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Ato de Supremacia

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Os Atos de Supremacia (em inglês: Act of Supremacy) são dois atos aprovados pelo Parlamento
da Inglaterra no século XVI, que estabeleceram os monarcas ingleses como chefes da Igreja da
Inglaterra. A Lei de 1534 declarou o rei Henrique VIII e seus sucessores como o chefe supremo da
Igreja, substituindo o papa. A lei foi revogada durante o reinado da católica rainha Maria I. A Lei
de 1558 declarou a rainha Elizabeth I e seus sucessores o Supremo Governador da Igreja, um título
que o monarca britânico ainda detém.

Primeiro Ato de Supremacia de 1534


O Ato de Supremacia de novembro de 1534 (26 Hen. 8, c. 1) foi um ato do Parlamento da
Inglaterra ao rei Henrique VIII que declara que ele é "o único chefe supremo na Terra da Igreja na
Inglaterra" e que a Coroa inglesa pode usar "todas as honras, dignidades, proeminências,
jurisdições, privilégios, autoridades, imunidades, lucros, e comodidades para a referida
dignidade".[1] Pela letra da lei, ficou claro que o Parlamento não garantia o título ao Rei, o que
sugere que eles tinham o direito de retirá-lo mais tarde, mas afirmava que era um dado adquirido.
Henrique foi declarado rei da Inglaterra e "Defensor da Fé" (Fidei Defensor) em 1521 pelo Papa
Leão X pelo seu panfleto acusando Martinho Lutero de heresia. O Parlamento ainda conferiu este
título a Henrique, em 1544. O Ato de 1534 foi tornado oficial para a Reforma Inglesa que tinha sido
preparada desde 1527. O principal objetivo deste ato era que Henrique pudesse obter a anulação do
seu casamento com Catarina de Aragão, uma vez que Catarina não poderia dar-lhe um filho para
sucessão do trono, Henrique começa um romance com Ana Bolena; porém, o Papa Clemente VII
recusou conceder a anulação. O Ato de Traição foi emitido mais tarde dizendo que desaprovar o
Ato de Supremacia e privar o rei da sua "dignidade, título ou nome" era considerado traição.[2]

Por se recusarem a se submeter a este ato, o humanista Thomas More, o bispo John Fisher e vários
religiosos da Ordem dos Cartuxos foram condenados à morte por Henrique VIII.

Este ato foi revogado em 1554 pela filha mais velha do rei Henrique, a Rainha Maria I.[3]

Segundo Ato de Supremacia de 1559


O Ato de Supremacia de Henrique foi revogado no reinado da sua filha católica, Maria I.
Igualmente sem surpresa, foi reintegrado pelos protestantes da sua meia-irmã, Isabel I, quando ela
subiu ao trono. Isabel declarou-se Governadora Suprema da Igreja da Inglaterra, e instituiu um
Juramento de Supremacia, que exigia que qualquer pessoa ou igreja, jurasse fidelidade ao monarca
como Chefe da Igreja e do Estado, em gabinete público. Qualquer pessoa ou entidade que se
recursasse a tomar o juramento poderia ser acusado de traição.[4] A utilização do termo
Governador Supremo, em vez de Chefe Supremo, pacificou os católicos e os protestantes
preocupados com uma líder feminina da Igreja da Inglaterra. Isabel, que foi uma política, não
perseguiu os leigos não-conformistas, ou seja, aqueles que não seguiam as regras estabelecidas da
Igreja da Inglaterra, se as suas ações não prejudicassem diretamente a autoridade do monarca
inglês, como foi o caso da polémica das vestimentas.
A consolidação da Igreja e do Estado ao abrigo da Real Supremacia, tal como estabelecido pelos
Tudors, instigou lutas políticas e religiosas nos séculos seguintes. Esta contenda, juntamente com
outras lutas na Europa, é uma razão, para a separação constitucional da Igreja e do Estado em
muitos países neste momento. No Reino Unido, no entanto, a Coroa, através do Governo, ainda
conserva uma participação significativa na estabelecida Igreja da Inglaterra.

Referências
1. «Henrique VIII do Acto de Supremacia (1534) - texto original» (http://www.britainexpress.com/H
istory/tudor/supremacy-henry-text.htm). História Inglesa. David Ross e a Britain Express (em
inglês). Britainexpress.com
2. «Traição Act, 1534» (http://members.shaw.ca/reformation/1534treasons.htm). Julie P.
McFerran, 2003-2004. Members.shaw.ca
3. Ridges, Edward Wavell (1915). Constitutional Law of England 2ª ed. Londres: Stevens & Sons.
p. 312
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