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ANTECEDENTES HISTÓRICOS DA
ASSEMBLEIA DE WESTMINSTER
Rev. Ewerton B. Tokashiki
A reforma incompleta
A reforma da Igreja da Inglaterra sofreu várias falhas.[3] Desde Henry VIII ao rei
Charles I (1600–1649), os ingleses não tiveram uma reforma como os
continentais alemães, suíços e holandeses.[4] As intervenções dos monarcas e
a política da via media[5] para a religião britânica impediram mudanças efetivas
na igreja inglesa que resultassem na implantação de uma reforma distintamente
protestante.
A reforma interrompida
Após o falecimento do jovem rei, o trono inglês seria ocupado por uma rainha
católica. O reinado de Maria Tudor (1553–1558) foi marcado por uma política de
intolerância aos protestantes.[17] Ela estava determinada a restaurar a Inglaterra
à Igreja Católica Romana. Milhares de pessoas fugiram, especialmente da
Inglaterra, buscando refúgio em cidades do antigo continente que aderiram à
Reforma protestante; por isso, as famílias perseguidas foram para a Holanda,
Alemanha, França, Itália, Polônia e Suíça. Elas ficaram conhecidas como “os
exilados marianos”, devido aos riscos e danos que sofreram por causa de sua
fé.[18] A política opressiva de Maria causou descontentamento inclusive entre os
seus súditos que permaneceram na Inglaterra.
A reforma revigorada
A Genebra de Calvino acolheu muitas famílias inglesas. Algumas famílias, dentre
os exilados marianos, foram para a Suíça. Em Genebra organizou-se a
congregação inglesa com 212 membros, sendo registrados nos arquivos da
Igreja Genebra, de 1555 a 1559.[20] Durante a estada nessa cidade, todos os
estrangeiros subscreviam basicamente dois documentos do reformador. Como
decisão do Pequeno Conselho de Genebra, os ingleses receberam a instrução
do Catecismo da Igreja de Genebra escrito por Calvino.[21] Igualmente,
submeteram-se às decisões do Pequeno Conselho quanto à ordem do culto,
especialmente o princípio regulador, e, também, tiveram permissão de produzir
textos doutrinários e litúrgicos para uso da congregação inglesa em Genebra.[22]
A reforma retomada
Elizabeth (1558–1603) havia, em meio aos conflitos de interesses políticos, se
tornado rainha da Inglaterra. O governo dos prelados tinha sido reinstalado, isto
é, o sistema eclesiástico dos bispos sob a autoridade da monarca, como chefe
da Igreja Anglicana, bem como adotada a via media como parte da identidade
litúrgica e teológica.[26] A Inglaterra ainda não estava preparada para uma
completa reforma.
A Casa dos Comuns alarmada com o exercício arbitrário do poder real, em 1628,
apresentou a Charles I a Petição de Direito, exigindo a restauração de suas
liberdades. Embora tenha aceitado a petição, posteriormente, o rei dissolveu o
Parlamento e governou monocraticamente por onze anos. Foi somente após o
desastre financeiro das Guerras dos Bispos Escoceses,[40] de 1639 a 1640, que
a necessidade de arrecadação forçou o rei a revogar o Parlamento inglês para
que autorizasse novos impostos. Isso resultou na convocação das assembleias
conhecidas historicamente como Breve Parlamento, de 1640, e o Parlamento
Longo, que perdurou de 1640 a 1660.
A reforma documental
A Assembleia de Westminster se reuniu, de 1643 a 1649, produzindo vários
documentos para a unidade e reforma dos reinos da Inglaterra, Escócia e Irlanda.
Dentre os mais importantes o Diretório do Governo Eclesiástico,[48] o Diretório
do Culto Público e o Diretório do Culto Familiar,[49]a Confissão de Fé, o
Catecismo Maior e o Breve Catecismo.[50] Este foi o período áureo do
movimento puritano no Reino Unido. O puritanismo, em seu estágio áureo, tem
sua essência objetivamente registrada nos documentos produzidos pela
Assembleia de Westminster.
