Magia e Mistério

na Terra dos Djinn

P O R P H I L M A S T E R S
STEVE JACKSON
Este livro foi traduzido com muito empenho para que o GURPS ainda tenha uma vi-
da longa. A tradução de cada livro consome uma quantia de tempo muito grande e eu
faço isso com muita satisfação sacrificando meu tempo para traduzir e diagramar es-
ses livros e disponibilizá-los de graça (e será sempre de graça) para todos os jogado-
res e mestres que se interessarem.
Mas infelizmente uso meu tempo livre para obter renda extra de outras formas so-
brando pouco tempo para eu me dedicar às traduções e família. Sendo assim, estou
pedindo um pequena contribuição via Apoia-se.
Acesse minha campanha no Apoia-se: https://apoia.se/rpgtraduzido e contribua para
que esse trabalho continue e seja mais eficiente, mais livros demorando menos.
Se esse livro foi-lhe útil de alguma maneira, você também pode contribuir fazendo
uma doação. Para isso entre em contato comigo pelo inbox do Facebook ou email:
gzanelato@bol.com.br
Serei muito grato às pessoas que me derem esse apoio financeiro e também aos que
me deram o apoio moral nos comentários do Facebook.

Para mais livros traduzidos acesse:

https://drive.google.com/drive/folders/1fFD-8-qAidbAuyB5SIb8jjm6AaXM-r2B?usp=sharing

Para falar comigo, me sigam:

http://www.facebook.com/giovanni.zanelato.9
 G U R P S

Magia e Mistério na Terra dos Djinn

Por Phil Masters
Editado por Steve Jackson e Susan Pisonneault
Capa por Rowena; Tradução por Giovanni Zanelato
Ilustrado por Sam Inabinet; Ilustrações Adicionais por Laura Eisenhour
Sistema GURPS Criado por Steve Jackson; Jeff Koke, Editor Gerente
Loyd Blankenship, Gerente de Desenvolvimento de Produção; Chris McCubbin, Diretor de Arte
Layout de Página e Tipografia por Diane Siler
Cartografia por Laura Eisenhour e Eric Hotz; Revisão por Susan Pinsonneault
Produção por Laura Eisenhour, Diane Siler e Monica Stephens
Produção de Cor por Jeff Koke; Compra de Impressão por Derek Pearcy
Playtesters: David Birkhead, Susan M. Brown, Steven
Cairnduff, Brian Campbell, Lee Carlson, Simon Cole,
John Dees, Anna Doresman, David Dotson, Pam Dotson,
Sean Dyess, Michael Eilingburg, Steve Fearn, Dave Flin,
Kurt Foskett, John Freiler, Jeff Gaines, Chris Garner, Jay
Garner, Jonathan Garnett, Mellisa Giffords, James Gillis,
Elizabeth Goulden, Tom Grant, Dawn Hall, Learn Hall,
Rhianna Hazel, Stoney Hazel, Tom Hazel, Karl Hubner,
Mark Ingraham, Mark Johnson, Michael Letendre, Nicole
Liberty, John Lumsdon, Rob Lusteck, Brian McDonald,
Charles R. McDonald, Sean McLachlan, Rob McMahan,
John Meng, William Moquin, Joe Moriarty, Dennis
Murray, Jason Olivier, Trey Palmer, Brett Slocum, Daniel
U. Thibault, James Wallis, William R. Wells, Patrick
Woolsey, a Convulsion Six e especialmente Alison
Brooks pela pré-história, mulheres e comentários
detalhados.
CURPS, Roleplayer and the all-seeing pyramid são marcas registradas da Steve Jackson Games Incorparated. Todos os nomes de outros
produtos publicados pela Steve Jackson Games Incorporated são marcas registradas ou marcas da Steve Jackson Games Incorporated ou
usados sob licença.

CURPS Arabion Nights é registrado © 1993 pela Steve Jackson Games Incorporated. Todos os direitos reservados. Impresso nos E.U.A.

ISBN 1-55634-266-7 12345678910

STEVE JACKSON

INTRODUÇÃO ......................... 3
Sobre o Autor .................................... 3
Sobre GURPS .................................... 3
O MUNDO DE
SHEFERAZADE ....................... 4
Mil Noites e Uma Noite .............................. 5
Sheherazade .......................................... 5
Outro Modo de Ver ..................................... 6
Contação de Histórias ........................... 6
RELIGIÃO ................................. 7
Religiões Primitivas .......................... 7
Nível Tecnológico ............................. 7
Islã ..................................................... 8
O Calendário ..................................... 8
“Heresias” Muçulmanas ................... 9
Esportes e Jogos .............................. 10
Planta de uma Mesquita ..................... 10
Outros Lugares Sagrados ................... 11
Herança ........................................... 12
Direitos ao Poder ............................ 12
Governo Islâmicos e Leis ...................... 13
Religião e Governo .......................... 13
Guerreiros ....................................... 13
Shari 'a e Hadith .............................. 14
Governo Municipal ............................. 14
Juramentos .......................................... 14
O Papel das Mulheres ...................... 15
O Deserto do Saara ......................... 15
Escravos ........................................... 16
Sociedade ............................................ 16
Vidas Privadas e Públicas ..................... 17
O Deserto ......................................... 17
Hospitalidade .................................. 17
Agricultores ....................................... 18
As Cidades ....................................... 18
Comida e Bebida ............................. 18
Edifícios ........................................... 19
O Bazaar .......................................... 19
Comércio e Comunicações .............. 20
Pesos e Medidas .............................. 20
Tapetes e Carpetes .......................... 20
Comércio com a Ásia ...................... 21
Mapa das Conquistas do Islã ............. 21
Estrutura de Classe .......................... 22
Pólvora ............................................ 22
Os Árabes do Pântano ..................... 22
Ciência e Bolsa de Estudos ................... 23
Filosofia e Física ............................. 23
Matemática ...................................... 23
Astronomia ...................................... 23
Alquimia .......................................... 23
Universidades e Centros de Ensino . 23
Medicina .......................................... 24
Fogo Grego ...................................... 24
Geografia ............................................ 25
Arábia .............................................. 25
Bandidos e Corsários ...................... 25
Pérsia ............................................... 26
Anatólia ........................................... 26
Visões do Mundo Além ................... 26
As Artes ............................................ 26
Tipos de Embarcações ..................... 27
HISTÓRIA DAS TERRAS
Conteúdo
ISLÂMICAS ........................ 28
A Expansão do Islã ............................... 28
A Lenda de Preste João ................... 29
Bizâncio / Istanbul ........................... 30
A Cruzada das Crianças .................. 31
Mapa do Império Persa ...................... 31
Os Omíadas ..................................... 32
Meca ................................................ 32
Os Abássidas ......................................... 33
Norte da África e Espanha .............. 33
“A Noiva do Mundo” ...................... 34
O Velho das Montanhas .................. 35
Egito Fatímida ................................. 36
Genghis Khan .................................. 36
Outras Separações ............................... 37
Haroun al-Rashid ............................. 37
As Cruzadas .......................................... 38
A Primeira Cruzada ......................... 38
Saladino e a Terceira Cruzada ......... 39
Espanha Muçulmana ....................... 39
Cruzadas Posteriores ....................... 40
As Ordens Militares ......................... 40
Os Mongóis ........................................... 41
Inimigos Comuns? ........................... 41
Saladino ........................................... 41
A Queda do Califado ....................... 42
O Reino de Jeruzalém,1271-1291.........42
Cruz x Crescente ................................. 42
PERSONAGENS ..................... 43
Tipos de Personagens ............................ 44
Personagens Femininas ................... 49
Psíquicos .......................................... 50
Raças Não Humanas ........................ 50
PJ Djinn ........................................... 50
Vantagens .............................................. 50
Novas Vantagens ................................... 51
Desvantagens ........................................ 52
Novas Desvantagens ............................. 55
Perícias .................................................. 56
Novas Perícias ....................................... 58
Idiomas .................................................. 59
Exemplo de Personagem:
Karim, o Falcoeiro ........................... 59
Status Social .......................................... 60
Dinheiro ................................................ 61
Tabela de Trabalhos ................................ 61
Nomes ................................................... 64
Preços de Equipamento
e Despesas Pessoais ......................... 65
Lista de Armas ...................................... 67
Armas Corpo a Corpo ............................... 68
Armas de Projéteis .................................. 68
Sifões de Fogo ....................................... 69
Armas de Pólvora .................................. 69
Armas “De Fogo” ............................ 69
Armadura .............................................. 70
MAGIA ..................................... 71
Magia nas Noite das Arábias .............. 72
Exorcismo ........................................ 72
Voo de Longa Distância .................. 73
Magia Rúnica e Amuletos ............... 74
Conjuradores nos Jogos ................... 75
Alquimia Árabe ................................ 75
Regras Variantes .............................. 76
–2–
Magia Proibida e Rara ..................... 76
PJ Feiticeiro Iniciante:
Nirom, o Gordo .......................... 76
Níveis de Mana ................................ 77
Magia Aprimorada ............................. 77
Condições para Quebrar Magias ..... 78
Mudança de Forma ......................... 78
MAGIAS ................................... 79
Magias Novas e Modificadas ................ 80
Magias com Animais ....................... 80
Magias de Controle do Corpo ......... 82
Magias de Djinni ............................. 82
Magias da Terra ............................... 83
Magias do Ar ................................... 84
Magias de Encantamento ................. 84
Magias de Ilusão e Criação ............. 85
Magias de Reconhecimento ............. 85
Meta-Mágicas .................................. 86
Magias de Controle da Mente ......... 87
Magias de Movimento ........................ 87
Magias Necromânticas .................... 88
Magias de Proteção e Advertência .. 88
Magias com Som ................................ 88
Objetos Mágicos .............................. 88
ANIMAIS, MONSTROS
E DJINN ............................... 92
Animais “Domesticados” ................ 93
Preços dos Animais ......................... 93
Companheiros Animais Incomuns .. 93
Contratando um Adestrador ............. 93
Caça no Oriente Médio ...................... 93
Animais Naturais ................................... 94
Os Djinn ................................................ 97
Outras Criaturas Fantásticas ................ 100
Golens ............................................ 103
CAMPANHAS ....................... 104
Noite das Arábias .............................. 105
Estilos de Jogo ............................... 105
Mitos do Crescente Fértil .............. 106
Cenários Históricos ............................. 107
A Expansão do Islã ........................ 107
Arábia Gótica ................................ 107
As Cruzadas ................................... 108
As Invasões Mongóis .................... 108
Uma Campanha dos Assassinos .... 108
Criação da Campanha ........................ 109
Temas ............................................ 109
Árabes no Exterior ........................ 109
Uma Campanha de Harém ............ 110
EXEMPLO DE AVENTURA:
A História do Poeta, do Escravo
e do Que Não Era Deles ............ 111
Fazendo o Diálogo ........................... 111
Mapa da Cidade .................................... 112
Eventos Inicial .................................. 113
Observações Adicionais
(somente Mestre) ......................... 113
Adaptação Para Outros Gêneros ..... 113
No Deserto ........................................ 117
Árabes em Outros Planetas .............. 118
Na Corte ............................................ 119
Enquanto Isso. De volta à cidade ...... 120
Modificadores de Reação ................. 120
Exemplos de NPC do Cenário .......... 121
Outras Sementes de Aventura ................. 122
Tramas dos Épicos ............................ 123
GLOSSÁRIO ......................... 124
BIBLIOGRAFIA ................... 126
ÍNDICE.....................................128
 Nos céus negros do deserto, repletos de estrelas, um tapete voador é Sobre GURPS
mostrado em silhueta contra a lua. Sob as ondas, um djinni espera em uma A Steve Jackson Games está comprometida
garrafa que um mortal o liberte e sofra as consequências inevitáveis. Do outro com o apoio total ao sistema GURPS. Nosso
lado do mar, um marinheiro olha com admiração um ovo do tamanho das endereço é SJ Games, Box 18957, Austin, TX
78760. Por favor, inclua um envelope auto-
cúpulas das grandes mesquitas de Bagdá.
endereçado com selo sempre que você nos
Este livro é sobre estórias e história. No Oriente Médio, uma religião escrever! Os recursos atualmente disponíveis
conquistadora, o Islã, absorveu impérios antigos. O resultado foi uma cultura incluem:
sofisticada, um centro comercial e um alvo para mais conquistadores. Tudo Pirâmide. Nossa revista bimestral inclui novas
isso reuniu muitos contos, escrituras e poetas em outras terras. O resultado é regras e artigos para GURPS, bem como
informações sobre nossas outras linhas: Car Wars,
um vasto emaranhado de fantasia e verdade. Toon, Ogre Miniatures e muito mais. Ela
Os jogos de interpretação usaram ambos, mas especialmente a fantasia; também cobre os principais lançamentos de outras
poucos jogos voltaram à fonte do que retratam, o que é uma pena. Parte do empresas – Traveler, Call of Cthulhu, Shadowrun
e muitos mais.
problema é que a criação de mitos confundiu muitos fatos. Mas isso não é
Novos suplementos e aventuras. Estamos
surpreendente; é um mito excelente e rico, e ninguém pode esperar não ser um sempre trabalhando em material novo e ficaremos
pouco seduzido por ele. A palavra defensiva pertence apropriadamente a um felizes em divulgar o que está disponível. Um
poeta: catálogo atual está disponível por um SASE.
Tudo é um tabuleiro de xadrez de noites e dias Errata. Todos cometem erros, inclusive nós –
mas fazemos o melhor possível para corrigir
No qual o destino joga com peças humanas: nossos erros. Folhas de errata atualizadas para
Move-as daqui para ali e lhes dá xeque-mate, todos os lançamentos GURPS, incluindo este
E, uma a uma, guarda-as de novo no armário. livro, estão sempre disponíveis na SJ Games.
Sugestões de jogadores. Nós valorizamos seus
comentários. Vamos considerá-los, não apenas
Linguagem e Ortografia para novos produtos, mas também quando
O idioma árabe tem seu próprio alfabeto e estilo de escrita, da direita para a atualizarmos este livro em impressões posteriores!
esquerda, aliás), que hoje em dia também é usado para outros idiomas (como o Illuminati Online. Para aqueles que têm
suaíli). Infelizmente, nunca houve um sistema “oficial” de transcrição do árabe computadores domésticos, a SJ Games tem um
para o latim. Os primeiros escritores europeus usavam conversões ad hoc, que serviço online com áreas de discussão para muitos
jogos, incluindo o GURPS. Aqui é onde fazemos
hoje foram substituídas por sistemas mais precisos, mas não antes que vários muitos dos nossos testes!
“erros” se tornassem muito difundidos.
Este livro foi comprometido. Tentei usar as latinizações mais atualizadas Referências de Página
Regras e estatísticas neste livro são
que pude encontrar, exceto por algumas que é simplesmente familiar demais
especificamente para GURPS Módulo Básico,
em formas mais antigas. Então, misturo referências a qat e ghuls (“kat” e Terceira Edição – ex. pág. MB 102 significa pág.
“ghouls”) com “anacronismos” como Sheherazade, Saladino, Corão e Maomé 102 do Módulo Básico, Terceira Edição.
(que “deveriam” ser “Shahrazad”, “Salah-al-Din”, “Qu'ran” e “Muhammad”). Referências de páginas começadas com M referem
Isso deve ser mais fácil para os não especialistas; peço desculpas a qualquer -se ao GURPS Magia. Referências de páginas
começadas com MID referem-se ao GURPS
purista que esteja lendo isso, mas eles já sabem bem. Um glossário aparece no Middle Ages I. Da mesma forma, as referências
final. que começam com FB se referem ao GURPS
Fantasy Bestiary, aqueles que começam com FF
Calendários e Datas se referem ao GURPS Fantasy Folk e aqueles que
começam com V se referem ao GURPS Vikings.
O Islã usa um calendário lunar (consulte a pág. 8). No entanto, para
conveniência dos leitores ocidentais, este livro usa o calendário solar da era
cristã.
– Phil Masters

Sobre o Autor
Phil Masters é um subproduto incidental dos sistemas educacionais e de
classe inglesa. Nascido em 1959, ele estudou economia na Universidade de
Cambridge e curiosidades aleatórias em vários locais. Ele contribuiu com
peças para várias revistas de jogos, como W hite Dwaif (quando era uma
revista). Seu primeiro trabalho importante foi Kingdom of Champions, para
Hero Games, seguido por um terço dos Hero's Champions Presents.
Atualmente, Phil trabalha como programador freelancer (quando necessário) e
escritor (quando possível). Ele é casado e mora em uma pequena cidade
fundada pelos Cavaleiros Templários e batizada em homenagem a Bagdá.

–3– Introdução
O Mundo de Sheherazade –4–
 Este livro é sobre uma cultura, uma ideia – um mito. Esse mito tem um
texto desafiador, conhecido como Mil e Uma Noites, Diversões das Noites da Sheherazade
Arábia ou apenas Noites da Arábia. Isso moldou as ideias de gerações de Uma campanha ambientada no “verdadeiro”
ocidentais sobre o “oriente místico”, e, no entanto, as ideias associadas a ele mundo das Noites da A rábia pode envolver um
costumam ser uma distorção do original. Por outro lado, o original distorce a encontro com os grandes contos originais da
realidade e os contos mais antigos. Este capítulo é sobre o mundo de onde as heroína. Ela é uma mulher talentosa; além de sua
histórias vieram. beleza, virtudes e habilidade com histórias, ela
tem uma ampla educação em filosofia e no
A cultura é a do Oriente Médio islâmico, logo após a morte de Maomé (632
“conhecimento geral” de sua era. A seguir, ela é
d.C.) até o século XIII. Muitas mudanças ocorreram no mundo islâmico descrita após o casamento e a plena aceitação pelo
durante esse tempo; mas muitas também permaneceram a mesma. O Islã, uma sultão: ela terá mais de 20 anos e se encaixa em
religião com fortes ideias sobre como a sociedade deve ser administrada, atuou qualquer descrição física que seja dada às
como um fator estabilizador. O Islã não está tão envolvido em seu próprio mulheres atraentes de sua nação. (Isso geralmente
passado quanto a China, mas muito do mundo islâmico é consistente. Até os envolve cabelos e olhos escuros, e provavelmente
homens-bomba e terroristas da Beirute moderna têm seus antecessores no uma figura bem torneada.)
Khawarij do século 8 e nos Assassinos do século 12 – e todos são igualmente ST 8, DX 11, IQ 15, HT 11.
diferentes dos muçulmanos comuns. Velocidade 5,5; Deslocamento 5.
É perfeitamente possível executar campanhas definidas fora desse período, Esquiva 5.
e muito do que é dito neste capítulo se aplica a elas. No entanto, cenários mais Vantagens: Aliados (Pai é vizir, irmã é outra
antigos têm muitas diferenças; a falta das leis e suposições do Islã está rainha), Bonita, Alfabetização, Patrono (O sultão),
subjacente à maioria delas. Da mesma forma, o mundo islâmico moderno é um Reputação (+3 entre os cidadãos de seu país de
lugar complexo, frequentemente fermentado, à medida que tradição, ideias origem – salvou-os da loucura do sultão), Status 6,
estrangeiras e a riqueza do petróleo se combinam e se chocam. Os Mestres que Riqueza (Muito Rico), Voz Melodiosa.
desejam usar esses antecedentes devem estar preparados para fazer mais Desvantagens: Código de Honra Árabe,
pesquisas. Dependentes (Três filhos pequenos), Senso do
Dever (Para com os concidadãos). Estigma Social
(“Propriedade Valiosa” – metade do valor devido
As Mil e Uma Noites à alta consideração pela maioria das pessoas em
A Mil e Uma Noites é uma coleção de histórias unidas por uma “história torno dela).
principal”. A ideia de uma “estrutura” é uma das coisas mais interessantes Peculiaridades: Coleta histórias; Boa
sobre ela; é um truque literário que tem sido usado milhares de vezes (e muçulmana; Verdadeiramente fatalista
algumas vezes antes), mas Noites é um exemplo clássico. (surpreendentemente calma em situações de
A estrutura é bem conhecida. O rei Shahriyar convida seu irmão, rei perigo, sempre reconhece o poder do destino).
Shahzaman, para visitá-lo. Shahzaman parte, depois volta ao seu palácio para Perícias (bônus da Voz Melodiosa incluídos):
pegar uma bagagem esquecida. Lá, ele descobre sua esposa na cama com um Dissimulação-14, Trovador-20, Dança-12,
escravo e mata o casal. Ele então viaja para a corte de Shahriyar, onde Diplomacia-16, História-15, Literatura-18,
Filosofia-14, Poesia-14, Psicologia-16, Trato
posteriormente descobre que a esposa de seu irmão também é infiel e conta os
Social-15, Canto-12, Escrita-14.
fatos a seu irmão. Os dois partem para viajar pelo mundo para descobrir se têm
uma sorte única, apenas para encontrar um grande djinni carregando uma
mulher humana. Eles se escondem, mas a mulher os vê e exige que eles façam
sexo com ela, ou ela vai virar o djinni contra eles. Concluindo que todas as
mulheres são assim, eles retornam para casa.
Shahriyar decide que a única maneira de se salvar da traição é levar uma
noiva virgem todas as noites – e matá-la na manhã seguinte. Isso continua por
3 anos. Então Sheherazade, a filha do vizir, propõe um plano. Ela se casa com
o rei e, na noite de núpcias, pede que sua irmã Dunyazade seja autorizada a
manter em sua companhia antes de sua execução. O rei concorda e Dunyazade,
preparada por sua irmã, pede a Scheherazade que lhe conte uma história.
Scheherazade faz isso – mas cuidadosamente deixa a história inacabada. O rei,
querendo saber o que acontece a seguir, a mantém viva por mais uma noite,
quando ela repete o truque – e assim continua, por mil e uma noites, período
em que Scheherazade tem três filhos. Finalmente, Shahriyar desiste de matar a
noiva, casa Dunyazade com Shahzaman, e todos vivem felizes para sempre.
Os contos incluem histórias bem conhecidas como “Aladdin”, as viagens de
Sinbad, o marinheiro, “O pescador e o Djinni” e outras, que vão de épicos
emaranhados a piadas de uma página. Essa vasta coleção veio da cultura
popular do Oriente. A estrutura remonta ao folclore indiano; apareceu em um
livro persa agora perdido, chamado “Mil Lendas”, traduzido para o árabe por
volta do século IX. No entanto, as histórias dentro da estrutura devem ter
mudado e evoluído ao longo dos séculos. A lista “moderna" parece ter sido
resolvida no século XVIII. As histórias são frequentemente aninhadas, uma
dentro da outra dentro da outra, conforme os personagens contam histórias para
distrair os outros, para ilustrar um ponto ou para passar o tempo.

–5– O Mundo de Sheherazade


Contação de Histórias
Contar histórias é uma forma clássica de
entretenimento no Oriente Médio. Contadores de
histórias profissionais – os rawis – poderiam fazer
carreiras; amadores talentosos eram respeitados e
demonstravam suas habilidades sempre que
alguns amigos tinham tempo de sobra. Pregadores
e teólogos, especialmente sufis, usavam parábolas.
As histórias das Mil e Uma Noites vêm de todo o
Oriente, mas foram adaptadas para se adequar ao
público. Tudo isso é separado da tradição literária
“intelectual” da região.
A única oposição veio de partes do próprio
Islã. Como devotos de uma religião com profundo
desprezo pela falsidade, alguns imãs e estudiosos
condenaram a narração de histórias como
“mentiras” e uma distração de sérias
preocupações.
Parte da resposta para isso foi garantir que a
maioria das histórias tivesse algum ponto moral
ou didático (“Os anais das gerações anteriores são
lições para os vivos”). No entanto, a resposta mais
simples foi anexar um aviso geral de que é uma
história. Muitos contos começam com alguma
frase como “Diziam – mas Allah sabe a verdade –
que tal e qual pessoa vivia...” Em outras
palavras, nenhum ser humano pode conhecer a
verdade absoluta, mas essa história pode ser
verdadeira. (Dadas as confusões de geografia e
período das Noites, o aviso pode parecer muito
apropriado.)
O Mundo de Sheherazade
Uma coisa a notar nas histórias das Noites – se elas têm alguma ideia
comum e unificadora, é o poder absoluto do destino na vida. Virtude e
santidade não são automaticamente recompensadas; homens bons morrem,
enquanto o acaso cego torna rico um desocupado como Aladdin. Tudo isso se
encaixa com uma poderosa crença árabe no destino; é reagindo àquilo que não
se pode controlar que se demonstra virtude. (Por outro lado, astúcia e
habilidades sociais ajudam os personagens em algumas das histórias, e alguns
vícios – ingratidão grosseira ou blasfêmia – sempre são punidos.)
Outro Modo de Ver
O problema das Noites da A rábia é que praticamente nada tem a ver com
qualquer outra literatura muçulmana e pouco tem a ver com mitos. É uma
coleção de histórias populares de “cafeteria”, contadas para entreter um público
casual (masculino). É como se os estrangeiros tivessem sua única ideia da vida
americana com um punhado de romances de aeroportos, pulando não apenas a
literatura “clássica”, mas também novelas, romances e histórias de detetives. A
coleção transmite muito sobre a cultura, mas há outros lugares para procurar.
O Épico de ‘Antar.
O mito mais popular na Arábia medieval dizia respeito ao poeta-guerreiro
negro Antar, que ascende da escravidão à grandeza; fala de casos de amor,
batalhas, duelos e seu amor pela bela ‘Abla. Seus inimigos são frequentemente
mostrados insultando-o por sua cor de pele, mas são claramente vistos como
mesquinhos, e Antar se casa com seu verdadeiro amor árabe. (Ele também
acaba descobrindo que é descendente de reis africanos.) O conto é baseado,
extremamente vago, na vida do poeta do século VI Antarah ibn-Sheddad al-
Absi; um cortesão de Haroun al-Rashid que supostamente o
colecionou.
O Livro dos Reis
Os árabes tinham heróis tribais; os persas tinham uma
civilização, com grandes lendas. No século 10, eles foram
moldados em um poema épico por “Ferdowsi” (que significa
o “Paradisal”), que vivia na corte do sultão Mahmud de
Ghazni.
Este Shah-Nameh (Livro dos Reis) é uma história
mitológica do mundo, que conta a Criação, a descoberta do
fogo e outros conhecimentos e as guerras entre persas e
turanianos – o povo da Ásia Central. Ele atinge seu auge com
Rustem, cuja vida secular é heroica e trágica: ele mata
dragões e demônios – e também seu próprio filho, Sorab.
Depois dele, a Pérsia declina, até que a história termina com
sua conquista pelos árabes. O Shah-Nameh é um épico para e
sobre a realeza, cheio de poderosos reis fazendo grandes
feitos.
Outras Histórias e Alternativas
`Antar tinha seus rivais como herói tribal, embora poucos
alcançassem seu status; foram as grandes monarquias que
invocaram os nomes de todos os conquistadores, como
Rustem. Outros poetas épicos seguiram Ferdowsi; o maior foi
Nizami do século XII (ou Nezami), cuja obra-prima foi o
Khamseh, em cinco partes. Nela inclui filosofia, bem como o
romântico Khosrow e Shirin e sua versão da história de amor
popular de Layla e Majnun.
–6–
 A seção do Khamseh envolvendo Iskander (Alexandre, o Grande) é um
retrato filosófico, mas Iskander também se tornou o herói de histórias mais
melodramáticas e fantásticas de outros poetas. Épicos persas mais antigos são
pouco lidos no Ocidente; eles geralmente envolvem histórias pesadamente
ficcionalizadas de figuras históricas (como Alexandre, o imperador sassânida
Chosroes ou o genro de Maomé, 'Ali), lutando contra rivais, dragões e
gigantes.
Mais recentemente, cineastas, escritores de fantasia e romancistas históricos
encontraram muitas possibilidades no cenário islâmico primitivo. Os melhores
resultados são bem pesquisados e interessantes; os piores são enganos, ou nada
têm a ver com a verdadeira Arábia. No entanto, o uso cuidadoso de fontes
modernas pode ser rentável. Veja a Bibliografia (págs. 126-127) para alguns
títulos.
A religião tem sido importante em todas as civilizações, mas a história do
Oriente Médio às vezes parece não envolver mais nada. O Islã permeia a vida
dos personagens das Noites da A rábia; o plano de fundo precisa de alguma
explicação.
Primeiras Religiões
Politeísmo
O antigo Oriente Médio adorava muitas divindades. O Egito tinha Rá,
Osíris, Ísis, Anúbis, Horus, Set e assim por diante. Os babilônios conheciam
Marduk, que derrotou Tiamat, mãe de monstros; de Ishtar e Bel; e de
fantasmas e espíritos (“gênios” – os seres alados, parcialmente humanos e
parcialmente animais retratados em suas grandes esculturas). Eles também
falavam de heróis semi-divinos, como Gilgamesh. Alguns deles também foram
mencionados, de formas distorcidas, no antigo mito árabe.
Os “arianos” que conquistaram a Pérsia e a Índia adoravam outros deuses,
cujos nomes são venerados hoje na Índia: Mitra, Varuna e Indra. Mitra (como
Mithras) tornou-se um deus dos persas. Outra divindade persa tornou-se o ser
supremo do zoroastrismo.
Mitraísmo
Mitra (ou Mithras) era um antigo deus do sol, que também governava
contratos. Ele era popular na Pérsia, apesar de parte de seu mito central – o
sacrifício de um touro – ser um anátema para os zoroastrianos por causa da
poluição da terra pura com sangue. Seu nascimento era comemorado no
solstício de inverno. O mitraísmo era outra variante do culto persa à pureza e
ao fogo solar.
Essa variante sobreviveu às conquistas de Alexandre e teve um
ressurgimento no Império Romano, onde se tornou uma fé para os soldados da
legião. Foi favorecido por imperadores, mas morreu quando Roma se tornou
oficialmente cristã.
Zoroastrismo
O zoroastrismo foi fundado por Zoroastro, ou Zaratustra, que viveu nos
séculos VII-VI a.C. Ele transformou o antigo politeísmo persa em dualismo.
Ele disse que Mazda (Ahura Mazda), que ficou conhecido como Ormazd, o
criador da vida, estava em permanente conflito com Angra Mainyu, ou
Ahriman, e o mundo material era o seu campo de batalha. Outros deuses
antigos, como Indra, foram rebaixados para demônios, subordinados a
Ahriman; Ormazd foi servido por “gênios” e seres angelicais. Fundado durante
a dinastia aquemênida, o zoroastrismo mais tarde desapareceu; recuperou o
poder, como um símbolo do nacionalismo persa, sob os sassânidas –
possivelmente de uma forma bastante diferente.
Os dois grandes seres eram totalmente opostos. Onnazd era luz e verdade;
Ahriman era a escuridão e a mentira. As castas de sacerdotes da
–7–
Nível Tecnológico
O nível tecnológico correto do GURPS para
uma campanha baseada no Oriente Médio entre a
ascensão do Islã e a queda de Constantinopla é 3.
A ciência e a tecnologia islâmica eram
sofisticadas e seus praticantes eram
frequentemente hábeis, mas (contrário a algumas
afirmações simplistas), eles não estavam séculos à
frente da Europa. Em vez disso, eles tinham
melhor acesso às ideias existentes e estavam
dispostos a usá-las. Eles alcançaram o NT3 bem
cedo em certos campos (como a matemática),
mesmo que apenas através do contato com as
ideias de civilizações mais antigas, como Grécia e
Índia. Isso incentivou um bom grau de
anacronismo em romances e filmes modernos.
À medida que a Europa avançava para o
NT4+, o Islã ficou um pouco para trás, mas
apenas em alguns campos e por alguns anos. Em
nenhuma data um muçulmano do Oriente Médio
poderia ser classificado como “Primitivo”. Por
outro lado, o Islã estava em contato com
sociedades de baixo NT na África e na Ásia.
Existem algumas variações na área de armas e
armaduras. Pequenas armaduras de placas
estariam disponíveis; por outro lado, os químicos
muçulmanos podem ter recebido a receita da
pólvora já em 1280 d.C. e certamente tinham o
canhão em 1366.
A medicina islâmica medieval tinha uma
enorme vantagem sobre suas contrapartes
europeias: era muito menos brutal. O GURPS
minimiza as fraquezas da medicina precoce por
motivos de jogo, mas essa diferença pode ser
enfatizada, talvez interpretando os médicos
europeus como criminosos perigosos, ou pelo
menos fazendo com que matem qualquer paciente
que não curam, possivelmente classificando-os
com um nível tecnológico atrás dos médicos
islâmicos. Dados os pontos de interrupção na
tabela na pág. MB 128, existe um bom argumento
para fazer a medicina islâmica como NT4.
Os jogos com cenários anteriores estarão em
torno do NT2 ou 1 para campanhas do “alvorecer
da civilização”, na Idade do Bronze. Muitos jogos
podem realmente se concentrar nos momentos em
que o NT do Oriente Médio está subindo
visivelmente.
O Mundo de Sheherazade

O Calendário
Ao contrário do sistema solar ocidental,
“juliano”, o calendário islâmico é lunar. É para
pessoas mais preocupadas em navegar pela lua do
que em estações. Consiste em 12 meses
(alternadamente de 30 e 29 dias), que começam
com uma lua nova. Os meses são Muharram,
Safar, Rabi I, Rabi II, Jumada I, Jumada II, Rajab,
Shaban, Ramadã, Shawwal, Zulkadah e Zulhijjah.
Para manter a sincronização, o 12º mês,
normalmente 29 dias, às vezes é aumentado para
30. Obviamente, esse sistema – com anos de 354
ou 355 dias – não corresponde às estações do ano
“solar”; qualquer mês cai no mesmo ponto do ano
solar uma vez a cada 32,5 anos (solares). (Os
muçulmanos, no entanto, dividem o tempo em
ciclos de 30 anos.)
Os anos islâmicos são contados a partir da
“Hegira” (ou “Hégira”) – o voo de Maomé de
Meca, em 622 d.C. Assim, por exemplo, o ano
islâmico 857 d.H. (“Depois da Hegira”) termina
em 1453 d.C., e 1342 d.H. é 1923 d.C.
No século 20 (d.C.), muitos países
muçulmanos adotaram um estilo ocidental,
calendário “solar/d.C.”, pelo menos oficialmente,
embora as datas islâmicas ainda possam ser
usadas em paralelo ou para fins religiosos.
Feriados incluem o aniversário de Maomé. Os
xiitas também comemoram o aniversário de
Fátima e lamentam Husain, neto de Maomé, cuja
morte marca a divergência entre o curso visível do
mundo e o que Deus desejou.
Na vida privada individual celebraram-se
nascimentos, circuncisões e casamentos. Uma
família também faz uma festa quando uma criança
memoriza o Alcorão inteiro; aluno e professor
recebem presentes.
O Mundo de Sheherazade
da Pérsia, os Magi, parece ter começado como sacerdotes do fogo. As chamas
sagradas que ardiam em seus altares simbolizavam a pureza de Ormazd. (Essas
chamas fizeram com que os muçulmanos se referissem aos zoroastrianos como
“adoradores do fogo”.) Tudo o que Ormazd criou, Ahriman decidiu corromper;
a batalha contra isso exigia que os adoradores permanecessem verdadeiros e
evitassem poluir o fogo e a terra sagrada. (Por sua vez, é por isso que os
zoroastrianos lidam com os cadáveres, expondo-os para que os animais
selvagens os devorem – os corpos não podem ser enterrados nem queimados.)
O zoroastrianismo também incluía profecias de uma batalha final, um
apocalipse quando a escuridão finalmente seria expulsa do universo.
Judaísmo e Cristianismo
Em uma pequena área do Mediterrâneo, uma confederação de tribos fez um
pacto com um deus único e todo-poderoso. A maior contribuição dos judeus à
história humana foi a disseminação do monoteísmo, que deve muito a
Akhenaton do Egito. Onde o monoteísmo do faraó era, na prática, bastante
exclusivo, a versão judaica incluía todos os membros das tribos.
Yahweh prometeu ao lendário patriarca Abraão, considerado um ancestral
por judeus e árabes, uma terra e um futuro para seus descendentes. O Antigo
Testamento é a história de Israel, a nação que veio dessa promessa por meio de
Isaque, filho de Abraão de sua esposa Sara.
O cristianismo fez uma mudança crítica na tradição judaica. Yahweh era o
Deus do povo judeu, mas qualquer um poderia adorar o deus cristão. Assim,
essa nova crença se espalhou amplamente. Sua mensagem de amor e esperança
atraiu a população desamparada e, ao longo de alguns séculos, passou de culto
fora da lei à religião oficial dos impérios.
Islã
A esposa de Abraão, acreditando que ela era estéril, convenceu Abraão a ter
um filho com sua criada Hagar. (Os árabes descendem de Ismael, filho de
Hagar.) Porém, quando a criança nasceu, surgiram problemas entre as duas
mulheres, e Sarah exigiu que Hagar e o menino fossem deixados no vale de
Meca, no coração da Arábia. Enquanto a água escorria e Hagar ficava
desesperada, Ismael arrastava os calcanhares e uma nascente clara (o poço de
Zamzam) se rompia do chão. Nas proximidades, Abraão e Ismael construíram
juntos a Kaaba, a “Casa de Deus”, um pequeno santuário quadrado, de 3,5m de
altura, com camadas alternadas de pedra e madeira. Lá eles colocaram a Pedra
Negra (possivelmente um meteorito), que se diz ter vindo das mãos de Allah.
O vale tornou-se o local de uma cidade santa, que fazia muito comércio.
Em 595 d.C., no entanto, as tribos da região eram uma mistura de cristãos,
judeus e pagãos. Muitos aceitaram a ideia de um Deus único e todo-poderoso,
mas havia uma pressão constante para diluir o monoteísmo com deuses e
espíritos menores. Naquela época, Maomé, um comerciante de 25 anos e ex-
condutor de camelo, casou-se com sua empregada, uma viúva rica chamada
Khadijah. Com sua nova posição, ele teve tempo para refletir sobre questões
religiosas. Maomé era um homem simples; ele pode até ter sido analfabeto. No
entanto, ele era dado a pensamentos profundos.
Em 610 d.C., sozinho em uma caverna, Maomé chegou a uma conclusão;
havia apenas um Deus, Allah, e Ele era todo-poderoso. Maomé anunciou essa
revelação a seus amigos e familiares. Eles o apoiaram e o encorajaram, apesar
de três anos antes ele já tinha começado a pregar abertamente.
Maomé enfrentou oposição daqueles que se beneficiaram com o status quo.
Alguns muçulmanos morreram por suas crenças e alguns fugiram de Meca.
Eventualmente, o próprio Maomé se mudou para a cidade de Yathrib, que em
breve seria renomeada como Medina (das palavras para “Cidade do Profeta”).
Apesar da oposição e de alguns contratempos nas pequenas batalhas que
travaram, os seguidores de Maomé aumentaram; ele foi capaz de retornar a
Meca alguns anos antes de morrer em 632 d.C.
–8–
 O Islã é incomum entre as religiões, pois é inteiramente “histórica”. Cristo,
Buda e Zoroastro, sem dúvida, existiram, mas as únicas marcas claras que eles
fizeram em suas vidas foram os atos e ensinamentos que foram registrados,
geralmente após a morte. A religião de Maomé construiu uma nação em sua
vida; ele é um líder e governante histórico, além de profeta e pregador. A nova
religião transformou as tribos em uma força dinâmica e unificada. (Consulte o
Capítulo 4 para mais informações sobre o Islã como um império.)
Fé Islâmica
Para os leitores acostumados a pensar em termos do cristianismo, o Islã
pode ser comparado, muito vagamente, às formas mais austeras de
protestantismo. Tem regras, mas pouca hierarquia; o muçulmano lida com
Allah diretamente, não através de padres e papas. A rigor, o Islã nem tem
padres – apenas professores e estudiosos. Somente profetas transmitem a
palavra de Allah diretamente, e Maomé foi o último profeta. (Havia muitos
profetas anteriores, incluindo Noé, Abraão e Jesus – que os muçulmanos
consideram ter sido divinamente inspirados, mas mortais.)
Professores, ou sheikhs, são especialistas nas regras do Islã. Os estudiosos,
os Ulama, lembram ao mundo a maneira islâmica correta de se comportar. Os
líderes semi-seculares incluem os mulás (“senhores”) e os aiatolás xiitas. O
califa – “deputado” do Profeta – era “comandante dos fiéis” e o "Chefe Imã”.
De fato, para um xiita, “califa” e “imã” são intercambiáveis.
Maomé é considerado com vasto respeito, mas não adorado; ele próprio
sempre enfatizou que era mortal e falível. O antigo termo em inglês
“muçulmano” para muçulmanos é enganoso e, para os muçulmanos, um pouco
blasfema. Por outro lado, as pessoas acham mais fácil se concentrar em um ser
humano do que em um Deus onipotente e absoluto. As terras muçulmanas
costumam ter um número de “pensadores livres” e ateus, e estes são
frequentemente tolerados desde que sejam diplomáticos – o ateu seria visto
como errado, mas salvável. Mas insultar Maomé leva a uma reação muito mais
feroz e, possivelmente, à violência física. É normal para um muçulmano
mencionar Maomé, pelo nome ou como “o Profeta”, segui-lo com a frase “a
paz esteja com ele” . Essa atitude também surge, por exemplo, na regra de que
Maomé deve ser oculto por um halo de fogo, mesmo onde os artistas têm
permissão para retratar um ser humano.
Na prática, o Islã é uma religião surpreendentemente simples. Requer
apenas cinco coisas (os “cinco pilares”). Primeiro, e central para todos, é a
shahada, a declaração de que “ não há Deus senão Alá, e Maomé é seu
profeta”. Segundo, há as orações diárias (cinco vezes por dia de acordo com os
sunitas, três de acordo com os xiitas). Terceiro, um muçulmano deve jejuar do
nascer ao pôr do sol durante o mês do Ramadã (consulte a pág. 11). Quarto, o
muçulmano deve dar esmolas aos pobres; os primeiros estados muçulmanos
frequentemente estabeleciam um imposto especial, acompanhado por um
programa de ajuda humanitária, para cobrir isso. Mais tarde, tornou-se
voluntário, embora os governos muçulmanos modernos tenham tentado
reintroduzi-lo. Por fim, há o hajj, a peregrinação a Meca, que todo muçulmano
deve realizar uma vez na vida, se possível (veja pág. 11).
–9–
“Heresias” Muçulmanas
O Khawarij
Quando 'Ali estava pressionando sua
reivindicação ao califado, ele finalmente aceitou a
sugestão da arbitragem. Alguns, no entanto,
sentiram que este era um compromisso imoral;
“julgamento”, disseram eles, “pertence somente a
Deus”. Esses Khawarij, ou Kharijites (“Sediosos”)
assassinaram 'Ali, lamentando apenas que eles
também não tenham matado seu rival. Eles
proclamaram que a jihad, guerra santa, era o sexto
pilar do Islã e a declararam contra qualquer pessoa
que se opusesse ao seu puritanismo. Para eles,
qualquer califa que cometesse algum tipo de
pecado seria desqualificado do trono, pois um
pecador não era automaticamente muçulmano;
qualquer bom muçulmano poderia então ser eleito
para substituí-lo.
Os Isma’ilis
Embora a maioria dos xiitas (os “dozes”)
sustentasse que havia doze imãs (conhecidos), um
grupo dissidente traçou uma linha de sucessão
diferente, através de Isma'il, o sétimo imã, que
desapareceu. Esses Isma'ilis (ou “sete”) tornaram-
se subversivos religiosos, filósofos-
revolucionários procurando substituir o califado
por uma espécie de comunismo. Um grupo, cujo
líder reivindicou descendência de Fátima, a filha
do Profeta, fundou a dinastia Fatímida Egípcia, e
também deu origem aos Assassinos (pág. 36).
Alguns dos líderes assassinos posteriores
declararam-se nomeados divinamente e libertaram
seus seguidores das leis básicas do Islã (tornando-
se ainda mais desprezados do que seus
antecessores). A seita decaiu, mas um fragmento
sobreviveu; hoje, os isma'ilis são um grupo
pacífico e difundido no leste, dando lealdade ao
Aga Khan, que ainda reivindica autoridade
espiritual (mas sem status divino) e que é um
importante líder de muçulmanos moderados.
Os Drusos
Quando um dos califas fatímidas desapareceu
enquanto meditava sozinho no deserto
(provavelmente assassinado), alguns de seus
seguidores declararam que ele havia ganhado
status sobrenatural e se recusaram a reconhecer
seus sucessores. Os drusos formaram
comunidades secretas nas colinas da Síria (e ainda
são um poder nas guerras e políticas locais). Eles
acreditam na reencarnação e supostamente
preservam a “sabedoria antiga”.
O Mundo de Sheherazade
 Esportes e Jogos
Os muçulmanos desfrutavam de jogos internos
e externos. Corridas de cavalos, pólo, tiro com arco
(principalmente um exercício militar entre
mercenários turcos, pois a cavalaria árabe evitava o
arco), tiro com arco nos pés, luta livre, corridas a
pé e levantamento de peso eram alegres e bem
organizados. As apostas ocorriam, dentro das
regras regidas pela lei islâmica. Lutas de animais
eram realizadas, apesar da proibição islâmica. As
corridas de pombos se tornaram uma mania de
massa no período abássida; o preço dos bons
pássaros se tornou maior que o dos falcões de caça.
Os jogos de salão incluíam formas de
Mancala, xadrez, damas e gamão. Clubes de
jogos, completos com clubes permanentes,
desenvolvidos. Dentro do harém, as mulheres
parecem ter jogado jogos de dança, além de
xadrez e similares.
Xadrez
O xadrez era um jogo de salão especialmente
popular entre os muçulmanos medievais. Veio
para eles da Índia, via Pérsia do século VI; um
estudante inteligente poderia ganhar a vida
ensinando-o para as classes altas e seus escravos,
que eram valorizados se pudessem oferecer uma
oposição divertida.
A forma do jogo era semelhante às regras
modernas. Tanto quanto qualquer um pode
descobrir, os objetivos eram os mesmos, mas os
movimentos eram diferentes. A rainha moderna
era então um “conselheiro” ou “general”, que
podia se mover apenas um quadrado na diagonal
de cada vez; peões só poderiam ser promovidos
para esse tipo. “Elefantes”, que se desenvolveram
nos bispos modernos, podiam mover-se para dois
quadrados (diagonais) de cada vez; a torre era
uma “carruagem”, destinada a guardar os flancos
do exército na tradição militar indiana. A regra
moderna do roque não seria inventada por séculos.
Dito isto, o fascínio desse jogo de estratégia
puramente intelectual era semelhante ao do
mundo moderno. PdJs que aprendem isso (como
uma habilidade de passatempo) em níveis altos
podem ter alguns encontros muito interessantes na
corte e podem aprender algo sobre os processos
mentais de um oponente: se alguém é rápido ou
cuidadoso, preciso ou ousado, mais inteligente ou
mais burro do que pensam.
Fonte da
Câmara Principal
Purificação
“Nicho de Oração”
Púlpito (Minbar)
Diagrama segundo a Enciclopédia Britânica, Vol. 22, 1974/85.
O Mundo de Sheherazade
Se alguém segue essas regras, ninguém pode dizer que ele não é muçulmano.
(É claro que existem hipócritas e maus muçulmanos, mas isso é entre eles e
Allah. Como em qualquer religião, existem algumas regras que são estendidas
ou simplesmente ignoradas.) De fato, o Islã é construído, ainda mais do que a
maioria das religiões, sobre um conjunto de certezas. Nenhuma outro Deus
existe senão Allah; o Corão é a palavra de Deus; um muçulmano sábio está
equipado para levar uma vida completamente satisfatória e orientar os outros.
Os muçulmanos veem o destino como a vontade de Allah. Se Allah,
onipotente e onisciente, determina tudo o que acontece, então ninguém pode
esperar escapar de seu destino; os humanos são julgados por suas respostas a
esse destino inalterável. Há alguma disputa sobre as sutilezas disso, e muitos
muçulmanos acreditam que algum destino, pelo menos, é mutável de acordo
com a ação humana. Mas o senso geral de que “cada homem morre na hora que
lhe foi designada” pode tornar os guerreiros muçulmanos ferozmente corajosos
e, nos contos populares das Noites da A rábia, a sorte é mostrada como uma
força caprichosa, até amoral e irresistível.
Mas os muçulmanos não ignoram causa e efeito Até os mais fatalistas
tomam remédios quando estão doentes, na esperança de que esteja destinado a
curá-los. Uma pessoa que é ferida por outra estava fadada a sofrer – mas o
sofrimento ainda é uma consequência do livre arbítrio da outra (a menos que a
lesão tenha sido um acidente). No entanto, os árabes sempre reconhecem o
poder da sorte. “A boa sorte vem para quem a tem, não para quem o procura”,
diz um provérbio. Outro acrescenta: “Largue um homem de sorte no Nilo, e ele
emerge com um peixe na boca”.
O Islã também incorpora uma forte moralidade. Na sua forma mais
puritana, proíbe álcool, música e contato livre entre os sexos. No entanto, esse
tipo de rigor é demais para a maioria dos mortais, e as regras costumam ser
esticadas.
Finalmente, há vida após a morte. O Corão diz que muçulmanos devotos
podem esperar entrar em um paraíso glorioso, no qual todos os prazeres da
Terra serão ampliados. Apenas os mártires têm entrada garantida, mas Allah é
“o compassivo, o todo-misericordioso”. Embora exista um inferno ardente
“sob a mandíbula do diabo” para os ímpios, os muçulmanos não são obcecados
com ideias de punição.
O Corão
O livro sagrado do Islã consiste em milhares de versículos das pregações de
Maomé, coletados por seus seguidores ao longo de sua vida. Estes são
divididos em 114 “capítulos”, ou capítulos, geralmente conhecidos por nomes
simples como “As Hordas” ou “Ornamentos de Ouro”. Há alguma disputa
quanto à ordem correta dos capítulos; pela tradição, eles são colocados com um
versículo chave (“A Abertura”) primeiro e depois em ordem decrescente de
comprimento.
Os muçulmanos consideram o Corão como a própria palavra de Deus; é
blasfemo mudar isso. Está escrito em árabe clássico, o que dá importância
especial a esse idioma. Considerado o melhor da língua poética árabe, o
original é mantido no céu, próximo ao trono de Deus. A rigor, os muçulmanos
pensam que qualquer pessoa que manipule um Corão deve lavar-se ritualmente
primeiro.
A Mesquita
Uma mesquita é um local de culto e ensino muçulmano.
Pode-se orar em qualquer lugar, mas a mesquita é preferida e
oferece outras facilidades, como educação. Assim, é geralmente
administrado pela comunidade, embora algumas mesquitas
tenham funções mais amplas; por exemplo, universidades
muçulmanas se transformavam em escolas mesquitas. Nas
primeiras cidades muçulmanas, havia muitas pequenas
mesquitas e uma grande mesquita comunal para as orações e
sermões na sexta-feira, o “Sab-bath” muçulmano. Cada
mesquita tem seu imã e uma equipe que inclui um muezzin.
As orações são ditas ao amanhecer, meio-dia, meio da tarde,
pôr do sol e anoitecer (entre os sunitas – apenas três vezes por
dia entre os xiitas). No dia de sexta-feira, uma sessão prolongada
ao meio-dia inclui sermões e anúncios públicos. Em cada hora
– 10 –
marcada, nas cidades muçulmanas, o muezzin fica na porta de uma pequena
mesquita ou no minarete (uma torre alta) de uma mesquita maior e fica de
frente para o leste, oeste, norte e sul; em cada direção, ele dá o chamado à
oração, em árabe:
Allah é o maior. Testifico que nenhum outro Deus existe senão Allah.
Testifico que Maomé é o Profeta de Allah. Venha para a oração. Venha para a
salvação. Allah é muito bom. Não existe outro Deus senão Allah.
Qualquer homem adulto que possa chegar a uma mesquita deve fazê-lo;
outros devem orar onde estão. (Os viajantes costumam usar tapetes de oração,
para evitar ter que usar o chão descoberto.) As mulheres não precisam usar a
mesquita, mas muitas vezes há uma seção dividida para elas.
Todas as pessoas que entram na mesquita, em orações ou em qualquer outro
momento, devem tirar os sapatos. O adorador também deve estar limpo; pode
ser necessária uma lavagem formal antes da oração. Cada oração envolve o
movimento de ficar em pé para a prostração no chão, para que pisos limpos
sejam uma questão de conforto. As orações são conduzidas pelo imã, que se
coloca no mihrab (consulte pág. 20). As palavras são muito padronizadas, com
muita invocação do nome e glória de Allah.

A Peregrinação a Meca
Todo ano muçulmano, em uma data específica no último mês do
calendário, muitos milhares de muçulmanos de todo o mundo viajam para a
cidade de Meca. (Visitar Meca em qualquer outra época do ano é considerado
meritório, mas não é um hajj.) Meca já era um lugar sagrado para as tribos
judaicas e pagãs muito antes de Maomé a pronunciar, e hoje permanece o
centro do Islã.
O hajj envolve uma série de rituais, incluindo caminhar sete vezes pela
Kaaba, beijar e tocar a Pedra Negra. O ato final é o sacrifício de um animal.
Todo o procedimento, com toda a caminhada entre santuários e assim por
diante, é árduo e exaustivo no calor da Arábia.
A rota terrestre para Meca nunca foi fácil; a área é principalmente deserta.
Apesar da natureza sagrada de sua jornada, os viajantes medievais e posteriores
frequentemente enfrentavam a ameaça adicional de bandidos beduínos; como Outros Lugares Sagrados
resultado, os peregrinos do hajj costumavam viajar em grandes grupos. Estes Além de Meca e seus arredores, o Islã
se reuniam em Bagdá e outras cidades, às vezes sob a liderança de sultões ou reconhece alguns outros lugares sagrados. Mais
califas, em meio a cenas de grande celebração e respeito. Os viajantes do mar notáveis são a “Mesquita do Profeta” em Medina
costumavam vir por Jedda (Jiddah), o porto mais próximo do Mar Vermelho. e Jerusalém, foi o ponto de partida, diz-se, de uma
viagem ao céu e de volta que Maomé fez. Os
No século XX, as viagens aéreas facilitaram o hajj, embora Meca ainda seja xiitas também estimam os túmulos ou locais de
uma cidade quente do deserto, e os rituais dos peregrinos ainda sejam árduos. martírio dos fundadores de sua seita, e existem
Representantes dos principais grupos e governos muçulmanos transformam o muitos túmulos de “santos” sufistas espalhados
evento em uma convenção e fórum religioso. Incidentes como o colapso de um pelo mundo muçulmano, algum são populares,
túnel de acesso, levando a muitas mortes e manifestações e até tumultos de pelo menos entre as massas.
peregrinos de países com governos extremistas, chamaram a atenção para o Observe que os membros de uma seita oram
hajj, mas continua sendo um símbolo da supremacia da religião na vida frequentemente em santuários e lugares sagrados
muçulmana. de outra.
O ldul Duha, ou Id Qurban, é uma
grande festa que marca o fim das
cerimônias do hajj em Meca.
Um muçulmano que completa o hajj
ganha o título Hajji e tem o direito de usar
um turbante verde. Bons muçulmanos
reagem a ele em +1, desde que seu
comportamento permaneça devoto.

Ramadã e Festivais
O Ramadã, o “quarto pilar do Islã”, o
principal evento religioso do ano islâmico, é
o nono mês do calendário lunar. Durante
esse período, muçulmanos adultos
saudáveis não devem comer ou beber entre
o nascer e o pôr do sol; a proibição também
cobre sexo e, no islamismo sunita, fumar.

– 11 – O Mundo de Sheherazade

Herança
O Islã tem muitas regras complicadas sobre
herança, um produto de problemas práticos nos
seus primeiros dias. Além disso, especialistas
muçulmanos desenvolveram toda uma série de
bons julgamentos sobre o assunto.
O efeito líquido é que a família de um
muçulmano que está morrendo, esposas, pais e
filhos, todos devem ser providenciados. Esposas e
filhos são particularmente favorecidos, e um
homem pode, de fato, deixar apenas um terço de
sua riqueza a quem ele escolher; o restante é
distribuído por lei. Uma mulher retém seu dote e
pode deixar essa e outras propriedades como
quiser, sujeita a regras semelhantes às que
favorecem um homem.
Direitos ao Poder
A escassez de leis de sucessão era um
problema no Islã – como visto após a morte de
Maomé. Embora houvesse leis detalhadas sobre a
herança de propriedades, o grande conflito entre o
poder herdado e a democracia tribal nunca foi
realmente resolvido.
Ao contrário da Europa, o Islã nunca aceitou
que o filho do governante deveria governar
automaticamente; por outro lado, também nunca
elaborou um sistema democrático de eleição. Pior
ainda, a crença de que o destino era a vontade de
Allah implicava que qualquer um que ganhasse o
poder pela força estava destinado a governar e,
portanto, totalmente intitulado ao trono.
Às vezes, um governante pedia a seus
seguidores que jurassem lealdade a seu herdeiro.
Assim, um usurpador pode se esforçar muito para
convencer o herdeiro “legítimo” a dar-lhe
formalmente o trono – que transferia quaisquer
vínculos leais juramentados. A persuasão física
brutal era muitas vezes politicamente inaceitável,
mas a pressão psicológica poderia ser pesada.
Qualificações
O Islã diz que um governante deve ser
adequado ao governo; isso pode levar a mais
problemas. O califa, por exemplo, deveria ser
justo e sábio, estudar a lei islâmica, estar em plena
posse de todos os seus sentidos e saudável de
mente e corpo, estar livre para agir, ser corajoso e
– em algumas leituras – pertencer à família do
Profeta.
Destes, a integridade física e a sanidade básica
eram facilmente testadas. Um governante que
fosse mantido prisioneiro seria tecnicamente
desqualificado, mas qualquer muçulmano seria
moralmente obrigado a restaurar sua liberdade.
(Um enredo de cenário?)
A exigência de todos os sentidos tinha uma
consequência interessante e macabra. Às vezes,
um usurpador não mata um governante deposto,
mas o cega, desqualificando-o (um encontro no
jogo com um monarca cego e “aposentado” pode
ser interessante.)
A lei só entrava em vigor nas raras ocasiões
em que juízes islâmicos elegiam um governante.
No entanto, qualquer usurpador pode invocar isso
como uma desculpa.
O Mundo de Sheherazade
O Ramadã tradicionalmente começa quando duas testemunhas observam a
lua nova e relatam isso a um cadi. Se ele está satisfeito com a confiabilidade
deles, ele informa um mufti, que proclama o jejum. Hoje, muitos países
islâmicos assumem a liderança das autoridades no Cairo.
Os muçulmanos podem dormir pelo menos algumas horas do dia durante
neste mês; muitos países islâmicos estão mais ou menos desligados durante
esse período. Embora o Ramadã seja um assunto solene, os muçulmanos
podem e muitas vezes se deleitam entusiasticamente após o pôr do sol. Os
teólogos muçulmanos têm todo tipo de regras detalhadas para violações
acidentais por problemas médicos rápidos e assim por diante, incluindo regras
para ganhar tempo.
No final do Ramadã, os muçulmanos realizam uma grande festa, o
Ramadan Id, ou Idul Fitr – um dos dois grandes festivais do ano.
Sufismo
O sufismo é o “misticismo” islâmico, no sentido de “buscar uma verdade
misteriosa sobre o universo”, não necessariamente “mágica’. O Islã tem
sentimentos confusos sobre o sufismo, mas é generalizado nas terras
muçulmanas, apelando àqueles para quem o legalismo seco não é suficiente.
Existem muitas escolas, e algumas são descartadas por outras como confusas
ou incompletas. Professores sufis dizem que tentar misturar técnicas de
diferentes escolas é complicado e até perigoso. Os professores agem como
guias pessoais; porque a verdade mística não pode ser descrita diretamente em
palavras ou descoberta pela lógica analítica, eles devem lidar diretamente com
seus alunos. (Daí o perigo: tentar seguir dois guias ao mesmo tempo
simplesmente leva à confusão. No entanto, alguns guias usam mais de um
caminho.)
Sufis sérios costumam estudar em período integral, evitando preocupações
materiais que os distraiam. Estes são dervixes (também conhecidos como
“faquires”). Eles usam vários meios para alcançar estados de transe que (eles
acreditam) concedem visões especiais; os famosos dervixes “rodopiantes”
fazem isso com danças extáticas.
Os dervixes eram tradicionalmente reconhecidos por suas vestes de lã
pesadamente remendadas, bem como por seus estilos de vida ascéticos.
Nas Mil e Uma Noites, o termo “dervixe” é usado muito pouco, para
indicar eruditos errantes, incluindo pelo menos um mago maligno. Uma
história também mostra uma mulher santa, vivendo no deserto, com poderes de
cura; os “santos” sufistas podem ser homens ou mulheres. (Os descendentes
desses santos são algumas vezes considerados líderes sociais ou conselheiros
espirituais.) O conhecimento avançado do universo pode implicar um poder
único sobre ele. Alguns sufis alegaram possuir poderes mágicos; a maioria não
tem. Essas ideias nem sempre são aceitas; os profetas podiam ter realizado
milagres, mas Maomé (que menosprezava essas coisas) foi o último profeta.
Suspeita-se que os místicos mais selvagens afundem em mero espetáculo (ou,
talvez, magia secular).
Exorcismos
Uma versão da crença muçulmana no djinn diz que alguns desses espíritos
às vezes invadem a mente humana, maldosa ou maliciosamente, causando
comportamento irracional. Nos termos ocidentais modernos, esse
comportamento é chamado de “insanidade” ou “distúrbio emocional”; para o
crente antiquado, é “possessão”. No entanto, o djinni “possuidor” pode ser
expulso, geralmente por oração e ritual, às vezes queimando ervas, enxofre ou
outras substâncias que os djinn não gostam na presença do paciente. A oração e
a leitura do Corão são consideradas especialmente eficazes; os djinn estão
sujeitos às leis de Allah e temem o poder divino. Alguns exorcistas usam
métodos mais brutais, como espancar o paciente para fazer com que o djinni
possuidor sinta a dor, e nos tempos modernos isso levou a ferimentos graves e
até acusações de assassinato. Mas a maioria dos muçulmanos – mesmo aqueles
que acreditam na possessão de djinn – considera isso desnecessário e errado, o
equivalente espiritual do medicamento que causa sofrimento e pode matar o
paciente quando tratamentos seguros estão disponíveis.
– 12 –
 Cerimônias simples e invocação de Allah não são a mesma coisa que
mágica. Por outro lado, algum tipo de autoridade ou aprendizado religioso
pode ajudar, os muçulmanos podem considerar esses tratamentos um dever dos
Ulama, e alguns exorcistas religiosos dizem que quem cobra dinheiro para
realizar um exorcismo tem a atitude errada e é quase certamente incompetente.
Outras Religiões Sob o Islã
O Islã é frequentemente visto como ativamente buscando convertidos,
talvez até pela força, mas isso é duplamente enganoso. Por um lado, a nova
religião era uma das poucas coisas, nos primeiros dias da expansão árabe, que
podiam dar aos vitoriosos homens da tribo do deserto um senso de
superioridade; seus novos súditos tinham civilizações antigas e culturas
refinadas. A conversão de não-árabes pode até ter sido sutilmente
desencorajada. (Há dicas no Corão de que o Islã era especificamente uma
religião para os árabes.) Por outro lado, o Islã não é totalmente intolerante; o
Corão declara que ninguém pode ser forçado a acreditar. Em particular, a
tradição cresceu em não perseguir judeus e cristãos, que seguiram profetas
honrados no Corão e que adoravam o Deus Único. No entanto, essas “Pessoas
do Livro” não estavam em pé de igualdade com os muçulmanos; o muçulmano
comum se sentia superior a eles. Eles pagavam impostos especiais e às vezes
eram proibidos de usar, ou eram obrigados a usar estilos e cores distintas de
roupa. Se eles fossem mais ricos ou mais bem-sucedidos do que a média, eles
poderiam ficar especialmente ressentidos.
A rigor, os zoroastrianos (“adoradores do fogo”) não eram "Pessoas do
Livro", mas o Islã considerava essa religião antiga muito bem estabelecida para
suprimir. O novo império permitia, mas a suprimiu nos séculos seguintes,
muito poucos zoroastrianos (os Parsees) sobrevivem hoje na Índia. Nos jogos
rolados no início dos tempos muçulmanos, o zoroastrismo ainda pode estar
presente, com níveis variados de respeitabilidade. Pode até atrair nobres persas
e outros nacionalistas antes que o islã xiita se torne seu foco.
Muçulmanos muito tolerantes podem considerar os hindus, que tinham seus
próprios textos sagrados, como “Povo do Livro”; outras crenças pagãs, por
outro lado, nunca foram realmente aceitas.
Os árabes pré-islâmicos tinham um sistema de pequenas tribos “clientes”,
prestando homenagem aos vizinhos mais fortes, mas recebendo uma proteção
genuína em troca; na melhor das hipóteses, os primeiros muçulmanos
transformaram essa atitude em proteção às minorias – defendê-las era uma
questão de honra pessoal ou racial. As seitas cristãs minoritárias preferiam os
governantes muçulmanos, que recebiam seus impostos e os deixavam em paz,
a impérios cristãos como Bizâncio, cujas igrejas centralizadas e apoiadas pelo
Estado os perseguiam como hereges.
O efeito líquido é que pequenas comunidades silenciosas de cristãos ou
judeus geralmente se dão muito bem no Islã, mas grandes grupos vistos como
ameaçadores tendem a se encontrar em conflito.
(Outra estranheza se desenvolveu. Quando os não-muçulmanos enfrentaram
impostos mais pesados do que os muçulmanos, alguns deles, sem surpresa, se
converteram ao Islã. Por mais sinceros que tenham sido sobre isso, privaram o
governante da receita tributária. Portanto, alguns governantes cortaram suas
perdas, aplicando um imposto especial sobre os convertidos recentes.)
Governo e Lei Islâmicas
Religião e Governo
O Islã pode estar relacionado ao cristianismo, mas o Corão não ecoa a linha
do Novo Testamento sobre render a César o que é de César. O Islã tem regras
para governar a sociedade; supõe-se que um bom muçulmano apoie a virtude
sobre o vício no governo, tanto quanto em assuntos particulares. Alguns
escritores dizem que, onde o cristianismo é uma religião do amor, o Islã é uma
religião da justiça social.
– 13 –
Guerreiros
Os A yyar – homens livres que seguiam os
códigos dos guerreiros – sempre faziam parte do
sistema militar islâmico. No entanto, em uma data
muito precoce, o Islã atingiu um problema de mão
de obra. Quando a Pérsia foi conquistada, seus
nobres negociavam como grupo um lugar no novo
regime e podiam mais ou menos ditar termos; os
soldados qualificados eram escassos. Então outra
fonte foi encontrada: soldados escravos.
Parece estranho para os ocidentais que as
melhores tropas de muitos exércitos muçulmanos
eram escravos, mas muito antes da vinda do Islã, a
lei persa havia declarado que todos os sujeitos
eram escravos do governante – então havia pouca
desgraça na escravidão. Os governantes
recrutavam tropas por compra ou por um
“imposto” de indivíduos inferiores, de preferência
jovens, trazendo-os para a casa real. Isso garantiu
que eles tivessem excelente treinamento e
nenhuma lealdade alternativa; um bom
tratamento, incluindo pagamento regular e
doações de terra, os tornou (em teoria) muito
leais. Governantes e governadores provinciais,
assim como o califa, poderiam fazer isso.
Essa foi a origem das tropas regulares
conhecidas como Ghulams e, mais tarde, dos
Mamelucos do Egito. Para um ocidental, eles se
pareceriam com íntegros soldados profissionais.
Mas havia um problema: eles poderiam usar a lei
para si mesmos. Os Mamelucos derrubaram seu
sultão e se tornaram os governantes.
De qualquer forma, mais tropas podem ser
necessárias. Às vezes, os sistemas feudais eram
usados, elevando qualquer coisa, desde
camponeses relutantes a cavaleiros habilidosos;
até soldados-escravos podem receber terras e a
responsabilidade de organizar as unidades. Como
alternativa, mercenários podiam ser contratados –
lanceiros beduínos, arqueiros montados turcos,
infantaria da montanha de Daylami ou até
europeus.
O Mundo de Sheherazade

Governo Municipal
O Islã primitivo sentia pouca necessidade de
sistemas complexos de administração da cidade;
por exemplo, se houvesse tumultos, o exército
simplesmente assumiria o controle pelo tempo
necessário. No entanto, o governo achou útil
nomear governadores.
Em cada cidade, havia um ra‘is, ou chefe,
responsável pela administração civil. Também
haveria um ‘amir local de alto escalão,
encarregado das forças militares, cujas
responsabilidades incluíam a manutenção da lei e
da ordem. As questões de direito seriam julgadas
pelos cadis, mas os chefes de polícia (veja abaixo)
tinham poderes semelhantes, e também havia
funcionários do governo – muhtasibs –
encarregados de impor a moral islâmica e as
regras da religião.
Com o tempo, as unidades militares
designadas para manter a ordem evoluíram para
algo mais parecido com uma força policial, com
seus próprios chefes.
Para fins de jogo, uma cidade grande e rica
provavelmente terá um sistema policial bem
organizado. Uma cidade menor convive com
alguns vigias, a regra islâmica de que uma
comunidade é responsável por sua própria ordem e,
em casos extremos, às unidades do exército mais
próxima. Os governantes tirânicos manterão seus
guardas valentões patrulhando as ruas dia e noite.
A administração das regras práticas que
governam um bazar é realizada por um supervisor,
às vezes nomeado pelo estado, às vezes
selecionado pelos comerciantes locais (sempre um
grupo influente). Questões sérias de contratos e
assim por diante iam para um cadi por uma
decisão, e um muhtasib poderia lidar com casos
de fraude e trapaças.
Juramentos
Juramentos – no tribunal ou em outro lugar –
são tratados seriamente pelos muçulmanos. Uma
versão clássica é um homem declarar que, se ele
quebrar sua palavra, todas as suas esposas devem
divorciarem-se e todos os seus escravos devem ser
libertados – e se essa palavra for quebrada, os
divórcios e manumissões serão considerados
legalmente válidos!
O Mundo de Sheherazade
Nas mais fortes, o Islã e a sociedade são um, tornando os estados
muçulmanos altamente unificados. Qualquer cidadão pode sempre apelar para
o princípio religioso da justiça. Por outro lado, como fé e estado são os
mesmos, qualquer revolta política deve ser tratada como um cisma religioso e
vice-versa.
Além disso, apesar de suas regras diretas de herança, os estados
muçulmanos raramente administram leis eficientes de sucessão. A maior
disputa era sobre a seleção do califa. Os xiitas invocaram a ideia de herança,
que apelava aos árabes que eram leais às famílias, e também aos persas e
outros que estavam acostumados a governantes hereditários. Os sunitas, no
entanto, declararam que apenas candidatos dignos deveriam ter poder e até
produziram regras bastante vagas pelas quais os líderes comunitários deveriam
escolher o califa – uma versão ampliada das antigas eleições tribais beduínas.
Como apenas o governo islâmico é piedoso, qualquer muçulmano pode se
sentir justificado em assassinar um tirano. A história muçulmana muitas vezes
parece consistir no governo de governantes fortes e respeitados, alternados
com assassinatos e caos.
Shari'a e Hadith
Shari'a (islâmica) é frequentemente chamada de selvagem pelos ocidentais,
mas há uma coisa a lembrar: é, literalmente, medieval. Na época em que se
desenvolveu, as leis da maior parte da Europa eram igualmente ferozes e
muitas vezes menos justas. Allah é, afinal, “o compassivo, o todo-
misericordioso”.
O Corão fornece regras fixas e diretrizes éticas gerais e lida com o direito
interno, civil e criminal. Existem contradições e dificuldades no texto, mas tirar
uma vida humana, sem justificativa, é classificado como um grande crime. O
roubo também é tratado com severidade, talvez para combater os hábitos
beduínos tradicionais do banditismo.
De fato, a principal ideia jurídica de Maomé era de contenção. A parte mais
importante disso, naquela época, foi a tentativa de eliminar o feudo de sangue.
Assassinatos e lesões devem ser tratados prontamente, formalmente e pela
comunidade; somente o criminoso deve pagar. Infelizmente, essa é uma das
regras menos obedecidas do Islã; até hoje, os árabes do deserto e até seus
primos estabelecidos gostam de uma vingança implacável.
As punições dadas no Corão são em grande parte, olho por olho. O povo
mediano tinha pouca ideia de prisão como punição; isso teria sido visto como
manter e alimentar criminosos às custas do estado. As prisões deveriam conter
temporariamente os inimigos ou os acusados, embora as tradições muçulmanas
posteriores algumas vezes envolvessem prisão punitiva.
Um criminoso poderia fazer as pazes se demonstrasse verdadeiro remorso.
As regras permitiam ao criminoso compensar a vítima (ou a família de uma
vítima de assassinato) em dinheiro; frequentemente, isso pode significar que o
agressor foi entregue à vítima ou parente
próximo, para que imponham as sanções
que preferirem dentro da lei. O perdão,
após o pagamento do dinheiro de sangue,
era considerado louvável. Atos como
assassinatos acidentais podem exigir a
libertação de um escravo ou longos
períodos de jejum. O roubo era
frequentemente punido por
espancamentos. O Corão especifica que
quem rouba um artigo no valor de quatro
dinares deve ter sua mão direita cortada;
em uma segunda ofensa, o pé esquerdo é
cortado e assim por diante. A morte é
reservada para criminosos endurecidos.
O Corão não decreta nenhum castigo
por apostasia (abandono da religião.) No
– 14 –
entanto, aqueles que abandonaram o Islã – que se tornaram traidores – durante
a guerra foram condenados à morte (dificilmente durante a guerra) e, a partir
disso, alguns muçulmanos desenvolveram a ideia de morte para apóstatas. O
Islã também geralmente reconhece e aceita que as leis da shari’a não podem ser
aplicadas em terras não-muçulmanas. O Deserto do Saara
Como o Corão não cobre todas as questões legais possíveis, os estudiosos Quando o Império Muçulmano se expandiu
muçulmanos desenvolveram um sistema de análise jurídica. O cerne disso é o para o norte da África, encontrou uma terra onde
hadith – as “declarações do profeta”, supostamente proferidas pelo próprio as habilidades desérticas dos árabes eram muito
aplicáveis; também encontrou pessoas que já
Maomé. No entanto, qualquer hadith deve ser justificado por uma cadeia de fontes
moravam lá.
confiáveis, rastreáveis desde o Profeta. Mesmo assim, existem disputas ferozes.
O Saara é o maior deserto do mundo. É
delimitado pelo Atlântico e Mediterrâneo, pelas
Leis Locais
montanhas do Atlas, pelo Mar Vermelho e pelos
A lei islâmica nem sempre viajava bem. Apesar das amplas conversões ao
campos do Sahel. (O vale fértil do Nilo atravessa-
Islã, ideias alternativas continuaram ou infiltraram-se na prática muçulmana.
o.) Não era, ao contrário de algumas histórias,
Mesmo os árabes não estavam inteiramente convencidos (especialmente puramente o produto do excesso de cultivo
quando se tratava de uma rixa de sangue). Os muçulmanos indianos têm algo romano, embora certamente tenha avançado
parecido com um sistema de castas; muitos povos mantiveram suas próprias quando os romanos exauriram o solo de suas
leis de casamento, regras sobre comércio e contratos e assim por diante. As fazendas do norte da África; eram pastagens na
comunidades camponesas de longa data, em particular, tendiam a manter leis pré-história, mas não muito depois de 4.000 anos
antigas e seculares por perto. atrás.
Seus habitantes, os berberes de pele escura,
O Papel das Mulheres obtiveram o camelo na época romana,
A sociedade islâmica é frequentemente vista no Ocidente como um foco de confirmando seu controle das poucas rotas
opressão sexista – uma imagem não ajudada pelas Noites da A rábia, um comerciais que seguiam para o sul, até os reinos
entretenimento para o público masculino. No entanto, as coisas são mais da África Central e da costa oeste. O comércio
complicadas do que isso. nessas rotas valeu a pena para os muçulmanos da
As tradições orientais enfatizam a modéstia feminina – mas o Islã é Idade Média; personagens mercantes podem
igualmente forte em termos de propriedade para os homens. Maomé realmente muito bem passar por esse caminho. Os berberes
introduziu melhorias no lugar das mulheres na sociedade, dando às mulheres adotaram o Islã, mas seu senso de independência
melhores direitos de herança e atacando o infanticídio feminino, o roubo de os levou a seitas variantes. As tribos beduínas se
noivas e o tratamento tradicional das mulheres como propriedade. (Para obter mudaram para a área mais tarde, mas os berberes
informações sobre o lugar das mulheres na cultura, consulte Personagens mantiveram o controle da maior parte do Saara.
Femininas, pág. 49.) Um grupo berbere, os tuaregues, é bem
conhecido. Como os beduínos, eles andam no
Por outro lado, as sociedades muçulmanas costumam ser altamente sexistas.
deserto em grupos tribais, vestidos com roupas
Os mais extremos eram os vários tipos de mutilações feminina (o que muitos
que envolvem tudo, mas seus costumes são muito
diriam ser contra a lei corânica), ou trancavam as mulheres com medo do tipo próprios; suas mulheres são relativamente
de roubo de mulheres que o Islã proibia. independentes e socialmente poderosas, e os
homens sempre usam véus azuis na presença de
Casamento estranhos.
O celibato não é uma virtude no Islã; um bom muçulmano geralmente será
casado (e fiel). O ideal cristão do celibato é considerado excêntrico – mesmo
que alguns dervixes e outros cultistas tentem superar todas as distrações
mundanas no curso de purificação de seus espíritos.
As famílias geralmente organizam casamentos muçulmanos, embora os pais
sejam incentivados a obter o consentimento do casal. Os jogos românticos de
amor são conhecidos, e não apenas na poesia. Por lei, uma mulher deve ter um
tutor – geralmente o pai – para garantir que o noivo seja aceitável e
(idealmente) que ela consinta.
Maomé também disse que o noivo em potencial deveria ver o rosto de sua
noiva antes de se casar com ela. No entanto, essa ideia costuma ser demais para
muçulmanos “respeitáveis”. As histórias das Noites da A rábia estão cheias de
homens que se apaixonam por uma garota depois de um simples vislumbre de
seu rosto ou apenas de seu retrato.
O contrato de casamento envolve um dote, pago pelo noivo; parte dele pode
ser reservada em caso de divórcio ou morte prematura. Este é um contrato
secular e não religioso, mas, mesmo assim, um imã normalmente oficiará. São
necessárias duas testemunhas; estes devem ser muçulmanos adultos livres, mas
duas mulheres podem substituir um dos homens. A cerimônia é simples e
geralmente é realizada na frente dos convidados; então um banquete se inicia.
Um casamento árabe tradicional seria considerado ruim se a família da noiva
não assasse uma ovelha inteira, e as Noites da A rábia falam de festas que
acontecem por dias.
Homens muçulmanos têm permissão para até quatro esposas. Maomé tinha
mais, o que tem sido munição para seus críticos, mas os muçulmanos dizem
que ele se casou com elas antes dessas leis serem reveladas a ele por

– 15 – O Mundo de Sheherazade
 Sociedades
A sociedade islâmica medieval estava
entrecortada por guildas, clubes e outros órgãos
sociais ou religiosos, variando de grupos
informais de amigos a associações formais, desde
o conhecido ao público até o secreto e do apoiado
pelo estado ao subversivo.
O mais importante desses grupos para fins de
jogo foram os A yyar dos séculos IX a XII. Eram
bandos de jovens cujas vidas eram orientadas para
o combate, seguidores do código conhecido como
Futuwwa. Eles podiam variar de irmandades
cavalheirescas a gangues de brigões de rua.
Alguns se estabeleceram como santos guerreiros
islâmicos, invadindo infiéis na fronteira ou
combatendo invasores estrangeiros; outros eram
rebeldes sociais, que atacavam tiranias ou
qualquer pessoa que não gostassem; outros ainda
eram mercenários ou apenas brigões. Alguns Allah, e que ele não se casou mais depois. A parte importante da regra é que o
tinham cerimônias formais de iniciação. Muitos homem deve ser capaz de apoiar adequadamente todas as suas esposas, e que
grupos de PdJs podem ser tratados como A yyar. deve tratá-las todas igualmente. Alguns advogados muçulmanos dizem que
No entanto, a maioria dos grupos era mais isso é efetivamente impossível, tornando a monogamia a única prática correta,
silenciosa: guildas comerciais, associações de mas outros a interpretam de maneira mais literal.
comerciantes e assim por diante. Dada a tradição
islâmica de hospitalidade, estas foram muito úteis A lei islâmica também permite esposas e concubinas, mas com restrições.
para seus membros. Com o tempo, os governantes Governantes poderosos levaram-na até ao ponto de ruptura; os estudiosos
tentaram absorvê-las no “sistema”; o próprio califa frequentemente justificavam a autoindulgência de seus empregadores
se juntou a um bando A yyar, passando pelos “descobrindo” hadiths duvidosos.
rituais de irmandade. As guildas eram um Onde o mestre tinha concubinas entre escravas e esposas, as esposas eram
complemento natural do comércio de bazares e
tratadas como mais importantes. No entanto, qualquer concubina que produzia
sobrevivem até hoje no Oriente Médio; “clubes de
hobby”, como academias de ginástica, também um filho do sexo masculino era elevada a um status intermediário. Uma
foram absorvidas. concubina favorita, especialmente a “Mãe de um filho", pode esperar um
Mas um elemento subversivo também estava casamento legal mais tarde.
presente. Muitos grupos se reuniram para discutir
ideias religiosas; em um império onde religião e Divórcio e Adultério
estado eram um só, isso poderia torná-los O Islã facilita o divórcio para os maridos, mais dificulta para as esposas.
revolucionários, quase por acidente. As Em teoria, um homem pode declarar um divórcio por capricho, anunciando-o
sociedades sufistas, às vezes acusadas de heresia,
verbalmente três vezes. No entanto, ele deve pagar uma parte do dote da
eram pacifistas; outras não eram.
esposa.
Em termos de jogo, PdJs e PdMs podem ter
lealdades ou Deveres e Aliados em todos os tipos A lei muçulmana pune nominalmente o adultério com a morte, mas as
de direções estranhas. Por outro lado, um grupo de evidências necessárias – quatro testemunhas oculares do crime – parecem
PdJs, por mais estranha que seja sua associação, quase impossíveis de obter. Por outro lado, o testemunho juramentado de um
pode ser vista e aceita como “apenas mais um marido pode substituir as testemunhas – a menos que a esposa contra-jure sua
bando A yyar”. O uso intenso dessas redes de inocência. (Uma regra contraditória diz que qualquer acusação de adultério por
lealdade e conhecimento pessoal é opcional, mas
parte do marido resolve automaticamente o casamento.)
pode gerar efeitos interessantes no jogo.

Escravos
O Islã permitia a escravidão, sem incentivá-la; o
Corão diz que a libertação de escravos é virtuosa.
Na prática, as sociedades muçulmanas mantêm a
escravidão no lugar, até os últimos tempos. As leis
islâmicas têm regras firmes sobre como os escravos
podem ser tratados, mas as leis são muitas vezes
distorcidas ou violadas. (Aliás, libertar um escravo
que não tinha habilidades ou maneira de sobreviver
quando livre era às vezes ilegal.)
Os árabes não podiam ser escravizados. Em
parte, essa era uma proibição de escravizar “sua
própria espécie”; em parte, baseava-se na regra mais
ampla de que muçulmanos livres não podiam ser
escravizados. (Escravos não-muçulmanos que se
converteram, no entanto, não se tornavam livres.)
Outra proibição muçulmana estrita foi contra a
castração de seres humanos. No entanto, as leis

O Mundo de Sheherazade – 16 –
islâmicas eram frequentemente ignoradas em casa. O Islã é uma religião
declaradamente tolerante, mas os muçulmanos não necessariamente cumprem
isso; a cultura islâmica não é tão fanática como algumas outras, nem tão
tolerante quanto seus admiradores gostam de pensar. Como a tendência,
apoiada pelo Islã, é evitar o casamento além das fronteiras sociais, o casamento
entre raças é geralmente raro.
Vidas Privadas e Públicas
Esta seção tenta transmitir um pouco do sabor da vida no Oriente Médio.
Além disso, consulte a Tabela de Trabalhos, págs. 61-63.
O Deserto
O estilo de vida dos beduínos da Arábia foi soberbamente adaptado ao
deserto, e a vinda do Islã pouco a mudou; de fato, perdura até hoje. Eles
mantinham rebanhos de animais que poderiam subsistir na vegetação local:
camelos, cabras e ovelhas em áreas um pouco mais exuberantes. (Havia
também alguns criadores de gado no sul da Arábia.) Eles complementavam
uma dieta de leite e carne com tâmaras, que crescem por toda a área e com
colheitas comercializadas ou roubadas de comunidades agrícolas em oásis ou
nas margens do deserto. O conhecimento de onde estavam os poços de oásis
era essencial. Outra tradição básica dizia respeito a condições meteorológicas e
habilidades de sobrevivência.
As tribos tinham uma hierarquia de prestígio, baseada nos tipos de animais
mantidos; as tribos de pastores de camelo ficaram em primeiro lugar. Os
“ciganos”, que pastoreavam gado ou trabalhavam com metal, estavam abaixo e
fora de qualquer hierarquia. Os nômades se consideravam melhores que os
sedentários; eles podiam viajar para onde e quando quisessem, enquanto os
agricultores estavam ligados à terra e sujeitos ao clima, e os moradores da
cidade viviam em caixas estreitas e apertadas.
As circunstâncias difíceis geravam pessoas duras e capazes e a
sobrevivência exigia cooperação. A tribo tornou-se o foco da lealdade, mas,
como alguém poderia precisar de ajuda mais tarde, a famosa tradição árabe de
hospitalidade cresceu. A honra pessoal era muito valorizada, mas honra não era
a mesma coisa que honestidade: invadir os rebanhos de outra tribo era um bom
esporte. Isso poderia desencadear feudos ferozes; os árabes diziam: “Dois
podem fazer uma briga, mas duzentos podem morrer por isso”.
Maomé uniu as tribos em um exército poderoso, mas em décadas os
bandidos beduínos estavam assediando e roubando peregrinos muçulmanos
que viajavam para Meca. As tribos do deserto são um cenário sempre presente
para a história do Oriente Médio.
– 17 –
Hospitalidade
O conceito árabe de honra dá enorme
importância à hospitalidade. Isso pode ser um
produto do ambiente hostil do deserto; ninguém
poderia se dar ao luxo de não tratar bem os
visitantes. Somente inimigos juramentados podem
recusar a hospitalidade um do outro, e até eles
precisam respeitar certas regras. Pode até ser
permitido extrair os conceitos básicos de
sobrevivência de alguém que os recuse. Isso não
significa que um estranho possa entrar em
qualquer casa da cidade e exigir comida, mas um
conhecido bastante distante pode esperar isso – e,
no deserto, grupos abrigariam viajantes solitários.
A regra usual é que um visitante possa
reivindicar os privilégios de um hóspede de uma
família por até três dias. Depois disso, o hóspede
deve, pelo menos, ajudar em tarefas como buscar
água ou cuidar de animais. Não fazer isso é falta
de educação, mas é aceitável que um indivíduo
que viaja com uma tribo do deserto mude de
família para família a cada três dias durante a
viagem. Os proprietários que cobram aluguel de
acordo com o número de inquilinos podem dizer
que quem fica mais de três dias é inquilino.
O símbolo da hospitalidade é a oferta de pão e
sal (ou às vezes água); uma vez aceito, um
visitante se torna um convidado. Uma lenda fala
de um ladrão que invadiu o tesouro de um
governador, fez um pacote com ouro e joias e
depois encontrou um grande cristal que ele levou
como pedra preciosa. Ele a colocou na boca por
segurança e imediatamente descobriu que era sal.
Depois de comer o sal do governador, o ladrão se
considerou um convidado – então abandonou o
curso e saiu de mãos vazias. (O governador
subsequentemente encontrou sinais da “visita” e
proclamou um perdão pelo fardo misterioso; o
ladrão se adiantou e recebeu um posto no palácio.
Sendo essa uma história árabe, ele teve riqueza e
grandeza.)
O Mundo de Sheherazade

Comidas e Bebidas
O Oriente Médio come mais ao meio-dia e à
noite. Qualquer café da manhã é leve e informal, o
jantar é a refeição principal. A culinária medieval
era fervida ou frita, em vez de assada, que
consumia muito combustível. Homens ricos
teriam treinado cozinheiros – talvez escravos
valiosos, supervisionados por servidores livres de
julgamento comprovado. Restaurantes elegantes
eram conhecidos desde cedo.
As receitas não mudaram muito desde os
tempos abássidas. Os pratos são bem saborosos,
com muito uso de alho, cebola, especiarias, limão,
hortelã, amêndoas e água de rosas. A carne estava
geralmente disponível: até os habitantes da cidade
podiam manter algumas galinhas, e a carne de
carneiro, o cordeiro e a cabra eram comuns.
Camelo era comido; a carne era conhecida, mas
pouco popular, exceto nas áreas de criação de
gado – e outras pessoas faziam piadas sobre elas.
A carne de cavalo era legal, mas apenas um turco
ou um mongol a consumia. Pato era apreciado. A
única carne que não estava disponível em nenhum
momento era a carne de porco; As leis halal
muçulmanas (como as regras judaicas kosher)
proíbem (elas também contêm regras sobre o
abate de animais).
Os muçulmanos comiam e gostavam de peixe,
e algumas vezes reclamavam que os cristãos, com
sua tradição de comer peixe (especialmente nos
dias de sexta-feira), elevava o preço.
A maioria das refeições era baseada em pão. A
farinha de trigo era padrão e muito preferida;
outros grãos, como arroz, eram para os pobres, e o
pão de cevada era estritamente para avarentos e
ascetas. O arroz cozido era conhecido, mas menos
popular, exceto nos doces.
Leite era pouco usado; o leite de gazela era
uma iguaria para os califas. Os legumes incluíam
feijão, grão de bico, beringela, cenoura, alho-poró
e abóboras. Maçãs, uvas, bananas e frutas cítricas
eram consumidas antes ou após as refeições.
As tâmaras merecem uma menção especial. A
tamareira cresce muito profusamente na Arábia;
embora as pessoas pudessem desfrutar de tâmaras,
elas geralmente eram tão comuns que mal eram
notadas. Na fome, o povo de Bagdá costumava
viajar para Basra, para viver das tâmaras que
cresciam ali. Um tipo de vinho às vezes era feito;
argumentava-se que o Corão apenas proíbe o
vinho de uva.
Tortas, bolos e geleias no final de uma
refeição usavam nozes, açúcar, xarope, água de
rosas e mel. O gelo, coletado como granizo,
descia correndo das montanhas ou feito em
pequenas quantidades por um truque de
evaporação, poderia ser usado no sherbet, suco de
frutas com água e açúcar. Os pobres tinham
tâmaras e bolos de óleo.
Mesmo desconsiderando a proibição islâmica
do álcool, o vinho não costumava ser servido nas
refeições.
Os orientais tradicionalmente comem com as
mãos e não com talheres. A mão direita é usada; a
esquerda é reservada para propósitos menos
salubres. Lavar as mãos é uma grande parte da
etiqueta, e o uso da mão errada – especialmente
nos pratos comunitários – é muito ruim.
O Mundo de Sheherazade
Agricultores
As civilizações do Oriente Médio cresceram em torno dos rios – o Nilo, o
Tigre e o Eufrates. As culturas “baseadas em camponeses” tinham que ter solo
fértil e, o mais importante de tudo, água. Os grandes rios não apenas
forneceram água, mas também suas inundações tornavam a terra rica. Outras
áreas dependiam de chuvas ou poços de oásis. Quando rios ou chuvas não eram
confiáveis o suficiente, a irrigação artificial poderia ser a resposta; e até o
melhor rio pode precisar de controle.
O Tigre e o Eufrates fornecem uma planície de inundação utilizável, se não
confortável. No verão, a área é seca e quente; os agricultores só podem esperar
o inverno para cultivar seu milho. Na primavera – quando o milho está maduro
– os rios inundam com a água derretida da montanha. As civilizações locais
sempre tiveram que se organizar, cavando valas e construindo represas, não
apenas para irrigar, mas para controlar e canalizar as inundações. Essa
necessidade de cooperação ajudou a desenvolver sociedades complexas.
O Nilo torna um país mais hospitaleiro. Atravessando 5.000 quilômetros de
deserto até o Mediterrâneo, fornece um vale estreito, mas muito fértil; o Egito
antigo, acima do delta costeiro, era um país com mais de 1.100 quilômetros de
comprimento. As inundações do Nilo são maravilhosamente previsíveis; eles
seguem as chuvas de outono nas terras altas e, à medida que se afastam, o solo
se torna bom para as colheitas. O verão é tempo de seca, a menos que os
engenhosos sistemas construídos ao longo dos séculos sejam usados para
manter a água disponível.
Em outros lugares, os agricultores trabalhavam com rios ou oásis menores.
Esses eram os camponeses que os antigos beduínos conheciam;
frequentemente eram árabes também.
As cidades exerceram controle sobre o campo. O movimento de grãos para
as cidades era tanto tributário quanto comercial. As revoltas dos camponeses
das terras baixas poderiam ser rapidamente reprimidas pelas guarnições da
cidade. Somente nas montanhas, onde os senhores locais podiam construir
castelos fortes, o poder descansava com os habitantes do campo. As aldeias
eram constituídas por um grande número de camponeses pobres, além de
talvez uma família mais rica cada. Este último proveria o xeique, ou chefe,
responsável pela administração.
As Cidades
As cidades eram locais de descanso para viajantes, mercados, palácios e
universidades. Um escritor árabe disse que uma cidade exigia três coisas; água
potável, madeira (combustível) e pastagens. Destes, a área de pastagem pode se
espalhar por uma grande área e o combustível pode ser levado a alguma
distância (ou estrume improvisado pode queimar, se bem pressionada), mas a
água era um problema. Em algumas cidades, os comerciantes mais comuns
eram transportadores de água, com peles ou jarros, e pequenas xícaras de cobre
e prata para medir porções; outras cidades se baseavam em aquedutos ou canais
magníficos, canais subterrâneos ou (para os muito sofisticados) sistemas
complexos de tubos de chumbo. Os maiores e mais sortudos teriam rios limpos
ou muitos poços confiáveis.
As cidades cresceram em torno de oásis, caravançarais ou campos militares,
mas o centro da cidade era a mesquita. Ao redor, havia um mercado (o soukh
ou o bazar), dividido em ruas para cada comércio ou artesanato. Fora das
grandes “ruas principais” públicas, ficavam as ruas laterais para operações
especializadas; fora daquelas havia ruelas e becos sem saída que levavam a
residências particulares.
Algumas cidades tinham um muro defensável; além do perímetro havia
habitações, fazendas e pastagens mais humildes. A mesquita oferecia um
fórum e um lugar para orar, e era o mercado que mantinha a cidade viva.
Todos os dias, fazendeiros (e transportadores de água) convergiam para o
centro da periferia para vender as necessidades da vida aos habitantes da
cidade – e orar, fofocar e se divertir.
Cidadãos ricos podiam pagar banhos, jardins e pátios; os mais pobres
viviam em choupanas. Algumas pessoas viviam em casas alugadas, talvez
compartilhadas com outras para manter os custos administráveis – embora os
aluguéis fossem frequentemente per capita. As grandes cidades eram divididas
em “bairros”, com suas próprias mesquitas, bazares, administração e habitantes
ricos e pobres.
– 18 –
Edifícios
O projeto básico da maioria dos edifícios muçulmanos é uma estrutura de
telhado plano construída em torno de um pátio central. Em uma noite quente de
verão, o teto é o lugar mais fresco para dormir; durante os dias quentes, o pátio
oferece sombra e pode ter um jardim e até fontes. Os materiais incluem lama,
madeira, pedra e até juncos, mas um tipo simples de tijolo cozido ao sol é o
tecido estrutural clássico. Um material de construção comum na Idade Média
era a pedra “extraída” de ruínas muito mais antigas. Uma nova casa pode
incorporar blocos esculpidos com inscrições romanas ou sassânidas.
Pátios estavam ausentes apenas em áreas onde o espaço plano era limitado.
As montanhas do Iêmen e do norte da África têm “casas da torre”, com o
harém no topo, depois as salas de recepção e os estábulos e as despensas no
térreo. As janelas externas eram poucas e pequenas. Os edifícios poderiam ter
“torres de ventilação" no telhado, com coberturas a serem abertas de qualquer
lado que enfrentasse o vento, para canalizar uma brisa na casa. O maior
símbolo do luxo doméstico era uma casa fresca; isso pode significar ventilação,
ventiladores ou salas de porão naturalmente mais frias.
Muitas habitações tinham uma porta ornamentada que unia o portão da
frente ao interior, dividindo a casa do mundo. Nas noites quentes, as pessoas
sentavam-se do lado de fora, conversando com vizinhos e transeuntes. No
mínimo, alguém sentado assim pode querer um tapete para sentar, e talvez
alguma sombra; com o tempo, esses arranjos básicos evoluíram para
plataformas de madeira esculpida com dosséis.
Os visitantes da casa seriam entretidos em uma câmara com uma parede
aberta para o pátio; casas ricas poderiam ter duas ou até quatro câmaras. A
O Bazar
mobília interior seria escassa e simples, se fosse muito decorada em casas O bazar é o mercado no coração de uma
ricas; esses móveis consistiam principalmente de alguns bancos baixos, além cidade muçulmana. (A palavra é persa; em árabe é
de muitos tapetes, carpetes e talvez almofadas. As paredes interiores das casas “soukh”.) Dada a importância do comércio, esse é
ricas podiam ser lindamente decoradas com mosaicos ou azulejos, mesmo que um lugar muito importante – especialmente
as paredes externas fossem modestamente lisas. Baús e caixas para porque é onde a maioria dos cidadãos iam, não
armazenamento seriam mantidas juntas com juntas de encaixe, em vez de apenas para comprar e vender, mas para
acompanhar as fofocas. Por uma tradição que
pregos, e presas com fechaduras de madeira; acessórios de metal eram caros. pode ser anterior ao Islã, muitos bazares são
O grande luxo, é claro, era um jardim – de preferência com água corrente considerados quase independentes da cidade; os
audível. A imagem muçulmana do Paraíso é um jardim, e esse é o uso mais comerciantes têm direitos e privilégios
provável de qualquer pátio de tamanho decente. zelosamente guardados. Às vezes, um toque de
recolher pode proibir o acesso à área do bazar fora
Características arquitetônicas comuns são cúpulas, arcos e colunatas com do horário da luz do dia.
pilares. Nas mesquitas, o antigo pátio central era coberto por uma cúpula. Os Um bazar geralmente consistia em um
turcos adoraram isso especialmente, pois a Turquia pode ser mais fria e úmida labirinto de ruas estreitas, alinhadas com lojas e
que a Arábia, mas uma cúpula também permite a circulação de ar – desejável barracas de mercado.
em países quentes. O dia-a-dia do comércio no bazar é
supervisionado por um oficial menor. Por causa
da importância e do senso de independência dos
comerciantes, a interferência de outros setores
seria muito ressentida.
A outra parte importante da vida do bazar são
as várias guildas e associações comerciais. Com
as ruas dedicadas a negócios específicos e a
popularidade de sociedades e clubes no mundo
islâmico (pág. 16), elas dominam a vida social de
muitas pessoas e regulam muito o comércio da
cidade; muitos parecem ter sobrevivido por
séculos. As guildas normalmente não eram
capazes de fixar preços – as tradições de barganha
e o supervisor do mercado parariam com isso –
mas permitiriam a qualquer grupo de
comerciantes apresentar uma face
(principalmente) unida à interferência externa.

