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BÍBLICA LOYOLA

Sob a responsabilidade da Faculdade de Teologia do CES,


Centro de Estudos Superiores da Companhia de Jesus
Belo Horizonte — MG

1. Barbaglio, G., Fabris, R., Maggioni, B., Os Evangelhos I


2. Fabris, R. e Maggioni, B., Os Evangelhos II, 3“ ed.
3. Fabris, R., Os Atos dos Apóstolos
4. Fabris, R. e Barbaglio G., Cartas de Paulo I
5. Fabris, R. e Barbaglio G., Cartas de Paulo II
6. Fabris, R. e Barbaglio G., Cartas de Paulo III
7a. Vouga, F., A Carta de Tiago
7b. Thevissen, G. et al., As Cartas de Pedro, João e Judas
8. Prigent, R, O Apocalipse
9. Alonso Schökel, L., A Palavra inspirada
10. Gabel, J. B. e Wheeler, C. B., A Bíblia como literatura
11. Stadelmann, 1. L., Cântico dos Cânticos, 2a ed.
12. Egger, W., Metodologia do Novo Testamento
13.
14.
Léon-Dufour,
Léon-Dufour,
X.,Leiturado
X.,Leiturado
Evangelhosegundo João
Evangelhosegundo João
I
II
Entre os dois Testamentos
15. Léon-Dufour, X.,Leiturado Evangelhosegundo João III
16. Léon-Dufour, X.,Leiturado Evangelhosegundo João IV História e religião na época do Segundo Templo
17. Vermès, G., Jesus e o mundo do judaísmo
18.
19.
Freyne, S., A Galiléia, Jesus e os Evangelhos
Pesce, M., As duas fases da pregação de Paulo
Johann Maier
20. Overman, J. A., O Evangelho de Mateus e o judaísmo formativo
21. Fitzmyer, J. A., A Bíblia na Igreja
22. Schmidt, F., O Pensamento do Templo. De Jerusalém a Qumran
23. Berger, K., As formas literárias do Novo Testamento
24. Zuurmond, R., Procurais o Jesus histórico?
25. Vílchez Líndez, J., Sabedoria e sábios em Israel
26. Baumert, N., Mulher e Homem em Paulo
27. Schnelle, U , A evolução do pensamento paulino
28. Simian-Yofre, H. (org.), Metodologia do Antigo Testamento
29. Horsley, R. A. e Silbermann, N. A., A Mensagem e o Reino
30. Vogels, W., Abraão e sua lenda
31. Gradl, F. e Stendebach, F. J., Israel e seu Deus
32. Willi-Plein, I., Sacrifício e culto no Israel do Antigo Testamento
33. Theissen, G. e Merz, A., O Jesus histórico
34. Söding, T., A triade fé, esperança e amor em Paulo
35. Marguerat, D., A primeira história do cristianismo
36. Zenger, E. et alii, Introdução ao Antigo Testamento
37. Ska, J. L., Introdução à leitura do Pentateuco Tradução
38.
39.
Rendtorff, R., A “fórmula da aliança"
Gourgues, M., As parábolas de Jesus em Marcos e Mateus
Fredericus Stein
40. Sachot, M., A invenção do Cristo
41. Miller, John W., Origens da Biblia
42. Gourgues, M. e Talbot, M., Naquele Tempo
43. Schnelle, li., Introdução à exegese do Novo Testamento
44. Müller, U. B., A encarnação do Filho de Deus
45. Konings, J., Sinopse dos Evangelhos de Mateus, Marcos e Lucas e da Fonte Q
46. Maier, J., Entre os dois Testamentos. História e religião na época do Segundo Templo

Bdlçõos Loyola
Titulo Original:
Zwischen den Testamenten: G eschichte und Religion in der Z eit des zweiten Tempels
© 1990 Echter Verlag Würzburg
ISBN 3-429-01292-9

Sumário

P repara ção: Carlos Alberto Bárbaro


D ia g r a m a ç à o : So Wai Tam
R e v i s ã o : Maurício B. Leal
S u p e r v is ã o e x e g é t ic a : Johan Konings

P re fá c io ......................................................................................................... 11