O livro que você tem em mãos é um breve relato de uma grande história!
Convido-o a continuar conhecendo a riqueza produzida pelos nossos pais
puritanos. Há um vasto recurso bibliográfico para o estudo do contexto político,
econômico, social e teológico da Assembleia de Westminster. Permita-me
sugerir algumas fontes de pesquisa indispensáveis aos interessados na área.
1. A. Craig Troxel, “Divine Right” Presbyterianism and Church Power (Diss. PhD.,
Westminster Theological Seminary, 1998).
4. B.B. Warfield, The Westminster Assembly and its work in: The Works of B.B.
Warfield (Grand Rapids, Baker Book, 2003), vol. 6.
5. Chad van Dixhoorn, The Minutes and Papers of Westminster Assembly 1643–
1652 (Oxford, Oxford University Press, 2012), 5 vols.
9. George Gillespie, The Works of George Gillespie (AB Canada: Still Waters
Revival Books, 1991), 2 vols.
11. J. Ligon Duncan, III, ed., The Westminster Confession into the 21st Century
(Ross-shire, Mentor Imprint, 2005), 3 vols.
12. J.V. Fesko, The Theology of the Westminster Standards (Crossway, 2014).
13. James Kevin Culberson, For Reformation and Uniformity”: George Gillespie
(1613–1648) and the Scottish Covenanter Revolution (Diss. PhD., University of
North Texas, 2003).
15. John Rogers, ed., The Journal of the Proceedings of the Assembly of Divines:
From January 1, 1643, to December 31, 1644 in: The Whole Works of the Rev.
John Lightfoot, D. D., vol. 13.
16. John R.H. Corbett, The Churches in England and Scotland, 1603–1649: A
Study in Church Union (Thes. S.T.M., McGill University, 1970).
17. Larry Jackson Hglley, The Divines of the Westminster Assembly — A Study
of Puritanism and Parliament (Diss. PhD., Yale University, 1979).
18. Paul Joseph Smith, The Debates on Church Government at the Westminster
Assembly of Divines, 1643–1646 (Diss. PhD., Boston University Graduate
School, 1975).
19. Robert Baillie, The Letters and Journals of Robert Baillie (Edinburgh, A.
Laurie Publisher, 1842) 3 vols.
21. Robert S. Paul, Assembly of the Lord: Politics and Religion in the Westminster
Assembly: Politics and Religion in the Westminster Assembly and the “Grand
Debate” (T. & T. Clark, 1985)
22. Rowland S. Ward, A Short Introduction to the Westminster Assembly and Its
Work (Tulip Publishing, 2º ed., 2019).
1. www.british-history.ac.uk/church-scotland-records/acts/1638-1842
[3] Entre os ingleses algumas vozes reformistas se faziam ouvir entre os lolardos,
tendo como seu precursor John Wycliffe, um proeminente teólogo da
Universidade de Oxford, demitido em 1381. O movimento político e religioso dos
lolardos origina-se em meados do século XIV e continua até a reforma inglesa
no século XVI. No entanto, o lolardismo também obteve adeptos na Escócia. O
historiador escocês William Marshall observa que o movimento lolardo “não era
nativo na Escócia, como era na Inglaterra. Era uma espécie estranha nesta parte
norte da ilha; mas, logo foi trazido do sul e, rapidamente, criou raízes em nosso
solo e cresceu atrativamente. Wycliffe morreu em 1384, e o protomártir do
lolardismo na Escócia foi queimado em Perth, por volta de 1407. Essa honra não
coube a um nativo, mas a um inglês, chamado James Resby”. William Marshall,
Wycliffe and the Lollards (Edinburgh, Oliphant, Anderson & Ferrier, 1884), p. 87.
