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Boas-novas
Por Martín Mammana – formado em Teologia e estudante de Comunicação Social na Universidade
Adventista do Plata. Fez um estágio na Redação da ACES.
INTRODUÇÃO
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para nos salvar por meio de Seu Filho Jesus.
Mas a pergunta é: Por que o evangelho está no coração da mensagem final de Deus
para a humanidade? Que impacto essas boas-novas podem ter em nossas vidas hoje?
DESENVOLVIMENTO
1. Boas-novas de paz
Vamos voltar ao primeiro capítulo de Apocalipse. Ali encontramos uma breve ex-
posição do tema principal que permeia o livro: as ações de Deus na história para nos
salvar, com ênfase especial no papel de Cristo como o centro do plano de salvação e
em Sua segunda vinda. Essa é a tônica da revelação que o apóstolo João recebe de
Jesus.
A mensagem é dirigida “às sete igrejas que estão na Ásia” (Ap 1:4). É importante
esclarecer que essas não eram as únicas congregações cristãs que estavam nesse es-
tado romano. Ao longo do livro do Apocalipse, encontramos várias séries de “setes”
(sete selos, sete estrelas, sete trombetas, sete lâmpadas, etc.). Cada uma delas usa o
sete de forma simbólica. Então, podemos concluir que acontece a mesma coisa no
caso das sete igrejas. Nas culturas suméria, babilônica, cananeia e israelita, o número
sete era um símbolo de totalidade e perfeição. Esse mesmo sentido aparece ao longo
de toda a Bíblia, quando é usado figuradamente.
Nas primeiras linhas do Apocalipse, encontramos uma saudação para todos os ou-
vintes: “Graça e paz seja convosco” (Ap 1:4). Essa maneira característica de saudação
da igreja cristã (ver, por exemplo, Rm 1:7; 1Pd 1:2; 2Jo 1:3) apresenta dois componen-
tes-chave do evangelho. A graça de Deus é Sua misericórdia e bondade em ação ao
perdoar nossos erros e pecados. A paz é o que recebemos quando aceitamos esse
perdão e aprendemos, com a ajuda de Deus, a perdoar os outros. Tanto a graça como
a paz são dons de Deus.
Essa paz que Deus nos oferece “excede todo entendimento” (Fp 4:7, NVT). O
impacto que esse dom divino pode ter em nosso mundo é ilustrado no resultado de
um chamativo “concurso” que aconteceu no final da Primeira Guerra Mundial. Um
jornalista ofereceu um prêmio de 100.000 dólares para a pessoa que apresentasse o
melhor plano para garantir a paz mundial. Entre as inúmeras propostas que o jurado
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analisou, a que ganhou tinha somente duas palavras: Try Jesus (experimente Jesus).
Parece uma fórmula muito simples, mas que bem faria à humanidade se todos a colo-
cássemos em prática! Qualquer outro plano para estabelecer a paz em nosso planeta
está destinado ao fracasso. Cristo é o único que pode nos oferecer a paz verdadeira
e duradoura. Ele mesmo disse: “Deixo-vos a paz, a minha paz vos dou; não vo-la dou
como o mundo a dá. Não se turbe o vosso coração, nem se atemorize” (Jo 14:27).
A mensagem final de Deus, para um mundo que associa o termo “apocalipse” com
caos, catástrofe e destruição, começa com um convite para encontrar a verdadeira
paz. O evangelho restaura nosso relacionamento com o Criador por meio da graça e
do perdão. Consequentemente, nos ajuda a reparar os laços rompidos com nossos
semelhantes. A mensagem que as sete igrejas da Ásia receberam há quase dois mil
anos também é para nós hoje: Cristo é o único caminho confiável para encontrar a paz
interior.
2. Boas-novas de Deus
As boas-novas de graça e paz não somente são relevantes por seu significado de es-
perança, mas pela importância de seu remetente. Em Apocalipse 1:4, 5, encontramos
o selo de autenticidade do livro. É uma lista curta de “assinantes” que garantem a
natureza divina da revelação.
O primeiro que é mencionado é o “...que era, e que há de vir” (Ap 1:4). Esse título
parece um eco de Êxodo 3:14, quando o Senhor Se apresenta a Moisés como “Eu sou
o que sou”. Simples assim. O Criador do Universo não precisa de outra apresentação.
Em todos os dicionários do mundo, não há uma única definição que possa abarcar a
grandeza do Seu ser.
A saudação que Apocalipse 1:4 apresenta também vem “dos sete Espíritos” que
estão diante do Trono de Deus. Como já foi mencionado, o número sete em Apoca-
lipse geralmente é usado de forma simbólica para representar a ideia de que algo
está completo. É interessante notar que o profeta Isaías, inspirado por Deus, usou
sete denominações diferentes para designar o Espírito Santo: Jeová (ou Senhor), sa-
bedoria, inteligência, conselho, poder, conhecimento e temor ou reverência (Is 11:2).
Portanto, podemos concluir que, através da linguagem figurada, João apresenta aqui
um segundo membro da Divindade: o Espírito Santo. O número sete é simplesmente
um símbolo de Sua plenitude e perfeição.
