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A Alma

“E não temais os que matam o corpo, mas não podem


matar a alma”
(Mt 10.28).
ORIGEM E ETIMOLOGIA DA PALAVRA ALMA
A palavra alma tem a sua origem no latim, anima, e
significa: “alma, vida”. A palavra hebraica para alma é
Nefesh, que por sua vez possui uma variedade de
significados. Seu campo semântico é grande e, por essa
razão, o seu significado depende do contexto em que ela
aparece. Na língua grega a palavra para alma é psiche, é
uma palavra polissêmica e o seu significado, assim como
no hebraico, só pode ser definido de acordo com o
contexto. Alma, como foi dito, possui vários significados,
entre eles: “Vida, sangue, pessoa, parte imaterial e
imortal etc.”
“A alma do homem, sua natureza espiritual e imortal,
com todas as suas capacidades superiores e inferiores,
suas faculdades racionais e animais; Mt 10.28”
(ROBINSON, EDWUARD, Léxico Grego do Novo
Testamento, p. 1001,1002, Ia edição 2012, CPAD - Rio de
Janeiro).
“Psyche denota “a respiração, a respiração de vida”,
então, “alma”, em seus vários significados. Os usos do
Novo Testamento “podem ser analisados mais ou menos
assim: “a) a vida natural do corpo Mt 2.20, ‘morte’; Lc
12.22, vida; At 20.10; Ap 8.9; 12.11; cf Lv 17.11; ZSm 14-7;
Et 8.11); b) a parte imaterial, invisível do homem (Mt
10.28; At 2.27; cf. IRs 17.21); c) o homem desencarnado -
ou ‘despido’, ou desnudo’, 2Co 5.3,4 (Ap 6.9).
(DICIONÁRIO VINE, p, 388, 2a edição 2003, CPAD, Rio de
Janeiro).
O HOMEM NÃO É UMA ALMA, ELE TEM UMA ALMA
Os aniquilacionistas, também conhecidos como
mortalistas, na tentativa inútil de desconstruir a doutrina
da imortalidade da alma, afirmado peremptoriamente
que o homem não tem uma alma, mas que ele é uma
alma. Mas ao estudarmos as Escrituras, principalmente w
textos do Novo Testamento e consultarmos alguns
léxicos, podemos chegar à conclusão de que o homem
não somente tem uma alma, mas, também, que essa
alma é a parte imaterial e imortal do homem. Nas
palavras do Senhor Jesus, a alma é imaterial e imortal,
pois ela sobrevive à morte do corpo. Que a alma é
imortal, ou seja, ela sobrevive à morte do corpo, o Senhor
Jesus deixou claro no Evangelho segundo Mateus, aio
dizer aos seus discípulos:
“E não temais os que matam o corpo, mas não podem
matar a alma” - (Mt 10.28).
Alguns mortalistas, têm acusado os imortalistas de serem
parciais em sua afirmação sobre a imortalidade da alma
ao citar apenas a primeira parte do texto, quando a
segunda parte diz totalmente o contrário do que eles
afirmam. Em resposta a essa acusação, afirmamos que a
segunda parte em nada contribui com a visão dos
aniquilacionistas. Pois quando a segunda parte de Mateus
10.28 afirma que os discípulos devem temer aquele que
pode fazer o corpo e a alma perecerem no geena, a
palavra perecer tem apenas o sentido de destruir sem
aniquilar. O verbo apóllimi que aparece no texto também
é usado em outras passagens para se referir à ovelha
perdida, a dracma que se perdeu, ao odre de vinho que
se estragou e ao filho pródigo que se perdeu. Agora, o
mais interessante de tudo é que nenhum dos objetos ou
mesmo a ovelha ou o filho pródigo, apesar de estarem
perdidos, deixaram de existir. Pois todos foram
encontrados (Lc 15.1-32). Logo, como dissemos, a
segunda parte do texto acaba complicando ainda mais a
vida dos mortalistas que não acreditam no estado
