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A REVOLUÇÃO ANGLICANA: UMA BREVE ANÁLISE DA INFLUÊNCIA

HISTÓRICO-POLITICO PURITANA NA INGLATERRA

Edkleyton Freire Leão De Araújo

Introdução

Neste artigo, discorre-se sobre a origem e desdobramentos da revolução


Anglicana e a influência socio-politica do movimento puritano, tendo como
opção metodológica o caminho que segue. No primeiro momento, são
analisados os pressupostos históricos, a ambiência anterior e contemporânea
ao surgimento do puritanismo. Logo depois, o texto se prende na análise da
figura de seu expoente maior, Henrique VIII, demonstrando sua história e de
seus descendentes. Em seguida, procura-se demonstrar a preocupação e as
atitudes sociais empreendidas no século XVI. Encerrando com a tentativa de
demonstrar as razões que causaram esta ruptura. Destaca-se que para
alcançar os intentos deste artigo, recorreu-se, preferencialmente, aos textos
dos especialistas em história dos puritanos.

O movimento puritano

Soares (2010, p. 42, apud DOWLEY, 2009 p.117), o Puritanismo foi um


movimento que surgiu na reação protestante britânica no final do século XVI. A
Inglaterra estava separada da submissão papal, mas não da doutrina, liturgia, e
ética católica. O rei inglês Henrique VIII (1491-1547), movido por motivos
pessoais, e não por convicção teológica liderou uma reforma política no Reino
Unido (Inglaterra, Escócia, Irlanda e País de Gales) que defendia o rompimento
com a Igreja Católica Romana, vindo a originar-se a Igreja Anglicana. Ora, uma
reforma originada assim não se podia conservar. Ainda assim, independente de
seus reais motivos, Henrique VIII foi o estopim iniciador da reforma inglesa
ainda que parcial. O puritanismo foi uma reação a essa parcialidade, nas
palavras de Knight e Anglin:

O que Henrique VIII tentou, não era, de forma alguma, uma


verdadeira reforma religiosa. Ele acabou com a obediência ao
papa no ano de 1534; supriu as ordens pedintes no ano
seguinte, e após este ato saqueou os mosteiros, de cujos
rendimentos se apoderou para o seu próprio uso. (KNIGHT e
ANGLIN, 1983, p. 172).

Ainda segundo Soares (2010, p. 41 e 42, apud DOWLEY, 2009 p.73),


com o desejo de casar-se com Ana Bolena, Henrique VIII enviou uma carta
solicitando ao papa Clemente VII a anulação de seu casamento com Catarina
de Aragão, pedido este que foi recusado. Enraivecido com a negação do papa
e influenciado por seu chanceler Thomas Cromwell (1485-1540), Henrique VIII
decide confiscar os mosteiros e as terras da Igreja, do mesmo modo que havia
sido feito na Suécia e outros países, fazendo com que assim surja a religião
anglicana na Inglaterra. Mas ao que nos parece há nas intenções do monarca
do que ter um filho homem, havia propósitos ambiciosos em suas ações, isso
verificado pelo fato do reinado de Henrique ter sido mal administrado,
passando por várias crises financeiras, isso aliando a uma vida desregrada
com gastos exorbitantes, por exemplo, disso havia mais de duas mil tapeçarias
em seus palácios por comparação, Jaime V da Escócia tinha apenas duzentas
(THOMAS, 2005, p. 79–80). Orgulhava-se de exibir suas coleções de armas,
que incluíam exóticos equipamentos de tiro com arco, 2.250 peças de artilharia
e 6.500 armas curtas (DAVIES, 2005, p. 11–29).

