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SÃO BONIFÁCIO-SC
2017
ELIEZER GEDIELSON DE MORAES
SÃO BONIFÁCIO-SC
2017
SUMÁRIO
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DAVIS (1984, p. 222) define fariseu como:
Nome de uma das três principais seitas judaicas, juntamente com os
saduceus e os essênios. Era a seita mais segura da religião judaica. Com
certeza, a seita dos fariseus foi criada no período anterior à guerra dos
macabeus, com o fim de oferecer resistência ao espírito helênico que se havia
manifestado entre os judeus, tendente a adotar os costumes da Grécia.
Ainda segundo Davis (1984, p.192), escriba pode ser definido como “homem
encarregado de fazer cópias do livro da lei e de outras partes das Escrituras”, eram
homens que se dedicavam ao estudo das Escrituras em geral, e que ocupavam
cadeiras de ensino que ministravam a um grupo de discípulos. As decisões dos
grandes escribas constituíam a lei oral, ou tradição.
Portanto, faz-se necessário entender que os fariseus e os escribas eram
pessoas com grande conhecimento e zelo da lei de Deus, e que tinham muita
influenciava na sociedade judaica.
Foi a murmuração, a crítica dos fariseus e dos escribas que impeliu Jesus a
propor as três parábolas registradas nesse capítulo: “a ovelha perdida”, “a moeda
perdida” e “o filho pródigo”. Segundo o Comentário Bíblico NVI (2008, p. 1680), as três
parábolas tratam de coisas ou pessoas perdidas, cada uma da sua forma, apresenta
Deus buscando os perdidos, porém cada uma tem a sua própria ênfase.
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2- FASE PREPARATÓRIA
O início da perícope em questão, dá-se no versículo um do capítulo catorze, o
qual se inicia com Jesus entrando na casa de um principal dos fariseus para comer
pão, ocasião esta em que os fariseus O observavam esperando apanhá-lo em alguma
falta possível. Nesta ocasião Jesus pergunta aos fariseus se é licito curar no sábado;
os fariseus não o puderam responder, então Jesus aproveita o ensejo e cura o homem
enfermo. Posteriormente, Jesus diz a eles: “Qual será de vós o que, caindo-lhe em
algum poço, o jumento ou o boi e não o tire logo, em dia de sábado?” (BÍBLIA, Lc
14:10), diante do exposto os fariseus não O podiam replicar sobre isto.
No decorrer do jantar, Jesus propõe aos presentes três parábolas: “dos
primeiros assentos e dos convidados”, “da grande ceia” e a “parábola acerca da
providência”. As duas primeiras parábolas foram propostas em virtude do
comportamento dos convidados e do anfitrião, e a terceira foi a resposta dada a um
comentário feito.
Após o jantar e Jesus expor as três parábolas acima citadas, segundo a Bíblia
de Estudo do Expositor (2015, p. 1863), uma grande multidão acompanhava Jesus,
isto indica que Ele saiu da casa do fariseu, prosseguindo sua viagem para Jerusalém.
É no decorrer desta viagem que os publicanos e os pecadores aproximaram-se de
Jesus para Ouvi-lo. Em seguida entram em cena os fariseus e escribas que começam
a murmurar contra Jesus, pelo fato dEle receber e comer com os publicanos e
pecadores. Por fim, Jesus toma a palavra propondo aos tais as três parábolas que se
encontram registradas no capítulo quinze do livro de Lucas, sendo que o nosso
enfoque cai sobre a parábola do filho pródigo.
Fazendo uma análise crítica, de acordo com Zabatiero (2017, p. 179), temos a
delimitação de uma perícope quando há mudanças relevantes nas pessoas, tempo,
espaço e vocabulário (tema). Na prática, apenas uma mudança não caracteriza a
mudança de perícope, quanto maior for o número das marcas linguísticas acima
citadas, mais certeza teremos no tocante à delimitação realizada.
Enfim, a respeito da divisão supracitada, percebemos que o fim da mesma se
dá no versículo 32 do capítulo 15 onde tem-se a conjunção adversativa “entretanto”;
percebe-se também que há alteração de pessoas no versículo 1 do capítulo 16, no
caso agora fala-se aos discípulos. Uma dúvida, contudo, é pertinente quando se
analisa a disparidade entre os versos 10 e 11. O tempo verbal muda, pois no verso 10
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temos os verbos no presente do indicativo: “eu vos afirmo”, “há jubilo”, “que se
arrepende”, e dos versos 11 em diante temos os verbos no pretérito imperfeito do
indicativo: “tinha”, e no imperativo afirmativo: “dá-me”, “me cabe”. Logo cabe uma
mudança de perícope entre os versos 10 e 11.
