Allan Kardec que, por meio de sua
“mediunidade” e escritos incentivou muitos a estudarem o espiritismo, que se tornou bem aceito.
Hoje, conta com milhares de adeptos ao redor do mundo, especialmente no Brasil.
2) Como crer que ao morrermos vamos para o Céu se em Hebreus 11.39 e 40 os heróis
da fé ainda não obtiveram a concretização da promessa, pois Deus não quer que sem nós eles
sejam aperfeiçoados? (1 Co 15.20);
3) Como crer na doutrina da imortalidade da alma sendo que a eternidade do homem era
condicional à obediência a Deus, e, por desobedecerem, Adão e Eva foram privados da árvore da
vida para que não se tornassem imortais como Deus? Nós não comemos da árvore da vida… (Gn
3.22-23). Outra questão: Por que iremos comer da árvore da vida no céu se nosso “espírito” já é
imortal? (Ap 22.2);
5) Por que Jesus diz ser a morte um sono? (Jo 11.11-14). Se temos uma “alma” ou
“espírito” imortal, por que Jesus disse, após Sua ressurreição, que durante a morte “ainda não
tinha subido para o Pai?” (Jo 20.17).
7) Jesus disse em Jo 11.25: “… Eu sou a ressurreição e a vida; quem crê em mim, ainda
que esteja morto, viverá”; (Jo 11.25 grifo meu); Ele não disse: “… ainda que morra, vive…”.
“Ao contrário, Ele declarou, que no futuro trará da sepultura aqueles que morreram nEle (Jo 5.28
e 29) [7].
E serás bem-aventurado, pelo fato de não terem eles com que recompensar-te; a tua
recompensa, porém, tu a receberás na ressurreição dos justos. (Lc 14.14). “De fato, a vontade de
meu Pai é que todo homem que vir o Filho e nele crer tenha a vida eterna; e eu o ressuscitarei no
último dia” (Jo 6.40). “Ora, todos estes que obtiveram bom testemunho por sua fé não obtiveram,
contudo, a concretização da promessa, por haver Deus provido coisa superior a nosso respeito,
para que eles, sem nós, não fossem aperfeiçoados” (Hb 11.39-40). “Cada um, porém, por sua
própria ordem: Cristo, as primícias, depois, os que são de Cristo, na sua vinda” (1 Co 15.23).
“Não queremos, porém, irmãos, que sejais ignorantes com respeito aos que dormem,
para não vos entristecerdes como os demais, que não têm esperança. Pois, se cremos que Jesus
morreu e ressuscitou, assim também Deus, mediante Jesus, trará, em sua companhia, os que
dormem. Ora, ainda vos declaramos, por palavra do Senhor, isto: nós, os vivos, os que ficarmos
até à vinda do Senhor, de modo algum precederemos os que dormem. Porquanto o Senhor
mesmo, dada a sua palavra de ordem, ouvida a voz do arcanjo, e ressoada a trombeta de Deus,
descerá dos céus, e os mortos em Cristo ressuscitarão primeiro; depois, nós, os vivos, os que
ficarmos, seremos arrebatados juntamente com eles, entre nuvens, para o encontro do Senhor nos
ares, e, assim, estaremos para sempre com o Senhor” (1 Ts 4.13-17).
Neste texto da carta de Paulo aos Tessalonicenses podemos ver a sequência correta dos
eventos antes de recebermos a imortalidade que já nos está assegurada em Cristo:
1: Vinda de Jesus;
4: É-nos outorgada a imortalidade, pois é neste momento que é dito que “tragada foi a
morte pela vitória”.
Eis a sequência apresentada e apoiada pelas Escrituras. Não há como fugir disso. E, não
esqueça de que aceitar a Verdade sobre o destino do homem na morte é muito importante, pois
pode resultar em salvação ou perdição eterna (Ap 22.15).
Desejo de todo o coração que Deus lhe ajude em sua pesquisa e que a Verdade da
Palavra de Deus faça parte do seu estilo de vida para que seja o sal da terra e a luz do mundo (Mt
5.13, 14) onde quer que esteja.
www.leandroquadros.com.br
Referências
[1] Etimologia: parte da gramática que trata da origem e formação das palavras. Fonte:
Dicionário On-line Priberam. Disponível em
http://www.priberam.pt/dlpo/definir_resultados.aspx Acesso em 19 de setembro de 2008.
[2] Os números podem não ser exatos, dependendo da tradução bíblica adotada.
[3] Segundo outra interpretação, o Senhor aí referido poderia ser o Espírito Santo.
[4] Pedro Apolinário. Explicação De Textos Difíceis Da Bíblia. 4.ed. (Corrigida), São
Paulo: Seminário Adventista Latino-americano de Teologia, 1990, p. 386 e 387.
[5] Comentário Bíblico Adventista do Sétimo Dia. Disponível em
www.ellenwhitebooks.com
[6] Professor Otoniel Mota. Meu Credo Escatológico [opúsculo]. ed. 1938, pág. 3.