Tudo isso colapsou a economia do país. Isso fez com que


Henrique VIII voltasse seus olhos para as terras que
pertenciam à igreja a Dissolução dos Mosteiros forneceu um
meio de reabastecer o tesouro e a coroa acabou assumindo
posse de terras monásticas de valor de £120 mil por ano. A
coroa lucrou um pouco em 1526 quando Wolsey colocou a
Inglaterra no padrão ouro, tendo desvalorizado o valor da
moeda um pouco. Cromwell desvalorizou a moeda mais,
começando na Irlanda em 1540. Como resultado, a libra
inglesa ficou com metade do valor da libra flamenga entre 1540
e 1551. O lucro nominal foi significante, ajudando a nivelar os
gastos com a renda, porém teve um efeito catastrófico na
economia geral do país. Parcialmente ajudou a trazer um
período de altas inflações a partir de 1544. (WEIR, 2002,
p.393).
Com a ajuda do parlamento que Henrique criou o Ato de Supremacia e
assim começa a dar início a “reforma”[1], acabando com a autoridade papal e
com o monasticismo, tomou as posses destes clérigos, muitas das quais tomou
para si mesmo e outras o distribui ou vendeu a preços baixos. Henrique
também obrigou o clero a reconhecê-lo como chefe da igreja na Inglaterra. Foi
então que então em 1533, ele teve seu casamento com Catarina anulado por
Thomas Cranmer (1489-1556) agora então arcebispo de Canterbury.

Porem o rei não se limitou nisto, ele pediu novamente o apoio


do parlamento para proibir a resistência de clérigos ingleses
fora do país. Ele proibiu também o pagamento de anatas ao
papa e suspenderam os recursos das cortes eclesiásticas
inglesas às cortes romanas. Porém, o passo mais importante
para a separação foi tomado no ato de supremacia, de 1534.
Este ato declarava que o rei era o único chefe supremo na terra
da igreja da Inglaterra. (CAIRNS, 1995, p. 267-268).

Agora com o poder tanto político como eclesiástico lhe falta agora um
herdeiro Henrique já havia inclusive aprovado um ato de sucessão pelo qual o
trono seria ocupado pelos seus filhos, mas o rei e supremo chefe ainda não
tinha o que ele mais queria, pois, o filho tido com Ana Bolena fora mais uma
menina que recebeu o nome de Elizabeth I (1558-1603), “coincidentemente”
em 1556, Ana foi julgada e declarada sob a acusação de adultério, permitindo
ao rei fazer mais uma tentativa em um novo casamento desta vez com Jane
Seymour com quem finalmente teve um filho homem, antes que esta viesse a
morrer.

Henrique se casou outras vezes: com Ana de Cleves de quem veio a se


separar, em seguida com Catarina Howard a quem executou e Catarina Parr
que consegue vencer viva ao desejo do rei por um herdeiro varão. Henrique
VIII tirou a igreja do domínio de Roma colocando-a sobre o domínio real como
uma igreja estatal e mesmo que suas intenções não fossem de purificar a igreja
dos seus desvios, pois ao morrer deixou uma igreja nacional que é dirigida pelo
rei, porem continuava católica romana em sua doutrina, porem eis que em meio
às trevas surgia uma luz para a tão sonhada reforma, havia uma bíblia na mão
do povo e em sua própria língua.

Porém, essa luz começaria a brilhar mais forte com seu filho
Eduardo VI (1547-1553) que prosseguirá com a fase religiosa
da reforma Eduardo VI, sendo o primeiro rei inglês criado como
protestante e apresentando tendências calvinistas (SOARES,
2010, p. 42). E com apenas 9 anos, Eduardo VI assume o trono
do pai, orientado por seu tio Eduardo Seymour, 1.º Duque de
Somerset, que foi então indicado a regente, ele também era
uma grande simpatizante do protestantismo e adepto da
liberdade religiosa, foi Somerset que guia Eduardo a fazer
mudanças que tornariam a reforma na Inglaterra tanto religiosa
quanto teológica, tanto política quanto eclesiástica. (LOACH,
1999, p. 4).