– 19 – O Mundo de Sheherazade

Pesos e Medidas
Uma medida antiga de comprimento era o
cubit, definido como a distância do cotovelo à
ponta do dedo médio. Isso teria em torno de 45 a
55 centímetros; um “cubit padrão” costumava ser
exibido no bazar da cidade.
Eram utilizadas várias unidades de peso. O ratl
difundido era de aproximadamente 500 gramas
(ou meio litro); havia 12 uqiya em um ratl! O
dirham também era usado, e tinha cerca de 4
gramas (ou 4 mililitros). O sal era medido em
mnakkuks, cerca de 35 litros.
Tapetes e Carpetes
Aparte as versões mágicas, os tapetes e os
carpetes são, literalmente, uma peça essencial dos
móveis das Noites da A rábia. Para as tribos
nômades da Arábia e da Ásia Central, um tapete
era um item para todos os fins. Além de cobrir o
chão, poderia servir como cobertor, cobertura de
sela, saco de armazenamento, “porta de entrada”
ou túmulo. Bons muçulmanos carregavam um
tapete de oração ao viajar (para ajoelhar-se em
oração); ele seria pequeno e geralmente teria um
design incluindo o formato do mihrab de uma
mesquita – o nicho que indica a direção de Meca.
O Mundo de Sheherazade
Edifícios Especializados
A arquitetura básica das mesquitas é simples. Os detalhes podem variar,
mas sempre há um espaço para a congregação, um púlpito elevado (minbar) do
qual são pregados sermões e são feitos anúncios, e o mihrab, um nicho na
parede, geralmente muito ornamentado, marcando a direção de Meca. Uma
mesquita usada por um governador pode ter uma área protegida; os sultões
devem orar ao lado de seus súditos, mas têm direito a alguma segurança.
Muitas vezes, existe uma câmara externa, com suprimento de água, onde as
pessoas lavam os pés quando entram. As mesquitas mais simples consistem em
um espaço aberto e uma parede com um mihrab. Nas primeiras mesquitas, às
vezes havia uma galeria, protegida por uma tela, onde as mulheres do harém do
governante local podiam orar e ouvir sermões sem distrair os homens. As
mesquitas modernas geralmente têm uma seção (novamente, frequentemente
dividida) aberta a todas as mulheres.
Tradicionalmente, as lojas eram bancas permanentes do mercado.
Essencialmente, cada uma era uma caixa de frente aberta, com a frente fechada
durante o horário não comercial por uma persiana de madeira. Isso pode ser
projetado para que a seção superior se articule para formar um abrigo,
enquanto a inferior se dobre para atuar como um balcão ou assento.
(Obviamente, um joalheiro rico, por exemplo, teria algo mais grandioso e mais
seguro.) O proprietário pode morar na loja ou em outro lugar.
As pousadas eram para comerciantes... havia poucos outros viajantes, e a
maioria deles ficava com os parentes. Mais uma vez, a base era uma praça
simples em torno de um pátio pavimentado. O piso térreo serviria como
estábulos e armazéns de mercadorias; o nível superior seria o alojamento.
Haveria uma única porta, com um pórtico apoiando uma galeria. Comerciantes
(supostamente ricos) eram o alvo favorito de multidões em tumultos; a porta
seria boa e sólida e poderia ser barrada quando necessário. Os quartos eram
vazios; comerciantes viajantes carregavam seus próprios móveis. (Dado que as
casas eram em grande parte “mobiliadas” com tapetes, isso é menos bizarro do
que parece.) Da mesma forma, a estalagem provavelmente não serviria comida;
os hóspedes cozinhavam sua própria comida ou visitavam restaurantes.
Outra característica de longa data da vida muçulmana foram os banhos
públicos. Os atendentes de banho incluíam barbeiros e coisas do tipo; os
prédios seriam grandes, bem conservados e substanciais. Homens e mulheres
geralmente usavam as mesmas instalações, mas em momentos diferentes.
Os palácios seriam, é claro, os edifícios mais grandiosos de todos, vastas
estruturas de labirinto, isoladas da multidão, com vários pátios de jardins. O
Islã, que encorajou a boa esposa e mãe no respeitável lar, talvez usando um
véu, logo se encontrou e assumiu algumas das ideias da Pérsia, onde homens
ricos mantinham suas esposas em reclusão. Assim, o harém foi criado.
Ironicamente, esse símbolo popular do mundo islâmico é parcialmente pré-
islâmico e parcialmente uma adição tardia. O harém de um homem rico pode
ter um pátio próprio; caso contrário, estaria escondido nos fundos da casa ou
nos andares superiores. Suas paredes podem consistir em telas perfuradas de
madeira ou pedra, permitindo que os ocupantes vejam o mundo sem serem
vistos.
Comércio e Comunicações
Por causa do comércio, os árabes eram mais que pobres nômades do
deserto, mesmo antes do Islã. A Arábia era uma encruzilhada; rotas de
caravanas corriam dos portos do Oceano Índico, ao longo da planície costeira
do Mar Vermelho e através da Mesopotâmia. (Basra ficou rica como o porto
que servia a Bagdá; Sinbad partiu de lá.) Outras estradas corriam da Anatólia e
do Mediterrâneo para a Pérsia. A maior delas foi a Rota da Seda, que ia do
leste da China, ao longo da Grande Muralha, ao norte do Himalaia e através do
deserto de Gobi até Samarcanda, ao sul e oeste ao redor do Mar Cáspio até o
Monte Ararat, depois a oeste pela Anatólia até Constantinopla. Em outros
lugares, estradas esparsas corriam para o sul, do Magreb até a África; alguns
reinos africanos eram ricos o suficiente para valer a pena negociar. Especiarias
e perfumes vinham da Índia, madeira de cedro do Líbano, porcelanas e seda da
China. As rotas de peregrinação corriam para Meca, norte e sul ao longo da
– 20 –
costa do Mar Vermelho, e através da Arábia vindo de Basra, Bagdá e Riad.
Muitos peregrinos, especialmente da África e da Índia, vinham de navio (veja
pág. 11).
Tours REINO FRANCO
ESPANHA
Roma AFEGANISTÃO
Granada Constantinopla
Túnis IMPÉRIO BIZANTINO
TUNÍSIA (670-83) PÉRSIA (637-50)
Trípoli Damasco
Bagdá
Jerusalém Al Kufah
TRIPOLITÂNIA Alexandria (642)
Ctesifonte (638)
(642-47) Cairo Basra
BAHREIN
ARÁBIA (630-31)
DESERTO LÍBIO Meca
NÚBIA IÊMEN
ETIÓPIA (ABISSÍNIA)
Primeiras Conquistas Muçulmanas
Mapa segundo Muir’s Historial Atlas, Ed. por R.S. Trahame e Harold Fullard, 1973.
Curiosamente, a roda não costumava ter um papel importante no transporte
de cargas através dessas extensões. De fato, entre cerca de 400 e 1300 d.C., o
uso de veículos com rodas no Oriente Médio caiu para quase nada. Isso se
deveu em parte à instabilidade política, que impedia a manutenção adequada
das estradas... mas o camelo era sempre uma opção melhor na região, capaz de
suportar longas caminhadas pelas areias do deserto e de assentar em ruas
urbanas estreitas. Assim, o clichê de uma caravana de camelos que caminha
pelas dunas não fica longe de ser verdade. Essa caravana geralmente consistia
em um grupo misto de viajantes, com apenas seu destino em comum; bandidos
e outros perigos da estrada e do deserto significavam que havia segurança nos
números. (Os Mestres observam que as oportunidades de interação social,
reuniões interessantes e até espionagem em uma coleção tão aleatória de
pessoas podem ser consideráveis.)
Uma das responsabilidades do governo islâmico medieval era a manutenção
de rotas comerciais. Isso incluía não apenas manter as estradas limpas e
suprimir bandidos, mas também fornecer abrigos (caravançarais) nos pontos de
parada entre as cidades, e até sinalização para indicar o caminho mais seguro.
Havia também faróis de terra para marcar as estradas; estes podiam estar
anexados a caravançarais ou autônomos.
Nos rios, os barcos eram lentos e caros, mas continuavam sendo uma
opção. Os comerciantes islâmicos também viajavam pelo mar, com remos e
velas. Isso também implica que o governo funcione; faróis marcavam riscos, e
portos e atracadouros eram cuidadosamente administrados e tributados. A
maioria dos comerciantes abraçava a costa, encalhando ou encontrando um
porto todas as noites; mas uma vez que os mais ousados aprenderam o
suficiente para navegar em águas mais profundas, outros o seguiram, e o poder
marítimo muçulmano no Oceano Índico e no Mediterrâneo foi formidável.
Tradicionalmente, o capitão de uma embarcação comercial estava sentado na
proa, cercado por ferramentas de navegação, observando à frente enquanto ele
emitia comandos para sua tripulação. A imagem do capitão ao volante, no
filme de Sinbad, é uma ideia ocidental moderna.
Como astrônomos e matemáticos habilidosos, os árabes eram hábeis
navegadores. No entanto, embora eles usassem o astrolábio (um instrumento
que mede a posição do sol ou de uma estrela acima do horizonte com alguma
precisão) para astronomia, uma adaptação desse instrumento adequado para
navegação só pode ser rastreado com certeza na Europa no século 16.
(Colombo e outros notáveis exploradores europeus o usavam muito.) As Noites
da Arábia também mencionam a navegação mágica.
– 21 –
Comércio com a Ásia
O Oriente Médio teve outra fonte de
importância além dos impérios dominantes: o
comércio. O tráfego do Egito, África, Europa,
SOGDIANA Índia, Ásia Central e China, todos se uniam aqui.
(706-15) Os bens incluíam cravo das Índias Orientais, ouro
e escravos da África Oriental, metais da Europa,
ouro da Índia, tapetes da Ásia e alimentos locais.
(661-711)
Havia também comércio marítimo; os contos
de Sinbad relembram os dias em que os dhows de
Basra não apenas chegaram à África Oriental e à
Índia, mas navegaram para a China, a península
malaia, as ilhas tropicais da Indonésia e até as
Filipinas. Os marinheiros trocavam roupas, pedras
preciosas, pérolas e sândalo, mas seu maior
OMÃ
interesse era em especiarias; canela e gengibre,
pimenta e cravo. Foi isso que mais tarde atraiu
navegadores europeus como Vasco de Gama.
OCEANO Talvez o comércio mais dramático, no entanto,
tenha sido com a China. A porcelana fina era uma
ÍNDICO mercadoria chinesa, mas o “clássico” era a seda.
Nos tempos romanos, a China tinha um
monopólio; fardos do material vieram ao longo da
Rota da Seda (veja o mapa), para obter preços
fabulosos.
No entanto, à medida que Roma e a Pérsia
sassânida se deterioravam, a Rota da Seda se
tornava mais perigosa e menos utilizada. Com o
tempo, o segredo da seda – a mariposa e a
amoreira com a qual suas larvas se alimentam –
vazou da China (conta a lenda que os ovos de
mariposa foram contrabandeados por um monge)
e, em 552, Bizâncio tornou-se produtor e não
importador. No entanto, a “Rota” foi restabelecida
pelos mongóis, para outros bens; o ruibarbo
tibetano em pó, de todas as coisas, era um
remédio importante e caro (um purgativo) na
Itália medieval.
Poucos viajantes se aventuraram ao longo de
toda a extensão dessas rotas; antes, os bens eram
comercializados de cidade em cidade por
intermediários. Se uma única caravana tentasse a
viagem completa da Rota da Seda, ela ficaria na
rota por cerca de um ano; a família de Marco Polo
levou três, com inúmeros desvios e atrasos. Os
correios mongóis altamente eficientes poderiam
levar uma mensagem percorrendo a maior parte
da rota em cerca de três meses.
O Mundo de Sheherazade

Pólvora
A história da pólvora ainda é incerta e muito
discutida; o melhor palpite seria que foi uma
descoberta chinesa que viajou para o oeste nos
escritos de alquimistas. Variantes do fogo grego,
incluindo o salitre, com alguns efeitos explosivos,
podem ter sido desenvolvido primeiro.
A data mais antiga possível para armas de
fogo em terras muçulmanas seria 1280, mas estas
seriam “Midfa” – potes de metal na ponta de
mastros, perigosos e imprecisos, lançando balas
rudimentares ou ferrolhos. Eles podem muito bem
ter sido experimentos de armeiros, nunca usados
em ação. (Como no fogo grego, o melhor uso
seria assustar os oponentes que nunca os haviam
visto antes.) Referências vagas em textos
temporários a “armas de fogo”, usadas
principalmente em cercos, poderiam significar
fogo grego ou explosivos primitivos.
No entanto, é importante lembrar que as
nações orientais produziram excelentes arqueiros,
que poderiam, em boas condições, produzir uma
taxa de tiro muito maior do que os artilheiros da
época. É apenas nos jogos cinematográficos que a
pólvora recém-inventada deve ser uma vantagem
vencedora da guerra, e não um truque complicado.
Os Árabes do Pântano
Mesmo nos tempos antigos, nem todos os
árabes eram moradores do deserto montados em
camelos. Parte da raça se estabeleceu no pântano
onde o Tigre e o Eufrates se encontram antes de
desembocar no Golfo Pérsico; depois, após a
devastação mongol da Mesopotâmia, refugiados e
migrantes beduínos aumentaram essa
comunidade.
Malária e febre afligem os pântanos;
visitantes, muito menos invasores, acham difícil
de explorar. Os “árabes do pântano” são isolados
e isolacionistas. Eles mantêm uma mentalidade
tribal dura, desconfiada, embora possam tratar
bem visitantes educados e não ameaçadores;
alguns visitantes acabam gostando do povo.
O Mundo de Sheherazade
Estrutura de Classe
Os antigos reinos e impérios do Oriente tinham aristocracias feudais.
Enquanto isso, no deserto, as tribos beduínas tinham uma espécie de
democracia primitiva, com cada tribo elegendo seus líderes (sheikhs) dentre
seus oradores mais sábios e melhores guerreiros. No entanto, esse sistema não
foi tão aberto quanto parece; famílias mais velhas e poderosas tinham muito
respeito e podiam contar com muitos votos.
O Islã emergiu desse sistema, mas o desafiou. O próprio Maomé era de um
clã menor e suas ideias tiveram que superar a resistência de interesses
arraigados. Então, em sua fundação, o Islã era uma religião igualitária; pode
até se opor à ideia de um líder secular com poder absoluto. No entanto, à
medida que crescia, seu império precisava de governantes.
A princípio, esses eram simplesmente os conquistadores – especialmente as
tribos do deserto que haviam se convertido ao Islã desde o início, e
principalmente os membros da família de Maomé. A antiga admiração árabe
pela linhagem voltou; os descendentes de Maomé eram respeitados, até o
século XX, como uma espécie de nobreza, não necessariamente ligada à
riqueza ou ao poder.
Enquanto isso, outras estruturas de poder estavam se desenvolvendo. No
topo estavam os califas, uma monarquia mais ou menos hereditária. Abaixo da
corte, os ‘amirs eram muito parecidos com cavaleiros europeus, prestando
serviço militar em troca do controle da terra. Essa posição também pode se
tornar hereditária. No entanto, o Islã nunca negou que os humildes pudessem
ascender; várias dinastias foram fundadas por soldados escravos.
Uma outra estranheza a ser observada: como os árabes foram os
conquistadores, a descendência árabe era uma marca de status nos primeiros
tempos. Um persa ou sírio recém-enriquecido e esnobe pode até fingir
ascendência árabe. Os árabes eram particularmente importantes em posições
militares, enquanto os persas continuavam importantes no serviço público.
Escravos
Apesar do fato de que pais desesperados de regiões muito pobres vendiam
seus próprios filhos como escravos, os mercadores de escravos muçulmanos
tinham que procurar em outro lugar – era ilegal escravizar outro muçulmano.
Como resultado, as atividades de invasão nas fronteiras do mundo islâmico
eram frequentemente expedições de coleta de escravos; a velha desculpa
escravagista de trazer primitivos e pagãos para terras mais avançadas e dar-lhes
os benefícios da “civilização” estava envolvida nisso. Uma grande parte dos
lucros dos corsários berberes, por exemplo, provinha da captura de escravos,
especialmente porque os cativos europeus podiam ser resgatados por lucros
ainda maiores.
O desenvolvimento do harém levou a uma demanda por escravos eunucos.
Essa foi outra razão para a invasão de escravos além das fronteiras do Islã, com
eunucos comprados ou fabricados antes da importação. (Portanto, o eunuco
desprezado dos contos das Noites da A rábia também costuma ser um
estrangeiro desprezado.)
A cor da pele é frequentemente mencionada nas histórias. Os árabes eram
mais distantes do que os vizinhos persas, mais leves que os negros africanos –
e se consideravam superiores a ambos. Assim, os escravos podem ser
facilmente marcados por pele negra ou cabelos ruivos; eles eram desprezados
por serem escravos, não por sua cor como tal. O herói negro (na verdade meio
árabe) ‘Antar foi baseado em um poeta do mundo real muito admirado; uma
vez que ‘Antar ganha sua liberdade, no entanto, ele mostra pouca simpatia
especial por outros escravos (de qualquer cor).
Proprietários melhores tratavam seus escravos como parte da família; em
muitos lugares, não era apenas um dado adquirido que algum escravo poderia
eventualmente ter esperança de liberdade, mas também que o proprietário
estabeleceria um libertado com dinheiro ou propriedade. Os escravos libertos
frequentemente permaneciam leais aos seus antigos donos; alguns dos
funcionários mais talentosos e assistentes dos primeiros governantes
muçulmanos eram libertos da corte. O Islã permite que homens livres se casem
com escravas e o sistema de harém envolvia concubinas escravas. Nos dois
casos, o marido às vezes libertava a mulher como sinal de respeito ou afeição.
Se uma escrava tivesse um filho, e seu mestre o reconhecia formalmente como
seu, o filho estava livre e a escrava tornava-se livre na morte do mestre.
– 22 –
Ciência e Escolaridade
Os estudiosos muçulmanos estudaram e sistematizaram e fizeram muitas
contribuições importantes. O Islã medieval era a fonte mais dinâmica de
conhecimento científico do mundo. Um hadith aconselhava os muçulmanos a
“buscar conhecimento, mesmo que fosse na China”.
No entanto, a ciência islâmica medieval – como a ciência europeia
medieval – não tentou o tipo de manipulação direta do mundo físico em que a
ciência ocidental moderna se destaca. Em vez disso, os estudiosos procuravam
conhecer e entender as formas e símbolos do mundo natural; a partir disso,
acreditava-se, que profundas ideias espirituais poderiam seguir. O cientista
definitivo era o hakim, o sábio.
No entanto, a engenharia islâmica foi inigualável em muitas áreas. A
cerâmica islâmica medieval e o trabalho com cristais eram excelentes.
Astrônomos e geógrafos qualificados aconselhavam sobre navegação;
engenheiros, baseando-se em física e matemática, construíram sistemas de
irrigação eficientes; os médicos alcançaram curas eficazes, além de
diagnósticos precisos. (Por outro lado, o grande Al-Hazen fracassou
embaraçosamente em criar um esquema de controle de inundações para o
governante do Egito, e teve que fingir loucura para evitar problemas.) Um
cenário de Noite das Arábias é um local onde o conhecimento útil está
disponível e aplicado.
Filosofia e Física
Os filósofos islâmicos medievais frequentemente estudavam o que
chamaríamos de “física teórica” –- a natureza da matéria, tempo e movimento
– com mais originalidade do que os cientistas “físicos”, que seguiram de perto
as ideias gregas antigas. Alguns cientistas muçulmanos realizaram
experimentos práticos em óptica, densidade de matéria, máquinas simples e
assim por diante. No entanto, essa era uma linha lateral da abordagem teórica e
abstrata usual.
O Islã medieval tinha relógios mecânicos simples. Relógios de qualquer
precisão foram uma invenção posterior, mas para a qual a criatividade
muçulmana contribuiu. Mas mesmo os grandes dispositivos brutos e antigos
teriam sido caros; velas simples e aparelhos de gotejamento de água teriam
sido muito mais difundidos.
Matemática
Enquanto a Europa medieval mostrava pouco interesse em matemática, os
muçulmanos fizeram vários avanços importantes. Se nada mais, seu papel na
disseminação do sistema agora conhecido como números “arábicos” (os dígitos
de 1 a 9) e o uso de zero, de sua fonte na Índia em todo o mundo, foram
cruciais. Essa atração pelo estudo matemático reflete uma crença islâmica em
uma lógica subjacente e misteriosa do universo.
Universidades e Centros
de Ensino
As primeiras escolas muçulmanas foram
escolas religiosas ligadas às mesquitas, ensinando
leitura, redação e direito, garantindo assim que
conselhos religiosos sempre estivessem
disponíveis para a comunidade (um sistema que
continua por todo o Islã). Posteriormente, os
governantes fundaram universidades (com
bibliotecas) em suas cidades. Alguns podem ter
sido construídas sobre fundações pré-islâmicas,
especialmente na Pérsia. Bibliotecas eram onde os
textos eram traduzidos do grego e de outras
línguas.
No século XI, grandes universidades foram
fundadas em cidades como Cairo e Bagdá, em
parte para treinar intelectuais a discutir com os
filósofos cristãos e judeus embaraçosamente
brilhantes das terras islâmicas, em parte como
símbolos de status para seus fundadores. Apesar
da decadência posterior, algumas dessas
fundações sobrevivem hoje, as mais antigas
universidades do mundo. Havia também
observatórios astronômicos (novamente,
geralmente fundados por governantes), hospitais e
“mosteiros” sufistas.
O ensino individual era ao mesmo tempo
comum e considerado perfeitamente natural. O
método normal era que um aluno estudasse de
perto por anos com um único professor, um
processo altamente pessoal, basicamente informal.
Anos de contato próximo ajudavam a manter a
“cadeia” de conhecimento e atitude que os
muçulmanos tanto respeitavam. Por outro lado,
também levou ao conservadorismo da abordagem;
nos tempos modernos, pessoas de fora criticam o
ensino muçulmano por sua ênfase no aprendizado
mecânico e na memorização obsessiva de “textos
fixos”.

Astronomia
Muitos nomes modernos de estrelas são de origem árabe, uma marca do
significado da astronomia islâmica: Algol (al ghul – o ghul), Vega e Altair
(reduzido do árabe para “A Águia Pousou” e “A Águia Voou”), Deneb, Rigel,
Betelgeuse, Fomalhaut, Aldebaran e assim por diante.
A astronomia islâmica primitiva estava ligada à astrologia. Este último
declinou sob pressão teológica após o século XIII, mas nunca desapareceu
completamente.
Os governantes muçulmanos às vezes financiavam grandes observatórios,
que também funcionavam como instituições de ensino. Além de auxílios à
navegação, os astrônomos muçulmanos desenvolveram calendários de alta
precisão.

Alquimia
Os árabes e os persas estudaram o trabalho grego e cristão antigo sobre o
assunto de produtos químicos e substâncias. Eles construíram um estilo de
alquimia sutilmente diferente da “Escola Grega” que dominava a Europa, mas
eficaz. Como os europeus, eles queriam fabricar ouro; eles também
dominavam técnicas de destilação.

– 23 – O Mundo de Sheherazade
 Fogo Grego
A descoberta de que alguns líquidos queimam,
e a ideia de jogá-los de alguma forma contra os
inimigos, antecede a história. No entanto, o truque
raramente valia a pena; esses óleos tendem a se
espalhar e queimar facilmente, e geralmente são
bastante simples de extinguir ou lavar. O “Fogo
Grego” é uma ideia especial e mortal, uma mistura
de compostos inflamáveis que transporta como
jato, queima quente, flutua na água, adere a alvos e
é difícil de apagar (em suma, um precursor do
napalm moderno). Um arquiteto sírio chamado
Kallinikos é frequentemente creditado por sua
invenção; ele a vendeu aos bizantinos por volta de
673 d.C. Os árabes provavelmente o possuíam
dentro de alguns séculos, mas os defensores
muçulmanos do Acre, durante a terceira cruzada de
1190-1191, foram salvos por um indivíduo que
conhecia uma receita incendiária e podia construir No entanto, sua visão dessa ciência era, novamente, profundamente mística;
armas para usá-la, nos filmes modernos de fantasia, eles não faziam distinção entre alquimia e química, e muitos alquimistas
o conhecimento novamente aparece como um muçulmanos sábios teriam considerado uma obsessão pela produção de ouro
segredo mortal. É talvez a criação mais conhecida
da alquimia prática do Oriente Médio.
como algo sem sentido (e também vulgar). O que importava era a “grande
O fogo grego era muito temido porque a água obra”, o estudo simbólico da purificação – das substâncias e da alma. A criação
não o apagava (e flutuava). Os bombeiros do ouro seria simplesmente o exemplo supremo de purificação.
precisavam de areia ou (de acordo com a lenda) Por outro lado, alguns alquimistas muçulmanos adotaram uma abordagem
vinagre ou urina, embora a química disso seja prática, evitando o misticismo, e transformaram a alquimia em química.
bastante incerta. Nas batalhas terrestres
(principalmente em cercos), seu principal uso era Um nome para qualquer alquimista ou astrólogo árabe invocar é “Balinus”
o efeito surpresa; boas tropas podiam ser – na verdade Apolônio de Tyana, um místico cristão do primeiro século. Seu
ensinadas com contra-medidas, e armas de fogo “Livro do Segredo da Criação” incorporou “A Tabuleta Esmeralda”,
tinham alcance e precisão limitados. Era usado
supostamente por “Hermes Trismegistos” (“Hermes, o Triplo-Grande”, que
principalmente no mar, onde um bom tático com
alguns navios-sifão podia causar estragos em pode ou não ter existido), com seu slogan “Como acima, e abaixo” (consulte a
frotas inimigas inteiras: o fogo era sempre o barra lateral, pág. 75).
grande medo do marinheiro nos dias de navios de No entanto, o lado prático da alquimia islâmica também teve influência.
madeira. A marinha bizantina o usou
extensivamente (daí o seu nome).
Ironicamente, embora o Islã proíba bebidas fortes, o árabe deu ao mundo o
nome de seu ingrediente ativo: al-kohl, originalmente se referindo ao pó de
Fogo Automático antimônio, fazia parte do vocabulário técnico da alquimia árabe.
O “Fogo Automático” era semelhante ao fogo
grego, mas com propriedades especiais:
incendiava-se no calor do meio-dia, ou sob a luz
Medicina
do sol da manhã ou em contato com a umidade A medicina era a ciência islâmica mais conceituada, e os textos médicos
(como o orvalho da manhã). Provavelmente era islâmicos foram estudados na Europa no final do século XVII; suas
mais antigo (e mais raro) que o fogo grego. Não observações precisas os tornaram úteis, mesmo para médicos que trabalham
era usado em vasos ou jatos, mas em vários com diferentes teorias. Os médicos não eram universalmente confiáveis, nem
truques e armadilhas. Besuntado, por exemplo, em
prédios de madeira ocupados pelo inimigo ou em que fosse porque sua ciência se baseava em fontes pré-islâmicas, mas eram
máquinas de cerco durante a noite, poderia causar frequentemente muito eficazes. O verdadeiro hakim, cuja sabedoria levou a um
devastação enquanto os usuários estavam longe. mundo melhor, seria um médico acima de tudo.
Dizia-se que o “fogo automático” era tão difícil de Os médicos árabes adotaram o que agora seria chamado de abordagem
extinguir quanto o fogo grego.
“holística”, tratando a mente e o corpo. O resultado foram tratamentos sutis,
Para fins de jogo, supõe-se que os
especialistas alquimistas conheçam receitas que atenciosos, embora bastante místicos. Esperava-se que os médicos fossem
seriam acionadas em cada uma das três sábios e virtuosos, além de inteligentes e de ampla leitura; muitos grandes
circunstâncias (se a mistura estivesse exatamente filósofos viviam na medicina. Os não-muçulmanos poderiam alcançar fama
correta). como médicos; o cirurgião pessoal de Saladino era um notável pensador judeu.
As técnicas – no tempo em que os médicos europeus usavam amputação e
choque físico – tendiam a envolver drogas sutis e até psicologia (como irritar
deliberadamente o paciente para acelerar os efeitos metabólicos).
Medicamentos como o ópio eram usados com bons resultados, enquanto ao
mesmo tempo os médicos eram ensinados a tomar cuidado com suas
propriedades viciantes.
Infelizmente, essa grande tradição não se tornou parte da cultura árabe; no
século XIX, os viajantes ocidentais descobriram que homens da tribo de
beduínos pareciam tratar todos os problemas cauterizando com ferros quentes!

O Mundo de Sheherazade – 24 –
Geografia
As histórias das Noites da A rábia mostram certo desdém pela geografia.
Eles tratam todos os lugares do Marrocos à China da mesma forma, embora as
distâncias entre eles sejam frequentemente mencionadas. Pequenos detalhes,
como estilos variados de fazer pão, são invocados para efeito. Para a maioria
dos muçulmanos, a maioria dos estrangeiros tinha mais em comum (tolice,
hábitos ardilosos, hostilidade ao Islã) do que diferenças. Os Mestres
provavelmente vão querer prestar atenção à geografia precisa, mas um certo
grau de imprecisão se encaixa nas fontes.
O Clima
A maioria das “terras do Islã” tem clima sub-equatorial no Mediterrâneo;
grandes áreas são desertas. Como a maioria dos desertos, eles se tornam
amargamente frios à noite e, ocasionalmente, sofrem súbitas inundações
repentinas e severas que sobrecarregam os viajantes imprudentes em wadis
normalmente secos. (Dizem que a grande mesquita de Meca chegava a uma
profundidade de três metros). Algumas regiões férteis recebem chuva
adequada; outros dependem de enchentes regulares de rios ou de irrigação
artificial. Guerras são travadas por oásis; as tribos do deserto às vezes voltam
os olhos invejosos para as terras férteis.
As pessoas que partem de uma cidade oásis para outra sem garantir um
suprimento adequado de água (ou cobertores para a noite no deserto) são
idiotas e sofrerão muito. Por outro lado, os Mestres não devem enfatizar
demais o calor. Por exemplo, a ideia de usar cota de malha completa nessas
condições parece assustadora – mas foi exatamente isso que muitos cruzados (e
alguns sarracenos) fizeram. Mas um viajante com muita carga no deserto
precisa de água ainda mais do que a maioria; quando os exércitos se deixaram
separar dos suprimentos, rapidamente se tornaram desesperados e sem
discernimento. (As regras das páginas MB 130 e MB 134 se aplicam, mas os
Mestres devem ser flexíveis, desde que pelo menos um membro do grupo
possua habilidades de Sobrevivência (Deserto) e os viajantes carregem muita
água.) Em um nível menos brutal, um dos grandes luxos do cenário é uma
bebida longa e fria (especialmente se houver alguma disponibilidade de gelo);
Os PdJs que chegam à cidade no final de um longo dia devem ser incentivados
a ir primeiro ao poço.
Arábia
A península Arábica se estende das costas do Mediterrâneo ao Oceano
Índico, dividido da Ásia pelo Golfo Pérsico e da África pelo Mar Vermelho. A
maior parte é deserto. A planície da Mesopotâmia, ao norte, pode ser cultivada,
e a região noroeste era fértil o suficiente para a Bíblia falar (poeticamente) de
uma “terra de leite e mel”, mas o planalto central, o Nejd, mal é habitável.
Uma cadeia de montanhas a divide das planícies de Hejaz pelo Mar Vermelho.
No extremo sul, o Hejaz é relativamente fértil, assim como a costa do Oceano
Índico, e as nações conhecidas hoje como Iêmen e Omã se desenvolveram lá,
às vezes ficando ricas com o comércio marítimo e com a venda de incenso
obtido das árvores locais. Muitas vezes, no entanto, as comunidades
– 24 –
Bandidos e Corsários
Desde os primeiros tempos, as tribos beduínas
tinham uma reputação de bandidos. Desonestos
individuais à parte, eles expressaram sua tradição
de rivalidade intertribal em ataques e
escaramuças; um tático inteligente que pudesse se
safar dos melhores camelos de outra tribo era
muito admirado. Os beduínos também
desestabilizaram a agricultura, mas comiam seus
produtos; sempre havia uma tentação de roubar
dos fellahin. (Maomé criticou esse
comportamento.) Além disso, os beduínos
reconsideraram o deserto como sua terra;
portanto, tinham o direito de cobrar pedágio de
comerciantes e viajantes e, quando não eram
pagos, pegavam o que tinham direito.
Assim, bandidos “na estrada” podem ser
criminosos por direito – ou podem ter algum tipo
de justificativa, pelo menos aos seus próprios
olhos. Até poderosos impérios pagavam pedágio
aos beduínos ao redor da rota dos peregrinos para
Meca, e qualquer falha nesses pagamentos
(devidos, digamos, a funcionários corruptos ou
ineptos) poderia significar problemas para os
viajantes. Às vezes, o comportamento beduíno
pode parecer quase caprichoso; viajantes de
aparência rica podem ser assaltados, mas aqueles
sem nada que valha a pena levar podem ser
tratados com grande cortesia. Afinal, se eles
estavam em território beduíno e não eram
inimigos, eram convidados.
Atitudes semelhantes surgiram com os
corsários berberes. Esses eram o equivalente
muçulmano dos corsários europeus, realizando
“pirataria legalizada” com fins lucrativos, com a
“justificativa” do conflito interminável entre a
Turquia e a Europa. Eles eram eficientes e
corajosos e tratavam seus prisioneiros (que eram,
afinal, potencialmente valiosos por resgate ou
como escravos) com alguma cortesia. Por outro
lado, eles eram agressivos tomadores de escravos
e havia, sem dúvida, bandidos cruéis entre eles.
O Mundo de Sheherazade
 de Hejaz, incluindo a cidade sagrada de Meca, tiveram que importar seus
alimentos do Egito. Os árabes que conquistaram um império logo mudaram sua
As Artes capital para áreas mais férteis – Síria e Iraque.
O Islamismo é austero, mas não totalmente O Quarto V azio (Rub 'al-Khali) é a região interior do extremo sul do Nejd.
hostil à arte. No entanto, duas proibições são Esta é a maior área de areia contínua do mundo (650.000 quilômetros
muito significativas. O primeiro é contra qualquer
tentativa de imitar o trabalho de Allah. O Corão é quadrados), ocupando mais de um quarto da moderna Arábia Saudita. Até o
a palavra de Deus; qualquer tentativa de imitar seu petróleo ser encontrado lá neste século, era quase totalmente inexplorado; é
estilo é proibida. Além disso, qualquer tentativa totalmente seco e desabitado, e até os beduínos o encaram com horror.
de arte representacional – como imagens realistas
– pode ser blasfema; a arte árabe tende a
representar desenhos e caligrafia em vez de Pérsia
imagens. (Os artistas persas, voltando-se para uma O coração da Pérsia é o Platô Iraniano. Esta região montanhosa fica entre o
antiga tradição visual, são mais relaxados e foram Mar Cáspio e o Golfo Pérsico; possui um grande deserto no centro, cercado por
responsáveis por algumas pinturas em miniatura montanhas, com vales mais férteis onde vilas e cidades se desenvolveram. Essa
requintadas. Além disso, alguns governantes
encomendaram decorações pictóricas para seus geografia incentivou o desenvolvimento de impérios feudais e
haréns, que ficariam fora da vista do público.) descentralizados.
O islã também proíbe a mentira, e os puritanos
estendem isso a qualquer tipo de ficção; afinal, Anatólia
um mundo imaginário pode ser uma imitação
blasfema da criação de Allah. Isso é extremo, A região da Ásia, que se estende a oeste da Pérsia em direção à Europa
como prova a existência das Noites da A rábia, (também conhecida como “Ásia Menor”), é principalmente terras altas; a
mas é uma das razões pelas quais a literatura Turquia, que hoje ocupa, tem menos de 9% de terreno nivelado. As principais
árabe “mais alta” consiste em grande parte de áreas de planície estão nas costas; as montanhas são acidentadas, combatidas
poesia sobre emoções.
por geleiras antigas. A vegetação é principalmente arbustiva, com florestas nas
Devido à necessidade de impressionar pelo
estilo, e não pela descrição. A escrita e a fala encostas mais altas, enquanto o planalto interior é estepe.
muçulmanas tendem a exagerar. Promessas e
ameaças soam loucas e até ridículas para os Visões do Mundo Além
falantes de inglês, que estão mais acostumados ao
As primeiras imagens muçulmanas do mundo se referiam a uma montanha
eufemismo. (Os líderes muçulmanos modernos
que falam sobre o “grande Satanás” ou a “mãe de cósmica central, Qaf, e os “Sete Climas” – assim como havia sete céus na
todas as batalhas” mostram sinais disso). teologia muçulmana. Esses “Climas” eram bandas que corriam leste-oeste; os
seis primeiros eram habitados por povos de cor de pele que variavam entre o
Música e Dança preto, no sul, e o branco, no norte. O sétimo era um mistério obscuro.
A moral islâmica primitiva desprezava a
música. A coisa mais próxima permitida era uma Alternativamente, os geógrafos classificaram a Terra como dividida em quatro
recitação cantada do Corão, que muitas vezes quartos.
servia como uma forma de entretenimento. Nos oceanos do extremo oeste, havia as ilhas “Afortunadas” ou “Eternas”,
No entanto, a proibição não foi eficaz. Alguns presumivelmente as Canárias; o Islã nunca olhou além disso, pelo menos até
muçulmanos argumentaram que ele apenas cobria
instrumentos musicais; a voz humana, sendo um que a disponibilidade de prêmios gordos no Atlântico levasse à pirataria
presente de Deus, dificilmente poderia ser imoral. muçulmana no noroeste da África – os “Sallee Rovers”. Dizia-se que as terras
Escravos cantores treinados – que podiam se cultivadas se estendiam do equador a Thule (“que pertenciam à Britânia”) no
apresentar por trás de uma tela para o público do norte e das Ilhas Afortunadas à China. As estepes asiáticas eram conhecidas
sexo oposto – eram muito valorizados. Às vezes,
eles cantavam com companhia instrumental e as
por serem habitadas por nômades ferozes; os árabes adotaram o mito antigo de
técnicas musicais reapareciam em culturas que Alexandre, o Grande, havia construído um muro para mantê-los afastados,
conquistadas ou vizinhas. Os dervixes tocavam o que cairia quando o mundo terminasse (possivelmente uma dica sobre a
música, e o alaúde e o violão moderno devem Grande Muralha da China).
muito aos instrumentos islâmicos. Instrumentos de
sopro, como flautas, também eram utilizados, e o
tambor e o pandeiro eram velhos favoritos.
As escravas com talento musical eram muito
valorizadas, recebiam anos de treinamento caro
em escolas especiais e cantavam em festas
privadas. Embora a dança “folclórica” e os jogos
de dança tenham sobrevivido, eles não eram
especialmente considerados. Na medida em que as
escassas “dançarinas de harém” das lendas já
existiam, elas foram um desenvolvimento tardio
(turco?). A dança do ventre era uma forma de
exercício privado e diversão para as mulheres de
haréns posteriores, apenas sendo adotado para
qualquer tipo de entretenimento público nos
tempos recentes.

O Mundo de Sheherazade – 26 –
 A primeira nação europeia que o Islã conheceu foi Bizâncio, o
remanescente oriental do Império Romano, com sua capital Constantinopla, na
foz do Mar Negro. Esses “romanos” ou “gregos” eram cristãos, mas também
orientais; eles lutaram contra o Islã com algum sucesso, mas as duas culturas
podiam se comunicar.
Etiópia – o reino do leste da África, localizado ao sul do Egito – era
conhecida pelos árabes. As primeiras histórias retratavam isso como uma terra
de mistério e um inimigo; antes do Islã, ele atacou a Arábia através do Mar
Vermelho. Mais tarde, no tempo de Maomé, alguns de seus seguidores
viajaram para lá para encontrar refúgio temporário da perseguição pagã. A
Etiópia era, de fato, uma nação cristã desde os primeiros tempos, mas os contos
árabes retratavam os etíopes como “adoradores do fogo”, como os
zoroastrianos.
À medida que o comércio muçulmano se espalhou, alguns comerciantes se
familiarizaram com a verdadeira Etiópia. O Islã foi adotado na região costeira
do norte da Eritreia; no século XIV, africanos cristãos e muçulmanos estavam
lutando entre si (um conflito com ecos sangrentos no mundo moderno). Mais
tarde, os comerciantes seguiram a costa, levando consigo a religião deles. Os
jogos podem seguir o mito ou a realidade da Etiópia; de qualquer maneira,
deveria aparecer como uma terra de cultura africana bizarra, mas sofisticada.
A China era uma terra rica, altamente urbanizada e com costumes estranhos
(como usar papel-moeda em vez de ouro e prata), mas habilidosa nas artes. Os
visitantes muçulmanos geralmente a consideram bem regulamentada e segura;
havia muitos cantos muçulmanos lá, e todas as cidades pareciam ter um “bairro
muçulmano”.
A Índia também era bem conhecida, como uma rica terra de incrédulos,
estranha em muitos aspectos, com um complexo sistema de castas, mas
especialista em artes e ciências. A Índia foi frequentemente atacada por
muçulmanos, mas nunca completamente conquistada. Ao norte estava o Tibete,
uma terra montanhosa, frequentemente conquistada pela China, às vezes aliada
aos muçulmanos contra esse inimigo.
O Islã – e o comércio muçulmano – também se espalharam para o leste pelo
mar. Posteriormente, os consultores espanhóis tentaram levar o catolicismo às
Filipinas, mas nunca reprimiram o fanático “Moros”. Em Brunei, na costa de
Bornéu, foi estabelecido um sultanato muçulmano de pleno direito.
Por fim, a Europa era outra região cujos habitantes muitas vezes lutavam
contra os muçulmanos. Apesar da inimizade, também houve comércio e
alguma troca de ideias. Embora os muçulmanos gostassem pouco do norte frio
e úmido, os mais instruídos entre eles tinham alguma ideia de sua geografia e
política. (Além dos “gregos’ e dos cruzados, eles conheceram os russos no mar
Negro, cuja cultura era de origem escandinava.)
– 27 –
Tipos de Embarcações
O dhow, a clássica embarcação muçulmana no
Oceano Índico, ainda está em uso. Possui um arco
afiado e de empuxo, e um ou dois mastros com
velas latinas (triangulares inclinadas). O projeto
não é muito eficiente para trabalhar com o vento,
mas, dadas as condições previsíveis desse oceano,
isso pode não importar muito. Projetos maiores
incluíam baggalas e booms. Outros navios que
trabalhavam neste oceano incluíam alguns juncos
chineses e, mais tarde, galeões europeus.
No Mediterrâneo, o desenho favorito era a
galé, uma embarcação fina, projetada para ser
movida por remos, mas carregando um mastro e
velas (armação quadrada ou triangular): os
remadores não conseguiam manter muita
velocidade por mais de um par de horas e em
longas corridas, ventos favoráveis eram bem-
vindos. As galés militares estavam equipadas com
aríetes, para perfurar alvos abaixo da linha de
água. Se os navios aproximavam-se juntos, os
marinheiros invadiam as laterais e um tumulto
ocorreria. Essa era a tática favorita dos corsários
beberes, que não usavam aríetes; o objetivo do
corsário era capturar, não afundar.
O projeto básico da galé se desenvolveu a
partir dos trirremes gregos, passando pelos
últimos quinqueremes massivos e navios romanos
até as frotas ornamentadas de Lepanto, mas os
métodos essenciais eram comuns a todos. As
“galés” menores dos corsários eram chamadas
galeotas, brigantinas ou fragatas, até a felucca
com apenas 3-5 remos por lado.
Uma embarcação movida a vela nunca era tão
rápida quanto uma boa embarcação a remo para
curtas distâncias e ficava vulnerável à calmaria,
por isso todos os projetos “mistos”. No entanto, a
vela dava maior resistência, e as embarcações
podiam carregar canhões onde outros navios
tinham que colocar remos. Uma flotilha podia ter
algumas feluccas para reboque e manobras em
terra, protegidos por um navio maior. (A escolta
de Felucca fazia muitas das capturas dos
corsários.) À medida que a artilharia melhorava, a
galera desaparecia.
Os navios navegados no Mediterrâneo
incluíam o tartan, a pollacca, os pequenos barques
de três mastros e as saiques de dois mastros.
O Mundo de Sheherazade
 O “Mundo das Noites da Arábia” é baseado no Islã medieval.
No entanto, uma olhada no histórico antigo por trás desse
cenário pode ser útil.
O reino do Egito brotou, floresceu e declinou durante um
período de mais de dois milênios. A planície inundada do Tigres
-Eufrates viu a ascensão e queda da Suméria e da Babilônia. Os
persas alcançaram a grandeza sob Ciro, Dário e Xerxes, mas
foram derrotados pelas cidades-estados gregas. Filipe II da
Macedônia iniciou um império que seu filho Alexandre estendeu
ao Egito, Pérsia e Índia. Roma conquistou a Grécia, mudou-se
para a Ásia Menor e foi suprema no Oriente Médio até sua
divisão nas partes leste e oeste. A dinastia sassânida governou
uma área que incluía o Irã, Iraque e parte da Ásia central.

A Expansão do Islã
O Islã cresceu como um império, ao mesmo tempo que
cresceu como uma religião. A fé de Maomé foi discutida no
capítulo 1, mas ele também foi um conquistador.

A Fuga para Medina

Quando ele começou a pregar em 613 d.C., Maomé tinha um
punhado de seguidores. No entanto, o Islã se baseou nas crenças
árabes tradicionais e encontrou convertidos. Por outro lado, as
religiões existentes eram fortes o suficiente para manter a
maioria de seus seguidores, e a primeira comunidade
muçulmana teve apenas algumas pontuações fortes.

História das Terras Islâmicas – 28 –


A mensagem de Maomé não era universalmente popular; em Meca, ele era
visto como uma ameaça pelos cultos pagãos e desconfiado pelas tribos judaicas
e cristãs. Em 622 d.C., ele foi forçado a fugir para Medina, a 450 quilômetros
de distância, com cerca de 75 seguidores. Esta é a Hegira (ou “Hijra”), a
“emigração”, da qual o calendário muçulmano é datado.
Em Medina, Maomé encontrou mais convertidos. Ele se tornou um líder
comunitário, estabelecendo as regras que se tornaram a base da lei muçulmana.
Ao mesmo tempo, ele teve que lutar contra tribos hostis, às vezes vencendo
contra forças muito mais fortes, às vezes perdendo (uma história que os
muçulmanos tomam como um aviso contra o excesso de confiança). Dentro de
seis anos, ele não estava apenas seguro, mas capaz de reunir um exército de
vários milhares e retornar à Meca.
A Captura de Meca
A volta Maomé a Meca foi estrategicamente necessária; ele adotara a antiga
crença na importância sagrada de Meca. Seu exército cercou o local, e uma
trégua foi feita. Embora alguns relatos falem de massacres de infiéis, Maomé
parece ter alcançado o controle com muito pouco derramamento de sangue,
permitindo que judeus e cristãos vivessem em seus domínios; no entanto, a
maioria dos árabes se tornou muçulmana. Dois anos depois, Maomé entrou em
Meca como peregrino, confirmando sua posição.
Dois anos depois disso, em 632 d.C., o Profeta morreu. Até então, seus
exércitos estavam se espalhando pela Arábia. Em 634, eles tomaram a Síria,
seguida pelo Egito em 641. No entanto, naquela época, a questão de quem
governaria esse novo império estava se tornando um problema.
Os Primeiros Califas
Maomé não fez nenhuma declaração clara de como as questões deveriam
ser resolvidas depois dele. Se ele tivesse deixado um filho vivo, seu reino
poderia ter sido tratado de acordo com as leis tradicionais da herança; como
sempre foi, a nova fé entrou em polêmica.
Uma minoria, os xiitas, apoiaram ‘Ali, primo de Maomé, marido de sua
filha Fátima e um de seus primeiros seguidores. No entanto, a maioria – ou
pelo menos a facção sênior, os sunitas – apoiava Abu Bakr, um dos sogros de
Maomé, que se tornou khalifa, ou “substituto” – califa. Abu Bakr conseguiu
reimpor a regra que havia sido abalada pela morte de Maomé e logo enviou
expedições contra os bizantinos e os persas.
Os velhos impérios enfraquecidos descobriram que tinham um problema
real com os árabes, que podiam atacar o deserto em cavalos velozes e depois
desaparecer novamente, usando seus camelos e habilidades de sobrevivência
para se mover eficientemente no deserto. Isso tinha sido um incômodo quando
os árabes eram bandidos; como invasores fanáticos, com generais competentes
– 29 –
A Lenda do Preste João
Está escrito que, por volta de 1165 d.C., uma
carta chegou aos tribunais da Europa Cristã. Ela
afirmava vir de um grande rei cristão no leste
distante, cujo nome era “João Preste”. (‘Preste’
vinha de ‘Presbítero’, ou sacerdote.) Ele alegou
ser imensamente rico e poderoso, e o Cristianismo
ficou encantado; um amigo assim, além das terras
dos sarracenos, seria um aliado maravilhoso para
os cruzados, enquanto lutavam contra os
muçulmanos cada vez mais fortes. A carta era
amplamente aceita; afinal, não foi a primeira
notícia do Preste João. Ele foi mencionado pela
primeira vez, lutando contra os seljúcidas, em um
texto datado de 1145.
De fato, a carta era uma farsa literária e
política. Os contos do Preste João eram relatos
ilegíveis das primeiras vitórias mongóis sobre o
leste de Seljuks; um relato mencionou o “rei Davi
da Índia”, filho de Preste João, descendente dos
magos bíblicos – mas na verdade descrevia
Genghis Khan. Por outro lado, Marco Polo
identificou Preste João com um Khan mongol que
havia morrido lutando contra Genghis. O fato é
que alguns dos mongóis eram cristãos nestorianos
e certamente aterrorizavam os muçulmanos – mas
o “grande aliado oriental da cristandade’ era um
produto do pensamento puro e desejoso.
Não que isso tenha impedido os cristãos de
esperar – e às vezes até enviar cartas para o leste,
pedindo ajuda. O mito sobreviveu ao século 14,
quando relatos de cristãos abissínios fizeram com
que o foco mudasse para a África – novamente,
em algum lugar além do inimigo muçulmano. A
busca por Preste João foi uma das grandes
esperanças em vão da história da humanidade, e
poderia se encaixar em uma campanha de fantasia
histórica.
História das Terras Islâmicas
 e a unidade de uma religião compartilhada, eles se tornaram mortais. Na Síria,
Bizâncio/Istambul as comunidades locais, em grande parte árabes e orgulhosamente reivindicando
Bizâncio era uma colônia grega no lado a amizade com as tribos do deserto, aceitaram alegremente seus novos
europeu do Bósforo – o estreito que separa a senhores. A Pérsia, atingida e exausta pelas recentes guerras com os gregos, foi
Europa da Ásia, na entrada do Mar Negro. O destruída por ataques.
imperador romano Constantino fez dele o centro Abu Bah morreu depois de alguns anos, para ser sucedido por Omar.
da administração imperial oriental. Seu nome foi Agora, os árabes avançaram do sul da Síria para o Egito e ampliaram sua
adotado pela cidade; portanto, quando o império
posição na Pérsia. Em 637 d.C., eles derrotaram e mataram o lendário príncipe
foi formalmente dividido em 395 d.C., a capital
oriental era “Constantinopla”. No entanto, seu
Rustem na batalha de três dias de Qadisiyya, permitindo que eles tomassem a
estado é conhecido como “Império Bizantino”.
capital sassânida de Ctesifon; outra grande vitória se seguiu em Nihawand em
642, e toda a Pérsia, exceto uma pequena província, foi tomada em 649.
Os “bizantinos” tinham um domínio grande,
mas em última análise, decadente; eles sempre Enquanto isso, Omar morreria em 644, para ser substituído por Uthman, da
sonhavam em reunir o império, mas mesmo as família omíada; a expansão continuou, no Afeganistão e no norte da África, e
tentativas mais bem-sucedidas eram caras demais. por associações marítimas no Mediterrâneo. A resistência bizantina havia se
Eles derrotaram os sassânidas, mas isso apenas firmado, mas os ataques continuaram através da fronteira.
enfraqueceu a Pérsia pela conquista do Islã.
Bizâncio, sinônimo de políticas complexas,
governava com uma mistura de força bruta e
imposição de sua própria marca de cristianismo. O
domínio muçulmano apelou a muitos de seus
súditos – até mesmo cristãos dedicados – como
menos autocráticos e mais tolerantes. O império
bizantino se dividiu sobre o religioso “Conflito
Iconoclástico”, ajudando grandemente os
abássidas. Bizâncio recuperou a força mais tarde,
mas foi cada vez mais dividido em “temas”
feudais; após sua derrota em Manzikert (1071
d.C.), a Europa viu Bizâncio como fatalmente
enfraquecido (daí as Cruzadas).
A grande igreja bizantina de Hagia Sophia foi
transformada em mesquita e depois (nos anos 30)
em museu. A antiga cidade murada de Stamboul,
que deveria ter sete colinas, como Roma, ainda
permanece. Os subúrbios se espalharam por
quilômetros, incluindo o lado asiático do estreito,
alcançado por modernas pontes suspensas.

-8.000 a -859
-8.000 -1.575
Jericó, um assentamento de Os egípcios do sul
tamanho justo, defendido por encontraram o Novo Reino; o
um muro de pedra e uma vala, Egito se torna um poder
negocia com lugares tão -3.100 imperial.
distantes quanto a Turquia e Reinos do Alto e Baixo -1.385 a -1.358
se sustenta colhendo grãos Egito estão unidos sob a O faraó Akhenaton introduz
silvestres e caçando. dupla coroa do Alto Egito. o monoteísmo no Egito,
-7.000 -3.000 provocando desagregações
Catal Huyuk, na Turquia, uma A cidade suméria de Uruk religiosas.
vila de 5.000, apóia-se na desenvolve uma escrita de -1274
agricultura. figuras primitiva, precursora Ramsés II luta contra os
-6.500 da cuneiforme posterior. hititas em Qadesh.
Catal Huyuk mantém ovelhas, -2.700 a -2.200 Shalmaneser I inicia a
cabras e, posteriormente, O Antigo Reino do Egito política assíria de conquista
gado. Cerâmica e tecelagem se cria as pirâmides. extremamente sangrenta.
desenvolvem. -2.200 a -1.575 -1250?
O Egito sofre decadência e Egito perde seu império em
revolta nos “Períodos um declínio que dura séculos.
Intermediários”. -883 a -859
-1.700s Assur-nasir-pal II move a
-4.000 a -3.000 O rei sumério Hamurabi da capital assíria para Nínive;
A sociedade urbana se desen- Babilônia desenvolve um o poder assírio aumenta
volve na planície de inundação código abrangente de leis. novamente. Constantinopla
do Tigres-Eufrates, a "terra caiu para os turcos otomanos
da Suméria", para administrar em 1453 d.C.
os rios. Senhores (sumos sacer
-dotes de deuses padroeiros)
governam as cidades.

História das Terras Islâmicas – 30 –

 CITAS
O Império Persa

SÁRMATAS Mar Aral

Mar Negro
MACEDÔNIA TRÁCIA

ATENAS
SOGDIANA
ESPARTA ÁSIA MENOR ARMÊNIA

Mar Mediterrâneo BACTRIA

PARTA
LÍBIA SÍRIA
DAMASCO ECBATANA

MEMPHIS SUSA
EGITO BABILÔNIA
Rio Nilo

PERSÉPOLIS ÍNDIA

Legenda
Império Persa em sua grande extensão
Mapa segundo A World Atlas of Military History, por Arthur Banks, 1972. Estrada Real

Uthman sobreviveu até 656, mas foi assassinado por inimigos da corte. A Cruzada das Crianças
Agora, ‘Ali finalmente teve sua chance. A mais trágica das cruzadas foi a “Cruzada
No entanto, embora ele tivesse amplo apoio, ele também tinha inimigos, das Crianças”, de 1212, quando grupos de
incluindo o parente aristocrático de Uthman, Mu‘awiya, que sugeriu crianças francesas e alemãs foram perseguidas por
sombriamente sobre o assassinato de Uthman. ‘Ali teve que negociar e, por sua alguma pregação bizarra de que poderiam retomar
vez, foi assassinado em 661 por extremistas que negavam que qualquer líder Jerusalém apenas com o poder da fé. Liderados
fosse necessário ou moralmente autorizado a governar os fiéis. por Stephen, um pastor francês, e Nicholas, um
Isso deu ao Shi'atu Ali, o “Partido de ‘Ali”, um mártir. Um’awiya levou o garoto de Colônia, eles lutaram pela Europa.
califado, mas enfrentou rebeliões. Os dois filhos de ‘Ali e Fátima foram Muitos deles morreram. Do resto, a maioria foi
levada à escravidão; algumas chegaram à Itália
mortos, o primeiro assassinado em uma intriga no harém, o segundo, Hosein, para serem vendidas ao Egito e outras só
em batalha – outro mártir. Outro filho de uma esposa diferente, Muhammad chegaram a Marselha antes de serem levadas.
ibn al-Hanafiyya, desapareceu, levando a profecias de seu eventual retorno Estima-se que 50.000 crianças foram perdidas.
como Mahdi.
-671 a –201
-671 -490 -334
Assíria invade e temporaria- Os persas atacam a cidades- Alexandre da Macedônia
mente conquista o Egito. estados gregas, que forçam eles de cruza o Helesponto para
volta aos seus barcos na Batalha de iniciar a conquista do Egito
Maratona. e Pérsia; ele também foi
-612 -480 vitorioso na Índia, mas um
Xerxes, o rei dos Reis da motim em seu exército o
Babilônia alia-se com os
Pérsia, marcha com seu exército força a retornar para casa.
Medos e os bárbaros citas da
Ásia Central para destruir atravessando o Helesponto com pon- -324
Níneve, com a biblioteca de tes móveis. Muitas cidades gregas
foram derrotadas; Atenas foi tomada Alexandre o Grande morre
Assur-bani-pal com 22.00 de uma febre na Babilônia.
tabletes de argila. e saqueada; todos os trezentos de
-550 Esparta na passagem das Termópilas -323
foram aniquilados. Atenas então Ptolomeu Soter, um dos
Ciro, rei da Pérsia, derruba
destrói a frota persa na Batalha de generais de Alexandre, funda
os Medos com ajuda da
Salamis. uma dinastia egípcia que
Babilônia; ele então conquista
a Lídia e Babilônia para ele -359 dura até Cleópatra.
mesmo construir um império de Felipe II da Macedônia uniu a -264 a -241
mais de 2.500 km de extensão. Macedônia, criou um exército profis Roma e sua rival Cartago
-522 -sional e usou o exército e a diplo lutam a primeira das 3
-macia para tomar o controle da guerras, chamadas de Guerras
Dário de Partia se torna rei
Grécia. Púnicas.
da Pérsia, do oeste do Egito
até as fronteiras da Índia. O
reinado é pacífico, religiosa-
-219 a –201
mente tolerante e pesadamente Os catargenetas começam a
taxado. Segunda Guerra Púnica.

– 31 – História das Terras Islâmicas


Meca
O Islã adotou como seu principal local
sagrado uma cidade deserta que havia sido um
centro de cultura religiosa. Meca fica em um vale
seco no leste da Arábia (e pode ocasionalmente
sofrer inundações); era uma parada nas antigas
caravanas silenciosas do Iêmen e uma cidade
festiva.
Com a vinda do Islã, Meca tornou-se antes de
tudo uma cidade peregrina. Era distante das
capitais dos impérios muçulmanos e permanecia
em grande parte independente delas (embora a
região nunca tenha produzido comida suficiente
para sustentar sua população e tivesse que importar
grãos do Egito). Reconhecia a soberania nominal
de Damasco, Bagdá e Mamelucos. Hoje, Meca está
na Arábia Saudita, e os sauditas reivindicam o
status de guardiões de seus santuários.
Montanhas – incluindo aquela em que Maomé
teve suas primeiras visões – dominam o cenário
local. A própria cidade centra-se na grande
mesquita de al-Harare e, em seu pátio central, no
poço sagrado de Zamzarn. Somente muçulmanos
têm permissão para entrar na cidade, que não
possui ligações ferroviárias ou aeroportuárias. Os
viajantes chegam através de Medina, 400
quilômetros de distância, ou pelo porto de Jedda;
um sistema eficiente de transporte rodoviário os
leva pelo resto do caminho. Nos séculos
anteriores, a viagem era muito mais difícil. Hoje, a
população do que é para muitos padrões uma
cidade de tamanho médio, aumenta em um ou dois
milhões de pessoas durante o mês de peregrinação.
Os Omíadas
A nova dinastia tem sido frequentemente criticada no Islã, e não apenas pelos
xiitas. Os governantes anteriores costumam ser chamados de “califas guiados
corretamente”, enquanto os omíadas são vistos como tiranos. Eles estabeleceram
o governo do novo império, o que significava substituir a liderança tribal
relativamente democrática por um monarca. Isso foi baseado em Damasco, na
Síria; Meca ficou com significado puramente religioso. No entanto, eles tiveram
sucesso em seus próprios termos. Reformas internas à parte, as conquistas
continuaram; o Marrocos caiu em 710 e, a partir daí, uma força de invasão
prontamente cruzou o Estreito de Gibraltar para a Espanha, que foi conquistada
em três anos. Para o leste, expedições sondaram a Índia e a Ásia Central.
Uma Cultura Mista
Os domínios muçulmanos estavam se tornando mais do que apenas um
império árabe. Por um lado, o Islã era cada vez mais multirracial; apesar das
tentativas ocasionais dos árabes de mantê-la para si, as pessoas conquistadas
estavam convertendo-se para a religião dos vencedores. A princípio, eles
receberam o status de mawlas, clientes – subordinados a uma tribo árabe em
particular, obrigados a fornecer impostos ou tropas, mas também protegidos
pela tribo como um ponto de honra. Agora, os não-árabes estavam se tornando
governantes, quando a antiga nobreza persa e o serviço público reapareceram,
mercenários turcos fizeram sua presença ser sentida e os berberes do norte da
África lideraram o ataque à Espanha.
Além disso, a centralização estava desmoronando. A divisão sunita-xiita foi
a primeira etapa; os omíadas, uma família que às vezes se opunha a Maomé,
não eram universalmente respeitados. Os extremistas carijitas estabeleceram
bases de poder; enquanto isso, os abássidas, descendentes de um primo de
Maomé, estavam construindo uma rede de apoiadores, desviando a energia do
movimento xiita. Os árabes em Damasco podiam exercer pouco controle sobre
os berberes convertidos que invadiam a Espanha, a milhares de quilômetros de
distância.
O Fim da Primeira Onda
Em 715 d.C., os exércitos chineses empurraram um ataque muçulmano de
volta de suas fronteiras para Ferghana. Em 717, os árabes atacaram
Constantinopla, mas vacilaram, e os exércitos islâmicos não voltariam por
séculos. Em 721 e 732, grandes ataques de reconhecimento da Espanha foram
interrompidos e destruídos pelos exércitos locais na França. Em 730, os
cazares da Ásia invadiram o território muçulmano em retaliação a ataques
anteriores, vencendo uma batalha e perdendo uma.

-218 a 619
-218 -4 Maomé nasce em Meca.
O general cartaginês Hanibal Jesus de Nazaré provável- 600
cruzou os Alpes para invadir a mente nasceu nesse ano. Antara ibn Shaddad, autor
Itália pelo norte. 70 de “Divan”, morre.
-149 a -146 Os judeus se revoltam Invasões bárbaras na Europa
Roma destrói Cartago na contra o governo romano; os Ocidental terminam.
Terceira Guerra Púnica; 10% da romanos capturam e destroem 606
população permanece viva e são Jerusalém. Nasce Fátima, a filha mais
vendidos como escravos. 226 nova de Maomé.
-51 A dinastia sassânida 610
Júlio Cesar Gaius subjuga a governam a Pérsia. Maomé tem uma visão no
Gália. Cleópatra VII se alia 395 Monte Hira.
com César. O Império Romano formal- 613
-44 mente divide-se em Império Maomé começa a pregar
César é assassinado. Romano do Oeste e do Leste. publicamente.
-31 531 a 579 614
Marco Antônio e Cleópatra Cosroe I, rei da Persia, Persas conquistam Damasco e
cometem suicídio seguindo sua leva o país a novos patamares Jerusalém; a Cruz Sagrada é
derrota na Batalha de Actium de cultura e arte. parte da pilhagem.
por Otaviano. Egito se torna 570 616
uma província romana. Os persas derrubam o Persas invadem o Egito.
-6 domínio abissínio no Yemen.
Roma anexa Judeia.

História das Terras Islâmicas – 32 –


A primeira expansão foi encerrada. Certamente, as grandes conquistas
árabes foram finalizadas; os vencedores muçulmanos dos séculos posteriores
viriam de outras raças. Por enquanto, os novos governantes contavam com a
consolidação.
Os Abássidas
A dinastia omíada durou 90 anos (com 11 califas), mas em 750 d.C., depois
de alguns califas corruptos ou ineptos, foi substituída pelos abássidas,
descendentes do tio de Maomé. O último omíada, Merwan, tomou partido nas
disputas entre tribos árabes (que os abássidas podem ter encorajado
silenciosamente), e não conseguiu lidar com os descontentamentos e ciúmes
regionais de seu império. Em certa oportunidade, seu exército perdeu a chance
de prender toda a família abássida, levando apenas o patriarca; o resto fugiu por
centenas de quilômetros de deserto antes de encontrar seus apoiadores na cidade
de Kufa. Durante a batalha final, parte do exército de Merwan se amotinou, e
Merwan teve que fugir, mais tarde sendo capturado e morto no Egito.
Norte da África e Espanha
Em 640 d.C., os árabes atacaram o Egito
controlado pelos bizantinos; sua capital
Alexandria se rendeu em 642. Em seguida,
“Ifriqiya” (Líbia moderna) caiu em 644. Os árabes
fizeram uma pausa até 682, quando, durante um
período de 30 anos, conquistaram os berberes do
resto do norte da África.
Os berberes se converteram ao islamismo, mas
permaneceram independentes de coração; eles
mantiveram suas próprias tradições e juntaram
seitas que a maioria dos árabes consideravam
duvidosas. Quando um exército muçulmano
cruzou o Estreito de Gibraltar para a Espanha em
711 d.C., consistia em 7.000 berberes e 300
árabes.
A Espanha era governada pelos visigodos –
descendentes de invasores germânicos que
administravam o que equivalia a um reino quase
romano. No entanto, era evidentemente fraco; os
muçulmanos conquistaram tudo em 713. Sob os
abássidas, essas províncias do oeste começaram a
se separar. Quando os omíadas foram depostos em
750, um de sua família real, Abd al-Rahman,
fugiu para o oeste, chegando à Espanha com um
punhado de companheiros em 755. Lá, ele foi
recebido como um símbolo de independência de
Bagdá e assumiu a liderança. Espanha (consulte
barra lateral, pág. 39).
Quanto à África, o Egito estava perto o
suficiente para Bagdá controlar e rico o suficiente
para justificar o esforço, mas o Magreb, mais ao
oeste, era menos interessante. Governadores
rebeldes foram derrubados e substituídos por
homens de confiança aos quais foi permitido uma
grande dose de independência. Com efeito, as
províncias foram transformadas em estados
amigos. Assim desenvolveu-se a dinastia
Aghlabid da Tunísia, que também conquistaria a
Sicília (que o Islã governou por dois séculos), e os
Idrisids ainda mais independentes no Marrocos.

622 a 710
622 O imperador bizantino tomam 644
Maomé foge de Meca para de volta a Santa Cruz dos Omar I morre; Uthman, da
refugiar-se em Yathrib persas. família omíada, o substiui.
(renomeada Medina); muçulmanos 630 Muçulmanos expandem-se para o
contam essa data como o início Maomé faz sua peregrinação à Afeganistão e Norte da África.
de seu calendário. Meca.
624 O algodão é supostamente
Maomé casa-se com Aish, introduzido nos países árabes.
filha de Abu Bek’s, então com 656
10 anos. 632 Os inimigos da corte de
Morre Maomé.
625 Uthman o matam. ’Ali, marido
Maomé começa a ditar o Corão. Fátima morre. de Fátima, se torna califa.
Mu’awiya dissemina a
627 Abu Bakr, sogro de Maomé,
dissidência.
Inimigos do Profeta em Meca sucede-o como o primeiro
cercam Medina e matam 700 califa, e faz de Medina sua 661
judeus. base. ‘Ali, último dos califas
Os bizantinos decisivamente 634 “Corretamente Guiados”, é
assassinado. Mu’awiya funda
derrotam os persas em Nínive; Abu Bakr morre e é sucedido
soldados bizantinos encontram o califado omíada, com sua
por Omar I. Muçulmanos conquis
açúcar da Índia no castelo sede em Damasco.
-tam a Síria e o Egito, e são
capturado. derrotados pelo imperador bi- 710
625 zantino Heráclio. Acesso cris- Muçulmanos conquistam
Maomé toma Meca, e envia tão às igrejas de Jerusalém. Marrocos. Em três anos a
cartas para os governantes do Antióquia e Alexandria são conquista da Espanha começa.
mundo explicando a fé muçulmana. cerceadas.

– 33 – História das Terras Islâmicas

 “A Noiva do Mundo”
Uma das grandes realizações da dinastia
abássida foi a fundação da cidade de Bagdá. Os
omíadas reinavam em Damasco, na Síria, mas a
base de poder da nova dinastia ficava mais a leste,
e Mansur queria uma capital no Iraque. A maior
cidade da região na época era Kufa, mas Mansur
desconfiava dos kufans, que eram notoriamente
traiçoeiros. Ele, portanto, escolheu um novo local,
entre o Tigres e o Eufrates, onde eles quase se
encontravam, a 48 quilômetros das ruínas da
capital sassânida de Ctesifão.
No reinado de Haroun al-Rashid, Bagdá era
uma cidade grande e bonita, conhecida
poeticamente como “a Noiva do Mundo”; como a
Roma imperial, era uma “cidade de mármore”,
assim como de fontes e jardins. Os minaretes e Embora tivessem prometido paz e justiça, os abássidas podiam ser cruéis.
cúpulas de muitas mesquitas dominavam o Os xiitas, cujo apoio haviam cortejado, foram reprimidos; rivais pelo trono
horizonte. Três pontes atravessavam o Tigres, que foram mortos. O primeiro califa abássida foi Saffah (governando de 750 a 754
alimentava canais e cursos de água, atravessando
d.C.), cujo apelido significa “o Derramador de Sangue”. Por outro lado, alguns
em torno de 150 pontes. O centro da planta era a
deles entenderam o valor da misericórdia, poupando rebeldes que se renderam.
“Cidade Redonda”, murada, onde ficavam os
palácios reais e os escritórios do governo. Ao Essa dinastia também se tornou cada vez mais “persianizada”, construindo
contrário de muitas cidades muçulmanas, onde o grandes e elegantes tribunais, administrados com a máxima formalidade.
palácio fortificado ficava a certa distância de um (Outra ideia persa que cresceu em popularidade foi o harém e o isolamento das
bazar central, os vários bazares de Bagdá estavam mulheres.)
todos fora desse núcleo. Mansur temia que Depois de Saffah, veio seu irmão Mansur, um personagem cruel que matou
assassinos e espiões pudessem se infiltrar com muitos que suspeitava ameaçá-lo. No entanto, Mansur também era um
compradores e mercadores, então o acesso à administrador meticuloso e completo; ele teria mantido pessoalmente as contas
Cidade Redonda era restrito. financeiras da corte. Ele era erudito, mas sem humor e mesquinho. Ele
construiu a grande e bela cidade de Bagdá, mas também verificou o custo de
todas as partes do edifício. Quando ele quis melhorar as defesas de Kufa, ele

715 a 1048
715 a 732 754 a 775 909
Muçulmanos invadem e Mansur, irmão de Saffah, o O Egito, sob os fatímidas
assaltam a China, sucede e funda Bagdá. xiitas, rompe o domínio do
Constantinopla e França 705 governo de Bagdá.
falham; Os khazares asiáticos Abd al-Rahman, um membro da 980
retaliam pelos ataques família omíada, chega à Ibn Sina (Avicena, m. 1037
anteriores. A primeira Espanha e é feito governante. d.C.), conhecido como Xeique al
expansão do Islã termina.
786 -Ra'is, “Líder dos Reis Magos”,
750 Haroun al-Rashid torna-se andou pela Ásia Central e
Abássidas repõem a dinastia califa. Jabir ibn Hayyan, o Pérsia, onde ele trabalhou como
Omíada. O primeiro califa fundador da alquimia islâmica médico da corte e (brevemente)
abássida, Saffah, é apelidado (chamado de Geber no como vizir, nasce.
de “o Derramador de Sangue”. A ocidente), trabalha em sua 965
reclusão das mulheres no harém corte. Nasce Ibn al-Hatham
ganha popularidade.
809 (Alhazen, m. 1039 d.C.), que
O filho de Haroun, al- trabalhou no Egito e é
Ameen, o sucede como califa. conhecido especialmente pelo
Seu irmão al-Mamun rebela-se. seu experimento em óptica.
813 1048
Al-mamun captura e mata al- Nasce Omar Khayyam (m. 1132
Meen. Al-Mamun governa bem d.C.), matemático, astrônomo,
por 20 anos sufi e poeta, cuja grande
conquista prática foi a
criação do calendário persa
altamente preciso.

História das Terras Islâmicas – 34 –

anunciou uma entrega em dinheiro de cinco dirhams para cada cidadão; então,
quando os recebedores assinaram por seu dinheiro, ele usou a lista de
assinaturas para cobrar um imposto de quarenta dirhams por cabeça para pagar
por uma muralha na cidade.
Mansur morreu em 775 e foi sucedido por seu filho muito mais alegre,
Mehedi, que mantinha um grande harém e patrocinou poetas e músicos. No
entanto, Mehedi também era competente e popular; ele suprimiu rebeliões e
piratas e derrotou os bizantinos (que eram fracos e divididos internamente
durante todo esse período). Mas quando ele morreu, em 785 d.C., ele deixou
uma situação complicada. Aparentemente, ele estava prestes a transferir a
sucessão de seu filho mais velho, Musa al Hadi, para o mais novo, Haroun al-
Rashid, e embora Haroun não tenha desafiado a sucessão de Musa, Musa
estava (compreensivelmente, dada a história do califado) nervoso com
Haroun. O irmão mais novo passou por isso por mais de um ano – até Musa
morrer.
Há uma suspeita de que Haroun tenha causado essa morte; ele foi
extremamente cuidadoso durante todo o reinado de Musa. Alguns historiadores
acusam Khaizuran, mãe de ambos os príncipes, mas outros acreditam que a
causa foi inteiramente natural.
Haroun al-Rashid governou de 786 a 809 d.C. Seu reinado é visto como o
auge da civilização e glória árabes. Ele derrotou rebeliões, enviou ataques bem-
sucedidos ao território bizantino e extraiu tributo de imperadores bizantinos – e
também promoveu arte, ciência e religião. Seus súditos mais ricos
desenvolveram um estilo de vida refinado e bem-educado, e o próprio califa
parece ter sido genuinamente popular. Por outro lado, o problema de governar
à distância o levou a entregar a província africana de Ifriqiya (ao redor de
Túnis) a um governador semi-independente, que ali fundou a dinastia
“Aghiabid”. E Haroun também deixou dois filhos brigando pela sucessão.
Estes foram al-Ameen, seu sucessor nomeado, e al-Mamun. A princípio, o
par cooperou, mas logo caiu. Como aconteceu várias vezes no passado, o novo
califado tentou nomear um filho como herdeiro à frente do irmão, e o irmão
excluído não aceitou isso. Al-Ameen tinha a vantagem da capital e um exército
maior, enquanto al-Mamun servia como governador da importante, mas
distante província persa de Khurasan. No entanto, al-Ameen era politicamente
menos qualificado e seus generais eram muito mais confiantes do que suas
tropas. Os ataques de Al-Ameen a seu irmão entraram em colapso, os exércitos
de al-Mamun sitiaram Bagdá, e al-Ameen foi capturado e morto em 813 d.C.
O Velho das Montanhas
Os Hashishin sempre foram liderados por
senhores eruditos indiscutíveis, os principais
da’is, baseados em castelos como Alamut. Na
Síria, esse líder – especialmente o poderoso
Rashid al-Din Sinan, que governou de 1162 a
1193 – foi chamado de xeique al-jabal, o “ xeique
[patriarca] das montanhas”.
Marco Polo, escrevendo sobre as principais
comunidades da Pérsia, descreveu seu líder –
presumivelmente o Grão-Mestre de Alamut –
como o “Velho das Montanhas”. No entanto, não
há outra evidência de que os da’is persas tenham
esse título; Marco Polo deve ter pegado na Síria.
(Sua descrição dos assassinos geralmente parece
um pouco confusa.) Ainda assim, todos esses
líderes tinham muito em comum.
Se encontrado em uma campanha, qualquer
“Velho” deve parecer uma figura formidável e
assustadora. Ele deve ter um alto nível de perícia
em Teologia. Hasan I, como seus sucessores mais
competentes, acrescentaria Debate, Trovadorismo,
Escrita, Administração, Estratégia, Detecção de
Mentiras e Carisma. Para seus seguidores, o Chefe
Da'is têm Status 8. Hasan havia viajado e
conheceria algo de terras estrangeiras. Ele
também seria um fanático e desprezaria
totalmente qualquer fraqueza e autoindulgência.
(A posse de álcool em Alamut era punível com a
morte – uma sentença supostamente executada em
um dos filhos de Hasan.)
Mais tarde, os líderes em Alamut eram às
vezes (relativamente) moderados, embora um ou
dois deles possam estar loucos.

622 a 710
1070 1095 1171
A Ordem do Hospital de São O Papa Urbano II pede uma Saladino assume o controle
João (Hospitalários) é cruzada. A “Cruzada do Povo” do Egito, remove os fatímidas
fundada em Jerusalém, para começa, mas acaba sendo e expulsa os cruzados.
cuidar de peregrinos doentes. abatida pelos turcos. 1174
1071 1097 Nur al-Din morre; Saladino
Batalha de Manzikert. Os O exército da Primeira substitui seus herdeiros. Ele
turcos seljúcidas, sob o Cruzada chega à Síria. começa a tomar cidades de
comando de Alp Arslan, derro- 1099 rivais e cruzados.
tam e capturam o Imperador Cruzados tomam Jerusalém. 1187
bizantino Romanus Diogenes, e
fundam o Sultanato de Rum em 1118 Um ataque a uma caravana
Os Cavaleiros Pobres do convence Saladino que Reynald
Anatólia. Bizâncio entra em de Châtillon quebrou a paz;
declínio. Templo de Salomão (Templários)
são fundados para proteger os Saladino toma o reino de
1085 peregrinos na estrada. Jerusalém.
Cristãos espanhóis , com os 1126 1190-1192
burgundianos, retomam Toledo. A Terceira Cruzada,
Nasce Ibn Rushd (Averma, m.
1091 1198 d.C.), filósofo espanhol liderada por Ricardo, o
O imperador bizantino, e especialista em Aristóteles. Coração de Leão da Inglaterra,
termina em uma trégua de três
Alexius I Comnenus,
ajuda contra o Muçulmanos.
pede 1138 anos, garantindo aos
Nasce Saladino.
1094 1148
peregrinos cristãos acesso a
Rodrigo Diaz de Bivar, el Jerusalém.
Cid, toma Valência; A Segunda Cruzada termina em Os Cavaleiros Teutônicos
brigas entre a nobreza são fundados como uma ordem de
francesa e alemã. Os cruzados enfermagem.
retornam à Europa com açúcar,
logo muito valorizado.

– 35 – História das Terras Islâmicas


Genghis Khan
Na Ásia Central, nas proximidades do Lago
Baikal, as tribos nômades dominantes eram os
mongóis e os tártaros. Genghis Khan nasceu
(como “Temujin”) por volta de 1162 d.C., filho de
um chefe mongol. Ele sucedeu seu pai aos 13 anos
e provou ser um general habilidoso, derrotando
chefes rivais e adquirindo seguidores que lhe
deram seu nome mais conhecido em 1206.
Naquela época, ele era indiscutível o Grande
Khan da Mongólia; em 1213, ele era poderoso o
suficiente para romper a Grande Muralha da
China.
Genghis era mais do que apenas um
conquistador. Ele estava ciente da necessidade de
leis e até justiça na administração de um império,
e seu código, embora duro, era racional. O
Império Mongol tornou a Rota da Seda mais
segura para quem viaja do que há séculos.
Também possuía um serviço postal eficiente,
igualdade religiosa (era igualmente severa para
todos) e uma política de adotar todas as
habilidades necessárias de qualquer nação que
pudesse lhes proporcionar.
Pequim caiu em 1215. Então Genghis virou-se
para o oeste, atacando as cidades comerciais da
Rota da Seda. Samarcanda, Bokhara e outras
caíram por volta de 1219-20, e o exército de
Genghs circulou o Cáspio, derrotando um exército
russo não muito longe do Mar Negro em 1223
antes de voltar para casa. Genghis morreu em
1227, mas seu império sobreviveu a ele. Seus
herdeiros se mudaram para o sul da China,
destruindo a dinastia Sung e, eventualmente,
tentavam agredir o Japão; eles também atacaram o
oeste em terras muçulmanas.
Al-Mamun governou bem por 20 anos, embora seus planos idealistas de
devolver o poder aos descendentes de ‘Ali (mostrando influência persa e
xiita?) Não deram em nada. Os ataques islâmicos à Europa continuaram; em
831 d.C., a ilha da Sicília caiu para o islã – mas foi uma invasão aglábida,
saídos do norte da África.
Egito Fatímida
Com o declínio do poder abássida, um grupo de xiitas ganhou influência no
Egito; em 909 d.C., eles declararam independência de Bagdá, sob uma dinastia que
alegava descender de Fátima, a filha de Maomé, e seu marido, ‘Ali – os fatímidas.
Os governantes separatistas decidiram que precisavam de uma capital para
desafiar Bagdá e, em 973 d.C., fundaram o Cairo. Logo se tornou uma grande
cidade (ainda a maior da África); sua universidade se tornou um centro de
teologia muçulmana.
Os fatímidas xiitas tornaram-se assim rivais das potências sunitas da
Arábia, Mesopotâmia e Anatólia (tanto os abássidas em declínio quanto os
turcos em ascensão); eles entraram em conflito pelo controle das áreas de
fronteira (incluindo a Palestina) e deram ao islã xiita um centro alternativo ao
seu coração persa. (Os Assassinos, xiitas extremistas, tinham conexões com o
Egito.) Os fatímidas duraram até 1171, quando foram removidos por Saladino.
Os Assassinos
Apesar do domínio contínuo do islã sunita, potências como o Egito fatímida
mantiveram vivas as esperanças xiitas e surgiram várias seitas. Os mais
estranhos eram os fanáticos Nizari Isma'ilis – os Assassinos.
A seita Ismalli apareceu por volta do final do século 8, como um ramo dos
“sete” xiitas. Foi uma sociedade secreta que ensinou seus iniciados a encontrar
significados ocultos sutis no Corão; visava construir uma rede de apoiadores,
convertidos por missionários secretos, para derrubar o califado. Sobreviveu
como uma conspiração revolucionária e ajudou a nova dinastia fatímida.
Quando os fatímidas se afastaram do ismaelismo “puro”, um grupo persa,
adeptos de um califa fatímida deposto chamado Nizar, se separou em 1094 sob
a liderança de um Hasan-i Sabah.
Hasan, usando as antigas técnicas de Ismalli, conseguiu subverter os
ocupantes de Alamut, um castelo em Daylam, uma região ao sul do Cáspio que
era um viveiro de seitas xiitas. “Alamut” significa “ninho da águia”; o castelo
ficava alto nas montanhas – um quartel-general seguro. De lá, Hasan enviou

1193 a 1307
1193 1229 1260
Saladino morre; seus Na Sexta Cruzada, o Mamelucos se encarregam de
herdeiros lutam entre si. Imperador Frederico II retoma unificar os muçulmanos no
1198-1204 Jerusalém por tratado. Egito. Eles derrotam um
A Quarta Cruzada produz um Nesse tempo, os Hospitalá- exército Ilkhanida em ‘Ain
império “latino” em Bizâncio, rios se tornam militares. Jalut.
que dura 50 anos. 1243 1270
Os Cavaleiros Teutônicos se Um exército mongol ataca o Rei Luís lidera a Oitava
tornam militares. território Seljuk. Cruzada para Túnis, onde ele
1193 1244 adoece e morre.
A Cruzada das Crianças Os muçulmanos recapturam 1277
termina em tragédia. Jerusalém. Baibars, famoso sultão e
1217-1221 1248 comandante mameluco, morre.
A Quarta Cruzada obtém Rei Luís lidera a Sétima 1289
alguns ganhos, mas os perde, Cruzada para o Egito, tomam Trípoli se rende aos
terminando em fracasso. uma cidade e então são mamelucos.
derrotados e forçados a 1291
recuar. Os mamelucos tomam Acre,
A Alhambra é iniciada; a fortalezas cristãs se rendem
construção será completada em sem luta.
1354.
1307
1258 A Igreja Católica Romana
Bagdá cai para os mongóis; nomeia um arcebispo para
a dinastia Abássida termina. Pequim.

