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NOME DO ALUNO: Allan Dias Velasque

RESENHA DO CURSO ONLINE: A obra de Cristo

CIDADE: CUIABÁ/MT
ANO: 2023

Resenha crítica apresentada em cumprimento às exigências da


Disciplina de Teologia Sistemática IV (Cristologia) do Curso
Médio em Teologia do Instituto Bíblico Rev. Augusto
Araújo-IBAA, ministrada pelo prof. Nelson Júnior Abreu.
Nome: Allan Dias Velaque
Curso: Médio em Teologia
Data: 21/11/2023
Disciplina: Teologia Sistemática IV(Cristologia)
Professor: Nelson Júnior Abreu

1. REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA DO CURSO ONLINE

Título: A Obra de Cristo


Autor: RC Sproul
Canal: Ligonier
Ano: 2014

2. APRESENTAÇÃO DO PROFESSOR

Robert Charles Sproul, (13 de fevereiro de 1939, em Pittsburgh, 14 de dezembro de 2017


Pensilvânia) foi um teólogo neo calvinista estadunidense e pastor. Ele foi o fundador e
presidente da Ligonier Ministries, uma organização para produção de mídia e discussão
teológica sediada em Orlando), era ouvido diariamente no programa de rádio Renewing
Your Mind difundido nos Estados Unidos e em mais 60 países. A Ligonier realiza várias
conferências teólogicas a cada ano, incluindo a principal conferência realizada anualmente
em Orlando, Flórida, em que Sproul era um dos principais oradores.

3. PERSPECTIVA TEÓRICA DO CURSO

A perspectiva de R.C. Sproul sobre a Obra de Cristo enfatiza fortemente a interconexão


inseparável entre a pessoa e a obra de Cristo. Ele defende que a compreensão da obra de
Cristo é enriquecida ao entender quem Cristo é, e vice-versa. Sproul coloca um foco
particular na ideia de que a obra de Cristo não começa com seu nascimento humano, mas
na aliança da redenção, um pacto eterno dentro da Trindade.

Ele destaca a natureza trinitária tanto da criação quanto da redenção, enfatizando a


cooperação harmoniosa entre o Pai, o Filho e o Espírito Santo, onde o Pai planeja, o Filho
executa, e o Espírito Santo aplica. A encarnação de Cristo é vista como um momento
crucial, o clímax da revelação divina, cumprindo as profecias e as expectativas messiânicas.
Esta encarnação, juntamente com a vida, a morte, a ressurreição e a exaltação de Cristo,
são vistas como fundamentais para entender tanto a natureza divina de Cristo quanto seu
papel redentor.

Além disso, Sproul enfatiza a importância da humilhação e exaltação de Cristo,


argumentando que os cristãos devem se identificar com a humilhação de Cristo para
compartilhar de sua glória. Ele também discute a autoridade suprema de Cristo sobre a
criação e a Igreja.
4. BREVE SÍNTESE DO CURSO

A obra redentora de Cristo é central para a fé cristã, intrinsecamente ligada à Sua Pessoa.
Sua encarnação, vida, morte, ressurreição e exaltação são fundamentais para entender
tanto Sua natureza divina quanto Seu papel redentor. A identificação dos cristãos com Sua
humilhação e morte é essencial para compartilhar de Sua glória.

5. PRINCIPAIS TESES DESENVOLVIDAS NO CURSO

Indissociabilidade da Pessoa e Obra de Cristo

1. Em teologia, fazemos distinção entre a pessoa de Cristo e a obra de Cristo por


diferentes razões. Apesar disso, nunca devemos imaginar ou pressupor que a
pessoa de Cristo se separa de Sua obra. Fazemos isso em teologia de forma
didática, ou seja, Cristo e Sua obra são indissociáveis.

2. Entendemos melhor a obra de Cristo quando entendemos a Pessoa que fez e faz a
obra, ao mesmo tempo que Sua obra revela quem Ele é. Sua obra e pessoa podem
ser distintas, mas nunca separadas.

A Aliança da Redenção na Eternidade

1. A aliança da redenção pauta todas as demais alianças. Ela começa na eternidade,


pactuando um acordo entre a Trindade e determina todos os atos de Deus, desde a
criação, queda, as demais alianças e promessas, a escolha de um povo, o Filho
descer do céu, abrir mão de sua exaltação, encarnar, se humilhar, morrer na cruz,
ascender ao céu e ser exaltado novamente (Efésios 1:9-10).

2. A obra de Cristo inicia na aliança da redenção, um pacto eterno na divindade,


revelando a obra trinitária de criação e redenção, onde o Pai planeja, o Filho executa,
e o Espírito Santo aplica.

A obra de Cristo não começa no seu nascimento, mas na aliança da redenção.

1. A aliança de redenção não se refere a uma aliança que Deus tenha feito primeiro
com homens, mas sim na eternidade, dentro de sua própria divindade (Efésios 1:4-
5).

2. Não apenas a criação é uma obra trinitária, mas a redenção também (Gênesis 1:1-
2; João 1:1-3).

3. O Pai desenhou, o Filho executou e o Espírito Santo aplica, não há uma luta, no
entanto, dentro da divindade, mas um acordo eterno.
A Obra Trinitária na Redenção

1. A redenção, como a criação, é uma obra trinitária, onde cada pessoa da Trindade
tem um papel específico, mas harmonioso.