Diante desses intentos, a ceia passou a ser ministrada tanto no modo


protestante como no romano, foi também concedida autorização para que os
clérigos contraíssem matrimonio, as imagens foram abolidas das igrejas,
porém, uma medida mais efetiva foi com certeza a publicação do livro de
oração comum em 1549, tendo Thomas Cranmer como seu principal autor,
dando assim ao povo, pela primeira vez, uma liturgia em seu idioma (ELTON
1977, p. 345.).

Segundo Brigden, esses atos pró-reformistas proporcionam o


retorno dos clérigos que haviam sido exilados, agora renovados
por novas ideias do continente que em sua maioria eram
calvinistas. Eduardo queria dar, de fato, prosseguimento de
uma reforma ampla e religiosa do que seu pai havia começado,
como, por exemplo, estipular que os cultos não fossem mais
em latim e sim em inglês, nessa época, a influência dos
partidários de uma reforma profunda da igreja inglesa se tornou
mais forte (BRIGDEN 2000, p. 195).

John Hooper dispôs-se a aceitar um bispado que lhe foi oferecido, mas
não há ser investido no ofício do modo prescrito, com o uso das vestes
litúrgicas, acabou sendo lançado na prisão por algum tempo e foi o primeiro a
expor o argumento acerca das vestes dizendo serem coisas indiferentes, e sim
resquícios do catolicismo. Começa a surgir uma nítida distinção entre
anglicanismo e puritanismo. Segundo Dickens, Cranmer dedicou-se também na
elaboração de um credo com a ajuda de vários teólogos tais como John Knox
(1514-1572), surgindo daí 42 artigos que tenha um tom Calvinista mais
especificamente nos capítulos referentes à predestinação e a comunhão que
se adornaram o credo da igreja anglicana em 1553 (DICKENS 1967, pp. 340–
49.).

Porém, com a morte de Eduard, no mesmo ano da assinatura


do ato de uniformidade em 1553, reina em seu lugar sua irmã
Maria Tudor. Durante o reinado de Maria Tudor, temos o
desenvolvimento da chamada contrarreforma, Maria tentou
reatar os laços com a Igreja Católica romana na Inglaterra daí
passou a perseguiu os líderes protestantes (SOARES, 2010, p.
42).

Com isso Muitos foram mortos como cita, Matos, tais como Hugh
Latimer, Nicholas Ridley e Thomas Cranmer que de início veio a retratar-se,
porem voltou, ao ser queimado colocou a mão que assinou a retratação no foco
até queimar. Cerca de 800 outros clérigos fugiram para o continente (Genebra,
Zurique, Frankfurt), entre eles John Knox e William Whittingham, o principal
responsável pela Bíblia de Genebra. Nesse período surgiram em Londres às
primeiras igrejas independentes. Com a morte de Maria Tudor em 1558,
assume em seu lugar, Elizabeth I com a idade de 25 anos. Elizabeth
aparentava tender mais para o protestantismo, pois o casamento de seus pais
não havia sido aprovado pele igreja de Roma, inicialmente esperançosos,
porem o futuro se mostrou contrário a isso, como explica do Alderi (SOARES,
2010, p. 42):

A rainha insistiu em controlar a igreja, manteve os bispos e as


cerimônias. A mesma divisão anterior se manifestou entre os
líderes imbuídos de convicções protestantes, alguns, como
Matthew Parker, Richard Cox, Edmund Grindal e John Jewel,
protestaram no início, mas acabaram acomodando-se a coisas
como são. Aceitaram bispados e outras posições eclesiásticas
sob o argumento de que, se recusassem esses ofícios,
Elizabete nomearia católicos romanos em lugar deles. Outros,
como Thomas Sampson, Miles Coverdale, John Foxe e
Lawrence Humphrey, desafiaram a rainha” (MATOS, 2011).