História das Terras Islâmicas – 36 –

missionários para subverter outros castelos, até que a seita abrigasse dezenas
de fortalezas e aldeias, formando um pequeno estado independente.
Mas os Nizari Isma’ilis eram numericamente fracos, e os senhores
seljúcidas da Pérsia eram hostis. Por outro lado, os seguidores de Hasan eram
totalmente fanáticos. Precisando de uma alternativa ao poder militar, eles
descobriram o assassinato.
As vítimas variaram de sultões e reis a senhores locais e teólogos sunitas
que atacavam o ismaelismo. A primeira e maior vítima de Hasan foi Nizam al-
Mulk, o famoso e brilhante vizir persa do sultão seljúcida, que estava caçando
Isma’ilis em geral e Hasan em particular.
Esse fanatismo fenomenal levou a histórias selvagens, como a história de
Marco Polo de que os Assassinos mantinham um “Paraíso” nas montanhas,
onde foram levados conversos drogados, e depois disseram que voltariam
quando morressem em uma missão. As histórias de uso de drogas se
espalharam; a palavra “assassino” vem de “Hashishin”, “usuário de
haxixe” (embora esse tenha sido um termo geral no Oriente Médio para
desordeiros ou brigões). Outros contos mencionam inimigos dos Assassinos
que acordam de manhã em seu palácio bem guardado, encontrando uma adaga
Assassina deitada em seu travesseiro – uma dica clara do que poderia lhes
acontecer. No entanto, a maioria desses relatos são provavelmente mitos. A
verdade simples é que os Assassinos eram ascetas dedicados que foram
ensinados a acreditar na autoridade completa de seus líderes. Seus castelos
eram lugares de simplicidade espartana, onde toda a autoindulgência era
proibida; a ideia deles usando drogas parece improvável e eles precisavam de
poucas ilustrações chamativas para provar sua dedicação e letalidade a alguém.
Parte de seu poder vinha do problema muçulmano da lei de sucessão. O
assassinato de um sultão poderia levar seu reino a se despedaçar.
Além da Pérsia, os Assassinos estabeleceram bases nas regiões
montanhosas da Síria a partir de 1103 – daí seus encontros com os Cruzados e
mais tarde com Saladino, odiados como rivais e destruidores do domínio xiita
no Egito. Como um “curinga” na política de poder de Seljuques, Fatímidas e
Cruzados, eles eram um problema – mas também aliados de facções
improváveis como os Cavaleiros Templários.
Após a morte de Hasan, os Assassinos foram liderados por seu tenente,
Buzurg’umid, e depois pelos descendentes de Buzurg’umid. Eles continuaram
usando assassinatos, com algum sucesso, mas ficaram cada vez mais
desunidos. O neto de Buzurg’umid, Hasan II, parece ter ultrapassado o limite,
declarando-se califa, anunciando que o fim do mundo estava chegando e
encerrando todas as leis religiosas. Ideias similares (mais silenciosas) sempre
fizeram parte das doutrinas secretas do culto; Hasan II as tornou públicas.
Levou a seita para longe do Islã convencional. Eventualmente, em 1256, os
castelos persas foram destruídos pelos mongóis, que queriam remover esse
poder rival (e cujas forças incluíam muçulmanos convencionais que
aprovariam completamente). Na mesma época, os mamelucos destruíram as
comunidades dos Assassinos na Síria. Tudo o que restou aparentemente foi um
número de convertidos e refugiados, espalhados pela Pérsia e Índia; alguns
dizem que esses foram os precursores dos Illuminati (consulte pág. 108).
Outras Separações
Os fatímidas não eram únicos. Khurasan também se tornou semi-
independente; os abássidas perderam uma importante base de poder e
recuperaram terreno lá. Para compensar, eles recrutaram um número crescente
de mercenários e Ghulams – que decidiram que poderiam ter mais poder para si.
Khurasan e o resto da Pérsia passaram entre xiitas, dinastias anti-abássidas
e sunitas como os samanidas persas, que respeitavam o califa em Bagdá, mas
ainda restabeleciam o autogoverno persa. Os samanidas perderam terreno para
os Buídas, uma dinastia xiita de homens da montanha dos Daylami, mas
acabaram sendo substituídos pelos Karacânidas e Gaznévidas, ex-soldados
turcos.
– 37 –
Haroun al-Rashid
Muitas das histórias das Noites da A rábia
envolvem um genuíno personagem histórico que
também se tornou o favorito do mito popular: o
califa abássida Haroun al-Rashid.
Haroun era contemporâneo de Carlos Magno
na Europa e pode ter recebido embaixadores dos
francos. Ele tinha 22 anos quando se tornou califa,
45 quando morreu; em sua vida, ele ganhou a
reputação de governante bom, piedoso, atencioso
e enérgico. (Mas, então, ele certamente era um
patrono dos poetas, o que lhe garantiria um bom
nome.) Ele gostava de companhia inteligente –
além de seu patrocínio artístico, ele recebia
conselhos de estudiosos religiosos e até suas
escravas tinham que ser educadas e
conversadoras. Por outro lado, ele também
demonstrou um temperamento rápido e parece ter
se tornado cada vez mais autocrático ao longo dos
anos. Ele orava por muito tempo, duramente e
regularmente, mas sua religião parece ter sido
formal e convencional, e não santa, e proibiu o
debate religioso, a fim de que não causasse
confusão entre os não instruídos. Em resumo, ele
é um exemplo clássico de um governante
competente, justo mas convencional. Se
encontrado em um jogo, ele deve ser descrito
como pessoalmente impressionante, educado e
habilidoso em administração; ele era propenso a
emoções fortes, mas geralmente não os deixava
interferir no bom governo.
Os abássidas foram servidos por muitos anos
por vizires e funcionários de uma família persa
chamada Barmakis (ou “Barmecides”). Quando
ele se tornou califa, Haroun foi aconselhado por
Yahya al Barmaid; o irmão de Yahya tornou-se
camareiro, e seus filhos, Já’afar e Fadhl, passaram
por vários postos judiciais e governos. Por fim,
Ja’afar tornou-se tutor e conselheiro do filho e
herdeiro de Haroun. Ja’afar aparece como vizir de
Haroun nas Noites da A rábia; ele é mostrado
dando bons conselhos e mantendo a corte
funcionando sem problemas, apesar de todos os
eventos estranhos e dos caprichos do califa. No
entanto, na realidade, Haroun suspeitava do poder
pessoal dos barmakis, temendo que eles
estivessem planejando uma revolta xiita-persa e
pedindo poder. Isso pode ter sido verdade ou
Haroun pode ter ficado com ciúmes e influenciado
por cortesãos não favorecidos pelos barmakis. Em
803 d.C., Haroun mandou prender e matar Ja’afar,
e o resto dos barmakis rapidamente se reuniram e
foram colocados em prisão domiciliar. Os idosos
Yahya morreram na prisão, e os barmakis nunca
recuperaram o poder.
Continua na próxima página...
História das Terras Islâmicas

Haroun al-Rashid (Continuação)
Haroun se casou com Zubaida, aos 17 anos; a
relação parece ter sido afetuosa, embora Haroun
certamente tenha mantido e desfrutado de um
grande harém, e as histórias populares – talvez
injustamente – estejam cheias de histórias das
aventuras amorosas de Haroun em Bagdá. Ele
também tinha um servo pessoal chamado
Masroor, um eunuco que atuava como guarda-
costas e assistente geral. Tudo isso, e seu filho al-
Ameen, aparecem nas Noites da A rábia. (Masroor
é geralmente descrito lá como um carrasco; ele era
muito mais do que isso, mas ele executou Ja’afar
al-Barmaki.)
No entanto, o califa dos contos pode não ter
muita semelhança com o Haroun real. As histórias
o mostram como um brincalhão e um amante; o
homem real, embora certamente bem capaz de se
divertir, era um governante que trabalhava.
Contam histórias dele vagando pelas ruas de
Bagdá, disfarçado, à noite; se o fizesse, poderia
ter sido em busca de diversão – ou para ver como
seus súditos viviam. As Noites também o mostram
como um bebedor pesado. Historiadores
contemporâneos (reconhecidamente tendenciosos)
sugerem que ele era um abstêmio ou apenas bebia
já em idade avançada, levemente e em reuniões
privadas à noite em casa. Por outro lado, o homem
e a figura histórica são talvez menos importantes
para fins de jogo do que o mito; Haroun era um
grande e famoso califa e, nessa posição, ele era,
por definição, um personagem maior que a vida.
História das Terras Islâmicas
Enquanto isso, os buídas estavam desafiando os remanescentes da dinastia
abássida; eles entravam e saíam de Bagdá à vontade e tratavam o califa como
um fantoche. Por volta dessa época, a partir de 869 d.C., os escravos agrícolas,
os Zanj, negros no sul do Iraque, levantaram-se em uma revolução que levou
14 anos para suprimir. A glória abássida se foi.
O califa, sempre o “Príncipe dos Fiéis”, tornou-se cada vez mais um
governante religioso, e não secular. Mesmo em seus próprios territórios, os
soldados turcos eram agora o poder real.
As Cruzadas
Dependendo do ponto de vista, as Cruzadas podem ser vistas como o último
dos ataques bárbaros à antiga civilização mediterrânea, ou a primeira onda da
colonização europeia; uma grande demonstração da fé cristã, em defesa do
coração da religião, ou um ataque brutal por fanáticos cegos. Certamente, seus
efeitos duraram muito mais do que as próprias guerras; eles estabeleceram
simultaneamente novas comunicações entre a Europa e o Oriente e deixaram o
Islã com uma visão amarga do oeste.
A Primeira Cruzada
Em 1091, o imperador Bizantino apelou à Europa por ajuda contra os
muçulmanos. Isso pode ter sido pouco mais do que um pedido fortemente
formulado, apoiado pela religião, por mercenários, mas o Papa aproveitou a
oportunidade para afirmar sua liderança, pedindo em 1095 uma cruzada contra
o “infiel”. Os governantes da Europa decidiram que a Terra Santa deveria ser
recuperada.
Embora o pedido original fosse basicamente apenas uma linguagem florida,
os resultados logo estariam fora de controle. Oferecendo remissão de pecados
se libertassem Jerusalém, procurando mais território para se dividir em
propriedades feudais, os “francos” irromperam em atividade frenética. Uma
desorganizada “Cruzada do
Povo”, estabelecida em toda a
Europa, foi transportada pelo
Bósforo pelos bizantinos para se
livrar deles e serem abatidos
pelos turcos. Eventualmente, em
1097, um exército relativamente
organizado reuniu-se em
Constantinopla, atravessou a
Anatólia e colidiu com a Síria
sob vários líderes, principal-
mente Bohemund de Otranto.
Eles tentaram sitiar
Antióquia sem forças suficientes
para bloqueá-la. No entanto,
seus inimigos “sarracenos”,
especialmente nesse momento,
estavam desunidos, deixando
alegremente um ao outro serem
derrotados aos poucos pelos
cruzados, a fim de obter
vantagens pessoais. Antióquia
caiu depois de oito meses, mas
os cruzados foram cercados.
Inspirados pela descoberta de
uma “relíquia sagrada”, eles se
afastaram e atacaram os turcos.
– 38 –
 Sete meses – e muitas brigas particulares – depois, os cruzados desceram a
costa para Jerusalém, atualmente mantida pelos fatímidas; como os seljúcidas
controlavam a maior parte do resto do país, os defensores tinham pouco apoio
local.
Em 1099, após 40 dias desesperadores, as muralhas foram invadidas. Os
cruzados marcaram sua vitória, alternadamente caindo de cara em oração nos
santuários sagrados e massacrando a população muçulmana e judia – homens,
mulheres e crianças.
Muitos dos cruzados voltaram para casa pouco depois, mas ainda restavam
o suficiente para estabelecer um “Reino de Jerusalém” feudal. Os bizantinos,
que esperavam recuperar seus territórios perdidos, foram ignorados.
A Segunda Cruzada
Nos anos seguintes, os francos estabeleceram-se para governar a Palestina,
fazendo acordos com seus vizinhos muçulmanos e ingressando na política
local. No entanto, quando os muçulmanos alcançaram uma vitória local em
Edessa em 1144, o fanático São Bernardo de Clairvaux pregou uma Segunda
Cruzada, liderada pelo Sacro Imperador Romano Conrado III e pelo rei Luís
VII da França.
Em 1148, a Cruzada desmoronou em duros argumentos após um cerco fútil
em Damasco. Até São Bernardo o reconheceu como um fiasco.
Saladino e a Terceira Cruzada
Posteriormente, uma ameaça genuína ao Reino de Jerusalém surgiu: o
sultão Saladino.
Seu pai, governador da cidade, mudou sua família de Baalbek para Aleppo
no dia em que Saladino nasceu em 1138, servindo ao governo regional turco; o
jovem Saladino foi criado como um funcionário civil guerreiro. Ele se juntou
ao seu tio Shirkuh (ele próprio um general de sucesso) quando este foi enviado
ao Cairo. Isso fazia parte de um complexo jogo político e militar que envolvia
os turcos que tentavam impedir que os francos de Jerusalém ganhassem o
controle do califa fatímida.
Saladino lutou ao lado de Shirkuh e – na tradição muçulmana de empregos
herdados – assumiu quando seu tio morreu em 1169. Após uma série de
manobras durante dois anos, ele assumiu o controle do Egito, primeiro como
vizir, depois como sultão; bom muçulmano sunita, ficou feliz em terminar o
califado xiita fatímida. No processo, ele expulsou a incursão dos cruzados.
Depois disso, o poder e a reputação de Saladino no mundo muçulmano se
expandiram, e seu verdadeiro interesse ficou cada vez mais claro. Ele foi
totalmente dedicado à causa da jihad – uma guerra santa para expulsar os
francos do Oriente Médio. Para conseguir isso, ele teve que construir seu
próprio poder.
Isso o levou a entrar em conflito com Nur al-Din, seu antigo patrão, a quem
ele sentia muita lealdade, mas que desconfiava dele. No entanto, Nur al-Din
morreu em 1174, e seus herdeiros caíram em intrigas na corte. Saladino foi
capaz, em sã consciência, de assumir o cargo de líder dos muçulmanos em toda
a região.
Ele tomou uma série de cidades de senhores muçulmanos rivais e dos
cruzados, dando a ele o controle estratégico da área ao redor do Reino de
Jerusalém. Assim, ele foi capaz de sitiar e capturar as fortalezas dos cruzados
metodicamente, uma por uma; vitórias ocasionais dos cruzados, como repulsa
na Síria em 1177, não fizeram diferença a longo prazo.
A grande jogada de Saladino ocorreu em 1187. Provocado pela quebra da
trégua de Renaldo de Chatillon, ele invadiu o Reino de Jerusalém. Os senhores
cristãos em conflito se uniram contra ele, formando um grande exército de
campo – que eles tentaram usar para aliviar a fortaleza sitiada de Tiberíades.
Isso permitiu a Saladino capturá-los e assediá-los em campo aberto,
eventualmente tendo uma batalha nos “Cornos de Hattin” quando os cruzados
estavam exaustos e com muita sede. O resultado foi a aniquilação do exército
dos cruzados.
– 39 –
Espanha Muçulmana
A Espanha muçulmana (às vezes chamada de
“Andaluzia”, da “Terra dos Vândalos” dos
muçulmanos) evoluiu para uma cultura distinta e
sofisticada. Ela era conhecida por suas escolas,
famosa (e talvez um pouco romantizada) por sua
tolerância a judeus e cristãos, além de
muçulmanos e simbolizada pelo belo palácio de
Alhambra em Granada. Até o gosto espanhol pelo
violão remonta aos mouros.
Os governantes omíadas da Espanha (consulte
a pág. 33) tinham sua capital em Córdoba. Eles
enviaram expedições para a França e a Itália, mas
qualquer conquista por lá não durou muito e
sofreram algumas derrotas famosas. Mesmo
assim, eles construíram grandes escolas e
universidades, onde estudiosos como Averroes
passaram a filosofia dos gregos antigos para
visitar europeus e muçulmanos. Em 970, haviam
quase 30 escolas gratuitas em Córdoba.
Mas, apesar de todos as suas habilidades, os
muçulmanos estavam desunidos. Seu estado único
se rompeu no século XI, e os emirados divididos
resultantes se mostraram vulneráveis.
Os cristãos da Europa consideravam a
presença muçulmana em seu continente uma
afronta. Alguns postos avançados cristãos
sobreviveram no norte da Espanha e, em 1085,
cristãos espanhóis, auxiliados por borgonheses da
França, retomaram Toledo. Os espanhóis
encontraram um líder; Rodrigo Diaz de Bivar foi
chamado de sidi, “senhor”, pelos mouros, e os
cristãos transformaram isso em “El Cid”. Ele às
vezes era um mercenário, servindo mouros e
cristãos, e entrou em conflito com seu próprio rei.
Mas depois que ele tomou Valência em 1094, ele
se tornou um herói da cultura e inspiração para os
espanhóis. No século XII, um grupo de cruzados
que passavam, convencidos a parar e combater os
muçulmanos mais perto de casa, tomou Lisboa,
fundando o reino de Portugal. Em 1270, o único
território muçulmano restante era Granada, no sul.
O Alhambra, um dos grandes edifícios do
mundo, foi construído entre 1248 e 1354. É um
palácio fortificado no topo de uma colina rochosa
que domina a cidade. Dentro das paredes,
colunatas em arco cercam graciosos pátios, onde a
água fresca é canalizada entre piscinas e fontes
(uma tentativa tipicamente muçulmana de
transformar um edifício em um paraíso de
jardins).
Granada foi finalmente conquistada em 1492,
no mesmo ano em que Colombo chegou ao Novo
Mundo – e por Fernando e Isabel, o mesmo rei e
rainha ferozmente católicos que patrocinaram o
explorador. A princípio, os muçulmanos foram
autorizados a manter seus costumes e religião.
Mas depois de outro século, a mesma intolerância
e a mesma Inquisição que expulsaram toda a
comunidade judaica da Espanha foram voltadas
contra os muçulmanos. A Espanha moura estava
morta.
História das Terras Islâmicas

As Ordens Militares
As Cruzadas viram a criação das “Ordens
Militares” – organizações guerreiras que juraram
votos quase monásticos para perseguir os
objetivos das Cruzadas. Como as forças mais
estáveis e mais bem organizadas do lado franco,
as Ordens eram hábeis e bem discipuladas. Isso, e
sua riqueza e território acumulados (no Oriente e
em toda a Europa), os transformaram em uma
força política. Eles também eram fanáticos e
arrogantes. Os sarracenos os respeitavam e
odiavam; os reis europeus achavam difícil
conviver com eles. Eles respondiam apenas ao
papa; os reis cruzados não tinham controle total de
seus melhores soldados.
A Ordem mais antiga, os Hospitalários (a Ordem
do Hospital de São João), foi fundada em Jerusalém,
em 1070, como uma organização de enfermagem
para os peregrinos doentes; eles só formaram
unidades armadas no século XII. Eles lutaram em
muitas batalhas e mudaram sua sede para Chipre
após a queda do Acre, em 1291, e depois para
Rhodes, em 1310. A partir daí, eles se tornaram uma
potência naval, um espinho no pé do Islã.
Os Templários (Pobres Cavaleiros do Templo
de Salomão) começaram em 1118 como
combatentes, protegendo os peregrinos na estrada.
Eles eram particularmente agressivos e muito
odiados pelos muçulmanos. Eles também eram
gananciosos: uma história afirma que eles
sabotaram uma tentativa dos Assassinos de se
converterem à cristandade, a fim de proteger a
fonte de tributo financeiro que extraíram dos
pecados dos Assassinos (como não-cristãos) em
seu território. Após a queda do Reino de
Jerusalém, eles se retiraram via Chipre para a
França. Lá, sua riqueza – e possivelmente
algumas ideias estranhas levantadas no Oriente –
levaram o rei Filipe o Justo a conspirar com o
papa para acusá-los de heresia. Eles foram
exterminados em 1314.
Outras Ordens foram menos significativas,
pelo menos no Oriente. Os Cavaleiros Teutônicos
(fundada pelos alemães em 1190 como ordem de
enfermagem, tornados militares em 1198)
retiraram-se de Veneza para a Alemanha em 1308.
Eles se tornaram famosos por suas brutais guerras
contra os pagãos eslavos. Em termos de jogo, os
membros das Ordens Militares têm um voto, um
dever e – em terras muçulmanas e às vezes em
outros lugares – um estigma social. Eles também
tendem a ser soldados competidores (ou ajudantes
dedicados dos doentes).
História das Terras Islâmicas
Sem forças reais para defendê-los, os castelos e cidades dos cruzados,
incluindo Jerusalém, logo se renderam – exceto o porto de Tiro, onde muitos
sobreviventes se reuniram. (Saladino tinha uma disposição cavalheiresca de
permitir que os oponentes presos se resgatassem.)
A queda de Jerusalém causou consternação na Europa, e um chamado para
uma nova cruzada. Foi respondida pelo Sacro Imperador Romano Frederico
Barbarossa, pelo rei Filipe da França e pelo rei Ricardo I da Inglaterra.
Barbarossa chegou primeiro, mas adoeceu e morreu; quando os outros dois reis
chegaram, uma guerra desesperada já estava em andamento. Legalmente,
Filipe tinha precedência feudal, mas Ricardo estava determinado a assumir o
comando. No final, Filipe voltou para casa em grande indignação.
O Coração de Leão
Ricardo “o Coração de Leão” era temido e respeitado pelos muçulmanos.
Grande, ruivo, um guerreiro dedicado, às vezes cavalheiresco, muitas vezes
brutal, além de matar prisioneiros (e talvez até rivais), ele lhes parecia o
arquetípico franco. No entanto, ele era mais do que apenas um bárbaro duro.
Ele provou ser um melhor tático que Saladino, lidando com exércitos menores
com efeitos mortais. A Terceira Cruzada decorreu de 1190 a 1192; Ricardo
chegou a uma dúzia de quilômetros de Jerusalém, mas brigas do seu lado e a
estratégia de assédio dos turcos o forçaram a se retirar para a costa.
Ricardo e Saladino parecem ter formado um considerável respeito mútuo –
algo que os escritores românticos europeus representam mais do que os
muçulmanos desdenhosos. Não está claro se eles se conheceram pessoalmente;
fontes ocidentais dizem que sim, os muçulmanos dizem que Saladino descartou
a ideia como inútil, pois eles não compartilhavam nenhuma linguagem comum.
Dizem que Ricardo ofereceu sua própria irmã em casamento a Saladino para
cimentar um tratado, mas, nesse caso, esse provavelmente foi um blefe político
sem sucesso. No final, as notícias de casa (onde Filipe estava causando
problemas para a Inglaterra) forçaram Ricardo a se retirar. Fez uma trégua de
três anos com Saladino que garantiu o acesso a Jerusalém para os peregrinos
cristãos, mas deixou a cidade em mãos muçulmanas e, aparentemente, nunca
entrou no local. Ricardo venceu todas as batalhas, mas Saladino venceu a
guerra.
Ricardo então partiu para a Europa, para ser capturado no caminho e entrar
nas grandes histórias do Ocidente. Enquanto isso, o total esgotamento das
campanhas de uma vida inteira estava alcançando Saladino, o maior herói
cultural do Oriente. Ele morreu em 1193; as histórias muçulmanas dizem que
ele parecia prematuramente envelhecido e que ele era um muçulmano tão bom
e caridoso que nem sequer deixou dinheiro suficiente para pagar seu funeral.
Inevitavelmente, seus herdeiros entraram em guerra civil sobre as áreas que ele
governara, enquanto os francos pendiam sombriamente nas terras costeiras.
Cruzadas Posteriores
A partir de então, o “Ideal das Cruzadas” desapareceu. A Quarta Cruzada
(1198-1204) foi o ponto mais baixo, onde todo o idealismo desmoronou em
uma ganância nua e cínica. Foi chamado por um papa que estava tentando
restaurar a autoridade da Igreja e levado por um grupo de nobres com o
objetivo de lucrar. Eles decidiram viajar para a Terra Santa por mar e
negociaram a passagem com a cidade-estado de Veneza. Quando eles não
podiam pagar aos venezianos em troca, invadiram uma cidade que os
venezianos estavam reivindicando do rei da Hungria. Então, eles aceitaram
uma oferta para ajudar um requerente ao trono de Bizâncio e capturaram
Constantinopla. Quando o príncipe não pôde pagá-los, eles tomaram a cidade
por si mesmos – o que era adequado para os venezianos, rivais comerciais dos
gregos – e fundaram um império “latino” em ruínas, que durou apenas 50 anos.
Uma cruzada para libertar Jerusalém dos sarracenos se transformou na
conquista de um país cristão. A Quinta Cruzada, de 1217 a 1221, foi uma
empresa alemã; atacou o Egito, na esperança de forçar o poderoso sultão dali a
devolver Jerusalém – não foi uma estratégia totalmente estúpida, mas os
– 40 –
Cruzados se recusaram com orgulho às ofertas que receberam e acabaram
sendo expulsos em completo fracasso.
A Sexta Cruzada, em 1229, foi um assunto estranho, embora tenha
retomado Jerusalém para os francos – por tratado. O brilhante e erudito
imperador Frederico II, neto de Barbarossa, jurara fazer uma cruzada para
obter o apoio do papa. No entanto, ele estava baseado na Sicília, e seus
contatos com a cultura muçulmana o tornaram muito simpático ao Oriente; foi
dito que ele vivia como um sultão muçulmano. Eventualmente obrigado a
manter seu voto, ele não recebeu ajuda da Igreja ou dos senhores francos na
Terra Santa, mas negociou com o sultão do Egito. Ele recebeu o controle de
Jerusalém, que guarneceu levemente e depois abandonou a maioria. Em 1244,
os muçulmanos a recapturaram.
A Sétima Cruzada (1248) foi muito parecida com a Quinta: o santo rei Luís
da França navegou para o Egito, tomou uma cidade, sofreu a derrota e teve que
se retirar. Ele tentou novamente com a Oitava Cruzada em 1270; uma ideia
estratégica selvagem o desviou para Túnis (no norte da África). As forças
muçulmanas o encurralaram onde ele aterrissou e ele morreu de doença. No
ano seguinte, o príncipe Eduardo (mais tarde Eduardo I) da Inglaterra tentou
levantar um exército cruzado na Terra Santa. Ele lutou um pouco, aprendeu
algo sobre arquitetura de castelo que mais tarde aplicou no país de Gales,
sobreviveu a um assassinato e tentou voltar para casa. A maré virou
completamente contra os cruzados.
Os Mamelucos
Anteriormente, os francos haviam sobrevivido porque os muçulmanos
estavam desunidos. Em 1260, no entanto, os escravos-soldados turcos do
Egito, os mamelucos, assumiram o comando e seu implacável líder, Baibars,
estava se mostrando formidável. Suas primeiras vitórias sobre as forças cristãs
foram o que inspirou as cruzadas de São Luís; em 1271, ele capturou o imenso
e magnífico castelo hospitalário de Krak des Chevaliers. O Islã estaria a
caminho da unidade na área, se uma nova ameaça mortal não aparecesse no
horizonte oriental.
Os Mongóis
Os mongóis eram outro povo nômade das estepes da Ásia Central. O grande
khan deles, Genghis (consulte barra lateral, pág. 36), os transformou em um
exército conquistador; agora eles chegaram ao Oriente Médio.
Genghis havia derrotado os persas em suas viagens, expandindo seu
império para Khwarizm e obtendo a fidelidade nominal dos governantes locais;
em 1243, um exército mongol atacou o território seljúcida. O sultão de Rum,
Kai Khosrou II, contra-atacou, e as duas forças se encontraram em Kase Dagh.
A batalha em si foi equilibrada, mas as tropas aliadas seljúcidas não se
mostraram confiáveis, e eles e o general fugiram separadamente na noite
seguinte. Assim, o sultanato de Rum foi obrigado a se submeter aos mongóis,
pagando tributo anual; além disso, esse colapso salvou o Império Bizantino de
uma crescente ameaça seljúcida, à medida que os domínios turcos se
fragmentavam – abrindo também uma oportunidade para a ascensão dos
mamelucos.
Inimigos Comuns?
Os mongóis eram hábeis em guerra psicológica; eles induziram terror
absoluto em seus oponentes. Como resultado, as pessoas que se odiavam às
vezes tentavam formar alianças contra eles. Em 1238, quando havia um
– 41 –
Saladino
Pequeno e de aparência frágil, com barba curta
e arrumada.
ST 10, DX 11, IQ 14, HT 11.
Velocidade 5.5, Deslocamento 5.
Esquiva 5, Aparar 6 (espada), Bloqueio 6.
Vantagens: Carisma + 1, Alfabetização, Sorte,
Hierarquia Militar 8, Status 7 (6 para a maior
parte do início da carreira). Sua riqueza deve ser
surpreendentemente baixa, devido à sua modéstia
e generosidade pessoal. Depois de 1187, ele teria
uma reputação de +2 entre os muçulmanos (como
um líder heroico) e +1 entre a maioria dos francos
(como um inimigo cavalheiresco e nobre).
Desvantagens: Código de Honra Árabe
Básico, Generosidade Compulsiva, Senso de
Dever para com todos os muçulmanos. Antes de
1181, ele tem um senso de dever com Nur al-Din
e seu herdeiro. (Mas isso é bem pequeno; ele vai
se opor a eles, mas evita esmagá-los. Ele também
se recusa a conhecer Nur al-Din, por medo de
ceder a ele.) Entre 1171 e 1183, ele tem -2 de
Reputação entre muçulmanos sírios como um
usurpador iniciante. Entre 1186 e 1187, ele
também tem um voto para matar Reinaldo de
Chadllon, pessoalmente. Às vezes, os Hashishin
podem ser considerados um poderoso inimigo
pessoal.
Saladino parece ter se dedicado à jihad
durante toda a sua vida adulta, mas estava
surpreendentemente controlado quanto à sua
realização; esse é um aspecto de seu senso de
dever, não fanatismo!
Peculiaridades: Pensativo e melancólico (e
parecia isso mesmo); Invulgarmente tolerante (na
religião e na corte), mas pune a blasfêmia total;
Não gosta de cercos longos; Odeia derramamento
de sangue desnecessário; Subestima os oponentes
fanáticos.
Perícias: Administração-15, Trovadorismo-
13, Arco-11, Espada-Larga-13, Xadrez-16,
Diplomacia-16, Literatura-12, Política-14, Polo
(Hobby)-13, Cavalgar-12, Trato Social-14,
Escudo-12, Lança-11, Estratégia-19, Táticas-16,
Teologia (muçulmana)-16, Rastreamento-12.
Idiomas: curdo-14 (nativo), árabe-14, persa-
13, turco-13.
Jogos históricos ou “levemente fantasiosos”
da era da Cruzadas podem muito bem envolver
encontros com Saladino, o maior dos líderes
muçulmanos. Isso o representa no auge de sua
carreira, por volta de 1187 d.C., e como ele foi
retratado por colegas muçulmanos; portanto, pode
ser um pouco idealizado.
Saladino era curdo de nascimento; seu nome-
título era Salah al-Din, “Retidão da Fé”. Ele era
descrito como um grande general, e não como um
superior da linha de frente. Ainda assim, como
líder de guerra, ele sempre teria uma espada ao
seu lado. Nos momentos em que ele tinha motivos
para temer os Hashishins, ele usava uma armadura
leve (consulte a pág. 70); em batalha, ele usaria
proteção mais pesada e carregaria lança e espada.
(As pontuações de Deslocamento e Esquiva não
assumem a carga e devem ser recalculadas se ele
estiver com armadura.)
História das Terras Islâmicas

Cruz x Crescente?
Se você pedisse à maioria das pessoas
ocidentais modernas para nomear os símbolos dos
dois lados nas Cruzadas, eles diriam “a Cruz e o
Crescente”. Isso é natural; duas formas simples e
distintas parecem emblemas perfeitos das duas
culturas conflitantes. E é mais ou menos certo; os
cruzados tradicionalmente usavam uma pequena
“cruz cristã” como um distintivo desde o início. O
“Crescente Muçulmano”, por outro lado, é mais
questionável.
A lua crescente é certamente um símbolo
antigo do Oriente Médio, geralmente associado a
divindades lunares. Também foi adotado pelos
bizantinos, supostamente após o surgimento da
lua no sul, salvando Constantinopla de um ataque
noturno. As tropas muçulmanas também usavam
um crescente em escudos e estandartes desde
muito cedo, mas isso pode ter derivado de algo
que não seja a lua – um par de garras ou chifres ou
uma ferradura. Foi difundido no tempo das
cruzadas, mas não predominante; também se
tornou a marca heráldica dos ex-cavaleiros
cruzados europeus.
Somente no século XV, os turcos otomanos
passaram a usar o crescente em quase todas as
bandeiras. Hoje, é usado como uma contrapartida
deliberada à cruz – como na organização de
assistência médica do “Crescente Vermelho”. Para
fins de jogo, no entanto, os muçulmanos da época
das Cruzadas podem usar o crescente o quanto
quiserem – ou podem preferir estrelas, rosetas,
espadas, caixas de caneta estilizadas (para
secretários de tribunais) ou (para turcos) faixas de
rabo de cavalo.
História das Terras Islâmicas
excesso de arenques em Yarmouth, Inglaterra, porque os comerciantes alemães
haviam ficado em casa por medo dos mongóis, os assassinos Hashishin da
Síria apelaram ao Ocidente cristão por assistência contra esses inimigos de
toda a civilização.
Mas a cristandade não necessariamente pensava assim. Talvez em parte
inspirado pela lenda do Preste João (consulte a barra lateral, pág. 29), o
Ocidente sonhava em converter esses poderosos guerreiros ao cristianismo e
depois colocá-los contra os muçulmanos. A partir de 1245, os papas de Roma
enviaram numerosos embaixadores e missionários para a ala leste. Havia
cristãos – Nestorianos, considerados hereges por Roma – no Império Mongol,
e um arcebispo foi nomeado para Pequim em 1307. Mas os Khans não ficaram
impressionados com a ideia de que deveriam se converter; suas respostas eram
tão ameaçadoras quanto qualquer outra coisa. Uma aliança pragmática contra
os mamelucos poderia ter sido possível, mas com a eliminação dos enclaves
dos cruzados na costa, o Ocidente tinha pouco a oferecer e ninguém jamais
conseguiu negociar nada. Mais tarde, os mongóis eram majoritariamente
muçulmanos – o maldito Timur, o coxo, mais ou menos afirmava estar na
jihad, apesar de ter lutado com muitos outros muçulmanos.
A Queda do Califado
Em 1253 Mongke, o neto de Genghis, enviou uma expedição, sob seu
irmão Hulagu, para reafirmar o controle mongol na Pérsia. A mudança foi lenta
e metódica; milhares de engenheiros chineses foram trazidos, compensando os
velhos problemas dos nômades em atacar fortalezas muradas. Depois de
esmagar os Assassinos em seus castelos do norte da Pérsia, os mongóis
seguiram para a Pérsia – e depois para Bagdá.
A antiga capital caiu em 1258, e o último califa representativo foi morto no
saque da cidade; além de um reclamante no Cairo, a dinastia abássida foi
finalmente destruída. Os mongóis queimaram e massacraram o seu caminho
através da Mesopotâmia; os últimos remanescentes da civilização abássida
também foram varridos. Os mongóis conseguiram montar sua dinastia
“Ilkhanida” na Pérsia – e seguir para o oeste.
No entanto, os soldados mamelucos do Egito estavam prontos. Em ‘Ain
Jalut, em 1260, um exército de ilkhanidas foi derrotado por uma força egípcia
sob comando do sultão Qutuz. Baibars era um dos comandantes mamelucos;
ele matou Qutuz e assumiu o cargo pouco
depois. Ele derrotou outros ataques de
ilkhanidas em 1277, além de combater os
francos; uma grande invasão em 1281
também foi desencadeada, com dificuldade.
O Reino de Jerusalém, 1271-1291
Baibars morreu em 1277 (aparentemente,
bebendo vinho envenenado que ele havia
preparado para outra pessoa), mas seus
sucessores continuaram sua tradição. Os
francos serviram os mongóis como aliados e
mercenários e lutaram por conta própria, mas
os mamelucos estavam vencendo. Em 1289,
Trípoli caiu, seguido pelo Acre em 1291, e as
últimas fortalezas cristãs se renderam sem
lutar. Além da ilha de Chipre, e as bases da
ilha dos Hospitalários, todos os ganhos dos
cruzados foram perdidos.
Onde antes havia tribos nômades e
cidades isoladas, o Islã havia forjado uma
série de grandes impérios. Esses impérios
eram fortes o suficiente para combater a
maioria das ameaças externas, mas
continuavam sendo seu maior perigo.
– 42 –
 Para uma campanha realista, ou uma simulação de histórias
“padrão” das Noites da A rábia, os PdJs devem ser construídos com
100 pontos, ocupando até 40 pontos em desvantagens e 5 pontos em
peculiaridades.
Jogos que refletem os contos de heróis culturais, como o príncipe
Rustem, podem exigir níveis de poder mais altos – 200 pontos ou
mais. Um jogo ao estilo Swashbuckling hollywoodiano também
significa personagens de 150 a 200 pontos. Regras cinematográficas
(consulte pág. MB 183) também devem ser usadas nesses casos.
– 43 –
Aparência Física e Física dos Personagens
Como a maioria dos jogos das Noites da A rábia terá um cenário
anterior ao século XIX, os personagens devem seguir a regra de
reduzir alturas em 7 centímetros (consulte pág. MB 15). No entanto,
o mestre pode achar que isso vai contra o espírito dos jogos
cinematográficos. Para um conjunto completo de estereótipos semi-
justificáveis, adicione de 2 a 5 centímetros para os europeus (talvez
mais para os nórdicos) e menos para os nômades chineses e das
estepes (com as pernas arqueadas por cavalgarem mais do que
andam).
Personagens
 Os árabes geralmente têm cabelos pretos e escuros; seu ideal de
atratividade pessoal envolve olhos e cabelos pretos. Os primeiros
homens árabes gostavam de suas mulheres gordas; depois, eles
admiraram mais as figuras esbeltas. Um cosmético feminino favorito
é o kohl, para escurecer os olhos. Olhos azuis, a marca das raças do
norte, não são apreciados pelos árabes. Os europeus são
frequentemente descritos como “ruivos”; os noruegueses são o
epítome do “tipo” do norte, corpulentos, corados e de olhos azuis.
Turcos e mongóis são raças asiáticas, e os escravos mamelucos que
Tipos de Personagens
Assassinos
A maioria das sociedades inclui indivíduos que matam por
dinheiro ou ideais, mas, nesse cenário, “Assassino” significa,
especificamente, um membro do culto Hashishin (consulte págs. 36-
37). Obviamente, um assassino torna-se um membro bastante
improvável para a maioria dos grupos de PdJs. No entanto, existem
duas razões pelas quais jogadores aventureiros podem jogar com um.
A primeira é a Campanha Todos-Assassinos (consulte a barra lateral,
pág. 108); o segundo surge se o objetivo que o Mestre tem em mente
para a campanha coincidir com os interesses dos Hashishin; nesse
caso, um PdJ Assassino qualificado poderá ser ordenado a trabalhar
com os outros – não necessariamente dizendo a eles o que ele é.
Vantagens: Força de Vontade é uma vantagem útil, assim como
os Reflexos de Combate, Visão Noturna e Visão Periférica. Às vezes,
os assassinos são creditados com poderes mágicos (Aptidão Mágica),
embora eles próprios possam negar isso.
Desvantagens: Todos os assassinos são Fanáticos, com um
Segredo (associação ao culto); a maioria possui um Dever
Extremamente Perigoso (consulte pág. 55). Se as lendas mais
selvagens são aceitas, eles também têm um Vício em haxixe ou ópio
(disponível gratuitamente no culto, altamente viciante, legal no
contexto -10 pontos) e uma Ilusão (que o culto pode dar aos membros
vivos acesso ao Paraíso -5 pontos). O Mestre pode decidir que essas
desvantagens, sendo obrigatórias, não contam contra o limite de 40
pontos, mas algumas delas (especialmente o Dever e o Segredo)
podem se sobrepor e, portanto, podem ter seu valor reduzido.
Perícias: Todos os Assassinos carregam e podem usar Facas, seu
método preferido de matar; cada um também terá outras perícias
úteis, como Disfarce, Furtividade ou idiomas comuns.
Mendigos
Qualquer cidade normal nas Noites da A rábia terá sua parcela de
mendigos empobrecidos. Eles teriam uma vida dura, é claro, mas o
Islã exige a entrega de esmolas, e isso combinado com um clima
quente e seco significa que esses mendigos estão em melhor situação
do que alguns.
Os mendigos PdM formam uma característica comum das
aventuras urbanas; eles podem ser contatos úteis. Os mendigos PdJ
também são possíveis. Dado o tratamento original do destino das
Noites da Arábia, um mendigo PdJ, destinado a ascender, é um
conceito de personagem legítimo. O mesmo acontece com um
personagem de um passado rico, forçado a implorar por alguma
reviravolta do destino (ou inimigo pessoal).
Vantagens: Um mendigo pode ter Sorte; ele poderia usar um
Aliado e também Imunidade à Doenças. Riqueza acima da média não
é apropriada, nem Poderes Legais ou Hierarquia Militar.
Desvantagens: Todos os mendigos devem ser pobres (Riqueza
abaixo da média); fingir pobreza para obter esmolas é um abuso de
um princípio religioso (não é uma boa ideia). A rigor, o nível social
máximo deve ser -1 ou -2, mas um nobre empobrecido pode ter um
nível secreto muito mais alto (enquanto ainda é tratado como um
mendigo). Uma desvantagem física é possível, mas não obrigatória.
A falta de sorte pode ser a razão pela qual um homem rico se tornou
um mendigo, mas também pode ser Boemia Compulsiva ou
Perdulário; nesse caso, ele pode ter um Segredo no valor de -10
pontos.
Perícias: Os mendigos PdJ podem ser muito úteis com suas
perícias de Ocultamento, Captação e Manha, e seu bom
Personagens – 44 –
se tornaram governantes do Egito também teriam um caráter asiático
em suas feições. Muitos norte-africanos, sudaneses e outros negros
podem aparecer em jogos, assim como os índios étnicos nos
domínios orientais.
Outros cosméticos e alguns perfumes podem ser usados por
mulheres e até por homens “decadentes”. Limpeza e arrumação
pessoal devem ser a norma para todas as pessoas que se prezam com
status 0+.
Conhecimento do Terreno de sua cidade natal.
Corsários
Corsários são os piratas desse cenário. A rigor, o termo se aplica a
invasores do norte da África em data relativamente tardia, mas a
pirataria é muito mais antiga do que isso, e o termo é usado aqui em
um sentido amplo. Alguns corsários eram invasores puros e simples,
justamente temidos por sua crueldade. Outros eram licenciados por
um governante, ou levavam a ideia da jihad (guerra santa) para o mar
e obedeciam a algum tipo de código moral (não que isso
necessariamente os tornasse bondosos).
Para mais detalhes sobre campanhas piratas, incluindo a era dos
verdadeiros corsários, consulte GURPS Swashbucklers.
Vantagens: Seria útil ter Senso de Direção e Prontidão; Riqueza
acima da média parece altamente provável.
Desvantagens: Uma má Reputação e Estigma Social (forasteiro,
foragido ou bárbaro) entre pessoas decentes não estaria fora de
cogitação. As desvantagens físicas geralmente ocorrem nessa linha de
trabalho. Se você está envolvido no comércio de escravos, a
Sanguinolência seria uma desvantagem séria.
Perícias: Natação, perícias de Combate que envolvam lâminas,
Navegação e Tripulante de Navio fariam um bom Corsário.
Dervixes
Dervixes (ou faquires) são místicos islâmicos (sufistas), que
renegam bens materiais e estudam com professores respeitados
(consulte pág. 12). Os verdadeiros sufis estão procurando ideias
religiosas, não poderes mágicos. No entanto, outros às vezes
acreditam que os sufis alcançam coisas surpreendentes através de sua
compreensão única do universo. Os milagres exigiriam extrema
santidade, e as figuras santas são provavelmente muito mundanas
para serem usadas como aventureiros.
Dito isto, os dervixes têm um grande potencial nos jogos; eles
têm conhecimento, costumam viajar e têm poucos laços para mantê-
los em um só lugar. Regras especiais (pág. 60) cobrem suas despesas
reduzidas. Também pode haver mágicos errantes, Assassinos
disfarçados e excêntricos que passam como dervixes, mas que têm
interesses completamente diferentes.

Vantagens: Força de Vontade é muito provável, e visões místicas
Sufistas podem conceder Intuição ou outras perícias “intuitivas”,
como Senso de Direção ou Noção do Perigo.
Desvantagens: A riqueza nunca será melhor que a “ Média” e
geralmente deve ser menor. De fato, um dervixe “adequado” deve ter
um Voto de 10 pontos para se dedicar exclusivamente ao estudo
religioso, embora um simples Voto de 5 pontos para evitar
compromissos mundanos excessivos seja aceitável (e mais fácil para
um PJ). O Pacifismo – especialmente a versão “apenas para
autodefesa” – é altamente apropriado, mas não obrigatório. Um
xeique Sufi (professor) deve ter uma Reputação positiva entre os
sufis. Esse especialista tentaria evitar ganhar reputação entre os não-
sufis. Em tempos de ortodoxia religiosa, os sufis podem ter um
Estigma Social de grupo minoritário.
Perícias: Todos os dervixes “ verdadeiros” devem ter perícia em
Teologia. É improvável que estudem perícias de Combate (uma
distração séria de suas preocupações reais), embora possam se
lembrar de algum treinamento anterior. (Mesmo assim, não é
provável que sejam atacados com muita frequência; os supersticiosos
os veem como sagrados e os gananciosos sabem que não carregam
muito dinheiro.) Um xeique sufi também deve ter perícias de
Pedagogia e Poesia.
Nômades do Deserto (Beduínos)
“A matéria-prima do Islã”, os beduínos eram uma raça de
invasores e pastores do deserto até que Maomé lhes deu uma causa
comum. Mesmo depois que alguns se estabeleceram em terras
conquistadas, outros continuaram a vida antiga. Seus primos
assentados e urbanizados nem sempre confiam nas tropas beduínas,
mas costumam usá-las.
Os árabes estabelecidos têm uma atitude ambivalente em relação
aos nômades. Uma crescente lacuna tecnológica faz com que os
últimos pareçam bárbaros, mas também são creditados com um tipo
de glamour primitivo, não muito diferente da imagem do sertanejo
durão e astuto.
Uma campanha pode se concentrar na vida nômade no deserto,
antes ou depois da ascensão do Islã; nesse caso, a maioria dos PJs
seria beduína (ou escravos da tribo). Os tuaregues de véu azul do
norte da África são semelhantes em muitos aspectos, mas têm sua
própria cultura e tradições.
– 45 –
Vantagens: Prontidão é adequado, assim como a Senso de
Direção. ‘Antar tinha um aliado, Shaybub, que era um especialista
em arquearia, rastrear e escolta.
Desvantagens: Primitivo não é aplicável até o final da história,
se for o caso. (Os beduínos estão em contato com a tecnologia
padrão, mesmo que nem sempre possam pagar.) A maioria dos
membros da tribo terá um Código de Honra. Os beduínos costumam
ter uma mentalidade de “guerreiro orgulhoso”; os mais arrogantes
teriam Intolerância para algumas ou todas as outras raças, talvez até
as vendo como “escravos naturais”.
Perícias: Todos os beduínos teriam perícia de Cavalgar e
Adestramento de Animais, Sobrevivência (Deserto) e treinamento
com armas. A perícia Poesia é necessária para o herói beduíno
completo, na tradição de ‘Antar.
Animadores
Isso inclui todos os tipos de cantores, dançarinos, acrobatas e
contadores de histórias de rua; os poetas mais refinados são
discutidos separadamente. Cada um teria pelo menos uma perícia que
poderia ser usada para divertir uma multidão. Um artista errante pode
entrar e sair de aventuras, em qualquer lugar da rua onde estão às
grandes audiências, até as cortes cujos governantes convocam o mais
recente favorito do bazar para uma apresentação privada bem paga.
Vantagens: Um Patrono de algum tipo é provável. Somente os
muçulmanos mais puritanos na verdade não gostam de música, mas a
maioria considera isso um pouco desonroso; para um músico livre
qualificado ter um Status melhor que 0, ou 1 na melhor das hipóteses,
pode exigir um Antecedente Incomum (20 pontos).
Desvantagens: Os artistas sem Patrono terão Riqueza abaixo da
média e Estigma Social de cidadão de segunda classe. Algumas
desvantagens físicas são apropriadas. A Timidez seria desastrosa.
Perícias: Pelo menos uma perícia artística ou atlética apropriada
para a forma de entretenimento escolhida é necessária; Lábia e
Manha seriam comuns. A aristocracia geralmente desfruta do que
eles afirmam desprezar; bons músicos ou contadores de histórias
podiam encontrar emprego na corte e, assim, Trato Social será útil –
Literatura e Boemia permitiriam ao músico encantar um empregador
de classe alta com citações adequadas e conversas agradáveis.
Contadores de histórias profissionais (rawis), um pouco mais
populares do que os poetas com suas maneiras exageradas, têm muito
em comum com eles, e as duas classes se sobrepõem. A perícia em
História dará ao contador de histórias bastante material, além de uma
defesa contra os acusadores, dos puritanos islâmicos, de contar
mentiras.
Eunucos
Os governantes empregam eunucos para proteger seus haréns, por
razões óbvias. Tradicionalmente, os protetores de harém têm alto ST
e grandes cimitarras. De acordo com a lei muçulmana, todos
deveriam ser importados (consulte págs. 16-17), mas nações
decadentes os “recrutam” entre jovens escravos de famílias ricas. Nas
Noites da Arábia originais, os eunucos aparecem principalmente
como vilões menores, gananciosos e arrogantes, ou como figuras
cômicas. A maioria eram escravos.
Um PJ eunuco teria problemas, mas pode não ser impossível de
jogar. Veja abaixo as regras gerais para PJs escravos.
Vantagens: A maioria dos eunucos terá um Antecedente Incomum
no valor de pelo menos 10 pontos; um eunuco escravo também pode
ter um Patrono. Um guarda do harém pode considerar os Sentidos
Aguçados e Prontidão os principais benefícios.
Desvantagens: Além do óbvio, as desvantagens podem incluir
Sobrepeso ou Obeso, e também Gula e Cobiça. Hábitos Detestáveis
(Arrogância), Irritabilidade, Sanguinolência e Intimidação são mais
para os PdM. Os eunucos livres teriam um Estigma Social, pois seu
estado está associado à escravidão.
Personagens
 Perícias: Os eunucos mais velhos com Trato Social poderiam
obter poder real dentro de uma casa, teriam acesso aos aposentos das
mulheres e poderiam ser subestimados por alguns oponentes.
Francos
Este é um termo geral para europeus ocidentais – especialmente
aqueles com governantes franceses ou normandos. Os principais
pontos de contato com eles eram o Reino de Jerusalém e as Cruzadas,
mas os francos vinham ao Oriente Médio há séculos antes disso como
mercenários (especialmente no serviço bizantino) e peregrinos.
Assim, o personagem aventureiro franco mais provável seria um
soldado, mas um padre ou peregrino seria possível.
Aliás, os exércitos francos também empregavam “Turcopoles” –
mercenários sírios, convertidos locais e europeus treinados,
equipados como cavalaria leve armada com arcos – e infantaria de
classe baixa, alguns deles excelentes soldados.
Vantagens: Cavaleiros ou cavalaria montada teriam Status 1-3.
Facilidade para Idiomas tornaria a vida de um Franco muito mais
fácil.
Desvantagens: Ser Franco é um Estigma Social entre
muçulmanos; os cavaleiros deveriam, em teoria, ter um Código de
Honra de Cavalaria. A rigor, os cruzados devem fazer um Voto
(libertar Jerusalém dos infiéis, ou apenas para visitar os lugares
sagrados; o valor varia de acordo com as condições exatas). O
Fanatismo (para o ideal das cruzadas) é apropriado e jogável, mas
combinado com a intolerância, ele cria um personagem não jogável
em campanhas realizadas nas sociedades árabes.
Perícias: Nem todos os soldados europeus eram cavaleiros, ou
mesmo cavaleiros montados, mas esses eram trabalhadores livres
mais frequentemente encontrados como aventureiros. Além do
treinamento físico e de armas, os cavaleiros podem conhecer
Heráldica, Liderança, Trato Social (Europeu) e Tática.
Ghazis
O Islã era uma religião militar desde o início, e a maioria das
guerras com não-muçulmanas viu a presença de voluntários
entusiasmados. Esses “ghazis” – a palavra significa apenas “lutador” e
poderiam ser usados como um título de honra militar – eram vistos
como guerreiros sagrados, embora alguns lutassem mais por pilhagem.
No entanto, um PJ Ghazi, jogado como devoto, mas não
inflexível, interessado em saques, mas não desonesto ao fazê-lo, seria
possível.
Vantagens: Um Ghazi pode ter Hierarquia Militar, Aliado ou
Grupo de Aliados ou Patrono.
Desvantagens: Nem todos os ghazis seriam Fanáticos, mas a
maioria agiria como se fossem. (Aqueles que substituem a Cobiça como
uma desvantagem teriam que observar sua imagem.) Outros
muçulmanos acha-os uma companhia difícil; sua dedicação religiosa
exigiria respeito, mas eles nunca poderiam ser fáceis de conviver.
Perícias: Ghazis podem ou não precisar de Cavalgar; bom
Combate e perícias com armas são uma obrigação.
Ghulams
O lugar dos soldados escravos é descrito na barra lateral na pág.
13; eles podem ser usados como PJs. Em jogo, um PJ Ghulam deve
ser aposentado (ou liberado para algum serviço excepcional) ou – se o
Mestre permitir – designado pelo estado para alguma tarefa que se
enquadre nos objetivos do grupo (consulte abaixo nos PJs escravos).
A maioria seria de ascendência asiática, mas quase todas as raças
encontradas pelos árabes seriam possíveis.
Vantagens: Hierarquia Militar é apropriada, e vantagens
relacionadas ao combate serão úteis.
Desvantagens: Um Ghulam “ ativo” teria um grande Dever como
desvantagem.
Perícias: Soldados escravos devem ter boas perícias em armas.
Caçadores e Falcoeiros
Os beduínos viviam em parte caçando, e nobres persas e árabes
Personagens – 46 –
desfrutavam da perseguição. Assim, um caçador poderia ser um
compatriota que ganhava a vida como freelancer ou um criado que
ajudava a aristocracia em seu esporte. De qualquer maneira, a perícia
na falcoaria que os árabes amam seria apropriada. Pelo menos um
estudioso notável se sustentava caçando, e um asceta que desfrutasse
da vida ao ar livre poderia viver confortavelmente dessa maneira.
Vantagens: A Empatia com Animais contribui para um caçador
eficaz, mas contido. Prontidão ajudará a detectar sinais da caça. Um
empregado pode ter seu empregador como Patrono.
Desvantagens: Uma pessoa com Irritabilidade ou Sadismo não se
sai tão bem com a nobreza quanto com um Código de Honra. A
Paralisia Frente ao Combate pode ser letal.
Perícias: Caçadores ou falcoeiros obviamente precisam de
Adestramento de Animais; Rastreamento, Naturalista. O
Conhecimento do Terreno e até Trato Social seriam todos úteis (uma
caçada nobre tem sua própria etiqueta!).
Mágicos
Existem vários tipos possíveis de PJs mágicos nesse cenário;
consulte o capítulo 5 para detalhes.
Mercenários
Apesar de todos os voluntários Ghazis e Ghulams comuns, a
sociedade muçulmana medieval tinha espaço para o soldado
profissional independente. Os mercenários podem ser filhos mais
jovens de famílias abastadas, beduínos, homens das montanhas de
Daylam, Ghulams cujos senhores haviam morrido e que não haviam
sido contratados por seu sucessor, Francos, ou o que fosse. Em
tempos de guerra, eles poderiam esperar ser contratados pelo
governante; entre guerras, eles passariam como guarda-costas para
nobres inferiores, como guardas de caravanas ou como aventureiros
freelancers.
Vantagens: Mercenários podem ter Aliados ou um Grupo de
Aliados, Reflexos em Combate, Hipoalgia ou Resistência.
Desvantagens: A Sanguinolência ou Briguento são possíveis;
Pacifismo parece altamente improvável.
Perícias: Uma ampla variedade de perícias de Combate/Armas é
apropriada, assim como perícias como Cavalgar, Carregamento,
Primeiros Socorros, Boemia, Jogos de Azar, Comerciante, Estratégia
e Tática.
Comerciantes
As sociedades árabes medievais respeitavam o comércio muito
mais do que a maioria das sociedades daquela época (ou desde
então); o comerciante é uma figura padrão em suas histórias. A
maioria dos comerciantes passava a maior parte do tempo cuidando
dos negócios, mas os mais ousados poderiam explorar novas rotas
comerciais ou acompanhar descobertas estranhas ao longo do
caminho. O mais ganancioso pode ser desviado por uma pitada de
lucro; os pobres e desesperados podem tentar qualquer coisa que
prometa uma maneira de obter fundos, e os mais gentis podem estar
prontos para fazer boas ações.
Também é possível que quase qualquer comerciante ou artesão
desapegado viaje; nas Noites da A rábia, barbeiros, tintureiros e
outros às vezes sofrem ataques de puro desejo de viajar e vagam pelo
mundo, engajando-se em um pouco de especulação e vendendo seus
serviços quando encontram a demanda.
Vantagens: Além da Riqueza (lucros), as vantagens úteis para um
comerciante incluem Bom Senso, Alfabetização e Voz Melodiosa.
Reivindicar Hospitalidade (parceiros comerciais) é comum.
Desvantagens: A maioria das desvantagens cria problemas em
dobro para um profissional de viagens, mas Obeso, Cobiça, Avareza
ou Sobre Peso se encaixam na imagem, e o Perdulário pode explicar
a necessidade de grandes lucros.
Perícias: Perícias úteis são muitas e bastante óbvias: é
necessário Comercio, e Contabilidade, Conhecimentos do Terreno,
Diplomacia, Carregamento e algum tipo de arma farão falta se
ausentes.
Nobres
Pérsia foi governada por milênios por uma orgulhosa aristocracia;
mesmo quando foi conquistada por árabes ou turcos, os novos
governantes acabaram absorvendo os caminhos (e grande parte dos
membros) dos antigos senhores feudais.
Um dos trabalhos dos nobres (em tempos de paz) é administrar
suas propriedades, embora o envolvimento em intrigas nas cortes seja
sempre possível. No entanto, filhos mais novos, vítimas despojadas
de usurpadores e outros podem perambular pela terra, abertamente ou
disfarçados. Em alguns contos no estilo das Noites da A rábia, os
heróis são na verdade reis ou sultões poderosos. Às vezes, eles se
aventuram porque foram usurpados por rivais ferrenhos ou porque
caem em aventuras pessoais no curso de suas funções. Os jogadores
podem usar personagens tão poderosos quanto o Mestre permitir, mas
observe que um PJ monarca usurpado pode ter que desistir do jogo se
conseguir derrotar seu inimigo – ou pelo menos, a natureza da
campanha pode mudar bastante.
Vantagens: Dado o custo de alto Status, Riqueza e poderes
associados, um rei no trono pode ser viável – ou pelo menos
equilibrado e útil em aventuras – em uma campanha de pontos altos.
Outros nobres podem ter Carisma, Alfabetização, Força de Vontade e
Voz Melodiosa.
Desvantagens: Bons nobres têm um Código de Honra ou um
Senso do Dever para com sua nação, o que pode atraí-los para
aventuras. Um nobre ruim pode ter Megalomania ou Paranoia.
Perícias: Nobres persas lutaram como cavalaria blindada, com
lança e geralmente arco (Cavalgar é necessário). Um nobre de Status
superior pode precisar de Estratégia ou Tática. Administração,
Liderança, Política ou Diplomacia podem ser apropriados; Caligrafia,
Trato Social, Boemia e Oratória são todos justificáveis.
Nórdicos
Os povos islâmicos colidiram com os nórdicos quando estes
viajaram pelos rios do que é hoje a Rússia, lançando seus longos
navios para comércio e invasão no Mar Negro e no Mar Cáspio.
Houve também algumas incursões vikings bastante malsucedidas na
Espanha muçulmana. Mercenários nórdicos serviram o Império
Bizantino como guardas, e sem dúvida outros governantes também.
Enquanto isso, corajosos comerciantes árabes se aventuravam nas
terras do norte. Para os muçulmanos, os homens do norte – fortes,
vestidos de peles, muitas vezes pagãos – pareciam extremamente
bárbaros, mas eram certamente impressionantes, e o comércio com
eles podia ser lucrativo.
Vantagens: Os capitães precisarão de uma boa reputação para
conseguir uma tripulação. Outros podem ter Aliados da família ou
seus companheiros de viagem como um Grupo de Aliados. Será
incomum ver um nórdico com Clericato ou Poderes Legais em um
– 47 –
jogo das Noites da A rábia.
Desvantagens: Os nórdicos estavam tecnologicamente próximos
o suficiente dos árabes para que a desvantagem Primitivo fosse
inadequada. Às vezes, os guerreiros tinham Excesso de Confiança ou
Impulsividade. Muitos nórdicos eram Manafóbicos.
Perícias: Os nórdicos usavam excelentes navios pequenos; as
perícias de Marinhagem e Navegação eram comuns. Eles também
usaram uma grande variedade de armas (machados e espadas com
escudos, geralmente), e muitos terão Briga e Boemia. Um capitão
pode usar Liderança; os comerciantes podem ter Lábia e podem
conhecer outros idiomas. Para mais informações, consulte GURPS
Vikings.
Párias e Forasteiros
As histórias das Noites da A rábia estão cheias de príncipes
expulsos da corte por intriga, bons homens derrubados por inimigos,
estrangeiros capitaneados e escravizados e marinheiros naufragados;
geralmente, eles recuperam a boa sorte pela fé, sorte e persistência.
Além disso, jogadores ocidentais podem querer jogar com PJs
europeus. Eles podem ser comerciantes, diplomatas, peregrinos,
mercenários, cativos (escravizados ou “em liberdade condicional”),
cavaleiros perseguindo algum voto estranho (digamos, encontrar o
Preste João) ou estudiosos que procuram textos antigos ou
conhecimentos estranhos.
Vantagens: Aparência acima da média, Sorte e Antecedente
Incomum são razoáveis.
Desvantagens: As desvantagens padrão aqui incluem Segredos,
Pobreza e Estigma Social. Azar pode ser apropriado.
Perícias: Como muitos personagens podem estar à margem da
sociedade árabe, a maioria das perícias estará disponível, dependendo
do motivo da pessoa ser marginal.
Peregrinos
Um muçulmano na peregrinação do hajj à Meca está cumprindo
um dever sagrado (um grande Voto) e não deve se distrair com
nenhuma ideia de aventura mundana; de fato, outros bons
muçulmanos devem ajudar um hajji no caminho e reagir a isso com
+2 ou mais, se for necessária ajuda. No entanto, um peregrino que
retorna após a visita é menos restrito; isso pode ser uma boa desculpa
para um muçulmano de praticamente qualquer tipo estar longe de
casa.
Peregrinos cristãos em Jerusalém também poderiam aparecer em
campanhas.
Vantagens: Patronos ou Aliados podem ser úteis; um status baixo
pode ser uma vantagem se encontrarmos bandidos beduínos.
Desvantagens: Deficiências físicas serão problemas reais para
um peregrino, assim como assuntos pequenos, como Credulidade ou
qualquer forma de Comportamento Compulsivo.
Perícias: Qualquer perícia relacionada a viagens em condições
difíceis será útil: Cavalgar, Carregamento, Sobrevivência (Deserto),
Marinhagem ou Remo, Navegação e assim por diante.
Poetas
Os poetas são respeitados na sociedade islâmica, podem passar
em cortes ou bazares, têm desculpas para viajar e geralmente são
estudiosos. Bons poetas podem ser muito poderosos politicamente,
sendo os comentaristas de notícias e os “agentes de relações
públicas” do seu mundo. No entanto, por essa mesma razão, eles
podem se encontrar em perigo; um governante irritado ou paranoico
pode optar por eliminar uma ameaça à sua popularidade pessoal.
Observação: Alguns dos maiores poetas recusaram as cortes,
preferindo viver com dinheiro da família, clientes menores ou
“empregos diurnos”. Mesmo que não fossem conformistas, eles
preferiram escrever sobre o que escolhiam, e não o que o empregador
queria.
Vantagens: Idealmente, um profissional adiciona Alfabetização e
Voz Melodiosa; um bom profissional terá uma Reputação e todos
esperam um Patrono rico.
Personagens
 Desvantagens: Inimigos na forma de poetas rivais são possíveis
(e perigosos nas intrigas políticas). Para um hedonista filosófico na
tradição de “Omar Khayyam como visto no Ocidente”, acrescente
Boemia, Preguiça e talvez Alcoolismo. (O verdadeiro Khayyam era
na verdade um matemático e filósofo em nível gênio.)
Perícias: Qualquer pessoa com perícia em Poesia pode usá-la
para divertir amigos, mas um profissional também aceita Trovador e
Literatura (sendo esperado respeitar as convenções clássicas e se
referir a elas sutilmente); Dissimulação, Lábia e Trato Social podem
ser facilmente adicionados.
Sacerdotes
Antes do Islã, o Oriente Médio tinha uma grande variedade de
sacerdotes e homens santos. Alguns muçulmanos podem se sentir
ofendidos com os meros conselhos de que o Islã tem sacerdotes. Há o
califa e os dervixes místicos, e cada mesquita tem seu imã.
Informalmente, os muçulmanos reconhecem mulás, líderes que
geralmente são grandes professores.
Na sociedade muçulmana, podem existir comunidades de cristãos
e judeus (e, muito menos frequentemente, de outras religiões), cada
um com seus próprios líderes religiosos (que, no caso de rabinos
judeus, são novamente mais professores do que sacerdotes); eles têm
permissão para ministrar a seus rebanhos, mas não para proselitizar.
No entanto, poucos deles realmente são aventureiros adequados.
A maioria dos sacerdotes passa a maior parte do tempo cuidando de
seus deveres; os líderes e professores da mesquita muçulmana não
têm status formal na religião se abandonarem suas tarefas. Além
disso, o Islã não sugere que um imã comum espere poderes
milagrosos.
Vantagens: Ex-membros dessas profissões podem ter algum tipo
de Reputação.
Desvantagens: Sacerdotes de religiões proibidas no território
islâmico, com Segredos perigosos e Senso de Dever, podem ser
personagens complicados, mas interessantes de interpretar.
Perícias: Profissionais religiosos de todos os tipos podem ter um
bom treinamento acadêmico, perícias Pedagogia e Política.
Ladinos
Nas genuínas histórias das Noites da A rábia, os ladinos
geralmente não são capazes; eles só se tornam admiráveis se
conseguiram a redenção. Ladrões são vistos como meros criminosos;
foi deixado para Hollywood apresentar o estilo capa-e-espada ao
cenário. Mendigos podem ser genuinamente pobres dignos ou
vigaristas obscuros. No entanto, uma figura grosseira e pronta, pobre,
mas honesta, com algumas perícias adquiridas perto desse limite seria
aceitável, e uma boa pessoa em uma sociedade com um líder tirânico
poderia ter uma abordagem como “Robin Hood”. Os escravos aos
quais foi permitida alguma liberdade de ação às vezes adotavam a
criminalidade de meio expediente, talvez esperando obter dinheiro
suficiente para comprar sua liberdade; proprietários cínicos podem
fechar os olhos para isso em troca de uma parte do crime
(especialmente se as vítimas eram de outra parte da sociedade ou
eram estrangeiras). Os jogadores modernos, que não gostam de
sociedades proprietárias de escravos, podem considerar esse
comportamento perdoável.
Vantagens: Clericato, Poderes Legais e Hierarquia Militar
seriam difíceis de justificar. Aliados ou um Grupo Aliado seriam
mais facilmente explicados, especialmente para um grupo A yyar.
Desvantagens: Nos primeiros tempos, os personagens “ de rua”
podiam ser membros de um bando Ayyar local, talvez com alguns
ideais (e um Código de Honra), talvez apenas uma gangue de briga.
De qualquer maneira, o personagem pode ter Deveres dentro do
grupo.
Perícias: Perícias de combate, Boemia, Lábia, Jogo, Sex Appeal
e, para os mais malandros, perícias de ladrão/espião ajudarão a
manter o corpo e a alma unidos.
Personagens – 48 –
“Romanos” ou “Gregos” (Bizantinos)
Cidadãos do império reinavam em Constantinopla, eram cristãos
que lutaram contra o Islã, mas também vizinhos do mundo islâmico,
colegas orientais com muito em comum. Em tempos de paz, eles
poderiam ser encontrados como comerciantes, diplomatas ou
estudiosos. Eles contratavam mercenários com mais frequência do
que eles mesmos. Em tempos de guerra ou tensão, eles podem ser
vistos como renegados ou espiões.
Marinheiros
Algumas das histórias mais conhecidas de Sheherazade referem-se
a um marinheiro ousado, e Sinbad foi retomado pelo cinema. Isso é
apropriado: os árabes eram grandes marinheiros, se aventurando no
Mediterrâneo e no Oceano Índico, e às vezes até no Atlântico. O
Mediterrâneo relativamente calmo poderia ser navegado por navios a
remo, incluindo as grandes galeras militares; dhows mais leves
percorriam distâncias impressionantes nas rotas comerciais oceânicas.
As galés eram alimentadas por escravos, e grande parte dos negócios
africanos do leste estava no comércio de escravos, mas ainda há muito
espaço para capitães mercantes livres e honrados no gênero.
Vantagens: Senso de Direção ou Visão Aguçada podem ser úteis.
Os membros da tripulação podem constituir um Grupo Aliado.
Desvantagens: Um marinheiro antigo pode ter uma deficiência
física ou Hábitos Detestáveis no valor de -5 ou -10 pontos. Qualquer
marinheiro pode ser um Briguento ou ser Preguiçoso.
Perícias: Natação seria útil, assim como Vela/Remo, Navegação
e Marinhagem (lembre-se de que nem todo marinheiro pode
navegar). É claro que um capitão mercante precisaria de Comércio.
Estudiosos, Cientistas e Alquimistas
Universidades e escolas gratuitas eram encontradas em todas as
cidades muçulmanas medievais, algumas atraindo estudantes de todo
o mundo conhecido. Os estudiosos ficariam felizes em aplicar suas
ideias para fins práticos, e eles poderiam descobrir os males antigos e
os meios para corrigi-los. Outros trabalhariam como funcionários da
corte, astrólogos ou talvez mágicos, mas a ocupação mais comum
provavelmente seria como médico. (O termo hakim poderia significar
“erudito sábio” ou “médico”.) Nos dias anteriores à imprensa, eles
podiam descobrir que a única cópia de um manuscrito crítico estava
em uma biblioteca a milhares de quilômetros de distância, ou eles
poderiam querer conhecer um grande colega e seguir na estrada na
companhia de aventureiros.
Vantagens: Os estudiosos em período integral precisariam de
Riqueza suficiente para financiar seus próprios estudos ou de um
Patrono rico (indivíduo ou organização) para apoiá-los. Memória
Eidética seria uma ajuda enorme.
Desvantagens: Distração é o clássico aqui; Irritabilidade ou
Veracidade podem gerar algumas interações interessantes.
Perícias: Muitos dervixes seriam intelectuais, com um interesse
especial em Teologia. Além da Alfabetização e da escolha pessoal de
uma ou mais perícias Científicas ou Médicas, a maioria dos
estudiosos teria uma base na Filosofia e em várias línguas. Pedagogia
seria necessário para manter uma carreira acadêmica.
Nômades das Estepes
Este tópico abrange muitas tribos asiáticas que nem sempre foram
respeitadas pelos árabes, mas que conquistaram grande parte do
Oriente Médio. Os turcos estabeleceram-se na área de maneira mais
eficaz, mas os mongóis eram os mais terríveis e temidos.
Vantagens: Alguém que passa a maior parte do tempo na sela
faria bem em ter Empatia com Animais. Homens da tribo
provavelmente terão Aliados (família), mas não necessariamente
Alfabetização.
Desvantagens: Os nômades fizeram pleno uso da tecnologia
disponível; a desvantagem Primitivo não é apropriada. Seus inimigos
podem creditar a todos os mongóis a Sanguinolência, mas eles têm
suas próprias leis severas, mas justas, e podem muito bem ter pelo
menos o Código de Honra dos “Piratas”.
 Perícias: Sua instrução dá aos nômades das estepes, perícias
com Arco e Flecha montada, Cavalgar, Arco e outras armas
(geralmente incluindo Laço). Carregamento também é comum.
Sultões
Esta categoria abrange todos os tipos de reis e nobres – e o
próprio califa, se uma figura tão augusta aparecer. Alguns
governantes ganham seus tronos por conquista e, portanto, têm boas
perícias militares, mas a maioria chega por nascimento ou casamento
e tende ao decadente. Mesmo assim, uma simples experiência de
governo e uma educação no mundo complicado e fechado do harém
do palácio podem garantir astúcia. Certamente, a atitude mais
perspicaz pode ser empregar um vizir de confiança e dar-lhe as
tarefas administrativas chatas. Os atributos geralmente estão um
pouco acima da média, graças à educação, boa comida e exercícios
no campo de caça.
Vantagens: Alto Status, Riqueza e Alfabetização são essenciais.
Desvantagens: Quanto aos nobres, os bons sultões terão um
Código de Honra e um Senso do Dever para com o seu povo,
enquanto os maus sultões terão maior probabilidade de ter Paranoia
ou Megalomania. (A maioria de suas prováveis desvantagens pode
ser resumida na palavra “mimado”.)
Perícias: “ Educação” inclui perícias com armas e conhecimento
dos assuntos do mundo. Estratégia ou Tática, Administração,
Liderança, Política ou Diplomacia podem ser apropriadas; Caligrafia,
Trato Social, Poesia e Xadrez são todos justificáveis.
Vizires
Como ministro-chefe do sultão ou rei, o vizir ocupa o mais alto
cargo na terra que pode ser alcançado por mérito. Mesmo em jogos
realistas, esses personagens precisam ser políticos competentes e
intermediários; na fantasia, são realmente muito complicados, gênios
maquiavélicos.
Os vizires podem querer o trono para si mesmos e tramar
secretamente; eles podem estar tentando convencer o sultão a dar-
lhes uma princesa em casamento, ou a ambição deles pode ser para
com a família, para que planejem casar seu próprio filho com a filha
do governante. Como alternativa, um vizir pode ser leal ao monarca
(talvez porque ache que tem o poder real, enquanto o “chefe” é uma
peça figurativa e bode expiatório útil) e trabalha em tempo integral
para destruir os inimigos do reino.
Alguns vizires da fantasia também são mágicos (ou mantêm os
mágicos residentes à mão) – adequadamente, dada a sua inteligência,
– 49 –
escolaridade e amor ao poder. Se estes são da persuasão do mal, eles
tornam-se oponentes mortais, adequados como vilões para uma
campanha inteira.
Os atributos devem incluir um bom IQ; os outros estão por
capricho do Mestre.
Vantagens: Além de Status, Riqueza, Alfabetização, etc., Aliados,
Carisma, Bom Senso, Memória Eidética, Intuição, Patrono (o
governante), Reputação (perigoso se desafiado), Força de Vontade ou
Voz Melodiosa, se ajustam ao arquétipo.
Desvantagens: Qualquer vizir pode ter Inimigos, Cobiça, Inveja,
Luxúria, Megalomania, Avareza, Paranoia, Sadismo ou Senso do
Dever.
Perícias: Administração, Conhecimento do Terreno do reino e de
seus vizinhos, Caligrafia, Detectar Mentiras, Diplomacia, Serviço
Secreto, Interrogatório, Idiomas, Jurisprudência, Trato Social e
Furtividade.
Personagens Femininas
Como observado no Capítulo 1, uma sociedade das Noites da
Arábia impõe sérias restrições a suas mulheres. No entanto, é
possível interpretar uma personagem feminina nesse cenário. Lendas
tribais árabes, como a Epopeia de ‘A ntar, falam de meninas beduínas
criadas como meninos (porque seus pais desejavam evitar o estigma
social de não ter filhos), ou que se viciam em histórias antigas de
mulheres líderes de guerra. Essas garotas se tornam lutadoras
capazes, comparadas aos homens montados em justas usando
agilidade e habilidade de montaria superiores para combater a força
bruta. (Isso foi antes de uma cultura urbana mais formal impor
modéstia velada – embora também tenha sido antes do Islã trazer
proteções legais e morais para as mulheres.) Da mesma forma, os
épicos tribais turcos incluem princesas armadas que podem até
derrotar homens na luta livre. Algumas mulheres posteriores também
se envolveram em batalhas, apesar de todas as regras. Mulheres
financeiramente independentes aparecem nas Mil e Uma Noites, não
brigando, mas vivendo e viajando como comerciantes. Em muitas
famílias, as mulheres controlavam o dinheiro na casa, dando-lhes
mais poder do que era aparente.
Mesmo em ambientes mais urbanizados, apenas os muito ricos
podiam se dar ao luxo de manter suas mulheres trancadas longe de
qualquer contato com o mundo (e as oportunidades para políticas
sutis dentro do harém eram consideráveis). A maioria dos
aventureiros opera em um nível em que as mulheres podem ser vistas
em público, e essas mulheres participam muito da administração da
vida familiar e dos negócios. Homens sensatos – e PJs aventureiros
geralmente são mais sensatos do que os ultraconvencionais – não
ignoram uma boa ideia apenas porque vem de uma mulher. É claro
que essas mulheres não aprenderão o uso de armas, mas podem
adquirir uma educação mais pacífica, especialmente de um pai
indulgente. Acadêmicos e (especialmente) magos são notoriamente
excêntricos, passíveis de transmitir conhecimento às suas filhas; as
conjuradoras de magia são uma parte natural do cenário. Nas Mil e
Uma Noites, uma princesa aprende magia poderosa de uma velha
serva.
Por outro lado, os laços familiares árabes estão próximos; Uma
ideia a considerar é uma PJ feminina, escoltada por dois ou três
aliados – seus irmãos, que têm boas perícias de combate e o senso de
defender sua astúcia. (Por que o grupo da família está se aventurando
seria uma pergunta interessante.) Alguns trabalhos, de levar recados a
curandeira, precisam ser abertos às mulheres, pois podem envolver a
entrada de haréns, onde os homens são proibidos. Dizia-se que as
mulheres judias eram habilidosas nos olhos. As cantoras teriam
perícias e contatos sociais em toda a sociedade. A própria
Sheherazade usa as perícias “femininas” da psicologia e de contar
histórias para acalmar um sultão enlouquecido e se tornar sua rainha.
Mesmo em períodos mais rigorosos, as heroínas empunhando
espadas são possíveis. Alguns povos não árabes concederam às suas
mulheres tanta liberdade de ação quanto os beduínos mais tolerantes;
As “donzelas-escudo” nórdicas podem ser uma fantasia das sagas,
Personagens
mas o povo turcomano era conhecido por suas guerreiras no tempo
das cruzadas. Aqueles que pensam que uma mulher
“desavergonhada” seria rapidamente criticada em uma sociedade
sexista deveriam considerar o efeito dissuasor de boas armas e um
bando de companheiros aventureiros, e a importância do decoro
pessoal para os árabes de ambos os sexos.
Ou, com roupas e alguma perícia de Dissimulação, uma mulher
pode passar como jovem do sexo masculino. Isso representa um
Segredo para o personagem, que também precisará de várias perícias
para sobreviver sozinha. No entanto, a sorte e o tipo de habilidade
que pode desviar ou evitar ameaças (como Trovador ou Furtividade)
podem ser suficientes.
Vantagens: Sorte, Aliados, Patronos e Riqueza são ainda mais
úteis para uma mulher nesse cenário do que para um homem.
Desvantagens: Uma mulher disfarçada terá um Segredo; uma
mulher não disfarçada pode ter um Estigma Social como uma
propriedade valiosa, ou um Antecedente Incomum no valor de 10
pontos.
Perícias: Dependem do papel escolhido pela mulher; as médicas
do harém terão necessidades diferentes das de uma mensageira e
assim por diante.
Psíquicos
Os psíquicos não são uma parte “natural” de um cenário de “alta
fantasia”, e os Mestres devem se sentir livres para proibi-los por
completo. No entanto, alguns personagens misticamente inclinados
nas fontes fictícias – especialmente as histórias modernas – são
mostrados usando poderes que se parecem mais com psiquismo do
que com a magia em GURPS. Assim, é possível usar psiquismo, bem
como ou em vez de magia; exigir limitações (consulte a pág. MB 175
-176) pode ser uma boa combinação de baixos níveis de potência e
mistérios. PES (especialmente Precognição) e Cura são
especialmente adequados para isso.
Raças Não-Humanas
Enquanto PJs não-humanos se encaixam em um cenário das
Noites da Arábia, a visão islâmica do mundo tem pouco espaço para
não-humanos “terrestres” em pé de igualdade com a humanidade. No
entanto, um ou dois tipos “humanos variantes”, como os anões de
Zughb e os nascidos no mar (consulte pág. 100 e 102), aparecem em
Vantagens
Aliados (Família) consulte pág. MB 23
Os laços familiares árabes podem ser próximos. Um não-
combatente pode ser acompanhado por um irmão ou primo que por
acaso é bom com uma espada. O herói ‘Antar tinha um meio-irmão,
Shaybub, que era um batedor habilidoso.
Clericato consulte pág. MB 19
Um cenário não-islâmico de alta fantasia poderia envolver
sacerdotes com uma série de poderes sobrenaturais, mas um imã
muçulmano é professor e líder da comunidade. No entanto, o posto
atrai muito respeito e vale 5 pontos; de fato, se o personagem
encontrar muitos muçulmanos devotos, que reagem com +2 ou
melhor, o custo pode ser fixado em 10. Aliás, um dervixe não tem
autoridade sacerdotal.
Poderes Legais consulte pág. MB 21
No Islã medieval, a responsabilidade pelo “trabalho policial”
pode recair sobre qualquer pessoa, desde duvidosos grupos de brigões
alugados até escritórios burocráticos do estado. Nas sociedades
anteriores e menos formais, os vigias noturnos ou os guardas
contratados de um cadi teriam uma vantagem de 5 pontos (direitos
gerais de busca e apreensão, dentro de uma área limitada e somente
durante negócios legítimos). Um “departamento de polícia” mais
organizado daria a seus membros a versão de 10 pontos (jurisdição
bastante ampla enquanto em serviço, capaz de iniciar investigações e
Personagens – 50 –
alguns contos. Djinn às vezes acasalam com humanos, mas poucas
uniões produzem filhos – Balkis, a Rainha de Sabá, era uma das raras
meio-djinn, a mais sábia e mais bonita das esposas de Sulaiman e
uma talentosa maga. Se uma área “árabe’ fizer parte de um mundo de
jogo em que os PJs não humanos aparecem, eles podem ter alguns
problemas para explicar seu status nessa área. Jogos “pré-islâmicos”
ou cinematográficos podem permitir outras raças, conforme o Mestre
decidir.
PJs Djinn
Djinn são intensamente individualistas, tanto quanto os humanos.
Eles também tendem a ser extremamente caprichosos e, geralmente,
palpiteiros e teimosos também. Eles têm livre arbítrio, assim como os
humanos. Aqueles que escolhem o bem desenvolvem naturezas
admiráveis, e alguns são bons muçulmanos, adorando o Deus Único.
Aqueles que escolhem a autoindulgência ou o mal podem ser
verdadeiramente assustadores; não há muitos seres humanos vivos
com o poder de controlar os impulsos dos djinn. (O elemento a partir
do qual eles foram criados, o fogo sem fumaça, dá uma pista da usual
natureza apaixonada dos djinn. Um djinni pode ser o inimigo mais
implacável, ou o amante mais ardente e ciumento que um humano já
encontrou.)
Somente em campanhas altamente cinematográficas, os djinn
criarão PJs razoáveis. Djinn são descritos completamente no Capítulo
5, começando na pág. 97. Um Djinn Menor, conforme descrito,
custaria 469 pontos usando as regras de criação racial do GURPS
Fantasy Folk – isso é antes de comprar qualquer perícia, magia ou
vantagem individual!
Em termos de Fantasy Folk, o custo para jogar com um Djinni
Menor divide-se da seguinte forma: Força Ampliada (50 pontos), DX
+4 (45 pontos), IQ +1 (10 pontos), HT +4 (45 pontos), 3 Pontos de
Vida Extra (24 pontos), Defesa Passiva 3 (75 pontos), Resistência a
Danos 3 (15 pontos), Forma de Fumaça (100 pontos, comprada como
uma combinação única das vantagens de Insubstancialidade e Voo),
Ataque de Mordida (5 pontos), Prontidão +3 (15 pontos),
Alfabetização (10 pontos), Aptidão Mágica 2 (25 pontos), Visão
Noturna (10 pontos).
Além disso, um djinni menor será capaz de assumir a forma
externa de um ou mais outros tipos de criatura. Essa habilidade custa
10 pontos por forma.
provavelmente desviar bastante as regras).
Tudo isso deve estar vinculado a um Dever (ao cadi, estado ou
senhor), como é habitual para personagens “policiais” em qualquer
lugar. Os policiais medievais não tinham que trabalhar dentro de
regulamentos formais, mas as leis islâmicas são geralmente justas,
embora severas, com regras claras sobre evidência; haveria mais
nesse trabalho do que arrancar confissões do primeiro suspeito
detido, exceto nos estados mais corruptos.
Alfabetização consulte pág. MB 21
Isso não é universal no cenário, por isso custa 10 pontos. No
entanto, é bastante difundido entre o tipo de pessoas que são
adequadas como aventureiros.
Hierarquia Militar consulte pág. MB 22
Isso pode ser realizado dentro de um grupo Ghazi, Ghulams de
um governante, um grupo de mercenários ou um exército estrangeiro.
Hierarquia 6 ou mais são concedidas diretamente pelo governante da
nação, geralmente a Ghulams. Muitos exércitos nesse cenário eram
semi-feudais, e o alto escalão estaria intimamente ligado ao status.
Um líder pode receber uma parcela de terra de um governante (não
herdá-lo) em troca de criar uma unidade do exército. As regras do
Módulo Básico para obter o “Status padrão” da Hierarquia se
aplicam, e o Mestre pode cobrar pontos dobrados por personagens
ricos pela Hierarquia, a menos que eles façam parte do comitê
 pessoal do governante.
A maioria dos exércitos islâmicos foi organizada em uma base
decimal modificada; os oficiais costumavam ser chamados de “amir
de” um determinado número. Os tamanhos das unidades comandados
por uma determinada hierarquia podem ser os seguintes:
Hierarquia 1: 10 homens;
Hierarquia 2: 50 homens;
Hierarquia 3: 100 homens;
Hierarquia 4: 500 homens;
Hierarquia 5: 1.000 homens.
Os comandantes das unidades de infantaria não treinadas
classificam uma hierarquia mais baixa, os comandantes da guarda de
elite classificam uma hierarquia mais alta. Os oficiais do posto 6+
comandam forças ou exércitos específicos.
Patrono consulte pág. MB 24
Os homens ricos costumam apoiar poetas e estudiosos. Outros
personagens podem servir a uma corte de outras maneiras. Um tipo
útil de patrono para um grupo inteiro é um comerciante rico, que os
emprega para guardar suas caravanas e procurar novas oportunidades
de comércio.
Novas Vantagens
Grupo Aliado variável
Algumas pessoas têm grupos leais de seguidores, cada um mais
fraco que o PJ, mas que coletivamente formam um grupo de apoio ao
personagem. Os nobres têm grupos de homens leais sob seu controle.
Às vezes, os exércitos são mais leais a seus comandantes do que ao
governante; o comandante poderia ter parte ou todo o seu exército
como um grupo Aliado. Grupos Aliados são compostos de NPCs,
controlados pelo Mestre. A força e a frequência de aparição
governam o valor em pontos de um Grupo Aliado.
Um pequeno grupo (2 a 5 pessoas) custa 10 pontos. Exemplos
incluem um esquadrão de infantaria ou uma pequena quadrilha.
Um grupo de tamanho médio (6 a 20 pessoas) custa 20 pontos. Os
exemplos incluem uma quadrilha grande, um pequeno exército de
guarda-costas ou uma unidade de cavalaria.
Um grupo grande (20 a 100 pessoas) ou um grupo de tamanho
médio com alguns membros formidáveis custa 30 pontos. Exemplos
incluem um bando de Mamelucos, um exército de nômades das estepes
ou um grupo de cavaleiros francos altamente treinados.
Um governo inteiro, um exército nacional ou algum grupo
semelhante pode ser comprado como Patrono, mas não pode ser um
Grupo Aliado.
Nível em Pontos
Os indivíduos em grupos aliados normalmente são personagens
de 75 pontos. Eles podem ser aumentados para aliados de 100 pontos,
aumentando o custo base do grupo em 10 pontos. Aliados com mais
de 100 pontos devem ser comprados individualmente.
Frequência de Aparição
Se o Grupo Aliado aparecer quase o tempo todo (resultado de 15
ou menos): triplique o valor listado.
Se o Grupo Aliado aparecer com bastante frequência (resultado
de 12 ou menos): dobre o valor listado.
Se o Grupo Aliado aparecer com bastante frequência (resultado
de 9 ou menos): use o valor listado.
Se o Grupo Aliado aparecer muito raramente (resultado de 6 ou
menos): reduza pela metade o valor listado (arredondar para cima).
O jogador escolhe o Grupo Aliado durante a criação do
personagem. O Mestre deve ficar à vontade para preencher os
detalhes, incluindo as circunstâncias sob as quais o Grupo Aliado
pode estar disponível. O Mestre também pode exigir a vantagem
Antecedente Incomum para explicar os laços entre o personagem e o
Grupo Aliado.
Um PJ não deve obter pontos de personagem por trair, atacar ou
colocar em risco seu Grupo Aliado. Se a traição for prolongada ou
– 51 –
Reputação consulte pág. MB 17
As sociedades árabes e persas não estão tão preocupadas com o
“rosto” quanto as culturas do Extremo Oriente, mas a posição pessoal
conta muito. Poetas e artistas itinerantes precisam de uma boa
Reputação para encontrar trabalho.
Uma Reputação que é levada muito a sério, para o bem ou para o
mal, diz respeito à fé religiosa. Uma pessoa vista como piedosa,
obedecendo às regras básicas do Islã, poderia receber um alto bônus
de Reação; ir ao hajj dará a um piedoso +1, por exemplo. Alguém
considerado blasfemador terá sérios problemas e uma grande
penalidade de Reação.
severa, os laços entre o PJ e o Grupo Aliado são interrompidos; o
Grupo Aliado e os pontos estão perdidos.
Se um PJ e seu Grupo Aliado se separarem amigavelmente, o PJ não
deve ser penalizado. O custo em pontos do Grupo Aliado pode comprar
outro Grupo Aliado encontrado durante o jogo, ou membros individuais
do grupo podem continuar como Aliados (consulte pág. MB 24). A
critério do Mestre, os pontos restantes podem ser trocados por dinheiro
(consulte pág. MB 83), refletindo presentes de despedida.
Reivindicar Hospitalidade 1 a 10 pontos
A pessoa pertence a um grupo social que incentiva seus membros
a se ajudarem. Quando qualquer membro do grupo está fora de casa,
ele ou ela pode pedir a qualquer outro membro por comida, abrigo e
ajuda básica.
O custo dessa vantagem varia de acordo com a extensão e a
riqueza do grupo. Um único amigo com uma casa em outra cidade
pode valer um ponto; uma família pequena, dois pontos; uma
sociedade de mercantes ao longo de uma importante rota comercial,
cinco pontos; uma vasta aliança de figuras confortavelmente ricas,
como “todo comerciante do mundo”, dez pontos. Na situação
apropriada, os membros do grupo devem ser bastante fáceis de
encontrar (resultado de 14 ou menos depois de 1d-1 horas), mas a
chance de encontrar um aleatoriamente deve ser bastante pequena
(resultado de 6 ou menos para encontrar um em um pequena multidão
em local apropriado).
Essa vantagem economiza principalmente o custo e o problema de
encontrar uma pousada enquanto “está na estrada”, mas pode ter
outras funções. Os membros desse grupo são essencialmente
amigáveis entre si (reação +3) e podem fornecer conselhos,
apresentações úteis e pequenos empréstimos, se solicitados. No
entanto, os Mestres não devem permitir que essa vantagem seja mal
utilizada; se os NPCs derem mais do que um pouco de ajuda, eles
devem ser pagos como Aliados ou Padroeiros. Personagens ricos
também podem dar presentes a seus anfitriões.
A outra restrição para esta vantagem é que ela corta nos dois
sentidos. Qualquer personagem que a pegue pode ser solicitado,
quando estiver em casa (por capricho do Mestre), para fornecer aos
NPCs exatamente o mesmo tipo de hospitalidade que ele reclama e
enquanto estiver ausente. Os PJs que recusarem tal ajuda em breve
receberão um nome ruim e poderão perder os benefícios da
associação. (NPCs árabes honoráveis geralmente não recusam
hospitalidade, mas podem, por exemplo, fornecer apenas quartos
ruins e pão dormido.) Como é esperado que o PJ retribua em espécie
dessa maneira, todos os membros desse grupo geralmente devem ter
aproximadamente o mesmo nível de riqueza que o PJ levou como
vantagem.
Personagens
Destino Variável
Destino, ou em um cenário das Noites da A rábia, kismet
(destino), é uma força irresistível que pode direcionar a vida de uma
maneira e de outra, trazendo boa e má sorte por turnos, à medida que
direciona alguém de acordo com a vontade de Allah. O destino de
uma pessoa pode ser predito pela interpretação correta de presságios
ou sonhos (consulte, pág. 74), mas muitas vezes o verdadeiro
significado do sonho não é descoberto até que a profecia seja
cumprida.
O destino pode ser considerado uma vantagem ou uma
desvantagem de 15 a -15 pontos. Quando o jogador decide pegar um
Destino, ele diz ao Mestre o valor em pontos que ele deseja. O
Mestre então determina secretamente a natureza do destino do
personagem de acordo com seu valor e as necessidades da campanha.
O valor em pontos determina o tipo de impacto que terá na vida do
herói; o Mestre e o fluxo da campanha determinam os detalhes
exatos. Um herói nunca deve conhecer a natureza de seu Destino,
exceto através de presságios ambíguos ou de uma agência
sobrenatural.
O Destino tomado como vantagem funcionará para o bem da
pessoa, embora isso nem sempre seja claro e às vezes pode ser
inconveniente. Como desvantagem, Destino leva a algo ruim, nem
sempre imediatamente e sem chance de ganhar honra ao lidar bem
com o infortúnio.
Com 15 pontos, Destino é uma grande vantagem; alguém está
destinado a alcançar a grandeza em sua própria vida. Em 10 pontos,
Destino é uma grande vantagem, um menor sucesso ou apenas um
local ou forma de morte em particular. Um Destino de 5 pontos é
uma vantagem menor, na qual uma pessoa tem um papel menor em
uma história maior, mas que é pelo seu crédito.
O Destino considerado uma desvantagem de -5 pontos marca uma
pessoa para uma parte menor de uma história importante, mas aquela
em que ela não se sai tão bem; ele pode causar a morte de alguém
importante ou salvar alguém atrapalhando o golpe mortal. (Esse nível
pode causar ferimentos graves, mas não deve causar a morte, exceto
Desvantagens
Hábitos Detestáveis consulte pág. MB 26
A sociedade do Oriente Médio valoriza muito as boas maneiras,
por isso é muito fácil ter essa desvantagem – por exemplo, é muito
ruim fazer uma pergunta que a outra pessoa não pode responder, pois
isso causa vergonha. Meros lapsos de etiqueta local podem valer 5
pontos e podem ser comprados facilmente à medida que o
personagem aprende melhor. Um não-muçulmano que viole as leis
religiosas muçulmanas (estando visivelmente bêbado, comendo carne
de porco) teria uma desvantagem de 10 pontos e sofreria por isso.
Um suposto muçulmano que se comporta da mesma maneira, ou que
costuma usar blasfêmias, estaria com uma desvantagem de 15 pontos,
mas seria um personagem difícil de interpretar. (Observação: jurar
“por Allah” é comum e não provoca reação negativa.)
Um “Hábito Detestável” costuma ser usar a mão esquerda para
comer. Os homens do Oriente Médio usam a esquerda para funções
menos higiênicas; como pratos são compartilhados ao redor da mesa,
qualquer um que use as duas mãos – ainda mais a esquerda – será
nojento. Isso seria um problema de 5 pontos se for intermitente, 10
pontos se surgir a cada refeição; o valor pode ser reduzido pela
metade se o personagem não precisar comer com NPCs significativos
com muita frequência.
Outros hábitos detestáveis incluem sujeira (-5 pontos), mostrar o
rosto (para mulheres e homens tuaregues -10 pontos) ou ser um
sodomita ativo (-10 pontos; uma catamita tem uma desvantagem de
-15 pontos!).
Reputação consulte pág. MB 17
Consulte a pág. 51 na reputação como uma vantagem ou
desvantagem.
Personagens – 52 –
nas circunstâncias mais desesperadoras e heroicas.) Uma grande
desvantagem (-10 pontos) coloca o personagem em um papel
fundamental em uma situação ruim de eventos, levando a coisas
como o assassinato do governante ou uma invasão de infiéis. Com
-15 pontos, Destino é uma grande desvantagem, com o Anjo da
Morte perseguindo a pessoa e consequências terríveis seguindo sua
morte. (Magia detectará algo tão sério, e maus presságios e sonhos o
assistirão.)
Se alguém sobreviver à realização de seu Destino, isso não terá
mais impacto em sua vida, embora suas consequências possam
assombrá-lo. Uma desvantagem de Destino deve ser comprada
quando estiver realizada; se o personagem não tiver pontos
suficientes para isso, ele ganha a desvantagem Azar ou um novo
Destino ruim (escolha do Mestre). Não se ganha pontos de
personagens extras por obter uma vantagem Destino.
Mestre de Armas 45 ou 20 pontos
Esta vantagem é adequada apenas para campanhas
cinematográficas; representa um alto grau de treinamento ou talento
enérgico com uma ampla gama de armas arcaicas, incluindo a
capacidade de atingir o corpo humano com o efeito mais mortal.
Para aquelas armas nas quais ele é treinado (qualquer ponto
pago), o Mestre de Armas tem um bônus de dano de 1/5 da perícia
com a arma. Ele também obtém uma predefinição aprimorada com
todas as perícias com armas antigas/medievais; para perícias de
Combate Físico/Fácil, será DX-1, para perícias Físicas/Médias será
DX-2 e para Física/Difícil será DX-3.
Um Mestre em Armas recebe um ataque adicional e Aparar por
turno para cada três pontos de perícias com armas acima de 12: dois
ataques no nível 15, três no nível 18, etc.
A vantagem custa apenas 20 pontos se o mestre se especializar
em uma perícia com arma, e bônus de perícia e dano se aplicam
somente a esse tipo de arma. (Maestria inclui a perícia de arremesso
de armas que podem ser arremessadas.) Se alguém domina todas as
armas arcaicas, a vantagem custa 45 pontos.
Estigma Social consulte pág. MB 27
O grau em que é (visivelmente) estrangeiro é um Estigma que
variará com o local e o tempo; o Mestre deve definir isso de acordo
com o quanto cosmopolita a campanha será. Em geral, um não-
muçulmano, ou um muçulmano de uma cultura “estranha”, “bárbara”,
será um cidadão de segunda classe (-5 pontos). Um não-muçulmano
de uma cultura desprezada ou desconfiada (como a Europa em tempos
de tensão) será classificado como “grupo minoritário” (-10 pontos).
Um não-muçulmano de uma cultura “inimiga” (como um europeu
enquanto as Cruzadas estão travando uma guerra sangrenta, ou um
mongol pagão enquanto as hordas estão em fúria) seria tratado como
um “bárbaro” (-15 pontos).
Crenças classificadas como pagãs serão suprimidas. A associação
ao grupo não pode ser declarada; deve ser tomada como um Segredo.
Normalmente, o Islã evita confrontos violentos entre suas seitas,
mas as diferenças são uma fonte de atrito, e alguns grupos se
separaram completamente do grupo dominante e se tornaram hereges,
tratados tão mal quanto os pagãos, se não piores. Membros de seitas
muçulmanas que não sejam localmente dominantes (sunitas nas áreas
xiitas e vice-versa), ou sufis em períodos de fervorosa ortodoxia,
podem ter um estigma de 5 ou 10 pontos, se tornarem suas crenças
óbvias – o Mestre decide. Os sufis eram frequentemente suspeitos de
heresia; o sufismo pode até ter que ser um Segredo.
 Nos períodos posteriores, à medida que os escravos eram tomados
mais da África e menos do norte, a escuridão era a marca do escravo;
nas próprias Noites da A rábia, os escravos negros são
frequentemente vilões menores. (Vários contos caracterizam os
escravos como mentirosos habituais.)
As mulheres nas Noites da A rábia podem ter a desvantagem de
10 pontos com “propriedade valiosas”. Os pontos para isso são
reduzidos à metade se forem membros de um grupo minoritário que
lhes concede mais liberdade e reivindicarem o benefício total disso,
ou se forem respeitadas, digamos, por sua sabedoria e julgamento.
Escravos competentes (de ambos os sexos) também podem ser,
literalmente, propriedades valiosas.
Dependência consulte pág. MB 30
O Corão adverte contra a intoxicação, com referência explícita ao
álcool. A proibição é frequentemente adotada para cobrir qualquer
droga que altere a mente, mas essa é uma leitura ampla; alguns
estudiosos muçulmanos rigorosos declaram que todas as drogas não
alcoólicas devem ser legais! No entanto, as sociedades muçulmanas
modernas costumam ter leis antidrogas ferozes (incluindo até a pena
capital). No entanto, algumas poucas substâncias são comuns na área
há milênios.
A ideia de fumar drogas não chegou ao Oriente Médio até que os
europeus a trouxessem, junto com o tabaco, da América do século 16.
No entanto, a imagem do cachimbo de água é tão parte do mito das
Noites da Arábia que algum anacronismo pode ser desculpado. (O
cachimbo de água, aliás, filtra a fumaça através da água para o
usuário, tornando o sabor “mais suave”.)
O haxixe é a forma concentrada da maconha (ou cânhamo), talvez
o vício local mais antigo. Os remadores das antigas galés do mar
mastigavam cânhamo para ajudar a suportar horas de trabalho físico
duro, e alguns trabalhadores no Oriente Médio mantêm o hábito até
hoje. Os muçulmanos puritanos a condenam como “má” e
“degenerada”, mas raramente conseguem interromper seu uso. Isso
pode ser legal ou ilegal; seria relativamente barato (menos de $20/dia)
no primeiro caso, na faixa de $21 ou a $100 no último. A força do
vício depende da personalidade do usuário, da forma como a droga é
usada e de outros fatores. Se for tratado como Altamente Viciante, o
Vício vale 5 ou 15 pontos; quando for legal, alguém que possa se
livrar do desejo só receberá uma peculiaridade de 1 ponto por isso.
O ópio é outra droga com uma longa história, mas o refinamento
da heroína a partir das formas mais rudimentares é um
desenvolvimento moderno. O ópio era comido. Os médicos
muçulmanos medievais o consideravam um medicamento útil, mas
seus livros alertavam sobre seu poder viciante. Os moralistas não se
deram ao trabalho de condená-lo tanto quanto o haxixe, porque era
muito raro e caro para se tornar um problema generalizado. Trate o
ópio não refinado como altamente viciante, com um custo diário na
faixa de $21 a $100 e legal nas sociedades pré-modernas; isso faz
com que o vício valha 10 pontos.
Qat vem de um arbusto introduzido no Iêmen algum tempo antes
de 1332. Quando mastigados ou fermentado em uma bebida, folhas
ou brotos frescos atuam como uma droga. Seu uso é frequentemente
uma atividade muito social, consumindo grande parte da renda de
muitas pessoas pobres no Iêmen e na África Oriental. (Até 90% dos
iemenitas masculinos se entregam e 60% das mulheres.)
Qat é uma droga leve; o efeito é inicialmente estimulante, mas a
depressão pode ocorrer mais tarde. Para equilibrar isso, os usuários
bebem uma bebida à base de café. Qat foi descrito como tendo os
efeitos agradáveis do álcool, sem os piores efeitos colaterais
comportamentais. No entanto, induz uma atitude letárgica e inativa,
considerada um problema social pela maioria dos governos cujas
populações se entregam.
Em termos de jogo, o vício em qat geralmente custa menos de
$20 por dia (deve levar uma grande parte da renda de um trabalhador
não qualificado). Se for classificado como Altamente Viciante, isso
gera um total de -5 pontos se for legal, -10 se não. Pode ser mais
preciso chamá-lo apenas de moderadamente viciante (-5 pontos ou
uma Peculiaridade de 1 ponto, dependendo da legalidade), mas nesse
– 53 –
caso, muitos usuários também devem pegar a desvantagem Preguiça.
É estimulante durante a primeira fase do efeito (1d-2 horas); um
usuário na fase depressiva (mais duas horas e meia) ainda terá -1 na
IQ e deve fazer um teste de Vontade para tentar novos projetos ou
concentrar-se em tarefas complexas (+2 na Vontade se houver
cafeína disponível; -3 a todos os outros testes se o teste de Vontade
não for bem-sucedido).
Uma substância normalmente não descrita como droga merece
menção. Segundo a lenda, o café foi descoberto por um pastor de
cabras muçulmano por volta de 850 d.C., mas na verdade parece ter
sido introduzido na Arábia no século XV. Valeria uma Peculiaridade
de 1 ponto, ou até 5 pontos.
Alcoolismo consulte pág. MB 30
A advertência do Corão contra o álcool costuma ser entendida
como significando que deveria ser ilegal em qualquer sociedade
muçulmana. No entanto, a teoria não é a mesma que a prática, e as
Mil e Uma Noites contêm muitas menções ao vinho. Às vezes era
comprado de não-muçulmanos, dando-lhes uma área lucrativa de
negócios especializados. Às vezes, argumentava-se que o Corão
apenas especifica vinho de uva, e uma bebida (talvez bastante fraca)
feita a partir de tâmaras era considerada aceitável. Mesmo quando o
vinho é legal, uma reputação como bêbado pode valer -2 de Reação a
todos os muçulmanos “respeitáveis”. (É principalmente o estado de
embriaguez que o Corão adverte.)
Código de Honra (Árabe) -10 pontos
É muito parecido com o Código de Honra de Cavalheiro ou
Cavalaria, mas com variações peculiares à cultura do Oriente Médio
(não apenas árabe). Você nunca quebra sua palavra e nunca ignora
um insulto a si mesmo, uma dama de status 0+ ou sua tribo. Os
insultos podem ser resolvidos com um pedido de desculpas ou um
duelo (até a morte ou até que um participante se desculpe).
Emboscadas e ataques furtivos são desonrosos entre indivíduos, mas
legítimos (e admirados) na guerra de massas.
Mais importante ainda, a hospitalidade é sagrada. No país, você
nunca recusa comida e abrigo a um viajante que peça (a menos que
ele seja um inimigo conhecido). Em um ambiente urbano, você deve
fornecer comida ou esmola aos mendigos que chegam à sua porta e
hospitalidade para quem visita que tem algum tipo de associação (não
hostil) com você. Alguém que come pão e sal de uma casa é um
convidado – não importa o quê. Você deve ser educado com qualquer
hóspede que mantenha boas maneiras mínimas com você e, se você
for um convidado, demonstrará cortesia com o anfitrião, inclusive
apoiando-o, pelo menos verbalmente, em qualquer disputa enquanto
estiver hospedado. (Oferecer mediação em disputas é admirável, mas
você não pode insistir que seu anfitrião esteja errado.)
Prisioneiros de guerra não são convidados, mas não podem ser
mortos se receberem comida ou água. Seus amigos devem ter a
chance de resgatá-los, por um preço aproximadamente igual ao seu
valor como escravos. Você é educado com todas as mulheres livres;
guerreiros árabes desonrosos poderiam tratar as prisioneiras de modo
justo, mas ninguém com um pingo de honra usaria força, ameaças ou
sedução com elas.
Os árabes levam a honra muito a sério; um provérbio diz: “Uma
ferida de uma faca pode curar, mas uma ferida para a honra de um
homem nunca cura”. Mesmo personagens sem essa desvantagem
devem se ressentir de qualquer sugestão de que sejam desonrosos.
Observação: Os árabes medievais falavam sobre futuwwa, o
código do vigoroso jovem guerreiro. Os requisitos para isso podem
variar amplamente; pode descrever Códigos de Honra Árabes ou
“Piratas”, ou alguns tipos de Fanatismo ou Senso do Dever.
Comportamento Compulsivo (Boemia) -10 pontos
Você gosta de festejar. Você deve procurar (ou organizar) uma
reunião social pelo menos uma vez por dia e descansar, festejando,
bebendo, cantando e brincando, por pelo menos uma hora. Você
experimentará quase qualquer substância que altere a mente sem
pensar duas vezes; você gosta de música e não é particularmente
Personagens