intermediário. Pois supondo que a alma irá perecer no
geena, ou seja, será aniquilada, afirmação essa com a
qual não concordamos, isso só ocorrerá depois do
milênio, ou seja, mil anos depois da volta de Jesus. Sendo
assim, com razão perguntamos aos aniquilacionistas que
negam a existência de um estado intermediário para os
mortos, onde estão as almas dos antediluvianos, dos que
pereceram em Sodoma e Gomorra e nas cidades
circunvizinhas, uma vez que Jesus afirmou que a alma não
morre por ocasião da morte do corpo? A luz dessa
explicação, mesmo que os aniquilacionistas continuem
persistindo na morte da alma, contrariando as palavras
do Senhor Jesus, com uma coisa, obrigatoriamente, terão
que concordar, que existe o estado intermediário dos
mortos. Pois, de outra sorte, eles terão que responder à
pergunta que não quer calar: “Onde estão as almas dos
ímpios, desde Caim até os nossos dias, visto que a alma,
de acordo com as palavras do Senhor Jesus, não morre
por ocasião da morte do corpo”? Não obstante, vale a
pena lembrar que a alma é a parte imaterial e imortal do
homem, conforme as palavras do Senhor Jesus e dos
lexicógrafos aqui, apresentados, e, por essa razão, ela não
morre, porque ela é imortal (Mt 10.28; Lc 23.43; 2Pe 2.9).
A ALMA COMO PARTE IMATERIAL E IMORTAL
Que a alma é a parte imaterial e imortal do homem, além
do que Jesus disse em Mateus 10.28, podemos ver em
várias passagens do Novo Testamento (Mt 10.28; Lc
16.19-31; 23.43; 2Pe 2.9). Após a morte do corpo, a alma
segue para o estado intermediário no céu, para os justos
ou no lugar de tormento, no inferno, para os ímpios.
Nesse estado elas sobrevivem de modo consciente, como
é mostrado por Jesus (Lc 16.19-31; 23.43; Mc 9.42-48;
2Pe 2.9; Ap 6.9-11; 7.9-17).
Ora, para que os ímpios possam sofrer a pena do castigo
eterno, conforme pontuou o Senhor Jesus em Mateus
25.46, necessariamente a alma precisa ser imortal. De
outro modo, como o castigo poderá ser eterno numa
alma que morre? Logo, à luz da realidade do próprio
castigo eterno ao qual os ímpios serão submetidos, por
Jesus, podemos afirmar inequivocamente que o homem
tem uma alma e que essa alma é imaterial e imortal.
Somente crendo na verdade da Palavra de Deus, que
afirma que a alma é imortal, podemos sustentar e
defender a eternidade do castigo dos ímpios. Logo, ao
negar a doutrina bíblica da imortalidade da alma,
negamos o estado intermediário, e o castigo eterno dos
ímpios.
A ORIGEM DA ALMA
A alma tem a sua origem em Deus. Quanto à sua origem,
existem três teorias: O pré-existencialismo, o
criacionismo e o traducianismo ou traducionismo.
1- O pré-existencialismo parte do princípio de que as
almas passaram a existir antes da criação do homem.
Platão chegou a defender que as almas têm
existência própria, dessa forma, coexistindo com
Deus.
2- O criacionismo, por sua vez, defende que Deus cria
uma alma nova para cada pessoa por ocasião da
fecundação.
3- E por último, o traducionismo parte da perspectiva
de que Deus outorgou ao homem a capacidade de
ele (homem) criar um ser completo, corpo, alma e
espírito.
Esta terceira posição parece a mais aceita no cristianismo
ortodoxo.
Fonte: Dicionário de palavras, expressões, interpretação
e curiosidades Bíblicas, Elias Soares de Moraes, 1ª Edição
– Outubro de 2020, Editora Beit Shalom.

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