1. I n tr o d u ç ã o ........................................................................................ 13
A . O QUE H Á “E NTR E” OS DOIS “TESTAM ENTOS”? ................................ 13
1. Canonização, cânon, canônico................................................. 13
2. Os fundamentos da revelação, segundo os rabinos................ 15
3. Apreciações pré-rabínicas......................................................... 18
4. Canonicidade e valor histórico.................................................. 22
5. Entre os dois testamentos, como partes da Bíblia cristã 22
Edições Loyola 6. A Torá em seus diversos mandamentos e proibições e
Rua 1822 n° 347 - Ipiranga em sua função teológica global................................................ 24
04216-000 São Paulo, SP
Caixa Postal 42.335 - 04218-970 - São Paulo, SP 7. “Um cânon dentro do cânon” .................................................... 24
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B. O PROBLEM A D A S “IN FLU ÊNC IAS EX T E R N A S”
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E SU A IM P O R T Â N C IA ..................................................................... 27
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Editorial: loyola@loyola.com.br 1. Pressupostos da história das teologias e das ideologias 27
Vendas: vendas@loyola.com.br 2. Conseqüências............................................................................ 31
Todos os direitos reservados. Nenhuma parte desta obra pode 3. Influência irânica (persa/zoroástrica)....................................... 32
ser reproduzida ou transmitida por qualquer forma e/ou
quaisquer meios (eletrônico ou mecânico, incluindofotocópia
4. Judaísmo e helenism o............................................................... 35
e gravação) ou arquivada em qualquer sistema ou banco de
dados sem permissão escrita da Editora. C. O PERÍODO...................................................................................... 38
ISBN: 85-15-02739-9 1. A terminologia............................................................................ 38
© EDIÇÕES LOYOLA, São Paulo, Brasil, 2005 2. Comunidade cultual ou Estado centrado no Tem plo? 40
Entre os dois Testamentos Introdução