[4] J. G. A. Pocock sugere que a reforma de Henry VIII teve uma natureza
ambigua, e as suas tensões criaram grande parte do conflito na política inglesa
durante o período de 1530 a 1688. Veja J. G. A. Pocock, “A discourse of
sovereignty: observations on the work in progress”, in: Nicholas Phillipson and
Quentin Skinner, eds., Political Discourse in Early Modern Britain (Cambridge,
Cambridge University Press, 1993), pp. 377–428.
[7] D. G. Newcombe, Henry VIII and the English Reformation (New York &
London, Routledge, 1995). No entanto, J.H. Merle d’Aubigne não compartilha da
mesma opinião que Newcombe. J.H. Merle d’Aubigne, The Reformation in
England (Edinburgh, The Banner of Truth, 1994), vol. 2. É aceitável a lúcida
opinião de Richard Rex, ao afirmar que “apesar das intenções do rei, essas
mudanças contribuíram para a ascensão do protestantismo inglês. Em quase
todos os estágios de seu desenvolvimento, a sorte do protestantismo inglês
dependeu das atitudes do rei e seus conselheiros próximos. A aliança entre a
coroa e os reformadores forjada durante a polêmica do divórcio foi decisiva para
a sobrevivência do movimento evangélico”. Richard Rex, Henry VIII and the
English Reformation — Second Edition (New York, Palgrave Macmillan, 2006),
p. 161.
[8] Robert Letham observa que Cranmer “tinha como objetivo final o alinhamento
da Igreja da Inglaterra com as igrejas reformadas do continente”. Robert Letham,
The Westminster Assembly — Reading its theology in historical context
(Phillipsburg, P&R Publishing, 2009), p. 12. Quanto a outras ações do arcebispo
da Cantuária, veja Theodore Maynard, The Life of Thomas Cranmer (Chicago,
Henry Regnery Company, 1956).
[10] John Edmund Cox, Miscellaneous Writings and Letters of Thomas Cranmer
(Vancouver, Regent College Publishing, 1846).
[12] Michael S. Springer afirma que Johannes à Lasco “foi um dos mais
dinâmicos organizadores de igrejas durante o período: ele liderou igrejas
reformadas na Frísia Oriental, Londres, Frankfurt e Polônia, e influenciou as
congregações de refugiados franceses e holandeses em terras alemãs e suíças.
A contribuição mais importante de à Lasco para a organização eclesiástica foi
sua ordenança — a Forma ac ratio — que ele escreveu entre 1550 e 1553,
descrevendo a administração, ritos e disciplina usados em sua igreja de
estrangeiros em Londres”. Michael S. Springer, Church building and the Forma
ac ratio: The influence of John à Lasco’s ordinance in sixteenth-century Europe
(Thesis PhD to University of St. Andrews, 2004), p. 2. Diarmaid MacCulloch
escreveu que “juntamente com a monumental declaração doutrinária de Calvino,
as Institutas, ela [a Forma ac ratio] forneceu um importante texto para o futuro
do cristianismo reformado em toda a Europa”. Diarmaid MacCulIoch, “The
importance of Jan Laski in the English Reformation” in: Johannes à Lasco (1499–
1560): Christoph Strohm, ed., Polnischer Baron. Humanist und europâischer
Reformater (Tübingen, JCB Mohr, 2005), p. 331. A ordenança Forma ac ratio de
à Lasco evidencia ter recebido influência da Ordonnances ecclèsiastiques de
Calvino e, que “essa dupla influência de Calvino sobre à Lasco também pode ser
vista em outras partes da ordenança. Eles adotaram muitos salmos franceses e
o catecismo do reformador de Genebra”. Michael Stephen Springer, Restoring
Christ’s church: John à Lasco and the Forma ac ratio (Aldershot, Ashgate
Publishing Company, 2007), p. 129. Veja também, Min Kang, John Calvin and
John à Lasco on Church Order: A Comparative Study with Special Attention to
Church Offices (Kampen, A Thesis of MTh to Protestant Theological University,
2011); e, Dirk Wayne Rodgers, John à Lasco in England (Dissertation PhD to
Drew University, 1991).
