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Bdlçõos Loyola
Titulo Original:
Zwischen den Testamenten: G eschichte und Religion in der Z eit des zweiten Tempels
© 1990 Echter Verlag Würzburg
ISBN 3-429-01292-9
Sumário
P re fá c io ......................................................................................................... 11
1. I n tr o d u ç ã o ........................................................................................ 13
A . O QUE H Á “E NTR E” OS DOIS “TESTAM ENTOS”? ................................ 13
1. Canonização, cânon, canônico................................................. 13
2. Os fundamentos da revelação, segundo os rabinos................ 15
3. Apreciações pré-rabínicas......................................................... 18
4. Canonicidade e valor histórico.................................................. 22
5. Entre os dois testamentos, como partes da Bíblia cristã 22
Edições Loyola 6. A Torá em seus diversos mandamentos e proibições e
Rua 1822 n° 347 - Ipiranga em sua função teológica global................................................ 24
04216-000 São Paulo, SP
Caixa Postal 42.335 - 04218-970 - São Paulo, SP 7. “Um cânon dentro do cânon” .................................................... 24
@ (11) 6914-1922
B. O PROBLEM A D A S “IN FLU ÊNC IAS EX T E R N A S”
® (11) 6163-4275
E SU A IM P O R T Â N C IA ..................................................................... 27
Home page e vendas: www.loyola.com.br
Editorial: loyola@loyola.com.br 1. Pressupostos da história das teologias e das ideologias 27
Vendas: vendas@loyola.com.br 2. Conseqüências............................................................................ 31
Todos os direitos reservados. Nenhuma parte desta obra pode 3. Influência irânica (persa/zoroástrica)....................................... 32
ser reproduzida ou transmitida por qualquer forma e/ou
quaisquer meios (eletrônico ou mecânico, incluindofotocópia
4. Judaísmo e helenism o............................................................... 35
e gravação) ou arquivada em qualquer sistema ou banco de
dados sem permissão escrita da Editora. C. O PERÍODO...................................................................................... 38
ISBN: 85-15-02739-9 1. A terminologia............................................................................ 38
© EDIÇÕES LOYOLA, São Paulo, Brasil, 2005 2. Comunidade cultual ou Estado centrado no Tem plo? 40
Entre os dois Testamentos Introdução
contraste, mostrando o mais possível que também o judaísmo palestinense foi do-se tudo o que é posterior como “pós-exílico”, ainda mais porque a época do
helenizado; nessa forma, porém, a tese foi criticada35. domínio persa era considerada o último período pertencente àquela disciplina.
Evidentemente, não é possível dar uma definição unívoca da relação entre Porém, o termo, em si neutro, “pós-exílico” ganhou conotações negativas,
o judaísmo e o helenismo. É preciso julgar de acordo com cada época e cada porquanto a avaliação acima descrita do tempo anterior como o período da fé
lugar. E, como no caso da questão da influência iraniana, vale também aqui javista “original” estabeleceu para o tempo posterior o veredicto da decadên
que uma simples alternativa não corresponde à realidade, pois conforme a cia, sendo que por “pós-exílico” entendia-se toda a história judaica após o
situação foi exatamente nesta época que o judaísmo teve de afirmar-se de ma exílio. Quanto a isso, é instrutivo o tratamento dado ao período pós-exílico nos
neira “helenística”. Mas, em casos extremos e de conflitos, tentou às vezes estudos sobre a “história de Israel” e a “história da religião israelita”, bem
afirmar-se também contra tudo o que era grego, sendo que conflitos internos como nas “teologias do AT”; isso tanto pelo volume desses estudos como pelo
sempre desempenharam também algum papel. período tratado, e por seu conteúdo. Foi somente nestes últimos decênios que
se iniciou aí uma mudança perceptível.