contraste, mostrando o mais possível que também o judaísmo palestinense foi do-se tudo o que é posterior como “pós-exílico”, ainda mais porque a época do
helenizado; nessa forma, porém, a tese foi criticada35. domínio persa era considerada o último período pertencente àquela disciplina.
Evidentemente, não é possível dar uma definição unívoca da relação entre Porém, o termo, em si neutro, “pós-exílico” ganhou conotações negativas,
o judaísmo e o helenismo. É preciso julgar de acordo com cada época e cada porquanto a avaliação acima descrita do tempo anterior como o período da fé
lugar. E, como no caso da questão da influência iraniana, vale também aqui javista “original” estabeleceu para o tempo posterior o veredicto da decadên­
que uma simples alternativa não corresponde à realidade, pois conforme a cia, sendo que por “pós-exílico” entendia-se toda a história judaica após o
situação foi exatamente nesta época que o judaísmo teve de afirmar-se de ma­ exílio. Quanto a isso, é instrutivo o tratamento dado ao período pós-exílico nos
neira “helenística”. Mas, em casos extremos e de conflitos, tentou às vezes estudos sobre a “história de Israel” e a “história da religião israelita”, bem
afirmar-se também contra tudo o que era grego, sendo que conflitos internos como nas “teologias do AT”; isso tanto pelo volume desses estudos como pelo
sempre desempenharam também algum papel. período tratado, e por seu conteúdo. Foi somente nestes últimos decênios que
se iniciou aí uma mudança perceptível.
De qualquer maneira, porém, existiram e existem motivos reais, baseados
C. O PERÍODO em argumentos sérios, para uma nítida distinção entre o Israel de antes e o de
depois do exílio. Durante e após o exílio nasceram coisas tão decisivamente
Para a bibliografia: certas exp osições da história e da religião do Israel A ntigo vão
além do período persa (M. A . Beek; M. Claus, A. H. J. Gunneweg; J. A . Hayes - J. M.
novas36, que neste contexto já se falou muitas vezes (mesmo sem intenção de
Miller; S. Herrmann; H. Ringgren; J. A . Soggin). pronunciar um julgamento sobre o valor) da “origem do judaísmo”37. A distin­
Para introdução: B. R eicke, N e u te s ta m e n tlic h e Z e itg e sc h ic h te . D i e b ib lis c h e W elt 5 0 0 ção, pois, entre a “antiga religião de Israel” e a “religião judaica” tem sentido,
v. —1 0 0 n .C h r., Berlin, 19823. — J. Maier, G r u n d zü g e d e r G e s c h ic h te d e s J u d e n tu m s sem dúvida nenhuma. Nisso o termo “judaísmo” substituiu simplesmente “pós-
im A lte r tu m , Darmstadt, 19892. — S. Safrai, D a s jü d is c h e Volk im Z e ita lte r d e s Z w e ite n exílico”, de modo que “judaísmo primitivo” acabou por indicar o tempo persa,
T em pels, N eukirchen, 1978. — G. Strecker - J. Maier, N e u e s T e sta m e n t — A n tik e s
e “judaísmo tardio” o período helenístico-romano, tendo o judaísmo rabínico
J u d e n tu m , Stuttgart, 1988.
como eco. Isso, porém, significa uma avaliação negativa, na teologia da histó­
Para aprofundamento: M. Avi-Yonah, Z. Barash (orgs.), S o c ie ty a n d R e lig io n in th e
S e c o n d T em p le P e r io d , Jerusalem, 1977 (World History o f the Jew ish People 1/8). —
ria38, de toda a história posterior do judaísmo, pois essa, a não ser nas discus­
R. L. Cate, A H is to r y o f th e B ib le L a n d s in th e In te r b ib lic a l P e r io d , N ashville, 1989. sões teológicas, polêmicas, contra a “sinagoga”, sumiu da perspectiva do in­
— D. E. Gowan, B r id g e b e tw e e n th e T e sta m e n ts, Pittsburgh, 1976. — W. S. Green teresse teológico.
(org.), A p p r o a c h e s to A n c i e n t J u d a is m , 5 v o ls., M issou la 1 9 7 8 -1 9 8 5 . — W. S.
Para isso contribuiu também um interesse preferencial (em si muito justo)
M cC ullough, T h e H is to r y a n d L ite r a tu r e o f th e P a le stin ia n J e w s f r o m C y r u s to H e ro d ,
Toronto, 19722. — P. Sacchi, S to r ia d e l m o n d o g iu d a ic o , Torino, 1976. — J. Weingreen, das ciências do NT por este período, por se tratar — pelo menos quanto ao
F ro m B ib le to M ish n a . T h e C o n tin u ity o f T ra d itio n , M anchester, 1976. — H. Zucker, tempo helenístico-romano — do terreno da chamada “história da época do
S tu d ie n z u r j ü d is c h e n S e lb s tv e r w a ltu n g in d e r A n tik e , Berlin, 1936. NT”. Nos séculos XIX e XX, especialmente devido à “escola da história das
religiões”39, alcançaram-se consideráveis resultados; por outro lado, o produto
1. A terminologia teológico desses trabalhos da história das religiões deixou uma impressão de
ambigüidade. Uma das causas disso está no próprio papel da história das
Com o título Entre os dois testamentos designamos conscientemente uma
problemática especificamente cristã, que se manifesta também nos demais ter- 36. N. P. Lemche, A ncient Israel. A N ew H istory o f Israelite Society, Sheffield, 1988.
mds que costumam ser usados para indicar esse período. Para os estudiosos do 37. Uma vívida discussão sobre isso se seguiu ao estudo de E. Meyer, D ie E ntstehung des Ju­
AT, era óbvio ver o exílio babilónico como uma espécie de guinada, etiquetan- dentums, Halle, 1896 (reimpressão em 1965); cf. também C. Hoffman, Juden und Judentum im Werk
deutscher A lthistoriker des 19. und 20. Jahrhunderts, Leiden, 1988.
38. Cf. a esse respeito K. Müller, D as Judentum in der religionsgeschichtlichen A rbeit am Neuen
35. Ver sobretudo L. H. Feldman, Hengel’s Judaism and Hellenism in Retrospect, JBL 96, 1977, Testament, Frankfurt/Bern, 1983, 102ss.
371-382; id., How much Hellenism in Jewish Palestine?, HU CA 57, 1986, 83-111. 39. C. Colpe, D ie religionsgeschichtliche Schule, Göttingen, 1961.