A nova rainha da Inglaterra era simpatizante da Reforma. Ainda em


1559, solicitou a revisão do Livro Comum de Oração, e editou em 1562, os 39
Artigos de Fé[2] como padrão doutrinário da Igreja Anglicana[3]. Autorizou a
volta dos reformadores ingleses exilados. Todavia, os que retornaram estavam
insatisfeitos com a lenta e parcial Reforma eclesiástica que Elizabeth estava
realizando. González comenta que os que foram expulsos “trouxeram consigo
fortes convicções calvinistas, de modo que o Calvinismo se estendeu por todo
o país” (GONZÁLEZ, 1998, p. 70).

Eles haviam contemplado o que os princípios da Reforma poderiam


fazer em outros países, agora estavam comprometidos em aplicá-los em sua
terra natal. Com as constantes mudanças de poder, a reforma tonou-se algo
que caminhava a passos largos em distância do proposito dos reformadores, e
vista como superficiais, para homens como os Lolardos que surgiram com os
ensinos de João Wycliffe. Eles já davam uma grande ênfase a autoridade da
bíblia e a tendo invista precisarem ter uma comunhão pessoal com cristo, eles
vêm ressurgir com o advento da reforma política da Inglaterra no século XVI,
mais uma vez a luz parece que voltará a brilhar em direção a reforma quando a
rainha Elizabeth morre em 1603, deixando o trono sem deixar descendentes de
sangue. Em suas últimas instruções no leito de sua morte, indicou que seu
sucessor devia ser o filho de Maria Stuart, Tiago (1603-1625) ou James em sua
versão inglesa que já possuía experiência, pois governava na Escócia.

Segundo González, os puritanos temiam o novo soberano,


James, filho da católica Maria Stuart. Apesar de tais suspeitas,
James não favoreceu aos católicos, que, desde o princípio de
seu reinado, solicitaram várias concessões, sem maiores
resultados. Seu ideal era a monarquia absoluta que existia na
França e que, na Escócia, os presbiterianos não o haviam
permitido implantar. Quem sabe, por razões desses conflitos
com o presbiterianismo escocês, estava convencido da
necessidade de apoiar ao episcopado e apoiar-se no mesmo.
Segundo o próprio Rei dizia, “sem bispos não há rei”
(GONZÁLES, 1984, p. 229).

Isso pareceu promissor aos puritanos isso tendo em vista sua origem
presbiteriana através dele finalmente eles pudessem ver uma verdadeira
reforma na Inglaterra. Decepcionantemente em 1604 ao encontrar-se com o
novo rei na conferência de Hampton Court para apresentar seus pedidos. O rei
ameaçou “expulsá-los da terra, ou fazer pior, ”tendo dito que o
presbiterianismo”se harmonizava tanto com a monarquia como Deus com o
diabo”. (CAIRNS, 1995, p. 277).

Segunda ainda González, falando sobre o reinando de diz que


Tiago tinha de enfrentar grandes dificuldades. Primeiramente,
os ingleses sempre o consideraram estrangeiro. O plano do rei
de unir ambos os reinos, ainda que depois tenha dado
resultado, de início lhe criou inimigos tanto na Inglaterra como
na Escócia. Ao mesmo tempo, as sólidas bases em que
Elizabeth fundara o comércio começava a dar frutos e isto lhe
dava maior fama na classe mercantil e burguesa. Mas a política
de James, tanto no campo internacional como no interno, não
era do agrado dessa classe, que esperava que a coroa
estabelecesse uma ordem internacional que a favorecesse,
mesmo não estando disposta a sacrificar-se em prol dessa
ordem. (GONZÁLEZ, 1984, p. 277).
Para contribuir ainda mais com o declínio do governo de James, seus
representantes no Parlamento negavam-se a aprovar os impostos necessários
para intervir decisivamente nos conflitos que aconteciam na Alemanha. Tudo
isso fez com que James deixasse um legado terrível para seu filho Carlos I
(1625-1649) que só promoveu ainda mais oposição por parte do parlamento
protestante, pois o parlamento culpava o próprio reino pela estagnação da
reforma por seus métodos políticos. Segundo González (GONZÁLEZ, Vol2 – p.
277). Os que defendiam que a Igreja Anglicana carecia duma completa
Reforma foram apelidados jocosamente de "puritanos". De fato, os puritanos
acreditavam que a igreja inglesa necessitava ser purificada dos resquícios do
romanismo.