Analisando a segmentação a partir da delimitação de perícope proposta no
parágrafo anterior, podemos dividi-la em cinco partes: a primeira no verso 11 o qual
cita a cena do filho mais novo pedindo parte dos bens que lhe cabia, a segunda a
partir do versículo 13 onde o filho mais novo ajuntando tudo o que era seu parte de
casa para uma terra longínqua, onde após ter desperdiçado tudo quanto tinha foi
trabalhar com um cidadão cuidando, onde tendo fome desejou comer as alfarrobas
que os porcos comiam, a terceira a partir do versículo 17 onde arrepende-se
retornando ao seu lar sendo recebido por seu pai e a quarta a partir do versículo 25
onde o filho mais velho mostra-se indignado pelo retorno do seu irmão e pela forma
com a qual o pai o recebeu, ocasião esta onde o pai justifica-se expondo o amor por
ambos os filhos.
Já a estruturação pode ser dividida em:
A- Introdução à parábola, filho mais novo pedindo ao pai parte dos seus bens
(v. 11).
B- Partiu de casa, dissipou todos os seus bens, trabalhou com porcos, teve
fome (v. 13).
C- Reflexão, arrependimento e retorno a casa do pai (v. 17).
D- Indignação e revolta do filho mais velho e resposta do pai (v. 25).
Pode-se sintetizar a perícope evidenciando a atitude qual teve o filho mais novo
de pedir ao pai sua parte de herança e ir viver em uma terra distante a seu bel-prazer.
Gastando tudo quanto tinha, acabando o seu dinheiro, ele vira quase um mendigo,
tendo de ir trabalhar apascentando porcos. Por não ter o que comer, deseja encher o
seu estômago comendo a lavagem que era dada aos porcos, e é neste momento, que
ele se lembra da casa do pai, arrependendo-se e retornando ao seu lar, onde é
recebido com muita festa pelo pai, porém é criticado e tratado com repúdio pelo seu
irmão mais velho.
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3- FASE FINAL
3.1. I Ciclo: A dimensão espaço-temporal da ação
3.1.1. Alistar
[Quem age, onde, quando, fazendo o que, a quem]
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Verbos no pretérito imperfeito do indicativo: tinha (11), desejava (16), comiam
(16), dava (16), vinha (20), estava (24), voltava (25), queria (27), procurava (28), era
(32), estava (32) – ação no passado, mas que continua.
Verbos no Particípio: consumido (14), compadecido (20), chamado (21),
achado (24), vindo (30), perdido (32), achado (32) - indica uma ação que já se
encontra finalizada.
Verbos no gerúndio: ajuntando (13), vivendo (13), caindo (16), levantando-se
(20), correndo (20), saindo (28), vindo (30) - ação que ainda está em curso ou que é
prolongada no tempo.
Verbos no Futuro do Presente do Indicativo: Levantar-me-ei (18), irei (18), direi
(18), pequei (18), pequei (21) - ação que acontecerá num tempo vindouro com relação
ao momento atual.
Verbos no Imperativo Afirmativo: dá-me (11), me cabe (11), trata-me (19), trazei
(22), vesti-o (22), ponde-lhe (22), trazei (23), matai (23), comamos (24), regozijamos
(24) – ação que expressa uma ordem, pedido, conselho, convite ou súplica.
Verbos no Mais-que-perfeito do Indicativo: estivera (25) - ação que ocorreu
antes de outra ação passada.
3.1.2. Analisar
[Como são caracterizados agentes, pacientes, tempo e espaço no texto]
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3.1.3. Síntese
3.2.2 Síntese
3.3.2 Cultura
3.3.3 Religião
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inadequado à sua condição social e à sua religião; os judeus eram proibidos de comer
carne de porco, eles podiam criá-los e vende-los, mas o trabalho de cuidar de porcos
era um dos mais baixos que um judeu poderia se submeter. De acordo com Lv 11.7
os porcos eram imundos, dificilmente algum judeu aceitaria o trabalho de cuidar de
porcos voluntariamente.
3.3.4 Síntese
A parábola em questão proposta por Jesus, teve como objetivo apontar que os
publicanos e pecadores representados pelo pródigo, apesar das suas falhas, eles hão
de encontrar o perdão quando arrependidos retornarem ao Pai Celestial. Por outro
lado, os escribas e fariseus representados, pelo irmão mais velho, não são apenas
desprovidos de amor pelos pecadores, como também não se alegram com a
reconciliação dos pecadores com o Pai Celestial.
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3.5 V Ciclo: A dimensão missional da ação
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REFERÊNCIAS
MEARS, Henrietta C., Estudo Panorâmico da Bíblia. São Paulo-SP: Editora Vida,
1982.
DAVIS, John D., Dicionário da Bíblia. 10 ed. Rio de Janeiro-RJ: Junta de Educação
Religiosa e Publicações – JUERP, 1984.
BRUCE, FF. Comentário Bíblico NVI. São Paulo.SP: Editora Vida, 2008.
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