particularmente exigente com seus parceiros românticos – você gosta
de suas mulheres (ou homens) quentes! É provável que seu café da
manhã seja uma ou duas garrafas de vinho. Outros tipos de grupo
reagirão a você com +2. Muçulmanos devotos reagirão a -2 e podem
intervir se as coisas ficarem muito turbulentas (se, por exemplo, as
vozes das mulheres na casa puderem ser ouvidas na rua –
escândalo!).
Compulsão (Generosidade) -5 pontos
Você é muito aberto. Se um mendigo pede dinheiro, você deve
fazer um teste de Vontade para não colocar a mão no bolso; onde
outros darão cobre a esse mendigo, você dará prata. Você sempre
ouvirá pedidos maiores de ajuda financeira, se eles forem
remotamente plausíveis, e você precisará de um teste de Vontade
para evitar cair em uma boa história de má sorte. (Se você não tiver
dinheiro suficiente quando for solicitado, pedirá desculpas
profusamente.) Você não é um otário completo; você apenas se sente
culpado por estar melhor do que os outros. Numa sociedade com
muitos mendigos por aí – como a maioria das cidades medievais da
Arábia – suas despesas de vida aumentam em 10%. Observe que essa
desvantagem é incompatível com Avareza, mas pode ganhar uma
reputação +1 com muçulmanos devotos.
Personagens – 54 –
Compulsão (Perdulário) -5, -10 ou -15 pontos
O dinheiro simplesmente passa pelos seus dedos! Você gosta de
ser visto como um grande gastador, gosta muito de luxo ou
simplesmente acha a experiência de comprar divertida – ou algo dos
três. Você não é necessariamente inepto em ganhar dinheiro – pode,
de fato, ter se tornado bom nisso por pura necessidade – mas não o
mantém. Diferentemente da Generosidade Compulsiva, você
simplesmente não dá seu dinheiro a quem pede; você compra bens e
serviços, geralmente para si mesmo. Essa desvantagem geralmente
atinge pessoas em sociedades com muitos comerciantes que
transportam luxos maravilhosos de todo o mundo e uma tradição de
grandes festas; o mundo das Noites da A rábia é um deles.
O valor em pontos varia com a intensidade do seu problema. No
nível 5 pontos (“Suave”), você é simplesmente descuidado com as
despesas. Seu custo de vida é 10% acima do padrão para o seu nível
social e, sempre que você pechincha uma compra, seu teste de
Comércio terá -1 por impaciência.
No nível de 10 pontos (“Sério”), você é notavelmente casual com
dinheiro; todos os comerciantes locais provavelmente o amam. Suas
despesas de vida são aumentadas em 40%, e seus testes para
pechinchar uma compra terão -2. Além disso, sempre que alguém lhe
oferecer algum luxo à venda que corresponda a qualquer uma de suas
peculiaridades ou interesses conhecidos, e o dinheiro no seu bolso for
mais do que o dobro do preço pedido, você deverá fazer um teste de
Vontade para não comprar.
A versão de 15 pontos (“Esbanjador”) dessa desvantagem
realmente faz de você uma ameaça para si mesmo. Suas despesas de
vida são mais altas em um nível de Status ou 80% – o que for maior.
Você pechincha com -5 no seu teste de Comércio e precisa fazer um
teste de Vontade para não comprar algo de que gosta e tem o dinheiro
para isso. Você deve interpretar tudo isso ao máximo.
Observe que essa desvantagem é incompatível com Avareza (na
verdade, é o oposto), mas pode ser combinada com Cobiça. (Você
pode pegar dinheiro com uma mão e destruí-lo com a outra.)
Eunuco consulte pág. MB 28
Consulte a pág. 45 para observações sobre personagens eunucos.
Os eunucos nesse cenário geralmente são guardas de harém ou
funcionários da corte; alguns servem como ghulams.
Fanatismo consulte pág. MB 33
Essa é uma desvantagem frequentemente associada ao Islã, não
de maneira totalmente justa. (Afinal, também se encaixa em muitos
Cruzados.) No entanto, o Islã alcançou sua impressionante taxa de
expansão, incentivando o entusiasmo de seus membros. Assassinos e
Ghazis honestos são definitivamente fanáticos.
Intolerância consulte pág. MB 34
Alguns muçulmanos podem ser terrivelmente intolerantes, mas o
sucesso inicial da cultura islâmica teve tanto a ver com sua absorção
de mente aberta das culturas locais quanto seu entusiasmo, de modo
que essa desvantagem está longe de ser obrigatória. (Novamente, os
personagens dos cruzados podem ser igualmente ruins.) Em uma
cultura poliglota e mercantil, os níveis de Intolerância de 10 pontos
serão vistos como tolos.
Novas Desvantagens
Voto Compulsivo -5 pontos
Você nunca decide fazer algo, é preciso fazer um juramento – e
os muçulmanos veem o juramento com muita seriedade (consulte
barra lateral, pág. 14). Embora os votos sejam de natureza trivial,
você tratará cada um com a mesma solenidade e dedicação. Você
pode aderir a votos estranhos como legítimos. (As Mil e Uma Noites
tem muitos contos nos quais uma pessoa faz um voto de perguntar o
motivo de algum evento intrigante – mesmo que tenha prometido
anteriormente não perguntar.)
Amaldiçoado -75 pontos
Esta desvantagem está disponível apenas com a permissão do
Mestre. Os jogadores que são tolos o suficiente para solicitá-la
merecem o que recebem – e isso se encaixa na atmosfera dominada
pelo destino das Noites das A rábias.
Uma maldição é como Azar, só que muito pior. Quando algo dá
errado no seu grupo, acontece com você, primeiro e pior. Se algo der
certo, não acontecerá com você. E sempre que o Mestre quiser fazer
coisas difíceis para você, você não tem motivos para reclamar,
porque é amaldiçoado.
Uma maldição não pode simplesmente ser comprada com pontos
de experiência; a causa deve ser eliminada primeiro. Quando a
desvantagem é tomada, o jogador pode declarar que a maldição tem
uma cura conhecida, ligada à sua origem, ou pode ser que o
personagem seja simplesmente uma vítima do destino. No primeiro
caso, o personagem deve obter a cura, que sempre será difícil e
perigosa; pode exigir o coração de um grande monstro, um perfume
raro encontrado apenas em uma terra distante, ou apenas a morte do
grande mago que amaldiçoou o personagem. Se não houver cura
declarada, o personagem deve conseguir um feito impressionante,
satisfatório e de sorte, mostrando que o destino agora tem uma visão
diferente dele; conquistar um país, casar com uma princesa e matar
um monstro seria suficiente. O amaldiçoado pode gastar experiência
acumulada imediatamente após a cura para devolver maldição.
(Se o personagem atender às condições sem acumular experiência
suficiente primeiro, o Mestre deve manipular as coisas para que, de
alguma forma, não funcionem “Oh, meu querido. Pensando bem, o
mago especificou uma roca fêmea.”)
Dever Extremamente Perigoso -20 pontos
Esta é uma forma aprimorada de Dever (pág. MB 39). O
personagem está “de plantão” quase o tempo todo, e corre o risco de
morte ou ferimentos graves com mais frequência do que no trabalho
comum. Existem sérias penalidades pelo não cumprimento do dever
quando necessário – geralmente desgraça social total ou morte.
Guardas empregados por um “sultão do mal” clássico, Assassinos
Hashishin e alguns Ghazis têm essa desvantagem.
Corcunda -10 pontos
Esta deformidade espinhal não é incapacitante, mas é restritiva. O
corcunda não pode esconder sua deformidade e geralmente será
notado na multidão; é provável que ele também seja considerado
fisicamente desagradável. Uma pessoa com essa desvantagem deve
pagar em dobro (10 pontos) pela aparência atraente (e isso significa
um rosto e uma maneira notavelmente agradáveis), e não pode
sustentar algo melhor do que isso (na verdade, é mais provável que
ela seja Desagradável). Ele também não pode ser melhor que 15 ST,
14 DX ou 16 HT, refletindo os problemas de um físico ligeiramente
deformado. Sua altura deve ser reduzida em 15 cm se rolada
aleatoriamente. Ele pode usar roupas ou armaduras normais, mas ela
se encaixará mal; ter uma aparência inteligente e roupas feitas sob
medida é uma necessidade.
NPCs supersticiosos (incluindo aqueles com manafobia e a
maioria dos NPCs “rústicos” no cenário das Noites da A rábia)
reagirão a um corcunda com -1, pois o problema está vagamente
associado à magia negra. Também se supõe amplamente que os
corcundas sejam perspicazes e sinistros. No entanto, um corcunda
– 55 –
agindo como um artista – especialmente contando piadas,
malabarismos etc. – recebe uma reação de +2 da maioria das
audiências (uma mistura de simpatia e efeito cômico).
Azarado -20, -40 ou -60 pontos
Essa é outra desvantagem que só se enquadra em campanhas
muito melodramáticas, pelo menos acima do nível de 20 pontos –
embora ela se encaixe bem nas histórias originais de destino pesado
das Noites da A rábia.
Uma pessoa azarada é azarada como um portador de peste
espalha a doença: afeta a todos à sua volta, mas não a ele. Se você é
Azarado, qualquer pessoa na sua vizinhança imediata sofre uma
penalidade, -1 por 20 pontos de desvantagem, em qualquer jogada
que o Mestre fizer para eles. Eles não têm penalidade nas jogadas que
fazem. Portanto, não existe uma maneira instantânea e simples de um
grupo saber que um azarado está presente.
O azar atinge todo mundo, amigo ou inimigo. Sinbad, nas
histórias originais e não nos filmes, é um bom exemplo; ele era
resistente e engenhoso, e chegava em casa rico em todas as viagens,
mas muitas das tripulações com quem ele navegava tinham fins
desagradáveis. Parte de sua própria sorte estava nos infortúnios de
seus inimigos; uma roca nem percebeu quando se amarrou à perna
dele, e vários outros monstros perderiam seus testes de IQ na
presença dele.
Segredo Variável
Um Segredo é algum aspecto da sua vida ou passado que você
deve manter escondido. Se divulgadas, as informações podem arruinar
sua carreira, destruir suas amizades ou até mesmo custar sua vida.
O valor em pontos de um segredo depende das consequências, se
for revelado. Quanto piores os resultados, maior o valor, conforme a
seguir:
Vergonha Grave: Se a informação é divulgada, você pode
esquecer de conseguir uma promoção ou se casar bem – ou você pode
simplesmente sofrer muita atenção indesejada. Uma mulher
disfarçada ou membro da seita em uma cultura islâmica poderia ter
isso. -5 pontos.
Rejeição Total: Se seu segredo for descoberto, sua vida irá
mudar; você pode perder seu emprego e ser rejeitado por seus amigos
e entes queridos, ou pode ser sempre assediado por admiradores,
conhecidos irritantes ou estudiosos. Um ex-nobre, reduzido à pobreza
de alguma maneira vergonhosa, poderia aceitar isso, assim como uma
princesa fugitiva disfarçada. -10 pontos.
Prisão ou Exílio: Se as autoridades descobrirem seu Segredo,
você terá que fugir ou ficar preso por um longo tempo (à vontade do
Mestre). Ser membro de alguns cultos extremos ou aristocracias
depostas se qualifica para isso. -20 pontos.
Possível Morte: Seu Segredo é tão terrível que você pode ser
executado pelas autoridades, linchado pela multidão ou alvejado
pelos Hashishin, se alguma vez for revelado – você seria caçado. Os
próprios Hashish, membros de religiões suprimidas sob governantes
fanáticos, e espiões inimigos aceitam isso. -30 pontos.
Se um Segredo for tornado público, haverá um efeito negativo
imediato como acima. Há também um efeito duradouro – você
adquire desvantagens novas e permanentes, cujo valor em pontos é
igual ao dobro do valor do Segredo! Os pontos dessas desvantagens
vão primeiro para comprar o Segredo e podem então (se o Mestre
permitir) serem usados para comprar outras desvantagens, ou (se o
Mestre for muito generoso) para comprar novas vantagens. Pontos
não utilizados são perdidos.
Essas novas desvantagens devem estar ligadas ao Segredo e
devem ser determinadas, com a assistência do Mestre, quando o
personagem for criado. A maioria dos segredos se transforma em
Inimigos, Más Reputações e Estigmas Sociais. Eles também podem
reduzir seu Status ou Riqueza. Existem outras possibilidades, mas são
muito raras.
Personagens
 Da mesma forma, antigas desvantagens compradas com os novos
pontos devem ser apropriadas. Isso geralmente significa deveres ou
dependentes. Em geral, um Segredo aparece durante uma sessão de
jogo se o Mestre fizer um 6 ou menos em 3d antes. No entanto, o
Mestre não precisa se sentir constrangido por esse teste – se o mestre
sente que um segredo deve entrar em jogo, ele pode fazer.
Perícias
Alquimia consulte pág. MB 59
A alquimia árabe (a palavra tem raízes árabes) tem como
inspiração a escola “grega” estudada na Europa, como a produção de
ouro, e houve influência mútua. No entanto, também existem
diferenças técnicas. (A alquimia chinesa e indiana eram diferentes
das duas.) Membros de “escolas” divergentes sofrem penalidades (-1
a -5) ao tentar interpretar o trabalho um do outro. Mesmo em um jogo
sem magia, “Alquimia” pode ser aprendida e usada. Nesse caso, é
simplesmente a perícia Química para o NT, e como Mental/Difícil;
nesse cenário, ela pode ser usada no teste de pureza dos metais, na
preparação de pigmentos e em muitos outros propósitos práticos.
Alquimistas que conhecem a fórmula e as técnicas de manuseio
também podem preparar incendiários. A preparação de tais misturas,
dados os ingredientes necessários com uma pureza aceitável, leva 20
minutos para um “lote”; o Mestre pode decidir quão grande é essa
quantidade, de acordo com as quantidades e recipientes de mistura
disponíveis. Jogue contra essa perícia (-2 para Fogo Automático).
Um sucesso crítico reduz pela metade o tempo gasto; um sucesso
normal permite produção normal; uma falha normal adiciona 4d
minutos ao tempo e depois teste novamente. Em uma falha crítica,
faça o teste contra DX. Se esse teste for bem-sucedido, os recipientes
devem ser limpos (levando pelo menos 4d minutos) e o trabalho
reiniciado; se o teste de DX falhar, o lote pegará fogo. O Mestre deve
interpretar as consequências, com referência às circunstâncias e
precauções tomadas de antemão, mas o fabricante deve sofrer pelo
menos danos mínimos com os salpicos.
(Consulte a pág. 75 para uma discussão da alquimia como uma
técnica mágica, ou GURPS Magia, Capítulo 6.)
Personagens – 56 –
Tal “aparição” não significa necessariamente que o Segredo é
tornado público. O personagem deve ter a chance de impedir sua
revelação. Isso pode significar ceder à chantagem, roubar evidências
ou até eliminar a pessoa que conhece o Segredo. Mas qualquer
solução desse tipo é apenas temporária; o Segredo aparecerá várias
vezes até que seja finalmente comprado (se possível) ou exposto.
Armeiro consulte pág. MB 53
Os primeiros guerreiros muçulmanos preferiam lâminas
importadas, embora tivessem seus próprios armeiros. Lâminas do
Oriente Médio não eram as melhores; o mundo islâmico geralmente
adquiria armas excelentes por comércio. A partir de 1100 dC, um
visitante indiano ou persa com Armeiro com 17+ (geral ou
especializado em Armas de Mão) sabe como fazer uma Espada de
Damasco (consulte a pág. 69).
Artista consulte pág. MB 47
Em algumas culturas islâmicas – especialmente onde a influência
árabe tradicional é forte – a arte representacional é proibida, ou pelo
menos desencorajada, como imitando impiamente a obra de Allah.
Os artistas nessas configurações contam com desenhos abstratos
elegantes, geralmente incorporando bons motivos caligráficos. Esses
artistas se especializarão em design abstrato e, com frequência, terão
a perícia Caligrafia mais alta do que o teste de Artista (especialista) e,
às vezes, Arquitetura. (Serão fracos em retratos, mas bons em
mapas.) Essa não é uma limitação universal; os artistas de miniaturas
persas, por exemplo, eram mestres da arte representativa.
Astronomia consulte pág. MB 60
Apesar do que é dito na pág. MB 60, Astronomia de baixo nível
tecnológico pode ser separada da astrologia. Os cientistas
muçulmanos medievais foram capazes de estudar os céus sem tentar
prever o futuro. Essas pessoas analisaram os céus logicamente, com
técnicas geométricas hábeis (embora muitas vezes se interessassem
pelo misticismo). Assim, Astronomia e Astrologia devem ser
mantidas como perícias separadas aqui. No entanto, elas
compartilham um vocabulário e muita informação; uma é predefina
para a outra em -2.
A Ásia Menor pré-islâmica era a fonte de muito “conhecimento”
astrológico, e os árabes preservaram isso. No entanto, o Islã
desaprovou um pouco a astrologia e entrou em decadência após o
século XIII. Nas Mil e Uma Noites, os futuros astrólogos são
ridicularizados, mas as muitas perícias de um bom médico incluem o
conhecimento do assunto.
Armas de Pólvora consulte pág. MB 49
Essa perícia não é realmente apropriada para campanhas de
fantasia, mas é necessária para jogos “cinematográficos’ que
envolvem certos tipos de alquimia prática.
Caligrafia consulte pág. MB 47
Essa arte, altamente desenvolvida no mundo islâmico, pode ser
muito útil; nas Mil e Uma Noites, alguém recebe um cargo como
vizir da corte apenas com base em sua caligrafia! Uma pessoa com
essa perícia deve se especializar em uma escrita (dentre as muitas
desenvolvidas ao longo do tempo – consulte a barra lateral, pág. MB
43). Alguém com perícia 15 seria totalmente competente nessa
escrita; outras são perícias com predefinição em -4 ou perícia 11. Os
estilos incluem a antiga Kufic em blocos (bom para inscrições
esculpidas); uma escrita de propósito geral para transcrever e copiar
como Naskhi (um estilo cursivo que evoluiu em elegância); escrita
Maghribi, uma derivada da Kufic usada no norte da África; Thuluth,
um estilo imponente muito usado para cabeçalhos e títulos; depois, a
família asiática Ta’liq (suspensa ou oblíqua); ou a miniaturizada
Ghubar. Todas são escritas da direita para a esquerda e de cima
para baixo.
Dança consulte pág. MB 47
Muçulmanos geralmente desaprovam a dança com indivíduos do
sexo oposto. No entanto, a dança de palco como forma de
entretenimento é conhecida e pode às vezes, mas nem sempre, ser
mais ou menos erótica. As mulheres também podem dançar por
diversão, exercício ou consolo. (“Dança do ventre” moderna,
desenvolvida a partir de exercícios para facilitar o parto.) Místicos
como os “dervixes giratórios” podem usar formas muito diferentes de
dança para fins sagrados. As pessoas com a perícia dança devem ser
muito específicas sobre a natureza de seu treinamento.
Esgrima consulte pág. MB 50
Essa não é realmente uma perícia apropriada para o cenário das
Noites da Arábia; as espadas sarracenas podem ter sido mais leves
que as europeias, mas a diferença era relativa, e a armadura islâmica
era pesada o suficiente para exigir lâminas razoavelmente
substanciais. Por outro lado, os filmes de Hollywood tendem a tornar
seus heróis espadachins rápidos e ágeis, de modo que a perícia
Esgrima e o sabre a serem usados com ela podem ser incorporados a
uma campanha “cinematográfica”.
Artilharia consulte pág. MB 50
Antes da introdução de canhões (por volta de 1350 d.C.), arba-
pestes e catapultas eram usadas, não com muita frequência, na Ásia
Menor. Alguns exércitos orientais recrutaram artilheiros especialistas
do Ocidente.
Heráldica consulte pág. MB 58
As sociedades islâmicas desenvolveram sistemas de brasões
pessoais, mas estes não eram tão complexos quanto a heráldica
europeia e não estavam intimamente relacionados a ela. Somente
soldados os usavam; a maioria era simples símbolos de um cargo
oficial do portador ou de um de seus ancestrais – um estojo para uma
secretária do tribunal, um pedaço de pano para um mestre das vestes
e assim por diante. Os Mestres podem tratar “Heráldica Oriental”
como uma perícia Mental/Fácil separada, pré-definida como Trato
Social -2 ou IQ-4. Os francos e os orientais que estudam os exércitos
europeus poderiam ter uma perícia (mental/média) de Heráldica
Europeia.
Judô e Karatê consulte pág. MB 51
Técnicas avançadas de combate desarmado não são comuns no
mundo das Noites da A rábia, talvez porque as armas não sejam
geralmente estritamente controladas. Os únicos personagens que
podem adotar essas perícias sem restrições são os viajantes chineses e
aqueles que de alguma forma foram treinados em técnicas chinesas
(definitivamente um Antecedente Incomum para não-chineses).
Laço consulte pág. MB 51
Esta arma foi usada por nômades das estepes, como mongóis e
turcos, e pelos heróis das lendas persas de influência turca. Assim,
personagens “nascidos nas estepes’ e persas em jogos “lendários” ou
“cinematográficos” podem aprender essa perícia livremente; outros
personagens precisariam de um Antecedente Incomum.
Atuação consulte pág. MB 64
Essa é uma perícia rara em cenários islâmicos medievais,
simplesmente porque atuações teatrais (ao contrário de contar
histórias usando a perícia Trovador) não faziam parte da cultura.
Pilotagem (Tapete Mágico) consulte pág. MB 69
Devido às maneiras pelas quais os tapetes mágicos operam, não
há realmente nenhum combate aéreo. E não existem tipos diferentes
de tapete mágico, portanto, não se aplicam penalidades para
embarcações desconhecidas.
– 57 –
Poesia consulta pág. MB 47
Uma perícia altamente respeitada; alguém que usa poesia no nível
de perícia 14+ teria reação +1 em circunstâncias pacíficas dos árabes
que ouvem a recitação e, de alguma forma, demonstrar perícia 20+
ganharia +3 de reação na maioria das situações! A linguagem da
poesia costuma ser mais fluida em árabe ou persa.
Cavalgar consulta pág. MB 46
Observe que Cavalgar em Cavalo e Camelo são predefinidos
entre si em -3. Ambos são amplamente utilizados nesse cenário, o
camelo como um transportador de carga no deserto, o cavalo quando
a velocidade ou a aparência são importantes. Os cavalos são muito
preferidos para a guerra, sendo mais rápidos e controláveis, mas os
camelos às vezes são usados.
O único outro animal que normalmente ocorre nesse cenário é o
elefante, que foi amplamente utilizado pelos hindus e com bastante
frequência por outros exércitos que entraram em contato com eles –
dos gregos aos tártaros. Somente os mahouts precisam da perícia;
passageiros sentam-se em um howdah e não precisam de perícias
especiais. Cavalgar Elefante não é pré-definida com Cavalgar
Camelo ou Cavalo.
Trato Social consulte pág. MB 64
Uma perícia muito útil neste gênero. Nas Mil e Uma Noites, um
personagem de classe alta que está perdido e empobrecido em uma
terra distante pode às vezes conseguir um emprego de primeira classe
em uma corte local, simplesmente porque o governante local
reconhece sua qualidade por suas boas maneiras, os visitantes
ocidentais sofrerão -2 de penalidade no teste, diminuindo para -1
após algumas semanas de experiência. (As “formas” ocidentais e
islâmicas da perícia são pré-definidas entre si a -1 após esse período
de ajuste.)
Natação consulte pág. MB 49
Personagens nascidos e criados em regiões desérticas podem não
ter muita chance de praticar essa perícia (que foi evitada em muitos
contextos históricos de qualquer maneira). Esses personagens têm
uma perícia pré-definida de apenas ST-8 e podem ter que fazer um
teste de Vontade para evitar o pânico se forçados a usá-la.
Alternativamente, os Mestres podem classificar esse problema (“Não-
Nadador”) como uma Peculiaridade de 1 ponto. A maioria dos
marinheiros, no entanto, e algumas outras pessoas, incluindo algumas
mulheres, sabem nadar.
Carroceiro consulte pág. MB 47
Essa é realmente uma perícia rara no Oriente Médio medieval; os
animais de carga funcionam melhor do que as carroças no terreno
local.
Personagens
Novas Perícias
(O tipo de perícia é listado para cada uma; isso pode ser relevante
ao determinar a adequação para trabalhos, etc.)
Jogos de Tabuleiro (Hobby/Profissional:
Mental/Fácil) Pré-definida por IQ-5
Muitas pessoas fazem como Hobby ou Profissão jogar xadrez,
damas (alquerques), gamão, jogos baseados em Mancala ou outros.
Esses jogos são muito populares e a perícia no xadrez é uma
realização educada; jogadores talentosos podem conseguir empregos
ensinando-o. Cada jogo deve ser adquirido como uma perícia
separada. Às vezes, as apostas nesses jogos eram altas; várias
histórias do período falam de heróis jogando contra monstros ou
feiticeiros poderosos, com vidas em risco. (Consulte a pág. 10 para
mais informações sobre jogos.)
Sifão de Fogo (Combate/Arma:
Física/Média) Pré-definida por DX-5
Essa é a perícia de usar vários dispositivos para pulverizar
misturas incendiárias em um alvo. Quando essas armas estão em uso,
especialistas em seu manuseio são uma necessidade – mas é uma
profissão perigosa.
Em uma falha crítica, jogue 3 dados. Em 5 ou menos, o alvo é
pulverizado, mas não há chama, a menos que o jato atinja uma chama
no alvo. Nenhum combustível é pulverizado em 5-17. Um 18 indica
um tiro pela culatra; a arma explode e causa o equivalente a um
segundo de dano ao hexágono do atirador e todos os hexágonos
adjacentes.
Arquearia Montada (Especial)
Pré-requisito: Arco 12+ Sem pré-definição
Isso representa um longo treinamento no uso do arco curto e
composto sobre cavalos e táticas associadas. É compreensível que seja
aprendida “em jogo”, mas a enorme quantidade de prática envolvida
tornaria isso difícil; provavelmente é mais limitado a partianos,
mongóis, turcos seljúcidas e outros nômades das estepes (e
personagens com um Antecedente Incomum apropriado). De qualquer
forma, o personagem também deve ter a perícia Cavalgar 12+.
Isso reduz as penalidades pelo uso de um arco a cavalo (consulte
a pág. MB 137). O custo dessa perícia é de 2 pontos por ponto de
penalidade removido. Por exemplo, 2 pontos diminui a penalidade
por girar na sela para disparar para trás em -3 (e remove a penalidade
de Cavalgar); 4 pontos reduzirão a penalidade para -2, e assim por
diante. Outros truques terão apenas metade das penalidades usuais
(arredondadas para cima). O personagem também pode usar táticas
de arquearia montada e reconhecer o uso delas por outros em um
teste de IQ.
Filosofia
(Científica: Mental/Difícil) Pré-definida como IQ-6
Este é o estudo de um conjunto de crenças semelhantes à
Teologia (pág. MB 62). Contudo, não se acredita necessariamente
Personagens – 58 –
que as ideias filosóficas sejam divinamente ordenadas ou até
significativas; a filosofia é um estudo do pensamento em geral. Isso
pode parecer uma abstração fútil, mas é a base de toda ciência e
conhecimento.
Alguém pode se especializar em uma única área da filosofia
(ética, estética, epistemologia, metafísica, filosofia moral, filosofia da
ciência, etc.), mas a maioria dos filósofos constrói um amplo
conhecimento do tópico, quaisquer que sejam seus interesses
pessoais; eles sustentam que todo pensamento está inter-relacionado.
(Os muçulmanos respeitam especialmente o sábio amplamente
versado.) Em muitos cenários, a filosofia e a teologia estão
intimamente ligadas (a Filosofia e uma Teologia local especializada
são pré-definas uma à outra entre -2 e -4, dependendo dos detalhes
locais). A filosofia islâmica é distinta da teologia e inclui o estudo de
muitas fontes não islâmicas. Mas os bons muçulmanos sempre se
esforçam para manter seu pensamento compatível com sua religião,
então a Filosofia ensinada nesse cenário é pré-definida com -3 à
Teologia Islâmica.
Luta Romana
(Físico/Fácil) Pré-definida como DX-5
A luta romana tem uma história muito longa como esporte.
Mercenários turcos trouxeram um tipo para a Pérsia, onde prosperou;
heróis persas lendários lutaram contra demônios, a maioria das cidades
possuía ginásios especializados e a tradição sobrevive até hoje.
Você pode usar sua perícia em Luta Romana para substituir o DX
no Combate de Perto, assim como no Judô. Você também adiciona 1/8
de sua perícia ao seu ST efetivo para tentar derrubá-lo ou um
imobilizá-lo, usar uma Chave de Braço ou Desvencilhar-se (consulte
pág. MB 112).
Personagens com Luta Romana também podem executar chave de
braço em seus inimigos. Primeiro, um Agarrar deve ser tentado com
sucesso. No mesmo turno, faça uma Disputa Rápida (Luta Romana
contra DX ou a perícia Luta Romana, o que for maior). Se você
vencer, você prendeu o braço dele em uma chave. Seu inimigo pode
tentar se libertar; use Luta Romana ou ST modificado contra o ST em
outra Disputa Rápida. Se você vencer novamente, você imobilizou o
braço; a vítima pode tentar se libertar nas rodadas subsequentes, mas
com uma penalidade acumulada de -1.
No próximo turno, você poderá infligir dor ou dano ao membro
preso. É necessário uma terceira Disputa Rápida (Luta Romana ou
ST contra HT, ou HT+3 se a vítima tiver Hipoalgia). Se você vencer
uma terceira vez, inflige um ponto de dano ou dor (DX e IQ
diminuem sem causar dano real) para cada ponto em que você venceu
o teste.
Se você causar dano incapacitante, você quebra o braço ou a mão
que estava segurando. A chave de braço conta como tortura em um
teste de Interrogação (consulte pág. MB 66). A vítima deve fazer um
teste de Vontade menos o dano infligido ou largar qualquer arma que
ele segura. Obviamente, se você incapacitar a mão ou o braço, ele
solta automaticamente qualquer arma que estiver segurando.
Idiomas
Ninguém nas Mil e Uma Noites parece ter problemas com os
idiomas – portanto, um Mestre pode, se desejar, assumir que todos
falam árabe. No entanto, mais realismo pode ser desejado. O passo
mais simples é assumir que a maioria dos personagens fala “Árabe
Padrão”. Cada raça não árabe (persas, francos, nórdicos, chineses
etc.) tem sua própria língua, mas os estrangeiros sensíveis adquirem
pelo menos um pouco de árabe para uso no comércio. O árabe (assim
como o grego e o persa) também tem uma forma “clássica”, usada na
poesia de alto nível e nos textos antigos, cuja pré-definição é a forma
“moderna” com -1; parece compreensível, mas muito florido para o
povo moderno. A língua da Pérsia é o persa; sua forma clássica é o
Pahlavi.
Para máxima precisão, o Mestre pode precisar fazer algumas
pesquisas. O árabe era de fato uma espécie de “língua comum”, mas
ao longo dos anos se afastou de suas raízes e se dividiu em dialetos.
Outras línguas também evoluíram ao longo do tempo – e existem
também línguas arcaicas e acadêmicas, como o aramaico (a língua da
Palestina na época de Cristo), o latim clássico e o hebraico antigo (a
língua do Antigo Testamento).
O árabe, francês, italiano e espanhol populares, que os franceses
chamam de Sabir, é falado no norte da África e no Oriente Médio;
Suahili, uma língua bantu do norte com muitas raízes arábicas, é
usada como língua franca no leste da África central e parte do que
hoje é o Zaire; essas “línguas” seriam Mental/Fáceis. Todos os outros
idiomas são perícias Mentais/Médias, a menos que o Mestre decida
que algo é especialmente exótico.

Exemplo de Personagem: Karim o Falcoeiro

19 anos; 1,8 m; 53 kg; barba e cabelos escuros, olhos castanhos. Armas
ST: 12 [20] IQ: 11 [10] Velocidade: 6,25 Espada de lâmina larga, 1d+3 corte, 1d contusão; arco regular, 1d
DX: 13 [30] HT: 12 [20] Deslocamento: 5 perfuração; punhal, 1d-2 perfuração.
Dano: GDP 1d-1; Balanço 1d+2
Esquiva: 5 Aparar: 6 (Espada) Bloqueio: 7
Posses
Falcão peregrino treinado (“Layla”: valor de $1.000, viaja no
Cota de Malha (DP3, RD4); luvas de pano acolchoadas (DP 1,
ombro de Karim ou sob seu próprio poleiro, recebe +1 de reação de
RD 1); sandálias (sem defesa); broquel (DP 1); carga leve.
beduínos, nobres etc.)
Total de Pontos: 100 Cota de Malha e Acolchoado em 9-11, 17-18 ($260, 14 kg)
Luvas de tecido acolchoadas ($15, peso desprezível)
Vantagens Broquel ($25, 1 kg)
Visão Aguçada +1 [2] Aljava e 10 flechas ($30, 800 g)
Empatia com Animais [5] Vestes de “Classe Média ($4, 500 g)
Aparência (Bonito) [5]
Alfabetizado [10]
Riqueza (Confortável) [10]

Desvantagens
Código de Honra (Árabe; consulte pág. 53) [-10]
Inimigo (Facção da Corte, grupo médio, com 6 ou menos) [-10]
Noção do Dever (Para com a família, tribo e amigos) [-10]
Veracidade

Peculiaridades
Recita poesias de amor para seu falcão [-1]
Não gosta de multidões [-1]
Aprecia a atenção feminina [-1]
Considera seu falcão uma pessoa [-1]
Não bebe álcool [-1]

Perícias
Adestramento de Animais-14 [2]*; Arco-13 [4]; Espada
de Lâmina Larga-13 [2]; Broquel-14 [2]; Falcoaria-16 [4]*;
Faca-13 [1]; Literatura-9 (+5 para poesia clássica de amor,
-1 para todo o resto) [1]; Cavalgar (Camelo)-16 [1]*;
Cavalgar (Cavalo)-17 [2]*; Trato Social-11 [1]; Lança-12 [1];
Arremesso de Lança-13 [1], Furtividade-12 [1]; Sobrevivência
(Deserto)-11 [2]; Rastreamento-11 [2]; Veterinária-13 (+5 para
falcões, -1 para todo o resto) [1]*.
* Inclui +4 de bônus por Empatia com Animais.

Idiomas
Árabe-11 (nativo), Árabe Clássico-10 (0 pontos – por
predefinição).

– 59 – Personagens
 Sandálias comuns ($4, 500 g)
Prata e cobre no valor de 6 dirhams ($6)
(Total: $2.000, 21 kg – Peso Leve)
Karim é o filho mais novo de uma família árabe que, por
gerações, produziu alguns adestradores de animais muito talentosos;
sua Empatia com Animais parece ser hereditária. A família decidiu
que ele deveria ganhar a vida juntando-se ao seu tio como falcoeiro
da corte do governante local, e Karim dirigiu-se à capital, que achou
agradável, apesar de seus caminhos no deserto.
Infelizmente, o tio de Karim se envolveu em uma intriga na corte
e ficou do lado perdedor. Uma vez que seu parente fugiu de volta à
tribo, Karim perdeu o emprego. Não querendo voltar para casa, onde
ele pensava que seria um fardo, e de fato desfrutando de um estilo de
Status Social
O Islã é igualitário em espírito; todo ser humano é igual aos olhos
de Allah. No entanto, as monarquias ou teocracias que governam o
Oriente Médio desde os tempos antigos são hierárquicas. O fatalismo
muçulmano complica ainda mais as coisas. O resultado é uma
sociedade em que fortes diferenças de classe são parcialmente
aliviadas pela possibilidade de alguém poder subir ou cair por talento
ou pura sorte.
Na extremidade superior da escala, a hierarquia vem da posição
da corte do governante; na base, há mendigos e os escravos mais
humildes. No meio, no entanto, os fatores importantes são a riqueza e
o aprendizado. Personagens ricos são respeitados, independentemente
de ficarem ricos por perícia, sorte ou herança; é toda a vontade de
Allah. (No entanto, esta sociedade tem uma alta consideração pela
generosidade. Os ricos avarentos perdem o respeito que seu dinheiro
pode lhes render – uma boa base para uma reputação negativa.) A
escolaridade também é altamente considerada, especialmente se
envolver teologia; um dervixe, com apenas os trapos que veste, pode
ser admirado por dar sua vida ao estudo da religião. As pessoas que
obtêm mais status disso são professores e pregadores – imãs e outros
– que têm tanto aprendizado quanto um lugar na estrutura social.
Alguns personagens também ganham status por sua ascendência;
parentes próximos da realeza e descendentes do Profeta são os
principais exemplos.
Os não-muçulmanos nunca recebem o mesmo respeito que os
fieis, mas o “povo do livro” – judeus e cristãos – não são párias. Eles
podem se tornar ricos através do comércio e, embora não sejam
convidados para tantas festas, serão aceitos em companhia educada.
Eruditos não muçulmanos (incluindo sacerdotes eruditos) e
guerreiros, desde que se comportem educadamente, podem ser
respeitados.
Tabela de Status
Status Exemplos de Vida Custo Mensal
8 Califa $100.000+
7 Grande Sultão $40.000+
6 Sultão, Rei $15.000+
5 Vizir $5.000
4 Governador Municipal $2.500
3 Funcionário da Corte $1.500
2 Mercador Rico, Cadi, Imã $800
1 Xeique do Vilarejo, Lojista Rico, Muezzin $400
0 Artesão, Beduíno, Camponês Notório $200
-1 Trabalhador Pobre, Pescador Pobre, Camponês $100
-2 Mendigo Típico, “Cigano” Útil $50
-3 Mendigo Desprezado, “Cigano” $50
-4 Pária Totalmente Desprezado $50
Esses exemplos são bastante flexíveis; riqueza ou reputação pode
mover os personagens para um lugar ou outro, enquanto a má sorte
Personagens – 60 –
vida mais variado, Karim está procurando fazer sua fortuna de outra
maneira. Um problema que ele tem é que a facção vitoriosa da corte
desconfia dele e ocasionalmente o ataca.
Karim é um jovem bem-humorado, bonito e antiquado. Ele tem
perícias de caçador e guerreiro e pode sobreviver em uma sociedade
educada, mas seus dois amores são Layla, o falcão peregrino que ele
treinou e a poesia clássica de amor. Ele lamenta o fato de não ter
nenhum talento poético, mas pode citar dezenas de versículos de
memória. Se ele tem uma falha, é que ele é muito aberto e honesto.
Ele também é um muçulmano moderadamente devoto e leva a
proibição tradicional do álcool mais a sério do que a maioria de seus
contemporâneos. Atualmente, ele não tem muito dinheiro, mas tem a
maior parte do equipamento que sua família lhe deu quando partiu.
pode resultar em um “Comerciante Pobre” ou o que seja. As despesas
de subsistência incluem um nível socialmente aceitável de doação de
esmolas, seja voluntário ou na forma de um “imposto islâmico”; dar
mais é opcional, mas pode ser bom para a imagem de alguém.
Custo de Vida do Dervixe
Um dervixe é uma pessoa de ambos os sexos que faz um Voto (5
pontos) para viver uma vida muito simples, dedicada ao estudo do
misticismo sufista. Isso significa que eles nunca podem ter um nível
de Riqueza melhor que Médio; eles também devem ter perícia em
Teologia com 11 ou melhor. Esse voto de pobreza significa que
qualquer dervixe tem apenas o custo de vida normal, com um mínimo
de $25 por mês. Qualquer trabalho freelance não criminoso é aberto a
um dervixe, para cobrir as despesas de subsistência. Muitos vivem
simplesmente como Mendigos, mas isso não é obrigatório; outras
opções incluem Vendedor de Amuleto, Caçador e Artista de rua.
Alguns dervixes “especialistas” ensinam outros, que os apoiam; estes
são “xeiques sufis”.
Observe que um dervixe pode muito bem ganhar mais do que
suas despesas de subsistência em qualquer status. Esse excedente
pode ser gasto em despesas únicas genuinamente necessárias ou em
“boas ações”; um pouco pode ser economizado para emergências. No
entanto, tudo o que resta deve ser dado como esmola aos pobres ou a
outras boas causas. O Mestre é o árbitro final sobre o que é ou não
aceitável sob um voto religioso de pobreza.
Muitos mágicos e eruditos errantes, que podem não ganhar muito
dinheiro ou que se sentem acima de preocupações como luxo
material, podem passar como dervixes. No entanto, eles ainda têm
um custo de vida total (talvez gastando mais em livros e menos em
roupas boas). Finalmente, os frades cristãos, que têm um voto
semelhante ao dos dervixes, também reduzem seu custo de vida.
Status dos Escravos
No que diz respeito às culturas de proprietários de escravos, as
sociedades islâmicas tinham uma consideração substancial pelos
direitos dos escravos. O Corão incentiva a justiça e a generosidade; a
falta de preconceito contra aqueles que nasceram escravos é
demonstrada pelo fato de muitos soldados escravos se tornarem
governantes. Os escravos da corte, como servos diretos do
governante, tinham considerável poder e influência. No entanto, a lei
protegia menos um escravo do que um homem livre.
Portanto, os escravos não estão incluídos na tabela acima. Em vez
disso, qualquer escravo deve ser tratado como tendo um status dois
níveis inferior ao do seu proprietário ou supervisor – desde que o
escravo não tente reivindicar os privilégios de uma pessoa livre. Um
escravo também terá, com muita frequência, algum tipo de Estigma
Social.
Exemplo: Habar o Acessível é de propriedade de ‘Ali ibn Abdul,
um comerciante de Status 1. Desde que ele não tente agir como um
como um agente livre, ele está efetivamente no status -1 e pode
menosprezar os mendigos de rua. No entanto, quando ele conhece
Shadar, o Ghulam, que serve o califa, Habar se inclina bastante
para esse Status efetivo de 6! Aqui é necessária flexibilidade. O
mais humilde limpador de estábulo da corte do califado
certamente não tem Status 6; ele deve ser tratado como “posse”
pelos homens livres que dirigem os estábulos, que estão em torno
dos Status 2 ou 3. Mesmo assim, ele se sentirá comparável a
muitos homens livres; qualquer contato com o poder significa
alguma coisa.
PJs Escravos
Por definição, os escravos têm liberdade limitada de ação;
portanto, eles podem não ser adequados como PJs. Um Mestre só
deve permitir que um jogador pegue um PJ escravo se o histórico
proposto se encaixar nos planos do Mestre para a campanha. Os
Mestres devem sempre se sentir à vontade para proibir (ou
incentivar) esses personagens.
Um escravo deve assumir um status de acordo com seu nível
efetivo, além de um Estigma Social apropriado (geralmente
“Propriedade Valiosa”, possivelmente “Forasteiro/Bárbaro” – ou
até ambos) e um dever (para com seu dono). Outras vantagens ou
desvantagens (como o proprietário como Patrono) podem ser
permitidas ou exigidas pelo Mestre. Os escravos geralmente não
têm renda regular nem custo de vida; equipamento inicial ou
dinheiro representam coisas dadas ao escravo pelo proprietário
para uso a longo prazo ou economia de renda incidental (que é
legal, mas limitada). Soldados escravos, como Ghulams da corte,
têm um Patrono com o modificador “Suprimentos de
Equipamentos Úteis” (+5 ou +10 pontos no valor base). Um
escravo que é libertado no decorrer do jogo geralmente precisará
de várias revisões na ficha de personagem. Isso deve ser
negociado entre o Mestre e o jogador; qualquer déficit de pontos
exigidos deve ser tratado com o gasto de experiência ou com a
adição de novas desvantagens aceitáveis para o Mestre.

Dinheiro
Durante a maior parte da história no Oriente Médio, uma
grande variedade de moedas era aceita – qualquer coisa que fosse
confiável para conter uma quantidade decente de metais
preciosos. No entanto, o período islâmico inicial viu a introdução
de duas das unidades de moeda mais conhecidas do mundo: o
dinar e o dirham. O dinar de ouro pesava 4,25g; o dirham de
prata variava ligeiramente em torno de 28g. (Um centavo do
Reino Unido pesa 3,68g, um centavo dos EUA cerca de 2,5g e um
níquel dos EUA 4,8g.) A taxa de conversão variava entre 12 e 20
dirhams por dinar, dependendo da relativa escassez dos dois
metais; os jogos podem assumir 15 dirhams valendo um dinar.
Havia também moedas menores, incluindo o danaq (um sexto de
um dirham) e o “fals” de cobre que eram usados para fazer trocas
e pagar por pequenos itens, mas eram menos estáveis; os Mestres
podem trabalhar com frações de um dirham.
O mundo islâmico sofreu com sua participação na inflação e
flutuações na taxa de câmbio; a fome e a escassez de tempos de
guerras poderiam elevar os preços ao céu. No entanto, o valor do
dirham nos tempos dos Abássidas chegou perto o suficiente de um
dólar de GURPS. Exceto quando este livro disser o contrário, os
Mestres devem usar os preços de Fantasia/Medieval do GURPS
Módulo Básico, lendo “$” como “dirham”. O dinar – a $15 –
serve então quando alguém deseja movimentar grandes
quantidades de dinheiro ou exibir “o próprio ouro como dinheiro”.
A dinastia Almohad revisou o sistema, introduzindo, entre
outras coisas, um dirham quadrado. No entanto, as moedas antigas
permaneceram em uso por séculos; elas podem ser usadas de
maneira plausível para qualquer campanha. Aliás, os mongóis
tentaram introduzir dinheiro de papel no estilo chinês na Pérsia
(usando notas impressas em bloco de madeira), mas a população
local se recusou a aceitá-la, apesar das ameaças de morte.

Tabela de Trabalhos
Trabalho (Requisitos), Renda Mensal Teste Bem-sucedido Falha Crítica
Trabalhos de Pobres
Mendigo* (Batalhador ou Pobre), $50 11**, Dissimulação-2** ou 2d
Captação
Menino/Menina de Recados* (Comércio 8+, Trato Social 10+ ou Manha 11+), $80 11 -2i/-1i, 1d
Carregador* (ST 11+), $12×ST HT -1i/-2i, 1d

Trabalhos de Batalhadores
Aprendiz (Dever apropriado, qualquer perícia profissional 9+), $100 PR -1i, 1d/PE, 1d
Bandido* (Qualquer arma com 12+, Sobrevivência 10+), $150 Melhor PR PE, 3d/5d, aleijado
Servente de Caravana (ST 12+ ou Carregamento 11+), 150 Melhor PR PE/PE, 2d
Frade Cristão* (Vive com despesas 1/8 do normal; Clericato, Teologia 12+), $25 Teologia-1 ou Trovador 2d/-2i, 2d
Alfaiate/Costureira (Perícia Profissional: Bordado, Tecelagem, ou Costura 13+), $170 PR -1i/3i
Dançarina (Mulher, Aparência Comum ou melhor, Dança 12+), $100 Dança ou Sex Appeal -2i/PE, -2i
Fellah* (Terra apropriada, HT 10+, Agronomia 10+), $200 Agronomia+1 -1i, 1d/PE, -2i, 1d
Pescador* (Pesca 12+), $180 PR -1i, 1d/-2i, 1d
Vidente* (Astrologia 12+, Magia Adivinhação 12+, ou Lábia 16+), $200 PR -2i/-4i, 1d
Pastor (HT 11+, Adestramento de Animais 12+), $200 Adestramento de Animais 2d/PE, 1i, 2d
Mascate* (Comércio 12+), $180 PR -2i/-3i, 2d
Carpideira* (Roupas de classe média, e Dissimulação ou Trato Social 11+), $180 11 -1/PE, 1i
Marinheiro (Marinhagem 11+), $100 PR+1 PE/PE, 2d
Limpador de Estábulo (Adestramento de Animais 11+), $100 PR+1 PE/PE, 2d
Artista de Rua* (Acrobacia, Trovador, Dança, Instrumento Musical ou Canto com 14+), Melhor PR-1 1d, -1i/-2i, 2d
$160
Ladrão* (Quatro perícias de Ladrão com 15+, ou três com 17+), $180 Melhor PR-2 -2i, 3d/4d, aleijado
Vendedor de Água* (Somente em cidades sem outro suprimento. PR: Equipamento caro Comércio+3, até o máximo de 14 -1i/-2i, 1d
$40, ST 10+, HT 11+, Comércio 8+), $180
Lenhador* (Somente em áreas de floresta, PR: HT 12+, ST 10+), $170 HT ou Sobrevivência (Floresta)+1 1d/-2i, 1d

– 61 – Personagens
Trabalho (Requisitos), Renda Mensal Teste Bem-sucedido Falha Crítica
Trabalhos Médios
Alquimista* (Alquimia 14+), $30×nível da perícia PR-1 1d, -2i/4i, 3d
Vendedor de Amuletos (Caligrafia 10+, Diagnose 10+, Escultura (Entalhe Fino)13+, e Pior PR -2i/-4i, 1d
quaisquer quatro magias de Cura, Meta ou Proteção), $400
Atirador, Pré-pólvora (Armeiro [pode se especializar em Máquinas de Cerco] 12+,
Armeiro -2i, 1d/PE, 1d
Canhoneiro 13+, Carroceiro 9+), $500
Atirador, Pós-pólvora (Armeiro [pode se especializar em Armas de Fogo] 11+, Canhoneiro Canhoneiro 2d/-1i, 6d
14+, Carroceiro 8+), $800
Astrólogo* (Astrologia 15+), $500 PR-1 -2i/-4i
Barbeiro/Cabeleireiro* (Perícia Profissional: Barbeiro 13+, Medicina 8+), $250 Melhor PR -2i/-5i
Corretor/Mercador Menor* (Comércio 13+), $25×Perícia PR-1 -3i/-6i
Guia de Caravana (Carregamento 14+), $300 PR PE/PE, -2i
Padre Cristão (Clericato, Alfabetização, Trovador ou Diplomacia 12+, Teologia 14+), $200 Pior PR -1i/-2i
Copista (Caligrafia 13+), $15×Perícia PR+1 -3i/PE
Músico da Corte (Instrumento Musical ou Canto 15+, Trato Social 10+). $400 Pior PR -2i/PE, -2i, 1d
Artesão (qualquer perícia Artesanal em 14+), $25×Perícia PR -2i/PE, 1i
Médico* (Diagnose 14+, Medicina 13+ e Alquimia, Astrologia ou Psicologia em 10+), Melhor PR -3i/PE, -4i
$600
Cavalariço (Adestramento de Animais 14+), $15×Perícia PR -1i, 1d/PE
Contador de Histórias Honrado (“rawi”: Trovador 17+, Literatura 10+), 20×perícia Trovador Trovador-3 -1i, 1d/-3i, 1d
Caçador* (Sobrevivência 12+, Rastreamento 14+, e uma arma adequada, Pesca, Comércio, Sobrevivência ou Rastreamento -1i, 1d/-3i, 1d
ou Naturalista em 11+), $200
Fabricante de Incendiários (Alquimia 15+), $700 PR 2d/-1i, 4d
Guardas Legais (Poderes Legais, Dever e ST 14+ ou qualquer Perícia em Armas Corpo a PR 2d/PE, 2d
Corpo em 15+), $300
Mago* (Aptidão Mágica 1+, ao menos 5 magias em 14+, e Sobrevivência, Diplomacia ou IQ -2i/Magia
Comércio em 13+), $600 Desastrosa
Mercenário nível de perícias em Armas totalizando pelo menos 40), $500 Melhor perícia em Arma 3d/PE, 5d
Assistente de Mercador (Comércio 12+ e Contabilidade, Administração, ou Carregamento Melhor Perícia -2i/PE, -4i
15+), $400
Parteira/Enfermeira (Precisa ser mulher, Medicina [pode ser especializada em Parteira] PR-1 -1i/PE, -3i
16+, $250
Funcionário Menor (Alfabetizado, Administração 13+), $500 PR ou Escrita -2i/PE, 1d
Muezzin (Canto 12+, Reputação +2 entre os muçulmanos locais, Status 0+, Teologia 10+), IQ -3i/PE
$500
Perfumista/Vendedor de Medicamentos* (Diagnose 11+, Medicina 12+, Perícia Melhor PR -2i/-5i
Profissional: Perfumista 14+), $500
Trabalhador Qanat (ST 10+, Engenharia 11+ para suprimento de água), $200 PR 2d/PE, 1d
Rabbi (Clericato, Alfabetizado, Diplomacia ou Pedagogia 12+, Teologia 14+), $200 Pior PR -1i/-2i
Camponês Rico* (Terra apropriada, Agronomia 13+), $400 PR -3i/-5i, 1d
Estudioso (Alfabetizado, Médico ou Pedagogia em 13+), $250 IQ-2 ou Trato Social-1 -2i/PE, -2i, 1d
Estudioso Professor* (Alfabetização, Reputação +2 entre todos os estudiosos da área, Pedagogia -2i/-4i
Pedagogia 12+, rolagem total de perícias de 25+ in Diagnose, Jurisprudência, ou quaisquer
perícias Científicas), $10×Total dos níveis de perícias acima
Professor* (Alfabetizado, Pedagogia 14+, Trato Social 12+), $300 Trato Social+1 -2i/PE, -2i
Tripulante (Tripulante de Navio 14+, Remo/Vela 11+), $400 Tripulante de Navio, -1i, 2d/PE, 2d
Meteorologia-2 ou
Navegação-2
Lojista* (Proprietário da Loja, e Artesão ou perícia Profissional apropriada em 13+, Melhor PR -2i/-4i
Comércio 10+), $350
Sufi Xeique* (Teologia 17+, Pedagogia 12+, Poesia 10+, Reputação +2 entre todos os Pedagogia+1 -1i/-2i
Sufis), $100
Xeique do Povoado (Terra apropriada, Agronomia 11+, Conhecimento do Terreno do Pior PR -2i/PE, -3i, 2d
povoado 10+, Liderança 8+, Política 10+), $500
Poeta Andarilho* (Trovador 12+, Poesia 15+), $20×perícia Trovador Pior PR -1i, 1d/-2i, 2d

Trabalhos Confortáveis
Cadi (Poderes Legais, Alfabetizado, Status 1+, Dever, Jurisprudência 15+ e Reputação +2 IQ-1 -1i/PE
entre “cidadãos respeitáveis” ou Política ou Trato Social14+), $1.800
Patriarca Cristão (Clericato, Alfabetizado, Status 2+, Administração 13+, Diplomacia 14+, Pior PR -2i
Teologia 16+), $800
Médico da Corte (Diagnose 15+, Medicina 17+, Trato Social 12+), $2.500 Diagnose LJ/Int
Funcionário da Corte (Trato Social 14+ e Administração, Caligrafia, Xadrez, Culinária, Melhor PR-2 -2i/Int
Instrumento Musical, Canto ou Escrita em 16+), $1.500
Caçador da Corte (Cavalgar 13+, Rastreamento 15+, Trato Social 12+, Adestramento de Pior PR -2i, 1d/PE, 1d
Animais ou Falcoaria 14+), $1.500
Poeta da Corte (Trovadorismo 14+, Poesia 15+, Trato Social 15+), $1.500 Melhor PR -2i/PE, 1d
Imam (Clericato, Alfabetizado, Reputação +1 entre muçulmanos devotos, Status +1, Médio ou perícias PR -2i/-4i
Teologia 15+, Trovador, Política ou Pedagogia, e Administração 10+), $1.800
Engenheiro de Irrigação (Geologia 13+, Engenharia: Suprimento de Água 14+), $1.800 Engenheiro: Suprimento de Água -2/PE, -2i, 1d
(no NT local)
‘Amir Territorial* (Hierarquia Militar 1+, Dever de ascender uma unidade apropriada na Pior PR -2i, 1d/PE, -2i, 2d
Hierarquia, três perícias em Armas em 13+, Agronomia 11+, Liderança 12+, Cavalgar
13+), $300, +$500 por Hierarquia acima de 1
Advogado* (Jurisprudência 15+, Trovador ou Lábia 13+), $1.500 Pior PR -2i/-4i

Personagens – 62 –
Trabalho (Requisitos), Renda Mensal Teste Bem-sucedido Falha Crítica
Engenheiro Militar Mestre (Armeiro [pode se especializar em Máquinas de Cerco ou Armas IQ PE/-2i, 4d
de Fogo, de acordo com o NT] 15+Perícia Profissional: Minerador, Canhoneiro ou
Engenheiro 15+, Arquitetura 12+), $2.000
Capitão Mercenário* (Equipamento apropriado, Hierarquia Militar 2+, Arma ou Cavalgar IQ, Trato Social ou Estratégia -2i, 3d/PE, -3i, 5d
Cavalo totalizando pelo menos 45 níveis de perícia, Liderança 14+ e Trato Social 15+ ou
Reputação +2 entre Aristocratas e/ou Líderes Militares), $500×Hierarquia Militar
Mercador* (Comércio 14+), $30×Perícia PR-2 -3i/-8i
Pequeno Proprietário Rural* (Terra apropriada, Agronomia 13+, Conhecimento de Área das
Pior PR -3i/-6i
próprias terras 14+, Comércio 13+), $30×Pior PR
Cambista (Alfabetizado, Conhecimento de Área: Nações Maiores 13+, Economia 11+, Comércio-4 -4i/-8i
Comércio 14+), $800
Chefe dos Correios (Alfabetizado, Dever, Administração 14+, IQ 12+, IQ 12+), $1.300 IQ-2 ou Escrita-3 -2i/PE, 3d
Professor Respeitável* (Alfabetizado, Reputação +3 entre todos os estudiosos em uma larga Pedagogia -3i/-6i, 2d
área, Pedagogia 13+, Rolagens totais de perícia de 40+ em Diagnóstico, Jurisprudência,
ou qualquer Perícia Científica ou qualquer uma dessas com 20+), $15×Total de níveis de
perícia acima
Capitão do Mar* (Navio próprio ou Patrono apropriado para prover um, Comércio 14+, e Pior PR-3 -3i/-6i, 2d
total de 45 níveis de perícia em Liderança, Meteorologia, Navegação e Marinhagem),
$100×perícia Comércio
Mágico Bem-sucedido* (Aptidão Mágica 2+, total de perícias em todas as magias 200+, IQ -3i, 1d/Magia
Comércio 12+), $100×perícia Comércio Desastrosa
Tributário Rural* (Administração 13+, Política 10+, Interrogatório 10+, Jurisprudência 8+), IQ -4i/PE, -6i
$1.500
Tutor da Nobreza (Alfabetizado, Patrono apropriado e Dever, Trato Social 13+, Pedagogia Trato Social -3i/PE
13+, e um total de rolagens de perícia de 25+ em Agronomia, Caligrafia, Xadrez,
História, Literatura, Matemática, Filosofia ou Escrita), $600

Trabalhos Ricos
Governador da Cidade (Status 3+, Administração 15+, Conhecimento do Terreno da cidade Administração-1 -2i/Intriga
governada 13+), $4.000
Joalheiro Rico* (Dono da loja, total de níveis em Joalheiro e Comércio 30+), $200×nível da Joalheiro-4 ou Comércio-2 -2i/-5i
perícia Comércio
Proprietário de Terras Rico (Terra apropriada, Agronomia 13+, Conhecimento do Terreno das Pior PR-2 -3i/-4i, Intriga
próprias terras 14+, Comércio 15+), $50× Pior PR
Grande Mágico* (Aptidão Mágica 2+, total de rolagens em todas as magias 250+, IQ -4i/Magia Desastrosa
Administração, Diplomacia, Liderança ou Comércio 15+), $20×total de todas as rolagens
de magias
Comerciante Rico* (Comércio 15+, Trato Social 13+), $50×Perícia Comércio Comércio-4 -2i/-7i
Parente da Realeza (Herdado, Status 2+), $800 IQ ou Trato Social -2i/Intriga
Sultão/Rei* (Herdado ou por conquista; Status 6+, Quaisquer três entre Administração, Melhor PR-4 -1i/Intriga
Conhecimento do Terreno do reino, Diplomacia, Política, Trato Social ou Estratégia em
12+), $15.000
Vizir (Status 4+, Administração 16+, Caligrafia 12+, Política 14+, Trato Social 14+ e Pior de Administração-2, -2i/Intriga
Detecção de Mentiras ou Diplomacia 14+), $8.000 Política-2 ou Trato Social-3
Legenda da Tabela de experiência necessário para equilibrar o personagem – quando o
PR = Pré-requisito; PE = Perde o Trabalho; aleijado = sofre a trabalho é encontrado (e removido da mesma forma quando é
perda de mão ou similar como punição (o mestre pode jogar qualquer deixado).
fuga tentada, mas o personagem estará fugindo); Int = Intriga; “d” = Uma Magia Desastrosa pode ser uma falha crítica da magia em
dado do dano sofrido (o Mestre pode jogar isso como uma aventura); uma das magias favoritas do personagem ou um encontro hostil com
“i” = renda mensal perdida. um djinni que leva a uma aventura perigosa. O Mestre deve garantir
* Trabalho freelance que seja sempre muito perigoso e caro.
** +1 para testar uma desvantagem física visível (membros Uma Intriga significa que o personagem foi pego, de forma
ausentes, etc.). vantajosa, em alguma parte desagradável da política da corte. O
*** Adicione 50% ao pagamento, mas -2 no Teste Bem-sucedido resultado pode ser a perda de posição e status, ter que sobreviver a
em tempos de guerra. uma tentativa de assassinato ou uma aventura muito complicada.
Para discussões sobre “sacerdotes” muçulmanos (imãs e
Observações muezzins), veja Tipos de Personagens e Clericato. Padres e místicos
Esta tabela assume o cenário das Noites da A rábia; outras religiosos em ambientes pré-islâmicos teriam perícias e posições
campanhas podem precisar de algumas adaptações. Não inclui sociais semelhantes a essas.
trabalho “escravo”, como o guarda da corte; isso é algo com o qual Um Vendedor de Amuletos é um tipo de mágico menor que faz e
um personagem deve começar (e não pode mais sair), se PJs escravos vende proteções contra maldições. Este trabalho está disponível em
forem permitidos. jogos sem magia; simplesmente substitua o requisito da magia por
Muitos empregos na “Corte” e outros que envolvam emprego de Psicologia 13+.
nobres ou ricos costumavam (por capricho do Mestre) proporcionar Um frade cristão é um andarilho com Voto de pobreza, recebendo
alojamento e alimentação confortáveis, mas com o salário reduzido esmolas e apoio da comunidade cristã local. Como tal, ele terá
de acordo. O excedente líquido de renda é o mesmo, e a vantagem de despesas normais de moradia 1/8 (mínimo de $25 por mês).
não precisar procurar alojamento é equilibrada pelo fato de não ter Um Garoto ou uma Garota de Recados faz qualquer trabalho
escolha em moradia. estranho disponível em uma cidade. Um ou outro sexo pode ir a
Nos casos em que um trabalho exija um Patrono, Dever ou lugares que são barrados ao outro.
Poderes Legais “apropriados”, o Mestre deve ser o juiz do que for Um Fellah é um camponês. Cada vila provavelmente também terá
apropriado. Em geral, os dois primeiros devem ter “testes de uma família de camponeses ricos, geralmente a do xeique da vila (um
aparição” de pelo menos 12. Opcionalmente, esses podem ser chefe designado pelo estado).
adicionados à ficha de personagem – com qualquer gasto de pontos

– 63 – Personagens
 Um Engenheiro de Irrigação planeja e supervisiona a construção e
manutenção do suprimento de água para cidades e áreas agrícolas.
Alguns desses esquemas podem ser bastante sofisticados –
especialmente na Pérsia e nos arredores, onde as cidades podem
depender do sistema qanat de canais de água subterrâneos.
Um “’Amir Territorial” é um oficial militar que recebe o uso de
uma propriedade para se sustentar e a uma unidade de tropas. Essa
tabela resume que o oficial vive em tempos de paz, gerenciando a
concessão de terras e ocasionalmente treinando tropas ou auxiliando
em ações policiais; o serviço de guerra é muito diferente e geralmente
deve ser descartado. Supõe-se também que o espólio gere o suficiente
para pagar a unidade, antes que o oficial retire a receita listada. (São
$200 na Hierarquia 1, mais $500 para cada nível adicional nível da
Hierarquia – por exemplo, $1.700 na Hierarquia 4.)
Os Guardas Legais servem um cadi, buscando testemunhas e
suspeitos e guardando prisioneiros. Eles podem ganhar dinheiro extra
com subornos e extorsões, se o cadi não for rigoroso; o Mestre pode
resolver esses incidentes ou aplicar as regras para trabalhos freelancers.
Os mágicos ganham dinheiro dando conselhos e lançando magias
simples por um pagamento (ou por meios mais estranhos).
Presume-se que os mercenários trabalhem em corpos
organizados, sob capitães que lidam com as questões de pagamento.
Aqueles que não conseguem encontrar uma unidade para ingressar
podem trabalhar como espadas contratadas.
Um Chefe dos Correios é um funcionário local que garante que o
serviço de mensageiro real funcione sem problemas, com mudanças
de montaria e lugares de descanso seguros disponíveis. Ele também é
obrigado a apresentar relatórios regulares sobre eventos locais e
problemas com a corte. Como essa função de “espionagem” não é
particularmente secreta, o trabalho pode se tornar interessante (e
perigoso) se os residentes no “caminho” do Chefe dos Correios
começarem a planejar uma revolta.
Carpideiras profissionais são contratadas por dia para adicionar
Nomes
Diferentes povos nesse cenário têm sistemas diferentes de
nomeação, mas o sistema árabe era amplo e típico. Os não-árabes
podem muito bem passar sob nomes “arabizados” na sociedade
muçulmana, e as Mil e Uma Noites oferecem personagens de todo o
mundo com nomes em estilo árabe.
O nome de um indivíduo pode ter até cinco elementos, alguns dos
quais podem consistir em várias palavras. Felizmente, o sistema é
bastante fácil de entender e, de qualquer forma, poucas pessoas se
incomodam com os cinco. O principal objetivo de tudo isso é “colocar”
uma pessoa na história e na sociedade. As partes são:
1. O nome “apropriado”, provavelmente dado pelos pais, que é
“apenas um nome” (“Muhammad”, “Hisham”), ou talvez um termo
tradicionalmente usado para isso (“Abd-Allah”), que significa “Servo
de Deus”). Como o nome pessoal ocidental (“João” ou “Maria”), isso
é familiar e informal.
2. O nome “pai”, geralmente dado aos homens após o nascimento
do primeiro filho: “Abu-Firas”, significa “Pai de Firas”. As mulheres
recebem o nome de “mãe” Umm (por exemplo, Umm Amri, mãe de
Amru).
3. A genealogia, ou nome da família, “ibn-” significa “filho de”
ou “bint-” significa “filha de”. Isso é frequentemente usado como um
nome pessoal mais formal (como o sobrenome ocidental). Ele pode
literalmente dizer quem era o pai; nesse caso, pode ser uma boa ideia
dar o avô, o bisavô e assim por diante, ou pode se tornar muito
parecido com um sobrenome “-son” ou “Mac-” europeu . “Ibn-Muqla
ibn-Omar” seria filho de Muqla e neto de Omar – a menos que “ibn-
Omar” tivesse se tornado apenas um nome de família, talvez porque o
Omar original fosse um grande homem. Neste último caso, a família
seria chamada de “Beni Omar” – “beni” (“filhos de”) sendo o plural
de “ibn”. (Os judeus eram chamados educadamente de “Beni Israel”.)
Personagens – 64 –
números à multidão em grandes funerais. Isso ajuda a família do
falecido a se sentir importante e geralmente fica bem no que
geralmente é uma grande ocasião social.
Os Trabalhadores no Qanat são trabalhadores qualificados que
constroem e mantêm grandes sistemas de túneis que canalizam a água
das nascentes das terras altas até as cidades do deserto. Este trabalho
pode estar disponível apenas em cidades da Pérsia ou nas
proximidades; em outras partes do Oriente Médio, diques e canais de
superfície mais simples são usados para irrigação, e podem ser
escavados por escravos ou camponeses recrutados.
Presume-se que os estudiosos sejam apoiados por algum patrono
rico e possam ter alguns deveres leves associados (ensinar os filhos
do patrono, conversar em grupos). Aqueles que constroem uma
reputação acadêmica podem se tornar professores, apoiados pelas
taxas de seus alunos.
Os professores ensinam alfabetização básica e afins às crianças
dos mais abastados ou aos jovens escravos que, portanto, aumentam
em valor. Um xeique Sufi é um dervixe líder (portanto, tem despesas
normais de vida em 1/8), um estudioso sábio que atrai seguidores por
sua reputação como professor.
Um Tributário Rural é um empresário que possui uma licença do
governo para cobrar impostos em uma área específica, em troca de
uma comissão percentual. Os métodos utilizados são de
responsabilidade da pessoa, dentro de limites bastante amplos; o
principal requisito é conseguir o dinheiro. Os tributários rurais são
encontrados em várias culturas. Eles raramente são populares, mas
podem gerar renda sólida. A licença inicial pode, a critério do Mestre,
custar dinheiro, formalmente ou na forma de suborno a funcionários.
4. O nome “relativo” ou “adjetivo”, que diz de que cidade, tribo
ou outro contexto de origem. Por exemplo, ‘al-Baghdadi” descreveria
alguém de Bagdá.
5. Um apelido ou honra, marcado em você por seus amigos ou
concedido por uma governante. Isso pode ser qualquer coisa, de
“Rulcn-ad-Dawla” (“Apoio do Estado”) a “al-Jahiz” (“Olhos
Esbugalhados”). Pode muito bem ser um cargo; dois poetas famosos
tinham nomes de “emprego”. (Omar Khayyam, que provavelmente
era filho de um fabricante de tendas – Khayyam – e Farid ud-Din
Attar, que ganhava a vida como A ttar, vendedor de perfumes e
medicamentos.) Isso poderia ser uma honra, mas ainda assim teria
que ser usado informalmente – muito como um apelido. (Homens
corteses às vezes chamam ou se referem a suas esposas ou filhas “Sits
al-Husn” (Senhora da Beleza).
Um muçulmano que esteve em Meca também pode adicionar o
título de honra Hajji ao seu nome.
Nomes Típicos
Uma olhada em qualquer livro que cobre esta área deve exibir
muitos nomes e títulos que podem ser emprestados para os
personagens do jogo. Observe que é perfeitamente respeitável chamar
uma criança de “Maomé’, depois do profeta. Alguns nomes foram
extraídos do Antigo Testamento, diretamente ou através do Corão;
estes receberiam uma pronúncia árabe, de modo que “Davi” se tornou
“Daud” e “Salomão” se tornou “Suleyman”. (Observe que muitos
desses nomes, especialmente os nomes dos profetas bíblicos, também
são adequados para personagens judeus, embora a pronúncia possa
ser diferente.)
Nomes masculinos adequados incluem ‘Abbas, Abd (servo),
Abdullah (servo de Deus), Abdul, Adnan (Adão), Ahmad, Ahmed,
‘Ali, Amin, Arshad, Ayyub, Daniel, Daud (amado), Davi (hebraico,
DAH-veed), Dawud, Fadhl, Fakhr, Fareed (ou Farid), Farrukh, Firas,
Habar, Harith, Haroun (o exaltado), Hassan (ou Hasan) (Belo),
Hisham, Humayd, Ibrahim, Idris, Isa (Deus é salvação), Ishaq
(risonho), Ismael (Deus ouve), Ismall, Jabal, Ja'ar, Jalal, Karim,
Khalid, Khalil (o amigo), Khasim, Mahmud, Malik, Manua, Mansur,
Masrur, Muhammad (louvável), Mukbil, Muqla, Musa, Mustafa (o
Escolhido), Nizam, Omar, Oth-man, Rashid, Salem, Sali'a, Selim,
Shadar, Shaddad, Silat, Sindbad, Suleyrnan (o Inocente), ‘Umar,
Preços de Equipamentos e Despesas Pessoais
A maioria dos equipamentos de “Fantasia/Medieval” padrão está
disponível em uma campanha de Noites da Arábia, pelos preços
listados na pág. MB 212. A exceção é qualquer tipo de vagão, o que
seria raro, precisando ser especialmente construído (a um custo mais
alto); transporte a granel é por camelo.
Nas regiões desérticas, os itens de madeira podem custar um
pouco mais, mas geralmente as sociedades árabes têm pouco
problema com isso (embora florestas como as de cedro do Líbano
tenham importância estratégica e econômica). Varas de lança eram
frequentemente de bambu. Opcionalmente, os Mestres podem
adicionar 10% ou mais aos preços de grandes objetos de madeira, ou
mais no “deserto profundo”.
Alguns itens têm variações locais. Por exemplo, “Básico Pessoal
para Viagens” não incluiria uma colher ou um garfo; os árabes (em
sua cultura doméstica) geralmente comem com as mãos. No entanto,
em parte por causa disso, o “Básico” incluiria mais o kit de higiene
pessoal do que na Europa medieval. Uma bacia e um jarro (jarro de
água), e um gugglet (um jarro de boca larga feito de barro, que esfria
o conteúdo por “suar”) farão parte do kit de viagem no Oriente.
Roupas
As roupas tradicionais do Oriente Médio são soltas e envolventes,
para proteger contra queimaduras solares e para evitar a perda de
umidade por evaporação. O design básico sobreviveu desde os
primeiros tempos até os dias modernos, embora os estilos ocidentais
estejam se espalhando.
O traje padrão para os homens é um turbante – um pedaço de
pano enrolado em um chapéu. Qualquer homem – certamente árabe
ou muçulmano – seria considerado despido sem algo cobrindo a
cabeça, e o turbante costuma ser considerado a marca de um
muçulmano. Adicione a isso um envoltório da cintura, uma camisa de
mangas largas (cujas mangas podem servir como bolsos), calças
largas (um hábito adquirido pelos persas), sobretudo (“djibbah”),
meias e sandálias de cadarço. Lenços são frequentemente
transportados. O ‘djellaba”, um manto largo e com capuz, é um
desenvolvimento posterior e é principalmente para uso ao ar livre.
Homens importantes (cadis e cortesãos) vestiam-se com mais
ornamentos, com um chapéu mais alto sob o turbante, camisa com
botões, casaco justo e botas grandes (grandes o suficiente para enfiar
uma adaga); governantes e vizires costumavam adicionar cinto e
espada decorados. Na maioria das épocas, esperava-se que as
autoridades permanecessem elegantemente vestidas o tempo todo
(em preto, na cor dinástica, sob os abássidas), e poderiam até ser
espancado por violar as regras do vestuário; espera-se também que os
plebeus que visitam a corte se vistam com inteligência. (Os leitores
modernos devem entender o espírito de tudo isso.) Também eram
conhecidas roupas especiais para festas e roupas leves para a prática
de esportes.
As mulheres usavam roupas semelhantes às dos homens, mas
substituíam o turbante por uma túnica para a cabeça (um “kaffiyeh”,
semelhante ao item às vezes usado por homens beduínos no lugar de
um turbante) e (geralmente) por um véu em público. As senhoras
omanenses usam uma máscara rígida e parecida com um bico.
Aqueles que pudessem pagar teriam suas roupas altamente decoradas,
com as mais ricas com pedras preciosas costuradas; moedas pequenas
servem para os moderadamente ricos. O chador, um vestido de véu
– 65 –
Yahya, Yussuf (pode ser adicionado), Zayn.
Nomes femininos incluem ‘Abla, Aisha, Amina, Anushin-rawan
(Persa; Doce de Alma), Atika, Badra, Banuqa, Fátima, Hania, Hind,
Irene (Shirin Persa) (a doce), Kurrat al-Ayn (frescor) [deleite] dos
olhos), Layla, Maryam, Rashaa (uma jovem corça começando a
andar), Robab, Salina, Shafika, Shakla, Shams al-Nahar (Sol do Dia),
Shamsah, Sorayah, Sukaina, Temadhur, Umamah, Zabiyah (uma
corça), Zinaida e Zubaida.
da cabeça aos pés e todo envolvente, é uma ideia antiga, mas seu uso
é em grande parte um desenvolvimento moderno (iraniano). Embora
seja considerado admiravelmente modesto, também é altamente
impraticável para qualquer tipo de atividade rápida, e muitas
mulheres evitam, mesmo que estejam disponíveis. (Para fins de jogo,
um chador dá -3 a DX e reduz pela metade a velocidade máxima de
corrida.) Ao contrário da fantasia ocidental, mesmo dentro do harém,
o vestido feminino seria modesto e envolvente.
Os soldados geralmente usavam roupas mais curtas e mais justas
do que os civis, ou pelo menos dobram as sobras para cima ou atrás
dos cintos, para evitar se envolverem na ação, mas os uniformes nem
sempre eram usados, mesmo pelas unidades de guarda. Um capacete
costuma ser um pano de turbante enrolado (adicione metade do custo
de um turbante ao preço do capacete ou gaste alguns minutos
trocando o pano de turbante para capacete ao trocar de roupa “civil”).
Os não-muçulmanos podem ser legalmente obrigados a usar estilos
ou cores distintas de vestuário.
Os membros das tribos beduínas tradicionalmente vestem roupas
brancas e frias quando sob o sol do deserto, passando para preto – o
que irradia calor de maneira eficiente, especialmente quando
combinado com um espaço aéreo, como o que está dentro de uma
roupa folgada – quando em oásis bem sombreados. Pessoas com
dinheiro para gastar, no entanto, optariam por cores brilhantes, listras
e outras ornamentações. Para alguns eventos religiosos importantes,
como as cerimônias do hajj, um muçulmano veste túnicas brancas
como sinal de pureza.
A maioria das roupas seria de lã, algodão ou brocado, com seda
para itens de luxo; peças muito caras teriam ornamentos complicados,
geralmente com escrita árabe. Muçulmanos sábios e modestos
criticam pessoas extravagantes por gastar quantias ridículas em
roupas; o Corão adverte contra vestes vaidosas e ornamentadas,
incluindo roupas até o chão para homens. No entanto, governantes e
homens ricos costumavam dar roupas caras para mostrar honra a
seguidores ou amigos; essas “vestes de honra” são um símbolo
clássico do favor real. Por outro lado, alguns sufis ostentavam
deliberadamente todos os remendos em suas vestes de lã.
Ambos os sexos podem usar roupas forradas de peles no inverno.
No entanto, a pele é muito cara, o triplo do preço das roupas comuns
ou até muito mais. Homens da tribo do norte da África – berberes e
mouros – em serviço muçulmano nos primeiros tempos usavam
simplesmente uma tanga ou uma saia e talvez um turbante – pelo
menos em batalha. No entanto, eles logo adotaram um estilo árabe de
traje; os tuaregues do deserto do sul há muito são conhecidos por seus
mantos e toucados excepcionalmente abrangentes. Os guerreiros
nômades das estepes e os mamelucos egípcios usavam sobretudo
revestimentos e cintos decorados com ornamentos e vários tipos de
chapelaria.
Preços Típicos
Trapos (para um mendigo muito pobre): $2.
Manto de lã de Dervixe (muito remendado!): $5.
Turbante e chapéu masculino: $2 puídos, $5 normais, $18+
ornamentados e $2.000 com joias.
Véu feminino: $2 de baixa qualidade, $5 simples, $20+
ornamentado, $2.000 enfeitados com joias.
Personagens
 Envoltório da cintura: $2 de tecido áspero, $5 simples, $20+
ornamentado.
Camisa: $2 puída, $15 simples, $30 elegante, $75 na moda, $150
ornamentada, $3.000 com ouro e seda.
Calças e cinto: $2 irregulares, $10 simples, $50 na moda, $100
ornamentada, $450 com ouro e seda.
Sobretudo: $2 de baixa qualidade, $5 simples, $100 na moda,
$400 ornamentado, $2.000 com ouro e seda.
Djellaba (se disponível – substitui o sobretudo e touca no clima
frio): $25 simples, $100 bom, $150 na moda.
Chador (se disponível – substitui a touca e o sobretudo; -3 DX,
metade da velocidade máxima de corrida): $5 de baixa qualidade,
$12 simples, $100 boa, $3.000 com ouro e seda.
Meias e roupas íntimas têm custo e peso nominais.
Observe que o traje padrão a esses preços corresponde ao GURPS
Módulo Básico definidos para roupas de classe baixa e média; $10
(por qualidade “puída” ou “ruim”) e $40 (para “boa”), com itens
caros que custam muito mais. O peso total para qualquer conjunto de
“roupa comum” seria normalmente 0,5 kg; roupas “ornamentadas”
são fortemente bordadas, conjuntos completos dos mais caros pesam
o dobro ou triplo.
Capa de viagem acolchoada (RD 1, 1 kg): Esta é basicamente um
cobertor, enrolado no corpo – altamente recomendável quando se
dorme no deserto. Não pode ser mantido enquanto estiver envolvido
em atividades extenuantes como combate, mas pode, por exemplo,
proteger o tronco, os braços e pernas no caso de um ataque surpresa
enquanto o usuário estiver andando. $50 simples, $100 boa, $1.000
ornamentada.
Sandálias leves (peso desprezível: bom para correr pelas ruas
secas da cidade, mas não são robustas.) $1.
Sandálias comuns (0,5 kg): $4 simples, $100 com joias.
Botas (DP 2, RD 2, nas áreas 15-16, 1,5 kg): $80 simples, $500
forrada de pele.
Sandálias são calçados totalmente adequados para a maioria das
condições encontradas no Oriente Médio. Por serem mais leves que
Comida e Bebida
os sapatos de estilo europeu, são mais baratas, mas não oferecem Consulte a pág. 18 para detalhes da culinária do Oriente Médio.
proteção e costumam sair com frequência. Os viajantes que esperam Os muito pobres, comem pão de arroz, tâmaras e peixe salgado
condições mais difíceis devem investir em botas. pequeno, poderia viver muito mais barato que os ricos, com seus pães
finos de trigo, carne e doces elegantes; a escolha da dieta seria uma
Vestes de honra (RD 1 pelo volume, 1,5 kg): $450, $1500 ou das mais óbvias marcas do status de um personagem e, portanto, é
$4500 de acordo com o grau de honra. incorporado no custo de vida.
Alguns preços típicos do período abássida:
Penteados, Barbeiros e Banhos
Vegetais: $1/kg.
Os homens árabes costumam usar cabelos compridos, com barbas
cheias e arrumadas; no entanto, alguns dervixes fazem a barba – Tâmaras: $0,08/kg.
outro aspecto de suas maneiras ascéticas e distintas. Açúcar: $4/kg.
As mulheres também usam cabelos compridos; aquelas que Frango: $1.
buscam atrativos em vez da praticidade os mantêm por muito tempo. Carne de carneiro: $2/kg.
Mulheres em melhor situação podem engrossar seus cabelos, tecendo Ovinos gordos: $150.
fios de seda preta neles; elas também podem usá-los em longas
Pêssegos: 200 por $1 na temporada, 6 por $1 fora da temporada.
tranças, com as pontas embelezadas com miçangas ou moedas
pequenas (tornando o cabelo comprido mais manejável). Refeição barata em restaurante: $2.
Nômades das estepes e mamelucos egípcios (e europeus) cortam Refeição de restaurante de luxo: $10.
o cabelo e usam a barba em estilos bizarros; alguns nômades bárbaros Soberbo doce de luxo: $70.
podem deliberadamente cicatrizar seus rostos. Turcos frequentemente Banquete de línguas de peixes: $1.000.
raspam a cabeça e têm bigodes, mas não barbas.
A maioria das pessoas aparava o cabelo, junto com muitos outros Acomodações
cuidados e tratamentos médicos menores, nas casas públicas de Os custos normais de moradia são incorporados ao custo de vida
banho. Casas de banho são uma parte essencial do estilo de vida das para cada status; isso inclui aluguel de casas sem mobília ou pousada
“Noites da Arábia”. Todos, exceto os mais pobres, as usavam; os onde necessário, e compras ocasionais de tapetes, almofadas, baús,
ricos teriam instalações privadas em casa, enquanto outros usariam o etc. necessários para mobília. Os aluguéis são geralmente por pessoa,
arranjamentos públicos. Um barbeiro pode ser chamado para uma mesmo para uma casa inteira; convidados que ficam mais de três dias
casa particular para preparar um homem que estava ansioso por uma aumentam o custo. A seguir, é apresentado um detalhamento parcial
noite especial. O custo de tais tratamentos seria de alguns cobres, ou de despesas plausíveis, para quem deseja ou precisa de mais detalhes:
alguns dirhams para o banho mais completo, corte de cabelo, Aluguel de uma cabana (provavelmente fora das muralhas da
massagem e perfumação; isso está incluído nas despesas de custo de cidade): $5/mês, por pessoa.
vida. Pessoas ricas gastam mais, não necessariamente porque fazem
Aluguel de uma casa pequena: $20 a $40/mês, por pessoa.
mais, mas porque eles tomam banho com mais frequência; eles
perdem status efetivo se não. Esta é uma cultura exigente. Aluguel de uma casa grande: $100 a $1.000/mês, por pessoa.

Personagens – 66 –
 Aluguel de uma loja (bairro do bazar, vendendo apenas o espaço):
cerca de $50/mês.
Quarto na pousada: $1/dia por pessoa (inclui cavalariças para um
cavalo).
Tendas: veja pág. MB 212. As tendas nômades provavelmente
serão bem-feitas, mas muito leves para os invernos europeus.
Almofada: $5 simples, $10+ ornamentadas.
Tapete pequeno. $40 simples, $100 de seda.
Tapete médio: $100 simples, $300 em seda.
Tapete grande: $200 simples, $700 em seda.
Baú pequeno de madeira (pode guardar algumas mudas de roupa
ou 25 kg de alimentos): $50.
Baú grande de madeira (pode conter um guarda-roupa razoável,
uma armadura completa ou 75 kg de equipamentos diversos): $100.
Mobiliário de uma sala típica (tapetes, tapeçarias, almofadas e
baús): $500 simples, $2.000 de luxo.
Itens Diversos
Garrafa de Cobre (capacidade em torno de 5 kg, peso de
aproximadamente 5 kg, Ornamentada, selada com chumbo, como às
vezes usada para prender djinn): $150.
Flauta: Simples $5, boa $15, qualidade profissional $50; 0,5 kg.
Pandeiro: $15, 1 kg.
Tambor de mão: $10, 2,5 kg.
Timbale: $100, 7,5 kg; geralmente transportado em pares na
frente da sela por bateristas de cavalaria.
Alaúde: Ruim $10, utilizável $50, bom $150; 5 kg.
Materiais de escrita: Nos primeiros tempos, o material padrão
para manuscritos era o papiro, laboriosamente feito de junco; isso era
muito caro – digamos $150 o suficiente para armazenar um capítulo
de um livro moderno. Diz a lenda que os árabes aprenderam a arte de
fazer papel com um prisioneiro de guerra chinês em 751 d.C.; depois
dessa propagação, o papel pode ser comprado por alguns dirhams por
rolo. Papel ou papiro podem ser reutilizados – raspados, lavados ou
esfregados ou escritos em diferentes direções (para que “papel usado”
tenha algum valor). Boas penas para canetas podem custar um dirham
cada; a tinta pode custar $10 por garrafa.
Livros: Antes da invenção da impressão, os livros manuscritos
Lista de Armas
Praticamente todas as formas de armas foram usadas em algum
momento do Oriente Médio, mas algumas são mais apropriadas para
um jogo das Noites da A rábia do que outras.
Um clichê em cenários “árabes” é a cimitarra curvada, mas isso
foi, de fato, introduzido por povos das estepes não árabes a partir do
século XI em diante (como um “sabre de cavalaria” clássico) e era
realmente mais uma arma turca; a antiga espada árabe era longa, reta
e pontiaguda. A cimitarra de fantasia arquetípica pode ser tratada
como mais ou menos qualquer tipo de espada, mas geralmente é uma
espada larga ou uma espada bastarda.
Machado/Maça: Machadinhas e machados eram frequentemente
carregados como uma arma reserva barata. As maças eram usadas pela
cavalaria pesada, especialmente os ghulams, em parte como uma
marca de hierarquia, e podiam ser bastante ornamentadas; os heróis
persas gostavam muito delas. As maças eram frequentemente lançadas
em combate (use a perícia Arremesso de Machado).
Espada de Lâmina Larga: A arma manual padrão do cenário.
Esgrima: Se essa for usada para simular golpes ao estilo capa e
espada de Hollywood, use o Sabre (como uma “Cimitarra Leve”).
Mangual: Esse estilo de arma era raro no Oriente Médio em
todas as épocas, embora alguns cruzados os manejassem.
Lança de Justa: Embora muitos cavaleiros do Oriente Médio
empunhassem lanças longas (veja abaixo), a verdadeira lança
acoplada, usada no ataque, era muito mais rara – mesmo após a
introdução da sela e estribos. A devastadora investida de cavaleiros
foi uma das grandes vantagens dos francos, e os Mestres devem
limitar a perícia de personagens francos, ou aqueles com um
– 65 –
eram itens valiosos; o preço dependeria do tamanho, da raridade do
texto e a qualidade da caligrafia envolvida. Para algo interessante
sobre o papiro, calcule pelo menos $500 e, muitas vezes, muito mais.
Uma vez que o papel está amplamente disponível, os custos
diminuem; uma fonte menciona um interessante trabalho de filosofia
que custa cerca de $4, mas $50 normalmente seria um trabalho
mínimo. O Corão do palácio de um sultão, escrito em pergaminho
por mestres da caligrafia, usando tintas raras, maravilhosamente
iluminadas e polvilhadas com folhas de ouro, é uma obra de arte
literalmente inestimável. Nas terras árabes, apenas o Corão já recebeu
a iluminação mais complexa e elegante; na Pérsia, iluminação fina
também foi aplicada a textos seculares. Os livros também seriam
pesados e volumosos; 0,5 kg no mínimo a mais para trabalhos
grandes ou ornamentados.
A impressão (além de um pequeno trabalho simples em bloco de
madeira) chegou tarde ao mundo muçulmano. No início dos anos
1400, quando o tipo móvel moderno foi inventado na Europa, o Islã
havia entrado em rigidez cultural. Como resultado, além das
máquinas usadas pelos grupos missionários cristãos, quase não havia
impressoras árabes até o século XIX. De qualquer forma, o árabe,
com seus caracteres em fluxo e sistema complexo de marcas acima e
abaixo da linha, é difícil de imprimir; o tipo móvel mostrou-se muito
menos eficaz do que a técnica de impressão de páginas inteiras por
litografia, que não foi inventada até 1796.
Os escravos variavam enormemente de preço, de algumas
centenas de dirhams a milhares, para um indivíduo bem treinado e
atraente. (Dizem que as escravas bonitas e cultas da corte do califado
custam 10.000 dirhams cada.) Após uma vitória militar, o grande
número de prisioneiros poderia baixar muito os preços. Nas Noites da
Arábia, um escravo de oito anos, com um pequeno defeito, é vendido
por “moderados” 800 dirhams. Um escravo custa pelo menos 50
dirhams por mês para manter – e o proprietário tem a obrigação,
segundo a lei muçulmana, de garantir o bem-estar do escravo.
Se a campanha incluir o astrolábio, seu custo deve ser de pelo
menos $250. Uma pessoa com perícias de astrolábio, Navegação e
Astronomia pode determinar a posição em terra com alguma
precisão. Isso requer dez minutos e uma rolagem contra a menor das
duas perícias. Astrolábios variam em tamanho, mas o peso típico
seria de 2,5 a 5 kg.
Consulte a pág. 93 para preços de animais domésticos.
Antecedente Incomum (“Treinado como cavaleiro franco”) de 15
pontos ou mais.
Arma de Haste: Essa é outra classe de armas que nunca pegou
muito, talvez porque as batalhas raramente eram simples disputas
campais entre inimigos fortemente armados. Até os europeus só
levavam alabardas ou bisarma após o tempo das cruzadas.
Espada Curta: As espadas menores eram carregadas
principalmente como armas de infantaria; elas também podem ser
usadas por comerciantes e nobres que preferem não se sobrecarregar.
Lança: Tanto o dardo quanto a lança “padrão” eram armas
muito populares; eram baratas e versáteis, e um grupo de tropas que
as carregava com qualquer determinação era uma visão preocupante.
Algumas tropas usam lanças muito mais longas, representadas na
tabela pela lança longa (2,5-3,5m) e os Kontos (cerca de 3,5m). Este
último é fisicamente idêntico a muitas lanças de cavaleiros, mas
usadas de maneira diferente. Ambas são pesadas demais para se
desviar. Lanças eram usadas principalmente para esfaquear, mas um
arremesso repentino poderia pegar um oponente desprevenido. Os
arremessadores de lança nunca foram usados no Oriente Médio.
Observe que essas duas armas são eficazes apenas em alcances
mais longos. Se um oponente se aproximar do usuário, ele deve soltar
a lança e puxar uma espada, ou recuar. Os soldados de infantaria que
usam armas desse tipo – como infantaria pesada bizantina ou os
hoplitas gregos – lutaram em formações apertadas com boa
penetração; as fileiras de trás protegiam os homens da frente dos
ataques de perto, esfaqueando por eles. Unidades estacionárias
poderiam aterrar as pontas da lança e segurar as armas com uma
Personagens

mão para resistir ao ataque dos inimigos, enquanto ainda aproveitavam
ao máximo seus escudos. Tais formações de massa podem ser
formidáveis; a cobertura de pontas de lança impediria todos, exceto os
agressores suicidas. No entanto, se a formação fosse interrompida por
baixas pesadas, terreno acidentado ou pânico, os homens nela teriam
que lutar como indivíduos, provavelmente com espadas.
Machado/Maça de Duas Mãos: Dessas, a única arma realmente
apropriada nesse cenário é o Machado Grande. Era uma arma nórdica
favorável, especialmente da “Guarda Varangiana” nórdica/inglesa
empregada por imperadores bizantinos. O único outro grupo que
usava essa arma, por incrível que pareça, parece ter sido uma pequena
unidade de guardas mamelucos que escoltaram o sultão do Egito.
Alguns cruzados também podem ter optado por armas muito pesadas.
Espada de Duas Mãos: A Montante é uma arma rara, exceto
entre alguns europeus do final do período – e os enormes guardas de
harém da fantasia. No entanto, algumas lâminas podem ter sido
grandes o suficiente para serem consideradas espadas bastardas.
Zarabatana: Usada pelos árabes na caça, mas não na guerra.
Arco: Uma arma popular. Soldados da infantaria empregavam
arcos “regulares”, enquanto a cavalaria bem equipada fazia uso de
tipos compostos. No entanto, as cavalarias árabes e francas
consideravam o arco covarde e indigno e atrapalhavam as lanças e
espadas. O fogo maciço de arqueiros turcos preocupava os cruzados e
podia matar cavalos em grande número, mas fileiras leves disparadas
a longas distâncias geralmente não conseguiam penetrar na armadura.
Besta: Era conhecida no Oriente Médio desde os primeiros
tempos e usada pelas forças bizantinas muito antigas, bem como
pelos homens das montanhas Daylami. Os muçulmanos na era
abássida também usavam uma besta para caça e possivelmente guerra
(tratar como uma “Besta de Bala”, pág. MB 207). No entanto, a arma
parece ter saído de uso algum tempo antes das Cruzadas, quando o
poder de fogo das bestas europeias impressionou os muçulmanos.
Eles, por sua vez, adotaram a ideia, mas substituíram o arco simples
do desenho franco por um de seu próprio padrão composto, criando
uma arma superior que, por sua vez, impressionou os francos. Assim,
reis europeus como João da Inglaterra e Luís IX da França
contrataram fabricantes de bestas “sarracenas”. Trate a besta
composta exatamente como qualquer outra besta no GURPS, mas
com as melhores estatísticas listadas.
Laço: Consulte pág. 57.
Funda: A funda e o estilingue eram usados juntos com o arco no
Oriente Médio desde os tempos antigos; as tribos geralmente
parecem ter favorecido o arco ou a funda, mas não as duas. No
entanto, o arco acabou vencendo como mais eficaz. No entanto, os
servos bizantinos do exército receberam fundas para torná-los úteis
na batalha, e sem dúvida muitos pastores e garotos de fazenda
aprenderam a perícia.
Broquel e Escudo: Escudos remontam à história registrada,
embora a cavalaria não os tenha levado até algum tempo depois de
Alexandre, o Grande. Escudos grandes foram deixados
principalmente para infantaria.
(Observação: Muito poucas histórias incluem armas exóticas
“únicas”, como um dispositivo de corrente e gancho para
desestimular inimigos blindados. Mestres que procuram ideias nessa
direção podem começar com o GURPS Artes Marciais.)

