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Sumário

Prefácio da série em inglês ................................................................................. 9


Prefácio do autor ................................................................................................. 11
Abreviações .......................................................................................................... 13
Textos e traduções .............................................................................................. 18

O COMENTÁRIO DE COLOSSENSES
Bibliografia selecionada sobre Colossenses ................................................ 21
Introdução a Colossenses ................................................................................ 47
I. Para quem a epístola foi escrita? Colossos e os colossenses .......................... 48
II. Quem escreveu a epístola? Autoria ................................................................ 50
III. Quando a epístola foi escrita? Data e lugar da escrita ................................. 66
IV. Por que Colossenses foi escrita? O ensinamento falso ............................... 73
V. O que Colossenses ensina? A teologia da epístola ......................................... 89
A. Cristo ............................................................................................................ 90
B. A cosmologia e os poderes ......................................................................... 92
C. A igreja .......................................................................................................... 96
D. O evangelho ................................................................................................. 97
E. Escatologia .................................................................................................. 99
F. A vida cristã ................................................................................................ 100

Comentário sobre Colossenses


I. O início da epístola: “assim como vocês receberam Cristo Jesus,
o Senhor” (1.1—2.6) ............................................................................ 103
A. Apresentação (1.1-2) .................................................................................. 104
B. O poderoso evangelho do Filho de Deus (1.3-23) ............................. 110
1. A evidência do poder do evangelho entre os colossenses
(ação de graças e oração) (1.3-14) ...................................... 111
2. O cerne do evangelho: a supremacia de Cristo na criação
e na redenção (1.15-20) ....................................................... 143
3. A esperança oferecida no evangelho (1.21-23) ............................... 180
C. O mistério de Cristo no ministério e experiência cristã
de Paulo (1.24—2.5) ............................................................................ 193
II. O corpo da epístola: “continuem a viver nele” (2.6—4.6) ......................... 227
A. O cerne do assunto: permanecer centrado em Cristo (2.6-7) .............. 229
B. A ameaça ao viver cristocêntrico: advertência contra os
falsos mestres (2.8-23) ......................................................................... 237
1. A plenitude espiritual em Cristo (2.8-15) .......................................... 237
2. A promessa vazia do ensinamento falso (2.16-23) .......................... 277
C. Levando uma vida cristocêntrica (3.1—4.1) .......................................... 310
1. O pensamento celestial (3.1-4) ........................................................... 310
2. O despir-se das práticas do “antigo eu” (3.5-11) .............................. 321
3. O vestir-se das práticas do “novo homem” (3.12-17) ...................... 347
4. O senhorio de Cristo nas relações terrenas (3.18—4.1) .................. 369
D. Exortação à oração e ao testemunho cristão (4.2-6) ............................ 401
III. O encerramento da epístola, saudações, planos e instruções (4.7-18) .... 419

A EPÍSTOLA PARA FILEMOM


Bibliografia selecionada sobre Filemom ................................................... 447
Introdução a Filemom .................................................................................... 451
I. Um perfil básico: autor, recipiente, natureza e lugar de escrita ................... 451
II. A situação por trás da epístola ...................................................................... 454
III. O propósito e a relevância da epístola ........................................................ 461

Comentário sobre Filemom


I. O início da epístola (vv. 1-3) ............................................................................ 475
II. Ação de graças: “comunhão que procede da sua fé” (vv. 4-7) ................... 482
III. O corpo da epístola: o apelo de Paulo referente a Onésimo (vv. 8-20) ... 497
IV. O encerramento da epístola (vv. 21-25) ...................................................... 541
Introdução a Colossenses