De qualquer maneira, porém, existiram e existem motivos reais, baseados
C. O PERÍODO em argumentos sérios, para uma nítida distinção entre o Israel de antes e o de
depois do exílio. Durante e após o exílio nasceram coisas tão decisivamente
Para a bibliografia: certas exp osições da história e da religião do Israel A ntigo vão
além do período persa (M. A . Beek; M. Claus, A. H. J. Gunneweg; J. A . Hayes - J. M.
novas36, que neste contexto já se falou muitas vezes (mesmo sem intenção de
Miller; S. Herrmann; H. Ringgren; J. A . Soggin). pronunciar um julgamento sobre o valor) da “origem do judaísmo”37. A distin
Para introdução: B. R eicke, N e u te s ta m e n tlic h e Z e itg e sc h ic h te . D i e b ib lis c h e W elt 5 0 0 ção, pois, entre a “antiga religião de Israel” e a “religião judaica” tem sentido,
v. —1 0 0 n .C h r., Berlin, 19823. — J. Maier, G r u n d zü g e d e r G e s c h ic h te d e s J u d e n tu m s sem dúvida nenhuma. Nisso o termo “judaísmo” substituiu simplesmente “pós-
im A lte r tu m , Darmstadt, 19892. — S. Safrai, D a s jü d is c h e Volk im Z e ita lte r d e s Z w e ite n exílico”, de modo que “judaísmo primitivo” acabou por indicar o tempo persa,
T em pels, N eukirchen, 1978. — G. Strecker - J. Maier, N e u e s T e sta m e n t — A n tik e s
e “judaísmo tardio” o período helenístico-romano, tendo o judaísmo rabínico
J u d e n tu m , Stuttgart, 1988.
como eco. Isso, porém, significa uma avaliação negativa, na teologia da histó
Para aprofundamento: M. Avi-Yonah, Z. Barash (orgs.), S o c ie ty a n d R e lig io n in th e
S e c o n d T em p le P e r io d , Jerusalem, 1977 (World History o f the Jew ish People 1/8). —
ria38, de toda a história posterior do judaísmo, pois essa, a não ser nas discus
R. L. Cate, A H is to r y o f th e B ib le L a n d s in th e In te r b ib lic a l P e r io d , N ashville, 1989. sões teológicas, polêmicas, contra a “sinagoga”, sumiu da perspectiva do in
— D. E. Gowan, B r id g e b e tw e e n th e T e sta m e n ts, Pittsburgh, 1976. — W. S. Green teresse teológico.
(org.), A p p r o a c h e s to A n c i e n t J u d a is m , 5 v o ls., M issou la 1 9 7 8 -1 9 8 5 . — W. S.
Para isso contribuiu também um interesse preferencial (em si muito justo)
M cC ullough, T h e H is to r y a n d L ite r a tu r e o f th e P a le stin ia n J e w s f r o m C y r u s to H e ro d ,
Toronto, 19722. — P. Sacchi, S to r ia d e l m o n d o g iu d a ic o , Torino, 1976. — J. Weingreen, das ciências do NT por este período, por se tratar — pelo menos quanto ao
F ro m B ib le to M ish n a . T h e C o n tin u ity o f T ra d itio n , M anchester, 1976. — H. Zucker, tempo helenístico-romano — do terreno da chamada “história da época do
S tu d ie n z u r j ü d is c h e n S e lb s tv e r w a ltu n g in d e r A n tik e , Berlin, 1936. NT”. Nos séculos XIX e XX, especialmente devido à “escola da história das
religiões”39, alcançaram-se consideráveis resultados; por outro lado, o produto
1. A terminologia teológico desses trabalhos da história das religiões deixou uma impressão de
ambigüidade. Uma das causas disso está no próprio papel da história das
Com o título Entre os dois testamentos designamos conscientemente uma
problemática especificamente cristã, que se manifesta também nos demais ter- 36. N. P. Lemche, A ncient Israel. A N ew H istory o f Israelite Society, Sheffield, 1988.
mds que costumam ser usados para indicar esse período. Para os estudiosos do 37. Uma vívida discussão sobre isso se seguiu ao estudo de E. Meyer, D ie E ntstehung des Ju
AT, era óbvio ver o exílio babilónico como uma espécie de guinada, etiquetan- dentums, Halle, 1896 (reimpressão em 1965); cf. também C. Hoffman, Juden und Judentum im Werk
deutscher A lthistoriker des 19. und 20. Jahrhunderts, Leiden, 1988.
