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Afeganistão

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Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Coordenadas: 33° 56' N 66° 11' E

Emirado Islâmico do Afeganistão


‫( امارت ا س المي اف غان س تان د‬pastó)
Də Afġānistān Islāmī Imārat
‫( اف غان س تان ا س المی امارت‬dari)
Emārat-e Eslāmi-ye Afghānestān

Bandeira Emblema

Lema: ‫هللا ر سول محمد هللا إ ال إل ه ال‬


Lā ʾilāha ʾillā l–lāh, Muḥammadur rasūlu l–lāh ("Não há outra divindade além
de Alá; Maomé é o seu profeta") (Chahada)

Hino nacional: ‫ک ور ب ات وران و د دا‬


Dā də bātorāno kor ("Esta é a Pátria dos Corajosos")[1][2][3][4]

Gentílico: afegão, afegane,[5] afegânico[6]


Localização do Afeganistão

Capital Cabul

Cidade mais populosa Cabul

Língua oficial pastó e dari[7]

Religião oficial islão

Governo Autocracia islâmica unitária teocrática sob governo


provisório
• Emir e Comandante Hibatullah Akhundzada
dos Fiéis
• Primeiro-ministro Abdul Kabir (interino)
• 1.º Vice-primeiro- Abdul Ghani Baradar (interino)
ministro
• 2.º Vice-primeiro- Abdul Salam Hanafi (interino)
ministro

Formação
• Império Hotaqui 1709–1738
• Império Durrani 1747–1842
• Emirado 1823–1926
• Reconhecimento 19 de agosto de 1919
• Reino 9 de junho de 1926
• República 17 de julho de 1973
• Emirado Islâmico 7 de setembro de 1996
• República Islâmica 26 de janeiro de 2004
• Queda da República
15 de agosto de 2021
Islâmica

Área
• Total 652 090 km² (41.º)
Fronteira Irão (O)
Turquemenistão (NO)
Uzbequistão (N)
Tajiquistão (N)
China (NE)
Paquistão (SE)
População
• Estimativa para 2018 32 225 560[8] hab. (34.º)
• Censo 1979 13 051 358 hab.
• Densidade 46 hab./km² (150.º)

PIB (base PPC) Estimativa de 2014


• Total US$ 61,689 bilhões de dólares[9]
• Per capita US$ 1 972[9]

PIB (nominal) Estimativa de 2014


• Total US$ 21,706 bilhões de dólares[9]
• Per capita US$ 693[9]

IDH (2021) 0,478 (180.º) – baixo[10]

Moeda afegane ( AFA )

Fuso horário (UTC+4:30)

Cód. ISO AFG

Cód. Internet .af

Cód. telef. +93

Website governamental [1]

O Afeganistão (em persa e em pastó: ;‫ اف غان س تان‬romaniz.: Afġānistān),


oficialmente Emirado Islâmico do Afeganistão (em pastó: ‫د اف غان س تان ا س المي‬
;‫ امارت‬Da Afġānistān Islāmī Imārāt; em persa: ‫ ;امارت ا س المی اف غان س تان‬Imârat-i
Islâmī-yi Afġânistân), é um país sem litoral, montanhoso, localizado no centro
da Ásia, estando na encruzilhada entre o Sul da Ásia, a Ásia Central e a Ásia
Ocidental. Faz fronteira com o Paquistão ao sul e ao leste, com o Irã ao oeste,
com o Turcomenistão, Uzbequistão e Tajiquistão ao norte, e com China no
nordeste. Ocupando 652 230 km², sendo o 41.º maior do mundo em área, o
Afeganistão é predominantemente montanhoso, com planícies no norte e
sudoeste. Cabul é a capital e a maior cidade, com uma população estimada em
4,6 milhões, sendo o 37.º país mais populoso do mundo,[11] composta
principalmente de etnias pastós, tajiques, hazaras e usbeques.
O território do Afeganistão foi um ponto essencial para a rota da seda e para
a migração humana. Arqueólogos encontraram evidências de presença
humana remontantes ao Paleolítico Médio (c. 50 000 a.C.).[12] A civilização
urbana pode ter começado entre 3 000 e 2 000 a.C.[13] O país fica em uma
localização geoestratégica importante que liga o Oriente Médio à Ásia Central e
ao subcontinente indiano,[14] tendo sido a casa de vários povos através dos
tempos.[15] A terra tem testemunhado muitas campanhas militares, desde
a Antiguidade: as mais notáveis feitas por Alexandre o Grande, Chandragupta
Máuria, Gêngis Cã, pela União Soviética e, mais recentemente, pelos Estados
Unidos e OTAN.[12][13] Também foi local de origem de várias dinastias locais
como os Greco-
bactrianos, Cuchanas, Safáridas, Gasnévidas, Gúridas, Timúridas, Mogóis e
muitos outros que criaram seus próprios impérios.[carece de fontes]
A história política moderna do Afeganistão começa em 1709, com a ascensão
dos pastós, quando a dinastia Hotaki foi criada em Candaar, seguida
por Ahmad Shah Durrani, subindo ao poder em 1747.[16][17][18] A capital do
Afeganistão foi transferida em 1776 de Candaar para Cabul e parte do Império
Afegão foi cedida aos impérios vizinhos em 1893. No final do século XIX, o
Afeganistão tornou-se um Estado-tampão, no Grande Jogo entre os
impérios britânico e russo.[19] Essa circunstância histórica, combinada com o
terreno montanhoso do país, impediu o domínio de potências imperialistas
sobre o país, mas também resultou em baixo desenvolvimento
econômico.[20] Depois da Terceira Guerra Anglo-Afegã e a assinatura
do Tratado de Rawalpindi em 1919, o país recuperou o controle de sua política
externa com os britânicos.[21] Após a revolução marxista de 1978 e a invasão
soviética em 1979, teve início uma guerra entre as forças governamentais
apoiadas por tropas soviéticas e os rebeldes mujahidin, apoiados
pelos Estados Unidos, Paquistão, Arábia Saudita e outros
países muçulmanos.[22] Nesse conflito, mais de um milhão de afegãos perderam
a vida, muitos deles vítimas de minas terrestres.[23][24] Após a vitória dos
rebeldes, em 1992, teve início uma guerra civil, entre diversos grupos rebeldes,
que foi vencida pelos talibãs. Depois dos atentados terroristas de 11 de
setembro de 2001, teve início um novo conflito, decorrente da intervenção de
forças norte-americanas no país.[25] Em dezembro de 2001 o Conselho de
Segurança das Nações Unidas autorizou a criação da Força Internacional de
Assistência para Segurança para ajudar a manter a segurança no Afeganistão
e ajudar a administração do presidente Hamid Karzai.[26]
Enquanto a comunidade internacional está reconstruindo o Afeganistão
dilacerado pela guerra, grupos terroristas como a rede Haqqani e Hezbi Islami
estão ativamente envolvidos na insurgência talibã por todo o país,[27] que inclui
centenas de assassinatos e ataques suicidas.[28] De acordo com a Organização
das Nações Unidas, os insurgentes foram responsáveis por 75% das mortes de
civis em 2010 e 80% em 2011.[29][30]
A guerra de vinte anos entre o governo e o talebã atingiu o clímax com
a ofensiva talebã em 2021, a consequente queda de Cabul, e o
restabelecimento do Emirado Islâmico do Afeganistão.
As décadas de guerra fizeram do Afeganistão o país mais perigoso do
mundo,[31] incluindo o título de maior produtor de refugiados e requerentes de
asilo.[29][32]