Armas Corpo a Corpo

Arma Tipo Dano Alcance Custo Peso ST Min. Observações Especiais
Lança (DX-5 ou Bastão-2)
Kontos per GDP+4 2, 3* $90 3 kg 12 Usada com 2 mãos; não pode aparar.
Lança Longa per GDP+2 2, 3* $60 2,5 kg 10 Usada com 1 mão; não pode aparar. Ruim no arremesso; -2 na perícia.
GDP+3 2, 3* Mesma lança usada com 2 mãos.

* Deve ser preparada por um turno para mudar de aderência longa para curta ou vice-versa.

Armas de Projéteis
Arma Tipo Amount SS Prec. 1/2 D Max. Custo* Peso ST Min. Observações Especiais
Besta (DX-4) Veja as regras na pág. MB 114. 2 mãos para atirar
Besta Composta per GDP+4 12 4 ST×25 ST×30 $950/$2 3,5kg 7 Dano máx. 3d+2
Arremesso (DX-3 ou Perícia Arremesso ) 2 mão para preparar/arremessar.
Firepot ** ** 16 0 – ST×1,9 *** 1,5kg – ***
Granada ** ** 14 0 – ST×2,5 *** 1kg – ***

Maça cont BAL+3 12 1 ST×0,5 ST $50 2,5kg 12

Maça Pequena cont BAL+2 11 1 ST ST×1,5 $35 1,5kg 11
Lança de Arremesso (DX-4 ou Arremesso de Lança-4)
Lança Longa per GDP+2 15 1 ST×0,5 ST $60 2,5kg 12 Todos os ataques com –2

* Custo: O número após a barra é o custo por tiro (flecha ou outro projétil)
** Consulte texto para detalhes do efeito
*** Consulte abaixo

Personagens – 68 –
Sifões de Fogo
Perícia predefinida como DX-6. Todas precisam de 2 mãos para serem operadas
Arma Área SS Prec. Tiros Peso Custo ST Min.
Zarabatana ST/3, 2 18 1 1 3kg $80 7
Bomba Manual ST-3, 3 20 1 3 7,5kg $300 12
Bomba Grande ST, 5 23 0 5 25kg $600 –
Observações: A maioria desses valores são para estas como para outros tipos de armas. “ Área” é um cone, começando na boca do sifão, que é tão
longo quanto o primeiro valor (em hexes) e o segundo valor amplo na base. “Tiros” é o número de usos que o atirador pode tirar do sifão antes de
precisar preenchê-lo novamente – um processo complicado, que requer vários minutos de batalha. “Custo” é para o sifão – o aparato mecânico; o
custo das recargas do líquido é apresentado abaixo.

Dano Incendiário Disparo Automático: Custa $100 por pote; 1 pote pode ser
espalhado sobre um hexágono. Queima por 30 segundos – dano
Pote Jato do Sifão básico.
Óleo Inflamável: 1d-1 1d Veja as páginas MB 129-130 para regras sobre danos causados
por incêndio.
Fogo Grego: 1d+1 2d+1
Um pote tem efeitos como um coquetel molotov (pág. MB 121), Custos dos Incendiários
mas o Óleo Flamejante queima por 15 segundos, o Fogo Grego por Os custos referem-se a um pote ou a uma recarga completa de
um minuto. Dano a alguém que passa por um hexágono em chamas líquido. Potes acionadas por motores de cerco podem ser maiores e
(com menos de um turno no fogo) é -2. O Óleo Flamejante pode ser cobrir com chamas áreas maiores e, como tal, são proporcionalmente
eliminado por grandes quantidades de água; o Fogo Grego exige mais caros.
areia, roupas pesadas, magia etc.
O dano causado por um jato de sifão é causado apenas no turno Arma Óleo Inflamável Fogo Grego
do ataque; no entanto, se roupas, armas, etc. pegarem fogo, elas
geralmente queimarão por dez segundos a alguns minutos. Pote $3 $10
Qualquer líquido inflamará pano seco, papel, etc., o Fogo Grego Zarabatana $20 $60
também incendeia couro e madeira. (É decisão do Mestre exatamente
o que “inflamará” e quais são as probabilidades na periferia.) Os Bomba de Mão $300 $1.000
incêndios iniciados pelo Fogo Grego causam apenas o dano base 1d-1 Bomba Grande $1.000 $3.000
habitual.

Armas de Pólvora
Perícia predefinida como DX-4. Armas requerem 2 mãos para serem usadas.
Arma Mauf Tipo Dano TR Prec. 1/2D Máx. Peso CdT ST Rco Custo
Midfa: Bala 13 cont 2d 23 1 30 200 6kg 1/150 13 -3 400/$2
Dardo 13 per 1d+2 23 1 20 120 6kg 1/150 13 -3 400/$3
(Consulte a pág. MB 208 para abreviações, além de “Mauf”, que substituir as do GURPS Módulo Básico.)
é definida na pág. 70. Ambas as opções acima são de tiro único; o Havia inúmeras receitas para incendiários militares no mundo
segundo valor na coluna Custo é o preço de um tiro.) antigo, mas elas podem ser simplificadas para fins de jogo em três:
Essas são armas de fogo experimentais de NT3/4, o preço reflete simples “Óleo Flamejante”, a mais eficiente “Fogo Grego” e
a natureza “única” do projeto. Suponha que este possua um
mecanismo simples de “bloqueio de canhão”. Pode disparar balas
grosseiras ou dardos de madeira com ponta de metal.

Lâminas Superiores
Os árabes acreditavam que as melhores lâminas eram importadas;
as armas indianas eram especialmente respeitadas, embora as espadas
iemenitas também fossem elogiadas. No entanto, os europeus não
distinguiram entre diferentes lâminas orientais; eles simplesmente
invejavam a soberba e bela “espada de Damasco”, uma lâmina de aço
de alto carbono, gravada para exibir a estrutura estampada e brilhante
no próprio metal. Em termos de jogo, todas as qualidades de lâminas
(consulte a barra lateral na pág. MB 74) estão disponíveis; as lâminas
de “Damasco” são boas ou melhores. Observe que uma lâmina
importada pode muito bem ser reutilizada e decorada para os gostos
locais pelos artesãos locais. Essas lâminas são difíceis de fabricar,
com uma alta taxa de falhas. Gravar uma espada para parecer uma
“espada de Damasco” é muito mais fácil; essas lâminas falsificadas
ainda teriam que ser boas ou melhores para serem vendidas como
verdadeiras.

Armas de “Fogo”
Incendiárias
(Observação: como os incendiários provavelmente são populares
nesse cenário, essas regras mais detalhadas são fornecidas aqui para

– 69 – Personagens
“Fogo Automático” para uso em truques “engatilhados”. Consulte a
pág. 24 para mais detalhes.
Três meios básicos de pulverização de líquidos em chamas
(“sifões de fogo”) são abordados aqui: zarabatanas, cheias de líquido,
com um fósforo aceso na frente – armas de um tiro; Bombas manuais
com êmbolo; e suas versões semi-portáteis. Sifões maiores podem ser
montados em navios ou talvez nas muralhas da cidade. Cada tipo gera
um fluxo ou cone de fogo nas dimensões indicadas, causando o dano
listado para qualquer pessoa apanhada nele. Faça um teste contra a
perícia com a arma; em caso de falha, o jato está fora do alvo ou não
pega fogo (opção do Mestre). Falhas críticas podem ter resultados
interessantes.
“Potes de Fogo” são grandes “bombas de petróleo” feitas de
argila. Use as regras na pág. MB 121, mas com danos conforme
listado aqui. O arremessador faz um teste para acertar, e a mistura se
espalha sobre o raio dado. Versões maiores dessas seriam lançadas a
partir de mecanismos de cerco. Novamente, uma falha crítica pode
ser espetacularmente infeliz.
Se o Fogo Automático for usado, faça um teste contra a perícia
Alquimia do fabricante quando ocorrer a condição de disparo para o
fogo se alastrar. Modificadores para circunstâncias (como um
“gatilho” fraco ou forte) ou mais ou menos material inflamável em
contato) dependem do Mestre. Acidentes durante o preparo são
sempre uma possibilidade.
Essas armas não eram tão mortais quanto sugerem os mitos e os
filmes, mas eram úteis para amedrontar criaturas assustadoras como
elefantes – e tropas humanas nos primeiros usos, antes que os
soldados profissionais percebessem suas limitações. Sob tais
circunstâncias, o Mestre pode exigir algumas Verificações de Pânico.
Pólvora
Consulte a pág. 22 para a história da pólvora no mundo árabe. É
outro truque favorito dos filmes das “Noites da Arábia”, e alguns
jogos cinematográficos podem envolver essas armas.
A arma detalhada aqui – o Midfa – é muito experimental; para
detalhes de um arcabuz um pouco mais sofisticado, consulte GURPS
Armadura
A armadura preferida para uma campanha de Noites da Arábia
seria escama, cota de malha ou forrada; couro era conhecido, só que
mais raro. Algumas cotas de malha pesadas seriam efetivamente
equivalentes à escamas, como a “lamelar” ou armadura de “placas” –
pequenos pedaços retangulares de metal ou chifre, entrelaçados, um
pouco mais flexíveis que a escama, mas igualmente pesados e
protetores. A armadura de placas não deve estar disponível na
maioria dos jogos de fantasia, cenários iniciais ou durante a maior
parte das Cruzadas.
A maioria dos trajes consistiria em uma proteção substancial do
tronco e um capacete, além de botas de couro; trajes de corpo inteiro
eram comuns entre cavaleiros francos, muçulmanos ricos e alguns
guarda-costas reais. Para simular a qualidade dos melhores tipos de
armaduras disponíveis, os Mestres podem permitir que os guerreiros
paguem 25% a mais para obter armaduras de “escamas” 10% mais
Personagens – 70 –
High Tech. Se a pólvora ainda está na fase introdutória em um
mundo de campanha, mas armas estão sendo desenvolvidas por
armeiros competentes e tropas estão se tornando mais treinadas com
elas, características como CdT e alcance evoluirão lentamente em
direção aos de um arcabuz de NT4.
As primeiras armas de fogo também não eram confiáveis; daí o
valor “Mauf” (Mau Funcionamento). Sempre que o usuário acertar esse
número ou maior ao disparar a arma, ele sofre uma falha mecânica –
uma falha de ignição, para as armas listadas. 2d segundos devem ser
gastos limpando a carga, com uma tentativa da perícia Armeiro ou
Pólvora; a falha nesse teste significa que a arma fica emperrada até ser
atendida por um armeiro habilidoso, com o kit de ferramentas
completo. Os atiradores com uma perícia básica na arma de 10 ou
menos reduzem o número de Mau Funcionamento em 1 (devido a
técnicas incorretas de disparo). Condições úmidas, como chuva ou
borrifo do mar, diminuem o número de Mau Funcionamento entre 2 e
6, dependendo da gravidade.
“Granadas” brutas – pequenos potes cheios de pólvora e com
mechas presas – também são possíveis. (Elas provavelmente foram
desenvolvidas por volta de 1500 d.C.). A mecha geralmente é cortada
para queimar em cerca de cinco segundos; o usuário deve ter alguma
fonte de fogo disponível, como um tição ou fogareiro.
Para usar uma granada, faça um teste primeiro contra a perícia
Armas de Pólvora. Em um sucesso, a granada está pronta para ser
arremessada, com a mecha acesa, em um segundo. Uma falha é
simplesmente uma mecha apagada; em uma falha crítica, a mecha
precisa ser substituída, levando 2d+2 segundos e um teste bem-
sucedido de Armas de Pólvora. Em seguida, faça um teste contra
Arremesso, ou DX-3, para atingir o alvo, igual a um Coquetel
Molotov. A granada explodirá quando a mecha queimar, causando
ld+2 de dano por contusão, além da fragmentação; 1d por corte para
granadas improvisadas, até 2d para algo montado por um armeiro
habilidoso que tenha entendido o conceito de maximizar o efeito,
tudo conforme as regras nas páginas MB 121-122. Para mais detalhes
sobre o desenvolvimento e uso da pólvora no NT4+, consulte
GURPS High-Tech.
leves.
As tropas mais pesadas que podem ser encontradas são a
cavalaria europeia; um escritor bizantino disse que um franco
atacante a cavalo “poderia fazer um buraco nas paredes da
Babilônia”. No entanto, isso não significa que árabes ou turcos não
usassem armaduras; os mais ricos de seus nobres estariam tão bem
protegidos quanto qualquer cavaleiro. Simplesmente as cavalarias do
Oriente Médio foram treinadas em mais táticas móveis e armas mais
leves.
Líderes que temiam assassinos costumavam usar uma armadura de
tronco de cota de malha mais larga em suas roupas e uma touca de
malha de rosto aberto sob seus turbantes. Tais precauções poderiam (e
fizeram) parar os golpes dos punhais, dando esperançosamente tempo
aos guarda-costas para reagir antes que o Assassino encontrasse um
ponto desprotegido. De acordo com a pág. MB 210, essa proteção pesa
17,5 kg com forro acolchoado, e oferece menos defesa contra golpes
de adaga do que couros mais baratos e leves; os Mestres podem decidir
que os governantes ricos podem obter correspondência de malha
fechada de manufatura superior e com qualidade superior, da seguinte
maneira:
Touca Reforçada: DP 2; RD 2. $500; 1,5 kg. Protege a área 3-4
e a área 5 pela lateral ou pelas costas; não é óbvio para um olhar
casual.
Camisa Blindada: DP 2; RD 3. $2.000; 6 kg. Abrange as áreas 9-
11, 17-18; pode ser usada com roupas comuns.
Períodos posteriores veriam armaduras de placas na cavalaria
europeia, mas nunca muito nas tropas da região central – embora seus
trajes de malhas ou escamas pudessem ser pesados e envolventes,
podendo incluir algumas seções de placas.
– 71 – Magia

Exorcismo
Um exorcista não precisa ser um mágico. Em
uma campanha com magia, a magia Exorcismo é
usada. Isso pode ser permitido a qualquer pessoa
com Clericato (um Imã ou similar) e perícia em
Teologia (possivelmente especializada no Islã)
com 15+. Alguém com apenas um desses
requisitos pode tê-lo se o Mestre quiser enfatizar a
autoridade do Islã. Em uma campanha não
sobrenatural, um (bom) exorcista terá Teologia e
Psicologia, e provavelmente Carisma e várias
perícias sociais.
Magia
Até recentemente, para todos os árabes, exceto os cinicamente mais
sofisticados, o sobrenatural era uma parte real do universo; os djinn estavam
especialmente presentes em todos os lugares (e o Corão se refere a eles). O
acesso a esse mundo semi-oculto era possível para mágicos acadêmicos e
adivinhos talentosos – e também para poetas e loucos. Essa sobrevivência da
visão “xamanística” é ainda mais visível na persistência de ideias de possessão
e exorcismo (consulte pág. 12 e barra lateral, pág. 72), que ainda é aceita por
alguns muçulmanos atuais.
Magia nas Noites da Arábia
Um mágico era um intelectual, capaz de manipular poderes em virtude do
conhecimento e da perícia. Isso está próximo das ideias modernas da ciência;
por outro lado, a velha ideia de espíritos onipresentes sobreviveu na forma de
djinn, seres de fogo sem fumaça. Feiticeiros invariavelmente tinham que lidar
com djinn; o pior deles poderia até colaborar com poderes diabólicos, como
um mágico negro europeu medieval, mas isso não era verdade para todo
conjurador de magias. Embora muitos djinn fossem ímpios e complicados, a
magia poderia ser legal.
Magias nos contos das Noites da A rábia são geralmente coloridos e
parecem complexos. Além de qualquer outra coisa, eles envolvem muitos
“componentes mágicos”, poções e movimentos de mãos; muitos feiticeiros
espalham um punhado de pó sobre os alvos. (Em termos de jogo, os
componentes podem ser itens de baixo consumo de energia, “auxiliares de
concentração” não essenciais ou decoração pura, não necessária para um mago
competente, mas boa para a imagem. Eles também podem ser obrigatórios para
conjuradores com pouca perícia em uma magia – digamos, 13 ou menos – além
das limitações mencionadas nas págs. MB 147-148.) E, é claro, os resultados
são frequentemente espetaculares. Por outro lado, a magia é irregular e
imperfeita, além de misteriosa; mágicos incrivelmente poderosos, capazes de
mover palácios inteiros pelo mundo, não têm defesa contra uma rápida facada
nas costas. Isso torna a magia das Noites da Arábia complicada para o Mestre,
mas não necessariamente desequilibrada para uma campanha.
A natureza dúbia dos mágicos dos contos
reflete as dúvidas islâmicas sobre magia; muitos
magos são vilões cruéis e poucos chegam a bons
fins. Alguns são estrangeiros pouco atraentes; de
fato, a maioria das magias vêm de djinn não
humanos.
Os mágicos das Noites da A rábia de todas as
tonalidades tendem a ter conhecimento,
especialistas em drogas e astrologia, além de
magias. Eles mantêm contato com eventos
mágicos; pelo menos, uma feiticeira não apenas
reconhece um humano transformado como tal,
mas pode dizer quem ele é e o que aconteceu
com ele exatamente. Eles tendem a serem
caprichosos; com o poder que exercem, podem
fazer o que quiserem e não precisam provar
nada.
Apesar de seu poder, eles são vulneráveis a
ataques rápidos e simples; heróis que identificam
magos negros são bem aconselhados a se
esgueirar por trás deles com uma espada.
Posteriormente, parece habitual queimar o corpo
e espalhar as cinzas, embora o que isso alcance
não seja claro; pode ser apenas simbólico. (Os
Mestres podem sugerir aos jogadores, e se isso
não for feito, determinar as consequências;
talvez o cadáver possa ser tomado por um djinni
maligno que anteriormente serviu ao mago.
Mesmo que nada aconteça, os PJs que precisam
abandonar um corpo não queimado podem se
preocupar...)
– 72 –
Atitudes Públicas em Relação à Magia
Nos tempos pré-islâmicos, os árabes do deserto viam a magia como parte
da vida, embora capciosa. As pessoas com maior probabilidade de ter um
pouco de magia eram loucos, andarilhos solitários e o todo tipo de poeta
enlouquecido; eles tinham que ser tratados com uma certa quantidade de tato,
mas não eram muito perigosos. Um estudioso, com perícias incomuns, como
medicina avançada ou a leitura de inscrições de ruínas antigas, provavelmente
seria temido; quem poderia dizer aonde esses estudos podem levar? Era
misterioso demais para homens honestos.
A magia também pode ter algo a ver com os vários deuses dos tempos
pagãos. Mesmo se houvesse apenas um Deus, Ele poderia ser invocado ou
persuadido a fazer milagres. O próprio Maomé teve que lutar contra essa
expectativa, dizendo: “Não tenho poder para fazer algo de bom ou ruim, até
para mim mesmo. Somente Deus tem o poder e faz o que bem entender”.
Assim, o Islã destacou a ideia de magia da religião e descartou todos os
pensamentos sobre a realização de milagres – embora mais tarde eles
voltassem às histórias dos santos sufis. Os teólogos muçulmanos não eram tão
hostis à ideia de magia quanto os cristãos medievais; eles viram isso mais
como uma atividade “científica”. Portanto, o Islã nunca julgou bruxas segundo
o padrão de Salém; “magia” em geral sempre foi permitida. No entanto, os
principais filósofos teólogos, como al-Ghazzali, expressaram dúvidas sobre a
maioria das magias na prática. Elas eram especialmente duvidosas sobre a
convocação de espíritos, o que poderia envolver a realização de pactos com o
mal, e pensavam que todo o negócio talvez envolvesse uma rebelião contra a
vontade de Allah. Muitos muçulmanos pensavam que havia um tipo de
“mágica divina”, baseada na invocação dos nomes de Allah, mas apenas os
santos poderiam dominá-lo. Sihr, encantamento, era possivelmente utilizável
para o bem, mas mais provável e mais frequentemente para o mal, embora a
criação de amuletos para se defender contra ele fosse obviamente aceitável. A
magia “natural”, não baseada em espírito, era vista pelos estudiosos como, na
melhor das hipóteses, truques e, na pior das hipóteses, semelhante ao mal Sihr.
Na verdade, é discutível que toda a magia islâmica “adequada” envolva
espíritos – ou seja, os djinn. Outras atividades, baseadas no entendimento das
forças naturais, sombreiam a ciência racional. A abordagem mais simples para
fins de jogo é supor que, embora nem toda magia envolva djinn, é impossível
obter muito em termos de magia sem um amplo estudo, incluindo extensas
relações com espíritos.
Para a maior parte da população, no entanto, bons julgamentos morais eram
de pouco interesse. Se um simples feitiço pudesse se livrar de uma doença ou
ajudar com uma série de azar, quem iria reclamar? Apesar de sua natureza
duvidosa, a magia aparece com frequência nas Noites da A rábia e muitos
heróis lucraram com ela. Por outro lado, pessoas supersticiosas que levam
vidas difíceis podem se tornar paranoicas; mesmo no século 19, os viajantes
europeus foram avisados de que as mulheres de certas aldeias eram
principalmente bruxas más.
Uma demonstração particularmente engraçada de pragmatismo superando a
moralidade é encontrada no conto de Aladdin, das Noites da A rábia, onde a
mãe do herói lembra ao filho que o
próprio Profeta alertou contra lidar
com djinn; ela implora que ele jogue
fora o anel e a lâmpada mágica.
Aladdin, no entanto, lembra que eles
são pobres e não podem se dar ao
luxo de perder essa fonte de riqueza.
No final da história, quando Aladdin
fia rico e poderoso, sua mãe
silenciosamente esquece suas
dúvidas.
Aqueles que acreditavam que a
magia poderia ser lícita ou “branca”
frequentemente falavam sobre seu
uso por gente boa dos tempos
antigos. A invenção da magia branca
– 73 –
Voo de Longa Distância
Nas Mil e Uma Noites e seus imitadores, os
heróis costumam viajar longas distâncias por via
aérea, seja por tapete voador ou por djinn. Esta é
uma maneira rápida e conveniente de evitar os
inconvenientes do nível do solo, embora ventos
tempestuosos possam ameaçar os viajantes de
tapete, e os djinn tenham que tomar cuidado para
não voar alto demais, para que não sejam mortos
por sua presunção por uma flecha flamejante
lançada do céu. (Nos contos, um djinni,
mortalmente ferido, consegue levar seu passageiro
com segurança ao chão – centenas de quilômetros
de casa ou do destino.)
Se os meios de voo não tiverem um custo
contínuo de fadiga para o usuário (como acontece
com alguns tapetes), a distância percorrida em um
dia, assumindo bom tempo e 12 horas de voo
(deixando algo para refeições, sono e outras
pausas necessárias) é igual a 24 vezes o seu
deslocamento. Assim, um tapete com
Deslocamento 8 pode viajar mais de 300
quilômetros em um dia – mais, se o Mestre estiver
se sentindo flexível e os passageiros estiverem
dispostos a aceitar um pouco de perda por fadiga.
Por outro lado, o Mestre poderia igualmente
reduzir razoavelmente a velocidade efetiva pela
velocidade de um vento persistente, ou obrigá-lo a
pousar e ficar sentado diante de uma tempestade
de areia. Mesmo assim, um tapete decente pode
deixar um cavaleiro para trás.
Magos que precisam colocar energia na magia
de voo (mesmo que sua perícia seja suficiente
para reduzir o custo para menos do que a taxa de
recuperação) e criaturas voadoras como rocas e
djinn, se cansam com o tempo e não conseguem
se manter a toda velocidade. Como regra geral,
eles administram 20 vezes o seu Deslocamento
em quilômetros por dia e sofrem fadiga como se
marchassem (consulte pág. MB 134). Muitos
pássaros pequenos e coisas semelhantes não estão
adaptados para voos de longo alcance; por outro
lado, um excelente pombo-correio pode cobrir
várias centenas de quilômetros em um dia.
Magia
 Magia Rúnica e Amuletos
A “Verdadeira” Magia Rúnica, conforme
descrito em GURPS Magia (págs. 80-83), não é
um padrão do mundo das Noites da A rábia, e sim
do norte da Europa. Pode ser conhecida por um
bruxo nórdico viajante, se o mestre desejar
“misturar e combinar” mitos, mas esse
personagem seria considerado pelos árabes como
muito estranho, bárbaro e temeroso, e suas
“pedras mágicas” não são confiáveis.
No entanto, amuletos protetores e talismãs são
muito comuns nesse cenário, e geralmente são
inscritos com letras ou símbolos. Os textos típicos
utilizados são passagens do Corão e nomes dos
anjos; também pode haver uma imagem de uma
mão humana, que normalmente desvia o mal
olhado e o “Selo de Salomão” – uma estrela de
seis pontas, composta de dois triângulos (consulte
pág. 91). Alguns amuletos protegem contra
intempéries ou armas, ou mantêm exércitos
inteiros longe do comportamento imoral.
Os teólogos muçulmanos, mesmo quando
duvidam da magia, tendem a permitir tais
amuletos; afinal, aqueles que usam passagens do
Corão estão invocando o mais aceitável de todos
os poderes. Os amuletos podem ser esculpidos em
madeira ou osso; os textos também podem ser
bordados em roupas ou em faixas de tecido
(Tiraz) usadas enroladas nos braços.
Uma pessoa com pré-requisitos para trabalhar
como Vendedor de Amuletos (consulte a Tabela
de Trabalhos) pode usar a perícia Diagnóstico
para identificar os resultados de uma magia
Pestilência (pág. M 74) e pode criar um amuleto
para curá-lo com o mesmo número de dificuldade
e chance de sucesso como qualquer médico
comum que esteja usando medicamentos. O
Mestre também pode permitir a criação de curas
para doenças “naturais”, com chances
semelhantes.
Opcionalmente, o Mestre também pode
permitir que esse indivíduo crie um amuleto
“temporário” para conjurar uma magia de
Proteção, Meta- ou Cura; um objeto adequado
deve ser fabricado manualmente e é necessário
um teste da perícia Caligrafia. Se for bem-
sucedido, o conjurador tem +5 na perícia efetiva
com a magia; se falhar, a magia está perdida e
uma falha crítica conta como falha crítica da
magia. Por fim, se “Magia de Improviso” na pág.
M 76 está sendo usada, um curandeiro pode ser
capaz de escrever ou esculpir um “foco” para
proteção improvisada, Meta-Mágica ou magia de
Cura; isso exige um teste de perícia Caligrafia e
também um teste de Escultura (Escultura Fina) e
três turnos de tempo extra, se o foco for esculpido.
Um trabalho bem-sucedido reduz o custo de
fadiga da improvisação em um ponto para um
“encanto” escrito, três para um amuleto esculpido.
O criador precisa ter caneta e papel, ou faca e
madeira ou osso, na mão antes de começar.
Consulte GURPS Magic Items, pág. 115-117,
para mais ideias sobre amuletos.
Magia
foi atribuída a “Sulaiman”, o rei bíblico Salomão, filho de Davi.
Segundo a lenda, Deus deu-lhe poder sobre os anjos que governavam os ventos
fracos, a terra e os mares, as criaturas que ali viviam e os espíritos fiéis e
incrédulos. (Kipling escreveu “The Butterfly that Stamped” sobre a lendária
capacidade de Sulaiman de entender a fala dos animais e comandar os djinn.
Foram esses poderes que lhe permitiram adivinhar os enigmas de Balkis e
conquistá-la como sua noiva.) Cada grupo de anjos deu a Sulaiman, uma pedra
preciosa inscrita com palavras reconhecendo o domínio de Deus; estas ele
colocou em um anel de sinete. Pressionado contra os pescoços dos djinn, este
selo os marcava como escravos de Sulaiman. Ele imediatamente os pôs para
trabalhar, construindo o grande templo e outros edifícios, cozinhando e tecendo
para os pobres.
A magia negra podia ser atribuída a Iblis, mestre de todos os espíritos
malignos e, por ordem de Deus, livre e independente até o Dia do Julgamento.
Figuras obscuras – incluindo estrangeiros impopulares – foram as que mais
foram acusadas de traficar com ele.
Profecia e adivinhação são uma implicação natural do fatalismo árabe. Uma
ideia aceita era que os djinn pudessem entrar em alguns dos céus inferiores e
espionar as conversas dos anjos, que conheciam o futuro; esses djinn podem
então ser questionados por mágicos humanos. (Isso era imoral – lucrar com a
impiedade dos djinn.) Outras abordagens também podem funcionar. Astrologia
e “leitura de areia” eram toleradas; sonhos, que poderiam vir de Allah e
interpretações do Corão eram frequentes e geralmente aceitas. Naturalmente,
havia falsas profecias de mágicos falsos – ou genuínos.
Nos tempos modernos, apesar da sobrevivência da superstição popular,
muçulmanos sofisticados geralmente não aceitam a ideia de mágica. Alguns
trabalharam para encaixar as palavras do Corão na ciência moderna; por
exemplo, a ideia de que os djinn causam doenças pode ser lida como uma
referência à teoria dos germes, em termos que o público de Maomé pudesse
entender.
Sonhos Proféticos
Como outros povos, muitos muçulmanos acreditavam que os sonhos
poderiam prever o futuro ou revelar segredos ocultos. Dizia-se que mesmo
Maomé declarou que Allah trabalhou através de sonhos, enquanto avisava que
o diabo também poderia usá-los. Em termos de jogo, os sonhos podem ser
usados como um dispositivo de enredo controlado pelo Mestre, para dar dicas e
sugerir ideias místicas a serem seguidas. Eles podem dar acesso direto, mas
incontrolável, ao mundo da magia e, assim, tornar-se especialmente vívido e
significativo na presença da feitiçaria. Isso é mais uma questão de crenças
populares do que de estudo, mas os PJs que fazem um estudo especial do
tópico em uma campanha em que os sonhos são poderosos podem receber
“Augúrio (Interpretação dos Sonhos)” como uma perícia Mental/Difícil, pré-
definida como IQ-6; alternativamente, se os sonhos são na maior parte
razoavelmente claros, a pré-definição pode ser o IQ direto, ou possivelmente
Teologia (muitos sonhos sendo de origem celestial).
– 74 –
Astrologia
O domínio de Hermes Trismegistos também era relevante para a astrologia,
o que poderia basear-se no excelente conhecimento muçulmano de astronomia.
A previsão do futuro era uma implicação lógica da crença islâmica no destino,
mas os estudiosos islâmicos desaprovavam a ideia. Parecia tirar dos indivíduos
qualquer responsabilidade de reagir aos eventos – a base da moralidade. A
astrologia, no entanto, foi levada a sério; nas Noites da A rábia, ela é parodiada,
mas também é mostrada como uma perícia útil para um médico.
Os Mestres que desejam encorajar essa atitude podem permitir que um
médico especialista em Astrologia, que saiba a data de nascimento de um
paciente, use um horóscopo para apoiar o tratamento. Após o trabalho de
1d×10 minutos para traça-lo, tente um teste de Astrologia; em um sucesso
comum, o médico recebe +1 para todos os testes de Diagnóstico e Medicina
naquele paciente pela próxima semana ou +3 para um sucesso crítico – mas -2
para uma falha crítica. Médicos altamente qualificados também podem
aprender a magia Adivinhação (Astrologia) sem pré-requisitos, se o Mestre
desejar enfatizar essas coisas na campanha. Mestres generosos podem permitir
assistência astrológica semelhante para outras perícias, como Estratégia ou
Psicologia. (Note: se souber que os horóscopos das pessoas estão sendo usados
contra elas, as datas de nascimento podem se tornar segredos importantes!)
Personagens Conjuradores nos Jogos
Para simular a magia das Noites da A rábia, limitações devem ser impostas
aos conjuradores. Tanto talento quanto treinamento são necessários; os
estudiosos têm o conhecimento, mas apenas alguns podem utilizá-lo com efeito
total, enquanto os lunáticos e adivinhos só podem usar o que têm acesso se
adicionarem perícia à sua inspiração.
Conjuradores são geralmente excêntricos, impopulares ou desequilibrados,
mas também poderosos. Note que apenas ser um mágico pode ser considerado
duvidoso o suficiente para classificar uma Reputação negativa ou até um
Estigma Social. (Os Mestres podem decidir renunciar ao limite superior de
pontos de desvantagem para os mágicos dos PdMs – isso está de acordo com
os contos das Noites da A rábia.) Os possíveis tipos de personagens que usam
magia são:
Estudioso
O estudioso descobre o talento para a magia enquanto estuda filosofia,
tradição antiga ou qualquer outra coisa. Essa pessoa deve ter alfabetização,
mais um total de 50 pontos de perícias ou mais em perícias científicas, idiomas
antigos (como hebraico ou latim) ou Medicina, sem incluir pré-definições nos
quais o personagem não gaste pelo menos um ponto. Os estudiosos fazem
mágicos eficazes, mas com limitações; eles só podem aprender novas magias
fazendo um teste da perícia Pesquisa com -2 (-4 para magias Muito Difíceis)
em uma biblioteca adequada (levando 10d dias na tentativa) ou de outro mago
com pelo menos duas ciências em comum com o estudioso, no nível 13 ou
superior dos dois lados. O Mestre pode decidir que o estudioso é limitado de
outras maneiras arbitrárias, de acordo com os tópicos que ele ou ela estudou.
– 75 –
Alquimia Árabe
Poções e elixires são uma parte importante da
magia das Noites da A rábia; estes podem não ser
todos alquímicos no sentido mecânico do jogo,
mas a alquimia certamente faz parte do gênero.
Consulte a pág. 72 para notas sobre “componentes
de magias”; se são tratados como auxiliares não
essenciais de concentração, são especialmente
apropriados para bruxos estudiosos com perícias
químicas. Os Mestres também podem permitir que
mágicos com a magia Encantar preparem poções
como “itens de uso único”, imbuídos de outras
magias de sua lista.
Nem todos os alquimistas precisam ser
conjuradores; mesmo campanhas sem magia
podem incluir especialistas em química eficazes.
O conhecimento avançado da medicina, o uso de
incendiários como o Fogo Grego e o trabalho de
metais incomuns podem ser úteis para um PJ,
desde que a campanha envolva algo mais do que
combate ininterrupto.
Tão acima, tão abaixo...
O misterioso autor antigo “Hermes
Trismegistos” afirmou o princípio de que
mudanças em uma ordem do ser – os céus, ou
produtos químicos – são refletidas em outras –
vida humana, destino. Essa ideia-chave, “tão
acima, tão abaixo”, seria frequentemente invocada
pelos alquimistas; os Mestres podem usá-la como
justificativa para que os laboratórios dos
alquimistas do mal sejam mais sombrios e fétidos
do que os dos bons alquimistas.
Poções do GURPS Magia
Os Mestres de Noites da Arábia com acesso ao
GURPS Magia podem usar as regras para
alquimia contidas lá, conforme desejarem. Até os
nomes dos elixir gregos não são inapropriados,
dado o interesse árabe na filosofia grega antiga.
Magia

PJ Feiticeiro Iniciante:
Nizam o Gordo
Idade 25; 1,65m, 86kg; Cabelo preto, olhos
castanhos.
ST 8, DX 11, IQ 15, HT 12. V
Velocidade 5,75; Deslocamento 3.
Esquiva 3, Aparar 5 (Espada curta).
Sem armadura; carga média
Total de pontos: 100
Vantagens: Facilidade para Idiomas + 1;
Alfabetizado; Aptidão Mágica 2.
Desvantagens: Aparência (pouco atraente);
Código de Honra (Árabe); Ilusão (“A magia negra
causa todo mal no mundo”); Dependente (Médio,
amigo, aparece raramente); Inimigo (mago de 100
pontos, com 12 ou menos); Acima do Peso;
Reputação (-2 para pessoas da cidade natal,
ameaça pública, 10 ou menos) (O jogador de
Nizam pode falar com jeitinho com o Mestre para
obter permissão para seu excepcional nível de
Desvantagem. Na verdade, como um mágico das
Noites da Arábia, ele pode ser um pouco
estranho. )
Peculiaridades: Adora doces estranhos;
Mantém a barba muito curta; Tenta organizar
planos contra magia negra; Não gosta de ratos;
Gosta de estrangeiros.
Perícias: Alquimia-13; Arquitetura-14;
Astronomia-15; Caligrafia-10; Geologia-13;
História-13; Matemática-15; Comércio-14;
Filosofia-13; Pesquisa-15; Cavalgar (Cavalo)-10;
Cavalgar (Camelo)-10; Espada Curta-10.
Magia: Detecção de Magia-15; Adivinhação
(Numerologia)-15; Identificação de Mágica-15;
Carapaça Ilusória-16; Detectar Ilusão-16; Ver
Localização-15; Trava Mágica-15; Localizar
Terra-15; Localizar Água-15; Localizadora-16;
Moldar Terra-15; Ilusão Simples-16; Rastrear-15.
Idiomas: Árabe (Língua nativa)-15; Aramaico
-15; Pahlavi-15; Grego Clássico-15; Latim-15;
Franco-15; Sânscrito Clássico-15; Hebraico
Antigo-15.
Continua na próxima página...
Magia
Estrangeiro
O estrangeiro vem de uma cultura que conhece segredos estranhos. Essa é
uma boa desculpa para introduzir conjuradores dos tipos descritos em outros
suplementos de GURPS, como GURPS Vikings. Tal personagem está sujeito a
quaisquer limitações para seu tipo específico de magia, conforme indicado no
outro suplemento ou determinado pelo Mestre; eles também têm um estigma
social automático (geralmente um valor de 10 pontos ou mais – é provável que
seja “bárbaro”, com 15 pontos) e uma Reputação secreta ou negativa (“Mago
Estrangeiro Duvidoso”). Eles só poderão aprender novas magias de uma fonte
ou professor de sua própria cultura.
Aluno Sortudo
O aluno sortudo aprendeu magia com um dos dois primeiros tipos de
personagens. Como esses professores são muito raros, esse é um A ntecedente
Incomum de 10 pontos. O personagem também pode aprender apenas novas
magias com o mesmo professor, ou uma muito similar em treinamento (com a
mesma formação cultural que a original e com pelo menos sete magias em
comum com o aluno). No entanto, o aluno pode aprender o suficiente para se
qualificar como estudioso, o que pode simplificar o assunto.
Excêntrico
O excêntrico é alguém com acesso direto ao Sihr (consulte a pág. 73). Esse
personagem deve ser esquisito e selvagem, e pode não funcionar como
aventureiro. (Um conjurador poderoso, com pouco julgamento, é suscetível de
entrar em quantidades fatais de problemas muito rapidamente.) Esse
personagem deve ter a vantagem Aptidão Mágica, e só pode conhecer um
número de magias igual a 8 vezes o nível de Aptidão Mágica. (Portanto, um
excêntrico com Aptidão Mágica 2 pode conhecer até 16 magias diferentes.)
Eles também devem ter pelo menos quatro peculiaridades e 15 pontos ou mais
de desvantagens da lista a seguir: Distraído, V ício, Compulsão, Fantasias,
Piromania, ou Desdobramento de Personalidade. Um excêntrico só pode
aprender novas magias com um professor pessoal e, em seguida, apenas com
dificuldade (“sem autodisciplina, esse é o problema”), demorando o dobro do
tempo para aprender uma nova magia.
Variações de Regras
Magia Proibida e Rara
Existem várias regras que podem ajudar a adicionar um “sabor” adequado
às campanhas das Noites da A rábia. Elas não são obrigatórias, mas os Mestres
são aconselhados a usá-las.
Em primeiro lugar, qualquer magia que cause dano físico diretamente à
vítima deve ser proibida. Ou seja, não existem magias Bola de Fogo,
Relâmpago ou Esfera de Gelo. A única exceção é para as magias vinculadas à
magia Grande Metamorfose (consulte pág. 81). Os jogadores podem achar isso
irritante, mas esse é o gênero; os mais inteligentes devem perceber que Moldar
Terra, Metamorfosear Outro e várias magias de Ilusão oferecem muitas opções.
Em segundo lugar, proíba Anulação de Magia (pág. M 53) e provavelmente
também Remoção de Maldição (pág. M 54). Isso pode ser combinado com a
– 76 –