Eles clamavam por pureza teológica, litúrgica e moral! Henrique VIII


embora discordasse da Igreja Católica acerca dos seus divórcios, ele morreu
sustentando o título de Defensor da fé Católica. Mas, os puritanos também
ansiavam por mudanças litúrgicas, pois, mesmo a Inglaterra se declarando
protestante, a missa ainda era rezada em latim, eram usadas as vestimentas
clericais, velas nos altares, e o calendário litúrgico e as imagens de santos
eram preservadas. Era uma incoerente ofensa aos reformadores ingleses. A
começar pela liderança da Igreja, a prática do evangelho não estava sendo
observada. Os puritanos exigiam não apenas mudanças externas, religiosas e
políticas, mas mudança de valores, manifesto numa ética que agradasse a
Deus, de conformidade com a Palavra de Deus. Foi por causa deste último
ponto que o apelido puritano se tornou mais conhecido. Eles eram
considerados puros demais, porque queriam ter uma vida cristã coerente com
princípios cristãos reformados! Infelizmente, uma caricatura horrível é feita
deste movimento. Não poucas vezes os puritanos são criticados e
mencionados com desdenho; entretanto, isto apenas evidencia a ignorância
acerca da grandiosidade da obra e esforço destes homens e mulheres. Muitos
perderam a sua vida por serem zelosos com o estudo e ensino, por viver
consistentemente o puro evangelho de Cristo!

Causas da revolução
Após a morte da Rainha Elizabeth I (1533-1603) da Casa Tudor, as
pessoas começaram a se sentir insatisfeitas. A rainha recusou-se a casar e
não deixou sucessores. Portanto, James Stuart, filho da Rainha Maria Stuart,
subiu ao trono. No entanto, antes da morte de Elizabeth I, a expectativa em
certos assuntos era que Maria, a Rainha Católica da Escócia (1542-1587)
fosse entronizada.

Ela estava cumprindo pena na Inglaterra na época e foi acusada de


conspirar para assassinar Elizabeth. Em 8 de fevereiro de 1587, a rainha
Elizabeth I finalmente concordou com a execução de Maria Stewart. Além da
ameaça direta ao trono, a rainha também testemunhou mudanças na nobreza,
cujo papel militar não é mais importante para a Inglaterra.

Os nobres também perderam espaço no governo, e a Câmara dos


Comuns passou a desempenhar um papel semelhante ao da Câmara dos
Lordes no Parlamento. No que lhe concerne, a pequena nobreza exigiu falar no
Parlamento, e a Igreja Católica perdeu sua importância. Além disso, a pequena
burguesia expressou simpatia pelos puritanos. Eles acreditam que a igreja
anglicana fundada por Elizabeth I ainda está muito próxima do catolicismo
romano, impondo cerimônias próximas ao catolicismo nas celebrações. A
rainha rejeitou qualquer mudança e as diferenças formaram a base da guerra
civil.

Em 1629, o rei ainda enfrentava outras leis que interferiam diretamente


na regra. Naquele ano, o parlamento aprovou duas resoluções. A primeira
ordem anunciava que um inimigo do país estava tentando trazer inovação para
a religião, quando ele aparentemente simpatizava com o catolicismo. A
segunda resolução determinou que quem impõe tarifas sem o consentimento
do Congresso será considerado inimigo do reino. Como resultado dessas
resoluções, Carlos I dissolveu o Parlamento, que não realizará reuniões por 11
anos consecutivos.