[13] Cranmer em uma carta para Bucer, em 2 de outubro de 1548, onde escreveu
“vinde, pois, a nós, e entregue-se a nós como trabalhador na seara do Senhor;
entre nós, você não será menos útil para a igreja católica de Deus do que
mantendo-se em seu atual ofício. Você também pode, enquanto ausente, ser
capaz de fazer mais para curar as feridas de seu país aflito do que estando
presente. Não demore, mas venha até nós o mais rápido possível. Deixe-nos
mostrar que nada pode nos ser mais grato ou agradável do que a presença de
Bucer. Mas tome cuidado para não incorrer em perigo em sua jornada. Você
sabe que existem aqueles que ameaçam sua vida — não confie a si mesmo nas
mãos deles. Você tem consigo um comerciante inglês chamado Richard Hill, um
homem piedoso e mui fiel, com quem desejo que você converse sobre todo o
plano de sua jornada”. Writings of the Rev. Dr. Thomas Cranmer (London, The
Religious Tract Society, 1830), p. 267–268. Além da docência, as opiniões
teológicas de Bucer foram solicitadas em várias decisões de reforma da religião
inglesa. A primeira versão do Livro de Orações de Edward VI recebeu suas
sugestões, sendo aproveitadas na revisão da segunda edição. O resultado gerou
insatisfação, pois não o suficiente para os reformadores radicais, mas ofendeu
aos conservadores católicos.
[15] Rev. Hastings Robinson, Original Letters Relative to the English Reformation
(Cambridge, The Cambridge University Press, 1847), pp. 346–348. A saúde de
Bucer começava a piorar. É possível que a tuberculose tenha causado a sua
morte entre 28 de fevereiro e 1 de março de 1551, em Cambridge. Bucer faleceu
aos 59 anos. Calvino em uma carta a Pierre Viret declarou que “sinto meu
coração quase esfacelar quando penso na grande perda que a Igreja de Deus
sofreu com a morte de Bucer. O Senhor conceda que eu deixe em vida todos
aqueles cuja morte eu deveria chorar, para que eu deixe o mundo com mais
alegria”. Jules Bonnet, Letters of Calvin (Philadelphia, Presbyterian Board of
Publication, 1858), vol. 2, pp. 310–311.
[17] Ela ficou conhecida como Maria, a Católica ou a Sanguinária, por promover
confiscos, prisões, torturas e execuções de aproximadamente 300 pessoas. Veja
Eamon Duffy and David Loades, eds., The Church of Mary Tudor (Aldershot,
Ashgate Publishing Limited, 2005); e, Eamon Duffy, Saints, Sacrilege and
Sedition Religion and Conflict in the Tudor Reformations (London, Bloomsbury
Publishing Plc, 2012). O principal conselheiro de Filipe II e Maria Tudor foi o Frei
Bartolomé Carranza, um dominicano espanhol. Carranza “aceitou o convite de
acompanhar o príncipe Filipe em sua viagem para a Inglaterra para se casar com
Maria Tudor e permaneceu na Inglaterra de julho de 1554 até julho de 1557,
quando foi para os Países Baixos e logo se tornou arcebispo de Toledo por
indicação de Filipe II”. John Edwards, ed., Reforming Catholicism in the England
of Mary Tudor: the achievement of Friar Bartolomé Carranza (New York,
Routledge, 2016), p. 37. Carranza recorreu aos métodos da Inquisição para
realizar a restauração do papismo sob o reinado de Maria. John Edwards, “A
Spanish Inquisition? The repression of Protestantism under Mary Tudor” in:
Reformation & Renaissance Review, vol. 4, 2002, pp. 72–74. Maria instituiu a
sua própria inquisição com características próprias. No entanto, enquanto a
Inquisição espanhola era uma organização secreta, os julgamentos e prisões na
Inglaterra eram públicos. Grande parte da metodologia e dos processos de
questionamento eram semelhantes, mas a Inquisição de Maria encontrou
resistência dos ingleses e falhou após alguns anos. Apesar de todo terror
disseminado, criaram-se vários mártires a partir das “pobres almas” presas e
mortas por ela e o Bispo Bonner, a Inquisição de Maria não teve o mesmo
sucesso que a espanhola, pois a percepção de martírio incentivou o heroísmo
de suas vítimas e não a intimidação. Sarah J. Dell, “The Unsuccessful Inquisition
in Tudor England” in: The Gettysburg Historical Journal, 2014, vol. 13, Article 5,
pp. 24–49.