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Entre os dois Testamentos Introdução

religiões como disciplina auxiliar, isto é, em seu interesse unilateral, já que ção pode ser considerada correta, mas se isso deve sugerir que o judaísmo foi
buscava apenas esclarecer o NT. A “escola da história das religiões” alargou sobretudo uma preparação da “Igreja” então a realidade judaica daquela época
enormemente o horizonte das ciências das religiões, mas a maior parte das é estreitada. Até o tempo do iluminismo e, com limitações e novos acentos,
pesquisas direcionava-se ao NT ou foi organizada como subsídio para a apre­ mesmo depois, o judaísmo foi sempre mais do que apenas uma comunidade
sentação de algum assunto do NT. Isso é perfeitamente legítimo, mas torna-se religiosa, mesmo depois da queda do reino de Judá e depois do fracasso da
meio duvidoso na medida em que o resultado de uma pesquisa é usado ao restauração davídica após o exílio, pois aí uma estrutura social pode ser regis­
mesmo tempo também como base para um julgamento teológico sobre o ju ­ trada42. O Segundo Templo, de fato, não foi apenas um lugar para o culto, mas
daísmo como um todo, no sentido de uma definição da relação entre o cristia­ o centro e o ponto de orientação de todos os judeus e a instituição social e
nismo e o judaísmo em termos gerais. economicamente dominante do Estado Judá/Judéia. Conseqüentemente, os
Após a Segunda Guerra Mundial foi adotada a expressão “judaísmo pri­ acontecimentos da política interna e externa sempre visaram ao controle desse
mitivo”, a qual, porém, não é suficientemente clara. centro. A destruição do santuário no ano 70 d.C., portanto, pôs fim a uma
época, depois da qual (como acontecera também depois da destruição do Pri­
A expressão mais neutra, e por isso recomendável, é a comumente usada
meiro Templo) o judaísmo ganhou uma nova estrutura social e uma nova fei­
no hebraico, a saber: “época do Segundo Templo” . Ela corresponde também
ção religiosa. Contudo, mesmo então o judaísmo continuou a ser mais do que
melhor à maneira como os próprios judeus entendem aquela época, como
uma comunidade religiosa e desenvolveu novas estruturas de autogoverno
mostra a divisão da história em seis períodos na introdução às Antiguidades
que possibilitaram uma auto-afirmação, conforme a situação, de acordo com
judaicas de Flávio Josefo, na qual o quinto período aparece como época do
Segundo Templo. sua fé de ter uma tarefa como povo eleito.

O judaísmo da época das origens do cristianismo não fornece os critérios


para a avaliação do judaísmo posterior e moderno. Por isso, um teólogo que se
interesse seriamente pela relação entre o judaísmo e o cristianismo precisa
conhecer também toda a história do judaísmo a partir do tempo do NT, pelo
menos em linhas gerais40. Para o diálogo entre judeus e cristãos na atualidade41
também todo o pluralismo judaico de hoje deve ser levado em conta, assim
como o pluralismo cristão dos tempos modernos.

2. Comunidade cultual ou Estado centrado no Templo?

Uma das tendências características das descrições cristãs do judaísmo desta


época é o esforço para pintar o Israel pós-exílico de preferência como
comunidade religiosa, e sobretudo como “comunidade de culto”. Na medida
em que se pretende realçar assim a importância central do Templo, tal descri-

40. Entre as mais abrangentes dos novos estudos: S. W. Baron, A Social a n d R eligious H istory
o f th êJ ew s (até aqui) 18 vols., New York 1937 (19522) . — Para uma visão geral: J. Maier, Geschichte
der jüdischen Religion, Berlin, 1972; id., D as Judentum , München 1973 (19883); Ph. Sigal, Judentum,
Stuttgart, 1986.
41. Para a discussão mais recente, cf. sobretudo: C. Thoma, Christliche Theologie des Judentum s,
Aschaffenburg, 1978; F. Mussner, Traktat über die Juden, München, 19882; J. J. Petuchowski, C.
Thoma, Lexicon der jüdisch-christlichen Begegnung, Freiburg, 1989. 42. A. Causse, D u groupe ethnique à la com m unauté religieuse, Paris, 1937.

40 41

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