Etimologia
O nome Afeganistão (em persa: ‫اف غان س تان‬, [avɣɒnestɒn])[33] significa "Terra
dos Afegãos",[34] que se origina a partir do etnônimo "afegão". Historicamente, o
nome "afegão" designa as pessoas pastós, o maior grupo étnico do
Afeganistão.[35] Este nome é mencionado na forma de Abgan, no século III,
pelo Império Sassânida,[36] como Avagana (afghana), no século VI, pelo
astrônomo indiano Varahimira.[35] Um povo chamado afegão é mencionado
várias vezes no século X, no livro de geografia Hudud al-'alam, principalmente
quando se faz referência a uma vila: "Saul, uma agradável vila nas montanhas.
Onde vivem os afegãos".[37]
Albiruni faz referência no século XI a várias tribos nas montanhas da fronteira
ocidental do rio Indo, conhecidas como montanhas Sulaiman.[38] ibne Batuta, um
famoso estudioso marroquino que visitou a região em 1333, escreve: "Nós
viajámos para Cabul, antigamente uma grande cidade, o lugar agora é habitado
por uma tribo de persas chamados afegãos. Eles vivem nas montanhas e
desfiladeiros e possuem considerável força, e são muitas vezes salteadores.
Sua principal montanha é chamada de Kuh Sulaiman".[39] Um importante
estudioso persa do século XVI explica extensamente sobre os afegãos. Por
exemplo, ele escreve:
Os homens de Cabul e Khilji voltaram para casa; e quando eles foram questionados sobre
os Muçulmanos do Coistão (as montanhas) e como estavam as coisas por lá, eles
disseram, "Não chame de Coistão, mas Afeganistão, pois não há nada lá além dos
afegãos e os distúrbios." Assim, é evidente que, o povo do país chamam a sua casa no
seu próprio idioma como Afeganistão, e se nomeavam Afegãos.[40]
— Firishta 1560-1620 d.C.

É amplamente aceito que os termos pastó e afegão são sinônimos. Nos


escritos do século XVII o poeta pastó Khushal Khan Khattak é mencionado:
Puxe sua espada e mate qualquer um, que diz que pastó e afegão não são um! Os Árabes
sabem e assim fazem os Romanos: afegãos são pastós, pastós são afegãos![41]

A última parte do nome, -istão é um sufixo persa para "lugar", proeminente em


muitas línguas da região. O nome "Afeganistão" é descrito no século XVI pelo
imperador mogol Babur em suas memórias e também pelo estudioso persa
Firishta e os descendentes de Babur, referindo-se a tradicional étnica afegã
(pastó) territórios entre as montanhas de Indocuche e o Rio Indo.[42] No início
do século XIX, Políticos afegãos decidiram por adotar o nome Afeganistão para
todo o Império Afegão após sua tradução para o inglês já havia aparecido em
diversos tratados com o Império Qajar e a Índia Britânica.[43] Em 1857, na
análise de John William Kaye The Afghan Warm Friedrich Engels descreve o
"Afeganistão" como:
[…] um extenso país da Ásia […] entre a Pérsia e as Índias, e na outra direção entre
Indocuche e o Oceano Índico. Ele anteriormente incluía as províncias persas
de Coração e Coistão juntamente com Herate, Baluchistão, Caxemira, Sinde e uma
considerável parte da região do Punjabe […] suas principais cidades são Cabul, a
capital, Gásni, Pexauar e Candaar.[44]

O Reino do Afeganistão foi, por vezes referido como Reino de Cabul, como
mencionado pelo estadista e historiador britânico Mountstuart Elphinstone. [45] O
Afeganistão foi oficialmente reconhecido como um estado soberano pela
comunidade internacional após a assinatura do Tratado de Rawalpindi em
1919.[46][47]

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