[24] Dan G. Danner comenta que “como já foi colocado, muitos historiadores que
lidaram com a Bíblia de Genebra apontam para seus tradutores de promover o
calvinismo e plantar as sementes do puritanismo. Assim, a teologia e o
desenvolvimento teológico de João Calvino são um ponto central necessário
para analisar a teologia da Bíblia de Genebra”. Dan G. Danner, The Theology of
the Geneva Bible of 1560: A study in English Protestantism (Thesis PhD to The
University of Iowa, 1969), p. 163.
[25] Os exilados marianos que se refugiaram em outras cidades européias não
retornaram com o mesmo compromisso de reforma teológica. Os ingleses que
residiram em Frankfurt, por exemplo, preservaram a sua religião conforme
recebida no período edwardiano. John Coffey afirma que “o exílio por si só teria
um impacto limitado no protestantismo inglês — foi o retorno dos puritanos do
exílio que mais fez para mudar a cultura religiosa.” John Coffey, “Exile and return
in Anglo-American Puritanism” in: Yosef Kaplan, ed., Early Modern Ethnic and
Religious Communities in Exile (Cambridge Scholars Publishing), p. 289.
[26] Veja Patrick Collinson, “Sir Nicholas Bacon and the Elizabethan via media”
in: The Historical Journal, vol. 23, Issue 2, June 1980, pp. 255–273. Ronald J.
Vander Molen declara “é evidente que o período de exílio foi ideologicamente
crítico na história inglesa, pois as pressuposições básicas por trás do
pensamento anglicano e puritano foram claramente desenvolvidas e
estruturadas dentro dos partidos religiosos opostos”. Ronald J. Vander Molen,
“Anglican against Puritan: Ideological Origins during the Marian Exile” in: Church
History, vol. 42, no. 1, março de 1973, p. 57.
[27] A maioria dos historiadores concordam que este evento foi o início do
movimento puritano inglês. Veja um importante estudo sobre o tema em George
Truman Washburn, Jr., A study of the Marian exiles at Geneva and their
contributions to the rise of Elizabethan puritanism (Thesis ThD to New Orleans
Baptist Theological Seminary, 1989).
[31] Ao assumir o trono inglês ele altera o seu nome para James I.
[33] Há três principais traduções da Bíblia para o inglês nos séculos XVI e XVII.
A primeira delas é a Grande Bíblia de 1539, sendo a primeira versão autorizada.
Ela foi preparada por Myles Coverdale e aprovada pelo rei Henry VIII. A segunda
foi uma versão preparada pelos exilados marianos em Genebra, em 1560. Ela
recebeu o nome de Bíblia de Genebra, e possuía anotações teológicas nas
margens, sendo muito popular entre os ingleses e escoceses. Mas, uma versão
revisada do Novo Testamento só foi impressa na Inglaterra em 1575, e a Bíblia
completa apenas em 1576. Mais de 150 edições foram emitidas, a última,
provavelmente em 1644. A primeira Bíblia impressa na Escócia foi uma Bíblia de
Genebra, em 1579. A terceira tradução foi a Versão Autorizada ou Versão do Rei
James. Ela foi uma tradução preparada para a Igreja da Inglaterra, encomendada
em 1604 e publicada em 1611. Os 80 livros da Versão do Rei James [King James
Verson] incluem 39 livros do Antigo Testamento, 14 livros apócrifos e os 27 livros
do Novo Testamento. A tradução contou com seis grupos de tradutores,
somando 47 membros ao todo, que dividiram o trabalho entre eles: o Antigo
Testamento foi confiado a três equipes, enquanto a tarefa de traduzir o Novo
Testamento foi entregue a duas e os apócrifos a apenas uma equipe. S.L.