regra especial de como quebrar magias (pág. 78). O resultado é que ninguém
pode se livrar de uma magia problemática apenas fazendo com que um mago
amigável jogue um grande Anulação; todos os tipos de aventuras estranhas
podem acontecer quando os heróis procuram condições de “Quebra”. Contra-
Mágicas (pág. M 53) também pode ser banida, mas isso é menos importante,
pois o usuário deve saber a exata magia da qual se livrar. Isso torna os
conjuradores inimigos com magia incomum especialmente preocupantes.
Terceiro, mesmo os maiores magos devem estar vulneráveis a ataques
furtivos. Isso implica a proibição de magias ou dispositivos que forneçam
defesas automáticas 24 horas por dia ou avisem sobre o perigo que se
aproxima; de fato, os feiticeiros podem ser proibidos de ter Noção de Perigo
(pág. MB 20), embora lutadores experientes possam tê-lo como um talento
natural aprendido à duras penas.
Por fim, para jogos selvagens e de comédia, o Mestre deve tentar garantir
que a magia tenha muitos efeitos colaterais inofensivos. Isso não é exatamente
o mesmo que falhas críticas de magias (pág. MB 147), que são raras e podem
machucar. Uma opção é dizer que qualquer falha no teste da magia leva a
algum tipo de efeito visual, mas sem consequências dolorosas (além dos efeitos
padrão da falha).
Magias Raras
Magias e tipos de magias mencionadas abaixo como raras não precisam ser
banidas, mas devem ser desencorajadas para um verdadeiro sabor das Noites
da Arábia. Para conseguir isso, essas magias devem ser tratadas como
perícias Muito Difíceis; todos elas têm Aptidão Mágica 2 ou um Antecedente
Incomum apropriado como pré-requisito e não podem ser aprendidas por
métodos de rotina. Em vez disso, é necessário algum tipo de busca ou pesquisa
especial, uma aventura em si, para descobrir como conjura-las. Por outro lado,
uma magia rara não é conhecida automaticamente por um feiticeiro que
conjura uma magia de identificação ou magia de análise, o que pode ser muito
útil!
Níveis de Mana
O conceito de Mana (pág. MB 147) não é realmente parte da visão do
mundo das Noites da A rábia, e os Mestres não devem impor variações
arbitrárias de mana por si mesmas. No entanto, a área ocasional de mana alta
ou baixa pode interessar e ajuda a enfatizar a natureza estranha e imprevisível
da magia das Noites da A rábia. Tais flutuações locais devem ter explicações
lógicas, que os estudiosos podem descobrir com algumas pesquisas. (“Uma
confusão terrível entre Marid e ‘Ifrit ocorreu uma vez no Hravistão, e desde
então, a terra foi completamente drenada de toda a magia”; “Este é o templo
dos Homens de Qarijk, que adoram o diabo; a magia corre solta aqui.”)
Rumores relacionados a áreas de mana variante devem fascinar os personagens
feiticeiros.
A maioria das campanhas das Noites da Arábia deve ser realizada em áreas
de mana normal. Jogos semi-históricos podem ter pouca mana, tornando os
conjuradores especialmente raros; jogos de magia ultrapoderosa, baseadas nos
contos mais loucos, poderiam usar níveis de mana muito altos, tornando os
mágicos aterrorizantes por seu poder bruto.
– 77 –
Nizam o Gordo
(continuação)
Armas: Espada Curta, corte 1d-2, perfuração
1d-3; Adaga, 1d-4 perfuração.
Equipamento: Roupas de “ classe média” ;
Sandálias; Um turbante sobressalente e
ornamentado (aquele que dá um ar de
inteligência); Coleção de textos matemáticos (para
apoiar a Adivinhação).
Nizam é o filho mais novo de um comerciante,
com interesse em um novo comercio – mas
aplicado a ideias em vez de lucro. Seu pai
subsidiou sua educação, assumindo que ele se
tornaria um cortesão. Nizam tem um amigo, outro
estudioso, que se deparou com alguns fatos
preocupantes. Nizam ouviu e concordou que a
cidade estava ameaçada por magia negra.
Estudando mais, ele descobriu sua própria
Aptidão Mágica e dominou algumas magias. No
decorrer da luta, ele frustrou o malvado bruxo sem
encontrar evidências suficientes para prendê-lo e
se envolveu em uma batalha mágica pública que
feriu um transeunte. Ele agora está preocupado
com a magia negra, convencido de que tais
conspirações são comuns e desesperado para
alertar o mundo.
Nizam nunca gostou de exercício. Seu apelido
de “O Gordo” é injusto, mas ele é muito robusto,
gosta muito de doces (quanto mais estranho,
melhor). (Em termos modernos, ele é um nerd.)
Por outro lado, ele é honrado.
Seu pai não o deserdou, mas também não está
pagando por seus estudos. Ele está sendo forçado
a entrar na vida de aventureiro; ele será uma
grande ajuda para qualquer grupo que possa
atendê-lo.
Magia Aprimorada
As seguintes modificações opcionais de regras
foram projetadas para permitir a criação de
personagens muito poderosos para conjurar
magias. Como tal, eles se encaixam bem no
cenário das Noites da A rábia, mas os Mestres
devem observar que podem levar a alguns PJs
mortais, especialmente em jogos cinematográficos
de alto nível. Eles são apresentados estritamente
como opções e não precisam ser usados na
maioria das campanhas:
1. Níveis extras de Aptidão Mágica podem ser
adquiridos acima do 3º, por 15 pontos cada.
2. Não há limite para o número de pontos de
fadiga que podem ser colocados em magias
“variáveis”, como Penumbra ou Inépcia.
(Essas mudanças provavelmente
desequilibrarão as regras de criação de objetos
mágicos; os Mestres devem estar preparados para
impor restrições arbitrárias a tais, se necessário.
Eles também tornam as Gemas de Energia e
similares muito úteis em combate.)
Magia
 Mudança de Forma
Reconhecimento
A mudança de forma e o disfarce das formas
são características comuns da fantasia “árabe”.
(Magias relevantes incluem os vários tipos de
“Metamorfose”, Disfarce Ilusório, Alterar Feições
e Alterar Corpo.) Uma consequência disso é que
os magos treinados geralmente reconhecem a
presença de tal magia e podem ver através dela e
identificar alguma forma verdadeira.
Em termos de jogo, os magos podem
reconhecer a presença da magia no alvo de um
encantamento, sentindo-a vendo ou tocando
exatamente como descrito na pág. MB 21 (O
Mestre deve sempre fazer essas jogadas
secretamente, para evitar dar muitas dicas aos
jogadores.) Muitos magos conhecem Detectar
Ilusão (pág. 85) e Ver Forma Real (pág. 85).
Como essas duas categorias de magia são muito
difundidas no cenário, sua primeira resposta ao
detectar qualquer magia “desconhecida” é muitas
vezes conjurar essas duas magias em rápida
sucessão, aumentando assim suas chances de
determinar com o que estão lidando. Como magos
realmente poderosos conhecem as duas magias
“Detectar e Ver” no nível 21+, eles podem
realizar esses testes sem que a maioria das pessoas
perceba, em apenas dois segundos, enquanto
andam ou falam. Esses magos poderosos
geralmente parecem saber instintivamente, assim
que entram na sala, que algo de interesse mágico
está presente.
O Duelo dos Metamorfos
Quando dois personagens com magia de
metamorfose se envolvem em combate,
frequentemente acabam mudando de forma
rapidamente, tentando encontrar uma que o
oponente não possa combater. Há duas boas
razões para isso. A primeira é que é eficaz; A
Grande Metamorfose não só pode dar muitas
habilidades extras, mas voltar à forma humana (ou
djinn) deixa o personagem Mentalmente
Atordoado, que pode ser fatal em combate.
A segunda razão é tradicional; pode ser uma
espécie de disputa formal. O Duelo das Formas é
entendido pela maioria dos mágicos e djinns, e o
resultado será aceito como moralmente
vinculativo; esse é o equivalente mágico de um
código de duelo humano. De fato, os participantes
podem concordar que o duelo não é até a morte;
pelo contrário, cada um tentará adotar uma forma
que o outro não possa contrariar dentro de três
turnos. Isso pode criar uma maneira interessante e
colorida de resolver disputas. O uso de Contra-
Mágica é lugar comum durante duelos
“informais”, mas pode ser banido por acordo
durante disputas formais – nesse caso, o árbitro
acordado deve ser capaz de identificá-lo.
(Nas Noites da A rábia, um desses duelos
culmina em uso da Arma de Fogo, uma misteriosa
magia selvagem que mata os dois participantes.)
Magia
Condições Para Quebrar Magias
A maneira tradicional das Noites da A rábia de se livrar de uma magia
irritante não é encontrar o mago mais poderoso do mundo e fazê-lo conjurar
Anulação. É determinar a contramedida tradicional para essa magia específica
e empregá-la – o que pode significar qualquer coisa, desde recitar uma magia
rápida até uma missão de alcance mundial. (Obviamente, talvez seja necessário
procurar o bruxo especialista mais lido do mundo e perguntar qual é a
contramedida.) Isso explica a sugestão de que Anulação de Magia e Remoção
de Maldição sejam banidas; se isso se aplica, também significa que muitas ou
todas as magias ofensivas devem ter uma “cláusula de escape” apropriada para
a vítima – o que pode ser um fator de equilíbrio útil em jogos de “magia rara”,
onde os magos podem ser poderosos demais.
Magias que exigem uma “condição de quebra” incluem Mesclar
Metamorfose Petrificação Parcial, Metamorfosear Outros e Encolher Outros.
As condições plausíveis incluem poções especialmente misturadas (exigem
uma pequena busca para encontrar os ingredientes e a perícia Alquimia para
ser feita), a bênção de um santo sufi (santos autênticos são andarilhos raros e
imprevisíveis), estando à luz da lua cheia em uma área de mana alta, ou apenas
encontrar uma área de mana muito alta – que pode estar a alguns metros
quadrados de algum lugar antigo, remoto e mágico. Quanto mais poderosa a
magia, mais difícil deve ser a condição de obter. O Mestre deve (secretamente)
determinar a condição de uma determinada magia quando essa magia aparecer
pela primeira vez em uma campanha.
Determinar a cura para uma determinada magia requer um teste de Pesquisa
(feito pelo Mestre) após 1d dias em uma boa biblioteca de magia, em +5 se o
pesquisador conhecer a magia em questão. Se o teste for bem-sucedido, uma
resposta parcial será encontrada; tente novamente, levando mais 2d dias, mas
com +2 para o próximo teste. Ou as vítimas podem partir, esperando encontrar
mais pistas no caminho (“a cura estará nas criptas das montanhas ocidentais;
talvez as inscrições lá ajudem”). Em um sucesso normal, um exemplo
específico da cura pode ser aprendido (“devemos levar esse infeliz à antiga
cripta de Ghrus até a próxima lua cheia”). Em um sucesso crítico, os detalhes
técnicos da cura são determinados (“quaisquer locais de magia selvagem, como
os locais de sepultamento dos antigos senhores ocidentais, tornam-se potentes
contra maldições na lua cheia; devemos encontrar esse lugar”). As
consequências do fracasso crítico são deixadas à maldade ou bondade do
Mestre.
Observação: Mesmo se Anulação de Magia seja banida, Contra-Mágica
ainda pode estar disponível; pode até ser comum entre feiticeiros competentes.
Isso torna as magias ofensivas comuns menos perigosas, pois é provável que a
oposição seja capaz de encontrar ou incluir um mago que também conheça o
feitiço e possa combatê-lo. No entanto, magias “raras” se tornam seriamente
preocupantes, porque um opositor eficaz pode ser quase impossível de obter.
Mestres sádicos podem tornar a condição de quebra de magias raras
proporcionalmente estranha e difícil de alcançar.
Dado esse uso da Contra-Mágica, a melhor maneira de se livrar de uma
magia pode ser persuadir, enganar ou forçar o conjurador original a revertê-la –
como em certos contos das Noites da A rábia. Nem todos os magos podem
reverter suas próprias magias, mas a maioria dos djinn pode.
– 78 –
 É possível executar uma campanha de magia pesada usando
apenas GURPS Noites da Arábia e o Módulo Básico. No entanto, é
altamente recomendável uma cópia do GURPS Magia, que adiciona
um grande número de magias para PJs e NPCs. Esta seção estabelece
a adaptação dessas magias e do Módulo Básico para garantir um
“sabor” correto.
Os Mestres geralmente devem permitir livremente escolas não
discutidas abaixo, embora nem todas apareçam nas fontes. As magias
mais chamativas de Luz e Trevas, Som, Fazer e Quebrar e similares
são as mais apropriadas para campanhas cinematográficas. As magias
com plantas podem não parecer vitais para uma cultura baseada no
deserto, mas algumas delas podem ser muito úteis. A mágica de
Controle do Corpo – especialmente do tipo ofensivo – se encaixa
muito bem em uma campanha da Arábia, e Paralisar Membros (pág.
M 24) certamente aparece em algumas fontes.
Magias com Animais
Além das várias magias “Metamorfose”, que são comuns, as
magias com Animais não são difundidos em um ambiente das Noites
da Arábia. No entanto, elas não precisam ser proibidas.
Magias de Comunicação e Empatia
Geralmente são aceitáveis. No entanto, as magias de
“controle” (Compulsão Para a Verdade, Persuasão, Controle de
Pessoas ou Possessão) devem ser raros e podem ser banidas (exceto,
talvez, por poderosos djinn); O Islã acredita fortemente no livre
arbítrio!
Magias Elementares
Muitas delas certamente estão disponíveis; os feiticeiros das
Noites da Arábia gostam especialmente das magias da Terra, e o
Livro dos Reis persa e os filmes incluem muita magia de controle do
clima. Com a magia de dano direto proibida, essas escolas devem ser
usadas com um pouco mais de sutileza do que em algumas
campanhas.
No entanto, as magias de Espírito Elemental não devem estar
disponíveis na maioria das campanhas das Noites da Arábia. Os seres
elementais não fazem parte dessa mitologia; o universo islâmico
funciona de maneira diferente. Se as magias estiverem disponíveis, os
espíritos elementais serão vistos pela maioria dos árabes como uma
forma curiosa de djinn. Opcionalmente, a magia de espírito elemental do
fogo pode ter algum efeito nos djinn, que são afinal “criaturas de fogo
sem fumaça”; eles podem ser convocados e controlados em -3 no teste de
conjuração, mas não criados. (Criar coisas quase vivas beira a blasfêmia
em termos muçulmanos.)
Magias de Encantamento
Os contos das Noites da A rábia têm muitos objetos mágicos;
essas magias devem, no mínimo, existir “disfarçadamente”. Por outro
lado, os feiticeiros da ficção passam mais tempo procurando objetos
existentes do que fabricando novos; esta escola pode ser declarada
rara por um Mestre que deseja enfatizar isso. A única magia de
encantamento que sempre deve ser proibida ou rara é Cajado; paus e
varinhas mágicas simplesmente não aparecem tão frequentemente
nos contos das Noites da A rábia! Os “objetos mágicos” preferidos
são gemas e anéis; por esse motivo, embora nada diretamente
reconhecível como uma Gema de Energia apareça nas histórias, a
magia deve sempre ser permitida, mesmo que seja por sua função
mecânica do jogo.
– 79 –
Magias com Alimentos
Elas se encaixam nesse cenário; elas são particularmente
adequadas para ajudar djinn. No entanto, Água para Vinho e
Destilação (para fazer destilados) são altamente não islâmicos! (A
destilação pode ser usada em processos alquímicos, no entanto.)
Magias de Cura
Geralmente são apropriadas. No entanto, a cura realmente
milagrosa – ao contrário da magia que imita os efeitos da medicina
NT3-4, um pouco mais rápida e confiável – é geralmente considerada
um façanha das figuras mais santas. Qualquer pessoa que pareça
menos do que perfeita, mas que realize curas poderosas pode ser
considerada blasfema pelos fiéis, e a Ressurreição, conjurada por
alguém que não seja um santo conhecido, provavelmente será
considerada definitivamente necromancia (e ilegal).
Magias de Ilusão e Criação
Os dois subtipos nesta categoria devem ser tratados de maneira
bastante diferente.
Ilusões
Magias de ilusão são muito comuns nas histórias das Noites da
Arábia. Sihr e magia natural são considerados cheios de enganações
e truques, e Carapaça Ilusória é especialmente útil para djinns e
bruxos sorrateiros.
Criação
Magias que realmente criam matéria sólida são raras nos contos
das Noites da Arábia, embora alguns objetos mágicos produzam
comida e bebida, e djinn controlados podem ser ordenados a trazer
todo tipo de coisas para quem os governa. Não está claro se eles
realmente criam essas coisas ou simplesmente as trazem de algum
local distante. A distinção pode ser bastante acadêmica, mas as magias
de criação devem ser raras ou proibidas para os conjuradores humanos.
Magias de Reconhecimento
Muitas delas aparecem nas histórias das Noites da A rábia, e
mesmo muçulmanos estritos podem considerar a maioria delas
legítimas – a menos que pareça que as informações estão sendo
trazidas por djinn ímpios.
Meta-Mágicas
Estas são assuntos dos mundos altamente mágicos. No entanto,
Anulação de Magia e Remoção de Maldição são casos especiais
(consulte pág. 78). “Pentagrama” não se encaixa na cultura; deveria
ser rara, e o desenho do pentagrama será substituído por um selo de
Salomão. Veja abaixo em Abençoar e Amaldiçoar.
Magias de Controle da Mente
As magias de menor poder nesta escola são apropriadas o
suficiente; são ataques úteis para um mago que não pode
simplesmente explodir as coisas. No entanto, magias mais sutis e
mais potentes, como as magias Subjugar, Sabedoria, Sugestão ou
Condicionamento, parecem negar a importante ideia islâmica do livre
arbítrio e devem ser proibidas ou, pelo menos, tornadas raras.
Magias de Deslocamento
Estas são as mais apropriadas para os poderosos djinn, tornando-
se úteis ou adotando formas diferentes com capacidades apropriadas.
No entanto, magos humanos podem dominar algumas delas.
Magia
 Voo (e Voo do Falcão), em particular, só deve estar disponível
quando vinculado a Metamorfose Maior, na maioria das campanhas.
Para esse fim, uma versão modificada de Voo, chamada Planar, é
fornecida na pág. 87. Os feiticeiros que desejam voar de outra forma
devem usar Encantar Tapete em vez de Levitação.
Magias Necromânticas
Estas devem ser principalmente raras, e muitas delas podem ser
banidas por completo. O Islã diz que a alma está nas mãos de Allah
após a morte e não está acessível para interagir com os humanos!
Magias Novas e Modificadas
Esta seção fornece uma seleção de magias que são muito
características do gênero Noites da A rábia. Elas foram alteradas do
Módulo Básico ou de outro lugar, emprestadas do GURPS Magia
(se forem muito importantes para o gênero deixar de fora de qualquer
campanha) ou totalmente novos. Observe que algumas das
emprestadas do GURPS Magia tiveram seus pré-requisitos alterados,
por simplicidade; se ele usa esse suplemento, o Mestre deve decidir
qual versão se aplica em cada caso.
A escola de cada magia é indicada, para referência na avaliação
de pré-requisitos e assim por diante. Uma nova escola foi adicionada,
específica para esse cenário: As Magias Djinni formam uma classe
pequena, mas poderosa, dedicada especificamente à convocação e
controle desses poderosos espíritos.
Magias com Animais
Metamorfosear Outros (MD) Especial; Resistida por IQ
Como Metamorfosear, mas utilizável em outros. O alvo não pode
terminar a magia; somente o conjurador, ou Remoção de Maldição,
pode fazer isso. Note que se a magia continuar até o IQ do alvo cair
para 7, ele ficará preso na forma de animal!
Duração: 1 hora.
Custo: 6 para conjurar, 2 para manter.
Tempo de Operação: 30 segundos.
Pré-requisitos: Aptidão Mágica 2, Metamorfosear para essa forma.
Objeto: (a) Um pequeno frasco de água pura, qualquer um pode
usá-lo para “aplicar” a magia borrifando a água sobre o alvo e
pronunciando uma frase-gatilho. A água é boa para apenas uma
aplicação e apenas retém a magia por um dia. Custo de energia para
criar: 60. (b) Um amuleto com o nome da forma a ser usada. Sempre
ativo; colocado ao redor do pescoço de um alvo, ele inflige a magia
permanentemente, logo causando perda de IQ como acima, até ser
removido por Remoção de Maldição; ele desaparece enquanto a
magia está ativa, reaparecendo na mão da vítima quando anulado. (Em
seguida, pode ser reutilizado.) Custo de energia para criar: 3.000.
Metamorfosear Outros Coletivo (MD) Área; Resistida por IQ
Como Metamorfosear Outros (veja acima), mas afeta todos os
alvos possíveis em sua área de efeito. Cada forma possível do “alvo”
é realmente uma magia diferente e deve ser aprendida separadamente.
O conjurador ou Remoção de Maldição bem-sucedida pode reverter
essa magia.
Duração: 1 hora.
Custo Básico: Igual Metamorfosear Outros, com um raio mínimo
de dois hexágonos. Os Mestres podem querer restringir essa potente
magia a um custo por hexágono, em vez de usar a fórmula de
conjuração de Área (pág. MB 149-150).
Tempo de Operação: 1 segundo por ponto de energia, mínimo 30
segundos.
Pré-requisitos: Aptidão Mágica 3, Metamorfosear Outros.
Objeto: Cajado ou varinha. Mago apenas. Custo de energia
para criar: 9.000.
Metamorfose (MD) Especial
Permite que o conjurador mude para a forma de um animal. Cada
Magia – 80 –
Qualquer espírito que for convocado por meio dessa escola
provavelmente seriam djinn de má índole, não os mortos humanos.
As magias “Roubar” fazem com que um feiticeiro seja linchado na
maioria dos lugares – em um cenário árabe ou em qualquer outro
lugar.
Magias de Proteção e Advertência
Estes são basicamente aceitáveis, mas, como regra, os feiticeiros
das Noites da A rábia são altamente vulneráveis a ataques furtivos e
afins – portanto, Sentinela e Domo de Energia podem ser banidas.
forma animal é uma magia diferente, aprendida separadamente. O
conjurador só pode aprender a forma de um animal com o qual ele
está familiarizado. As magias a seguir são conhecidas pelos
feiticeiros da Arábia:
Cão (tratado como do tipo “selvagem” – veja a página 96; pode
parecer uma espécie melhor).
Macaco (um babuíno – pág. 94).
Asno, burro ou mula (trate como uma mula pequena, pág. MB 144).
Cabra (ST 10, DX 13, IQ 4, HT 15/9, Velocidade 9).
Pássaro (ST 3, DX 15, IQ 4, HT 12/4, Velocidade de Voo 18).
Cobra (não venenosa: ST 3, DX 13, IQ 3, HT 15/5, Velocidade 4).
Peixe (ST 2, DX 12, IQ 3, HT 14/4, Velocidade de natação 4).
Roupas, joias e armaduras desaparecem quando a forma animal é
tomada e reaparecem quando a forma humana é retomada
(equipamentos mágicos não podem ser detectados quando
“desaparecidos”). Mochilas, itens transportados, etc., simplesmente
caem no chão.
O conjurador retém seu próprio IQ, mas obtém todos os atributos e
limitações físicos normais da nova forma. Isso significa que ele não pode
conjurar nenhuma magia, a menos que ele as conheça tão bem que elas
possam ser executadas sem gestos. (Mesmo os macacos têm a
articulação errada dos membros para o trabalho mágico humano, embora
ainda possam gerenciar tarefas complexas, como caligrafia!) Observe
que a fadiga permanece inalterada para fins de conjuração de magias.
No entanto, a cada hora que a magia continua, deve ser feita um
teste contra IQ; uma falha na jogada significa que o conjurador perde
um ponto de IQ, continuando até que o IQ normal desse animal seja
atingido. Se o IQ do conjurador cair para 7, ele fica preso na forma de
animal para sempre, a menos que a magia seja removida por
Remoção de Maldição (outras magias não a anula). O conjurador
recupera o IQ perdido quando ele reaparece na forma humana.
Existem histórias de versões mais potentes dessa magia (e de
Metamorfosear Outros, acima) que permitem mudar para cavalo,
gado, gazela, várias espécies felinas ou até formas de elefantes. Estas
não são geralmente conhecidas e podem estar perdidas. Mas muitos
magos adorariam aprendê-las.
Duração: 1 hora.
Custo: 6 para conjurar, 2 para manter.
Tempo de Operação: 3 segundos.
Pré-requisitos: Aptidão Mágica e pelo menos 6 outras magias de
qualquer tipo.
Objeto: Um amuleto com o nome da forma a ser usada. Utilizável
apenas por um mago. Permanece com o conjurador quando a magia é
conjurada – portanto, geralmente usado ao redor do pescoço. Não há
custo para manter a magia, mas o conjurador não pode voltar sem o
amuleto (ou Remoção de Maldição). Custo de energia para criar:
1.500.
Metamorfose Mesclada (MD) Comum; Resistida por IQ
Permite que duas outras criaturas sejam combinadas em uma,
desde que nenhuma seja capaz de resistir (teste separadamente para
cada). Por exemplo, uma mulher e uma cobra podem ser
transformadas em algo que se parece com um ídolo indiano. As duas
criaturas devem estar em contato físico uma com a outra quando a
magia é conjurada.
 O conjurador pode decidir quais dos atributos e habilidades das
duas criaturas são possuídos pela criatura combinada; por exemplo, a
graça e a destreza da cobra podem ser acrescentadas à inteligência e
ao tamanho da mulher. No entanto, embora a criatura combinada
possa inicialmente ter a personalidade de qualquer “componente”,
sempre há uma chance de que a outra “natureza” assuma o controle.
Os seres inteligentes geralmente podem se adaptar aos resultados
dessa mágica, mas os animais não inteligentes acham isso confuso, e
geralmente entram em pânico e ficam loucos ou se tornam
autodestrutivos – assim, assumir a personalidade deles pode levar a
problemas graves. A personalidade controladora deve fazer um teste
de Vontade para manter o controle do corpo combinado. Isso deve
acontecer primeiro mais um turno após a conjuração da magia que a
margem de sucesso do conjurador e novamente (repetidamente) após
mais um turno em que a conjuração anterior foi feita ou falhou.
Qualquer falha significa que a outra “natureza” assume o controle.
Exemplo: Qrish, o Mago Louco, combina um beduino irritante
com seu cavalo, produzindo uma criatura do tipo centauro com a
“personalidade” do cavalo. O cavalo entra em pânico e foge,
chutando tudo o que está à vista. No entanto, ele tem Vontade 5,
portanto, após o sucesso +1 turno (que passa a ser 4), ele deve tentar
um teste de Vontade. Não surpreendentemente, ele falha, rolando 10;
agora, o beduíno irritado está no controle por pelo menos 6 turnos.
Ele se vira e ataca Qrish...
Os efeitos dessa magia só podem ser revertidos pelo conjurador
ou por Remoção de Maldição bem-sucedida.
Duração: 1 hora. Custo: 8 para conjurar, 3 para manter.
Tempo de Operação: 30 segundos.
Pré-requisitos: Aptidão Mágica 3, duas versões de
Metamorfosear Outros, pelo menos dois de Controle do Corpo e duas
magias com Animais.
Objeto: Cajado ou varinha. Somente mago, deve tocar nos alvos.
Custo de energia para criar: 6.000.
Grande Metamorfose (MD) Especial
Permite que o conjurador realize várias mudanças de forma
rápidas e repetidas, ganhando poderes apropriados para a nova forma
– assim, entre muitas outras coisas, permitindo que lute em um Duelo
dos Metamorfos (consulte barra lateral, pág. 78). O conjurador pode
mudar de forma à vontade a qualquer momento durante toda a
duração da magia, levando apenas um turno para fazer a mudança e
sem gastar energia extra. (Essa magia é muito do gênero, mas parece
muito cinematográfica.)
A magia é imensamente flexível, limitada apenas pelas formas que
o usuário possa razoavelmente ser capaz de imaginar e pelo que o
Mestre está preparado para aceitar. O conjurador pode até mudar para
uma forma de várias partes, uma “forma coletiva” plausível, apenas
uma parte da qual mantém a alma; as outras partes podem ser
destruídas ou perdidas sem ferir o conjurador (por exemplo, um
conjurador pode se transformar em um enxame de abelhas, uma das
quais “é” o conjurador e depois fazer com que as outras voem em todas
as direções; os inimigos do conjurador teriam muito trabalho para
encontrar a única abelha que precisavam matar). O conjurador mantém
os pontos de vida normais (HT menos ferimentos) o tempo todo.
Roupas, joias e armaduras desaparecem quando a magoa é
conjurada e reaparecem quando é interrompida (joias mágicas não
podem ser detectadas enquanto “desaparecidas”). Itens que o mago
estava carregando enquanto conjurava a magia, incluindo mochilas,
etc., simplesmente caem no chão.
Um conjurador pode adotar uma forma com habilidades não
humanas, como voar (um pássaro ou morcego) ou arremessar explosões
flamejantes (uma chama viva ou um dragão), mas essas habilidades
(além dos ataques de cortar e perfurar – veja abaixo) só funciona se o
mago conhece uma magia apropriada e pode conjurá-la nessa forma
(veja abaixo). No entanto, é possível aprender magias “conectadas” à
Grande Metamorfose. Uma magia conectada só pode ser lançada
enquanto o personagem muda de forma para uma forma apropriado,
mas o conjurador tem +10 para basear os testes de perícia com ela. Se a
– 81 –
magia precisar de materiais, o conjurador deve carregá-los quando ele
começar a mudar de forma. O Mestre pode permitir que os personagens
comprem magias como conectadas que são de outra forma proibidas
(como “explosões” ofensivas). O julgamento do Mestre sobre a
adequação de uma forma a uma magia conectada é final.
Garras, dentes e outros ataques de corte ou perfuração também são
possíveis. Uma forma pode ter um ataque de GdP-1 por corte ou GdP-
3 por perfuração apropriado gratuitamente; veja o próximo parágrafo
para regras sobre como aumentar isso. Formas adequadas também
podem atropelar propensos oponentes (consulte pág. MB 142).
A forma adotada pelo conjurador também pode ter diferentes
Atributos, RD, DP, Deslocamento, perícia Natação ou testes de
Sentido (Prontidão) de sua forma humana, ou ataques de corte ou
perfuração melhores do que a base dada acima. No entanto, o valor
total que o personagem adiciona a todos esses itens pode ter apenas
o dobro de sua perícia efetiva com a magia, e ele deve ser capaz de
ampliar suas habilidades a um nível razoável para a forma alterada.
Atributos Aumentados não são adicionados ao Deslocamento. O
Mestre também pode exigir que algumas coisas (incluindo defesas)
sejam diminuídas, conforme apropriado.
Exemplo: Soraya, a feiticeira circassiana, com perícia 25 em
Grande Metamorfose, contempla a transformação em elefante. No
entanto, o Mestre decide que um elefante deve ter pelo menos ST
200, e Soraya começa com ST 9. Ela pensa em se transformar em um
pombo – afinal, ela tem Planar conectado à Grande Metamorfose, e
ela poderá aumentar seu Deslocamento para os 15 naturais de um
pombo sem problemas. O Mestre diz que está bem, mas decide que
um pombo é uma coisa frágil e não pode ter a RD ampliada que
Soraya obtém com sua vantagem de Rijeza.
Um personagem que muda para uma forma com sentidos além do
humano ganha esses sentidos, mas com -5 em todos os testes para usá
-los – embora um teste de Sentido elevado possa compensar isso.
Exemplo: Ao mudar para a forma de um cachorro, Soraya pode
obter a capacidade de rastrear pelo cheiro, mas seu teste para usar
essa habilidade (seu teste de Sentido normal de 15, menos 5) é 10, a
menos que ela use Metamorfose para aumentá-lo.
O mago pode conjurar outras magias enquanto muda de forma
(especialmente magias conectada!), mas apenas aquelas em que a
forma alterada é capaz de atender aos requisitos de conjuração; como
muitas formas não podem gesticular nem falar, isso significa que as
magias com um resultado de 21 ou melhor são a melhor aposta. A
fadiga, apenas para fins de conjuração, não é afetada por qualquer
mudança de forma.
Exemplo: Soraya compra Planar e Chuva, ambas conectadas e,
portanto, baratas para aprimorar a perícia com mais de 21. Ao poder
voar, ela pode realmente se transformar em um pombo; ela também
pode se transformar em uma nuvem de chuva e chover sobre as
pessoas. Ela também tem Luz-18 e Medo-19, que, portanto, exigem
um gesto ou uma palavra para transmitir; ela só pode expressá-las
transformando-se, digamos, em um papagaio, que pode falar.
Há um caso especial: Contra-Mágica (pág. M 53) pode ser usada
para segurar alguém que usa Grande Metamorfose em qualquer
forma que ele tenha atualmente, por quantos turnos ele venceu a
disputa ou até que a magia termine.
Exemplo: Darleesh a Djinniya muda para um pássaro; seu
ciumento marido Ivroor, o ‘Ifrit, muda rapidamente para um pássaro
maior, usa Contra-Mágica para “travar” sua forma e voa até ela, com
garras estendidas...
Se o conjurador voltar à sua forma natural a qualquer momento, a
magia termina. No entanto, mudar de volta dessa maneira ou quando
a magia expirar deixa o mago atordoado mentalmente (consulte pág.
MB 127) por pelo menos um turno.
Duração: 1 minuto.
Custo: 8 para conjurar, 4 para manter.
Tempo de Operação: 5 segundos.
Pré-requisitos: Aptidão Mágica 3, Alterar Corpo, quatro tipos de
Metamorfose e dez outras magias de qualquer tipo.
Magia
Magias de Controle do Corpo
Alterar Corpo veja pág. M 25; Comum; Resistida por HT
Como em Alterar Feições, exceto que o corpo inteiro do
indivíduo (por exemplo, pele, cabelo, membros) pode ser alterado. A
forma geral do alvo não pode mudar; humanoides permanecem
humanoides. Não podem ser adicionados membros extras, asas, etc.
Adições mais simples são possíveis (caudas não preênsil, chifres,
cascos), mas o alvo não estará familiarizado com elas e poderá sofrer
penalidades no DX até que um período de ajuste adequado (decisão
Mestre) tenha passado. A massa do alvo deve permanecer a mesma;
estatísticas básicas não mudam.
Duração: 1 hora, a menos que seja permanente. Pode ser
removida por Alterar Corpo ou Remoção de Maldição.
Custo: 8 para conjurar, 6 para manter. Pode ser permanente,
como encantamento, por um custo de energia de 200.
Tempo de Operação: 2 minutos.
Pré-requisito: Alterar Feições.
Objeto: Qualquer, mas geralmente roupas ou joias. Dá ao usuário
uma nova aparência, determinada previamente pelo conjurador.
Custo de energia para criar: 4.000.
Encolher Outros (MD) Comum; Resistida por HT
Como Encolher (veja abaixo), mas utilizável em outros. A magia
só pode ser anulada pelo conjurador original ou Remoção de
Maldição. Pode ser conjurada em um espião voluntário, mas serve
principalmente como uma magia ofensiva sutilmente cruel; o alvo
geralmente se sente humilhado e vulnerável. Muitas vítimas terão que
fazer muitas Verificações de Pânico, pois os objetos mais comuns e
os animais domésticos se tornam ameaças mortais.
Duração: 1 hora.
Custo para Conjurar: 4 para reduzir o tamanho do alvo para
metade do normal, 6 para reduzi-lo para um terço, 8 para um quarto, etc.
Tempo de Operação: 30 segundos.
Pré-requisitos: Aptidão Mágica 3, Encolher.
Objeto: (a) Varinha. Mago apenas; deve tocar. Custo de energia
para criar: 2.000. (b) Uma mudança de tamanho pode ser permanente
por 100 vezes o custo de conjuração (o Mestre pode exigir que o
novo tamanho do alvo seja mantido enquanto o encantamento
continuar!).
Alterar Feições veja pág. M 25; Comum; Resistida por HT
Altera o rosto do alvo conforme a vontade do conjurador.
Quaisquer novos órgãos adicionados (por exemplo, olhos extras) não
funcionarão realmente. Fora isso, qualquer alteração é possível. Se o
conjurador estiver tentando duplicar uma face existente, ele terá -1 se
não tiver o modelo (ou uma boa imagem) disponível; se ele não
estiver muito familiarizado com o modelo, ele terá -2 ou pior.
Esta magia não pode ser usada para ferir o alvo. Os magos não
recebem um teste automático de IQ + Aptidão Mágica para perceber
que alguém está sob essa magia. Se esta magia, ou Alterar Corpo
(acima), for usada para melhorar permanentemente a aparência de um
PJ, o Mestre deve exigir que eles paguem os pontos de personagem
apropriados para a melhoria!
Duração: 1 hora, a menos que seja permanente. Pode ser
removida por Alterar Feições, Alterar Corpo ou Remoção de
Maldição.
Custo: 4 para conjurar, 3 para manter. Pode ser permanente,
como encantamento, por um custo de energia de 40.
Tempo de Operação: 1 minuto.
Pré-requisitos: 8 magias quaisquer e Metamorfose ou Ilusão
Perfeita.
Objeto: Qualquer, mas geralmente roupas ou joias. Dá ao usuário
uma nova face, predeterminada pelo conjurador. Custo de energia
para criar: 1.000.
Encolher (MD) Comum
O tamanho do conjurador diminui. Normalmente, as roupas
Magia – 82 –
encolhem com o usuário; no entanto, com um teste de IQ bem-
sucedido, o conjurador pode fazer com que as roupas permaneçam do
mesmo tamanho e “encolham com ele fora delas”. (Isso geralmente
significa que um teste de DX para se libertar da maior parte do
tecido.) Itens transportados e quaisquer volumes substanciais de
artigos duros (como joias, armaduras ou armas) e qualquer coisa
mágica (incluindo roupas), permanecem do mesmo tamanho, a menos
que sejam reduzidas separadamente.
Essa magia é muito útil para espionagem e roubo: IQ, DX, HT,
Fadiga, Velocidade e Esquiva não mudam com o tamanho. O alvo é
muito mais difícil de acertar com projéteis (pelo menos -5 para as
jogadas – consulte a pág. MB 201) e pode se esconder e se esgueirar
de maneira eficiente (os mesmos modificadores que o fogo de
projéteis geralmente se aplicam aos testes de visão). As necessidades
alimentares a longo prazo também são reduzidas! Mas ser encolhido
tem suas desvantagens. O Deslocamento, DP, RD e Alcance do
conjurador diminuem em proporção à altura. (Alguns Mestres podem
permitir um Deslocamento levemente mais alto que o preciso, para
ajudar os personagens encolhidos a conseguir algo.) O peso muda em
proporção ao cubo da altura – 1/8 por metade da altura. (Veja a pág.
MB 142 para a Tabela de Dano Devido a Atropelamento.) Os “Pontos
de Vida”, mas não o HT para fins como resistência a doenças, são
reduzidos em proporção à altura, com um mínimo de 1 (para que as
pessoas não desmaiem quando encolhem demais; realisticamente, isso
é muito generoso, mas ajuda a manter os alvos vivos).
Duração: 1 hora.
Custo de Conjuração: 4 para reduzir o tamanho do conjurador
para 1/2, 6 para reduzi-lo para 1/3, 8 para 1/4 e assim por diante.
Tempo de Operação: 5 segundos.
Pré-requisitos: Aptidão Mágica 2, Metamorfose, pelo menos
quatro magias de Fazer e Quebrar e todos as magias elementais de
Criar e Destruir.
Objeto: Existem rumores persistentes de poções, e até de joias,
imbuídos dessa magia, mas são evidentemente raros.
Magias de Djinni
Expulsar Djinni Comum; Resistida pelo IQ
Faz com que um único djinni se afaste do conjurador. A cada
turno em que a magia é mantida, o djinni alvo pode tentar resistir a
ele; se falhar, deve se afastar do conjurador na sua taxa de
deslocamento máxima atual. (Se de alguma forma for encurralado,
ele pode virar e usar uma Defesa Total.) Se for bem-sucedido, ele
pode permanecer parado (ou se afastar lentamente) sem problemas;
se tentar avançar, conjurar magias ou de alguma forma atacar o
conjurador, ele deve fazer um teste de Vontade para fazê-lo. Se for ou
não bem-sucedido, ele perderá 1d-2 ST (como Fadiga), e quaisquer
jogadas de dados que fizer terão -2.
O conjurador deve ter linha de visão; seu nível de perícia com a
magia é o raio máximo em hexágonos. Djinn que estão mais longe
ainda estão sujeitos às restrições de atacá-lo.
Duração: 10 segundos.
Custo: 4 para conjurar; 2 para manter. Para cada + 1 pago para
conjurar (metade do custo de conjuração para manter), reduza a
resistência do djinni e a rolagem de Vontade em 1.
Pré-requisito: Perceber Espírito.
Objeto: (a) Um anel que permite que qualquer mago conjure a
magia. Custo de energia para criar: 1.000. (b) Um amuleto que
mantém todos os djinn longe do usuário, conjurando
automaticamente essa magia uma vez por turno em cada djinni a 30
metros, na perícia 20, sem custo de energia. Custo de energia para
criar: 10.000.
Convocar Djinni Especial
Faz com que um djinni apareça instantaneamente diante do
conjurador. Não garante um djinni útil. Se o conjurador não usar com
sucesso uma magia Condicionamento ou algo semelhante, o Mestre
deve rolar uma reação para o djinni, em -2 (djinn geralmente não
gosta de ser “conjurado” pelos mortais, e pode estar com um humor
bizarro).
 No primeiro uso dessa magia, um djinni completamente aleatório
do tipo solicitado aparecerá. Ele pode ser persuadido ou magicamente
ordenado a voltar a qualquer uso futuro da magia pelo mesmo
conjurador (ou outro djinni aleatório sempre pode ser convocado). Os
Mestres devem se lembrar de que os djinn são indivíduos intelectuais
de livre-arbítrio e deve interpretar um djinni convocado como tal,
com sua própria personalidade e prioridades, não como uma máquina
assassina estúpida ou um escravo subserviente.
Custo: 10 para um Djinni Menor, 15 para um Djinni Típico, 25
para um Si'lat. Outros tipos geralmente não podem ser convocados,
embora textos ou dispositivos antigos obscuros possam fornecer
maneiras de fazê-lo.
Tempo de operação: 1 minuto.
Pré-requisito: Condicionamento.
Objeto: Um amuleto; permite ao usuário conjurar a magia com
perícia 25, para um djinni específico. Custo de energia para ser
criado: 100 vezes o custo básico para um djinni desse tipo.
Percepção de Espírito Informação; Área
Diz ao conjurador se há algum djinn ou outras criaturas
sobrenaturais na área de efeito e – em um bom teste – dá uma
impressão geral de que tipo. O conjurador pode, no momento da
conjuração, limitar a magia a um tipo específico de espírito ou excluir
um determinado tipo.
Custo Básico: 1/2.
Pré-requisitos: Aptidão Mágica, Percepção de Vida.
Objeto: (a) Joias. Custo de energia para criar: 100. (b) Gema que
brilha ou vibra quando os djinn estão dentro do raio de detecção.
Custo para criar: 100 para um raio de detecção de 1 hexágono, 200
para um raio de 2 hexágonos e assim por diante.
Exorcismo Djinni: Resistido por Possuir IQ de Djinni
Disponível apenas em mundos de jogos em que djinn intangíveis
são capazes de “possuir” seres humanos (ou outros seres). Afasta
qualquer espírito estranho ao alvo, encerra qualquer possessão ou
controle e os torna incapazes de tentar tal possessão em qualquer ser
por semanas. O conjurador deve estar dentro de um hexágono do
alvo.
Custo: 6.
Tempo de Operação: 3 horas.
Pré-requisitos: Expulsar Djinni, Aptidão Mágica 2. Essa
“magia” também pode estar disponível, como uma função de
autoridade e aprendizado religioso para não-mágicos. Essas pessoas
requerem Teologia-15 (pode se especializar no Islã) e Clericato de 5
pontos.
Objeto: Um amuleto; conjura essa magia no usuário, uma vez por
minuto, como proteção contínua. Custo de energia para criar: 300.
Prender Djinni Djinni: Especial
Permite ao usuário selar um contêiner ou câmara para que um
djinni dentro dele não possa sair pela duração da magia. (Trata-se de
uma detenção de curto prazo; é necessário um Selo de Salomão
(consulte pág. 91) para confinamentos de longo prazo.) Colocar o
djinni na armadilha em primeiro lugar é uma questão à parte;
geralmente é necessário uma magia Condicionamento, mas truques
podem ser igualmente bons.
O contêiner pode ser de qualquer tamanho, de uma pequena
garrafa a um prédio inteiro, mas deve estar totalmente fechado
(impermeável é bom o suficiente), e o mago deve tocá-lo durante a
conjuração da magia. O djinni não pode resistir à magia, mas o custo
de conjuração está diretamente ligado ao seu poder. O total é ST + IQ
do djinni, dividido por 5, para conjurar, e o seu ST + IQ dividido por
10 para manter. É preciso um esforço para conter um poderoso
djinni! (Arredonde todas as frações para o ponto mais próximo; as
metades se arredondam para baixo.) O conjurador é informado pelo
Mestre do custo de energia quando a magia entra em vigor e perde a
fadiga; se ele não pode , então o djinn estão desimpedidos – ou leve
um turno para sair, se o conjurador gastar metade da energia
necessária. Se vários djinns ficarem presos em um recipiente,
– 83 –
adicione metade do ST e IQ total dos outros ao valor total dos mais
poderosos.
Exemplo: Ahmed, o Louco, enganou três djinns para um quarto
selado de sua mansão e agora procura mantê-los lá. O mais forte tem
ST 18, IQ 20; seus amigos têm ST 20, IQ 10 e ST 15, IQ 14. O custo
básico total para conjurar a magia é (38+ 15+ 14,5)/5= 13
(arredondado) e 7 para manter. O apelido de Ahmed é justificado.
O djinni não pode danificar o contêiner ou conjurar magias nele,
nem usar poderes de metamorfose para ajudá-lo a escapar de alguma
maneira. Pode chamar; seus gritos são audíveis do lado de fora, no
nível de uma voz tranquila de conversação.
Duração: 5 minutos.
Custo: (ST + IQ)/5 do Djinni para conjurar, (ST + IQ)/10 para
manter.
Pré-requisitos: Aptidão Mágica 2, Teste de Vontade efetivo (IQ
modificado por Vontade Forte ou Fraca) 15+, Expulsar Djinni.
Objeto: Um Selo de Salomão (totalmente eficaz), aumentado para
carregar uma versão permanente dessa magia (e ainda funcional em seus
efeitos menores). Isso geralmente assume a forma de um selo de
chumbo simples na boca de uma Garrafa de Djinn; a cera tem a
desvantagem de ser relativamente frágil, e a maioria dos outros
materiais é muito difícil de trabalhar. Pode ser preparado com
antecedência e colocado em um turno; nesse caso, é necessário um teste
de IQ para colocá-lo corretamente, ou colocado em cinco turnos sem
necessidade de teste. Um selo de chumbo pode ser removido (e
substituído) intacto (a cera teria que ser quebrada). Custo de energia para
criar: ST + IQ do djinni a ser mantido, no mínimo 20. Um selo
preparado em um poço com pouca energia gasta atua como um Selo de
Salomão normal com +2 de resistência às tentativas do djinni de romper.
Magias da Terra
Petrificação Parcial (MD) Comum; Resistida por HT
Transforma um alvo vivo parcialmente em pedra – geralmente
deixando-o imóvel, mas ainda capaz de falar, de ser torturado etc. O
capricho do conjurador determina quais partes do corpo foram
alteradas, mas não pode incluir a cabeça. O metabolismo do alvo é
magicamente alterado para sobreviver à experiência, mas o alvo
(compreensivelmente) acha a experiência intensamente
desconfortável, seja o que for que seja feito a ele. Isso geralmente é
considerado uma magia imensamente má, equivalente ao sadismo
avançado. (Os “bons” bruxos podem lançá-la sobre inimigos
extremamente desagradáveis e “merecedores”, mas mesmo isso
geralmente faz seus aliados estremecerem.)
Roupas, joias etc. podem ser “apanhadas” na magia e incluídas na
petrificação, mas objetos mágicos ou qualquer coisa carregada na
mão ou como mochila permanecem inalterados. Partes do corpo
petrificadas ficam imóveis, não têm sensação e possuem DP 2 e RD
4. As vítimas dessa magia recebem uma penalidade de DX em
qualquer coisa que tentem – pelo menos -1, e muitas vezes mais,
dependendo dos detalhes da conjuração e da ação. Se Pedra para
Carne estiver disponível em uma campanha, ela anulará essa magia.
Duração: Permanente (até ser anulada).
Custo: 12 para uma criatura de um hexágono; o alvo inteiro deve
ser atacado pela magia.
Tempo de Operação: 3 segundos.
Pré-requisitos: Aptidão Mágica 2, Carne para Pedra.
Objeto: Cajado, varinha ou joia. Utilizável apenas por magos,
deve tocar. Custo de energia para criar: 2.400.
Modelar Pedra Comum
Permite que o conjurador mova pedras sólidas e modele-as em
qualquer forma. Se a forma for estável, ela permanecerá
permanentemente após a modelagem. Uma forma instável durará
apenas enquanto a magia continuar – embora não seja necessária uma
concentração especial – e depois se romperá ou entrará em colapso.
Pode ser necessário um teste de arquitetura bem-sucedido para criar
um arco ou saliência estável.
Magia
 A pedra se movendo sob a influência dessa magia viaja apenas 1
hex por turno. Não pode prejudicar ninguém, a não ser fluir sobre
uma pessoa imóvel e enterrá-la. Se a pedra for movida para o
hexágono de uma pessoa – ou fora de seu hexágono, para criar um
buraco – essa pessoa poderá se mover normalmente no próximo
turno, para escapar. Somente uma pessoa que não o fizer será
enterrada. Qualquer pessoa enterrada por essa magia estará com
grandes problemas! Uma jogada, com ST-4, é permitida a cada turno
para qualquer um que tente sair. Um personagem enterrado pode
prender a respiração por (HT×10) segundos e depois perde 1 fadiga
por turno ( veja pág. B91). Qualquer magia que produz ar ou elimina
a necessidade dele evitará esse destino.
Os feiticeiros poderosos das Noites da A rábia gostam muito de
aprender essa magia em níveis altos e, em seguida, arremessar
conjurações multi-hexagonais nos oponentes, aldeias irritantes e
coisas do gênero.
Duração: 1 minuto.
Custo: 4 por hexágono de pedra modelada; 2 por hex para
manter. Custo triplo se a pedra a ser modelada já tiver sido cortada ou
trabalhada; não é fácil transformar sua própria porta em um palácio
fortificado!
Pré-requisitos: Moldar Terra, 3 outras magias da Terra.
Objeto: Peça de joalheria ou ferramenta de escavação (picareta).
Custo: 500 de energia.
Mover Terreno (MD) Área
Permite que uma área inteira do terreno, com todos os prédios,
animais, plantas e pessoas, seja movimentada sobre grandes
distâncias. Quando a magia é conjurada, a área a ser transportada
desaparece, sendo substituída por terra nua (ou água aberta se estiver
no meio de um lago ou mar); o conjurador está agora “carregando”
essa área de forma invisível e intangível. (Esse fato pode ser
determinado por Detecção de Magia ou algo semelhante.) As pessoas
apanhadas pela magia estarão cientes de um céu turbulento e
rodopiante acima de suas cabeças e de uma barreira impenetrável ao
seu redor. (Mas essa magia não pode ser usada para sufocar alguém.)
Quando o conjurador para de mantê-la, a terra aparece no local atual
do conjurador ou adjacente a ele. Se não houver espaço adequado
disponível, qualquer coisa no caminho é desviada como se fosse por
Moldar Pedra. Conjurada sobre uma área grande o suficiente, essa
magia pode colocar montanhas no meio de planícies, águas abertas
(até a metade do raio de efeito, transportadas do lago ou oceano) no
meio de um deserto ou deslocar ilhas para o interior para formar
colinas.
O conjurador não pode usar essa magia novamente por um dia
inteiro. A área alvo, ou qualquer parte dela, não pode ser movida
novamente por essa magia (por qualquer conjurador ou objeto
mágico) pelo mesmo período.
Duração: 1 hora. (Os efeitos, uma vez que a área é “ assentada” ,
são permanentes.)
Custo Básico: 10 para conjurar, 8 para manter.
Tempo de Operação: 1 minuto. Depois que a conjuração é
concluída com êxito, a área alvo “encolhe” em raio na taxa de 1 hex
por turno, movendo-se em direção ao conjurador na mesma taxa.
Quando a magia termina, a área alvo “expande” de volta ao tamanho
normal na mesma taxa.
Pré-requisitos: Aptidão Mágica 3, Moldar Pedra, quaisquer
outras cinco magias Elemental/Terra e quaisquer outras dez magias
de qualquer tipo.
Alterar Terreno (MD) Especial
Pode ser usada para transformar completamente grandes
quantidades de cenário. Se projetada sobre uma área grande o
suficiente, pode transformar uma cidade em um lago ou mar, ou uma
ilha no mar em uma cordilheira. O custo básico é 3 para 25
hexágonos cúbicos alterados; um hexágono é considerado com 1,8
metros de profundidade. Portanto, uma conjuração “mínima” dessa
magia pode alterar uma área de cinco por cinco hexágonos por 1,8
metro de profundidade, ou (aproximadamente) dois por três
hexágonos por 7 metros de profundidade, ou qualquer outra forma.
Magia – 84 –
Dobrar o volume afetado aumenta os custos em 1; portanto, digamos,
200 hexágonos cúbicos têm um custo básico para alterar de 6.
O perfil do solo (incluindo mar, lago ou leito do rio) dentro do
volume afetado pode ser elevado, abaixado ou remodelado conforme
o conjurador escolher, ou alterado na textura para qualquer coisa
entre terra macia e areia e granito duro. Edifícios de pedra ou tijolo e
matéria vegetal podem ser transformados em pedra ou terra “natural”,
mas não o contrário. Áreas abaixo da água elevadas acima do seu
nível natural tornam-se terra seca; qualquer área abaixada abaixo do
nível do mar ou o nível de grandes lagos próximos pode ser
inundada. Humanos e outras criaturas (e itens soltos) na superfície no
momento em que a magia é conjurada são simplesmente elevados ou
abaixados, sem ferimentos; é claro, se eles se encontrarem debaixo
d'água, eles podem ter problemas. Se a magia é anulada ou
“quebrada”, toda a área retorna à sua condição anterior; até edifícios
e árvores transformados são restaurados. De fato, alguns diriam que
essa magia é a ilusão extrema.
Duração: 2d dias, a menos que seja permanente; então, até ser
quebrada ou o conjurador morrer.
Custo: Veja acima. Pode ser permanente, como encantamento,
por um custo de energia de 200.
Tempo de Operação: 10 segundos.
Pré-requisitos: Aptidão Mágica 3, Moldar Pedra, Carapaça
Ilusória, vinte outras magias.
Magias do Ar
Tufão Área
Permite que o conjurador crie uma tempestade de vento circular
com um “olho” de calmaria por dentro (um bom lugar para o
conjurador ficar em pé). O raio do olho pode ser até metade do da
tempestade – ou menor, se o conjurador desejar. Ao se concentrar, o
conjurador pode mover a tempestade a qualquer distância até seu
próprio diâmetro por turno; o olho se move com ele. O conjurador
pode se mover até 3 hexágonos por turno dentro do olho enquanto se
concentra nessa magia.
Qualquer pessoa dentro de uma tempestade de força total (não no
olho) deve jogar contra ST a cada turno para evitar ser derrubada.
Todas as perícias baseadas em DX terão -5, e os ataques à distância
terão sucesso apenas em um acerto crítico.
Duração: 1 minuto após atingir a força total.
Custo básico: 2; metade para manter.
Tempo de Operação: A tempestade começa imediatamente, mas o
conjurador deve se concentrar por um número de segundos igual ao
raio da tempestade em hexágonos para dar força total à tempestade.
Pré-requisito: Moldar Ar.
Magias de Encantamento
Bola de Cristal consulte pág. M 42
Usada na magia Adivinhação com o mesmo nome. Requer uma
bola de cristal sem defeitos com pelo menos 5 cm de diâmetro (valor
$1.000). Uma bola de 7 cm (valor $5.000) dá +1 às adivinhações.
Uma bola de 10 cm (valor $20.000) dá +2.
Custo de energia para criar: 1.000.
Pré-requisito: Adivinhação (Bola de Cristal).
Golem (MD) consulte pág. M 39
Permite ao conjurador criar e animar um serviçal ou guerreiro
permanente. Os atributos para os diferentes tipos de Golem são dados
na pág. 103. Golens são excelentes guerreiros; eles nunca se cansam
e são imunes a atordoamento, dor e coisas do gênero. Da mesma
forma, não há magia conhecida para “roubar” um Golem de seu
criador. A magia é permanente; o Golem está “sempre ligado”.
Um Golem seguirá ordens verbais de seu criador; o criador
também pode instruí-lo a obedecer aos outros. Ele entende apenas um
idioma (que deve ser falado pelo conjurador). Não tem iniciativa e
ignorará qualquer situação para a qual não tenha ordens. No entanto,
nunca a esquece.
 Golens não podem se curar sozinhos e são destruídos se o seu HT
atingir 0. Qualquer magia de Cura, exceto Ressurreição, funcionará
em um Golem, se conjurada pelo criador do Golem. Não há outra
maneira de curar ou reparar um Golem. O criador de um Golem deve
primeiro fazer seu corpo – fazendo todo o trabalho – e depois animá-
lo com essa magia. O Golem dura até que seu HT seja reduzido a
zero, ou até que seu criador (em sua presença) ordene que ele deixe
de existir. Nenhuma concentração ou manutenção de magia é
necessária para controlar um Golem.
Custo, tempo de operação: variável – veja pág. 103.
Pré-requisitos: Moldar Terra, Animação. Outras magias também
podem ser necessárias para tipos específicos de Golem.
Magias de Ilusão e Criação
Ilusão Simples Área
Cria uma imagem substancial que não pode afetar fisicamente o
mundo real. Uma ilusão pode ser um único objeto ou uma cena
inteira. Não afeta os sentidos, exceto a visão. Qualquer ilusão pode
ser destruída ou dissipada, se uma criatura inteligente se Concentrar
por um turno e a “descrer” com sucesso. Para descrer, o espectador
deve vencer uma Disputa de Perícia: seu IQ contra a perícia na magia
do conjurador original. O espectador terá +2 se ele já sabe que a
ilusão é falsa, -2 se ele quer acreditar. Um sucesso crítico do
espectador sempre tenderá para a incredulidade. O toque de qualquer
criatura inteligente, ou qualquer ataque ou magia, exceto Controlar
Ilusão, também a dissipará. Outras coisas vão passar por isso. Pode ir
além da área inicial ou alterar o tamanho ou a forma até o tamanho
máximo, mas o conjurador deve se concentrar para conseguir isso.
Duração: 1 minuto.
Custo Básico: 1 para conjurar; metade disso para manter.
Pré-requisitos: O conjurador deve ser capaz de ver e deve ter IQ
11 ou melhor.
Detectar Ilusão consulte pág. M 47; Informação
Informa se o alvo é real, ou uma ilusão ou criação mágica, e
exatamente de que tipo é. O conjurador deve poder ver o alvo.
Custo: 2.
Pré-requisito: Ilusão Simples.
Carapaça Ilusória consulte pág. M 46; Comum
Esta é uma ilusão lançada sobre um objeto para fazê-lo parecer e
soar diferente. O objeto base deve ter o tamanho e a forma
adequadas. A ilusão pode ser desacreditada, mas é estável. No
entanto, ela não se moverá, a menos que o objeto subjacente se mova.
Os danos causados pelo objeto subjacente não são afetados.
Exemplo: Uma carapaça ilusória de um cavalo pode ser lançada
sobre um cavalo de madeira. Ele pareceria, relincharia e cheiraria
como um cavalo, mas não poderia ser montado de forma nenhuma! A
concentração não é necessária para manter a ilusão.
Duração: 1 minuto.
Custo: 1 para um objeto pequeno o suficiente para ser portátil ou
2 por hexágono para objetos maiores. Metade desse custo para
manutenção. Uma coleção de objetos muito pequenos que juntos
podem ser mantidos em uma mão pode receber uma carapaça
complexa de várias partes por um custo de 3; por exemplo, uma
sacola cheia de pedaços redondos de papel pode aparecer como
moedas. No entanto, os objetos devem permanecer a alguns
centímetros um do outro o tempo todo, ou a magia será quebrada.
Pré-requisito: Ilusão Simples.
Objeto: Por 200 vezes o custo básico, a magia pode ser feita
permanentemente; não será desacreditada!
Ilusão Complexa consulte pág. M 45; Área
Muito parecida com Ilusão Simples (consulte esta página),
– 85 –
mas afeta a audição e a visão. Não é destruída automaticamente por
uma magia ou toque; possui RD 0, HT 1 (aproximadamente igual a
papel fino). Se quebrada, no entanto, derrete instantaneamente.
Duração: 1 minuto.
Custo Básico: 2 para conjurar, metade disso para manter.
Pré-requisitos: Som, Ilusão Simples.
Magias de Reconhecimento
Orientação consulte pág. M47; Informação
Esta magia diz ao conjurador qual direção é o norte. Também
pode dizer em qual caminho está sua casa (isso requer uma
conjuração separada). Observe que ninguém pode ter mais de um lar
verdadeiro, e um andarilho pode não ter nenhum!
Custo: 2.
Pré-requisito: Aptidão Mágica.
Objeto: Encantar uma agulha de bússola que além de apontar
para o norte pode apontar para a casa do usuário, sob comando. Custo
de energia para criar: 250.
Ver Localização Informação
Dá ao conjurador uma ideia razoável de sua localização
geográfica (dentro de alguns quilômetros). Isso será expresso em
termos das características conhecidas mais próximas que o
conjurador já ouviu falar. (“Você está no centro da ilha de Zughb”;
“Você está no deserto do Saara, a cerca de 50 km ao norte de
Timbuktu”; “Você está se aproximando da costa do reino dos reis.”)
Custo: 2.
Tempo de Operação: 10 segundos. Em conjurações sucessivas, a
magia repete sua última resposta (certa ou errada) até o conjurador se
mover um quilômetro ou mais a partir do local. (Esse é o equivalente
espacial de “uma tentativa por dia”.)
Pré-requisitos: Aptidão Mágica, Orientação.
Objeto: (a) Um pó parecido com cinza, que permite a qualquer
pessoa lançar a magia sem teste de perícia ou custo de energia. O pó
deve ser polvilhado com água e inalado, e então encantamentos
específicos devem ser cantados. O custo de energia para criar é de 20
por dose. (b) Qualquer mapa ou globo, etc., pode ser encantado para
mostrar a localização do usuário sempre que a magia for conjurada.
Uma marca aparece no local apropriado se for bem sucedida.
Nenhuma marca será exibida se o usuário estiver fora dos limites do
mapa. Se a conjuração falhar, nenhum ponto será exibido ou um erro
será exibido.
Ver Forma Real também é uma Escola Animal;
Informação
Informa se o alvo está sob algum tipo de magia “Metamorfose”
ou efeito mágico semelhante, incluindo Alterar Feições, Alterar
Corpo, mudança de forma de djinn e ilusões, entre outros. Também
fornece uma ideia geral da verdadeira forma do alvo; em um sucesso
crítico, identifica a verdadeira natureza exata do alvo (incluindo um
nome ou descrição comum) e a exata magia usada.
Custo: 2.
Pré-requisitos: Magia, qualquer magia de Metamorfose
(Metamorfose, Alterar Feições ou Corpo, Forma de Planta, Mudança
de Tamanho, etc.) e Aura ou Conhecer Ilusão.
Objeto: Cajado, varinha ou joia. Mago apenas. Custo de
energia para criar: 250.
Adivinhação consulte pág. M 48; Informação
Dá ao conjurador uma visão relevante para uma pergunta
específica ou a resposta para uma pergunta de sim ou não. Existem
muitos tipos de adivinhação; cada um é uma magia separada e requer
os materiais apropriados (veja abaixo). Cada um tem suas próprias
forças e fraquezas.
Magia
 Modificadores de perícia: Modificadores de longa distância
padrão. Se perguntas repetidas são feitas sobre o mesmo assunto
dentro de um dia, as “vibrações místicas” serão confusas; -4 na
perícia para a segunda pergunta, -8 para a terceira e assim por diante.
Perguntas sobre o passado ou o futuro também são mais difíceis; use
os modificadores de longa distância padrão, substituindo “dias” por
“quilômetros”.
Custo: 10.
Tempo de Operação: 1 hora, a menos que seja especificado o
contrário.
Pré-requisitos: Aptidão Mágica, quatro magias de
Reconhecimentos, requisitos especiais para cada tipo (veja abaixo).
Astrologia é a adivinhação através do exame das estrelas. A
observação do céu é necessária; o conjurador deve estar do lado de
fora e terá -5, a menos que seja uma noite clara, longe das luzes da
cidade. Sem uma biblioteca de referência (custa $ 2.000; peso 100
kg.), todos os testes terão -5. Se a adivinhação envolve um indivíduo,
a data exata, hora e local de seu nascimento devem ser conhecidas ou
todos os testes terão -5. Essas penalidades são cumulativas! Pré-
requisito: Perícia Astrologia com 15+ .
Avirnancia é a observação do voo dos pássaros; a forma de suas
formações pode ser interpretada. É necessário um teste de perícia
Naturalista e, claro, um bando de pássaros naturais para observar –
em áreas rurais normais, o suficiente aparecerá em 3 horas ou 1d se o
conjurador estiver disposto a levar -5 para o teste. Pré-requisito:
Perícia Naturalista com 15+.
Observação de Cristal é o uso de uma bola de cristal (consulte
magia na pág. 84). Isso só pode conceder uma visão, que será
especialmente lúcida e complexa, mas possivelmente mais difícil de
interpretar por esse mesmo motivo. O mestre deve descrever a cena, e
o jogador deve decidir o que ler nela! Uma tigela de água limpa e
pura pode substituir a bola de cristal, mas com -10 (!) no teste de
perícia. Pré-requisito: Moldar Água.
A adivinhação por Transe com Drogas apenas concede uma visão
– e geralmente uma visão particularmente estranha. (No entanto, é
dito – pelo menos por seus usuários – que concede um conhecimento
excepcionalmente poderoso.) Para conjura-la, $ 100 em substâncias
especiais (geralmente ilegais) devem ser fumadas (ou consumidas).
Os materiais para fumar devem ser acesos com a magia Atear Fogo,
ou o teste terá -5. Pré-requisito: HT 13+ ou Vício em uma droga
alucinógena.
Haruspicação é a adivinhação examinando as entranhas de um
animal abatido (deve ter pelo menos 10 kg – sem pombos!). É ilegal
em muitas áreas e desacreditada em muitas delas; existem rumores
desagradáveis de que funciona melhor com uma vítima humana.
(Quem for pego tentando isso na maioria dos lugares e épocas será
linchado em pouco tempo.) Mesmo com os animais, ela é
violentamente rejeitada em qualquer terra muçulmana. Por outro
lado, tem uma longa história e foi usada pelos sacerdotes de alguns
deuses antigos. Apenas uma pergunta pode ser feita por animal. Pré-
requisitos: DX 11+ e perícia em Biologia (Fisiologia) 14+ .
Numerologia é a adivinhação pela manipulação de números
significativos e “equivalentes” numéricos de nomes e coisas do
gênero. Requer um conjunto de textos de referência matemática
(custo de $500; peso de 2,5 kg) ou o teste terá -3 e o nome correto do
alvo ou o teste terá -5. (Se nenhum nome estiver associado à
pergunta, faça o teste com -5 de qualquer maneira!) Também requer
algo para escrever e com, ou alguém com Cálculos Instantâneos ou
Memória Eidética. (Existe muita aritmética envolvida.) Pré-
requisitos: Perícia em Matemática com 15+ e perícia em Filosofia
com 13+, ou Habilidade Matemática.
Leitura de Tabuleiro de Areia é a interpretação dos padrões
feitos pela areia fina e pura à medida que é derramada e movida sobre
um tabuleiro especialmente fabricado (custa $25; peso com a areia,
2,5 kg). É uma técnica poderosa e simples, mas tem limites; apenas a
mais simples das visões pode ser gerada, sem cores ou sensação de
temperatura. Pré-requisito: Geovisão.
Magia – 86 –
Meta-Mágicas
Benção consulte pág. M 54; Comum
Na maioria das mitologias, “bênçãos” são associadas aos deuses e
seus sacerdotes. No entanto, os imãs geralmente não são dados a tais
truques mágicos; essa magia é dada aqui como o tipo de coisa que um
vendedor de amuletos pode oferecer. É uma magia geral de ajuda e
proteção. Deve ser conjurada em outro; você não pode se abençoar,
exceto criando um amuleto (veja abaixo).
Todas as jogadas de dados do alvo são modificadas
favoravelmente em um ponto (ou mais para conjurações mais
poderosas). A modificação não afetará sucessos e falhas críticas. Isso
dura indefinidamente... até que o alvo falhe em alguma jogada de
dados (ou um inimigo faça uma boa jogada de dados) e o alvo esteja
em sério perigo. Então a bênção afasta ou diminui o risco de maneira
miraculosa – e acaba. Cabe ao Mestre decidir quando a bênção terá
seu efeito final e qual a forma da proteção. Se uma flecha é apontada
para o seu coração, uma bênção de 1 ponto (a bênção menor) pode
movê-la para o seu braço, enquanto uma bênção de 2 pontos, ou total,
a envia através do seu turbante e uma benção de 3 pontos (a grande
bênção) faria matar o inimigo atrás de você.
Duração: Como acima.
Custo: 10 para uma bênção menor, 50 para uma bênção total,
500 para uma grande bênção. As bênçãos não podem não ser
“acumuladas” – uma bênção mais forte dissipa a mais fraca.
Tempo de Operação: 1 minuto para cada ponto de energia na
magia.
Pré-requisitos: Aptidão Mágica 2 e Teologia-17 para uma bênção
de 1 ponto, Teologia-20 para uma bênção de 2 pontos e Teologia-25
para uma bênção de 3 pontos (uma pré-definição em Filosofia é
aceitável). Para conjurações normais, também requer o conhecimento
de pelo menos 15 outras magias; a fabricação de um amuleto com a
magia requer caligrafia no mesmo nível de Teologia.
Objeto: Um amuleto. A bênção é lançada no objeto em vez de
uma pessoa e afeta qualquer pessoa que o use. Quando finalmente
evita um grande perigo de qualquer usuário, a inscrição do amuleto se
torna ilegível e perde sua magia. Custo de energia para ser conjurado:
10 vezes o custo a ser conjurado em uma pessoa.
Maldição consulte pág. M 54; Comum
Esta magia tem muito em comum com Benção (veja acima), e os
mesmos comentários se aplicam. No entanto, o efeito é exatamente o
oposto. Todas as jogadas de dados do alvo são modificadas
desfavoravelmente, durando até que ele tenha algum sucesso notável,
apesar das jogadas ruins – o Mestre decide sobre exatamente o que é
isso. Então o sucesso de alguma forma se transforma em cinzas e a
maldição termina.
Duração: Como acima.
Custo: 3 para uma maldição menor (1 ponto), 10 para uma
maldição total (2 pontos), 20 para uma grande maldição (3 pontos).
Como bênçãos, as maldições não podem ser “acumuladas”.
Tempo de Operação: 2 segundos para uma maldição menor, 4
para uma maldição total, 6 para uma grande maldição.
Pré-requisitos: Aptidão Mágica 2 e Filosofia-17 para uma maldição
menor, Filosofia-20 para uma maldição total e Filosofia-25 para uma
grande maldição (uma pré-definição em Teologia é aceitável). Para
conjurações normais, também requer o conhecimento de pelo menos 15
outras magias; a fabricação de um amuleto com a magia requer
Caligrafia no mesmo nível da Filosofia.
Objeto: Um amuleto. A maldição é conjurada no objeto em vez de
uma pessoa e afeta qualquer pessoa que a use. (Os Mestres devem
fazer testes em segredo e fazer o possível para esconder dos
personagens o fato de que eles têm esse problema.) Quando ele entrega
sua praga final, a inscrição do amuleto se torna ilegível e perde sua
magia. Observe que fabricar esses amuletos – ou enganar alguém para
usá-lo – costuma ser uma ofensa de linchamento e provavelmente
formalmente ilegal na maioria das sociedades que reconhecem a
existência de magia. Custo de energia para conjurar: 10 vezes o custo a
ser conjurada em uma pessoa.
Remoção de Maldição Comum; Resistida pela magia alvo
Observação: Como em Benção e Maldição (acima), esse magia é
dada como o tipo de coisa que um vendedor de amuleto ofereceria; é
útil em casos graves de agressão mágica. No entanto, é também uma
maneira rápida e poderosa de remover magias irritantes, o que pode
torná-la um incômodo para os Mestres; eles podem se sentir livres
para proibi-la ou restringi-la como acharem melhor. (Nas histórias,
magos poderosos removem as piores magias um do outro, quase por
capricho; em alguns filmes, estudiosos um pouco menos poderosos
têm mais problemas. Isso parece implicar que Remoção de Maldição
deveria ter Aptidão Mágica 3 como pré-requisito, ou deveria apenas
funcionar em magias que o conjurador realmente conhece, como
Contra-Mágicas.)
Anula qualquer um das seguintes magias (algumas de GURPS
Magia): Maldição, Condicionamento (qualquer um dos tipos),
Feitiço, Possessão (qualquer tipo, incluindo djinn), Alterar Feições,
Alterar Corpo, Metamorfose, Metamorfosear Outros, Alterar Terreno,
Mesclar Metamorfose, Metamorfose Coletiva, Petrificação Parcial,
Encolher Outro, Encolher. Também anulará qualquer
comprometimento físico ou mental causado por um Desejo hostil de
qualquer tipo. Se, por qualquer motivo, o nível de perícia da magia
for desconhecida, a avaliação do Mestre é final.
Custo: 20.
Tempo de Operação: 1 hora.
Pré-requisitos: Aptidão Mágica 2 e pelo menos 20 outras magias
de pelo menos 10 outras escolas.
Objeto: pode ser “conjurada” em um pequeno frasco com água
pura; qualquer um pode usá-lo para aplicar a magia em um alvo,
borrifando a água sobre ele e falando uma frase-gatilho. A água é boa
para apenas uma aplicação.
Magias de Controle da Mente
Condicionamento (MD) consulte pág. M 59;
Comum; Resistida por IQ
Permite que o usuário ordene que um ser faça uma coisa
específica. Este comando deve ser a primeira prioridade do alvo até
que a ordem seja cumprida ou removida com Remoção Maldição.
Não há conexão mental – o conjurador deve emitir todas as
instruções verbalmente e claramente. Os Djinn sabem quando estão
sob essa magia e apenas dizem: “É o poder da magia”, se
perguntados por que eles obedecem. Eles geralmente são
incrivelmente tolerantes a essa magia; faça um teste de reação
simples para descobrir a atitude deles em relação ao conjurador
quando a magia se esvair ou se falhar, em -3 se for necessário fazer
algo desconfortável ou em -5 se for conjurada em perigo real. Eles
podem até ser persuadidos a permanecerem amigáveis com a lisonja,
se o conjurador realmente trabalhar para isso: uma reação +1 ou até
+2 se o conjurador os tratar bem e não agir de maneira arrogante, à
escolha do Mestre.
Duração: Permanente até ser cumprida.
Custo: 12.
Pré-requisitos: Aptidão Mágica 2, Expulsar Djinni, cinco outras
magias de Controle da Mente.
Objeto: Às vezes, rumores, mas nunca encontrado! Um amuleto,
incorporando um Selo de Salomão (consulte pág. 91) e marcado com
inúmeras palavras de poder, seria mais provável; falar as palavras ou
simplesmente exibir o objeto desencadearia a magia, com ou sem o
custo de energia, dependendo da qualidade do objeto.
Magias de Movimento
Apressar Comum
Permite que o alvo se mova mais rápido (aumenta sua pontuação
de Deslocamento e Esquiva) em até 3 hexes por turno.
Duração: 1 minuto.
Custo: 2 para conjurar e 1 para manter, para cada ponto
adicionado à pontuação de Deslocamento do alvo. Dobre o custo para
alvos com 2 hexes e assim por diante.
– 87 –
Tempo de Operação: 2 segundos.
Objeto: Sapatos ou joias. F unciona apenas para o usuário.
Custo de energia para criar: 250 para cada ponto adicionado ao à
pontuação de Deslocamento – por exemplo, 500 para um objeto que
permitirá que o usuário se desloque 1 ou 2 mais rápido e assim por
diante.
Marcha Rápida (MD) Comum
Essa magia duplica a taxa de viagens de longa distância do alvo
(consulte a pág. MB 187). O alvo perde 10 de fadiga ao final do dia e
deve dormir. Esta magia não afeta a taxa de Deslocamento de
combate.
Duração: 1 dia de marcha.
Custo: 4 para conjurar; 4 para manter.
Tempo de Operação: 1 minuto.
Pré-requisitos: Aptidão Mágica, Apressar.
Objeto: Um frasco de água pode ser conjurado para uso
posterior.
Voo (MD) consulte pág. M 62; Comum
Esta magia está disponível apenas para ‘Ifrits e djinn de ordem
superior. Permite que o alvo voe pelo ar sem asas. O alvo está no
controle total de seu próprio voo (a não ser, é claro, que a jogada de
perícia tenha sido prejudicada) e com um Deslocamento 10 (pelo
menos), normalmente reduzido por carga. (Esta é uma velocidade de
32 km/h, e provavelmente apenas um djinni pode sustentá-la.) Um
personagem voador pode se deslocar e lutar normalmente, e tem uma
vantagem de combate acima dos seus inimigos (consulte a pág. MB
123).
Duração: 1 minuto.
Custo: 5 para conjurar, 3 para manter.
Tempo de Operação: 2 segundos.
Pré-requisito: O djinn costuma ignorar os pré-requisitos!
Objeto: J oias. F unciona apenas para o usuário. Custo de
energia para criar: 2.500.
Planar Comum
Esta magia permite que conjuradores com Grande Metamorfose
adotem formas de voo funcionais e geralmente só devem estar
disponíveis quando conectadas a Grande Metamorfose. Permite que o
conjurador voe pelo ar na sua taxa de Deslocamento (atual), com
controle total. O conjurador pode se deslocar e lutar normalmente, e
tem uma vantagem de combate se estiver acima de um inimigo
(consulte pág. MB 123).
Duração: 1 minuto.
Custo: 4 para conjurar, 2 para manter.
Tempo de Operação: 2 segundos.
Pré-requisito: Grande Metamorfose.
Tapete Voador Especial
Como Levitação (pág. M61), isso permite que o conjurador
encante temporariamente um carpete ou tapete, para que voe sob o
comando mental de alguém sentado ou em pé sobre ele (a primeira
pessoa nele assume o controle). A versão básica oferece um tapete que
pode transportar uma pessoa, com não mais do que a carga pessoal
pesada, com um Deslocamento de 8; maior velocidade ou capacidade
de carga custa energia extra, conforme detalhado abaixo. O tapete
deve ter uma área de um hex por pessoa (ou carga equivalente) a ser
transportada e não pode ter mais do que um hex de “tamanho grande"
para uma determinada conjuração. Ele deve estar intacto e geralmente
em boas condições para um tapete doméstico comum.
Depois que o conjurador parar de manter a magia, o tapete
permanecerá no ar por 2d+2 turnos, balançando cada vez mais. À s
vezes, isso permite uma aterrissagem segura, embora instável.
Voo Prático de Tapete: Em geral, é difícil cair de um tapete, a
menos que esteja envolvido em atividades muito extenuantes, mas
qualquer pessoa que lute ou se envolva em um comportamento
comparativamente ativo em um tapete deve fazer um teste de DX a
cada turno para evitar cair. (O Mestre pode modificar esse teste por
Magia
capricho, dependendo da complexidade da atividade envolvida.) Por
outro lado, um tapete encantado não vira bruscamente, dobra ou se
estica; a magia fornece especificamente uma plataforma estável e
nivelada. (Isso dificulta bastante o voo por espaços estreitos.) Para
fins das regras de voo fornecidas na pág. MB 139, um tapete só faz 1-
G voltas, sem um raio de giração reduzido possível. Como o tapete
oferece uma plataforma plana e estável, qualquer um que luta em
cima dele é tratado como estando no chão, além do requisito de testes
de DX, em vez de usar as regras especiais para combatentes
voadores. De fato, disparar algumas armas de projéteis, como besta,
de uma posição sentada em um tapete é perfeitamente seguro, embora
recarregá-las não seja. Personagens que apontam uma arma de
projétil de um tapete em movimento só podem receber o bônus de
Prec.; turnos extras mirando não aumenta isso.
As “brigas de cachorros” com tapetes mágicos (divertidas para
campanhas de alta magia, tolas de outra forma) reduzem-se
principalmente a cautelosos duelos de arco e flecha de longo alcance
ou a desorganizadas lutas de esgrima, com a ocasional tentativa
sorrateira de destruir os tapetes dos oponentes.
Duração: 1 minuto (mais 2d+ 2 turnos, conforme acima)
Custo: 5 para conjurar; 3 para manter; + 1 para conjurar e
manter por passageiro adicional (ou 100 kg de bagagem) além do
controlador; +1 para conjurar e manter para cada +2 adicional de
Deslocamento de voo.
Tempo de Operação: 5 segundos.
Pré-requisitos: Aptidão Mágica 2, pelo menos duas magias
Djinni, Levitação e quaisquer outras duas magias.
Objeto: Um tapete permanentemente encantado; requer
comandos verbais (audíveis), caso contrário, funciona como acima.
Drena um único ponto de energia do seu controlador cada vez que
decola. (Este ponto não pode ser eliminado através da magia
Energização.) Custo de energia para criar: 500 vezes o custo da
magia com as mesmas capacidades. (Assim, por exemplo, um tapete
para três pessoas com um Deslocamento 12 custaria 4.500 de
energia.)
Magias Necromânticas
Animação (MD) consulte pág. M 64; Comum
Permite ao conjurador animar uma estátua ou outro item existente.
O objeto animado deve ter a forma humana ou animal. Suas habilidades
e atributos dependerão do seu corpo. Isso depende inteiramente do seu
corpo, mas (por exemplo) uma estátua pode deixar sua base e se mover,
mas apenas falar de maneira compreensível se sua boca e língua
estiverem muito bem esculpidas; um esqueleto cuidadosamente
conectado pode se mover, mas não falar. Trate objetos animados como
IQ 9, mas com pouca iniciativa e livre arbítrio. Dentro de suas
limitações, os objetos animados seguem fielmente as ordens verbais do
conjurador. (Consulte na página 100 os valores do jogo para uma típica
estátua animada.)
Duração: 1 minuto.
Objetos Mágicos
Essa é uma parte comum dos contos das Noites da A rábia; onde
Aladdin estaria sem o anel e a lâmpada? Ao contrário de alguns
cenários, as armas são uma minoria aqui, embora algumas espadas
muito mortais apareçam; assim como nas magias, transporte e poder
sobre djinn são os recursos mais comuns.
Muitos dispositivos que aparecerão nos cenários são
simplesmente a personificação de “objetos” das magias listadas
acima – por exemplo, consulte a magia Tapete Voador ou os vários
amuletos descritos.
Também é possível introduzir objetos “tecnológicos” que são tão
complexos e estranhos que só podem ser explicados pela adição de
magia; os filmes adoram monstros mecânicos gigantes. Variantes da
magia Golem podem alimentar muitos deles.
Magia – 87 –
Custo: 3 para animar um objeto do tamanho de um homem ou
menor; mais em proporção ao tamanho do objeto (decisão do
Mestre); metade do custo inicial para manutenção. Dobre o custo
para animar pedra; triplique para animar metal.
Tempo de Operação: 5 segundos.
Pré-requisito: Aptidão Mágica 3.
Objeto: A figura pode ser permanentemente animada por 100
vezes o custo de energia necessário para animá-la inicialmente.
Compare com o custo de Golens, pág. 103.
Magias de Proteção e Advertência
Trava Mágica Comum; Resiste à magia Serralheiro
Trava uma porta magicamente. A porta não abrirá, a menos que a
magia seja removida (Contra-Mágica ou Serralheiro, págs. M 53 e M
61, irão contra-atacar) ou a própria porta sendo destruída.
Duração: 6 horas.
Custo Básico: 3 para conjurar, 2 para manter.
Tempo de Operação: 4 segundos.
Pré-requisito: Aptidão Mágica.
Objeto: Um mago pode selar qualquer portal permanentemente,
como um encantamento. A versão mais simples apenas mantém a
porta fechada, como acima, até que alguém diga uma palavra de
comando, que deve ser decidida e pronunciada em voz alta quando o
encantamento for conjurado. Quando a palavra é usada, a magia é
quebrada. Um fechamento limitado como este custa 25 de energia
para criar. Uma versão mais poderosa, custando 300 de energia,
mantém o portal firmemente trancado sempre que é fechado. Ele
abrirá livremente com a palavra de comando, que novamente deve ser
dita em voz alta e clara quando o encantamento for conjurado e
quando a porta for usada, mas a magia será reativada assim que a
porta for fechada novamente. Pode-se especificar uma palavra
diferente para cada lado da porta ou não especificar uma palavra para
um lado, criando uma entrada de mão única. Também pode ser
possível transformar a magia em um item portátil, para ser conjurado
em qualquer porta (mas sem senhas ou o que for); o custo da energia
de criação para esse item seria 300.
Magias de Som
Som consulte pág. M 69; Comum
Produz qualquer tipo de som sem sentido que o conjurador deseja
– o zumbido de um inseto, o murmúrio distante de vozes, o barulho
de algo caindo ou algo semelhante. Não produzirá ruído alto. Não
requer concentração quando a magia é conjurada.
Duração e Custo: 1 para criar um som de 5 segundos; 2 para
criar um som que dura um minuto inteiro; 1 por minuto para manter.
Objeto: Qualquer. Produz continuamente o som especificado
(embora Conexão ou Retardo – consulte GURPS Magia – sejam
frequentemente usadas para ativá-lo ou desativá-lo). Custo de energia
para criar: 50.
Embora itens mágicos sejam relativamente comuns, eles não
devem ser triviais; em uma aventura, um ou dois objetos poderosos
são mais apropriados do que um carregamento de camelo cheio de
bugigangas de baixa potência (aparte, talvez, dos encantos de baixa
potência feitos por vendedores de amuletos). Além disso, os objetos
tendem a ser obra de lendários bruxos antigos, em vez de
personagens “contemporâneos”. Os Mestres devem considerar a
proibição de encantamentos “Rápidos e Sujos” (pág. MB 152-153) e
possivelmente restringir o uso de assistentes no encantamento,
aumentando o custo de energia de todos os encantamentos por uma
quantia fixa ou outras limitações (até incluindo o banimento de
encantamentos). Tornar o encantamento mais difícil deve tornar
novos objetos mais raros, e apenas os mais poderosos valerão o
esforço.
 Os Mestres que desejam adicionar à lista a seguir podem
consultar GURPS Magic Itens e GURPS Magic Itens 2. A maioria
dos objetos apresentados lá pode ser importada, embora alguns sejam
mais apropriados que outros. Por exemplo, Malha dos Anões ou
Cajado Sylvan são difíceis de se encaixar em um mundo sem anões
ou elfos e, com poucas florestas grandes, poucos magos árabes
empunham cajados encantados. Por outro lado, muitos estudiosos do
Oriente adorariam ter o Laboratório à Prova de Idiotas de
Nicodemos, e um Coração de Pedra parece um amuleto clássico de
alta potência.
Os GURPS Magic Itens também contêm regras específicas para
amuletos. Eles são diferentes dos amuletos detalhados aqui, mas os
princípios são muito semelhantes e as duas ideias podem ser
facilmente combinadas.
“Preços Solicitados” não são fornecidos aqui para os objetos; a
magia é muito rara, selvagem e socialmente inaceitável nesse cenário
para que um mercado regular se desenvolva. No entanto, alguns
objetos têm notas sobre “Disponibilidade”. Na maioria dos casos, os
objetos mágicos seriam tão úteis que ninguém iria querer se separar
deles, e quem os oferecesse poderia pagar quase qualquer preço!
Amuleto de Saúde
Esse amuleto protege contra doenças (em termos modernos,
bactérias, vírus e infecções por fungos, mas não parasitas maiores,
como tênias e não venenosos). Tais amuletos vêm em uma variedade
de níveis de poder; a maioria funciona aumentando o HT do usuário,
apenas para evitar ou eliminar infecções. (Consulte a página MB 133
para regras gerais sobre o assunto.) Alguns funcionam contra uma
doença específica; outros são mais úteis e protegem contra todas as
infecções. Os melhores simplesmente concedem ao usuário a
vantagem de Imunidade à Doença (pág. MB 20); se usado por alguém
que já tem uma doença, ele a elimina, restaurando cada característica
reduzida à taxa de 1 ponto por hora.
Criar esses amuletos requer a magia Encantar, Dar Vitalidade
(conjurada em uma forma de variante) e a perícia Diagnóstico; o teste
de perícia do criador de amuletos para o encantamento é igual ao
menor desses três. A maioria desses amuletos (exceto o tipo de
“imunidade total”) drena 1 ponto de fadiga do usuário, uma vez por
hora, para cada +1 HT concedido. (Portanto, usá-los quando não são
necessários geralmente é uma má ideia.)
O custo de energia para criar um amuleto e o preço normal de
mercado do resultado variam com o bônus do HT da seguinte
maneira:
+1 HT: 100 de energia, $110.
+2 HT: 250 de energia, $5.000.
+3 HT: 500 de energia, $15.000.
+4 HT: 750 de energia, $22.500.
+5 HT: 1.000 de energia, $30.000.
Esses valores são para um amuleto que drena a fadiga e ajuda
contra todas as doenças. Divida pela metade para um que só funcione
contra uma doença específica; dobre-os para versões
“autoalimentadas” que não custam fadiga do usuário. Amuletos mais
poderosos podem ser possíveis, mas seriam proibitivamente caros; os
melhores listados serão vendidos apenas em um mercado limitado.
Criar um amuleto que conceda total imunidade a doenças (sem custo
de energia) requer todas as habilidades acima (incluindo Energizar),
além de Recuperação de Força; o papel do encantador é o pior de todos
os quatro, e o custo de energia para criar é de 1.000 se proteger contra
uma única doença, 2.000 para uma que interrompa todas as infecções.
Os custos respectivos seriam de $30.000 e $60.000; o primeiro pode ser
difícil de vender. (Muitas pessoas gostariam de ser imunes a todas as
infecções, mas quem se preocupa com alguma doença... a menos que
uma praga esteja se formando?)
A Orbe Celestial
Esta bola de cristal extremamente poderosa é mencionada nas Mil
e Uma Noites; com ele, o usuário pode ver qualquer lugar na Terra.
– 89 –
Em termos de jogo, o usuário precisará de Aptidão Mágica 2 e poderá
ver qualquer ponto, de qualquer posição, pelo tempo que quiser, ao
custo de um ponto de energia. (É claro que saber onde procurar é
sempre o mais importante. Além disso, a Orbe só permite a
visualização, sob luz comum.) As magias Resguardar ou Resguardar
Área (pág. M53) podem resistir, mas tem um poder efetivo de 25. O
segundo poder da Orbe é ainda mais aterrorizante, mas só pode ser
usado enquanto o dispositivo estiver sob a luz direta do sol; a esfera
de cristal pode focalizar a luz na área que está sendo visualizada e
fazer com que qualquer coisa exploda em chamas. Em termos de
jogo, ele permite que o usuário conjure Criar Fogo, com perícia 20,
em qualquer área observada – mas apenas em um dia claro!
Magias Componentes: Esta é uma grande e antiga magia; e
improvável que os personagens do jogo possam reproduzi-la. Sem
dúvida, envolve magias como Bola de Cristal, Olho Mágico Invisível
e Criar Fogo, mas o poder envolvido levaria vidas para a maioria dos
bruxos reunir e controlar.
Venda: Este objeto está militarmente além de qualquer preço; os
proprietários podem perguntar o que quiserem de qualquer governante.
O mundo inteiro temerá qualquer um que a possua; há uma chance
muito real de ataques secretos, conspirações desonestas de vários
inimigos e todos os tipos de outros problemas que se seguem.
Garrafa Djinn
Esta pequena garrafa de latão ou cobre não é exatamente mágica
por si só; é simplesmente um recipiente bem feito, fechado com o
Selo de Salomão (consulte a pág. 91), que garante prender um djinni
assim que a criatura estiver dentro dele (na forma de uma nuvem de
fumaça). Abrir a garrafa liberta o djinni, para o bem ou para o mal;
emergirá na forma de fumaça em dois turnos. Veja a magia Prender
Djinni para mais detalhes. (E veja o conto das Noites da A rábia “O
Pescador e o Djinni” para um exemplo de engenhosidade humana e
um djinni malévolo, mas seriamente crédulo ou superconfiante.)
Venda: Uma garrafa vazia, apropriada para essa função, custa
$150. Uma com um djinni dentro deve ser tratada com muito
cuidado, e as pessoas sensatas provavelmente a levarão para o mar e
a atirarão lá, mas se o prisioneiro oferecer promessas solenes de
inofensividade, juradas pelo “nome mais alto”, muitas pessoas terão a
chance de enriquecer. O preço de venda dependeria então do que o
djinni diz; se oferecer riqueza ilimitada a quem o libertar, o detentor
provavelmente não venderá! Se o djinni é de temperamento ou
intenções incertos, um mago poderoso (ou superconfiante) pode
oferecer, digamos, $10.000 por ela, com a esperança de dominá-lo ou
manipulá-lo. Por outro lado, alguns djinn podem ficar muito infelizes
com a indignidade de serem trocados como um escravo.
Pó do Sangue Fiel
Este é um pó fino que interrompe instantaneamente a perda de
sangue de uma ferida. Uma dose (aproximadamente 30 gramas),
polvilhada em um corte de até sete pontos, interrompe todo o
sangramento (consulte a regra opcional, pág. MB 130); use doses
extras para ferimentos piores. Uma dose também restaura um ponto
de dano perdido por essas feridas (apenas uma vez) e dá +3 aos testes
de Primeiros Socorros e assim por diante ao tratá-las.
O poder do Pó é tal que uma parte do corpo recém-cortada,
colocada em uma superfície plana coberta pelo material, permanece
viva por alguns minutos; isso pode permitir que cirurgiões
especializados reconectem membros e afins se chegarem ao paciente
a tempo (opção do Mestre). Até uma cabeça humana permanece viva
temporariamente e pode continuar a falar um pouco (teste contra a
HT a cada minuto; em caso de falha, a cabeça perde a consciência e
morre). Embora isso tenha acontecido na história do rei Yunan e do
sábio Duban, os Mestres realistas notarão que uma cabeça decepada
não tem pulmões... (Isso é realmente poderoso)
É possível que esse Pó esteja encantado com algum tipo de magia
de Cura, mas é igualmente provável que seja a criação de um médico-
alquimista muito habilidoso. Trate-o como um elixir (consulte as
páginas M87-91), requer $50 em materiais e 1 semana para fazer;
Magia
o alquimista também deve fazer um teste de Medicina para concluir o
processo. É vendido por $150 a dose.
Kohl da Visão do Tesouro
Este é um frasco de kohl (um cosmético oriental de aparência
comum). Aplicado aos olhos, permite ao usuário “ver os tesouros
enterrados da terra”. A maioria dos frascos contém o suficiente para
dez aplicações; cada um concede o equivalente a uma magia
Geovisão, bom para 100 metros de profundidade, mantido por dez
minutos.
Magias Componentes: Geovisão. Custo de energia para criar:
750 e $50 em materiais, por dose (um frasco pode ser preenchido
com uma dose de cada vez).
Venda: Na maioria dos mundos das campanhas, o kohl seria
reconsiderado como potencialmente útil, mas apenas em
circunstâncias limitadas. Como o tempo e a energia necessários para
criá-lo fixariam o preço de venda em torno de $20.000, no mínimo,
isso não seria feito com muita frequência. No entanto, no mundo
original das Noites das A rábias, as pessoas acreditam que existem
milhares de túmulos antigos fabulosamente ricos e palácios
enterrados por toda a terra (e as histórias confirmam isso); a chance
de encontrar um, com um pouco de pesquisa e a ajuda do kohl,
justifica o preço.
A Tradição dos Antigos
Este livro é totalmente único; muitos magos dariam tudo o que
possuem para obter uma cópia e depois passariam a vida inteira
estudando-o. Irmãos se desentenderam discutindo sobre a posse dele.
Seus estudantes afirmam que ele contém as respostas para todos os
grandes mistérios do mundo e a localização de todos os tesouros
escondidos. Existem poucas cópias; há uma grande quantidade de
texto transcrito, o conteúdo é sutil e desafiador, e muitos escribas
seriam desviados pelo que precisavam ler enquanto trabalhavam.
O Tradição é um livro volumoso, obviamente antigo, pesando
vários quilos e escrito por várias mãos diferentes, todos eles
empregando a caligrafia mais antiquada. Note que ele não está
realmente imbuído de magias. Em vez disso, fornece informações
complexas e sutis sobre a prática da magia e outros tópicos. No
entanto, a informação que ele contém é tão poderosa que há uma aura
leve, porém definida, de poder sobre ela; Detecção de Magia,
conjurada dentro de um metro do livro, observará o fato.
Para usar o livro, é necessário um teste da perícia Pesquisa. O
leitor pode pesquisar qualquer pergunta para a qual a resposta possa
ser conhecida nos tempos antigos (portanto, não se deve procurar a
política contemporânea – mas lembre-se de que os estudiosos
medievais pensavam que seus antepassados sabiam mais do que eles,
mesmo sobre ciência ou tecnologia). O livro quase certamente
conterá algo pertinente, mas os testes de perícias são necessários para
encontrá-lo e identificá-lo. A menos que o teste seja feito por 4 ou
melhor, os dados obtidos serão vagos e evasivos. É necessário um
sucesso crítico para extrair uma resposta realmente direta do livro. A
pesquisa levará 1d horas ou 1d×10 minutos em um sucesso crítico se
o leitor estiver satisfeito apenas com informações básicas.
O livro contém informações pertinentes a toda magia, além
daquelas que o Mestre especificamente declara serem invenções
modernas, ou especialmente secretas. Um mago pode justificar gastar
experiência com qualquer tipo de magia depois de algum tempo com
o livro e um teste de Pesquisa bem-sucedido. Da mesma forma, o
estudo do livro pode ajudar uma pessoa a desenvolver perícias
baseadas no conhecimento, como Filosofia, Matemática ou
Arqueologia. Nesses casos, o leitor deve gastar 1d vezes 5 horas com
o Tradição para cada ponto que ele deseja gastar. Se usado para
estudos de longo prazo, o livro pode ser tão bom quanto um instrutor
humano. Faça um teste de Pesquisa a cada 25 horas gastas lendo-o e,
se for bem-sucedido, conte-o como o tempo gasto com um professor;
se mal-sucedido, conte-os como tempo de auto aprendizado (consulte
barras laterais, págs. MB 82-83).
Há apenas um problema nisso tudo; o livro pode ser muito
interessante. Alguém que está curioso sobre algum tópico coberto
Magia – 90 –
pelo Tradição (especialmente se isso estiver em sua ficha de
personagem como uma peculiaridade) deve fazer um teste de
Vontade sempre que usar o livro, ou se perderá em referências
cruzadas fascinantes por 1d vezes 20 minutos; o mesmo efeito pode
superar uma pessoa que sofre de, digamos, Cobiça, pois o Tradição
contém muito sobre possíveis fontes de tesouros enterrados. O Mestre
pode improvisar efeitos semelhantes, ligados a outras desvantagens, a
seu capricho; esse é um item poderoso e deve dominar a vida mental
de seus usuários. Um indivíduo que tem a curiosidade como uma
forma de comportamento compulsivo pode morrer de fome se este
livro estiver disponível, ficando absorvido por 3d horas a cada vez
(reduzido para 3d+60 minutos por um teste de Vontade), toda vez que
o abre.
Armas Meteóricas
Meteoritos – “pedras negras caídas do céu” – foram usados pelos
árabes para fazer espadas mortais. Isso está associado a uma ideia geral
de meteoritos como fonte de energia; alguns lugares sagrados antigos
parecem ter se centrado em pedras meteóricas. Uma lâmina como a
manejada pelo herói ‘Antar seria uma espada larga com Precisão +2 e
Pujança +3; mesmo uma “pedrinha negra” não trabalhada, arremessada
à mão ou de uma funda, poderia facilmente matar, funcionando como
uma arma Perfurante e com algum nível de Pujança.
Para simular isso, a pedra meteórica pode ser tratada como
contendo energia mágica que pode ser usada para magias de Precisão
e Pujança (e possivelmente também Fortificar e Desviar – opção do
Mestre). A quantidade disponível pode ser medida por uma magia
Analisar Magia. Ela pode ser produzida por um encantamento
“Rápido e Sujo’ (pág. MB 152), sendo equivalente a uma gema de
energia para isso. A quantidade varia de pedra para pedra; 200 para
uma pequena, bom para uma lâmina de punhal, até 6.000 para as
mais poderosas. Essas pedras exigem que a perícia Armeiro com 17+
para funcionar, e o metal que elas contêm não pode ser misturado ou
“diluído” com aço comum.
Venda: Além de qualquer poder inato no estado não trabalhado,
as pedras meteóricas são valorizadas pela energia que elas contêm.
Um preço sugerido é de $10 por ponto de energia.
Anel, Gema ou Lâmpada de Comando
Estes são os itens mais conhecidos nas Noites da A rábia:
dispositivos que convocam e controlam djinn – que podem ter níveis
de energia muito altos, talvez até comandando seus próprios servos.
O item geralmente é facilmente ativado, simplesmente esfregando a
mão nele.
Também é possível ter dispositivos semelhantes que permitem ao
usuário convocar ou se comunicar com djinn não controlados. Essas
podem ser armadilhas mortais se o djinni é mesquinho, mas também
podem criar interessantes enredos se o djinni estiver preparado para
ajudar as pessoas de que gosta – digamos, aqueles que concedem
favores. (“Sua ação casual me libertou. Você pode pedir um pequeno
favor ou três conselhos...”)
Na história de Aladdin, um anel que comanda um djinni também
fornece algum tipo de efeito protetor; isso pode ser um encantamento
separado ou um “efeito colateral” complexo do poder do djinni. Da
mesma forma, outros dispositivos relacionados a djinn podem ter
recursos mágicos extras. Por exemplo, uma grande joia que permite a
fala com um djinni pode se transformar em uma pedra comum nas
mãos de alguém com quem o djinni não quer conversar, ou o djinni
pode realmente ser morto se o item capturado for destruído. Os
Mestres devem sentir-se à vontade para apresentar todo tipo de
complicações com esses dispositivos.
Magias Componentes: Qualquer uma da Escola Djinni –
normalmente convoca (ou Prende), esperançosamente também
Condicionamento. Alguns itens podem realmente ser Convocar
Lembranças (veja abaixo).
Venda: Imensamente variável. Um item que concede ao
detentor poder sobre os reinos do mundo está obviamente além do
preço; algo que pode atrair um djinni imprevisível pode valer alguns
milhares de dirhams de um curioso e imprudente mago.
Alforje dos Banquetes Sem Fim
Este alforje de aparência simples permite que o usuário chame
qualquer prato que desejar à vontade, servido em pratos de ouro.
Requer apenas uma frase de comando para funcionar (“Servo do
Alforje, pelos poderosos nomes que têm poder sobre você, traga-me o
que eu desejo”) e devolva os pratos à sacola após cada refeição. É
“alimentado” por um djinni preso a ele.
Magias Componentes: Estritamente falando, isso deve exigir a
captura de um Djinni e de Condicionamento; o djinni, tendo sido
selecionado para este trabalho, faz o trabalho. No entanto, pode ser
mais simples supor que o item tenha sido encantado com Criar Água,
Criar Alimento (pág. M 35 e 43), Banquet (pág. M 43) e Criar Planta
(pág. M 66). Os materiais para a magia (incluindo placas de ouro)
custariam várias centenas de dirhams.
Venda: Sendo útil para os viajantes e luxuoso para qualquer
pessoa, esse item pode obter um preço alto – digamos $100.000 ou
mais. No entanto, muçulmanos devotos, se conscientes de sua
natureza alimentada por djinns, podem considerá-la “impura”.
O Selo de Salomão
Este não é necessariamente um objeto encantado como tal; ao
contrário, é um símbolo, projetado pelo fundador da magia branca,
que tem poder sobre o mais formidável dos djinn. (Essas criaturas
podem até fazer juramentos pelo selo.) Também pode aparecer em
textos, inscrições e objetos mágicos, como um “foco” para suas
“correntes de mana’ internas ou apenas para sugerir sua natureza.
Não é necessariamente um sinal mágico real, mas qualquer coisa
marcada com ela pode pelo menos valer a pena conferir!
O desenho básico do selo é uma estrela, composta de dois
triângulos equiláteros – a conhecida “Estrela de Davi”. Isso
geralmente é usado como um símbolo simples, mas o selo totalmente
eficaz é embelezado com escritos e inscrições místicas. Um bom texto
mágico geralmente mostra o desenho completo (jogue contra a
perícia Pesquisa em uma biblioteca decente), ou um estudioso pode
ser capaz de reproduzi-lo de memória; qualquer conjurador de magias
que conheça as magias da escola “Djinni’ pode fazer isso com um
teste contra IQ + Aptidão Mágica, e qualquer outro conjurador recebe
um teste de IQ-3 ou Teologia. Qualquer um pode jogar contra
Teologia-2, Arqueologia-2 ou Literatura-4 (ou Ocultismo-1 em um
jogo não mágico), desde que ele tenha gasto pelo menos um ponto na
perícia em questão. O resultado de um teste bem-sucedido é um
desenho que qualquer bruxo ou djinni reconhecerá, mas pode não ser
necessariamente totalmente eficaz. Ele deve ser cuidadosamente
inscrito em qualquer material que esteja sendo usado, exigindo um
teste de Caligrafia ou Artista bem-sucedido para um desenho à mão,
um teste de Joalheiro para um anel de selo. Se feito como um anel de
selo, é necessário um teste de DX para fazer uma impressão limpa
– 91 –
(eficaz) em cera. Um selo totalmente eficaz pode ser identificado
com o mesmo teste usado para lembrar desenho.
Qualquer djinni que já foi preso ou contido pelo Selo de Salomão
fará uma pausa por pelo menos uma rodada se o projeto lhe for
forçadamente apresentado. Se o selo for totalmente eficaz, ou se ele
já o segurou (mesmo que anteriormente tenha sido quebrado e
reparado), qualquer djinni deve fazer um teste de Vontade antes que
possa se mover em direção a ele, e o contato físico com ele custa ao
djinni 1d-2 de ST como fadiga. Se o djinni é selado em um recipiente
fechado pela magia Prender Djinni, o selo resiste a qualquer tentativa
do djinni de romper. O djinni deve fazer um teste de Vontade para
tentar, e depois fazer uma Disputa Rápida de Perícias entre a Vontade
do djinni e o IQ da pessoa que colocou o selo – com um custo de
fadiga 1d-3 para o djinni. Se quem prepara o selo obteve um sucesso
crítico em qualquer estágio, o djinni tem efetivamente -5 na Vontade
e perde fadiga por tentativa, mas a única maneira de testar se o
trabalho é bom é experimentá-lo. (O Mestre pode fazer os testes
secretamente, para preservar a incerteza.) Após cada três tentativas
malsucedidas de romper, um djinni preso deve fazer um teste de IQ
com -3 ou concluir que ele está preso o tempo todo e desistir de tentar
usar força bruta (embora possa tentar outros métodos, como
conversar com humanos fora de sua prisão).
Venda: Um desenho totalmente eficaz é útil para muitos
bruxos; pode obter de $25 a $50 ou adicionar tanto ao valor de um
texto mágico. No entanto, existe um mercado limitado; aqueles que
tentam produzir esses itens em breve estarão saturados desse
mercado, e o tempo e os materiais necessários não são triviais. Às
vezes, especialistas em magia mais ricos usam um anel de selo de alta
qualidade com esse desenho; isso custa de 10 a 20% a mais do que
uma joia comum comparável, com um mínimo de $300 (para um anel
de prata liso, porém robusto e gravado à mão).
Convocar Lembrança
Os seres mágicos, como um Si’lat ou o Simurgh, às vezes doam
algum pequeno objeto pessoal, como uma mecha de cabelo ou uma
pena. Isso é, de fato, imbuído de uma magia de Convocação especial;
queimá-lo fará com que a criatura entre em cena instantaneamente. O
ponto disso geralmente é que o ser deve um favor ao destinatário do
objeto, que pode ser chamado quando a convocação é usada;
qualquer pessoa que use o objeto terá algumas explicações a fazer. (O
Mestre decide qual é a atitude da criatura ou resolve uma reação
aleatória.) Alguns seres podem se considerar ligados à promessa, não
importa quem queime o objeto. Note que o objeto pode não conter a
magia de convocação; pode simplesmente se comunicar com a
criatura, que então usa algum tipo de magia de transporte para chegar
à cena.
Magias Componentes: Veja acima; a capacidade de criar esse
objeto geralmente é uma habilidade inata de uma criatura mágica,
mas um mago humano pode ser capaz de reproduzir o efeito com
muita pesquisa.
Venda: Questionável, devido à incerteza dos resultados de uso.
Um mago ousadamente curioso pode oferecer 2d×$1.000. Se os
resultados forem previstos com segurança, o valor poderá ser muito
maior.
Espada Flamejante
Outra daquelas magias raras; uma espada que pode projetar
“chamas brilhantes como um raio”. Em termos de jogo, é uma espada
larga e concede ao seu usuário a habilidade de lançar Bola de Fogo,
Bola de Fogo Explosiva (pág. M 34) ou Jato de Chamas (pág. M 34)
com perícia 25.
Magias Componentes: Como observado. Obviamente, elas
normalmente não estão disponíveis nas campanhas das Noites da
Arábia, por isso seria difícil reproduzir este item novamente.
Venda: Dada a oferta limitada de magia ofensiva nesse cenário,
essa espada é altamente desejável. Um governante rico pode oferecer
várias centenas de milhares de dirhams por uma arma pessoal tão
maravilhosa.
Magia
 Este capítulo trata da vida selvagem, criaturas
sobrenaturais e algumas raças estranhas de seres
humanos. O tópico se divide em três partes: os
djinn; animais selvagens e monstros, que são
descritos juntos porque os “contos de viajantes”
muçulmanos medievais incluíam muitas descrições
exageradas de criaturas reais, enquanto os filmes
de fantasia modernos usam bestas gigantes e pré-
históricas como ameaças aos seus heróis árabes; e
espécies que há muito são domesticadas no Oriente
Médio. Essa cultura adora cavalos finos e falcões
ferozes; por esse motivo, discutiremos primeiro
animais de estimação e animais treinados.