A epístola para os Colossenses tem impactado a teologia e a prática


cristãs na proporção do seu tamanho. Os pensadores cristãos, desde o
período patrístico, voltaram-se para o ensinamento sobre o papel de Jesus
na criação e sua proeminência sobre a igreja para formular sua cristologia.
Os escritos de Paulo sobre pessoas que insistem em seguir determinados
tipos de regras como básicas ao crescimento espiritual são citadas por teó-
logos e também por leigos para defender o princípio da liberdade cristã. E
a seção parenética da epístola, embora breve, é tipificada por uma coleção
de princípios éticos abrangentes que fornecem orientação relevante para
os cristãos buscando traduzir seu compromisso com o Senhor Jesus na
prática. Nas páginas a seguir tentaremos descrever com tanta exatidão
quanto possível apenas o que essa breve, mas poderosa, epístola tem a
dizer sobre essas questões, bem como muitas outras tratadas na epístola.
Nossa preocupação é discernir o que essa porção da palavra de Deus tem
a dizer aos cristãos de hoje.
Mas esse objetivo só pode ser alcançado quando descrevemos de for-
ma cuidadosa e paciente o que essa epístola significou em seu contexto do
século I. Colossenses, como uma epístola, é um documento “ocasional”
cujo sentido e relevância estão intimamente relacionados com suas cir-
cunstâncias (mesmo que não estejam finalmente limitados a elas). Nossa
primeira tarefa, portanto, é descrever essas circunstâncias como o contexto
necessário em que o sentido do texto pode ser descoberto. Contudo, a
determinação dessas circunstâncias é particularmente complicada no caso
de Colossenses. Pois a localização da epístola no início do cristianismo é
um assunto de considerável debate. Muitos estudiosos estão convencidos
que a epístola não foi escrita por Paulo, mas por um seguidor dele após sua
Introdução a Colossenses 48

morte. Se esse fosse o caso, distorceria nossas conclusões sobre o sentido


de um número de textos específicos e também sobre toda a relevância
teológica da epístola. Uma segunda questão particularmente intrincada na
“localização” acurada de Colossenses é a natureza do falso ensinamento
ao qual Paulo está respondendo. Lidaremos com essas questões essenciais
e também com diversas outras menos debatidas e menos relevantes nas
seções a seguir. Seis questões estruturam nossa discussão: para quem a
epístola foi escrita? Quem a escreveu? Quando e onde ela foi escrita? Por
que foi escrita? Qual é o assunto da epístola? E como ela é organizada?
I. PARA QUEM A EPÍSTOLA FOI ESCRITA? COLOSSOS E OS
COLOSSENSES
J. B. Lightfoot, em seu comentário clássico sobre a epístola, afirmou
que “Colossos era a igreja menos importante para a qual foi dirigida
qualquer epístola de Paulo”.1 Colossos nem sempre foi uma cidade tão
insignificante. Colossos, localizada no vale do rio Lico na região oeste
central da Ásia Menor, foi aparentemente a cidade mais importante da
região nos séculos IV e III antes de Cristo. Ela era conhecida como o
centro de uma indústria têxtil vicejante a ponto de um certo tipo de lã
vermelha escura de alta qualidade ser conhecida como “lã colossense”.
Sua proeminência se devia em especial a sua localização no cruzamento
de duas estradas principais movimentadas: uma que ia de leste a oeste
ligando as cidades costeiras de Éfeso (193 quilômetros a oeste) e Sardes
com a região interior a leste; e outra estrada correndo de norte a sul. No
entanto, quando a última estrada foi movida para o oeste a fim de atra-
vessar a Laodiceia, começou o declínio de Colossos. Na época de Paulo,
Colossos não era tão grande nem importante quanto as cidades vizinhas
de Laodiceia (19 quilômetros a oeste) ou Hierápolis (24 quilômetros a
noroeste). Essas duas comunidades também tinham igrejas cristãs (Cl 2.1),
e Paulo escreveu uma epístola (agora perdida) para os laodicenses (veja Cl
4.16). Um terremoto devastou a região em algum momento no início da
década de 60.2 Sabemos que a Laodiceia logo foi reconstruída (conforme
1
Lightfoot, p. 16.
2
O historiador romano Tácito se refere a um terremoto que destruiu a Laodiceia
em 60-61 d.C. (Annals 14.27), enquanto o historiador cristão Eusébio menciona
um terremoto que devastou Laodiceia, Hierápolis e Colossos em 64 d.C. ou
por volta disso (Chronicle, 1.21-22). Eles provavelmente se referem ao mesmo
49 Introdução a Colossenses