Greenslade, “English versions of the Bible A.D. 1525–1611” in: S.L. Greenslade,
ed., The Cambridge History of the Bible the West from the Reformation to the
present day (Cambridge, Cambridge University Press, 1976), vol. 3, pp. 141–
174.
[37] Anthony Milton relata como era fomentado um sentimento antipuritano, com
a intenção de enfraquecer e minimizar a influência deles. Anthony Milton,
Catholic and Reformed — The Roman and Protestant Churches in English
Protestant Thought, 1600–1640 (Cambridge, Cambridge University Press, 2002),
pp. 531–533.
[38] Ele foi o rei da Inglaterra, Escócia e Irlanda de 1625 até a sua execução.
[39] A reedição do Livro dos Esportes, por exemplo, foi um édito que afrontou
convicções solidamente puritanas. S.R. Gardiner, The Constitutional Documents
of the Puritan Revolution 1625–1660 (London, Henry Frowde, M.A. Publisher to
the University of Oxford, 1899), pp. 99–103. Há uma cópia deste documento em
Henry Gee, and William John Hardy, ed., Documents Illustrative of English
Church History (New York, Macmillan Publishers, 1896), pp. 528–32. Esse livro
foi uma reedição de Charles I de uma declaração anterior sobre o assunto feita
pelo rei James, em 1618, à qual Charles acrescenta algumas palavras e remete
para que o documento seja lido nas igrejas. A data exata do manifesto em sua
última forma é de 18 de outubro de 1633.
[41] Bremer diz que “Lancelot Andrewes, Richard Neile e William Laud
começaram a promover ‘a beleza da santidade’, um programa que incluía
cerimônias como ajoelhar-se para receber a Ceia do Senhor, o retorno dos
altares à capela-mor, boa música no culto e outros elementos que evocavam
memórias de práticas católicas, outrora descartadas”. Francis J. Bremer,
Puritanism: a very short introduction, p. 13.
[43] O Arcebispo Laud teve a sua prisão decretada por este parlamento em 1640,
seus bens confiscados e, finalmente, executado no término da Primeira Guerra
Civil Inglesa em janeiro de 1645. Veja “An Ordinance that all the Temporal
Livings, Dignities and Ecclesiastical promotions belonging unto William Lord
Archbishop of Canterbury, be forthwith Sequestered by and unto the Parliament”
in: C.H. Firth and R.S. Rait, eds., Acts and Ordinances of the Interregnum, 1642–
1660 (London, 1911), p. 176.
[47] Malcolm Wanklyn and Frank Jones, eds., A military history of the English
Civil War, 1642–1646: strategy and tactics (Harlow, Longman, 2005); Frank W.
Jessup, Background to the English Civil War (Oxford, Pergamon Press, 1966); e,
Howard Tomlinson, Before the English Civil War — Essays on Early Stuart
Politics and Government (New York, Macmillan Education, 1984).
[50] Estou preparando uma coletânea de textos que fizeram parte do contexto
antecedente e que foram produzidos durante a Assembleia de Westminster
(1645–1649) e será publicada sob o título de “Documentos da Assembleia de
Westminster”.
[51] Chad van Dixhoorn explica que nem sempre é claro o critério da seleção dos
membros da Assembleia de Westminster. Embora, alguns nomes,
evidentemente, tornaram-se participantes devido à posição social ou a erudição
reconhecida. Certamente, o principal critério para a escolha da maioria dos
membros seria a competência acadêmica, pois todos possuíam, no mínimo, um
mestrado em artes. Veja, Chad van Dixhoorn, The Minutes and Papers of
Westminster Assembly 1643–1652 — Introduction (Oxford, Oxford University
Press, 2012), vol. 1, pp. 13–14.