Animais, Monstros e Djinn – 92 –

Animais “Domesticados”
Vários animais úteis e “amigáveis” são comuns nesse ambiente. Todos são
operados pelo Mestre; os PJs devem ter que fazer muitos testes de
Adestramento de Animais para estarem prontos para aguentar as esquisitices
comportamentais de uma criatura. As descrições podem ser encontradas nas
páginas 94-97.
Preços de Animais
Alguns dos itens a seguir são baseados em preços conhecidos da era
abássida; o resto são suposições lógicas, o mais consistente possível com
outros materiais GURPS.
Ovo de pombo de corrida: $30; pombo de corrida jovem: $45; bom pombo:
$200 a $450; casal de pombos finos: $7.500; cão de caça jovem: $10; cão de
caça treinado: $40.
Observação: o último é treinado para um nível aceitável para fazer parte
de um matilha de caça funcional. Um cão treinado até os limites do seu IQ –
até o nível de um cão-guia moderno, por exemplo – seria uma esquisitice muito
cara, dado o tempo investido.
Camelo de carga treinado: $1.200 a $1.500 (principalmente de acordo com
a ST).
Cavalo leve (ST 28-35, Deslocamento 13-16) ou pônei nômade: $1.200+.
Cavalo pesado (ST 35-45, deslocamento 12-15): cerca de $2.500.
O treinamento de guerra completo (pág. MB 135) adiciona $1.000 a $1.500
aos preços dos cavalos. O cavalo de corrida mais barato, digno do nome,
custaria $3.000; isso sobe rapidamente para mais de $4.000 para um com
chance de ganhar competições sérias. Um belo e inteligente cavalo de guerra
digno do califa, ou um verdadeiro campeão de corrida, custaria o que alguém
estivesse disposto a pagar – o que poderia chegar a cinco dígitos.
Falcão não treinado: $150 a $225; falcão treinado: $1.000; caracal não
treinado: $300; guepardo não treinado: $3.000.
Para felinos treinados, adicione $1.000+. Para um guepardo de caça com
boa saúde comprovada, um cortesão rico pode pagar $10.000.
Os preços para animais treinados são para criaturas com um Modificador de
Obediência igual a 0. Para cães e cavalos, cada alteração de 1 no modificador
altera o preço em 10%; portanto, um animal com um modificador de +2 custa
20% a mais e um com -1 custa 10% a menos. Para felinos e falcões, o mesmo
vale para modificadores negativos, mas criaturas realmente obedientes são tão
raras que o custo aumentado de modificadores positivos é de +25% para +1!
(Isto é, se eles puderem ser comprados, o que é improvável – e melhor que +1
é impensável.) Veja as págs. B 140-145 para obter mais detalhes.
Campanhas fantásticas podem apresentar todos os tipos de animais
estranhos treinados. Por exemplo, nas Mil e Uma Noites, um marido ciumento
compra um papagaio falante, inteligente o suficiente para espionar sua esposa,
por 100 dinares de ouro – $1.500.
Companheiros Animais Incomuns
Alguns relatos árabes antigos mencionam predadores maiores, como lobos
e leões, sendo treinados para a caça, mas esses eram muito incomuns. Por outro
lado, PJs são incomuns; se estiverem preparados para dedicar muito tempo e
esforço e confiar na sorte, podem treinar criaturas muito exóticas. No entanto,
observe que há uma grande diferença entre o nível de cooperação dado por um
cão doméstico e a limitada “matança por ordem” obtida de, por exemplo, um
falcão.
– 93 –
Contratação de um Adestrador
Os adestradores profissionais (tratados como
encontrado em Empregados, pág. MB 194) são
empregados principalmente por nobres e cortes
reais. Eles são “Caçadores da Corte” (um trabalho
Confortável, -2 no teste para situar). Os melhores
lugares para procurar treinadores são as grandes
cidades (perto da corte), ou talvez nas tribos
beduínas, onde jovens talentos da tribo esperam
levar suas habilidades para o mundo. “Caçar
furtivamente” um bom empregado da comitiva de
um nobre pode causar problemas.
Pode ser possível encontrar um NPC para
contratar puramente como Treinador de Animais –
alguém sem as habilidades exigidas por um
Caçador da Corte. Ele recebe um salário de cerca
de $50× o seu nível de perícia em Adestramento
de Animais ou Falcoaria por mês. Em geral,
porém, ele trabalha como Criado na casa de um
nobre, enquanto adquire as outras habilidades
necessárias aos Caçadores da Corte.
Encontrar um indivíduo competente para
cuidar dos pássaros mensageiros é menos difícil.
Pague o salário de um trabalhador semiqualificado
ou um pouco mais por um “gerente de posto”
alfabetizado. Pombos-Correio não são treinados; o
sistema simplesmente explora um instinto natural
de retorno, que os criadores identificam e
favorecem. Os pássaros estão, no entanto,
acostumados ao manuseio humano.
Caça no Oriente Médio
Os beduínos sempre viviam em parte caçando;
quando o Império Islâmico foi criado, isso foi
combinado com os passatempos aristocráticos da
antiga Pérsia e de outros lugares.
Como na Europa medieval, as cortes reais
viam a caça como um esporte agradável e uma
fonte lucrativa de comida. Também foi uma boa
prática em habilidades militares. Os animais de
caça foram muito valorizados. No entanto, a
nobreza não era “exclusiva” sobre isso; as classes
mais pobres eram livres para caçar por comida e
como fonte de renda – embora sem tanto uso de
animais treinados. Bons nobres também pagavam
uma compensação generosa a qualquer agricultor
cujos campos e plantações fossem danificados por
suas caçadas.
O grupo de caça de um governante seria
composto por dezenas de profissionais, servos,
cavalos, animais treinados, médicos (em caso de
acidentes) e poetas e cantores para entretenimento
posterior. Eles levavam tendas, para que o grupo
pudesse descansar durante a noite no campo e
desfrutar da carne recém-capturada. As presas
incluem caça de pequeno porte, veados, antílopes
– e também javalis e leões, nenhum comido,
ambos muito perigosos, mas desafiadores, a presa
favorita do orgulhoso aristocrata.
As armas usadas na caça incluiriam espadas,
lanças, dardos, arcos e bestas para atirar pelotas.
Os turcos sempre foram considerados melhores
arqueiros do que os árabes, aqui e em outros
lugares. Também eram usadas armadilhas, iscas e
batedores.
Animais, Monstros e Djinn
Animais Naturais
Além das grandes espécies mencionadas abaixo, a Arábia tem
uma participação menor na fauna silvestre; veja GURPS Bestiary
para cobertura de “pequenas caças”. Ovelhas, cabras, burros e gado
pequeno são itens básicos das terras de pastagem; a gazela, o órix e o
íbex correm soltos, caçados pelo homem e por hienas, lobos e
chacais. Nos tempos antigos, haviam avestruzes e leões; espécies
menores incluem raposas, ratels do tipo texugo e cobras. Os árabes
que viajam para a África ou a Ásia podem encontrar muitas outras
espécies.
Grandes animais selvagens às vezes aparecem em lendas
montadas por senhores gigantes ou semi-humanos. Cavaleiros
demoníacos montando elefantes podem derivar de versões ilegíveis
de histórias verdadeiras; alguém lutando enquanto andava de girafa
era um pouco mais estranho...
Observação: Nesta e nas seções a seguir, “ tamanho” é o número
de hexes que a criatura ocupa; veja pág. MB 141 sobre HT e pontos
de vida dos animais.
Cavalos Árabes
Os árabes tinham um provérbio: “Quando um homem monta seu
cavalo, ele esquece de Allah e, quando desmonta, esquece de seu
cavalo”. Os árabes amam cavalos finos, mas isso não os cega às
limitações dos animais. Os cavalos podem ser dóceis e leais. Os
cavalos também podem ser estúpidos. Por outro lado, um cavalo
verdadeiramente inteligente, como os de alguns heróis lendários, é
admirado além do preço.
A qualidade dos cavalos locais fez da cavalaria persa alguns dos
melhores de seus dias e “Árabe” como sinônimo de cavalo de corrida.
O menor seria quase igual ao Pônei listado na pág. MB 144; o maior
seria entre o “Cavalo de Cavalaria” e o “Cavalo de Guerra Pesado” –
digamos, ST 45, HT 15, pesando 800 kg. Os PJs podem até encontrar
cavalos de corrida especialmente criados, como na tabela. Consulte a
pág. MB 143 para habilidades de combate.
A maioria dos cavalos reage ao perigo fugindo; os cavalos de
guerra devem ser treinados até o nível de IQ total (4) e, em seguida,
podem atacar seres humanos desconhecidos. Alguns cavalos árabes
de caça, treinados para serem confiáveis enquanto seus cavaleiros
lutavam contra leões, podem ser difíceis de lidar em situações menos
perigosas. Os cavalos voltarão a lugares familiares, mesmo quando
esses lugares forem inundados ou incendiados. Um cavalo que não
tenha sido treinado ou criado com camelos ficará assustado (págs.
MB 135-136) pela visão ou pelo cheiro deles; um teste de Cavalgar
acalma o cavalo por 1d segundos, ou 3d segundos para um sucesso
crítico. (A maioria dos cavalos nesse cenário, no entanto, será usada
junto com camelos.)
Animais, Monstros e Djinn – 94 –
Os cavalos precisam de pelo menos uma hora de cuidado por dia
de montaria (15 minutos para selar, 45 minutos de escovação e
esfregação depois da corrida), apenas 15 minutos se não. Durante o
dia, eles exigirão uma pausa de 2 a 3 horas para descanso e
forrageamento. Isso já está incluído nos tempos de viagem na pág.
MB 187; andar no mesmo cavalo o dia todo é um pouco mais rápido
que caminhar. (Eles se permitem trabalhar até a morte e, às vezes,
reagem à sede bebendo até a morte.) Uma série de cavalos – ou, o
melhor de tudo, uma mistura de cavalos e camelos – adiciona 20% a
30% às distâncias diárias de viagem. (Grupos montados realistas
costumam ter um rebanho de animais com eles, mesmo que não
sejam pastores nômades; os mongóis gostavam de ter 18 pôneis por
homem. Isso significa muito tempo gasto cuidando de animais ou
nomeando “cuidadores” de tempo integral.)
Uma cavalaria de 500 kg necessita idealmente 40kg de forragem
verde, ou 12kg de feno e grãos misturados, mais 15 litros de água,
todos os dias. Um pônei precisa de 3/4 da quantidade de comida e a
mesma quantidade de água; cavalos de guerra e pesados precisam de
50% a mais de cada. Para obter sua ração diária completa, um cavalo
precisa de pelo menos uma hora para comer feno e grãos – 2-3 horas,
se estiver em busca de uma boa vegetação. O grão, sendo processado
com mais eficiência pelo sistema digestivo de um cavalo, cria um
cavalo mais rápido e mais resistente, mas custa – pelo menos $1 por
quilograma, ou mais em áreas não cultivadas, enquanto a grama ou o
feno forrageiros geralmente são gratuitos (se for difícil encontrar em
desertos).
Fadiga para cavalos é representada como para humanos. Se um
cavalo recebe menos do que o necessário para a alimentação
completa, mas pelo menos metade, a fadiga aumenta em 50%. Menos
da metade das rações duplica o cansaço e nenhum alimento o triplica.
Se um cavalo estiver em boas condições, isso pode significar que
seu orgulhoso proprietário passou a maior parte do passado recente
montando um camelo e conduzindo o cavalo. A cavalaria profissional
usaria geralmente Cavalos de Cavalaria, embora em algumas datas os
cavalos dessa força não fossem tão rápidos quanto os animais mais
leves, o que seria preferido pelas tropas de combate.
Realisticamente, períodos anteriores devem significar cavalos
mais leves; as raças se desenvolveram com o tempo. Durante as
cruzadas, os francos geralmente preferiam os cavalos locais aos que
eles traziam da Europa, geralmente esgotados pela viagem e não
utilizados pelas condições locais; os árabes os consideravam muito
grandes e sem espírito. (Os Mestres podem reduzir a HT dos cavalos
europeus recém-chegados em alguns pontos. Aliás, a armadura de
cavaleiro europeia não ficou pesada o suficiente para forçar o uso de
cavalos locais até um pouco mais tarde.)
Dois garanhões no mesmo grupo lutarão; a maioria dos cavalos
de guerra são éguas ou castrados. Os cavalos devem ser amarrados ou
cercados à noite para evitar que se desviem, embora isso os torne
mais suscetíveis a predadores. Carnívoros grandes os acham bastante
saborosos.
Babuíno
ST: 9-11 Desloc./Esquiva: 12/7 Tamanho: 1
DX: 14 DP/RD: 0/0 Peso: 25-45kg
IQ: 6 Dano: ld-2 corte (mordida)
HT: 16/8-10 Alcance: C
Babuínos são os maiores e mais inteligentes dos macacos, mas
não tão grandes ou inteligentes quanto os chimpanzés. Eles ocorrem
selvagens na Arábia, entre outros lugares. Os “macacos”
mencionados nas Noites das A rábias são provavelmente babuínos;
magias geralmente transformam vítimas nessa forma.
Babuínos têm mãos versáteis; vítimas transformadas ainda podem
escrever e, em uma história, uma mostra sua perícia em caligrafia. De
quatro, medem cerca de um metro de comprimento; de pé, eles
podem atingir um metro e meio de altura. Babuínos selvagens têm
uma estrutura social bem organizada, vivendo em savanas ou
florestas leves em bandos de 20 a 50. Membros do bando nunca
andam longe. Quando em repouso, os bandos postam sentinelas para
vigiar; o bando como um todo foge do perigo, mas os machos às vezes
ficam para trás para impedir a perseguição. Eles temem
particularmente leopardos e leões, com razão. Babuínos geralmente
fogem para as árvores, berrando em desafio, mas podem dar a um
predador uma briga séria; eles lutam e mordem em combate corpo a
corpo. Babuínos são onívoros e são conhecidos por atacar seres
humanos. Babuínos criados desde a infância podem ser mansos e
podem ser animais de estimação leais.
Camelo
Conhecido como “navio do deserto” por sua capacidade de
carregar carga e marcha oscilante, os camelos são animais operários:
úteis, às vezes disputados por diversão, valorizados, mas raramente
amados. Em geral, eles devem ser vistos como propriedade, não
como companheiros.
O camelo é soberbamente adaptado ao seu ambiente. As
adaptações incluem cílios longos para proteger os olhos da areia
soprada pelo vento, narinas que podem fechar para proteção
semelhante e pés que o sustentam em superfícies macias. Os camelos
têm de 1,80 a 2,10 metros até o ombro. Eles são teimosos e de
temperamento ruim. Isso os torna difíceis de treinar e gerenciar, e
eles têm o hábito de cuspir nas pessoas. O camelo árabe, ou
dromedário, agora desconhecido na natureza, tem uma corcunda; o
bactriano, que ainda é encontrado selvagem no deserto de Gobi, na
Ásia Central, tem duas. Manadas de camelos selvagens (até 15 fortes,
embora de 4 a 6 sejam mais normais) geralmente fogem dos
humanos.
Cuidar de camelos durante a viagem é muito parecido com cuidar
de cavalos, mas os camelos precisam de menos atenção nos desertos.
Tal como acontece com os cavalos, eles não necessariamente
melhoram muito o tempo de viagem, mas melhoram a capacidade de
carga de um grupo. Seu odor forte é desagradável para humanos e
cavalos não acostumados. (Consulte a pág. 94 sobre seus efeitos nos
cavalos.) Eles também têm um movimento de caminhada peculiar; os
montadores podem ficar enjoados quando viajam de camelo pela
primeira vez!
Consulte as págs. MB 141 e M B144 para detalhes do jogo. ST,
HT, Deslocamento e peso podem ser um pouco menores do que os
listados, mas a pele pode ser grossa o suficiente para causar DP 1,
RD 1. Os camelos podem chutar causando danos por GeB 1d+1 ou
– 95 –
morder por GeB 1d-1.
Os árabes às vezes gostam de corridas de camelo (embora os
cavalos sejam considerados muito mais nobres); adicione um ou dois
pontos de deslocamento para um corredor, mas assuma ST na
extremidade inferior do intervalo. Os camelos realmente toleram ser
conduzidos por longas distâncias com uma carga pesada (pág. MB
145) – na medida em que os camelos toleram qualquer coisa. Cargas
de 200 kg por animal são padrão para caravanas e 500 kg é
considerado possível. (Isso implicaria um camelo excepcional.)
Como os camelos consideram o terreno do deserto como normal, as
caravanas bem carregadas podem cobrir 40 quilômetros por dia,
mesmo que estejam apenas a 4 km/h na maior parte do tempo. As
histórias falam de camelos sem carga que percorrem 160 quilômetros
em um dia, mas isso seria um animal superior, extremamente bem
tratado.
Camelos come 4 kg de comida por dia. Eles podem lidar com
menos ou nenhuma por vários dias, mas depois tentam comer o que
estiver próximo (arreios, mochilas, tendas...). Eles podem comer a
vegetação mais difícil e espinhosa do deserto. No verão, eles preferem
beber 20 litros de água por dia, embora novamente seus metabolismos
versáteis os deixem privados por um tempo; eles podem beber até 100
litros de cada vez quando ficam com sede. No inverno, se estiverem
buscando plantas suculentas ricas em água, poderão perder
completamente o interesse em água líquida.
Caracal (Lince)
ST: 4-6 Desloc./Esquiva: 10/7 Tamanho: 1
DX: 15 DP/RD: 0/0 Peso: 10-23kg
IQ: 4 Dano: cor te 1d-3
HT: 14/7-9 Alcance: C
Um gato menor, o caracal – o nome significa “orelha negra” em
turco – é frequentemente chamado de lince-do-deserto, entre outros
nomes. E é a variedade de lince do Oriente Médio. Uma criatura ágil,
com 1 metro e meio de comprimento, sua capacidade de pular é
impressionante: 6 metros para cima, dizem as histórias e 12 metros
horizontalmente. Com uma excelente visão, pode detectar uma lebre
a 300 metros de distância. Prefere caça pequena (do tamanho de um
coelho – ovelha no máximo); evita principalmente seres humanos
(não é difícil, com Furtividade-18), e os ataques são desconhecidos.
No entanto, caracais podem ser capturados e treinados para a caça. É
tratado como a guepardo (incluindo o uso do capuz). É um caçador
solitário, principalmente noturno. Era muito respeitado por seus
truques de luta – histórias contam sobre caracais matando leões.
Guepardo
ST: 16-20 Desloc./Esquiva: 30/10 Tamanho: 2
DX: 14 DP/RD: 0/0 Peso: 55-80kg
IQ: 4 Dano: 1d cor te
HT: 13-16 Alcance: C
Os grandes animais de caça dos muçulmanos, os guepardos são
melhores para treinamento quando capturados na vida adulta (uma
esquisitice da espécie). Como os falcões, eles só podem ser treinados,
nunca realmente domados. Guepardos eram um símbolo de status na
corte; um cidadão comum seria considerado presunçoso ou estranho.
O guepardo é o animal terrestre mais rápido, com média de 80 a
100 quilômetros por hora e chegando até 120 km/h. Para todos os fins
práticos, ele pode acelerar instantaneamente da velocidade
estacionária para a velocidade máxima e manter a velocidade em
distâncias de até 500 metros.
Os guepardos são caçadores diurnos, com várias características
semelhantes a cães: pernas longas; garras que não se retraem
completamente; sua falta de furtividade natural e capacidade de
saltar. Eles caçam presas impressionantes, derrubando-a com uma
pata dianteira e depois estrangulando-a com uma mordida. Suas
garras são bruscas; trate o golpe como um ataque contusão sem
danos. Eles mordem com os danos listados acima. Eles podem ser
ensinados a andar a cavalo atrás do caçador e a derrubar a presa
depois de um curto espreitamento ou uma longa perseguição. Eles
costumam viajar de capuz, com os olhos descobertos apenas quando
liberados para a caça.
Animais, Monstros e Djinn
Cães
Características para uma ampla gama de cães são fornecidas na
pág. MB 142. A maioria dos cães no Oriente Médio são vira-latas
desprezados. O cão selvagem é encontrado nas cidades,
acampamentos e qualquer possível suprimento de comida. Esta não é
uma criatura muito amada. O cão selvagem terá ST 2-6, 5-7 pontos
de vida e um Deslocamento médio de 9. Frequentemente, quando não
está saudável e com fome, pode ser perigoso se encurralado, mas
prefere evitar problemas. Por outro lado, ser mordido por um cão
doente é uma má notícia por si só, e se ele acha que algo é vagamente
comestível, um cão selvagem tenta comê-lo... Os caninos nessas
situações geralmente voltam à sua ascendência lupina, formando
(pequenos) grupos com hierarquias sociais simples. Não é muito
irreal decidir que um bando como um todo vai de desfazer e correr se
o animal líder for morto.
No entanto, os cães de rastreamento e perseguição usados pelos
caçadores eram altamente considerados pelos aristocratas e caçadores
amadores. ST é 7-10, HT e pontos de vida em torno de 12-13 e
Deslocamento 10 ou melhor. Eles são, é claro, altamente treináveis, e
seus excelentes sentidos de olfato e audição os tornam utilmente
versáteis. Criados pela perícia e inteligência, bem como pela
aparência, tipos como o Saluki, do Iêmen, e o bizantino “Zaghuri”
eram principalmente para perseguição. Eles também podiam rastrear
ou expulsar presas. Eficaz com caça pequena, eles podiam derrubá-la
após a perseguição e, portanto, não eram usados contra animais muito
grandes e poderosos.
Cães levados em uma aventura requerem mais atenção do que
cuidado; eles reagem mal a serem ignorados. Os cães podem se
alimentar no deserto, mas podem ter problemas ao fazê-lo. O Mestre
deve fazer testes de sentidos e DX para o cão encontrar e pegar
comida; uma falha crítica significa que o cão achou algo maior ou
mais perigoso que ele, enquanto um sucesso crítico significa que ele
traz de volta algo para a panela do proprietário.
Fastitocalon (Aspidochelone)
ST: 300+ Desloc./Esquiva: 5/0 Tamanho: 50+ hexes
DX: 8 DP/RD: 417 Peso: 70+ toneladas
IQ: 5 Dano: veja abaixo
HT: 17/300+ Alcance: C
O fastitocalon é também conhecido como aspis testudo ou
tartaruga da ilha. Esta criatura gigantesca se assemelha a um
cruzamento entre uma tartaruga e uma baleia e é frequentemente
confundida com a última.
Assemelha-se a uma ilha enquanto flutua preguiçosamente no
mar; a parte de trás é dura e cresce muitos tipos de algas e até
pequenas árvores! Os marinheiros costumam pousar nela e passear,
sem perceber que estão em uma fera. Nas Noites da A rábia, Sinbad, o
Marinheiro, conta uma ocasião em que um navio no qual ele estava
viajando parou no que parecia ser uma pequena ilha desabitada, onde
ele e outros desembarcaram para acender o fogo e MB 91).
O fastitocalon não é malicioso e não ataca pessoas. Come peixe,
que é atraído pela respiração com sua boca aberta. Algumas pessoas,
no entanto, afirmam que é malicioso e comem pessoas. Nesse caso,
sua mordida faria um corte de 30d. Outros afirmam que é realmente
uma baleia venenosa!
Gaviões e Falcões
Os falcoeiros não domesticam seus pássaros (isso é
provavelmente impossível); eles cultivam os instintos naturais de
caça de um falcão, os dirigem atrás de presas e os acostumam a serem
separados delas mais tarde.
Veja os detalhes do “Falcão” na pág. MB 142. Estes podem
representar qualquer um dos açores, gaviões, falcões, etc., usados
Animais, Monstros e Djinn – 96 –
como falcões árabes (alguns são um pouco menos poderosos; as
águias são visivelmente maiores). A maioria tem mais de 30 cm de
comprimento e, na natureza, se alimenta de pequenos pássaros,
mamíferos e répteis.
Nos textos muçulmanos, os pássaros treináveis são divididos em
“açores” (que eram altamente considerados e subdivididos em
macho, fêmea e gavião), peregrinos (também subdivididos em três
espécies/tamanhos), falcões-secre (novamente subdivididos em três
espécies) e águias. Nos dois primeiros, as cores preta ou
predominantemente branca eram preferidas; os últimos eram bastante
raros na falcoaria. Os falcões são geralmente carregados sob capuzes,
o que os torna silenciosos (como se fosse noite).
Os falcões capturam suas presas com um rápido “mergulho”. Sua
visão à distância é lendária. Às vezes, os falcões eram treinados para
atacar grandes mamíferos, como gazelas. Isso pode significar que um
caçador humano termina a matança enquanto o pássaro assedia o
animal. Pastores asiáticos no Cazaquistão preservam até hoje a tradição
de usar águias para proteger seus rebanhos de raposas e até lobos.
Falcões exigem alguns gramas de carne por dia. Eles podem ser
usados para pegar sua própria comida; tire 15 minutos em campo
aberto e jogue contra a perícia Falcoaria. Se o teste for feito por 4 ou
melhor, ou outro período de esforço for realizado, o pássaro também
pegará o suficiente para o jantar do falcoeiro. Eles também exigem
uma certa quantidade de cuidados e atenção de rotina. Se eles se
libertam acidentalmente, ou esquecem seu treinamento, voltam ao
estado selvagem; isso pode acontecer em uma falha crítica em um
teste de Falcoaria durante a caça (opção da Mestre).
Pônei Nômade
Os hunos, turcos e mongóis usavam pôneis pequenos e resistentes
para a guerra de longo alcance. Trate-os como o “pônei” listado na
pág. MB 144, e veja pág. MB 143 para notas de combate. Em uma
horda mongol bem equipada, cada homem pode ter até 18 montarias.
Os pôneis turcos também foram usados por outras tropas do Oriente
Médio, incluindo alguns “sargentos” dos cruzados e a cavalaria leve
Turcopole.
Doninha
ST: 1 Desloc./Esquiva: 9/7 Tamanho: <1
DX: 15 DP/RD: 0/0 Peso: 0,5-1kg
IQ: 5 Dano: ld-4 esm
HT: 12/3-4 Alcance: C
A doninha, como o furão europeu, é um pequeno predador ágil e
cruel que pode ser treinado para pegar pequenos animais – incluindo
raposas, dizem as histórias – por espaços estreitos, como tocas. Pode
servir para forçar os pássaros a sair dos matagais para serem atacados
por um falcão. Faz parte da parafernália do caçador, em vez de um
animal de estimação, e viaja em uma gaiola ou caixa.
Pombo-Correio
ST: 1-2 Desloc./Esquiva: 7-15/7 Tamanho: <1
DX: 14 DP/RD: 0/0 Peso: 0,5-1kg
IQ: 5 Dano: ld-5 esm
HT: 12/1-2 Alcance: C
O uso de pombos-correio para transmitir mensagens foi uma
antiga invenção do Oriente Médio, possivelmente egípcia. Os
muçulmanos os usaram durante as cruzadas, uma vantagem
significativa para as cidades muçulmanas sitiadas, que sabiam mais
sobre as forças de socorro e a situação estratégica geral do que os
francos em uma posição semelhante, pelo menos até os últimos
aprenderem a técnica. Pombos de corrida ou “apresentação” eram um
passatempo popular, com finas aves comandando preços altos.
Exércitos e cidades podiam organizar um “posto de pombo” regular.
Rinoceronte
ST: 125-150 Desloc./Esquiva: 14/7 Tamanho: 10
DX: 9 DP/RD: 2/3 Peso: 1-2 toneladas
IQ: 4 Dano: veja abaixo
HT: 17/40-50 Alcance: C
Este bem conhecido animal africano é incluído aqui porque é
mencionado nas Noites da A rábia. Sua ferocidade é bastante
exagerada: é descrita como matando elefantes com seu chifre e
carregando-os depois! Na realidade, as várias espécies de
rinocerontes são criaturas cautelosas, geralmente fugindo de um
possível perigo, a menos que sejam seriamente provocadas. Os
rinocerontes verdadeiros são mais ativos ao entardecer e ao
amanhecer, vagando pelos corpos de água onde podem beber e se
afundar na lama e comer a vegetação. Eles são míopes (Visão 9), mas
têm cheiro e audição aguçados (ambos com 16). A baixa visão é
refletida aqui no DX baixo – eles têm dificuldade em atingir alvos em
movimento.
Os rinocerontes atacam empalando com seus chifres ou pisando.
Para um rinoceronte “realista”, o chifre causa 2d+1 de esmagamento,
e um atropelar 1d+2. Se sua carga falhar, um rinoceronte (que não
seja uma mãe que protege os jovens) geralmente esquece o alvo e se
afasta e volta ao que é da sua conta!
Para um rinoceronte “fantástico”, defina todas as características
no extremo superior dos intervalos indicados. Seu chifre pontudo
causa 2d+1 de perfuração e, se ele penetrar na RD do alvo por 4 ou
mais pontos, a vítima fica presa; o rinoceronte pode sair carregando-o
e, de fato, deve fazer um teste de DX para sair do chifre (infligindo
mais 1d+1 de dano no processo; uma falha crítica ou três falhas
normais seguidas significa que a criatura deve esperar 1d horas antes
de tentar novamente). Os rinocerontes “fantásticos” também podem
Os Djinn
A definição mais vaga de “djinni” pode ser “espírito”; qualquer
criatura do “mundo não-físico”, desde o mais alto dos anjos até o
senhor dos demônios. No entanto, o significado usual é mais
específico. Deus criou anjos da luz, humanos da terra e djinn do fogo
sem fumaça.
Os Djinn são uma classe de espíritos do deserto que, às vezes,
eram adorados como deuses antes da vinda do Islã. Nos contos, eles
vivem na terra, mas também podem ser encontrados nos céus
inferiores e em outros lugares. Eles fazem parte da visão islâmica do
mundo, e muitos muçulmanos, especialmente em áreas afastadas,
ainda têm uma crença muito literal em sua existência e no perigo de
serem possuídos por “espíritos malignos”.
Djinn (djinni singular, djinniya feminino) são tão variáveis quanto
a humanidade, se não mais. Existem diferentes tipos de djinn;
também há uma grande variação nas personalidades djinn. Cada
djinni deve ser considerado tanto um indivíduo quanto um NPC
humano. Os djinn têm livre arbítrio e podem se tornar muçulmanos;
djinn amigáveis e úteis são certamente possíveis, e alguns podem até
ter a desvantagem do Pacifismo. (Um servo djinni que não fará mal a
nenhum ser vivo é um aliado útil, mas complicado.) No entanto, os
bons djinn evitam principalmente o envolvimento com a humanidade;
a maioria dos djinn “livres” nos filmes é, no mínimo, autoindulgente.
Não é necessariamente algo maligno convocar djinn por magia, mas
um bom mágico deve ter muito cuidado com o tipo de djinni que ele
convoca e quais são os termos de quaisquer acordos. Os contos das
Noites da Arábia estão cheios de djinn controlados por anéis ou
lâmpadas mágicas; alguns deles são bastante amigáveis com seus
controladores, desde que estes não os ofendam inutilmente.
Por todo o seu poder, os djinn não são infalíveis ou imbatíveis.
Eles estão vinculados por leis divinas e por invocações de poder
como o Selo de Salomão (consulte pág. 91). Ghuls sabem que não
devem lutar nem mesmo contra guerreiros humanos comuns e
competentes; heróis podem enfrentar djinn mais fortes e grandes
bruxos podem controlar quase qualquer coisa. Djinn também podem
– 97 –
pisar com 1d+2 e tendem para a psicopatia.
Elefantes Treinados
Os elefantes domesticados foram usados em alguns períodos nas
terras do Oriente Médio, quase exclusivamente para a guerra e para a
ostentação da riqueza. Eles são, obviamente, incrivelmente caros para
comprar e manter. Os cavalos que não estão acostumados a eles
reagem aos elefantes e aos camelos – e querem vê-los ainda mais
longe. Mas os elefantes podem se assustar com fogo, dor e muitas
outras coisas. Um elefante em pânico é uma ameaça para todos os
seres humanos na área, especialmente porque pode ser inteligente o
suficiente para despejar deliberadamente seu mahout (motorista).
Para mais informações, consulte a pág. MB 142.
Animais Gigantes e Pré-históricos
Os filmes de “Sinbad” geralmente apresentam todos os tipos de
monstros anacrônicos ou grandes. Os Mestres que desejam realizar
aventuras cinematográficas devem se sentir à vontade para lançar
uma variedade de ameaças únicas. Eles geralmente são grandes e
perigosos; os menores devem precisar de um grupo determinado de
bons combatentes armados de lança para dissuadi-los, enquanto os
maiores só devem ser trazidos para ser objeto de alguma
engenhosidade heroica (envolvendo, digamos, uma peça de artilharia
gigante, com construção desabada, ou precipício oculto conveniente).
Não há espaço suficiente para cobrir essas criaturas aqui; geralmente,
elas podem ser representados por um animal do tipo padrão com
muito mais ST e HT. O GURPS Bestiary tem algumas possibilidades,
especialmente aquelas criaturas marcadas como sendo da Era do
Gelo.
ser enganados ou iludidos.
A característica mais importante de quase todos os djinni é a
capacidade de mudar de forma até certo ponto. Os djinn têm um
ótimo controle sobre as partículas de seus corpos, e usam isso às
vezes de maneira bastante engenhosa (veja as descrições abaixo). No
entanto, suas “formas de repouso” são estáveis; um humano
normalmente observador pode reconhecer djinn individuais que não
mudam de forma tão facilmente quanto os seres humanos. Muitos
também são hediondos, ou pelo menos aterrorizantes, para os olhos
humanos; suas formas de “repouso” são humanoides, mas grandes e
grotescas, com feições distorcidas, presas enormes e coisas do
gênero.
Os Djinn vivem em muitos lugares estranhos, incluindo poços,
casas abandonadas e outras ruínas. Os senhores Djinn (Marid, e
talvez aqueles conhecidos como Jan) gostam de vastos palácios
subterrâneos, com iluminação e servos mágicos; estes poderiam ser
interessantes, mas muito perigosos, para os aventureiros visitarem.
Existem também algumas histórias de cidades secretas dos djinns,
habitadas por um grande número de djinns de baixa potência e que
funcionam como nas comunidades humanas.
Djinns individuais, ou grupos de espécimes relacionadas, podem
ter habilidades incomuns que os tornam mais ou menos poderosos.
Por exemplo, uma história conta sobre um herói que lutou com um
djinni menor – pouco mais que um ghul mais forte – e acertou uma
vez com uma espada, ferindo-o gravemente. O djinni continuou
lutando, mas o herói se absteve de atacar novamente, lembrando-se
sabiamente de um ditado: “Um golpe matará um djinni; dois golpes
certamente darão vida a dois djinn” . (Esse poder pode ser refletido
de várias maneiras; o melhor é provavelmente dizer que se um djinni
com esse atributo tiver qualquer parte do corpo completamente
cortada, ambas as partes do corpo se regenerarão em um djinn de
tamanho normal, com 60% dos pontos de vida do original e todas as
suas habilidades em -1 nos testes. Isso o torna um oponente muito
perigoso para heróis com armas cortantes.)
Animais, Monstros e Djinn
 Todos os djinns têm poderes mágicos, mesmo que mudem de
forma; para fins de jogo, eles são considerados como tendo várias
magias com altos níveis de perícia. Alguns deles são adeptos mágicos
treinados. Por causa de sua natureza selvagem e mágica, os djinn
ignoram os pré-requisitos para magias (ou poderes semelhantes a
magias), e eles podem realmente ter algum grau de Resistência à
Magia por causa de sua alta Saúde.
Sendo criaturas de fogo, os djinn têm outro atributo especial.
Quando eles morrem, o fogo que flui em suas veias muitas vezes
explode e destrói o cadáver. É improvável que isso prejudique quem
não está realmente tocando o djinni na hora, mas é um efeito
espetacular (e pode ser um dispositivo de enredo significativo).
Djinn às vezes se casa com humanos; poucas crianças nascem de
tais uniões. Há dicas nas histórias, mas poucos exemplos reais; A mãe
da rainha Balkis era uma djinniya, que fez seu marido humano, um
vizir excepcionalmente bonito, prometer nunca perguntar qual era sua
raça. (Quando ele se esqueceu um dia e perguntou a ela, ela deu um
lamento triste e desapareceu.) Dadas as diferentes composições de
humanos e djinn, os Mestres podem assumir que o parto é improvável,
ou pelo menos que exige magia.
Se os djinn têm idiomas próprios, eles nunca os usam na frente
dos humanos; eles sempre conhecem os idiomas de qualquer
comunidade humana nas proximidades de suas casas. Seus nomes,
quando permitem que os humanos os conheçam, geralmente soam um
pouco bizarros (como “Jerjees” ou “Sakhr”, embora o primeiro seja
pelo menos um nome humano). Como alternativa, eles podem usar
nomes dramáticos e descritivos como “Trovão Barulhento”.
Às vezes, os djinn feiticeiros fabricam objetos mágicos. Como os
djinn podem ser muito poderosos magicamente, muitas vezes suas
criações também são. Dada a natureza complicada e variável desses
seres, seus produtos devem estar entre as mágicas mais estranhas e
incomuns de uma campanha.
Djinn Menores
ST: 20 Desloc./Esquiva: 7/7 Tamanho: 1 (na forma sólida)
DX: 14 DP/RD: 3/3
IQ: 11 Velocidade Básica: 7,75
HT: 14/17 Ataque Natural: cor te 1d (mor dida)
Habilidades Padrão: Muda para a forma de uma nuvem de
fumaça, que encolhe o suficiente para caber em uma garrafa grande
ou se expande para pelo menos 3,5 metros de altura. Dessa forma,
eles voam a uma velocidade de 10, nunca se sufocam e nunca
precisam de comida, bebida ou outro sustento e carregam cargas com
sua força normal (sujeitos às regras padrão de proibição), mas não
podem golpear ou conjurar magias. Eles não sofrem dano de golpes
físicos dessa forma, e apenas metade do dano por fogo, mas sofrem
todos os efeitos do frio, relâmpago e poderes similares, e podem ser
soprados por ventos mágicos (ou naturais) de força de vendaval ou
acima.
A maioria também pode mudar para uma ou duas outras formas,
geralmente incluindo um grande ser humano; essas mudanças são
puramente “cosméticas”, não concedendo habilidades especiais.
Todas as mudanças de forma requerem um turno de concentração,
mas não têm custo de perícia ou fadiga.
Outras habilidades normais: Prontidão +3, Alfabetização, Aptidão
Mágica 2, Visão Noturna e pele dura, fornecendo defesas como
observado acima.
Magias: Geralmente de 5 a 15 magias de qualquer tipo comum,
no nível de perícia 20. Os favoritos incluem Medo, Várias Ilusões,
Recuperação de Força e Remendar.
Perícias Típicas: Briga-14, Espada de Lâmina Larga-14, Boemia-
17, Interrogatório-11. Os Djinn testam contra suas perícias de DX ou
Briga ao tentar morder. Alguns também têm perícias como Armeiro
ou Liderança, usadas a serviço dos senhores djinn.
Este é um djinni bastante comum que pode ser encontrado em
uma ruína ou na casa de um mago, ou vivendo em um poço. Tais
seres tendem a ser mal humorados e fáceis de irritar, mas também
caprichosos; uma história de má sorte ou um pequeno favor pode
obter assistência desproporcional de um djinni. Os Mestres podem se
sentir livres para rolar uma reação aleatória e representar isso.
Histórias são contadas de djinn que habitam poços – pouco mais que
Animais, Monstros e Djinn – 98 –
ghuls – roubando camelos de uma caravana em busca de comida, até
serem rastreados e derrotados por um herói.
Djinn frequentemente estão desarmados; sua força e magia os
tornam inimigos terríveis o suficiente, e os menos exigentes podem
morder em combate corpo a corpo com os danos listados (usando sua
perícia Briga para acertar) quando em sua forma natural (sólida). Eles
também podem socar e agarrar; se eles agarrarem apertado um
oponente, eles terão +3 para acertar com uma mordida se segurar com
uma mão, +5 se segurar com as duas mãos. No entanto, alguns
carregam lâminas do tamanho de uma espada bastarda, para mostrar
se a intimidação falhar, e podem movê-las com uma mão, causando
dano de corte 3d+3 (com ST 20), obtendo um aparar de 7.
Djinn Típico
ST: 30 Desloc./Esquiva: 10/7 Tamanho: 1 (na
DX: 16 DP/RD: 4/4 for ma humana)
IQ: 14 Velocidade Básica: 10,25
HT: 15/25 Ataque Natural: 1d+2 cor te (mor dida)
Habilidades Padrão: Muda para a forma de uma nuvem de
fumaça, exatamente como um Djinni Menor, mas com uma altura
máxima de 7,5 metros. Também pode mudar para uma ou mais
formas, geralmente incluindo um grande ser humano e algum tipo de
animal “natural”, como um burro ou uma cobra. Essas mudanças
geralmente são “cosméticas”, não concedendo habilidades adicionais,
mas podem dar sentidos aprimorados (opção do Mestre). Todas as
mudanças de forma requerem um turno de concentração, mas não
têm custo de perícia ou fadiga.
Outras habilidades normais: Prontidão +3, Alfabetização, Aptidão
Mágica 3, Visão Noturna, pele dura fornecendo defesas conforme
mencionado acima e Respira Água com a mesma facilidade que o ar.
Magias: Detecção de Magia-25, mais (normalmente) 10 a 20
magias de qualquer tipo comum, no nível de perícia 25. Os favoritos
incluem Ilusão Complexa, Trevas, Marcha Rápida, Recuperação de
Força, Metamorfosear Outro e várias magias da Terra.
Perícias Típicas: Dissimulação-13, Briga-15, Espada de Lâmina
Larga-16, Boemia-23, Interrogatório-13, Luta Grego-Romana-16.
Podem ser adicionadas outras de acordo com os interesses e a
personalidade individuais.
Este é um djinni mais poderoso, com maiores poderes e talvez
uma personalidade mais estável. No entanto, qualquer djinni
encontrado por acaso é imprevisível e preocupante. Se você se
incomodar em carregar armas, esta criatura usará uma espada de
tamanho igual a uma espada grande humana, mas manejando-a com
uma mão causando um balanço+2 de dano por corte (dando 6d+2
com ST 30); um tipo vulgar poderia morder com os danos listados,
como um djinni menor. Djinn são surpreendentemente rápidos, mas
geralmente grandes e arrogantes demais para se esquivar tão bem
quanto poderiam.
A classe de djinn conhecida como Jan parece estar em torno desse
nível de poder, ou maior (talvez igual ao ‘Ifrit, ou mesmo Marid). Jan
parece ter um gosto especial por viver no subsolo e pode se
especializar em magias relacionadas à Terra.
Ghuls
ST: 14 Desloc./Esquiva: 7/7 Tamanho: 1
DX: 13 DP/RD: 1/3
IQ: 10 Velocidade Básica: 7
HT: 15 Ataque Natural: 1d cor te
Habilidades Padrão: Muda a forma para qualquer forma
humana; efeitos são muito parecidos com a magia Alterar Corpo.
Leva 2d turnos para mudar, ou 30 segundos se emular um ser
específico; sem custo de energia, a menos que mude mais de uma vez
dentro de um período de cinco minutos, o que custa um ponto de
fadiga. Outras habilidades: Prontidão +2, Resistência à Magia (3
níveis), Visão Noturna e pele dura, fornecendo defesas como
observado acima.
Magias: Alguns ghuls são feiticeiros, com IQ 13, Alfabetizado,
Aptidão Mágica 1 ou 2 e 2-12 magias de qualquer tipo, geralmente
no nível 15.
Perícias Típicas: Dissimulação-13, Briga-13, Garras-14,
Furtividade-13, Sobrevivência (Deserto) -14, Rastreamento-10.
Alguns ghuls particularmente desagradáveis, com um talento especial
para se transformar em formas atraentes, têm Sex Appeal-14;
qualquer um que tenha se infiltrado na sociedade humana pode
aprender outras perícias lá.
A palavra ghul é a base da palavra inglesa ghoul, mas os ghuls
árabes não são carniceiros troglodíticos. Ghuls são simplesmente os
menores dos djinn. Eles são maus, metamorfos que habitam o
deserto; a especialidade deles é adotar uma forma humana de
aparência inofensiva, atrair os viajantes a desviar-se e depois matá-
los e comê-los. Eles podem mudar de forma o suficiente para criar
garras em suas mãos, que causam o dano listado em combate corpo a
corpo; eles também podem morder com 1d+1. (Use a perícia Briga
para acertar.) Embora perigosos no mamo a mano, os ghuls preferem
matar pelas costas e fogem se um oponente bem armado os vê pelo
que são. Ao contrário de outros djinn, eles não podem adotar formas
intangíveis e, portanto, podem ser mortos com muito mais facilidade.
Ghuls são relativamente comuns (como os djinn) e muito
temidos; sábios viajantes em áreas mais selvagens vão temerosos.
“Ghul” é um termo muito geral em uso popular, bem como o
“ogro” europeu; os chamados ghuls podem, portanto, variar em
poder, mas são sempre maus.
‘Ifrit
ST: 45 Desloc./Esquiva: 12/8 Tamanho: 2
DX: 17 DP/RD: 4/6 (forma “natural”)
IQ: 17 Velocidade Básica: 12,25
HT: 32 Ataque Natural: 4d+2 cor te (mor dida)
Habilidades Padrão: Muda de forma equivalente à magia
Grande Metamorfose (pág. 81), sem custo de fadiga ou a necessidade
de teste de perícia, levando um turno para cada mudança (trate como
perícia 30 para outros propósitos), incluindo a capacidade de se
transformar em uma nuvem de fumaça (consulte Djinn Típico, pág.
98); além disso, Respira Água com a mesma facilidade que o ar,
Alfabetizado, Aptidão Mágica 3, Resistência à Magia (2 níveis),
Visão Noturna e pele dura, fornecendo defesas como observado
acima.
Magias: Pelo menos 20 magias, de qualquer tipo comum, e
possivelmente algumas raras, todos com pelo menos perícia 20, com
algumas possivelmente vinculadas à metamorfose. Além disso,
Analisar Mágica-25, Detecção de Magia-25, Identificação de Mágica-
20, Recuperação de Força-20 e Voo-30.
Perícias Típicas: Dissimulação-15, Alquimia-18, Astrologia-17,
Astronomia-17, Briga-16, Espada de Lâmina Larga-16, Geologia-17,
Interrogaçao-16, Luta Greco-Romana-17, Armas de Haste-15, Espada
de Duas Mãos-16. Podem ser adicionadas outras, adequadas a
interesses específicos.
Os ‘Ifrit (ou Efreet; ‘Ifriteh feminino) estão entre os mais
poderosos e perigosos dos djinn; eles costumam usar esse poder para
impor seu domínio sobre hordas de djinn menores. Sua forma
“natural” é um humanoide imponente e hediondo, mas eles podem
adotar a forma e o tamanho humanos se sentirem a necessidade (o
que é raro). Como todos os djinn, eles são extremamente caprichosos.
Quando eles são maus, seus limites às vezes demoníacos, mas
felizmente, raramente se preocupam com a humanidade, a menos que
sejam provocados. Os grandes magos às vezes podem controlá-los
magicamente. Eles geralmente mudam de forma por causa dos
poderes específicos de outras formas, e não por disfarces furtivos.
Tendo em vista a crueldade animal, o ‘Ifrit pode às vezes morder
em combate, com mudança de forma ou não; eles preferem adotar
uma forma mortal do que manejar armas. Use sua perícia em Briga
para acertar. Eles são fortes e rápidos, apesar da pouca prática em
manobras defensivas (das quais raramente acham que precisam).
Marid
ST: 50 Desloc./Esquiva: 13/9 Tamanho: 1 (na
DX: 18 DP/RD: 4/6 for ma nor mal)
IQ: 20 Velocidade Básica: 13,25
HT: 35 Ataque Natural: (nor malmente não)
Habilidades Padrão: Mudança de forma equivalente à magia
Grande Metamorfose (pág. 81), sem custo de fadiga ou a necessidade
– 99 –
de teste de perícia, leva um turno para cada mudança (tratar como
perícia 50 para outros fins), incluindo a capacidade de se transformar
em uma nuvem de fumaça (consulte Djinn Típico, pág. 98); Também
Respira Água com a mesma facilidade que o ar, Alfabetizado,
Aptidão Mágica 3, Resistência á Magia (4 níveis), Visão Noturna e
pele dura, fornecendo defesas como observado acima.
Feitiços: Pelo menos 30 magias, de qualquer tipo comum, e
provavelmente algumas raras, todos com perícia mínima de 25, com
algumas possivelmente vinculadas à Grande Metamorfose. Além
disso, Analisar Mágica-35, Detecção de Mágica-30, Identificação de
Mágica-30, Recuperação de Força-20 e Voo-35.
Perícias Típicas: Administração-20, Astrologia-18, Astronomia-
20, Detecção de Mentiras-20, Diagnóstico-18, Liderança-22,
Literatura-18, Naturalista-18, Trato Social-20, Teologia-20, entre
outras apropriadas a interesses específicos.
Os Marid são descritos como os mais poderosos dos djinn. Alguns
relatos dizem que eles são maus; parece provável que eles sejam, na
maioria das vezes, simplesmente indiferentes à humanidade. Para fins
de jogo, os Marid são tratados como “senhores djinni”. Um Marid deve
estar ciente da teoria da importância dos seres humanos no universo,
mas, na prática, criaturas com poderes mágicos dessa ordem não vão se
preocupar muito com os interesses humanos no dia a dia. Essa
indiferença pode ser aterrorizante para um humano que encontra um
Marid; pode destruir um mortal que o irrita quase como um homem
golpeia uma mosca. É claro que alguns Marid têm o tipo de
personalidade que gosta de matar moscas; por outro lado, alguns Marid
consideram os seres humanos com benevolência casual. Os magos
humanos mais poderosos podem ser capazes de comandar Marids, mas
ai de qualquer humano que superestime seu próprio poder! Os Marids
são conjuradores tão poderosos que desprezam todas as armas (e
certamente não mordem), mas alguns podem lutar como passatempo (e
o mesmo acontece com Luta Greco-Romana-18).
Os senhores djinni – mesmo aqueles sob escravidão mágica –
geralmente comandam exércitos de djinn menores; estes são úteis
quando é necessário realizar muitas tarefas menores, para batalhas em
massa e como uma marca de hierarquia. Um Marid geralmente deseja
acompanhar o que seus subordinados estão fazendo e, geralmente,
adota uma abordagem “prática” da administração.
Si’lat
ST: 12 Desloc./Esquiva: 8/8 Tamanho: 1 (for ma “natural”)
DX: 17 DP/RD: 2/2
IQ: 18 Velocidade Básica: 8,75
HT: 18 Ataque Natural: (nor malmente não)
Habilidades Padrão: Alfabetização, Aptidão Mágica 3,
Resistência á Magia (5), Visão Noturna, Respira Água
automaticamente quando muda de forma para uma forma apropriada,
cria uma Convocar Lembrança (pág. 91) uma vez por semana, pele
dura, fornecendo defesas como observado acima. Pode adicionar
outras vantagens daquelas disponíveis para personagens humanos.
Magias: Pelo menos 20 magias, de qualquer tipo comum, e
possivelmente algumas raras, todas com a perícia 20 no mínimo
(geralmente mais altas), com algumas possivelmente vinculadas à
Grande Metamorfose. Além disso, Analisar Mágica-30, Aura-25,
Respirar Água-25, Detecção de Mágica-30, Grande Metamorfose-45,
Identificação de Mágica-20, Recuperação de Força-20 e Planar-25
vinculados a Grande Metamorfose.
Perícias Típicas: Dissimulação-17, Alquimia-18, Arqueologia-
18, Astrologia-19, Astronomia-18, Detecção de Mentiras-16,
Diagnóstico-16, Geologia-17, Literatura-18, Naturalista-16, Trato
Social-18, Canto-18. Pode adicionar outras, adequadas a interesses
específicos ou “passatempos”.
Outra classe de metamorfos experientes, Si'lat são todas
mulheres, conhecidas como “as feiticeiras dos djinn”; elas podem ser
simplesmente djinniya comuns que têm um talento especial para a
magia. Pouco mais é certo sobre elas. Elas podem ser boas demais na
mudança de forma para serem reconhecidas; no entanto, muitas
djinniya que mudam de forma aparecem nos contos, e esses podem
frequentemente ou sempre ser Si'lat. Elas não gostam de combate
físico, usando magia e mudança de forma, em vez de armas.
Animais, Monstros e Djinn
Outras Criaturas Fantásticas
Estátuas Animadas
Principalmente uma característica dos modernos “filmes do
Sinbad”, as estátuas animadas são o resultado da magia Animação
(pág. 88) transformando um pedaço de madeira, metal ou pedra
esculpida em serviçal. Tais efeitos são geralmente temporários,
durando uma boa cena de luta no cinema, mas a magia pode ser
transformada em um encantamento permanente.
Qualquer objeto animado tem IQ 9, ST igual a 5+ o custo básico
de energia da magia Animação (menos se muito menor que o
tamanho de um homem – opção do Mestre) e DX 11 para objetos
leves e flexíveis, 9 para objetos de materiais rígidos, mas bastante
suaves como madeira, 8 para pedra e 7 para metal. Ele tem pontos de
vida iguais a 3 vezes o seu ST, mas a cada 3 pontos de vida perdidos
elimina 1 ST; uma estátua com 0 pontos de vida está destruída e não
funciona. As estátuas têm a robustez normal (ou vulnerabilidade) de
seu material, com um DP de 3 para metal, 2 para pedra e 1 para
outros materiais. Eles se deslocam a uma velocidade igual ao seu DX
menos 4. Eles atacam com uma perícia igual ao seu DX, aparam (ou
bloqueiam, se forem esculpidos com um escudo) com 1/2 DX e
esquivam com sua velocidade de Deslocamento.
Portanto, uma estátua de madeira do tamanho de um homem, que
custa 3 de energia básica para animar, possui ST 8, DX 9, DP 1, RD
5 (sendo madeira de peso médio), 24 pontos de vida e um
deslocamento de 5; também possui uma vulnerabilidade ao fogo,
como toda madeira. Uma estátua de bronze com o dobro do tamanho
humano, que custa 18 de energia básica para animar, possui ST 23,
DX 7, DP 3, RD 7 (a quantidade de bronze é pesada), 69 pontos de
vida e um deslocamento de 3.
Estátuas animadas são limitados em versatilidade. Se eles são
feitos com nada em suas mãos, eles não podem usar armas, não tendo
perícias de armas (seu soco causa dano por contusão padrão). Se eles
Animais, Monstros e Djinn – 100 –
têm armas “embutidas”, não podem descartá-las e usar essas mãos
para outra coisa. Trate qualquer arma esculpida como ela parece!
Seus sentidos são iguais aos de um humano de seu IQ. Use um
Golem para um melhor serviçal de longo prazo.
Um esqueleto humano (ou outro) também pode ser animado, mas
primeiro deve estar “conectado”, reforçado e geralmente preparado,
levando dias de 1d dias e $100 em materiais. Pode ter uma arma
presa à mão durante esse período. Osso articulado e animado é leve e
flexível, mas também bastante frágil; esse esqueleto tem ST 8, DX
11, DP 1, RD 1, 24 pontos de vida e um deslocamento de 7. A
maioria dos observadores a considera uma magia negra maligna.
Dendans
ST: 2.500 Desloc./Esquiva: 15/7 Tamanho: 200
DX: 13 DP/RD: 2/5 Peso: 190 toneladas
IQ: 10 Dano: veja abaixo
HT: 18/2000 Alcance: C
Esta é uma criatura marinha muito grande, conhecida
principalmente por engolir navios. Segundo a lenda, um Dendan
morrerá instantaneamente se comer carne humana ou ouvir um grito
humano. Em várias histórias, no entanto, um aventureiro passa um
tempo dentro de um Dendan, assim como Gepetto passou um tempo
dentro de uma baleia na história de Pinóquio. (Aparentemente, a
lenda é falível.)
Dendans surgem de tempos em tempos, por razões desconhecidas
– isso dá aos marinheiros a chance de identificá-los. Qualquer
Dendan pode, se realmente desejar, atingir alvos (use seu DX como
perícia de ataque e calcule o dano de esmagamento como um GdP
com 75% do ST real) ou ataque com um golpe de cauda (perícia de
ataque DX-3, danos por esmagamento como um balanço de 50% do
ST).
Demônios
No Islã, a natureza exata dos demônios não é clara, mas eles
certamente existem. Eles eram seres poderosos que se rebelaram
contra Allah ao se recusarem a se curvar diante de Adão, o primeiro
homem; eles podem ter sido anjos ou djinn. No último caso, eles
parecem ter sido djinn que estavam trabalhando como criados nos
Céus. O senhor deles é Iblis, “o Shaitan”, equivalente ao Satanás
bíblico.
Demônios – se são realmente diferentes de djinn – não ocorrem
nas histórias, exceto como tentadores intangíveis; eles simplesmente
não estão autorizados a andar abertamente na Terra. No entanto, se
um Mestre quiser usar essas criaturas, qualquer pacote de
características muito poderoso o fará, desde que seja jogado sutil e
totalmente maligno. Pode ser possível para um feiticeiro vender sua
alma a Iblis, à maneira dos magos negros europeus, mas esse ato
ganharia uma punição terrível e provavelmente imediata sob as
crenças muçulmanas.
(Os “divs” do mito zoroastriano são demônios imensamente
poderosos, dedicados a desviar a humanidade; seu senhor é Ahri-
man.)
Anões de Zughb
ST: 5 Desloc./Esquiva: 7/7 Tamanho: 1
DX: 13 DP/RD: 0/0 Peso: 25-30kg
IQ: 8 Dano: 1d-4 corte (mordida)
HT: 14/5 Alcance: C
Perícias Típicas: Remo-11, Briga-13, Escalada-13, Pesca-12,
Marinhagem-8, Furtividade-12, Sobrevivência (Ilha)-12, Natação-20
(deslocamento nadando 2).
Em um dos encontros de Sinbad, os “anões” da ilha de Zughb são
chamados de mais ou menos humanos, mas seu comportamento é
bizarro. Eles são semelhantes a macacos, com apenas um metro e
meio de altura e cobertos de pelos pretos, com pequenos olhos
amarelos brilhantes. Seus dentes são afiados o suficiente para
danificar o aparelhamento dos navios. Os humanos “verdadeiros” os
acham horrivelmente feios.
 Eles nadam para qualquer navio que veem passando por sua ilha,
embarcam e assumem o comando. Como invariavelmente somam
centenas e não mostram sinais de se importar com as opiniões de suas
vítimas, equipes sensatas não resistem a tais ataques, já que é óbvio
que os anões poderiam facilmente eliminá-los por pura força de
números. Os Anões então transportam as tripulações de seus próprios
navios e os depositam na praia mais próxima, onde as outras ameaças
geralmente os esperam na ilha. Ninguém sabe o que os Anões fazem
com os navios que sequestram; eles certamente vandalizam as velas e
o cordame, mas não (a princípio) o suficiente para torná-los
inseguros. Presumivelmente, eles saqueiam as cargas e afundam ou
destroem os cascos.
Se os anões de Zughb têm uma linguagem própria, ninguém mais
a aprendeu. Pode ser possível se comunicar com eles usando o gesto,
mas eles não estão interessados em cooperar com esses esforços.
Como eles aprenderam a velejar em navios de tamanho normal é
desconhecido, mas presumivelmente eles praticam o suficiente.
Fantasmas
Os fantasmas não são muito comuns no mito do Oriente Médio,
mas eles eram considerados possíveis e geralmente esperados como
maus (talvez porque os bons espíritos fossem rapidamente para o
Paraíso). Algumas histórias os confundiram com djinn do mal.
Seriam espíritos imateriais com poderes quase mágicos, como no
mito europeu.
Gigantes
ST: 25-120 Desloc./Esquiva: 8/5 Tamanho: 2-4
DX: 13 DP/RD: 0-2/1-3 Peso: 300-700kg
IQ: 8 Dano: veja abaixo
HT: 18/20-50 Alcance: 1-2 (+1 com armas)
Gigantes – estritamente falando, raças gigantescas de homens –
aparecem em várias histórias do Oriente Médio. Muitos são
devoradores de homens brutais, mas alguns são poderosos guerreiros,
talvez em parte djinn ou demoníacos, armados e lutando de maneira
tão inteligente quanto as tropas humanas. (Alguns gigantes montavam
elefantes ou outras grandes montarias.) Alguns relatos (turcos e
modernos) retratam gigantes de um olho; isso seria uma subespécie
muito rara ou uma aberração da natureza. Pouquíssimos gigantes
podem ter dispositivos mágicos ou “truques” que lhes dão vantagens
especiais.
As características acima são para gigantes relativamente rápidos,
mas não muito brilhantes, de tamanhos muito variados; os Mestres
podem se sentir livres para diferenciar os indivíduos de qualquer
forma. (Os gigantes são tradicionalmente suscetíveis a trapaças, e
altamente confiantes, mas necessariamente não totalmente estúpidos.)
Em combate, a maioria dos gigantes usa clavas toscas (exigem
reajuste após cada ataque) para obter GeB+3 de dano por
esmagamento (causando 5d+2 com ST 25, até 28d+5 com ST 120),
ou agarrar e bater as vítimas por GdP-2 contusão (2d com ST 25, até
14d-1 com ST 120); algumas balançam grandes armas afiadas
(novamente, devem ser preparadas após cada ataque), fazendo o
GeB+2 de corte. Todas as perícias de combate são geralmente no
nível DX; alguns gigantes podem ser bem treinados (ou
surpreendentemente ineptos). Os gigantes raramente se esquivam, a
menos que estejam diante de ataques que estejam em sua própria
escala (como projéteis de catapulta, sopro de dragão etc.).
Cobras Gigantes
ST: 25-50 Desloc./Esquiva: 3-6 / 5 Tamanho: 4-8
DX: 13 DP/RD: 2/3 Peso: 250-500kg
IQ: 3 Dano: veja abaixo
HT: 16/20-50 Alcance: C, 1
Serpentes gigantes são um tipo óbvio de monstro; Sinbad
conheceu algumas. Ele as descreveu como maiores que palmeiras,
grandes o suficiente para engolir elefantes de uma só vez.
Certamente, desde que ele ficou preso entre elas por um tempo, o
– 101 –
medo pode ter colorido sua memória. Os descritos aqui não são
exatamente dessa classe, mas são grandes o suficiente; Mestres são
bem-vindos para escalá-los para cima ou para baixo.
As cobras são “constritoras”, que esmagam suas presas até a
morte, ou venenosas. Algumas pessoas (incluindo a maioria dos
contadores de histórias) trabalham com a suposição de que toda cobra
que vale o nome é altamente venenosa, mas uma constritora gigante
seria mais do que mortal.
Qualquer um dos tipos pode morder causando danos perfurantes
apropriados à sua força (dentes de cobra são longos!). Se a mordida
for venenosa e qualquer dano penetrar na armadura, a vítima deve
testar contra HT-4; se o teste for bem-sucedido, o veneno causa
apenas dano extra; caso contrário, a vítima leva 1d para cada 10
pontos completos de ST possuídos pela cobra. (Observe que RD da
resistência não protege contra a injeção do veneno.) Os constritores
envolvem a presa, “agarrando” e causando dano por esmagamento de
acordo com o ST da cobra; a vítima deve vencer uma disputa de ST
para escapar.
Como qualquer outra cobra, uma cobra gigante que acaba de fazer
uma refeição decente simplesmente quer se arrastar e digerir por
alguns dias, durante os quais fica adormecida e agressiva. Sinbad
descreveu encontrar uma cobra gigante fêmea guardando seus ovos
em uma caverna escondida; esses instintos maternais tornariam a
cobra pouco disposta a se mover, mas perigosa de perturbada.
O Velho do Mar
ST: 20 Desloc./Esquiva: 8/8 Tamanho: 1
DX: 15 DP/RD: 0/2 Peso: cer ca de 150kg
IQ: 14 Dano: veja abaixo
HT: 17 Alcance: C
Perícias: Dissimulação-15, Conhecimento do Terreno (Ilha
Natal)-14, Camuflagem-14, Mímica-17, Furtividade-15,
Sobrevivência (Ilha)-15, Rastreamento-14.
Um ser famoso encontrado por Sinbad, o Velho do Mar pode ser
um djinn menor ou criatura sobrenatural, ou apenas um ser humano
com habilidades estranhas. Ele mora em uma ilha arborizada e parece
para os viajantes um velho decrépito, vestindo um manto áspero de
folhas – presumivelmente um marinheiro naufragado. O Velho não
pode falar, mas é adepto da linguagem gestual. Se ele encontrar um
humano solitário, ele tentará induzi-los a carregá-lo nos ombros por
um caminho – digamos, atravessar um riacho. Aqueles que ajudam o
“pobre velhinho” dessa maneira descobrem que ele se recusa a sair.
Em vez disso, ele se agarra com sua estranha força, estrangulando-os
até a submissão (consulte a pág. MB 112) e chutando-os até que o
sirvam, carregando-o entre as clareiras da floresta onde as melhores
frutas crescem. Suas pernas estão cobertas de pele negra e dura, e ele
pode usá-las para agarrar, estrangular e chutar com toda a força e com
grande eficiência; ele nunca mostra sinais de fadiga.
Alguns viajantes ouviram falar do mau comportamento do Velho,
presumivelmente, se ele encontrar grupos maiores ou de indivíduos
bem armados, ele os evitará. (As habilidades dadas aqui devem tornar
isso viável.)
Sinbad finalmente escapou depois de improvisar um pouco de
vinho com uvas à mão; o Velho exigiu um pouco e se embriagou, e
Sinbad o jogou fora e o matou esmagando a cabeça com uma pedra.
Mais tarde foi dito a Sinbad que ele foi a primeira das muitas vítimas
do Velho a escapar; há quanto tempo o Velho estava perseguindo
viajantes solitários, e se há mais de sua espécie, é desconhecido. Se
ele era um ser sobrenatural, ele pode ser muito velho.
Peri
O Peri é uma criatura persa, não encontrada (como tal) nos contos
árabes; os contos sobre sua natureza diferem amplamente. Todos
concordam que os Peri são sobrenaturais, humanoides e muito
bonitos. Alguns dizem que os Peri são espíritos bondosos, outros, que
são sedutores demoníacos. O Peri pode parecer todos do sexo
feminino, ou alguns podem ser do sexo masculino. Em alguns contos,
Animais, Monstros e Djinn
os Peri são alados; os turcos dizem que um deles, pego e estuprado
por um homem, deu à luz um gigante caolho canibal.
Para fins de jogo, um Mestre tem três opções:
1. Peri pode ser simplesmente uma Si'lat, como os persas os
conhecem.
2. Em um mundo de jogo com raças “europeias” padrão, Peri
pode ser um elfo que vive em climas mais quentes. Eles terão
características como Elfos “comuns”, além de algumas diferenças
locais (e habilidades apropriadas).
3. Os Peri podem ser espíritos que lançam magias na forma
material – seres misteriosos fora da cosmovisão árabe. Isso evita o
problema, mas permite que o Mestre tenha mais flexibilidade.
Dragões Persas
ST: 100 Desloc./Esquiva: 26/6# Tamanho: 18 hexes
DX: 14 DP/RD: 4d+1 Peso: 2.000kg
IQ: 8 Dano: 4d+1 perf#
HT: 14/70-110 Alcance: R, C-2
Os dragões aparecem mais no mito persa do que árabe. Eles
variam consideravelmente em tamanho, forma e presença ou ausência
de asas, chifres e sopro flamejante; as características mais comuns são
inundações de veneno mortal e grande ferocidade.
As estatísticas apresentadas aqui são para o azhi dahaka de três
cabeças, um dragão persa voador poderoso que é um oponente para
os heróis mais dignos. Cada cabeça tem um ataque de sopro
diferente, exigindo 2 de fadiga por uso (use dois por turno!). Para
mais detalhes, consulte Fantasy Bestiary, pág. 86-87. Outros tipos de
dragões no Oriente Médio incluem o dragão marinho zoroastriano, o
gandarewa (pág. FB 87); o lotan de sete cabeças, conhecido pelos
antigos cananeus (pág. FB 89); o mushussu da antiga Babilônia (pág.
FB 91); e o thu'ban, do antigo deserto da Arábia, grande o suficiente
para engolir um camelo inteiro (pág. FB 93). As histórias dão a eles
características do tipo ocidental – monstros astutos, mas animalescos
e arrebatadores –, enquanto os antigos ilustradores de manuscritos
foram fortemente influenciados pela arte chinesa. Dragões um pouco
menores, mas ainda formidáveis, geralmente têm veneno em vez de
chamas; alguns têm poder de invisibilidade bastante confiável.
Roca
ST: cerca de 2.000 Desloc./Esquiva: 18/9 Tamanho: 25+
DX: 12 DP/RD: 6/8 Peso: cerca de 30 tons
IQ: 5 Dano: 50d
HT: 15/200 Alcance: 2,3,4
A roca é uma criatura favorita do mito árabe, encontrada mais de
uma vez por Sinbad. É simplesmente um pássaro carnívoro muito
grande; de fato, algumas rocas são descritas como levando e
comendo elefantes inteiros. Certamente, o ovo de uma roca é tão
grande quanto um pequeno prédio, e Sinbad se amarra à perna de
uma roca sem que o pássaro perceba. Contos modernos mostraram
rocas bem menores (digamos, 4 toneladas, com ST 150, 40 pontos de
vida, PD 2, DR 3 e um ataque 5d). Um filme retrata uma Roca de
duas cabeças; isso seria uma espécie muito rara. Entrar em uma briga
com um roca é uma ideia idiota; a enorme escala dessa criatura seria
compatível com um exército humano – e eles precisariam de
artilharia para ter uma chance. Nos contos de Sinbad, as rocas
destroem navios, mas ignoram amplamente os seres humanos
individuais; elas funcionam como dispositivos da trama. O golpe do
bico “50d” é listado por uma questão de formalidade. Obviamente,
rolar por danos se o roca realmente bicar uma vítima humana é uma
perda de tempo – a vítima estará morta.
Em uma história, um par de rocas pega pedras gigantes e as deixa
cair de uma grande altura para afundar um navio cuja tripulação
destruiu seu ovo (o que implica uma inteligência significativa). É
provável que tais rochas causem dezenas de dados de dano a qualquer
humano por baixo – novamente, não role, uma vítima de golpe direto
está morta. Dano colateral e fragmentação é uma questão para
julgamento do Mestre.
As “penas de Roca” eram um objeto antigo favorito da Idade
Média muçulmana, oferecida à venda por comerciantes em todo o
Animais, Monstros e Djinn – 102 –
mundo islâmico. Na realidade, eram as folhas gigantes de uma
palmeira oriental.
Nascido no Mar
Esses homens do Oriente Médio aparecem em algumas histórias
das Noites das A rábias. Alguns escritores sugeriram que eles sejam
djinn de baixo grau, mas toda a evidência é que eles são na verdade
uma raça de seres humanos que vivem no mar, embora sejam
certamente muito talentosos magicamente. Às vezes casam-se com
humanos da terra, e esses casamentos são geralmente férteis. Eles
geralmente são benevolentes e a maioria são bons muçulmanos.
A sociedade nascida no mar é muito parecida com a dos humanos
que vivem na terra; eles habitam em grandes cidades, governadas por
sultões e nobres. No entanto, às vezes seguem costumes estranhos, se
racionais; por exemplo, eles podem comemorar a morte de um amigo,
porque esse indivíduo agora foi para o Paraíso.
Mesmo os nascidos no mar com aparência mais humana têm
diferenças biológicas dos habitantes da terra, no entanto, todos os
testes de perícias médicas de “raças cruzadas” terão -2 (veja a pág.
B56). Os nascidos no mar, portanto, preferem ser tratados por seus
próprios (excelentes) médicos e parteiras.
Pelo menos duas raças nascidas no mar ligeiramente diferentes
foram descritas. Um tipo tem caudas – presumivelmente parecidas com
peixes – e se refere aos habitantes da terra e às vezes mutantes de duas
patas de sua própria raça como “os sem cauda”. Semelhante aos
Tritões (pág. FF 100), suas vantagens incluem Deslocamento
Ampliado (Natação, cerca de 32 km/h) (10 pontos), Anfíbio (10
pontos), Resistência à Pressão (10 pontos) e Visão de Sonar (25
pontos) - opcional; os golfinhos são seus aliados tradicionais. Sua
principal desvantagem é a Dependência (Água, diariamente) (-15
pontos). Os membros desta raça desidratam e morrem se ficarem muito
tempo em terra; eles sofrem 1d de danos por cada dia fora da água, ou
1d a cada doze horas em condições quentes ou expostos a ventos
quentes e secos e 25% a mais de danos causados pelo fogo. Se eles
desejam convidar moradores da terra para suas casas, eles têm uma
pomada mágica (feita de gordura de Dendan) que, esfregada por todo o
corpo, concede a seus convidados a capacidade de respirar água.
A outra raça é mais parecida com um morador da superfície,
podendo passar um tempo indefinido fora da água e ainda mais
magicamente poderosa. Para acompanhar as histórias, os únicos
recursos obrigatórios para esta raça são Anfíbio (20 pontos) e
Imunidade à Pressão (15 pontos), embora sejam sempre cidadãos do
reino submarino e possam ter Deveres lá, tratar sua própria natureza
como um Segredo menor, ou serão incomodado por gente da terra
com interesses especiais no mar (Inimigos Menores). Como
alternativa, eles podem ser interpretados como os homens-peixe do
Fantasy Folk (consulte a pág. F F 60) – mas todos são pouco
atraentes e têm outros recursos que não se encaixam no conto das
Noites da Arábia. Eles atribuem certos nomes de poder sobre seus
filhos recém-nascidos, que, segundo se diz, lhes garantem a
capacidade de Respirar Água (e suportar a pressão) por toda a vida;
eles também podem emprestar anéis mágicos para seres humanos
comuns, inscritos com os mesmos nomes, que concedem as mesmas
habilidades temporariamente.
Ambas as raças de Nascido no Mar são excelentes nadadores,
capazes de se mover tão rápido na água quanto em terra.
Nascido no Mar poderia, com permissão do Mestre, serem usados
como personagens jogador. Veja GURPS Fantasy Folk para regras
sobre o desenvolvimento de PJs não humanos; observe que, se a
campanha envolver muito tempo longe de grandes massas de água,
talvez essa raça não seja muito prática.
Cavalos do Mar
Um cavalo do mar tem a aparência de um cavalo selvagem
bastante comum, embora excepcionalmente bonito, mas com uma
crina e cauda muito longas e cascos fechados. Suas características de
jogo são as de um excelente cavalo árabe. No entanto, a espécie tem a
capacidade de viver debaixo d'água tão confortavelmente quanto em
terra e, de fato, geralmente mora lá.
 Os cavalos do mar foram vistos por Sinbad em sua primeira possivelmente alguma outra característica de distorção do destino,
viagem, quando ele testemunhou uma técnica desenvolvida por como um Jinx.
habitantes da costa em uma região onde eram comuns. Os humanos O ponto importante sobre isso é que os macacos são transferíveis.
amarraram éguas comuns na praia e depois colocaram homens Se duas pessoas têm macacos, podem trocá-las fazendo um
escondidos por perto. Os garanhões do mar saiam da água para pronunciamento público do fato – como se estivessem fazendo um
acasalar com as éguas. No entanto, os garanhões tentavam arrastar acordo no mercado. Assim, boa ou má sorte pode ser transferida.
suas novas companheiras de volta para o mar com eles e, quando Obviamente, alguém que sabe que seu macaco é real e está dando
fracassavam (porque as éguas estavam amarradas), ficavam com sorte a ele, não troca de bom grado, mas existe todo tipo de potencial
raiva, atacando as éguas violentamente – e então os homens para truques, engenhosidade e manipulação daqueles que não
escondidos saiam apressadamente e dirigiam os garanhões do mar de conhecem o segredo dos macacos. É como lidar com a alma de
volta para a água. Os potros e potrancas nascidos desses alguém que não acredita ter uma. Os próprios macacos têm um desejo
acasalamentos eram considerados especialmente finos e muito simples de seguir em frente com suas vidas, não se importam muito
valiosos; outra fonte dizia que eles eram frequentemente escuros com com quem estão associados e contarão seus segredos a quem
manchas brancas. quiserem.
(Em jogo, um cavalo tão superior seria um tesouro em si, com um Nas Mil e Uma Noites, um pescador pobre troca de macaco – e
bom valor de venda – ou muita utilidade para um guerreiro treinado sorte – com um rico trocador de dinheiro. Em um jogo, cenários
em cavalaria.) poderiam ser construídos em torno da localização, identificação e
Sinbad não ouviu falar, mas outros relatos sugerem que um negociação de macacos sortudos ou azarados.
cavalo do mar pode ser domado se for pego; no entanto, a visão do
mar aberto – o mar ou um rio – faria com que ele voltasse à sua Golens
natureza selvagem. Os Nascidos no Mar também podem conhecer e Estes seres são uma versão mais permanente e versátil da Estátua
domesticar essas criaturas. Animada. A palavra “Golem” é realmente de origem judaica
europeia, mas é usada aqui por conveniência; as criaturas listadas são
O Simurgh muito parecidas com os filmes e mitos “árabes”. Golens são criados
ST: 80 Desloc./Esquiva: 18/10 Tamanho: 8 hexes por uma magia (pág. 84).
DX: 15 DP/RD: 2/2 Peso: 600kg A maioria dos golens tem a forma de um homem, mas alguns
IQ: 15 Dano: 4d per f toques estranhos (como, por exemplo, uma cabeça com a forma de
HT: 15/40 Alcance: C, 1 um animal) podem ser adicionados para exibição. Golens tendem a
O Simurgh é outro mito persa, um grande pássaro, o rei de todos ser maiores do que qualquer ser humano – acima de 1,80m, até 3,60m
os pássaros. Não é tão grande para comer humanos, mas é inteligente, ou mais, e são amplos em proporção. Todos são obedientemente
capaz de falar e está disposta a ajudar aqueles a quem respeita. Tem confiáveis ao seu criador, têm intelecto, mas não têm vontade, e não
grande sabedoria e discernimento; um relato diz que fazem seus podem ser subvertidos.
ninhos nos galhos da árvore do conhecimento, embora geralmente
seja descrito como morando em regiões montanhosas. Também se
Golem de Pedra
costuma dizer que é imortal, ou pelo menos vive por 17 séculos; pode
ST: 20 Desloc./Esquiva: 6/6 Tamanho: 1
ser equivalente à fênix de outras mitologias. Um herói é creditado por
DX: 11 DP/RD: 2/4 Peso: 100kg
matar um Simurgh, mas isso foi um feito sobre-humano.
IQ: 8 Dano: 2d-1 esm; arma como abaixo
O Simurgh é mágico por natureza. Possui poderes de cura e a HT: 14/30 Alcance: 1
capacidade de criar uma Convocação de Lembrança (consulte pág. Uma estátua permanentemente animada, o Golem de Pedra tem
91); presumivelmente, como rei dos pássaros, também pode perícia em armas (escolha do criador) de 11.
comandar outras aves.
Para construir o corpo são necessárias 3 semanas de trabalho, 100
kg de pedras e um sucesso no teste de Moldar Pedra.
Macacos Falantes Energia para ativar: 400.
Entre as criaturas mais estranhas mencionadas nas Noites da
Arábia, esses macacos podem ser lembranças de antigos espíritos
guardiões. Eles se parecem com babuínos comuns, exceto que
Golem Mecânico
costumam usar fragmentos de roupas ou maquiagem – kohl nos olhos Menor:
e hena nas mãos e nos pés. Às vezes, eles são mutilados – coxos, sem ST: 25 Desloc./Esquiva: 7/7 Tamanho: 1
um olho ou o que seja. Eles habitam em águas turvas, respirando tão DX: 13 DP/RD: 3/6 Peso: 150kg
facilmente quanto o ar, e podem ser capturados acidentalmente por IQ: 9 Dano: 2d+2 esm; ar ma como abaixo
pescadores – e podem conversar. Tanto quanto se pode dizer, seus HT: 15/30 Alcance: 1
atributos físicos são os de babuínos normais.
Maior:
Os Macacos Falantes têm poderes sobrenaturais e, por exemplo,
ST: 30 Desloc./Esquiva: 6/6 Tamanho: 1
às vezes podem prever as consequências de um ato menor no futuro
DX: 12 DP/RD: 3/6 Peso: 250kg
próximo. Alguns ou todos eles estão associados a seres humanos
IQ: 9 Dano: 3d esm; ar ma como abaixo
individuais – geralmente sem o conhecimento dessa pessoa, embora o
HT: 15/40 Alcance: 1
macaco saiba, estando magicamente ciente de tudo o que acontece
Máquinas com poderes mágicos, esses Golens têm perícia em
com o “seu” humano – e isso traz a esses seres humanos boa ou má
armas (escolha do criador) de 13. O golem mecânico maior é grande
sorte. (Os mutilados estão associados à má sorte.) Qualquer um com
e tem mais magia e menos engenharia. Construir o corpo leva 5
um macaco associado geralmente terá sorte ou falta de sorte, ou
semanas de trabalho para os menores e 6 a 8 semanas para os
maiores; também requer $1.000 em componentes principalmente de
metal ($1.500 a $2.000 para o maior) e testes de Ferreiro e Mecânica
(Máquina) bem-sucedidos.
Custo de energia para ativar: 600 para o menor e 800 para o
maior.

– 103 – Animais, Monstros e Djinn

 Os seres humanos vivem no Oriente Médio
desde antes da história registrada e, durante
todo esse tempo, contam histórias fantásticas.
Além de lendas de deuses e demônios, houve
heróis como Gilgamesh. As aventuras entre as
cidades-estados da Idade do Bronze seriam
bem possíveis, embora estejam além do escopo
deste suplemento e precisem de um pouco de
pesquisa.
As nações mais bem-sucedidas, como o
Egito, tinham mitologias austeras e dignas,
principalmente preocupadas com os rituais que
mantinham tudo funcionando sem problemas
por caminhos predefinidos; quando se
aventuram em tal reino, os PJs devem estar
preparados para muita formalidade e
obediência à vontade dos governantes
deificados.

Campanhas – 104 –
 As campanhas nos reinos pré-islâmicos, em estilo persa, têm uma enorme
vantagem: a decoração. Este é um mundo de governantes absolutos e cortes
fabulosamente ricas, remotas no tempo, com desertos cheios de espíritos,
fantasmas, monstros e feiticeiros. Os templos devem ser obra de gerações de
escravos, enormes, mas de construção pesada, com muitos pilares, paredes
espessas e sem arcos adequados. Essa campanha, dada uma “data”
relativamente tardia, também pode envolver nômades beduínos romantizados,
com códigos de honra ferozes, provando seu heroísmo aos governantes locais.
Noites da Arábia
As Mil e Uma Noites é o “núcleo” do cenário das Noites da Arábia.
Seu tema mais importante é o destino; karma, kismet, chame como quiser, o
profundo fatalismo da visão de mundo árabe antigo satura as histórias de
Scheherazade. É muito mais importante que a moralidade, diferentemente de
muitas tradições de contos populares; muitos personagens de sucesso nos
contos não são particularmente atraentes para começar, embora sempre se
mostrem graciosos e generosos quando obtêm sua riqueza. Essa sorte parece
totalmente caprichosa; ao contrário de alguns personagens de fantasia, o herói
das Noites da A rábia tem pouco senso de alto destino ou desgraça inexorável,
apenas uma chance aleatória e selvagem, modificada pelo personagem. O
único ato que parece causar consequências ruins é a blasfêmia.
Em muitas dessas histórias, o herói começa pobre e maltratado por
familiares ou vizinhos. Ele então tem uma enorme sorte – a descoberta de um
grande tesouro perdido ou objeto mágico, ou a ajuda de um mágico que passa
ou de um djinni caprichoso. Possivelmente após uma viagem a terras
estrangeiras estranhas, ele se torna muito rico e geralmente se casa com a filha
do governante local.
Tais heróis não conhecem a magia, embora possam encontrar conjuradores
amigáveis. Eles podem ter que evitar ou superar adversários poderosos – como
djinn, vizires gananciosos ou não-muçulmanos. Eles podem muito bem ter
relações com um governante local, que raramente é verdadeiramente mau, mas
que pode ser arrogante ou ganancioso.
Assim, os PJs em uma campanha verdadeiramente “Scherazadiana”
frequentemente começam irreconhecíveis, frequentemente fracos e se
destacavam principalmente por sua grande sorte e generosidade pessoal. Os
enredos da campanha devem consistir em várias “histórias” bastante simples,
mas elas devem se entrelaçar ou se enredar, assim como os personagens dos
contos às vezes contam mais histórias entre si, para passar o tempo ou ilustrar
um ponto, girando a trama original a comprimentos cada vez maiores.
Qualquer aventura marítima deve incluir uma ou duas “ilhas fantásticas” –
locais pequenos e misteriosos onde podem ser encontrados todos os tipos de
monstros estranhos e mágicas estranhas (incluindo montanhas que puxam
todos os pregos de ferro de um navio e cúpulas de bronze com enormes
estátuas de ferro suspensas no ar sob elas). Esta é uma característica apreciada
de muitos contos árabes.
Arábia Hollywoodiana
Os filmes de fantasia leve representam um mundo bastante diferente das
“Noites da Arábia”. Os heróis são corajosos, virtuosos e competentes,
geralmente grandes espadachins e mestres em armas. Eles lutam contra magos
do mal ou tiranos ardilosos e, eventualmente, se casam com a princesa por
amor romântico. (Os heróis dos contos originais costumam se casar com a
princesa porque ela é fisicamente atraente, rica e uma fonte de poder. É claro
que os resultados são os mesmos; Hollywood apenas inventa desculpas
aceitáveis para o público.) Heróis não conjuram magias, mas eles podem obter
a ajuda de djinn poderosos, ou estudiosos excêntricos podem ajudá-los com
magia. Monstros estranhos são abundantes. As personagens femininas ainda
são em grande parte decorativas e usam trajes mais reveladores em público do
que suas contrapartes históricas. Mas às vezes conseguem salvar o dia por
coragem ou conhecimento especial, e são certamente um pouco mais ativas nas
tramas.
– 105 –
Estilos de Jogo
Realista x Fantástico
Este suplemento é sobre um mundo fantástico
e mágico, baseado em uma cultura histórica real;
jogos árabes realistas são inteiramente possíveis.
“Fantástico” não significa automaticamente
“muita magia”. Heróis míticos, como ‘Antar
encontraram relativamente pouca mágica, e
personagens semelhantes podem existir apenas
com suas habilidades de combate sobre-humanas,
vida longa e viagens pelo mundo. As campanhas
“realistas” costumam usar cenários históricos
cuidadosamente pesquisados, mas é perfeitamente
possível criar mundos imaginários que não são
“fantásticos”, sem mágica; isso permite um jogo
corajoso e ponderado, que não é sobrecarregado
por muita pesquisa histórica.
Magias raras e de baixa potência não precisam
destruir totalmente o senso de realismo de um
jogo. Campanhas “históricas” podem ter magias
de baixa potência ou bem escondidas à espreita
nas sombras, conhecidas pelos PJs, se não pelos
historiadores.
Antigo x Islâmico
As Noites da A rábia e outras fontes
mencionadas aqui foram escritas após a época do
profeta Maomé e descrevem um mundo islâmico
medieval. Mestres aventureiros podem querer
olhar mais para trás, para os dias do Egito e da
Assíria, ou para a ascensão da Pérsia. Essas
épocas têm suas vantagens: religiões politeístas,
com uma variedade de crenças; figuras como
Alexandre; e, em alguns casos, uma terra pouco
povoada e menos explorada, dando aos heróis
mais espaço para deixar sua marca. No entanto,
essa campanha requer pesquisa adicional, além do
escopo deste livro.
Literário x Cinematográfico
Por incrível que pareça, existem poucos heróis
nas Mil e Uma Noites que usam muito a espada e
muito poucos grandes guerreiros ou ladrões. Isso
se deve em parte à ênfase nas histórias sobre o
destino. Há muita coisa fantástica, mas pouco
heroísmo sobre-humano. Heróis como ‘Antar são
grandes espadachins, mas suas histórias têm um
elemento fantástico menor.
No entanto, Hollywood e os escritos modernos
fizeram as coisas de maneira diferente. Os filmes
de “Sinbad” estão cheios não apenas de djinn,
monstros gigantes e magia, mas também de
espadachins e grandes feitos. A Epopeia de ‘A ntar
e o Livro dos Reis mostram que essa não é uma
ideia nova. Os Mestres de um jogo capa-e-espada
devem sentir-se à vontade para introduzir
personagens de 200 pontos, conjuradores para PJ
e regras “cinematográficas” (consulte a pág. MB
183).
Campanhas
 Mitos do Crescente Fértil
Os Mestres podem basear os jogos de fantasia
no mito do Oriente Médio. Os reis guerreiros
governam cidades de tijolos de barro; a
alfabetização é deixada para sacerdotes e escribas
da corte, que trabalham em tábuas de barro. O
transporte é feito principalmente a pé, com mulas
de carga ocasionalmente, camelo e carruagem
para a elite; as armas são de bronze ou mesmo de
pedra. Por outro lado, os aventureiros encontram-
se e conversam com deuses, são transportados ao
redor do mundo ou para o céu por criaturas
sobrenaturais e usam mágicas bizarras. Heróis
extraordinários no padrão de Gilgamesh são
apresentados, com uma tradição de longas e
tragicamente malsucedidas buscas pela
imortalidade. Essas campanhas devem usar regras
“cinematográficas” e altos valores em pontos
iniciais.
Há muitos monstros, as crias da deusa Tiamat:
dragões, monstros da tempestade, bestas gigantes
(cães e carneiros), homens-escorpião e homens- Uma campanha da “Arábia Hollywoodiana” seria melodramática e cheia de
peixe. (Alguns deles aparecem no GURPS aventuras, com heróis competentes e honrosos se recuperando por força de
Bestiary). Os deuses se opõem a eles e podem perícia e virtude. São mais como personagens “típicos’, com tendência ao
ajudar os mortais contra eles. Por outro lado, idealismo romântico. (Isso significa que eles raramente usam muita armadura,
alguns seres monstruosos servem aos deuses como mas são bons em se esquivar e esgrima.) Por outro lado, a trama pode ocupar o
guardas. Existem também “gênii” – touros alados
segundo lugar no melodrama, e os heróis às vezes se comportam de maneiras
com cabeças humanas – e homens alados com
cabeças de pássaros. Os bons espíritos, os shedu e bastante estúpidas que acontecem para ajudar a história. Os cenários são reinos
os lamassu, guardam lugares sagrados e, ensolarados do deserto, ilhas implausíveis diretamente da literatura original e,
invisivelmente, protegem os homens dos espíritos às vezes, terras selvagens que podem incluir resíduos do Ártico e “Mundos
malignos invisíveis, dos utukku e dos edimmu, Perdidos”.
fantasmas malignos daqueles que receberam
rituais funerários incorretos.
Na prática, a maioria dos Mestres provavelmente desejará misturar as
Feiticeiros são amplamente conhecidos e
abordagens “Scheherazadianas” e “Hollywoodianas” (mais talvez alguns
aceitos; muitos são exorcistas curandeiros e se toques pré-islâmicos emprestados), permitindo que aventureiros ousados façam
especializam em expulsar espíritos malignos. o bem por meio de esforço pessoal, mas com o destino sempre pronto para se
Alguns, no entanto, são maus e gostam de enviar agitar a forma das vidas humanas. Essa abordagem também funciona bem se a
maldições. GURPS Ice Age lida com esse tipo de campanha colocar sua (pseudo-) Arábia em um contexto maior ...
magia “xamânica”; os feiticeiros da Babilônia e
da Suméria, por toda sua sofisticação urbana,
tinham a mesma visão de mundo que seus Dentro de Mundos Mais Amplos
antecessores da Idade da Pedra. Nos últimos anos, todas ou quase todas as imagens das Noites da A rábia
foram juntadas em um bloco e jogadas em um canto de algum mundo de
fantasia. Pode ser uma Terra mais ou menos histórica ou pseudo-histórica, ou
pode ser um mundo diferente, onde, de alguma forma, condições semelhantes
criaram uma área de desertos pontuados por oásis e infestados de djinn e
tapetes voadores. Os leitores provavelmente serão capazes de pensar em
exemplos para si mesmos, do vago e hostil “Haradwaith” de Tolkien ao
islâmico al-Haz e al-Wazif do GURPS Fantasy.
Para empregar essa ideia, um Mestre deve decidir quais elementos das
“Noites da Arábia” usar e depois ajustá-los ao padrão geral do mundo do jogo.
Presumivelmente, as culturas humanas se desenvolvem de maneira semelhante
em condições semelhantes porque se encaixam no ambiente; essa parte é fácil.
Da mesma forma, os estilos de magia podem ser uma questão de hábito e
tradição local. (Como alternativa, os muçulmanos podem ter sido
transplantados de alguma forma, como no GURPS Fantasy.) No entanto, se os
“pseudo-árabes” têm uma religião monoteísta, de estilo islâmico, como isso se
relaciona com os panteões em outros lugares? (O Islã geralmente não se dá
bem com os politeístas.) Se os desertos do mundo do jogo estão cheios de
djinn, por que o djinn não aparece em outro lugar? O que os moradores do
deserto acham dos elfos, dos anões e de outras criaturas míticas não árabes? E
assim por diante.

Campanhas – 106 –
Cenários Históricos
As campanhas que usam cenários históricos mais ou menos realistas têm
um potencial considerável, se jogadores e Mestres estiverem dispostos a aceitar
algumas restrições. Eles também podem marchar atrás de Alexandre
(Iskander), defender os muros de Constantinopla com fogo grego ou viajar pela
Rota da Seda ao lado de Marco Polo. Como alternativa, você pode colocar
magia real na corte de Haroun al-Rashid, ou misture tapetes voadores e
Cruzadas.
O mestre pode querer impedir que os PJs mudem a história conhecida
salvando, digamos, Alexander em seu leito de morte precoce ou derrotando o
ataque romano a Palmira; alternativamente, esse tipo de coisa pode levar a uma
campanha de “história paralela”. O Mestre pode investir em uma cópia do
GURPS Viagem no Tempo e transformar as coisas em um jogo de mundos
paralelos, à medida que os PJs descobrem a incrível verdade sobre o que
realmente está acontecendo.
A Expansão do Islã
Os aventureiros da fundação do Império Islâmico estarão envolvidos em um
dos eventos mais espetaculares da história. A transformação dos árabes de
nômades do deserto insignificantes em potenciais conquistadores do mundo,
em uma única geração, era quase inacreditável; a luta para manter o novo
império unido e unir os diferentes povos – árabes, persas, mouros, asiáticos –
era imensamente complexa. Mesmo sem mágica, a nova cidade de Bagdá era
cultivada, vibrante e cheia de estranheza; a eventual fragmentação do reino, e a
ascensão dos turcos ao domínio, tornaram os tempos ainda mais interessantes.
As Guerras do Profeta
Esta é a fase muito inicial. De fato, poderia ser de grande importância nos
jogos de viagem no tempo; raramente cresceu tanto de um começo tão pequeno
e identificável. De fato, do ponto de vista do jogo, o próprio começo do Islã
pode ser muito pequeno. Com apenas o Profeta e algumas dezenas de
seguidores de um lado, algumas centenas de rivais e inimigos, cidades e tribos
de alguns milhares de pessoas como cenário, e com os eventos históricos
razoavelmente bem documentados, o escopo para a realização de eventos de
jogos “nas lacunas da história” são limitadas. No entanto, à medida que o Islã
cresce, as opções se tornam mais variadas.
Arábia Gótica
O mundo “gótico” do condenado Califa
Vathek e Abdul Al-hazred, de Lovecraft, autor do
Necronomicon, são locações possíveis para
cenários individuais – ou campanhas. (Esse nome
poderia ser uma corruptela de Abd al-Azrad,
“escravo do Destruidor”...?) Tais cenários serão
diferentes dos jogos “padrão” das Noites da
Arábia, mais em estilo do que em conteúdo. Na
“Arábia Gótica”, estudiosos que pesquisam
filosofias antigas descobrem regularmente
segredos sombrios e magias blasfemas. Ghuls são
comuns; ‘Ifrit não são somente maus, mas
astuciosamente diabólicos e sádicos; sultões
tirânicos são loucos e cruéis, com câmaras de
tortura escuras sob seus suntuosos palácios. Os
jogadores devem estar dispostos a participar do
melodrama sombrio e, acima de tudo, um Mestre
deve ser capaz de impor um humor negro a uma
fantasia selvagem – combinando horror e alta
magia.
Cenários adequados envolvem PJs heroicos,
mas sofrendo, lutando contra probabilidades
exageradas para impedir que os vilões do mal se
envolvam em sacrifícios humanos em massa, ou
para encontrar uma maneira de impedir incursões
do mal desumano. O tom deve ser sombrio. Os
personagens “bons” às vezes morrem
horrivelmente, e as eventuais desgraças dos
grandes vilões, que estão interessados demais em
“saber o que não deve ser conhecido”, são piores
do que seus muitos crimes.
Uma campanha de Noites da Arábia poderia
ser apenas em torno de uma garrafa misteriosa ou
uma porta de latão, longe do maior horror de
todos.

As Conquistas
Quando as forças do primeiro califa emergem para afastar províncias
inteiras do Império Bizantino e para derrubar a Pérsia por etapas, a
possibilidade de glória pessoal dos PJs – com os conquistadores ou trabalhando
contra eles – é considerável. A queda da Pérsia fornece um cenário
particularmente interessante; os exércitos árabes derrotam heroicamente
oponentes mais numerosos, enquanto os nobres sassânidas lutam para
preservar sua civilização, ou pelo menos seus feudos pessoais, e talvez também
sua religião zoroastriana. Os árabes precisam unir as duas nações; a nobreza
persa é poderosa demais e militarmente útil para esmagar, e o serviço público
persa sabe como administrar um império.

Os Abássidas
O colapso do governo omíada oferece outro período de oportunidade
complexa. Os omíadas têm o trono. Os carijitas e os xiitas se opõem a eles por
motivos religiosos; esquema dos abássidas, manipulando os xiitas. Enquanto
isso, primos reais, renegados e aventureiros se arriscam, especialmente nos
confins do império, destacando reinos inteiros sob qualquer bandeira que seus
seguidores repensem. Ainda mais tarde, o domínio de Haroun al-Rashid é o
cenário nominal para muitos contos das Noites da A rábia, e seus muitos
conflitos levam à decadência da dinastia e à ascensão dos aventureiros turcos
ao domínio.

– 107 – Campanhas
 Uma Campanha de Assassinos
A ideia de fazer terroristas religiosos fanáticos
pode parecer bizarra, mas muitos jogadores ficam
felizes em assumir o papel de ninja japonês –
terroristas mercenários fanáticos. Uma campanha
na qual todos os PJs são Assassinos Hashishin
pode usar a história desse movimento (pág. 36)
como ponto de partida.
Isso coloca problemas para os jogadores.
Muitas ações dos Assassinos foram literalmente
missões suicidas. Os Assassinos disfarçados
costumavam atacar vítimas fortemente vigiadas
em locais muito públicos, esperando ser abatido
imediatamente depois. Isso ajudou a manter a
terrível reputação da seita: o assassino, esperando
que seu ato lhe desse entrada no Paraíso, seguindo
um líder que ele considerava infalível, estava
inteiramente disposto a morrer.
No entanto, os assassinos suicidas vieram
apenas do círculo mais externo dos cultistas
ismaelitas – os fida’is (“fedayin”), ou
“abnegados”. Além desses seguidores
entusiasmados, mas pouco informados, também
havia lasiqs, ou aderentes; rafiqs, “camaradas”
parcialmente iniciados; e vários níveis de da'is, ou As Cruzadas
iniciados. No topo da hierarquia (mas abaixo dos Os anos em que a Europa e o Islã entraram em conflito na Terra Santa
imãs, os líderes de culto mais ou menos foram usados por inúmeros escritores e cineastas. Com o cenário espetacular,
hereditários) estava o chefe Da’is, cada um dos líderes famosos de ambos os lados, cavaleiros de armadura brilhante e um
quais poderia comandar uma fortaleza na toque de religião para fazer tudo parecer arrogante, isso foi considerado o
montanha. Os da'is trabalhavam como
cenário perfeito para histórias de aventura.
missionários secretos da seita, correndo grande
risco para si mesmos; nos níveis mais altos, eles
se envolviam nas discussões teológicas da seita, Jogando com Cruzados
mas esperava-se que os membros de baixo escalão Com tantas histórias (romantizadas) por aí, a ideia de jogar com “Francos”
apenas ouvissem e obedecessem. nas Cruzadas tem muito a oferecer. Por outro lado, pensadores modernos e
Agora, os assassinos só poderiam ser eficazes atenciosos podem não ter tanta certeza dos acertos e dos erros do assunto.
se tivessem uma boa ideia do que estava Mesmo que eles não se envolvam em algo tão amoral como a Quarta Cruzada,
acontecendo no mundo. Além disso, algumas de eles provavelmente ainda estarão lutando em solo estrangeiro, para capturar
suas missões envolviam grande perícia e um pedaço de território. Esse território pode ser sagrado para o cristianismo,
furtividade, como quando (de acordo com a lenda)
mas poucos cristãos podem justificar a morte por tal possessão, especialmente
inimigos adormecidos acordavam para encontrar
punhais perto de suas cabeças, como um aviso porque os não-cristãos locais podem muito bem conceder aos peregrinos
óbvio e assustador. A seita deve ter tido espiões e cristãos passagem livre e honrada. (Cristãos medievais inteligentes estavam
infiltrados experientes. Talvez, à medida que os plenamente conscientes da estranheza de espalhar uma religião de paz e amor
membros inferiores fossem recrutados e vigiados, pela espada; o grande Roger Bacon chamou as Cruzadas de “um desperdício
os melhores não fossem deliberadamente enviados cruel e inútil de tempo”.) Os Cruzados frequentemente se atolavam em
em missões suicidas, a fim de ter um conjunto de pequenas rivalidades, e muitas vezes não conseguiram atingir nenhum de seus
talentos úteis disponíveis. objetivos. Talvez não sejam modelos perfeitos para heróis de PJs.
Assim, os PJ Assassinos podem ser rafiqs ou
da'is menores, recentemente criados do status de
Jogando com os Locais
fida’i, aprendendo lentamente os verdadeiros
objetivos do culto e sua estranha filosofia (que Alternativamente, os PJs podem ser guerreiros “sarracenos”, defendendo
acabou descartando toda religião como um véu suas casas e Jerusalém, a terceira cidade mais sagrada do Islã, contra europeus
sobre a verdade). É difícil imaginar um saqueadores. A armadura é elegante e a cultura urbana é compreensível. É
personagem totalmente egoísta se juntando ao claro que muitos sarracenos eram menos do que santos, com muitas traições,
culto, mas um da'i em ascensão pode muita amoralidade política e algumas recusas completas em trabalhar juntos
razoavelmente esperar provar-se digno de contra um inimigo comum. Mas é difícil chamá-los de piores que os francos.
liderança, poder e um lugar nas discussões
filosóficas. Os teóricos da conspiração afirmam
que os Assassinos estão vivos e ativos ainda hoje. As Invasões Mongóis
Dizem que alguns são os precursores, ou mesmo Os dias em que as hordas da Ásia Central abriram caminho pelas terras do
os criadores, da conspiração dos Illuminati. Islã eram sangrentos e instáveis, uma justificativa perfeita para as alianças de
Ah, e lembre-se: Confie no Chefe Da’i; o sarracenos e francos. Era uma época de lealdades confusas; os muçulmanos
chefe Da’i é seu amigo... naturalmente lutaram contra os mongóis, mas alguns estudiosos os serviram
como astrólogos ou médicos, enquanto tentavam conter seus piores impulsos
destrutivos. O extermínio das fortalezas dos assassinos teria sido lamentado

Campanhas – 108 –
por poucos. Os francos temiam os mongóis, enquanto sonhavam em convertê-
los ao cristianismo ou em encontrar o lendário “Preste João” no Oriente.
Mercenários lutaram por quem pagasse. Entre os tempos, o comércio
continuava, os mongóis reforçando a paz, onde preferiam não fazer guerra. Os
aventureiros dos PJ podem encontrar-se em qualquer lado ou em nenhum.
Se uma campanha se basear nas estepes, envolvendo viagens entre os
nômades asiáticos, as lendas turcas d’O Livro de Dede Korkut poderiam fazer
uma boa referência, com ou sem seus elementos fantásticos. Na Mesopotâmia,
após a passagem das hordas, uma campanha poderia ter um pouco da
atmosfera sombria de um jogo pós-holocausto, com cidades incendiadas,
montanhas de caveiras, refugiados desesperados e carniceiros, nômades e
abutres humanos.
Criação da Campanha
Ao criar uma campanha das Noites da Arábia, vários elementos são
possíveis, mas não obrigatórios. Para evitar problemas mais tarde, o mestre
deve tomar algumas decisões no início e (geralmente) deixar todos os recursos
da campanha claros para os jogadores antes que eles comecem a criar
personagens.
Estilo do Período: O cenário é basicamente pré-islâmico (que exige
trabalho extra, mas tem possibilidades)? Ou é baseado no início do período
muçulmano? Ou usa cenários ainda mais tarde – digamos o império turco
otomano? Pode até ser ambientado nos dias modernos ou no futuro.
Magia e Monstros: Quão poderosa e amplamente disponível é a magia? Se
o cenário seguir de perto os contos de Scheherazade, poderá ser muito
poderosa e complicada para o Mestre lidar. Monstros e djinn são comuns? E as
pessoas racionais geralmente esperam que a mágica apareça em suas vidas
cotidianas?
Anacronismos: Mestres que desejam consistência histórica podem ou não
aceitar muitos desenvolvimentos – eles são comuns em algum material de
origem.
Tecnologia e Hábitos: Para a maioria (mas não todos) dos “ estilos de
período”, o NT correto é 3. A armadura tende a ser leve; armas favoritas são
espadas, lanças e arcos; veículos com rodas são raros, mas camelos de carga
são comuns. Os cavalos mais apreciados que camelos, mas também não
sobrevivem ao deserto. Os edifícios são geralmente de telhado plano e feitos de
tijolos de barro, com alguma pedra. É provável que o café seja popular, exceto
em uma campanha precisa no período inicial; fumar é tecnicamente um
anacronismo até a era otomana, mas o cachimbo de narguilé ocasional é um
clichê popular. Outras drogas podem ser raras ou moderadamente comuns e
mais ou menos legais; qat pode aparecer como o passatempo indulgente
favorito.
Nações e Raças: A Pérsia é governada por sassânidas ou outros nobres
nativos, conquistadores árabes ou ex-mercenários turcos? Os mongóis são
conhecidos e são uma ameaça nas fronteiras ou uma ameaça violenta? Existem
cruzados na Terra Santa e são vistos principalmente como cavaleiros honrados
ou invasores bárbaros? O que dizer dos gregos de Bizâncio ou dos noruegueses
de Rus?
Os Árabes no Exterior
As explorações não eram apenas da Europa
para a Arábia. Os árabes eram eles próprios
grandes viajantes. Personagens do Oriente Médio
podem ser facilmente incorporados a cenários
estabelecidos em grande parte do mundo
histórico.
Para algumas ideias para esses cenários
consulte GURPS Vikings, GURPS China ou
GURPS Swashbucklers. PCs árabes podem ser
comerciantes, interessados em produtos locais;
guerreiros, sujeitos a suspeitas, mas talvez
preparados para trabalhar com os habitantes locais
contra um inimigo comum; renegados, tentando
encontrar um lugar em terras estrangeiras porque
não são mais bem-vindos em casa; diplomatas,
alianças de negociação; ou talvez até estudiosos
ou exploradores, mostrando uma disposição
(bastante rara em qualquer cenário antes dos
últimos dois séculos) de procurar conhecimento
diretamente, e não de fontes de segunda mão. Os
muçulmanos médios tinham um interesse limitado
no norte da Europa, considerando-o frio, úmido e
habitado por bárbaros, mas alguns viajaram tão
longe. Outros chegaram à China e, no Oceano
Índico, os dhows árabes eram uma visão comum.
Em tempos intolerantes, o Islã era visto com
desconfiança por outras culturas (em parte porque
era tão bem-sucedida); os PJs árabes no exterior
sempre podem justificar um Estigma Social. Eles
também podem ter seus próprios problemas de
atitude, devido ao orgulho de sua própria cultura
(“Hábito Detestáveis: Maneira Desdenhosa” ou
“Intolerância: Cristãos Ativos”). Por outro lado, o
viajante também pode justificar uma variedade de
perícias, conhecimentos científicos e médicos
superiores (não tão superiores quanto alguns
pensam, mas o suficiente para serem úteis) e
técnicas de cultivo.

Temas
Uma campanha geralmente terá um tema geral. As possibilidades incluem:
Comércio ou Exploração, por terra ou mar. O primeiro requer
aventureiros com perícias com animais e atividades ao ar livre; o último exige
marinheiros. (Dados os eventos dos contos originais de Sinbad, o Mestre tem
uma excelente desculpa para enviar a parte do mar praticamente para qualquer
lugar com a ajuda de um clima bizarro e inesperado.) Obviamente, são
necessários comerciantes (PJ ou NPCs) e (geralmente) mercenários como
guardas. Os locais podem ser recrutados como guias ou intérpretes. Os artistas
podem ajudar no aumento de vendas, os peregrinos podem trabalhar em troca
de passagens seguras, e os Assassinos podem usar o comércio como cobertura.
Se um governante financia a expedição, ele pode enviar um Ghulam confiável
para observar. Comerciantes estrangeiros em território islâmico também são

– 109 – Campanhas

Uma Campanha de Harém
Para um jogo incomum, solidamente baseado
no cenário árabe, uma campanha pode ser
realizada inteira ou principalmente dentro do
harém de um amigo. Isso pode parecer um cenário
seriamente limitado, mas oferece inúmeras
oportunidades para tramas sutis e complexas.
Os ocupantes do harém são as esposas e
concubinas do governante, juntamente com
guardas eunucos e crianças pequenas. Além do
próprio governante, os visitantes regulares
incluiriam médicas, mensageiras e comerciantes
(todas mulheres). Se o mestre do harém é
poderoso, uma das principais preocupações do
lugar será o poder; quem tem influência sobre o
governante tem poder na terra. Assim, as cidadãs
com um problema ou reclamação costumam levar
sua história para a esposa do governante, que não
as despreza como mulheres e que pode influenciar
diretamente o governante. Concubinas impiedosas
e esposas menores podem conspirar para ganhar a
atenção do mestre e desacreditar aqueles com
mais poder. Se as concubinas (ou eunucos) fossem
escravas de terras “inimigas”, elas poderiam
muito bem ter suas próprias prioridades
particulares. As outras escravas poderiam formar
panelinhas e alianças. Em campanhas fantásticas,
segredos mágicos podem ser contados,
especialmente entre as estranhas escravas nascidas
no estrangeiro.
Obviamente, os personagens de uma
campanha de harém podem incluir esposas e
concubinas da família, com perícias políticas,
furtivas e de entretenimento, e guardas eunucos
que fornecem músculos. Mas também poderia
haver meninas escravas, geralmente de origem
estrangeira, talvez com perícias de combate
(inesperadas) ou apenas capazes de passar de e
para o mundo exterior; meninos, ainda sob os
cuidados de suas mães, sendo preparados para a
vida como governantes; mulheres visitadas e
relacionadas (incluindo corretores que compram e
vendem artesanato) e assim por diante. O tema
principal pode ser a trama amoral e a política, mas
ainda há espaço para personagens com moral e
ideais; o objetivo principal pode ser proteger um
governante de uma camarilha perigosa (como
Balkis protegia Salomão) e tornar benigna a
influência do harém.
Campanhas
um excelente tema de campanha. Isso pode estar associado a aventuras
urbanas; toda cidade pode ser um novo cenário, com seus próprios padrões
sociais, costumes locais perigosos e chances de lucro.
Aventuras Urbanas: Mendigos, dervixes, artistas, proscritos, padres e
bandidos fazem parte da cena da cidade, assim como visitantes estrangeiros,
beduínos, magos, comerciantes, estudiosos e nobres. Os ricos podem empregar
guardas ou escravos. O governante local terá Ghulams, que poderão receber
ordens para investigar eventos incomuns.
Guerra: Isso diz respeito principalmente a nobres, mercenários, ghulams e
ghazis, que precisam se preocupar com assassinos e talvez mágicos. Os
sacerdotes podem pregar a jihad; ações navais exigem marinheiros.
Estrangeiros de vários tipos podem ser aliados, observadores amigáveis ou
espiões. Outras pessoas tentam ficar fora do caminho na maior parte, mas não
necessariamente são bem-sucedidas. Eles fazem bons espiões se claramente
não se parecem com lutadores. Outros suplementos de GURPS (como Japan ou
Horseclans) incluem regras simples para resolver batalhas em massa, se
necessário.
Pesquisa: Pode ser mágica, científica ou outra pesquisa. Os participantes
óbvios são mágicos e eruditos, mas padres e dervixes também estudam, e os
comerciantes podem lidar com o conhecimento. Os poetas são geralmente
alfabetizados e muitas vezes têm muita curiosidade; os nobres podem ter boas
razões para financiar pesquisas (ou fazê-lo para mostrar sua generosidade). Se
estudar significa viajar para bibliotecas distantes, serão recrutados guarda-
costas, guias e viajantes experientes.
Intriga na Corte: Nobres se envolvem em rivalidades mortais,
invariavelmente usando figuras inferiores da corte como ferramentas; estes
podem ser eunucos, ghulams, caçadores, mágicos, poetas ou estudiosos (que
trabalham como consultores, secretários ou médicos da corte, ou são mantidos
como prova do amor de um nobre pelo aprendizado). Quando uma trama se
torna complicada e perigosa o suficiente, praticamente qualquer pessoa pode se
ver arrastada como um laranja – ou todo o negócio pode explodir em guerra.
Missões: Isso é algo que pode ser feito, principalmente para campanhas de
“duração finita” que terminam quando algum objetivo é alcançado. Os PJs
podem procurar um item mágico ou um mago ou médico com talento único em
uma terra estrangeira, para salvar alguém de uma doença ou maldição bizarra.
Ou eles podem procurar algo como o segredo do fogo grego. Serão necessários
alguns bons combatentes, bem como especialistas no objeto da busca – o que
pode significar estrangeiros, dervixes, mágicos, padres, estudiosos ou até
poetas. Um nobre pode atuar como líder; comerciantes, sendo bem viajados e
acostumados a avaliar requisitos, podem ser úteis. Um ladino habilidoso às
vezes pode alcançar um objetivo que um exército de guerreiros não pode.
Uma expedição para algum lugar lendário é um tipo de missão que aparece
nos contos – em uma, a “Cidade de Latão” é o destino. Em tais missões, os
estudiosos são inestimáveis por seu conhecimento de tradições, histórias e
idiomas relevantes.
Fora da Lei: Um grupo de PJs corsários ou
bandidos pode ter o apoio legal de um estado para
assediar o comércio de outro (não tão perigoso quanto
desempenhar um papel de Robin Hood e com mais
refúgios disponíveis). Esse bando também pode incluir
mágicos, ou párias, com suas próprias motivações.
Vida Tribal: Essas campanhas se concentram nos
rivais e missões dos beduínos (ou possivelmente
nórdicos ou nômades das estepes). A maioria dos PJs
seria desse tipo, mas eles poderiam se juntar a dervixes
excêntricos, artistas, Ghazis (procurando recrutas),
mágicos, mercadores, párias, poetas (conceituados) ou
padres. Outros personagens mais “urbanos” podem se
juntar temporariamente.
– 110 –
Exemplo de Aventura:
O Conto do Poeta, do Escravo
e do Que Nao~ Era Deles
Esse cenário ocorre na cidade-estado oásis (ficcional) de Dhulibhan. Os
personagens podem morar em Dhulibhan, ou podem chegar lá procurando
emprego, lucro ou diversão, ou depois de se perderem no deserto.
A Cidade
Dhulibhan é governada pelo sultão Jashak al-Nut. Os nativos sabem que ele
é jovem, bem-educado, razoavelmente justo e competente. (Eles reclamam de
impostos, mas quem não?)
Se os PJs pedirem especificamente, eles poderão ouvir algumas fofocas da
corte – se as pessoas com quem eles conversarem tiverem certeza de que não
estão sendo ouvidas por informantes ou bajuladores. Diz-se que Jashak é
moderadamente romântico e inteligente, mas um pouco preguiçoso; ele deixa a
maior parte da administração do dia a dia para seu vizir, Khaled ibn Khaled ibn
Balthazar, que é temido como um político desonesto com a sutileza e a
moralidade de uma víbora. Diz-se que o vizir construiu uma base de poder na
guarda do palácio, com um grupo de Ghulams leais principalmente a ele. Em
suma, é uma corte típica.
– 111 –
Fazendo o Diálogo
Dado o gosto muçulmano pela linguagem
literária “floreada” e a formalidade educada das
cortes orientais, um certo estilo de discurso
melodramático se tornou tradicional na fantasia
das Noites da A rábia – mesmo que por tradutores,
que procuram “diferenciação”, usaram isso.
Mestres e jogadores são bem-vindos para manter
essa tradição. Ouvir é obedecer é uma tradução
bastante precisa de uma frase bem conveniente
usada por um inferior a um superior, o slogan do
servo djinni, Seu desejo é uma ordem, segue as
mesmas linhas.
Os amantes devem sempre encarar suas
namoradas como joia do amanhecer, luz da minha
existência ou refresco dos meus olhos; os poetas
deveriam lisonjear os reis guerreiros como Grande
Leão do Reino ou Ele Cuja Espada Não Conhece
Descanso. Quando alguém recebe más notícias, O
mundo escurece diante de seus olhos; os
habitantes da cidade usam chinelos, enquanto os
nômades do deserto usam sandálias. O califa é
sempre o Príncipe dos Fiéis, e qualquer pessoa
que se dirigir a um governante deve beijar o chão
e dizer: Desejo-lhe alegria e glória eterna.
Vizinhos astutos fazem um uso particularmente
bom da circunlocução. Por que apenas ameaçar
alguém de morte por uma falha, se alguém pode
dizer, Sou um homem misericordioso, mas meus
deveres me obrigam a tratar esforços imperfeitos
com mais rigor do que gosto. Não consigo
apreciar os prazeres simples da mesa quando
lembro os últimos contratados que nos falharam,
ou os tons estressantemente estridentes nos quais
eles se desculparam. Ore, você não vai prejudicar
as refeições de um servo pobre do estado?
Outras expressões incluem: Bismillah, em
nome de Allah (dito antes de qualquer ato); A llah
te recompense abundantemente, obrigado; Que
sua sombra nunca seja menor, que sua
prosperidade, que sua prosperidade aumente para
que eu assim também ganhe; Não existe
Majestade e nem Poder senão em Allah, uma
fórmula que denota desagrado, dúvida sobre como
agir, etc. Em verdade, somos de A llah e para Ele
estamos retornando, em tempos de infortúnio;
Poupe-me para que Alá te guarde, e não me mate,
para que Alá não te mate, para implorar pela vida
de alguém; O azarado! um insulto – o que foi
abordado não tem sorte para o orador; Sob tua
proteção! se alguém pega a saia de um beduíno
quando o perigo ameaça, o homem abordado
defenderá o estrangeiro com sua vida.
Continua na próxima página...
Campanhas

Fazendo o Diálogo
(continuação)
Gestos
O discurso floreado significa pouco sem a
linguagem corporal formalizada para apoiá-lo. Os
governantes autocráticos podem exigir que seus
súditos caiam de cara no chão e beijem muito o
chão – uma posição de outra maneira associada à
oração. (Beijar os pés do governante é um pouco
menos respeitoso.) Saudações menores variam de
colocar a mão no peito, tocar os lábios e a testa
(com ou sem vários graus de ligeira curvatura),
tocar o chão, os lábios e a testa com a mão e beijar
a mão do outro (um gesto “familiar”, mas
respeitoso), para beijar a manga ou bainha da
roupa do outro. Os gestos com as mãos são
sempre acompanhados da palavra salaam (que a
paz esteja com você), à qual a resposta correta é:
Que a paz esteja com você, e a misericórdia e
bênçãos de Allah.
Mapa da Cidade
Cafeteria
Portão Oeste Palácio do Sultão
PousadaPalácio do Vizir
Quarteirão Rico
Residência de Mahmud al Kufari
Campanhas
A cidade está em paz há alguns anos; existem alguns rufiões beduínos no
deserto, e de vez em quando os Ghulams do palácio saem e lutam com eles
para manter as coisas mais seguras para as caravanas, mas isso é tudo. Se o
califa emitisse uma convocação ou o chamado para a jihad fosse lançada, os
locais poderia aumentar uma força de combate respeitável, mas principalmente,
os dhulibhanis preferem o comércio e conversar sobre lutas. No entanto, os
invasores do deserto têm sido historicamente um incômodo suficiente para a
cidade ter um muro baixo, mas adequado; algumas cabanas camponesas estão
além disso, mas todos os cidadãos com algum orgulho vivem lá dentro. O
muro é patrulhado por uma pequena guarda – soldados escravos pertencentes
ao sultão, não tão arrogantes quanto as tropas do palácio, mas com mais
liberdade de ação – supervisionados por um oficial mercenário. Eles também
guardam os portões, ocasionalmente perseguindo os transeuntes, mas
principalmente dominando a arte de dormir em pé.
O sultão nomeou um governador – um colega acadêmico chamado al-
Malloohr – que lida com a administração de rotina na cidade; ele, por sua vez,
supervisiona uma variedade de cadis e funcionários menores. Tudo isso com
uma vida tranquila; os cadis são geralmente justos, mas bastante
convencionais. Há um bazar próspero e de bom tamanho, que se torna um
ramo de atividade quando uma caravana chega (um dia a cada duas semanas,
em média), e artistas, poetas e bandidos podem esperar ganhar a vida aqui.
Ainda assim, aventureiros ambiciosos não consideram ficar para sempre.
Os estudiosos que fazem pesquisas detalhadas sobre a história local
aprenderão que o lugar teve um grande homem em sua história. Akhirem, o
Sábio, um hakim e mago de renome, surgiu séculos atrás, quando Dhulibhan
era uma mera vila, ajudou os habitantes locais a destruir os animais perigosos
da área e geralmente os aconselhou tão bem que o lugar se tornou uma cidade
em sua vida. No entanto, isso não parecerá relevante nos dias atuais da
campanha.
0 30m
escala
Portão Norte
Restaurante
Deserto
Quarteirão Pobre
Salas de Al-Baralla
Banho público Lek Ibn Alik (copista)
Pousada
Portão Leste
Mesquita Para as fazendas
de Beni Halj
Pousada
Portão Sul
Cabanas
dos Camponeses
– 112 –
Eventos Iniciais
Este cenário começa silenciosamente. O começo ideal é que os PJs que são
novos na cidade se encontrem entrando pelo portão norte em uma manhã, talvez
encontrando outros locais, que podem estar lá na hora e os empregando como
guias. Eles podem então conhecer um pouco da cidade, talvez vários restaurantes
e o bazar. Talvez um deles tenha uma briga com um inimigo, ou apenas com
rufiões locais, se ele parecer digno de ser roubado; isso pode significar alguns
minutos para explicar a um cadi, que por sua vez os levará à atenção do vizir
(que recebe relatórios sobre tais coisas). Eventualmente, um grupo de Ghulams
(em turbantes vermelhos) deve localizar a maioria deles – de preferência todos –
e solicitar com cortesia, mas firmeza, que eles venham ao palácio.
Lá, eles são conduzidos por uma entrada lateral e ao longo de algumas
passagens tranquilas para se encontrar com Khaled ibn Khaled ibn Balthazar.
Ele diz que descobriu que os recém-chegados a Dhulibhan foram as primeiras
pessoas a entrar pelo portão norte naquela manhã, e que os habitantes do grupo
tinham a reputação de estar naquela área no início do dia. Ele então pergunta se
eles viram alguém saindo para o deserto além do portão (eles não viram), e os
questiona sobre cenas estranhas ao redor do portão (ou do palácio, se algum
deles estava na cidade na noite anterior). Ele mantém um rosto sem graça, mas
um teste de empatia bem-sucedido sugere que suas respostas o decepcionam.
Eventualmente, ele diz:
“Acredito que alguns de vocês, pelo menos, possam estar procurando
emprego rentável? Bem, como você deduzirá que existe um assunto que nos
preocupa, não podemos causar problemas maiores se empregarmos vocês para
nos auxiliar na investigação. É claro que, trabalhando para o palácio, será
aconselhável que vocês sejam diplomáticos, mas tenho certeza de que o faria em
qualquer caso. Espalhar rumores desagradáveis nunca é propício à calma social.
“Nós temos um problema um pouco embaraçoso. Um jovem poeta,
favorecido pela corte, chamado al-Baralla, recentemente se apaixonou por uma
escrava do palácio, uma circassiana chamada Rosanna. Parece que eles
decidiram fugir ontem à noite. Isso foi errado da parte deles, pois a menina é
propriedade real, mas essa é a natureza dos jovens poetas românticos; o sultão
poderia muito bem ter escolhido perdoar a loucura juvenil. No entanto, veio à
luz que o casal levou com eles... um objeto, de valor considerável, e isso é
menos aceitável. Gostaríamos que este objeto fosse devolvido com segurança;
o retorno do casal é menos importante.
“Infelizmente, esse assunto é tão delicado, que não posso descrever o objeto
para vocês. No entanto, posso garantir absolutamente que vocês o reconhecerá,
se o encontrar. Assim, vocês poderão devolvê-lo nesse caso, e se vocês não o
encontrar, não saberá mais do que é melhor para a paz social.”
O vizir não dirá mais do que isso, mesmo se os PJs o pressionarem. Ele
pode pechinchar o pagamento pelo trabalho, mas, basicamente, estará
oferecendo 50 dinares ($750) pela devolução segura do “objeto” – ele
ofereceria voluntariamente mais, mas isso pode parecer questionável! – e 10
dinares ($150) pelos amantes. Ele também oferecerá 1 dinar ($15) por dia por
pessoa com status 0+, para cobrir despesas e, se algum dos PJs estiver com
problemas por qualquer motivo, ele usará sua influência em seu nome. Além
disso, se algum deles estiver ferido de alguma forma, ele verá para que o
médico do palácio – nível 16 – atenda a eles. Felizmente, isso os interessará, de
um jeito ou de outro.
Histórico
O que está acontecendo? Na verdade, as coisas são mais complicadas do
que o vizir sabe, muito menos os PJs. É tudo culpa de um jovem camponês que
não faz nada direito.
Fadir, o Inútil, morava com os pais em sua pequena fazenda, perto de um
pequeno poço, profundo e pouco confiável, em uma área quase deserta a
poucos quilômetros de Dhulibhan. Ele é preguiçoso e desagradável; duas
noites atrás, seu pai perdeu a paciência com ele e o expulsou de casa. Fadir,
tipicamente, decidiu se vingar dele e, com uma energia incomum, começou a
jogar pedras no poço, na esperança de destruir o suprimento de água antes de
ele fugir de casa. Infelizmente, uma de suas pedras ricocheteou na lateral
– 113 –
Observações Adicionais
(somente para o Mestre)
A principal qualificação para o que aparece na
pág. 112 diz respeito ao personagem de Khaled
ibn Khaled ibn Balthazar. Como indica a barra
lateral (pág. 121), sua reputação de sadismo não
corresponde à sua verdadeira personalidade. Por
causa de seu senso de dever, ele às vezes se sente
obrigado a agir com força em nome de seu jovem
governante. Mas ele tem um claro senso de moral
e sua má reputação o preocuparia se ele não fosse
tão irônico. Ele deveria enervar os PJs, mas não é
tão perigoso quanto eles pensam.
O sultão e o vizir têm seções da guarda do
palácio designadas para suas necessidades
rotineiras. Os PJs que visitam o palácio podem,
em um teste de IQ, notar a distinção entre guardas
de turbante azul, que trabalham diretamente para o
sultão, e aqueles em turbantes vermelhos, que se
reportam ao vizir. Há alguma rivalidade e até
atrito entre os dois grupos.
Adaptação Para Outros Gêneros
GURPS Noites da Arábia não se resume a
um único cenário; é sobre uma cultura e uma
grande área. É bem possível combinar outros
livros de mundo GURPS com este.
GURPS Camelot
Os contos do rei Arthur e seus cavaleiros
incluem vários “sarracenos” anacrônicos. GURPS
Camelot discute mais o assunto. Uma opção é
reunir os dois mitos e assistir à colisão. Que os
cavaleiros arturianos naveguem para as terras
sarracenas em busca de algum segredo de
feitiçaria exigido por Merlin, e veja como eles se
absolvem nas cortes do deserto (e no calor do
deserto); ou tem heróis árabes, ousados como
‘Antar, viajando com os capitães do mar,
semelhantes a Sinbad, além dos Pilares de
Hércules, para descobrir que o heroísmo tem
muitas formas...
GURPS China
A Rota da Seda, que atravessava a Pérsia e
contornava a Arábia, unia as civilizações da
Europa e da China à medida que o Império
Islâmico se expandia e chegava à China; seguiram
-se séculos de contato na Ásia Central,
interrompidos pelos mongóis. Os Mestres que
procuram campanhas abrangentes podem
combinar o GURPS China e o GURPS Noites da
Arábia, baseando aventuras nas viagens de
Marco Polo, por exemplo. Ou talvez árabes e
chineses pudessem se unir para combater os
mongóis.
Continua na próxima página...
Campanhas