Tácito sugere; e veja Ap 3.14-22, provavelmente escrito na década de 90),


e Colossos, no fim, também foi reconstruída, embora não saibamos com
que velocidade. A cidade está em ruínas (e nunca foi escavada) por séculos.
Colossos, geograficamente, pertencia à região da Frígia e, na época
de Paulo, fazia parte da província romana da Ásia. Sua localização em
uma importante estrada em uma época de considerável mobilidade e
de mistura de diferentes grupos étnicos que tipifica o Império Romano
significava que a população de Colossos era muito diversa. Uma maioria,
sem dúvida, era gentia, mas temos bom motivo para pensar que também
havia um número substancial de judeus. De acordo com Josefo, historiador
judeu, o governante selêucida Antíoco III (“o Grande”) assentara 2.000
famílias judias na região geral em 213 a.C. (Antiquities, 12.3-4). E Cícero, o
romano das letras, no século I a.C., refere-se ao confisco romano de uma
quantidade relevante de dinheiro de contribuição de judeus da região para
apoiar o templo de Jerusalém (a “taxa do templo”; veja as cartas de Cícero,
Pro Flacco 28). A diversidade da população e a exposição às últimas ideias
via viajantes que passavam por sua importante estrada significava que Co-
lossos era um lugar em que muitos pontos de vista religiosos e filosóficos
diferentes vicejavam e provavelmente se mesclavam. Essa diversidade ajuda
a explicar o movimento religioso aparentemente sincretista que estava
afetando os cristãos colossenses e que deu origem à carta. Ao mesmo
tempo, essa diversidade, conforme veremos abaixo, deixa notoriamente
difícil especificar os exatos contornos desse movimento.
Paulo, pelo que sabemos, nunca visitou Colossos e, com certeza, não
foi o fundador da comunidade cristã ali (veja Cl 2.1). Essa honra cabe a
Epafras, calorosamente elogiado por Paulo na epístola (1.7-8; 4.12-13). É
provável que Epafras seja um convertido da época do ministério de Paulo
de quase três anos em Éfeso na terceira jornada missionária (At 19). Éfeso,
como um importante centro comercial, era um lugar que pessoas de todas
as províncias visitavam e, foi assim, que por intermédio do ministério de
Paulo em Éfeso “todos os judeus e os gregos que viviam na província da
Ásia ouviram a palavra do Senhor” (At 19.10). Epafras, podemos supor,
era um desses que ouviram a palavra do Senhor transmitida por Paulo e
creu. Ele mesmo era de Colossos (“um de vocês” [4.12]) e, por isso, po-

evento. Lightfoot foi receptivo para a possibilidade de a data de Eusébio estar


correta (38-40), mas não tinha certeza disso.
Introdução a Colossenses 50

demos imaginá-lo pregando as boas-novas ali e estabelecendo uma igreja


cristã na cidade. Ele viajara para onde Paulo estava na prisão “por causa
de Cristo Jesus” e, aparentemente, se juntara a Paulo na prisão (em Fm
23, Paulo o chama de “companheiro de prisão”). Ele não pôde, portanto,
voltar a Colossos com a carta escrita por Paulo, por isso o apóstolo co-
missionou Tíquico para fazer esse trabalho no lugar de Epafras (Cl 4.7-8).
O motivo da viagem de Epafras para visitar Paulo quase com certeza foi
que ele queria conseguir a ajuda do apóstolo para lidar com uma variação
perigosa, porém esquiva, do evangelho cristão que surgira na comunida-
de. Portanto, Paulo escreve para uma comunidade que ele “adotou” por
intermédio de seu “filho” Epafras.
A epístola sugere que a maioria dos cristãos em Colossos eram gen-
tios. Paulo descreve a conversão dos cristãos colossenses em termos que,
embora talvez não sejam totalmente impossíveis de aplicar aos judeus,
descrevem mais naturalmente o que ao mesmo tempo “estavam sem Cristo,
separados da comunidade de Israel, sendo estrangeiros quanto às alianças
da promessa, sem esperança e sem Deus no mundo” (Ef 2.12). Veja em
especial Colossenses 1.12 — “[o] Pai, que nos tornou dignos de participar
da herança dos santos no reino da luz” — e Colossenses 1.21 — “Antes
vocês estavam separados de Deus e, na mente de vocês, eram inimigos
por causa do mau procedimento de vocês”. A menção de Paulo ao fato
de que foi “entre os gentios” que Deus escolheu tornar conhecido seu
mistério (1.27) aponta na mesma direção. Os pecados que caracterizavam
esses cristãos antes de virem para Cristo — “imoralidade sexual, impureza,
paixão, desejos maus e a ganância, que é idolatria” (3.5) — também são
mais tipicamente gentios que judaicos. Além dessas indicações positivas,
há também dois argumentos de silêncio que combinam (embora certa-
mente não provem) com uma audiência principalmente gentia: a falta de
quaisquer citações explícitas do Antigo Testamento; e a falta de qualquer
referência explícita à lei.3
II. QUEM ESCREVEU A EPÍSTOLA? AUTORIA
Colossos, é claro, afirma ser escrita pelo apóstolo Paulo (1.1), e essa
declaração é reforçada com consideráveis detalhes pessoais e circunstan-
3
A maioria dos comentaristas apresenta esses pontos; para uma declaração
sucinta, veja Moule, p. 29.

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