A atitude do rei levou os puritanos a clamar pela defesa da Magna Carta


e dos direitos de todos os súditos britânicos. A base para o questionamento é a
teoria da realeza divina. Para os puritanos, isso minou as exigências da lei,
direitos de propriedade e direitos pessoais limitados. Em suma, a burguesia
britânica acredita ser necessário restringir o domínio do rei. O desacordo entre
o rei e o parlamento surgiu em 1640. Naquela época, o rei Carlos I convocou
membros para financiar a guerra contra a Escócia e foi contestado pelo Alto
Comissariado. O rei não aceitou essas perguntas e formou um exército para
lutar contra o parlamento.

A primeira acusação do exército ocorreu em 1641, quando eclodiu uma


rebelião contra o domínio britânico sobre a Irlanda. Depois disso, muitas
batalhas aconteceram e a guerra civil realmente começou. Portanto, um novo
modelo de gerenciamento das forças armadas entrou em cena, e o "Novo
Exército Modelo" foi aprovado em 1644 sob a defesa de Oliver Cromwell (1599-
1658) na Câmara dos Comuns.

Cromwell era um membro da pequena nobreza e vivia como uma


pequena nobreza. Ele é membro do Congresso desde 1640. Pertencia a uma
família rica, acreditava que a distinção de classes era o pilar da sociedade e se
opunha à igualdade dos cidadãos, condição declarada pelos puritanos. A
diferença entre Cromwell e o rei Carlos I era a tributação dos cidadãos, a
insegurança dos direitos de propriedade e a falta de liberdade religiosa.

Embora Cromwell questionasse a teoria legal de Deus, ele ainda


acreditava sinceramente que Deus o escolheu para liderar o povo contra Carlos
I. Em 1 de janeiro de 1649, o rei Carlos I foi acusado de ser um "tirano, traidor,
assassino, inimigo público, sem misericórdia para com a comunidade inglesa".
O julgamento foi fraudado e apenas metade dos 135 juízes compareceu ao
tribunal, e apenas aqueles que apoiaram Cromwell foram autorizados a
participar da reunião. Cromwell liderou o julgamento, e o rei era responsável
perante o povo, não apenas Deus, então Carlos I foi condenado à morte por
decapitação.

Quais as consequências dessa revolução?


Com a morte de Carlos I, a monarquia foi abolida e a Inglaterra
proclamou uma república. O parlamento foi dissolvido e Cromwell chegou ao
poder em 1653 durante um período conhecido como "Federação" como
protetorado da República. Após sua morte, seu filho Richard (Richard) assumiu
seu lugar e ele foi considerado fraco em comparação com seu pai. Devido a
diferenças internas, em 1658, o parlamento decidiu restaurar a monarquia.

A monarquia parlamentar foi estabelecida após um acordo foi alcançado


entre o parlamento e Guillerme de Orange. Por volta de 1660, Carlos II (1630-
1685) voltou da Holanda e subiu ao trono. Portanto, a guerra acabou e a
Inglaterra experimentou um período de recuperação. “Reforma” - a reforma de
Henrique VIII chamais teve o propósito de purificar a igreja como foram as da
primeira geração e posteriormente da segunda.

Este documento doutrinário é essencialmente calvinista. Os 39 Artigos


de Fé serviram para preparar a abertura de um processo de divulgação do
Calvinismo na Igreja Anglicana que culminaria na Assembleia de Westminster
(1643-1648), que produziu a Confissão de Fé e os Catecismos Breve e Maior.
B.B. Warfield, Studies in Theology in: The Works of. B.B. Warfield, pp. 483-511.

Maioria dos clérigos anglicanos relutam, ainda hoje, em adotar uma


posição de consistência teologicamente calvinista. Em geral, os teólogos
anglicanos adotam a Via Media, ou seja, eles tentam conciliar a teologia
romana com a protestante, e formar um sistema doutrinário sincretista. Veja
E.A. Litton, Introduction to Dogmatic Theology (London, James Clark &CO,
LTD, 3ªed., 1960), p. xi-xv. A liturgia anglicana ainda segue o The Book of
Common Prayer (Livro Comum de Oração), embora na Comunhão Anglicana
cada Província é livre para alterar e adaptá-lo.

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