38. Cf. a esse respeito K. Müller, D as Judentum in der religionsgeschichtlichen A rbeit am Neuen
35. Ver sobretudo L. H. Feldman, Hengel’s Judaism and Hellenism in Retrospect, JBL 96, 1977, Testament, Frankfurt/Bern, 1983, 102ss.
371-382; id., How much Hellenism in Jewish Palestine?, HU CA 57, 1986, 83-111. 39. C. Colpe, D ie religionsgeschichtliche Schule, Göttingen, 1961.
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Entre os dois Testamentos Introdução
religiões como disciplina auxiliar, isto é, em seu interesse unilateral, já que ção pode ser considerada correta, mas se isso deve sugerir que o judaísmo foi
buscava apenas esclarecer o NT. A “escola da história das religiões” alargou sobretudo uma preparação da “Igreja” então a realidade judaica daquela época
enormemente o horizonte das ciências das religiões, mas a maior parte das é estreitada. Até o tempo do iluminismo e, com limitações e novos acentos,
pesquisas direcionava-se ao NT ou foi organizada como subsídio para a apre mesmo depois, o judaísmo foi sempre mais do que apenas uma comunidade
sentação de algum assunto do NT. Isso é perfeitamente legítimo, mas torna-se religiosa, mesmo depois da queda do reino de Judá e depois do fracasso da
meio duvidoso na medida em que o resultado de uma pesquisa é usado ao restauração davídica após o exílio, pois aí uma estrutura social pode ser regis
mesmo tempo também como base para um julgamento teológico sobre o ju trada42. O Segundo Templo, de fato, não foi apenas um lugar para o culto, mas
daísmo como um todo, no sentido de uma definição da relação entre o cristia o centro e o ponto de orientação de todos os judeus e a instituição social e
nismo e o judaísmo em termos gerais. economicamente dominante do Estado Judá/Judéia. Conseqüentemente, os
Após a Segunda Guerra Mundial foi adotada a expressão “judaísmo pri acontecimentos da política interna e externa sempre visaram ao controle desse
mitivo”, a qual, porém, não é suficientemente clara. centro. A destruição do santuário no ano 70 d.C., portanto, pôs fim a uma
época, depois da qual (como acontecera também depois da destruição do Pri
A expressão mais neutra, e por isso recomendável, é a comumente usada
meiro Templo) o judaísmo ganhou uma nova estrutura social e uma nova fei
no hebraico, a saber: “época do Segundo Templo” . Ela corresponde também
ção religiosa. Contudo, mesmo então o judaísmo continuou a ser mais do que
melhor à maneira como os próprios judeus entendem aquela época, como
uma comunidade religiosa e desenvolveu novas estruturas de autogoverno
mostra a divisão da história em seis períodos na introdução às Antiguidades
que possibilitaram uma auto-afirmação, conforme a situação, de acordo com
judaicas de Flávio Josefo, na qual o quinto período aparece como época do
Segundo Templo. sua fé de ter uma tarefa como povo eleito.
40. Entre as mais abrangentes dos novos estudos: S. W. Baron, A Social a n d R eligious H istory
o f th êJ ew s (até aqui) 18 vols., New York 1937 (19522) . — Para uma visão geral: J. Maier, Geschichte
der jüdischen Religion, Berlin, 1972; id., D as Judentum , München 1973 (19883); Ph. Sigal, Judentum,
Stuttgart, 1986.
41. Para a discussão mais recente, cf. sobretudo: C. Thoma, Christliche Theologie des Judentum s,
Aschaffenburg, 1978; F. Mussner, Traktat über die Juden, München, 19882; J. J. Petuchowski, C.
Thoma, Lexicon der jüdisch-christlichen Begegnung, Freiburg, 1989. 42. A. Causse, D u groupe ethnique à la com m unauté religieuse, Paris, 1937.
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