Adaptação Para Outros Gêneros
(continuação)
GURPS Conan
Várias nações da “Era Hiboriana” –
principalmente Turan e Iranistão – são projetadas
em um modelo do Oriente Médio. Quaisquer
cenários hiborianos que se aventurassem em tais
terras poderiam emprestar muito das Mil e Uma
Noites.
GURPS Cyberpunk
Para uma fascinante combinação de ousadia
futurista e cultura islâmica, não procure mais do
que W hen Gravity Fails, de George Alec Effinger,
e suas sequencias. O herói, Marid, é uma escória
de rua... mas o Destino, na forma de um patrono
sem remorsos, sorri para ele, e Marid começa,
apesar de si mesmo, a adquirir algumas das
virtudes muçulmanas. Ele também adquire
algumas melhorias interessantes... A R. Talsorian
também publicou um suplemento de jogo com
base nesse cenário.
Continua na próxima página...
Campanhas
do poço e quebrou um selo de pedra
centenário colocado na parede lateral do poço.
O Selo de Salomão havia sido colocado lá
há muito tempo por Akhirem, o Sábio, que
aprisionou um malévolo djinni, Baroogh Dja,
nesta sua casa. Quando o selo quebrou,
Baroogh Dja irrompeu do poço com fogos de
artifício, depois notou o tremor de Fadir. A
princípio, ele aterrorizou o garoto, mas algo
nos trejeitos de Fadir disse ao djinni que ali
estava um humano que merecia algo além de
seu próprio coração intimidador. De qualquer
forma, ele foi capaz de uma gratidão
distorcida, como djinn; ele ofereceu seus
serviços a Fadir.
Depois de terem destruído o casebre dos
pais de Fadir, Fadir decidiu ir para a cidade. O
djinni voou com Fadir por cima do muro do
palácio e entraram nas câmaras do sultão,
onde Baroogh Dja lançou Encolher no infeliz
governante, e então voaram para se regozijar
em paz.
Eles viram e foram vistos pelos dois
amantes, que fugiram em pânico induzido por
magia. No entanto, os atacantes não
perceberam que também haviam sido
vislumbrados por um servo do palácio, que
relatou que duas figuras sombrias haviam
entrado de alguma maneira nos aposentos
particulares. Houve uma comoção – e os
intrusos haviam partido, carregando o sultão –
que parecia “estranhamente encolhido’. (A
magia ainda estava em vigor.)
O vizir não sabia ao certo o que fazer, mas
quando soube do desaparecimento de
Rosanna, que mencionara seu encontro com o
poeta para as amigas no harém, ele fez um comentário plausível, mas deduziu
errado. Talvez ele devesse ter avisado os PJs contratados sobre a possibilidade
de magia – mas ele não tinha certeza. (O “objeto” de que ele falou era, é claro,
o sultão.)
Quanto a Al-Baralla e Rosanna, eles deixaram a cidade descendo de uma
conveniente janela do andar superior da muralha da cidade, com a ajuda de um
guarda que devia um favor ao poeta. (Al-Baralla, um romântico fanfarrão por
inclinação, tem um talento especial para atravessar paredes e janelas.)
Infelizmente, isso os deixou presos no deserto, onde os PJs acabariam por
encontrá-los em apuros.
Perguntando Pelo Palácio
Se os jogadores investigarem independentemente no palácio, eles devem ter
a chance de aprender um pouco – embora precisem usar alguma perícia de
Trato Social, e fazer contatos dentro do harém pode ser complicado, exceto
talvez para as PJs mulheres. No entanto, o vizir garantiu que quem viu alguma
coisa ontem à noite, ou quem falou com alguém que viu, fique firmemente
incomunicável. As escravas do harém sabem tudo sobre a associação de
Rosanna com “aquele poeta suspirador”; eles também podem comentar, com o
tempo, que os dois sempre pareciam essencialmente sensatos e morais – essa
fuga foi uma surpresa para todos. Lembre-se, fugir com a escrava concubina de
outra pessoa é roubo ou adultério, dependendo de como você a vê; Al-Baralla,
como um romântico de espírito, normalmente deveria procurar comprar
Rosanna, pedir sua liberdade ou simplesmente pedir sua mão em casamento.
Isso pode não agradar esnobes, mas seria totalmente legal e moralmente
correto.
– 114 –
 Claro, ninguém viu o sultão desde a noite passada. No entanto, o palácio é
grande e confuso o suficiente para que sua ausência tenha sido encoberta – até
agora; ainda não há rumores de que ele esteja desaparecido.
O palácio também tem uma biblioteca. Ela tem pouco sobre magia, mas o
máximo que os PJs poderiam desejar é sobre história e geografia local.
Encontrar qualquer coisa, por outro lado, levará tempo e alguns testes bem-
sucedidos de pesquisa.
Perguntando Pela Cidade
Os PJs provavelmente vão querer começar perguntando pela cidade. Há
várias possibilidades para verificar:
Os alojamentos do poeta: Al-Baralla estava morando em quartos alugados
em uma parte pobre da cidade. Seu aluguel foi pago por um rico comerciante
local, Mahmud al-Kufari, que queria o status de patrono das artes. O local está
trancado, mas não muito seguro; existem várias maneiras de obter acesso,
incluindo falar rapidamente com o proprietário, que mora nas proximidades. Se
os vizinhos identificarem “bisbilhoteiros”, eles podem causar problemas. Os
quartos são desarrumados, mas não são visitados desde a noite passada. Há
várias trocas de roupas e alguns manuscritos e objetos pessoais bastante
valiosos. Entre os manuscritos estão alguns dos poemas al-Baralla; um teste de
perícia Literatura com +2 dirá que eles são bastante bons, e altamente
dramáticos. Após uma hora de leitura por alguém com perícia em Literatura,
um teste de IQ com -2 ganhará a dica de que al-Baralla usou muitas variações
sobre o tema: “O verdadeiro amante chega a seu amor onde quer que esteja, o
verdadeiro amante sobe em qualquer parede para estar com seu amor”.
O Patrono do Poeta: Mahmud al-Kufari não sabe nada sobre o paradeiro
atual de al-Baralla, e não tem mais informações básicas do que os PJs. Os
Ghulams já o visitaram e ele acha a situação profundamente embaraçosa e
muito preocupante. PJs engenhosos podem conseguir dele algum tipo de
assistência prática, mas, apesar de todas as suas preocupações, ele continua
sendo um comerciante hábil e cauteloso, e dará muito pouco valor monetário.
Os Amigos do Poeta: Al-Baralla é popular entre a comunidade literária
local, que costuma se reunir para tomar café ou sherbet e trocar textos (Teste
de Conhecimento do Terreno para descobrir onde). Alguns deles ouviram dizer
que ele estava com problemas, e outros vão ter certeza disso se e quando
estranhos começarem a fazer perguntas. É improvável que sejam úteis para
quem parece disposto a prejudicar o amigo (reagindo com -4). Se manuseados
com tato, eles descreverão al-Baralla como um personagem romântico, de
mente aberta e refinada. Eles podem deixar escapar que ele tinha amigos em
muitos lugares, incluindo a guarda da cidade, se questionados corretamente;
eles podem também mencionar que ele costumava se gabar de sua capacidade
de ultrapassar muros ao redor de palácios e coisas do tipo.
– 115 –
Adaptação Para Outros Gêneros
(continuação)
GURPS Fantasy
O mundo de Yrth, em parte povoado por
humanos varridos da Terra pelo “Cataclismo”,
possui dois poderosos estados muçulmanos, al-
Haz e al-Wazif. Estes são bons exemplos da
incorporação de terras “árabes” em uma
campanha mais ampla. O mais poderoso, al-Haz,
está comprometido com o Islã xiita extremo e
intolerante e é o anfitrião dos Assassinos,
enquanto o sunita al-Wazif tem uma grande
comunidade de “Carijitas”, que funcionam mais
como os militares dos cruzados do que suas
contrapartes terrenas, mas que são igualmente
agressivos. Também existem cristãos vizinhos
intolerantes, planejando cruzadas e justificando a
paranoia muçulmana.
O único problema é que os “djinn” de Yrth
não são os que aparecem nas noites; pelo
contrário, são poderosas tríades humanas. Em
geral, o “estilo” de Yrth é menos fantástico e mais
poderoso do que as Noites da A rábia. No entanto,
ainda há muito potencial de crossover.
GURPS Horror
A ficção “gótica” é basicamente sobre
“estranheza”, e as Noites da A rábia são uma fonte
maravilhosa do bizarro. Consulte “Arábia
Gótica” (barra lateral, pág. 107) para mais ideias.
GURPS Império Romano
Roma e as Noites da A rábia se sobrepõem
cronologicamente e geograficamente. O Islã
surgiu depois que Roma caiu (embora tenha se
encontrado, lutado e negociado com Bizâncio),
mas os árabes consideravam Palmira como um
ponto alto da glória árabe islâmica, e as Noites e
outras histórias fazem muitas referências aos
governantes sassânidas da Pérsia –
contemporâneos e rivais de Roma. Uma
campanha em torno de 200 d.C. poderia combinar
personagens e mitos romanos e árabes.
Continua na próxima página...
Campanhas
 Adaptação Para Outros Gêneros
(continuação)
GURPS Middle Ages 1
Como o “Mundo das Noites da Arábia” se
baseia no Islã medieval, certamente existem
conexões com GURPS Middle Ages 1. Embora
este último seja principalmente sobre a Grã-
Bretanha medieval, também discute as Cruzadas e
a Espanha muçulmana (que viram os “visitantes”
britânicos) e as Ordens dos Cavaleiros, cujas
conexões se espalham pelos continentes.
Middle Ages 1 é escrita do ponto de vista
europeu, com notas sobre uma campanha
“Cruzada”, com os muçulmanos principalmente
como adversários. A seção “Árabes” (pág. MID
114) é no mínimo tanto sobre mouros e turcos
quanto os verdadeiros árabes, e também incorpora
alguns conceitos errôneos da Europa. (Maomé
voltou à Terra depois que ascendeu ao céu de
Jerusalém; as espadas árabes nem sempre eram
curvas; e os dervixes eram muitas vezes pacíficos
e eram frequentemente desprezados por outros
muçulmanos.) Como tal, pode ser útil como
desinformação para jogadores com PJs europeus Al-Baralla se aproximou de uma pessoa – um copista profissional chamado
em campanhas de Noites da Arábia. Lek ibn Ulik – na noite passada. Ele pegou emprestado um pouco de dinheiro,
Os futuros livros de GURPS Middle Ages um pedaço de corda e um pouco de comida e bebida, e jurou a Lek em silêncio.
tratarão de outras partes da Europa e poderão No improvável evento de Lek contar a alguém sobre isso, ele pode dizer que o
mostrar ainda mais Cruzadas do lado franco. poeta parecia muito agitado, que ele aparentemente tinha alguém escondido
por perto durante a conversa (Rosanna, obviamente), e que ele avisou Lek para
GURPS Robin Hood evitar o palácio por um tempo por causa disso, para seu próprio bem. Lek
A era das histórias de Robin Hood também é a
era das Cruzadas. Robin dá uma réplica a Ricardo,
levou esse aviso a sério e atualmente está escondido em casa.
o Coração do Leão, e filmes recentes Os Portões: A cidade tem quatro portões; todos, exceto o norte, estavam
acrescentaram personagens mouros às tramas bastante ocupados e bem vigiados na noite passada, e Khaled fez uma inspeção
tradicionais. Viajar entre os dois cenários é – e é por isso que o portão norte era sua última esperança de encontrar uma
claramente uma opção. O mito malandro de Robin pista para os fugitivos. Havia apenas um guarda nele, e o vizir imaginou que
Hood poderia confundir os heroicos morais
ele poderia ter cochilado. Não há mais nada a ser descoberto aqui.
muçulmanos, e o fatalismo do Islã confundiria o
dedicado combatente da liberdade, mas um herói As Ruas: A comunidade do submundo e mendigos de Dhulibhan sabem que
beduíno admiraria a honra de espírito livre de algo agitou a guarda e está mantendo a cabeça baixa. Com perguntas
Robin; os dois gêneros são compatíveis. cuidadosas, os PJs podem encontrar um mendigo que tenha visto alguma
Uma campanha no estilo Robin Hood poderia atividade estranha no lado leste da cidade, e ter a ideia de que algo aconteceu
ser realizada em um cenário árabe, embora o Islã naquele muro na noite passada.
tenha poucos heróis nobres fora da lei em suas
lendas; os PJs teriam que enfrentar um governante Os Muros: São muros simples, lisos e funcionais da cidade. Os guardas
realmente mau, ilegal e ímpio. que os patrulham não estão especialmente ocupados, mas estão cientes de que
há problemas em andamento e, portanto, estão um pouco estremecidos. O
Continua na próxima página... amigo da guarda de al-Baralla, Jorros, um sujeito estúpido com gosto pela
poesia, continua seus deveres de rotina; levaria muito tempo para obter
qualquer informação dele. Primeiro, o poeta é amigo dele; segundo, ele acha
que poderia estar com um grande problema se deixasse escapar alguma coisa.
Em um ponto do muro leste, há uma câmara com uma grande abertura de
vigia voltada para fora, um nível abaixo da passarela e cerca de um metro e
meio acima do solo; a diferença é grande o suficiente para que um homem ou
uma mulher esbeltos passem. Um investigador que leve pelo menos um minuto
para verificar a sala em busca de pistas e faça um teste de Visão ou
Criminologia notará uma mancha de sangue nas pedras; alguém se machucou,
provavelmente correndo, recentemente. Um observador enfiando a cabeça para
fora da brecha para olhar para baixo, ou alguém olhando cuidadosamente o pé
da parede do lado de fora, descobrirá um monte de corda no chão abaixo. O
casal saiu e desceu; Jorros os ajudou, depois desamarrou a corda e jogou-a
atrás deles.
Às vezes, durante essa pesquisa, os PJs podem encontrar membros da
guarda do vizir, seguindo as mesmas pistas. (O vizir não confia nos homens do
sultão com missões delicadas.) Isso não precisa causar problemas,

Campanhas – 116 –
embora exista espaço para confrontos e mal-entendidos. As investigações dos
Ghulams são um tanto estúpidas – são soldados escravos, não detetives. E eles
não são extremamente populares na cidade; os PJs têm uma chance melhor do
que o vizir imaginava para obter a primeira pista – as pistas que apontam para
o deserto a leste.
Com o tempo, rumores começarão a aparecer em Dhulibhan, não apenas
que algo está acontecendo no palácio, mas que é grande. Observadores
perspicazes podem notar que o sultão não tem sido visto ultimamente – nem
mesmo em orações na mesquita principal. Para ele permanecer no palácio uma
ou duas vezes não é incomum nem chocante, mas depois que ele não aparece
por um dia inteiro (nas cinco orações), muçulmanos devotos podem começar a
murmurar. A notícia espalhará que o sultão está doente; plausível o suficiente
(e o vizir encorajará sutilmente a ideia), mas isso por si só é motivo de
preocupação; afinal, ainda não há herdeiros. Muitos cidadãos em breve
lançarão calúnias sobre o vizir; com o tempo, a agitação civil se tornará muito
provável. No entanto, os PJs deveriam ter seguido algumas pistas no deserto
antes de começarem rumores sérios, e eventos mais espetaculares devem
ocorrer antes que os tumultos possam começar.
Usando Magia
Alguns PCs podem usar magias como Localizadora e Rastrear para rastrear
o casal, e o Mestre não deve impedir isso. Se eles procurarem itens pessoais,
úteis para estas magias, então algumas das roupas de Rosanna podem ser
obtidas no harém, e ainda há pertence de al-Baralla em seus alojamentos. No
entanto, lembre-se de que a maioria dessas magias leva um tempo significativo
para serem conjuradas, e o Mestre faz todas as jogadas de dados. Além disso,
as visões concedidas por essa magia, embora úteis, podem ter utilidade restrita;
por exemplo, uma cena simples do deserto, com duas figuras, poderia estar em
qualquer direção. Por outro lado, essas magias devem ser úteis; elas podem
reduzir significativamente o tempo de investigação.
No Deserto
Mais cedo ou mais tarde – de preferência mais cedo – o grupo deve se
aventurar no deserto em busca dos fugitivos. A primeira preocupação deles
pode ser o transporte; se não tiverem montarias próprias, podem tentar
emprestar algumas. Se tentarem voltar ao vizir, descobrirão que estão parados
em um nível mais baixo da burocracia do palácio; a linha oficial é que Khaled
está muito ocupado no momento (é verdade – ele está se suando para encobrir
o desaparecimento do sultão), e os secretários de baixo escalão são muito
ofensivos para permitir que um grupo de aventureiros desconhecidos os
perturbem. O uso efetivo de Administração ou Lábia pode, eventualmente,
obter mais de um casal não confiável de camelos nos estábulos do palácio.
– 117 –
Adaptação Para Outros Gêneros
(continuação)
GURPS Swashbucklers
Embora a “era da Capa e Espada” tenha sido
mais tarde na história do que a maioria das Noites
da Arábia, o GURPS Swashbucklers contém
regras para itens destacados nos jogos da “Arábia
Hollywoodiana”, como combate de espadas e
viagens marítimas.
GURPS Viagem no Tempo
As campanhas “simples” de viagens no tempo
podem incluir visitas ao Oriente Médio. Para
pontos históricos do nexo, observe a fundação do
império persa, Alexandre, o Grande, a expansão
do Islã e sua interrupção, a decadência da
“interpretação original” no Islã, nas Cruzadas e
nas conquistas mongóis. Todos envolviam
batalhas bem equilibradas e indivíduos notáveis;
qualquer pessoa que pretenda fazer grandes
mudanças com pouco esforço poderá atacá-las (e
muitos autores de FC as usaram em histórias
imaginativas). A campanha de GURPS Viagem
no Tempo “Time Corps” podia ver o Cronômetro
ajudando um califado autocrático e teocrático,
enquanto a Timepiece incentiva sistemas jurídicos
justos e liberais sob Ciro, o Grande e os Khans
mais civilizados, e incentiva diversas filosofias.
(Mas quem se beneficiaria com as vitórias
muçulmanas em Tours, ou em Constantinopla em
718? Ou com a eliminação da matemática e todos
os efeitos sutis que podem ter sobre a teologia
cristã? Quem prefere Saladino e quem prefere
Ricardo?)
Depois há os jogos de Mundos Alternativos.
As possibilidades para mundos “árabes” são
imensas. Isso pode variar de tiranias terríveis, com
imãs fanáticos governando impérios onde as
mulheres são trancadas em haréns e o menor erro
leva à perda de uma mão, até utopias, onde a
tolerância islâmica se combina com a ciência para
enviar expedições às estrelas. (Veja The Coming
of the Quantum Cats, de Frederik Pohl, e Them
Bones, de Howard Waldrop.) No meio, para os
“turistas do tempo”, existem mundos “Noites da
Arábia” – com ou sem magia funcional, mas
dominados por pessoas tolerantes e a levemente
decadente cultura islâmica.
GURPS Vikings
Considere duas culturas contemporâneas, mas
muito diferentes: a do norte, briguenta, mas
inteligente, e a da Arábia, tão sofisticada, mas não
fraca. A colisão pode levar à incompreensão
mútua, mas os dois povos – ambos obcecados
com o destino, ambos excelentes comerciantes e
viajantes – têm mais em comum do que eles
admitiriam. Viajar entre os dois cenários não é
apenas possível; aconteceu com frequência.
Campanhas

Árabes em Outros Planetas
Mundos desérticos, impérios estelares
islâmicos e jihad através do hiperespaço foram
apresentados na ficção científica. A postura
clássica é Duna de Frank Herbert; outros
escritores têm robôs poderosos que se comportam
como djinn, ou apenas nomeiam seus soldados-
estrelares de “janízaros”.
Uma vida dura e simples gera uma moralidade
simples e um sonho do Paraíso como um local
exótico e um jardim repleto de água. Alguns
autores da FC sugeriram condições semelhantes
em outros lugares – onde poderiam criar
sociedades semelhantes, ou simplesmente
transplantaram árabes, turcos e persas, completos
com cultura e religião, para o espaço.
Se o Islã é o produto de um ambiente
desértico, ideias proféticas semelhantes surgiriam
nos mundos desérticos? Na série “Duna”, os
Fremen de Arrakis se assemelham aos beduínos, e
o futuro oferecido por seu profeta é outro paraíso
bem irrigado. A história mistura elementos dos
séculos 7 e 20, enquanto os Fremen controlam um
recurso essencial sob as areias do deserto, e sua
rebelião deve tanto à luta da era da Primeira
Guerra Mundial com os otomanos quanto à
ascensão do Islã. O império interestelar tem
algumas características muito turcas. Herbert até
adapta muito do vocabulário árabe (Hajj, Feday(k)
in, shari’a, Shah-Nama).
É claro que Herbert precisa estabelecer
condições bastante específicas para obter uma
semelhança tão próxima, mas os planetas do
deserto têm seu apelo peculiar. A versão
antiquada de Marte, voltando pelo menos a Edgar
Rice Burroughs, geralmente é apenas a Arábia no
espaço; em uma versão mais atualizada do sistema
solar, Marte parcialmente designado poderia ter
algo parecido. Com teorias e impérios também
muito interessantes para os jogadores de FC, o
mundo de um jogo das Noites da Arábia não
precisa ser na Terra.
Há muito interesse sério no possível futuro
próximo do Islã e em como isso pode levar às
viagens espaciais; haverá colônias muçulmanas no
espaço? A ideia da peregrinação à Meca
sobreviveria em uma comunidade interestelar?
Como a cultura do Oriente Médio se adaptaria a
um mundo cyberpunk? No entanto, as imagens
reais das Noites da A rábia se encaixam melhor em
um cenário mais operático no espaço: as
luxuriantes e elegantes quadras, os impérios
teocráticos fragmentados em feudos e debates
religiosos, a aparência pura da coisa, todos
funcionam na ópera espacial. A cena de Jabba the
Hut em O Retorno de Jedi é apenas um começo.
Campanhas
Empréstimo ou aluguel também serão complicados (quem confiará a um bando
de estranhos um animal valioso?); camelos compartilhados podem muito bem
ser a ordem do dia.
É também aqui que a perícia Sobrevivência é útil; mesmo uma viagem
rápida nessas condições exige um teste ou dois. Felizmente, o terreno local não
é o pior possível (há cobertura e alguns oásis pequenos), mas consulte a pág.
MB 130 para algumas regras a serem usadas se os PJs não estiverem levando o
deserto a sério.
O Beni Shazzarin
Eventualmente, dada a competência mínima (os testes de Rastreamento
terão +2 – al-Baralla e Rosanna não sabem como cobrir seus rastros), os PJs
devem alcançar o casal em fuga. Eles estão a cerca de oito quilômetros da
cidade quando os PJs chegam até eles (o que pode ser relevante se o
rastreamento mágico estiver sendo usado). No entanto, há uma complicação
visível; um bando de guerreiros beduínos a cavalo os persegue. Há pelo menos
um beduíno por PJ, provavelmente mais.
Estes são os Beni Shazzarin, guerreiros de uma pequena tribo local com
tendência ao banditismo. Eles avistaram o casal e decidiram perguntar o que
estavam fazendo aqui a pé, no que os beduínos consideram seu território. O
casal naturalmente se assustou ao ver os cavaleiros chegando e fugiram, e os
Beni Shazzarin, que encaram os habitantes da cidade com desdém divertido,
estão casualmente os perseguindo há alguns minutos. Os PJs podem lutar para
afastar os cavaleiros, mas esse número de guerreiros competentes montados
será uma oposição difícil. Embora os beduínos não possuam projéteis de longo
alcance, não será fácil acertá-los com arco e flecha; eles são guerrilheiros
naturais bem montados, no país que conhecem, com uma boa quantidade de
cobertura. Além disso, matar alguns deles, e deixar a história voltar para sua
tribo é uma má ideia; os Beni Shazzarin acreditam em feudos de sangue.
Pode ser mais sábio negociar; os membros da tribo não são especialmente
sedentos de sangue e seu líder é suscetível a argumentos sentimentais. Uma
demonstração do talento poético de al-Baralla pode muito bem torná-los
amigáveis, se o jovem tiver alguns minutos para se recompor e um copo de
água para ajudá-lo a falar. Se os PJs conversarem com os Beni Shazzarin em
termos razoavelmente amigáveis, eles poderão descobrir outra coisa
interessante. Na noite passada, os beduínos passavam por um pequeno oásis
que eles conhecem como “o Poço de Baroogh Dja”, quando viram uma
explosão de chamas e raios. Eles naturalmente seguiram o mais rápido
possível; eles são corajosos, mas apenas um louco, um tolo ou um herói desafia
o sobrenatural. Se solicitado, dirão que o local é um aglomerado de fazendas
pobres, sob sua proteção. Os agricultores prestam “tributo” à sua tribo quando
solicitados.
– 118 –
A História do Casal
Assumindo que eles sobrevivem, al-Baralla e Rosanna serão gratos o
suficiente aos PJs para contar sua história completa. Eles estão de fato
apaixonados e se conheceram secretamente ontem à noite, mas sem intenção de
fugir. No entanto, enquanto se escondiam no jardim, viram uma cena terrível:
um jovem vestido de trapos e rindo insanamente, voando por cima do muro em
um turbilhão. Pior, ele os viu. Ele parou por um momento, depois colidiu com
uma janela nos aposentos pessoais do sultão. Seguiu-se um grito de horror
daquele quarto; o casal, temendo magia negra, decidiu fugir – daí a situação
deles. Eles admitem que estavam em pânico, mas “algo terrível atingiu nossos
corações” (de fato, Baroogh Dja os atingiu com um feitiço Medo); eles
fugiram. Eles negam fervorosamente terem levado mais que um pouco de
comida enquanto caminhavam. Eles ficarão confusos se os PJs citarem os
comentários do vizir sobre suas ações, e naturalmente preocupados quando
perceberem que estão de alguma forma sendo culpados.
O que eles viram foi, é claro, Fadir sendo carregado por Baroogh Dja, para
atacar o sultão. No entanto, os PJs ainda não sabem disso. Os PJs podem ou
não acreditar nisso, mas de qualquer forma, devem tentar descobrir mais –
talvez com cautela.
O Poço e as Fazendas
Se os PJs descobrirem sobre a pirotecnia no poço (do Beni Shazzarin ou, se
o Mestre quiser dar dicas, de outras fontes – por exemplo, camponeses que
chegam à cidade), eles podem optar por investigar. O local é conhecido por
comerciantes e outros, e simples de encontrar. A comunidade é conhecida
apenas como “As Fazendas de Beni Halj”; o nome beduíno, “o poço de
Baroogh Dja”, preserva uma memória de tempos passados, o que pode ajudar
os PJs mais tarde.
Existem alguns acres de campos razoáveis, tâmaras crescendo e pastagem
de cabras e ovelhas, e um punhado de cabanas pobres. Grandes pedras
demoliram recentemente e de forma dramática uma delas. Embora os
camponeses passem muito tempo gritando e pouco tempo fazendo sentido
(divertido para o Mestre interpretar), os PJs devem, eventualmente, reconstituir
a história. Dois dos camponeses expulsaram seu filho, Fadir o Inútil, na noite
anterior; logo depois, houve uma grande série de explosões e flashes de raios.
Alguma coisa emergiu de seu esconderijo e viram um grande e hediondo ser
destruindo a cabana dos pais de Fadir. Ele se transformou em uma grande
nuvem de tempestade, pegou e jogou algumas pedras na casa e depois voou
para longe. Um camponês jura que estava carregando Fadir – “para perdição,
mais do que provável!” Essa história deve crescer na narração; os PJs podem
adivinhar que este é um djinni, provavelmente envolvido no resto da trama,
mas provavelmente sairão com a ideia de que a oposição é muito mais
poderosa do que realmente é...
Um dos PJs pode querer investigar o poço, que parece estar bloqueado. A
escalada deve ser bastante simples, principalmente com o uso de uma corda
para apoio extra. Se ele usar algum tipo de iluminação, o PJ descobrirá várias
rochas pequenas no fundo do poço e um pequeno nicho de paredes lisas na
lateral. Uma pesquisa cuidadosa dos escombros na água resultará em uma laje
– 119 –
Na Corte
Os aventureiros que se encontram em uma
corte real islâmica devem reconhecer rapidamente
que é luxuoso, talvez decadente, complicado e
provavelmente perigoso para quem não tem muito
cuidado. A ficção das Noites da A rábia
frequentemente envolve políticas palacianas
desonestas e brutais, e o mundo fechado do harém
e o poder absoluto do governante encorajam isso.
A corte é o lar de um indivíduo rico e
poderoso e a sede do governo. De fato,
especialmente em cenários historicamente
precisos, isso deve ser refletido pela presença de
duas estruturas de poder paralelas: o governo do
estado, que administra o país, e os funcionários do
palácio, que têm responsabilidade e poder mais
imediatos sobre o poder da própria corte. Os
últimos ministram o harém, onde as mulheres e
filhos pequenos do governante moram em
isolamento; os eunucos da corte, nominalmente
sem muito poder, exercem enorme influência
através de seu acesso à vida “fora de serviço” do
governante e a seus herdeiros.
O cargo de vizir, ou “primeiro ministro”, está
no topo do governo. Apareceu na era abássida
como uma versão mais poderosa do habitual
conselheiro e secretário da corte. Normalmente,
um governante teria apenas um vizir, embora
algumas cortes grandes e opulentas possam ter
vários – talvez para impedir que alguém se torne
poderoso demais. Alguns vizires eram
administradores qualificados; outros eram
corruptos e compraram a posição para poder
vender favores. Governantes não qualificados
podem ter que recorrer à violência para derrubar
um vizir ambicioso – ou enfrentar a si mesmos.
Na ficção, os vizires são frequentemente
mostrados em esquemas desonestos, o que não é
muito implausível. Enquanto isso, a administração
do palácio é administrada pelo chefe dos
camareiros.
Aqueles que são homenageados na corte
receberão refeições enormes e surpreendentes e
muitos presentes – especialmente os “Robes de
Honra” caros e impressionantes, que valem
centenas ou até milhares de dirhams. Esses
presentes de roupas caras são uma característica
peculiar e muito frequente das descrições
históricas e ficcionais.
Campanhas

Modificadores de Reação
Como em qualquer cultura, as reações dos
NPCs em uma campanha das Noites da Arábia são
parcialmente governadas por preconceitos locais e
culturais. Algumas perícias, como a Poesia,
tendem a criar uma impressão favorável, e há
muitas variações no Estigma Social e na
Reputação (consulte o Capítulo 2 sobre tudo isso).
Outros possíveis modificadores incluem o
seguinte:
Qualquer pessoa que esteja montando um
cavalo realmente de boa qualidade, ou que pareça
bem cuidado e interessante, atrairá a atenção dos
amantes de cavalos e reagirá ao cavaleiro com +1.
Muitos beduínos e a maioria dos nobres são
amantes de cavalos.
Qualquer pessoa portando um falcão treinado
será notada pela maioria dos beduínos, nobres e
NPCs “corteses”; se o pássaro parecer
razoavelmente bem tratado, reagirá ao falcoeiro
com +1. (NPCs praticantes dedicados podem
dobrar ou até triplicar os dois bônus acima.)
Muçulmanos devotos reagem em +1 a
qualquer um que seja generoso com esmolas. Os
recém-ricos que banham a multidão com ouro
podem se tornar muito populares (+3 de reação
das “massas”). Se os jogadores fizerem questão de
reivindicar esses bônus, o Mestre deve fazer
questão de aumentar suas despesas de vida de
acordo.
Por outro lado, aqueles que acreditam que são
ricos recebem uma reação -1 de bons muçulmanos
e de seus seguidores se derem esmolas menos do
que generosas, -2 se não derem nada e -3 se
parecem gostar da sua maldade. A desvantagem
Avareza (pág. MB 34) pode gerar rapidamente
problemas de reação.
Bufonaria, brincadeiras e piadas tolas dão +1
de reação se você só quer socializar, mas -1 se
você procurar ajuda prática ou simpática. Por
outro lado, comportar-se com dignidade silenciosa
costuma ser bom para +1; uma jogada bem-
sucedida de Trato Social mostra que o
personagem tem o necessário, ou o Mestre pode
garantir que o jogador mostre a atitude. (Isso pode
ser verdade em quase todas as sociedades, mas é
algo que as Mil e Uma Noites enfatizam.)
Um hajji conhecido que age piedosamente, ou
qualquer pessoa usando um turbante verde que se
comporte com sinceridade e piedade aparente,
obtêm +1 de bons muçulmanos. No entanto,
mesmo os ímpios ficariam ofendidos se
descobrissem que alguém estava se passando por
um haiji – -3 ou pior.
Campanhas
circular de pedra, agora rachada em duas, que evidentemente costumava fechar
o nicho; examinada à luz do dia, a laje pode ser vista como talhada com o Selo
de Salomão. (Um pedreiro qualificado pode consertar isso; consulte a pág. 91
para obter informações sobre sua potencial utilidade.) Se os PJs não
encontrarem a pedra do selo, os camponeses acabarão por fazê-lo enquanto
limpam o poço; um deles usará a parte maior como batente da porta.
Enquanto Isso, De Volta à Cidade...
Fadir e Baroogh Dja não ficaram ociosos. Fadir passou algumas horas
aterrorizando o sultão miniaturizado, depois decidiu que poderia fazer tão bem
quanto esse inseto na administração da cidade. Fadir sempre foi um grande
admirador da reputação sádica do vizir; ele conseguiu que o djinni o
disfarçasse como Khaled com um feitiço Alterar Corpo como uma espécie de
homenagem distorcida, e pegou as roupas do sultão. Então ele e o djinni
retornaram ao palácio. Baroogh Dja, disfarçado de um enorme guerreiro
humano, matou alguns guardas e eles assumiram o comando. Khaled ibn
Khaled escapou por uma porta secreta, mas agora Fadir, ainda disfarçado, está
agindo como um tirano e o vizir não ousa sair do esconderijo. Ele acredita,
com justa causa, que a maioria das pessoas da cidade o linchará primeiro e fará
perguntas depois.
Então os PJs chegarão para encontrar a cidade no caos; “todo mundo sabe’
que o vizir finalmente mostrou sua verdadeira face e assumiu o controle, e ele
está agindo pior do que se esperava. O sultão desapareceu, presumivelmente
assassinado (testemunhas mais delirantes dizem que viram isso acontecer); o
vizir está se entregando a todos os vícios disponíveis, pilhando as casas dos
cidadãos livres e rindo o tempo todo. As pessoas dizem que sempre pensaram
que ele era louco por poder, mas pelo menos ele sempre se manteve moderado.
As testemunhas sobreviventes do palácio, se localizadas em seus
esconderijos, passam a maior parte do tempo conversando sobre o enorme e
feio espadachim que ajudou o “vizir” e cortou algumas cabeças. Eles podem,
se cuidadosamente questionados, lembrar que o vizir estava vestido ricamente,
mas de alguma maneira estranha (em um teste de IQ eles perceberão que ele
estava vestindo as roupas de noite do sultão). No entanto, descobrir como tudo
isso se relaciona com o que descobriram até agora depende dos PJs.
Colocando as Coisas no Lugar
Esperançosamente, a maioria dos PJs decidirá neste momento que deve
fazer alguma coisa, por uma questão de segurança própria, se não por
altruísmo. Além disso, eles podem muito bem ter uma ideia do que está
acontecendo. Infelizmente, Fadir agora comanda não apenas um djinni, mas
grande parte da guarda do palácio (o mais reflexivamente fiel dos Ghulams do
vizir, mais os homens menos exigentes do sultão). Ele não é muito inteligente,
mas tem uma certa astúcia e tem números ao seu lado. Ele também adquiriu
uma camisa leve de cota de malha (consulte pág. 70). Como o palácio foi
projetado para ser defensável, e o “vizir” se aposentou por um período
desconhecido após sua farra, os heróis precisarão de um plano.
O Vizir
Neste ponto, o vizir real pode encontrar os PJs; ele espera que, como
pessoas de fora, sejam mais propensos a ouvi-lo do que os locais. Ele lhes dirá
tudo o que sabe – o que não é muito mais do que qualquer outra pessoa; no
entanto, ele conhece várias portas secretas e esconderijos ao redor do palácio, o
que pode ser muito útil. Além de qualquer outra coisa, os PdJs passam pela
guarda do palácio e entram em um confronto final, sem combate. Khaled
também é um consultor inteligente e atuará como uma restrição útil para os
tipos obstinados que sugerem ataques diretos e mal preparados. Ele também
pode assumir o controle de guardas leais, o que pode ser útil.
– 120 –
O Djinni
O grande problema é Baroogh Dja. Ele é um Djinni Menor; combater esse
ser frontalmente é possível, mas perigoso. A menos que os PJs incluam vários
lutadores muito bons, a ingenuidade é o negócio.
Se os PJs falaram com os Beni Shazzarin, eles podem ter uma vantagem;
conhecimento do nome do djinni. Isso não lhes dá poder absoluto sobre ele,
mas fará uma pausa e pode permitir um blefe ultrajante. (Djinn não são imunes
à Lábia.)
Os estudiosos podem adivinhar que Baroogh Dja foi preso em seu poço por
Akhirem, o Sábio. Isso também pode ser útil; o djinni poderia ser provocado
com o nome ou ameaçado com alguma credibilidade. Existe também a
possibilidade de recuperar o Selo de Salomão quebrado, consertá-lo (o que
requer um teste de Perícia Profissional: Pedreiro, que provavelmente significa
localizar um artesão na cidade) e usá-lo para prender o djinni.
Obviamente, se algum dos PJs conhece alguma magia de Djinni, ele pode
equilibrar as probabilidades consideravelmente. Lembre-se, no entanto, que
isso raramente funciona automaticamente, e Baroogh Dja tem o bom senso de
fugir de um mago poderoso em forma de fumaça e depois voltar para um
contra-ataque. Além disso, o mago provavelmente terá que ser protegido de
Fadir e de seus guardas.
Se tudo mais falhar, ou para um final feliz mais rápido, observe que o djinni
está apenas servindo Fadir por um capricho. Se Fadir o insultar, como pode
acontecer se, digamos, reagir muito lentamente a um ataque, Baroogh Dja pode
simplesmente chamar Fadir de humano ingrato, depois fugir e nunca mais ser
visto.
O Sultão
Há também a pequena questão de Jashak al-Nur. No momento, ele está
preso, nu e ainda encolhido com 15 cm de altura, em uma gaiola de pássaros
em seus aposentos particulares. Nem é necessário dizer que ele se sente
humilhado, zangado e assustado. Se o djinni for morto ou nocauteado, ele
recuperará seu tamanho normal, o que permitirá que sua raiva supere seu
medo, mas qualquer que seja seu tamanho, ele pode se tornar um refém útil
para Fadir ou Baroogh Dja. Salvar o pescoço – apesar de sua própria raiva
imprudente – pode ser um bom clímax para a aventura.
– 121 –
Exemplos de NPCs do Cenário
Guardas
Os guardas da cidade e do palácio são
soldados competentes, com 11-13 em cada ST,
DX e HT, e perícias em espada, lança, escudo e
arco por volta dos 13-14. Eles têm uma variedade
aleatória de Desvantagens psicológicas, mas todos
têm um Dever e a maioria coloca isso acima de
seus sentimentos pessoais. Em serviço de rotina,
eles usam elmos e armaduras de tronco de tecido
acolchoado e carregam pequenos escudos e
espadas largas. No improvável evento de se
equiparem para a guerra do arsenal do palácio,
eles apareceriam em uma mistura de cota de
malha e tecido acolchoado, com muitas armas. Os
estábulos do palácio têm um número de Cavalos
Pesados (pág. 94), com treinamento completo de
guerra; alguns guardas são treinados em Cavalgar.
O Vizir
Khaled ibn Khaled ibn Balthazar possui IQ 15,
com 11 em todos os outros atributos. Ele tem
Visão Periférica e as outras vantagens lógicas para
sua posição. Suas perícias principalmente se
resumem para administrar o reino – e ele é bom
nisso, com Detecção de Mentiras, Análise de
Informações e Interrogatório, além de
Administração, Conhecimento do Terreno,
Caligrafia e Diplomacia – mas ele também tem
Furtividade e Espada Curta. Suas desvantagens
são seu Dever para com o Sultão, um Senso de
Dever igual e uma Reputação -2 em 10 ou menos
porque as pessoas pensam que ele é um sádico
desonesto. A verdade é que ele tem certas
Peculiaridades; ele é habitualmente irônico, nunca
faz uma ameaça direta e gosta de ser o poder por
trás do trono. Em outras palavras, ele soa como
um tirano suave e perigoso, mas realmente não
age como um. (Ele também gosta de comida
bizarramente temperada e não come cabras, comer
com ele pode ser uma experiência irritante.)
O Sultão
Jashak al-Nur é um sujeito razoavelmente
médio, não particularmente habilidoso na realeza,
mas tenta e confia no vizir. Ele pode usar uma
espada ou manter uma conversa educada. Ele é
Teimoso e romântico ao nível de uma
peculiaridade; ele certamente perdoará al-Baralla
por se apaixonar por Rosanna. Ele tem Carisma e
é apreciado por seu povo; ele pode crescer em seu
título.
O Poeta
Al-Baralla é um homem comum com IQ 12.
Ele é Atraente e Alfabetizado, e também
altamente romântico e apaixonado por Rosanna.
Agora, francamente, ele tem pouca profundidade,
mas é genuinamente corajoso e não entrará em
pânico facilmente. Suas perícias são Poesia-17,
Bardo-14, Caligrafia-12, Escalada-12, Furtividade
-11, Espada Curta-11 e Broquel-10.
Continua na próxima página...
Campanhas

Exemplos de NPCs do Cenário
(continuação)
Rosanna
A escrava é circassiana de nascimento e
bonita, com DX 12, Bom Senso e +3 em
Habilidade Musical. Ela também pode manejar
uma faca, e ela tem Sex Appeal-14. Ela tem duas
Peculiaridades importantes: gosta de qualquer tipo
de atenção e é um pouco paranoica – ela costuma
assumir que será culpada por qualquer coisa ruim
que acontece quando está por perto. Ela gosta
genuinamente de al-Baralla, mas também vê a
vida com ele como potencialmente muito mais
gratificante do que a vida na corte; ela não estava
planejando essa fuga, mas vê seu potencial.
Os Beni Shazzarin
Esses bandidos do deserto têm ST 12, DX 13,
IQ 10 e HT 12, com as perícias Espada Larga-14,
Lança, Arremesso de Lanças, Escudo,
Adestramento de Animais, Conhecimento do
Terreno (deserto local), Cavalgar, Sobrevivência
(Deserto)-14 e Rastreamento-12, todos no nível
característico, exceto onde indicado em contrário);
eles estão armados com espadas largas, lanças ou
dardos e escudos pequenos ou médios – somando
da uma carga leve (Deslocamento e Esquiva 5). O
líder do grupo, Rajj ibn Shazzarin, é carismático o
suficiente para que os outros sigam a sugestão por
hábito (Liderança-10); ele também é impulsivo e
possui um Código de Honra da Arábia, para que
os PJs possam apelar para sua “honra” com bons
efeitos.
Os beduínos estão todos montando Cavalos
Leves (consulte a pág. 94), que são razoavelmente
bem treinados para o combate – eles não se
assustam em brigas comuns, embora a magia ou a
violência extrema possam preocupá-los. Para
esses cavaleiros que têm algum kit de viagem e
assim por diante, eles têm carga média e, portanto,
Deslocamento 12.
Fadir, o Inútil
Este jovem camponês tem ST 11, DX 10, IQ 9
e HT 11, além de Sorte, e também Hábitos
Detestáveis (mal educado, dá -1 na reação) e
Status -1; ele tem Preguiçoso e Briguento. Suas
perícias são Briga-12, Agronomia-10, Pescaria-10
e Lança-8.
O Djinni
Baroogh Dja é um Djinni Menor (veja o
Capítulo 5), com a capacidade padrão de se
transformar na forma de nuvem de fumaça em
turbilhão, e também na forma de um homem
humano corpulento e pouco atraente. Ele pode
voar em forma de “fumaça”, e possui as magias
Respirar Água, Ilusão Simples, Detecção de
Mágica, Recuperação de Força, Fraqueza,
Remendar, Medo, Alterar Corpo e Encolher, tudo
no nível de perícia 20. Ele agora carrega uma
espada (cortesia do arsenal do palácio). Ele é um
fanfarrão malicioso que gosta de ter poder sobre
os outros; embora ele não seja especialmente
corajoso, ele considera os seres humanos com
tanto desprezo que não se intimidará em uma luta
simples até que seja gravemente ferido.
Campanhas
Finais e Recompensas
Assumindo que as coisas saiam razoavelmente bem, os PJs serão
recompensados. Eles serão entretidos generosamente, com festas luxuosas e
presentes de roupas finas. (Eles podem ser presenteados com itens
extravagantes; parece indelicado vender o presente de um sultão, mas as
túnicas da corte pesadamente bordadas são pesadas para carregar e pouco
servem para um aventureiro profissional.)
Quanto à remuneração: se esse cenário fosse usado para iniciar uma
campanha, provavelmente é melhor não seguir as remunerações originais à
risca. Tornar os personagens muito ricos tende a limitar demais as opções
futuras, e o sultão não tem filhas em idade de casar. Mas Dhulibhan é um reino
pequeno, e seu vizir astuto provavelmente abafará as sugestões mais loucas de
seu jovem sultão romântico. Os PJs devem receber, digamos, alguns meses de
renda; eles também deveriam receber empregos como guardas por qualquer
caravana que passasse e outras missões interessantes – afinal, eles provaram
sua competência. Há também uma promessa; eles sempre serão bem-vindos
nesta corte.
Outras Sementes de Aventura
Palácio dos Djinn
Um estudioso idoso chega aos PJs com uma proposta de empreendimento
compartilhado por dinheiro, como reembolso por um favor ou como pesquisa
puramente especulativa. Ele obteve um manuscrito que, quando traduzido de
uma língua obscura, transmite certas palavras secretas de poder que dão acesso
ao palácio subterrâneo de um senhor djinni. (Os portões são normalmente
ocultos e selados magicamente.) Suas pesquisas sugerem que o djinni em
questão está morto, preso em outro lugar ou ausente no momento – mas seus
tesouros e segredos ainda devem estar em sua casa. Uma jornada relativamente
fácil, seguida de uma invocação rápida e legal, dará a todos acesso a vasta
riqueza e segredos surpreendentes.
Mas... mesmo antes de o palácio ser encontrado, a jornada é cercada por
bandidos ou monstros. Estudiosos rivais, compartilhando parte, mas não todo o
conhecimento do velho, tentam roubar o manuscrito. A complicação mais
simples, porém mortal, seria que o senhor djinni estivesse livre e em casa. Isso
não precisa ser fatal para o grupo, pois o djinni pode ser caprichosamente
divertidos com sua derrota. Mas o senhor do palácio pode, no entanto, impor-
lhes uma punição bizarra – digamos, levando-os para alguma terra distante, ou
forçando-os a realizar alguma missão, ou usando-os para explorar uma área
defendida pela magia anti-djinn. Mesmo que o senhor esteja ausente, o castelo
pode ser defendido por todos os tipos de armadilhas e magia; Djinn menores
ou “servos” e “concubinas” humanas encantadas podem ser encontradas, todas
com suas próprias prioridades. E, é claro, qualquer coisa saqueada de um lugar
como esse poderia levar a ainda mais aventuras, como “magia selvagem”
incorporada a itens ou manuscritos sutis e carregados de pistas, enviando
mortais para o mundo sombrio da cultura dos djinn.
A Escrita na Parede
Os PJs são abordados por um estudioso rico, que recentemente teve um
pouco de sorte bastante estranha. Um contador de histórias que ele ouviu citou
uma passagem que o estudioso identificou como parte de um relato histórico
perdido; descobrir mais seria um triunfo acadêmico. Infelizmente, o contador
de histórias já viajou para outra cidade, mas o estudioso pagará bem para
descobrir sua fonte.
A primeira parte desta missão é fácil. O contador de histórias está viajando
devagar, e as fofocas do bazar em breve levarão os PJs até ele. Ele, por sua
vez, terá todo o prazer em explicar mais, por uma pequena doação. Alguns
meses atrás, ele passou uma noite em uma pequena caravançarai, que
evidentemente havia sido construída com pedras antigas. Ele é alfabetizado e
conhece um pouco de línguas antigas, e um bloco com uma inscrição chamou
sua atenção. A passagem que ele leu alimentou sua imaginação, e ele trabalhou
em uma história.
– 122 –

Isso excita mais o estudioso, e ele emprega os PJs para investigar mais. Isso
significa encontrar a caravançarai, localizar o bloco de pedra na parede, retirar
pedaços de pedra e quaisquer outras peças visíveis (talvez depois de convencer
o acadêmico de que remover um grande bloco de pedra das paredes de um
prédio governamental não é aconselhável), e depois localizando as ruínas das
quais essa pedra foi recuperada para futuras pesquisas. Não precisa dizer que as
ruínas do deserto são os locais favoritos de djinn
As Terras dos Turcos
Os PJs (que não devem incluir nenhum turco) fazem amizade com um
capitão de mercenários turco, que lhes oferece um emprego. Seu filho está
noivo para se casar com a filha de um chefe em suas terras além da Pérsia –
uma questão de antigos acordos familiares. Infelizmente, a garota em questão,
embora não esteja disposta, é do tipo romântica e melodramática, que disse que
só se casaria com um homem “que vem a ela sem nenhum guerreiro dos turcos
ao seu lado e que galope por seus três dias, e diante de seu pai expresse seu
desejo pela mão dela”. Ela também tomará qualquer atraso no casamento como
um insulto. O filho do capitão, um romântico, aceitou esse desafio;
infelizmente, tornou-se mais do que um pedido nominal, pois o primo da
menina, um violento fora da lei com seu próprio interesse nela, jurou impedir a
partida. Com uma pequena sequência de gargalhadas, ele está rondando as
colinas pelo caminho para as tendas da garota, totalmente preparado para
massacrar todos os candidatos pela mão dela. Ele conhece bem as colinas e tem
amigos entre os rufiões da região.
Enviar o garoto com uma escolta turca iria, é claro, quebrar as condições da
garota, e ela certamente ouviria qualquer “trapaça” pelas fofocas tribais; por
outro lado, os PJs não são “guerreiros turcos”.
O jovem noivo (que é ingênuo e impetuoso, mas não é estúpido) pode ser
levado ao casamento furtivamente ou por subterfúgio; alternativamente, uma
parte difícil e poderosa de um PJ pode apenas abrir caminho. (No entanto, os
arqueiros inimigos estarão mirando no noivo.) Uma vez lá, eles serão
convidados de honra no casamento; o pai do menino aparecerá com sua tropa
mercenária após os três dias necessários. Algumas interpretações podem ser
necessárias se a noiva reclamar sobre o noivo trazer um monte de bandidos
estrangeiros para seu grande dia, e o primo pode fazer alguma tentativa
desesperada de última hora para impedir as coisas.
– 123 –
Tramas dos Épicos
Até os melhores épicos têm algumas pontas
soltas, que os PJs podem amarrar. Navegar pelas
fontes desses cenários pode fornecer algumas
ideias úteis de tramas.
A Espada de ‘Antar
No bazar, um mágico está mostrando alguns
truques para entreter a plateia e ganhar alguns
dirhams. Então, quando um PJ está passando, ele
atrapalha uma magia, e um enorme djinni aparece
no meio da multidão.
Felizmente, não ataca; apenas ri. “Ha!” ele
chora. “Chamado do céu para isso. E, pensando,
eu estava apenas ouvindo uma fascinante conversa
entre os anjos – eles estavam falando sobre o
destino deste mundo também. Parece que em
breve haverá um grande conquistador aqui –
grande como os homens são. Sim; aquele que
empunha a espada de ‘Antar governará esta terra
dentro de doze meses!” Então ele ri de novo e
desaparece.
Bem, pode ter mentido, mas ninguém quer se
arriscar. Começa a caçada pela espada de ‘Antar.
Qualquer pessoa com perícia em Literatura
conhece as histórias: uma grande lâmina negra,
forjada de uma pedra caída do céu, que poderia
cortar qualquer coisa. Um prêmio por si só. No
entanto, ninguém sabe o que aconteceu depois que
‘Antar morreu. Os PJs devem se interessar pela
pesquisa; mesmo que eles não desejem a espada,
há muitas pessoas que não a devem obter e
recompensas estão sendo oferecidas.
Ela é procurada pelos ghulams do califa,
beduínos que reivindicam ‘Antar como seu
antepassado, nobres persas sonhando com poder
renovado para sua raça, mercenários turcos
contratados por mongóis cruéis, que sabem de seu
próprio destino conquistador – e qualquer número
de aventureiros mequetrefes. Bibliotecas e ruínas
antigas veem duelos repentinos e alianças
improvisadas. A própria espada tornará seu
portador poderoso, mas não invencível; outros
continuarão procurando, mesmo depois de
encontrada. Doze meses é muito tempo; a piada
do djinni levará a muito sangue derramado.
Aquela Lâmpada
Quando Aladdin morreu, sua lâmpada deve ter
permanecido no tesouro imperial da China. No
entanto, seus poderes e usos foram aparentemente
esquecidos. Qualquer pessoa que a localize,
através de um labirinto de burocracia chinês ou
nas tendas dos conquistadores mongóis, teria um
vasto poder de comando. Também vale a pena
localizar outros dispositivos das Noites da A rábia.
Por exemplo, embora o anel de controle dos djinn
e a sacola de comida sem fim tenham sido
destruídos no final da história de “Judar e seus
Irmãos”, ainda existe uma espada mortal, o Orbe
Celestial, um frasco de kohl mágico e uma cópia
de A Tradição dos Antigos, todos ainda não
encontrados.
Campanhas
 A maioria desses termos é árabe, exceto
onde indicado em contrário. Na maioria das
palavras árabes, consoantes (geralmente três)
definem o significado “raiz” e as vogais o
qualificam. Por exemplo, veja Katib e Kitab,
ou Islã e Muçulmano.
‘amir: Liter almente “Líder ”. Usado de
Califas (“Líder dos Fiéis”) e descendentes
de Maomé; na Idade Média, tornou-se um
termo geral para oficiais militares, compa-
rável ao “cavaleiro” europeu. Mais tarde
(geralmente dado como “Emir”), usado
principalmente para chefes independentes
e governantes locais.
‘Ifrit (fem. ‘Ifriteh): Um dos tipos mais
poderosos de djinn, dividido em duas
raças e geralmente, mas nem sempre,
hostil à humanidade.
Abássida: A dinastia fundada por Abu’ I-
‘Abbas, descendente de Abbas, tio de
Maomé; governou de 749-1258 d.C.
Aghlabid: A dinastia dominante da Tuní-
sia, Sicília e Argélia Oriental, 800-909
d.C.
ahl al-Kitab: “Povo do Livr o”; não muçul-
manos tolerados.
Ahriman: Veja Angr a Mainyu.
Ahura Mazda: Deus zor oastr iano da luz,
bondade, verdade e pureza.
álgebra: Um sistema matemático que usa
símbolos para generalizar operações e
relacionamentos entre números; do árabe
al-jabr
al-Kohl: pó de antimônio usado como cos-
mético ao redor dos olhos; base da palavra
latina álcool.
Allah Karim: Allah é todo bondade.
Allah: A única divindade onipotente dos
muçulmanos.
Allahu Akbark: “Deus é o maior!” – o grito
de guerra dos guerreiros muçulmanos.
Almoába: Dinastia que gover na o Magr eb
e a Espanha, 1130-1269 d.C.
Almorávida: Dinastia gover nante no Ma-
greb e na Espanha, 1056-1147 d.C.
alquerques: Damas
alquimia: Uma for ma pr imitiva de quími-
ca, associada à filosofia e à magia.
Angra Mainyu: Deus zor oastr iano do mal,
mentiras, trevas e corrupção.
attar: Um óleo essencial feito de pétalas de
flores (especialmente rosas).
ayatollah: Um líder xiita que ser ve como
administrador, professor e juiz.
Ayyar: Bandos guer r eir os, seguidor es de
Futuwwa.
baggala: Uma ver são maior do dhow.
barque: Um veleir o de tr ês mastr os
bazaar: (Per sa) A ár ea de mer cado de
uma cidade.
Glossário
Beduínos: Tr ibos nômades do deser to,
vivendo do pastoreio e invasões.
Berberes: Tr ibos desér ticas do Saar a no
norte da África.
Bey: Gover nador (tur co), chefe.
Bismillah: “Em nome de Allah”; uma in-
vocação muçulmana.
boom: Uma ver são maior do dhow.
brigantina: Um galé menor , usado pelos
corsários.
Buída: A dinastia que gover nava o Ir ã e o
Iraque de 932 a 1062 d.C.
cadi: Magistr ado, juiz.
califa: Deputado do pr ofeta, que gover na
os muçulmanos no lugar de Maomé; por
exemplo, um líder principalmente tempo-
ral e não espiritual.
caravançarai: Abr igo par a car avanas.
Carijita (ou Khawarij): “Seceder ” – uma
seita muçulmana puritana antiga.
casbah: Nas cidades do nor te da Áfr ica,
uma cidadela e a área ao seu redor – ge-
ralmente o bazar da cidade.
chador: Vestido todo velado para mulheres.
Corão (Quran árabe): Liter almente,
“recitação”; a Palavra de Allah, revelada a
Maomé, composta por 114 capítulos de
milhares de versos.
corsário: Um pir ata
côvado: A distância do cotovelo à ponta do
dedo médio (cerca de 45 a 55 centímetros).
da’is: Iniciados no culto Isma’ili.
danaq: Uma moeda igual a um sexto de
um dir-ham.
Daylamis: Um povo de uma r egião monta-
nhosa do noroeste da Pérsia, ao sul do Cás-
pio, chamado Daylam. Observado como
rebelde e resistente; frequentemente empre-
gado como infantaria mercenária; converti-
do mais tarde para o Islã, às vezes levado a
seitas como o Isma’ilismo. A dinastia buída
era descendente dos Daylami.
dervixe: um sufi er r ante ou monástico.
Dhimmi: Não-muçulmanos “protegidos”.
dhow: Navio à vela
dinar: Uma moeda de our o pesando 4,25
gramas.
dirham: Uma moeda de pr ata pesando
2,83 gramas; um dinar valia de 12-20
dirhams.
Diwan: Uma lista; por tanto, uma coleção
ou antologia, um escritório ou um depar-
tamento do governo. Como alternativa,
um sofá grande (como encontrado nos
escritórios do palácio – daí o “divã” em
português).
djellaba: Uma túnica com capuz folgada
para uso externo.
djibbah: Um sobr etudo.
– 124 –
djinn: Ser es espir ituais, cr iados de fogo
sem fumaça. O singular é djinni; o femini-
no é djinniya.
emir: Veja ‘amir .
fals: Moedas de cobr e usadas par a fazer
trocas.
faquir: Veja der vixe.
Fatímida: A dinastia que gover nava o
Magreb, o Egito e a Síria entre 909 e 1171
d.C.; eles alegavam ser califas.
fellah (pl. fellahin): Um camponês
(principalmente no Egito).
felucca: Pequeno navio a r emo.
fida'is (pl. fedayin): Liter almente, “auto-
sacrificadores”, assassinos suicidas do
círculo mais distante do culto de Isma’ili.
fragata: Pequena galé usada pelos corsários.
furusiyya: Equitação, habilidades milita-
res/de caça.
futuwwa: Códigos de guer r eir os,
“cavalheirismo”, virtudes militares.
galé: Navios de r emos.
galeota: navios de galer a menor es, usados
por corsários.
genii: Espír itos alados per sas.
Ghazi: Um combatente do Islã.
ghul (fem. ghuleh): Um ogr o ou demônio
do deserto; o horror corporificado da se-
pultura e do cemitério.
Ghulam: Soldados escr avos ser vindo a um
governante.
Hadith: Dir eito tr adicional; os
“Provérbios do Profeta”.
hajj: a per egrinação a Meca que todo mu-
çulmano deve fazer pelo menos uma vez
na vida durante o último mês do ano lunar.
Hajji: Título que qualquer muçulmano
que fez o hajj pode adicionar ao seu nome.
halal: Regras semelhantes à lei kosher ju-
daica, que regem o abate de animais e proí-
bem carne de porco para os muçulmanos.
haldm: Um “sábio” – um sábio erudito,
físico e guia espiritual. Muitas vezes, um
andarilho. O intelectual muçulmano ideal.
haxixe: For ma concentr ada de cânhamo,
usada como droga.
Hegira (Hijra): A mudança de Maomé de
Meca para Medina em 622 d.C.; o calen-
dário muçulmano conta isso como o ano 1
D.H. (Depois da Hegira).
hookah: Um cachimbo par a fumar , no
qual um tubo longo e flexível atrai a fu-
maça pela água em uma tigela ou vaso e a
esfria.
houri: Uma vir gem do Par aíso que se ca-
sará com o feliz fiel.
howdah: Um lugar para andar nas costas
de um camelo ou elefante.
Iblis: O satanás muçulmano; de uma r aiz
 que significa “o Desesperador”.
imã: Líder de or ação; par a os xiitas, o
califa é o imã-chefe.
Inshallah: “Se Deus quiser ”.
Iskander: Alexandr e, o Gr ande, ou uma
versão romantizada dele encontrada em
vários épicos.
Islã: “Submissão (à vontade de Allah)”; a
religião de Maomé.
jan: Outr o tipo de ou palavr a par a djinn.
jihad: “Lute no caminho de Deus”; guer r a
santa contra os incrédulos.
Kaaba: A pequena “Casa de Deus” no
centro de Meca.
kaffiyeh: o xale usado na cabeça (em vez
de turbante) por homens beduínos e por
muitas mulheres muçulmanas.
katib: um leitor ; por tanto, um estudioso, o
funcionário de uma corte, o leitor de ser-
mões em uma mesquita etc.
kismet: Fatalidade ou destino.
Kitab: Livr o.
Kohl: Consulte al-Kohl.
Kufic: Uma escr itur a antiga.
Magreb: Nor oeste da Áfr ica; Mar r ocos,
Argélia e Tunísia.
Mahout: Um condutor de elefante.
Malik: Rei.
Mameluco: Um escr avo br anco; por tanto,
um soldado escravo; daí a dinastia egípcia
fundada por tais.
Mandi: O líder -salvador messiânico espera-
do por algumas seitas muçulmanas.
Marid (fem. Maridah): Outr a das tr ibos
dos djinn, geralmente, mas nem sempre
hostil aos seres humanos.
mawla: Um “cliente”, subser viente/
protegido por uma tribo árabe conquista-
dora.
mesquita: Um local muçulmano de or ação
comunitária.
mihrab: um nicho na par ede de uma mes-
quita, marcando a direção de Meca.
minbar: um púlpito ou platafor ma eleva-
da.
Mouro: Pessoa de ascendência ár abe e
berbere, especialmente uma que invadiu a
Espanha no século VIII.
Muçulmano (ou Moslem): Um devoto do
Islã; literalmente “Aquele que se submete” .
muezzin: Aquele que anuncia as hor as de
oração aos fiéis.
mufti: Um especialista em dir eito/
consultor jurídico.
muhtasibs: Funcionár ios do gover no en-
carregados de reforçar a moralidade islâ-
mica e as regras da religião.
mulá: Um “senhor ”.
odalisca: (Tur ca) Uma escr ava do har ém;
uma concubina escrava.
Ormazd: Consulte Ahur a Mazda.
Parsee: Um dos zor oastr istas sobr eviven-
tes na Índia.
Peri: (Per sa) Um ser sobr enatur al, seme-
lhante a uma “fada” europeia.
pollacca: Um tipo de navio navegado no
Mediterrâneo.
qanat: (Per sa) Sistemas de condutos de
água subterrâneos, usados para abastecer
grandes cidades.
qat: Uma dr oga leve, inicialmente estimu-
lante, mas depois deprimente.
ra'is: Chefe da administr ação civil de uma
cidade.
Ramadã: O nono mês do calendár io mu-
çulmano, durante o qual os muçulmanos
jejuam do nascer ao pôr do sol!
ratl: Apr oximadamente meio quilogr ama.
rawi: Contador de histór ias pr ofissional.
razzia: Invasão tr ibal, ger almente pelos
suprimentos.
sahra: Região selvagem.
saique: Um navio de dois mastr os.
salaam: “Paz” – usada como uma saudação
(“A paz esteja com você”).
Sarraceno: Um ter mo eur opeu (cr uzado)
para os povos muçulmanos, especialmente
árabes e turcos.
sayyid: Um descendente do Pr ofeta.
seraglio: (Tur co) O har ém do sultão oto-
mano.
serai: Abr igo.
Sharia: “O caminho par a o local de r ega”,
“um caminho claro a ser seguido”; o siste-
ma da lei muçulmana.
Sharif: Um descendente dir eto de Maomé.
sheik: Literalmente “ancião”; pode ser usa-
do para um professor ou um líder tribal.
sherbet: Um copo de suco de fr utas com
água e açúcar.
Shi’at ‘Ali: O Gr upo de ‘Ali.
Sihr: Espír ito mágico menor , “glamour ”.
soukh: Um mer cado – equivalente ao
Bazzar Persa.
Sufi: Um místico islâmico.
Sultão: Um gover nante muçulmano, igual
à maioria dos reis, mas (teoricamente)
subserviente ao califa. A palavra original-
mente significava simplesmente poder
(estado); passou a ser usado por monarcas
em torno do século XI-XI.
Sunita: Aquele que acr edita que o Cor ão e
a sunna juntos são o guia adequado para
as ações.
sunna: A pr ática ou tr adição da comuni-
dade de fiéis.
surata: Um capítulo do Cor ão.
tartan: Um tipo de navio navegado no
Mediterrâneo.
Tiraz: Br açadeir as de pano decor adas
com letras (muitas vezes religiosas), às
vezes usadas como amuletos.
Tuaregues: Povo do deser to da Áfr ica do
Norte, conhecido pelos véus azuis usados
por seus homens e por seu orgulho e se-
gredo. Como eles vivem em um ambiente
semelhante, sua cultura tem uma ligeira
semelhança com a dos Beduínos, mas eles
são racialmente berberes.
Turcomano: (Tur co) Tur co muçulmano,
geralmente vivendo uma vida menos nô-
– 125 –
made do que nos tempos pré-islâmicos;
frequentemente, um membro de uma das
tribos “Oghuz”.
Turkopole (ou Turcopole – europeu deri-
vado dos bizantinos): Cavalar ia leve a
serviço dos cruzados. Originalmente cris-
tãos sírios e convertidos locais (o termo
significa “Filhos dos Turcos”), mais tarde
possivelmente incluindo alguns francos.
Ulama: A classe dos estudiosos r eligiosos
muçulmanos – os “guardiões da tradição”.
umma: Os muçulmanos como uma comu-
nidade.
vizir: Ministr o do gover no, ger almente o
chefe deles.
Xiita: Aquele que acr edita que apenas o
Corão é um guia infalível para as ações
dos homens.
yashmak: Véu de uma mulher , que deixa
apenas os olhos expostos.
Zoroastro (também Zaratustra): Funda-
dor da religião zoroastriana da Pérsia.
Armas e Armaduras
aina: (Per sa) Refor ço cir cular de placas
para armaduras leves (literalmente
“Espelho”).
al-qutun: Liter almente “algodão”; ar ma-
dura de tecido acolchoado, conhecida na
Europa como “Aketon”. O “Gambeson”
europeu era semelhante, mas acrescentava
mangas.
bunduq: pistola ou bala (or iginalmente,
zarabatana).
char aina: Cor selete de placas
(literalmente “Quatro Espelhos”; um de-
senvolvimento tardio – segmentos de pla-
cas por malha).
cimitarra: espada cur ta e cur va com a
ponta convexa afiada.
kontos: (Gr ego) lança longa/lança.
midfa: pistola de mão pr imitiva.
nawak: Um tipo de besta.
qalachur: Espada longa, de dois gumes, de
origem asiática.
qaws ar-Rikab: Besta de estr ibo.
qaws Farangi (“arco franco”): Uma besta,
geralmente baseada no padrão europeu, mas
com um arco composto no estilo oriental.
rumh: lança leve/lança longa.
saif: Espada longa r eta, usada pelas pr i-
meiras tropas árabes.
Glossário
Não-ficção
The Encyclopedia of Islam (agora no
meio de sua segunda edição) é definitiva em
muitos tópicos – ou veja sua versão resumi-
da, The Shorter Encyclopedia of Islam (ed.
HR Gibb & JH Kramers, Luzac and Co.
1961). A Enciclopédia Britânica é inestimá-
vel em quase qualquer assunto. A seguir,
estão alguns mais específicos:
História Geral e Social
Ahsan, Muhammad Manazir: Social Life
Under the Abbasids (Longman, 1979)
Arberry, A.J.: A spects of Islamic Civiliza-
tion, as Depicted in the Original Texts
(George Allen e Unwin, 1964)
Baer, Gabriel: Fellah and Townsman in the
Middle East (Frank Cass & Co., 1982)
Bidwell, Robin: Travellers in A rabia
(Hamlyn, 1976)
Burman, Edward: The A ssassins (Cruci-ble,
1987)
Doughty, Charles M.: Travels in A rabia De-
serta (dois volumes; primeira pub. 1888; a
edição Dover, Constable & Co., 1979,
reproduz a ed. de 1936)
El Saadawi, Nawal: A Face Oculta de Eva
(Global Editora, 1982)
Glubb, Sir John Bagot: The Course of Em-
pire (Hodder and Stoughton, 1965); Haro-
on Al Rasheed and the Great Abbasids
(Hodder and Stoughton, 1976)
Holt, P.M. e outros: The Cambridge History
of Islam (Cambridge University Press,
1970)
Hourani, Albert: Uma História dos Povos
Árabes (Companhia de Bolso, 2006)
Jones, Terry: Chaucer's Knight: The Por-trait
of a Medieval Mercenary (Wei-denfeld &
Nicolson, 1980)
Lane, Edward William: A rabian Society in
the Middle Ages (ed. Stanley Lane-Poole:
Curzon Press/Humanities Press Internatio-
nal, 1987 – reimpressão da edição de 1883)
Lapidus, Ira: Muslim Cities in the Later Mid-
dle Ages (Cambridge University Press,
1984)
Levy, Reuben: The Social Structure of Islam
(Cambridge University Press, 1957)
Lewis, Bernard: The A ssassins (Weiden-feld
and Nicolson, 1967); Race and Color in
Islam (Harper and Row, 1971; expandido
como Race and Slavery in the Middle
Bibliografia
East)
Lunde, Paul, & Winne, Justin: A Dictionary
of Arabic and Islamic Proverbs (Routledge
& Keegan Paul, 1984)
Maalouf, Amin: A Cruzada V ista Pelos Á ra-
bes (Edições 70, 2013)
Ruthven, Malise: Islam in the W orld (Pel-
ican Books, 1984)
St. John, Robert: Israel (Time-Life Inter-
national, 1969)
Titley, Norah M.: Plants and Gardens in
Persian, Mughal and Turkish Art (The
British Library, 1979)
Watt, W. Montgomery: The Majesty that
was Islam (Sidgwick and Jackson, 1974,
1984)
História Militar e Equipamentos
Heath, Ian: A rmies of the Dark A ges, 600-
1066 (Wargames Research Group, 1976);
Armies and Enemies of the Crusades, 1096
-1291 (WRG, 1978); A rmies of the Middle
Ages, Volume 2 (WRG, 1984)
Partington, J.R.: A History of Greek Fire and
Gunpowder (W. Hefter & Sons, 1960)
Tecnologia e Ciência
Daumas, Maurice (ed.): A History of
Technology and Invention, Volume 1 (trad.
Eileen B. Hennessy: Crown Publishers Inc.,
1969)
Kunitzsch, Paul, and Smart, Tim: A Short
Guide to Modern Star Names and their
Derivations (Otto Harrassowitz, 1986)
Michell, George (ed.): A rchitecture of the
Islamic World (Thames and Hudson, 1978)
Nasr, Seyyed Hossein: Science and Civili-
zation in Islam (Harvard University Press,
1968) Parry, V.J., and Yapp, M.E. (eds.):
War. Technology, and Society in the Middle
East (Oxford University Press, 1975)
Islã e Sufismo
Existem várias traduções do Corão, inclu-
indo o The Koran Interpreted (trans. A.J.
Arberry: George Allen e Unwin, 1955) e O
Corão (trad. Mansour Challita: Best Seller,
2010). No entanto, discussões modernas do
tópico podem ser feitas por uma fácil introdu-
ção. Por exemplo, Muhammad and the Qu-
ran, by Rafiq Zakaria (Penguin, 1991), é um
trabalho moderno, didático, mas de um devo-
to muçulmano; ele inclui traduções de muitas
passagens importantes. Sobre Sufismo, The
– 126 –
Way of the Sufi, por Idries Shah (Jonathan
Cape, 1968) é sua própria visão dos Sufis.
Mitologia
Borges, Jorge Luis: O Livro dos Seres Ima-
ginários (Companhia das Letras, 2007)
Knappert, J.: Islamic Legends: Histories of
the Heroes, Saints, and Prophets of Islam
(Leiden: E.J. Brill, 1985)
The New Larousse Encyclopedia of My-
thology (Hamlyn, 1968-1979)
Rappoport, Angelo S.: A ncient Israel: Myths
and Legends, Vol. 3 (New York: Bonanza
Books, 1987)
Titley, Norah M.: Dragons in Persian,
Mughal and Turkish Art (The British Li-
brary, 1981)
Histórias Antigas
A primeira fonte fictícia a ser vista deve
ser obviamente A s Mil e Uma Noites. Ela foi
traduzida várias vezes, mas encontrar uma
versão completa, sem censura e legível é
outra questão. Algumas versões, como a
edição bowdlerizada de 1839-41 de Lane,
são mais interessantes pelas notas de rodapé
do que pelo texto. (Felizmente, Lane também
colocou seu conhecimento do Oriente em
seus outros trabalhos.) A versão de Burton é
estranha e difícil de encontrar na forma com-
pleta; sua esposa editou uma edição grande,
mas expurgada. Os seguintes foram usados
fortemente na preparação deste livro:
Tales from the Thousand and One Nights,
trad. N. J. Dawood (Penguin, 1973)
Scheherezade, trad. A.J. Arberry (George
Allen e Unwin, 1953)
Outros mitos foram traduzidos, mas com
muito menos frequência, e estão menos dis-
poníveis. Para mais informações, aqui estão
algumas fontes adicionais:
‘Antar and ‘Abla – A Bedouin Romance,
adaptado por Diana Richmond (Quartet
Books, 1978)
The Adventures of Antar, trad. e com muitas
notas por H.T. Norris (Aris and Phillips,
1980)
The Book of Dede Korlatt, trad. Geoffrey
Lewis (Penguin, 1974)
The Epic of Kings: Shah-Nama, por Fer-
dowsi, trad. Reuben Levy (Rout-ledge and
Kegan Paul, 1967; revisado subsequente-
mente)
Ficção Moderna
Quase todos os fantasistas contemporâ-
neos (junto com muitos autores de ficção
científica e um número notável de grandes
escritores “mainstream”) invadiram as Mil e
Uma Noites em algum momento, com resul-
tados muito variáveis. A seguir, uma seleção
arbitrária:
Borges, Jorge Luis: “A verroes’s Search.”.
(Na coleção Labyrinths.)
Cullen, Seamus: A Noose of Light.
Dennis, Ian: Bagdad, The Prince of Stars.
(Combinado como The Prince of Stars in
the Cavern of Time.)
Effinger, George Alec: W hen Gravity Fails,
A Fire in the Sun, e The Exile's Kill. (Para
aqueles interessados em uma visão da Ará-
bia do futuro.)
Langley, Noel: The Land of Green Ginger.
Lee, Tanith: Death's Master, Night's Master;
Delusion's Master, Delirium's Mistress.
(Eles se baseiam principalmente na Pérsia
pré-islâmica. Exuberante, lúgubre e inco-
mum.)
Lewis, CS.: O Cavalo e Seu Menino. (Os
Calormenos são de inspiração árabe; a
garota de Calormene, Aravis, conta uma
história muito bem no estilo.)
Pratchett, Terry: Sourcery, Pirâmides, Peque-
nos Deuses. (Humor brilhante e absurdo.)
Shwartz, Susan (org.): A rabesques e A rabes-
ques 2.
Sterling, Bruce: “Dinner in A udoghast”. (Na
coleção Crystal Express.)
Tan, Judith: A W ind in Cairo. (Estoque de
fantasia moderna, mas com um cenário
histórico e muito para os amantes de cava-
los.)
Romances Históricos
Os Mestres que jogam campanhas histó-
ricas ou semi-históricas têm uma vasta varie-
dade de inspiração possível para escolher, de
qualidade variável; as Cruzadas são especial-
mente bem cobertas. Qualquer livraria ou
biblioteca valerá uma olhada.
Poesia
A tradição literária islâmica é altamente
poética, mas a poesia clássica do Oriente
Médio é pesada para os ocidentais. Alguns
Penguin Classics podem ser um começo;
tente, por exemplo, The Conference of the
Birds, de Farid ud-Din Attar, traduzido por
Afkhan Darbandi e Dick Davis, uma longa e
metafórica apresentação de ideias sufis, in-
cluindo muitas imagens da vida medieval
persa. Mirror of the Invisible W orld: Tales
from the Kamseh of Nizami: traduzido por
P.J. Chelkowski.
Um poema muçulmano que se tornou
conhecido no ocidente é o Rubaiyat de Omar
Khayyam. Edward Fitzgerald traduziu parte
desse conjunto de versos desconectados de
quatro linhas e produziu no processo um dos
poemas mais citados na língua inglesa
(“Uma garrafa de vinho, um livro de versos –
e você / ao meu lado cantando no deser-
to...”). Potencialmente, a introdução mais
rápida de alguém ao mito do Oriente, mas
traduções mais precisas estão disponíveis,
incluindo uma de Peter Avery e John Heath-
Stubbs da Penguin. (também traduzido para
português)
A poesia em inglês que usa imagens ára-
bes mais ou menos pode ser uma fonte adici-
onal de “atmosfera”. Em caso de dúvida,
procure escritores ingleses do final do século
XIX.
Filmes
Inevitavelmente, o cinema ocidental ado-
tou o mito das Noites da Arábia; igualmente
inevitavelmente, distorceu-o. As fantasias
“árabes” aparecem na tela a cada poucos
anos. Na melhor das hipóteses, eles têm ta-
lento e espetáculo; na pior das hipóteses, são
desastres. Os feitos pelo mestre dos efeitos
especiais Ray Harryhausen têm pelo menos
monstros estranhos e maravilhosos. A seguir,
é apresentada uma lista muito incompleta:
O Ladrão de Bagdá (1924): Elegante e im-
pressionante para seu tempo, com cenários
magníficos e a vantagem de Douglas Fair-
banks apostar no seu golpe.
O Ladrão de Bagdá (1940): Um clássico do
cinema de fantasia, com efeitos especiais
de última geração para a época. Os perso-
nagens e o estilo parecem um pouco data-
dos agora, mas o filme quase define os
clichês de gênero.
Filho de Sinbad (1955): Um filme ruim, não
ruim o suficiente para ser divertido, apesar
de um jovem Vincent Price e algumas
fotos bonitas. Cenários baratos, sem came-
los e provas convincentes de que as estre-
las dos anos 50 não conseguiam dançar a
dança do ventre. O enredo, pelo que vale a
pena, não tem mágica, alguns duelos e
explosivo “fogo grego”.
A Sétima Viagem de Sinbad (1958): Har-
ryhausen fazendo o que ele faz de melhor.
Os heróis se comportam estupidamente, e
há um djinni fofo, mas os monstros são
grandes, extravagantes e divertidos.
O Ladrão de Bagdá (1961): Outra refilma-
gem, com o fisiculturista Steve Reeves;
um enredo muito modificado e com pouca
magia, mas algum espetáculo e galhofa.
Capitão Sinbad (1963): Tom incerto, com
alguns bons momentos e efeitos especiais
razoáveis. No entanto, o roteiro não tem
conexão com o Islã ou com os contos ori-
ginais.
Sinbad e o Olho do Tigre (1977): Um épico
de Harryhausen atrasado e um pouco can-
sado, mas ainda assim tem muita mágica
– 127 –
por animação.
O Ladrão de Bagdá (1978): Mais uma ver-
são, misturando e combinando elementos
da trama; sofre de maus efeitos especiais,
mas tem algumas boas performances de
apoio.
Aventura na Arábia (1979): Muitos duelos,
grandes cenários, máquinas estranhas e
magia, incluindo brigas de cães em um
tapete voador. Na verdade, não é muito
bom, mas vale a pena ver como referência.
(Também há vários filmes “históricos”
nominalmente relevantes para escolher, mui-
tos deles tão realistas quanto um espetáculo
de Harryhausen. Para o registro, esse autor
tem uma queda pelo Eurocentrico, o histori-
camente confuso El Cid de 1961, Charlton
Heston e Sophia Loren.)
Música
A música é importante para o “mito ára-
be”. Nada evoca imagens do “Oriente” com
mais eficácia do que metais cintilantes e
ritmos exóticos. Colocar algo apropriado no
aparelho de som pode definir o clima para
uma sessão de jogo instantaneamente.
Uma vasculhada a seção “world music”
de uma boa loja de discos pode produzir uma
música autêntica (moderna) do Oriente Mé-
dio. O norte-africano “Rai” utiliza instru-
mentos elétricos, mas técnicas tradicionais.
Talvez mais amplamente disponível seja
Passion de Peter Gabriel, que contém músi-
cas escritas para a trilha sonora do filme A
Última Tentação de Cristo e seu disco com-
panheiro, Passion Sources, que contém muita
música oriental tradicional (ambas no rótulo
do mundo real, distribuído pela Virgin Re-
cords.)
No entanto, se é o mito ocidental do exó-
tico Oriente que você procura, o primeiro
lugar a ser seguido é o “poema sinfônico” de
Nikolas Rimsky-Korsakov, Scheherazade.
Ele já foi gravado várias vezes e qualquer
loja de música clássica deve ter uma cópia.
Ocidente, sutilmente exótico e lindo.
Outros Materiais Para Jogos
Tales of the Arabian Nights, de Eric Gol-
dberg, West End Games, 1985. Excelente
pelo sabor e como inspiração para Mestres;
use como um “livro de contos” com mais de
1.000 parágrafos descrevendo encontros.
Pode ser jogado em mais de um nível.
Embora não haja muito disponível para
os cenários das Noites da Arábia e para ou-
tros tipos de fantasia, os jogadores de role-
playing devem encontrar ajuda para o jogo,
conforme necessário. Muitos fabricantes têm
algumas figuras “árabes” em suas linhas de
fantasia; também vale a pena examinar se-
ções de catálogos orientadas para wargames,
pois os exércitos orientais são frequentemen-
te usados na mesa.
Bibliografia
 Exemplo de Aventura, 111. Luta Romana; perícia, 58. Pombos-correios, 96.
Exorcismo, 12, 72. Macacos falantes, 103. Possessão, 12.
Falcoeiros, 46. Magi, 8. Pousadas, 20.
Falcões, 96. Magia rúnica, 74. “Povo do Livro”, 13, 60.
Fanatismo; desvantagem, 54. Magia, 12, 13, 49, 55, 79-91, 106; Preste João, 29, 42, 109.
Fantasmas, 101. ampliado, 77; itens, 88; proibida, Primeira Cruzada, 35, 38.
Faquires, consulte Dervixes. 76; raro, 76; variações de regras, Profecia , 74.
Fartitacalon, 96. 76. Profetas, 9.
Abássidas, 18, 30, 33, 34, 36, 38, 42. Cavalgar; perícia, 57. Fátima, 8, 9, 30, 32. Mágicos, 46. Psiquismo, 50.
Abraão, 8. Cavalo do Mar, 102. Fatimídas, 9, 34, 36, 39. Mahdi 32. Qat, 53.
Abu Bakr, 31, 32. Cavalos árabes, 94. Feitiço, 79-88; conjuradores, 75; Makkuk, 20. Quarta Cruzada, 36, 40.
Adestramento de Animais; perícia, César, Caio Júlio, 32. componentes, 72; condições para Mamelucos, 13, 36, 37, 41, 42, 65. Química, 24.
93. China 25. quebra, 78; novo, 80-88; raro, Mana; níveis, 77. Quinta Cruzada, 36, 40.
Adivinhação, 74, 83, 85 a 86. China, 27, 33, 34, 44. 77. Mancala, 10, Maneiras, 18. Rabbis, 48.
Adoradores do Fogo, 8, 13, 27. Chosroes I, 7, 32. Fellahin, 25. Maomé, 8, 22, 25, 27, 29, 32, 33, 74. Raças não humanas, 50.
Aga Khan, 9. Cidades, 14, 18. Femininas; personagens, 49. Marco Antônio, 32. Rainha Balkis, 98.
Agricultores, 18. Ciência, 23, 48. Feriados, 8. Marco Polo, 21 29, 35, 107. Ramadan, 9, 11.
Ahriman, 7, “Ciganos”, 17. Feudos, 17. Marid, 97, 99. Ras’is, 14.
Ahura Mazda, 7. “Cinco pilares”, 9. Ficção, 26. Marinheiros, 48. Rawl, 6.
Aisha, 33. Cleópatra VII, 32. Filipinas, 27. Mártires, 10. Rebanho, 17.
Akhenaton, 8, 30. Clericato; vantagem, 50. Filosofia, 21; perícia, 58. Matemática, 23. Reivindicar Hospitalidade; vanta-
Aladdin, 5, 73, 90, 123. Clientes, 13, 33. Física, 23. Matemáticos, 21. gem, 51.
Álcool, 10. Código de Honra (árabe); desvanta- Fogo Automático, 24. Mecca, 8, 25, 29, 32, 33. Religião, 7-13.
Alcoolismo; desvantagem, 53. gem, 53. Fogo gregos 22,24. Medicina, 7, 24. Relógios, 23.
Alexandre, o Grande, 7, 26, 29, 31, Comércio, 15, 20, 21, 27; rotas, 15. França, 33, 34. Medina, 8, 11, 29, 33. Reputação; vantagem, 51.
107. Comércio, 46. “Francos”, 38, 46. Mendigos, 44. Ricardo Coração de Leão, 35, 40.
Alfabetizado; vantagem, 50. Voo de Comida, 18; preços, 66. Galé, 27. Mentir, 26. Rinoceronte, 97.
longa distância, 73. Compulsão; desvantagem, Boemia, Genghis Khan, 36, 41. Mercenários, 13, 16, 37, 46. Rocas, 73, 102.
Alhazred, Abdul, 107. 53; Generosidade, 54; Perdulá- Geografia, 25. Ghazis, 46, 55. Mesquitas, 10, 20, 23. Rodrigo Diaz de Bivar, consulte El
‘Ali, 7, 30, 32, 33, 36. rio, 54. Ghulams, 13, 37, 46. Mestre de Armas; vantagem, 52. Cid.
Aliados (família); vantagem, 50. Comunicações, 20. Ghuls, 97, 98 Metamorfose, 78, 80, 81; Duelos de Roma, 29, 31.
al-kohl, 24. Concubinas, 110. Gigantes, 101. Gilgamesh, 7, 104, Metamorfose, 78. “Romanos”, 48; consulte também
Alquimia, 23, 24, 75; perícia, 56. Constantinopla, 33, 34. 106. Midfa, 22, 69. Bizantinos.
Alquimistas, 48. Contação de Histórias, 6; consulte Golens, 103. Mihrab, 11,20. Rota da Seda, 21, 107, 113.
Alunos sortudos, 76. também Mentir. Governo, 13, 14. Mil e Uma Noites, 5. Roubo, 14.
Amaldiçoado; desvantagem, 55. Corão, 10, 12, 14, 16, 18, 26, 33, 36, Grande Muralha da China, 36. Milícia, 15, 16, 23. Roupas, 65.
‘Amin, 14, 51, 22. 60, 65, 74, 74. Grécia, 29. Minarete, 11. Rustem, 6, 32, 44,
Amuletos, 74. Corcunda; desvantagem, 55. “Gregos”, 48; consulte também Minbar, 20. Saara, 15.
Anatólia, 26. Corrida, 10. Bizâncio. Misticismo, 12. Sabbath, 10.
“Andaluzia”, 39. Corsários, 25, 27, 44. Grupo de Aliados; vantagem, 51. Mitraísmo, 7. Sacerdotes, 48.
Angra Mainyu, 7. Corte, 119. Guepardo, 95. Modificadores de reação, 120. Sacerdotes, consulte Magos.
Animadores, 45. Cota de Malha, 25. Guildas, 16, 19. Mongóis, 37, 41, 48, 52, 57, 58. Sal, 17.
Animais, 92-96; gigante, 97, 101; Cristãos, 13, 18, 23, 27, 30, 33, 35, Habitação, preços, 66. Monstros, 92. Saladino, 35 39-41.
natural, 94; pré-histórico, 97; 36, 38, 39, 42, 48, 73; frades, 60. Hábitos Detestáveis; desvantagem, Móveis, 19. Futuwwa, 16. Salomão, 74.
preços, 93; companheiros inco- Cristianismo, 8. 52. Muçulmano, 9. Santos, 11, 12, 44.
muns, 93. Cruzada das Crianças, 31, 36. Hagar, 8. Muezzin, 11. Sassanidas, 7, 30, 107; dinastia, 29,
Anões de Zughb, 50, 100. Cruzada do Povo, 35, 38. Atuação; Hajj, 9,11. Muhtasibs, 14. 32.
‘Antar, 6, 22, 49, 105, 113, 123. perícia, 57. Hajji, 11. Mulher, 10, 11, 15, 34, 49, 53. Scheherazade, 5,49.
Aparência física, 44. Cruzadas, 30, 38, 42, 50, 96, 107, Hakim, 23, 24, 48. Mullahs, 9, 48. Segredo; desvantagem, 55.
Árabes do Pântano, 22. 108. Hamrnurabi, 30. Música, 10, 26. Segunda Cruzada, 35, 39.
Arábia, 25. Cruzados, 25, 27, 29, 39, 40, 42, 54. Harém, 10, 20, 34, 110. Nascido no Mar, 50, 102. Seljúcidas, 37, 39, 41, 58.
Aristocracia, 22. Cruzamentos, 113, 118. Haroun al-Rashid, 34, 35, 37, 38, Natação; perícia, 57. Selo de Salomão, 91, 97.
Armadura, 7, 68,70. Cubit, 20. 107. Navegação, 21. Sementes de Aventuras, 122.
Armas, 7, 61-68; tabelas, 68-69. Da’is, 35. Hashish. 53. Navios Sifões, 24. Serpentes gigantes, 101.
Arquearia Montada; perícia, 58. Dança do ventre, 26. Hashishin, consulte Assassinos. Necronomicon, 107. Sétima Cruzada, 36, 41.
Arquearia, 10. Dança, 26; perícia, 57. Hegira, 8, 29. Nilo, 18. Sexta Cruzada, 36, 41.
Arsenal, 56. Daylami 13, 46. Heráldica; perícia, 57. Nível Tecnológico, 7. Shah-Nameh, 6.
Artes, 26. Demônios, 100. Herança, 12. Nobres, 47. Shari’a, 14.
Artilharia; perícia, 57. Dendans, 100. Heresia, 9, 16. Nômades das Estepes, consulte Sheikes, 9, 18, 22, 35, 45.
Artista; perícia, 56. Dervixes, 12, 26, 44, 48, 57, 60. Hermes Trismegistos, 24, 75. Nômades, estepes, Estepes, 26. Shi’atu Ali, 32.
Ásia Menor, 26, 29. Deserto, Árabes, 73; vida, 17; tribos, Hierarquia Militar; vantagem, 50. Nômades do Deserto, consulte Sifão de Fogo; perícia, 58.
Assassinos, 9, 35, 36,37, 42, 44, 55, 25. Hindus, 13. Beduínos. 52. Si'lat, 99, 102.
108. Destino, 6, 12, 52, 75. Honra, 17, 53. Nômades, 17; pôneis, 96; estepe, 26, Simurgh, 103.
Assíria, 31. Dever Extremamente Perigoso; Hospitalários, 35, 36, 40. 44, 48, 57, 58, 65; consulte tam- Sinbad o Marinheiro, 5, 20, 21, 100,
Astrolábio, 21, 67. desvantagem, 55. Hospitalidade, 16 17, 53. bém Beduínos. 102, 113.
Astrologia, 23 74, 75; perícia, 56. Dhow, 27. Iblis, 74. Nomes, 64. Sociedades, 16, 19.
Astronomia, 23; perícia 56. Diálogo, 111. ‘Ifrits, 99. Nórdicos, 44, 47, 50. Sonhos, 74.
Averroes, 35, 39. Dieta, 17. Idade do Bronze; campanha, 7. Norte da África, 33. Soukh, consulte Bazar.
Avicenna, 34. Dinheiro de sangue, 14. Ilkhanid, 36. O Livro de Dade Korkut, 109. Status Social, 60.
Ayatollahs, 9. Dinheiro, 61. Illuminati, 37. O Magreb, 33. Sucessão, 14, 37.
Ayyar, 13, 16. Dirham, 20. Imaa’ilis, 9, 37. O Profeta, 9, 29, 30, 73; consulte Sufis, 11, 16, 23, 44, 53, 65; santos,
Azarado; desvantagem, 55. Djinn, 50, 72, 73, 74, 82-83, 89, 92, Imam, 9, 10, 15, 48. também Maomé. 73; sheikes, 60.
Babilônia, 7, 29. 97, 98 106. Império Muçulmano, 15, 29. Oásis, 17, 18, 25. Sultões, 49.
Babuínos, 94. Domos, 19. Império Romano, 32. Observatórios, 23. Suméria, 29, 30.
Bagdá, 34. Doninhas, 96. Impressão, 67. Oitava Cruzada, 36, 41. Sunita, 14, 31, 33, 36, 37, 39, 52.
Balkis, Rainha, 50, 74. Dote, 12, Dragões, Persas, 102. Incendiários, 56, 58, 69. Omar Khayyam, 34. Tabela de Trabalhos, 61-63.
Bandidos 11, 17, 25. Drusos, 9. Índia, 27. Omíadas, 33, 34, 39; dinastias, 32. Tamerlão, 42.
Banhos, 66; público, 20. Edifícios, 19. Inferno, 10. Ópio, 53. Tapete Voador, 87, 106.
Barbarossa, Frederick, 40. Educação, 10. Intolerância; desvantagem, 54. Oração, 9, lote 12. Tapetes, 11, 20.
Barbeiros, 66. Egito, 7, 13, 23, 29, 30, 31, 33, 34, Ishmael, 8. Ormazd , 7. Tapetes, 11, 20.
Barmecidas, 37. 40, 42. Iskander, consulte A lexandre, o Ovelha, 15, 17. Tartaruga ilha, 96.
Bazar, 14, 18, Beduínos, 11, 13, 15, El Cid, 35, 39. Grande. Palácios, 20. Taxas, 9, 13 21.
17, 24, 25, 26. 45, 50. Elefantes, treinados, 97. Islã, 9 13 22; ciência, 7; tecnologia, Paraiso, 10. Templários, 35, 40.
Bebidas, 18; preços, 66. Embarcações, 27. 7. Párias, 47. Terceira Cruzada, 24, 35, 39.
Berberes, 15, 33, 65. Épicos, 123. Jan, 97. Parsees, 13. Tigres e Eufrates, 18, 22, 29, 30, 34.
Bibliotecas, 23. Epopeia de ‘Antax 6, 49, 105. Jardim, 19. Patrono; vantagem, 51. Timur o Coxo, 42.
Bizâncio, 13, 21, 24, 30-33, 35, 38, Escandinávia, 27. Jerusalém, 11, 32, 33, 35, 36, 39, 40, Pedra Negra, 8, 11. Traidores, 15.
39, 40, 48. Escolaridade, 23. 42,108. Penteados, 66. Trato Social, perícia, 57.
Bornéu, 27. Escravos, 13, 14, 16, 22, 25, 26, 53, Jihad, 9, 39, 42. Peregrinações, 9, 11; rotas, 21. Treinamento de Animais, 93.
Cabras 17. 60; concubinas, 22; preços, 67; Jogos de Tabuleiro; perícia, 58. Peregrinos, 17, 32, 47. Tribos, 17.
Caça, 93. soldados, 13, 22; esposas, 16. Jogos, 10, 58. Peri, 101. Tuaregues, 15, 65.
Caçadores, 46. Esgrima; perícia, 57. Judaísmo, 8. Perícias de Armas de Pólvora, 56. Turcomanos, 50.
Cádis, 14. Esmola, 9. Judeus, 23, 24, 30, 39, 48; mulheres, Pérsia, 26, 30, 31, 32, 37, 42, 47; Ulama, 9, 13.
Cães, 96. Espaço, 118. 49. povo, 29, 31, 33, 34, 57, 101. Universidades, 10, 23.
Cairo, 36. Espadas de Damasco, 69. Judô e Karatê; perícia, 57. Pesos e medidas, 20. Poço de Velho das Montanhas, 35.
Calendários, 8, 23. Espanha, 32, 33, 39, 47. Juramentos, 14, 55. Zamzam, 8. Velho do Mar, 101.
Califa, 9, 12, 14, 38, 48. Esportes, 10. Kaaba, 8, 11. Petrificação, 83. Vestes de honra, 119.
Caligrafia, 26; perícia, 56. Esposas, 110. Khamseh, 6. Pilotagem (tapete mágico); perícia, Vício; Desvantagem, 53.
Camelos, 15, 17, 21, 95. Estátuas animadas, 100. Khawarij, 9. Khazars, 33. 57. Vinho, 18.
Campanhas, 104-123. Estigma Social; desvantagem, 52. Laço; perícia, 57. Poderes Legais, 50. Vizires, 49, 119.
Camponeses, 18. Estrangeiros, 47, 76. Ladinos, 48. Poesia, 26; perícia, 57. Voto Compulsivo; desvantagem, 55.
Caracals, 95. Estudiosos, 48, 75. Lavagem das mãos, 18. Poetas, 47. Xerxes, 31.
Caravançarais, 18, 21. Etiópia, 27. Lei, 13, 14, 15, 16, 29. Polícia, 14. Xiitas, 11,14, 30, 33, 34, 36, 37,39,
Carroceiro; perícia, 57. Eunucos, 22, 45, 110; desvantagem, Lince, 95. Politeísmo, 7, 73. 52.
Casamento, 15, 16, 17. 54. Linguagem, 3, 10, 59, 111. Polo, 10. Yaduth, consulte Medina.
Castração, consulte eunucos. Europa, 27. Livro dos Reis, 6, 105. Pólvora, 7, 22. Yahweh, 8.
Cavaleiros Teutônicos, 35, 40. Excêntricos, 76. Lojas, 20. Pombo, 73. Zoroastrianismo, 7, 13, 107.

Índice – 128 –
 Tapetes voadores e lâmpadas mágicas... cimitarras reluzentes e vizires ardilosos...
cruzados, mongóis e beduínos... sultões, poetas, comerciantes e os Assassinos originais –
tudo isso e muito mais podem ser encontrados no GURPS Noites da Arábia.
 Seja um comerciante, mercenário ou
dervixe na crescente civilização
islâmica, enquanto os árabes se
espalham pela Pérsia e África até os
portões da Europa.
 Confronte o terrível djinni metamorfo,
criaturas de fogo sem fumaça. Lute
contra eles pela glória e lembrança... e
uma espada negra irresistível.
 Conjure magias que movem
montanhas e domam animais
fantásticos – ou use inteligência e
furtividade para derrotar magos do
mal.
 Viaje como Sinbad – ou viaje com
Marco Polo – em busca da seda
chinesa, lâminas indianas exóticas e
magia estrangeira selvagem.
 Lute nas cruzadas, quando a
cristandade procurou libertar as terras
sagradas – e o islã impediu a invasão
franca.
 Batalhe ao lado dos bravos
Mamelucos, soldados escravos turcos
do Egito.
 Sonhe com “uma cidade avermelhada,
com a metade da idade do tempo” –
depois vá para lá e aprenda o que o
kismet, o destino, reserva para você.
Dentro deste fascinante livro, há descrições do mundo das Noites da Arábia, sua história
tumultuada, as religiões que definem sua cultura, desenvolvimento de personagens, bestas
de fato e fantasia, magia estranha e ideias únicas de campanha. Existem mil e uma viagens
no GURPS Noites da Arábia!

Escrito por Phil Masters

Editado por Steve Jackson e Susan Pinsonneault
Capa por Rowena
Ilustrado por Sam Inabinet