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como “Jesus Cristo, que é a fiel testemunha, o primogênito dos mortos e o príncipe
dos reis da terra” (Ap 1:5). Há algo especial nesse último integrante da Divindade: é
quem está conectado com a raça humana da forma mais profunda.
Na cidade de Roma, existe um palácio que possui uma bela pintura no teto de
seu salão principal. No entanto, a altura do teto torna difícil a apreciação da obra de
arte. Para que os visitantes possam observar os detalhes dessa obra-prima, o dono do
palácio colocou um espelho gigante no chão. Isso é exatamente o que Deus fez! Se
estudarmos detalhadamente a vida de Jesus na Terra, entenderemos a amplitude do
amor do Pai. Como representante do caráter e da vontade de Deus perante a huma-
nidade, Cristo foi uma testemunha fiel e perfeita.
Ele também é chamado de “primogênito dos mortos”, mas isso não está relacio-
nado a uma ordem cronológica. Jesus não foi o primeiro a ressuscitar. De fato, a Bíblia
registra vários casos de ressurreição antes da Sua. Mas é graças à Sua vitória sobre a
tumba que os que morrem confiando Nele têm a esperança de ressuscitar quando Ele
vier pela segunda vez (1Co 15:20-23). Aquele que é a origem da vida (Jo 1:4) reinará
para sempre, e não haverá poder humano que consiga se opor ao “príncipe dos reis
da terra” (Ap 1:5).
3. Boas-novas de amor
Imagine que você está em um aeroporto. Acabou de chegar um voo vindo de outro
país. Entre os que estão esperando na saída dos passageiros, é possível identificar
duas cenas completamente diferentes. De um lado, um homem vestido com um terno
especial espera um consultor internacional contratado por sua empresa. Como não o
conhece pessoalmente, segura em suas mãos um cartaz com o nome do convidado.
O homem do cartaz tem um olhar sério e quase inexpressivo. Afinal, ele está simples-
mente fazendo seu trabalho.
Ao mesmo tempo, uma família inteira regozija de alegria pela chegada da filha
mais velha, que acaba de voltar de um intercâmbio. A emoção aumenta cada vez que
a porta automática se abre e um novo passageiro sai. Finalmente, uma explosão de
alegria é ouvida quando a adolescente aparece e se derrete em um abraço com seus
entes queridos. Quanto contraste, não é?
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Esperar a segunda vinda é muito mais do que aguardar um simples evento. Não
somos como o executivo que espera um desconhecido com um cartaz no aeroporto.
Aquele que está voltando é nosso grande Amigo, que nos ama e nos conhece! A es-
pera fica mais intensa quando desenvolvemos um relacionamento pessoal com Ele.
A maior evidência de que Jesus nos ama é o fato de Ele ter morrido por nós na
cruz. Mas por que Ele fez isso? Era somente uma forma emotiva de nos mostrar o que
sentia por nós? Na realidade, o principal objetivo desse sacrifício foi nos limpar de
nossos pecados. Sua morte deve provocar um efeito transformador em nossas vidas.
Todos os que aceitam o convite carinhoso do Rei passam a fazer parte de Seu reino,
que é a igreja, formada por sacerdotes, que são seus membros. Quando o povo de Is-
rael estava no deserto, os sacerdotes eram os responsáveis por oferecer os sacrifícios
a Deus e interceder por todos os israelitas.
Não podemos falar do evangelho sem considerar o ponto central destas boas-no-
vas: “Deus é amor” (1Jo 4:8). Como o amor é a essência de Seu ser, Ele não poderia
deixar de dar tudo de Si para nos salvar. Ele nos libertou de uma existência vazia e
sem propósito para nos dar um lugar como súditos privilegiados de Seu reino. Como
devemos responder a tal convite?
CONCLUSÃO
Na literatura grega clássica, a palavra euangelion (da qual deriva o termo “evangelho”)
era usada para se referir a notícias de vitória, tanto quando o inimigo era derrotado
quanto quando o imperador triunfante retornava. Inspirados por Deus, os escritores
bíblicos usaram essa expressão para aludir à melhor notícia que o mundo já recebeu:
o triunfo de Cristo, nosso Comandante, sobre os poderes do mal e da morte, e Seu
retorno vitorioso.
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Este é o evangelho eterno apresentado em Apocalipse 14:6. Não existe outro ca-
minho para a salvação além daquele que nos conduz à cruz de Jesus. E nunca deixa-
remos de contar a história do plano de resgate que Deus planejou mesmo antes de
pecarmos e nos afastarmos Dele. “Porque Deus amou o mundo de tal maneira que
deu o seu Filho unigênito, para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha
a vida eterna” (Jo 3:16). Essas são as boas-novas do amor de Deus que enchem nosso
ser de paz interior!
Você deseja que esse dia chegue? Deseja que o mal e a desgraça sejam substituí-
dos pela paz e pelo amor de Deus? Este é o momento para tomar uma decisão. Não
há tempo a perder. O próprio Jesus que morreu, ressuscitou e subiu aos Céus é quem
voltará por você. A única coisa que Ele está esperando é a sua decisão (2Pd 3:9).
Você gostaria de responder afirmativamente ao Seu convite? Vamos contar para Ele.
Feche os olhos e junte-se a mim em uma oração.
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