2. A Encarnação como Clímax da Revelação de Deus

3. Filipenses 2:5-8: Segundo RC Sproul, aqui a ideia é de "Kenosis", significando o


esvaziamento e está intrinsecamente conectada com a humilhação de Cristo, que
abriu mão do privilégio de ser o Filho de Deus e de sua exaltação para se humilhar
em corpo humano, debaixo da maldição da morte, e foi até o lugar mais baixo
possível nessa humilhação, a cruz.¹

4. A encarnação é vista como o ápice da revelação divina. O nascimento de Jesus,


marcado por anúncios angelicais e cânticos, cumpre profecias e expectativas
messiânicas, simbolizando a plenitude dos tempos.

¹ Existe divergência teológica quanto ao significado do termo “kenosis”, derivado de Filipenses 2:5-8, sobre a interpretação
do que o “esvaziamento de Cristo” significa. Alguns defendem a interpretação literal, enquanto outros a interpretação
figurativa. Interpretações à parte, RC Sproul não comenta nada que dê a entender que sua interpretação é figurativa,
portanto, vou presumir que ele assumiu a interpretação literal. Apesar disso, é importante ressaltar que meu objetivo é
sintetizar suas ideias e colocar os principais pontos de sua aula na síntese, em breve teremos todos a chance de perguntar
para ele qual teria sido a melhor interpretação.

A Humilhação e Exaltação de Cristo

1. Depois da morte na cruz, Ele é novamente exaltado pelo Pai (Atos 2:33).

2. Jesus não tem reputação alguma em sua encarnação, pelo contrário, Ele não
apenas abriu mão do seu direito de Filho de Deus, no céu, como também não
requereu nenhum direito de cidadão na Terra (João 1:14).

3. Cristo se humilha voluntariamente na encarnação, culminando na crucificação,


seguida por Sua exaltação. Os cristãos devem se identificar com Sua humilhação
para compartilhar de Sua glória.

A Identificação do Cristão com a Morte de Cristo

Precisamos, de acordo com o que Paulo escreve aos Filipenses, nos identificar com a
humilhação de Jesus, ou seja, precisamos tomar parte na sua morte, sem a qual, jamais
experimentaremos a sua exaltação (Filipenses 2:1-11).
A Autoridade de Cristo sobre a Igreja

Cristo, como a segunda pessoa da Trindade, possui autoridade suprema sobre a criação e
a Igreja, atuando como o episkopos que supervisiona e cuida de Sua noiva.

O Significado Teológico do Nascimento de Cristo

O nascimento de Cristo é teologicamente significativo, marcando o início da obra redentora


de Deus, onde a encarnação representa o cumprimento de um propósito divino
estabelecido na eternidade.

As Profecias e a Expectativa da Vinda do Messias

As profecias do Antigo Testamento e a expectativa messiânica são cumpridas na vinda de


Cristo, revelando a continuidade e o cumprimento do plano de salvação de Deus.

A Submissão de Cristo à Vontade do Pai e Sua Obediência Perfeita

A submissão de Cristo à vontade do Pai e Sua obediência perfeita refletem a harmonia e o


propósito na Trindade, demonstrando o amor sacrificial e redentor de Cristo pela
humanidade.

Aspectos Detalhados da Encarnação de Cristo:

1. O início da obra de Cristo está enraizado na encarnação, na aliança.

2. Começa pela anunciação do anjo Gabriel a Maria (Lucas 1:26-38).

3. Seguido por três cânticos. No Antigo Testamento, quando Deus realizava uma obra
particularmente significativa de libertação ou de resgate, havia uma celebração por
meio de cânticos, a exemplo do cântico de Moisés, de Miriã, Débora e, por fim, em
Apocalipse, que promete que o Senhor dará ao seu povo uma nova canção quando
nossa redenção for concluída. Lucas registra as três canções que celebram a
encarnação: o cântico de Maria, de Zacarias e de Simeão.
O conteúdo dos cânticos:

1. Cântico de Maria: “Pois Ele considerou a condição humilde de sua serva. Todas as
gerações me chamarão de bem-aventurada.” Em outras palavras, o Santo me notou
(Lucas 1:46-55).

2. Apesar de Maria se surpreender e duvidar da possibilidade, o anjo afirma que para


Deus tudo é possível: Em Cristo, do nada tudo veio à existência, da morte à vida, da
maldição à bênção, do pecado à salvação, da queda à exaltação.

3. O mesmo Deus que pairou sobre as águas, sobre o vazio e sobre as trevas, pairou
e paira sobre sua igreja.

4. Em Adão, Deus soprou o fôlego de vida, no ventre de Maria o próprio Deus encarnou
sua vida, em nós o Espírito habita.

5. No cântico, Maria entende que o bebê em seu ventre não tem uma finalidade isolada
na história, Ele era a expectativa de toda a história; de todo o Antigo Testamento
“como falou a nossos pais, a Abraão e a sua descendência para sempre” (Gênesis
12:1-3).

6. Pleroma: “A plenitude dos tempos”: A encarnação de Jesus não foi um ato


desesperado ou não desejado por Deus, a encanação foi o clímax da sua revelação
gloriosa a seu respeito; a criação revela sua glória, mas o tempo também. Deus não
serve ao tempo, o tempo serve a Deus e seus eternos propósitos. Neste sentido, o
tempo está submetido à revelação de Jesus e, em sua plenitude, Jesus encarnou
em forma de homem.

a. Não foi um impulso tardio;


b. Não foi uma resposta de Deus em relação à queda;
c. O tempo foi criado por Deus e em sua plenitude (pleroma) o tempo recebeu
a encarnação do Filho;
d. O verbo é a fonte de poder e motivação de toda a criação, inclusive do tempo.
e. A perfeita santidade do verbo se satisfaz na glória do Pai; o Pai foi glorificado
na encarnação, obediência perfeita, morte e ressurreição do filho;
f. A plenitude dos tempos, portanto, é o ápice da história de Deus e de sua
revelação, em cumprimento à aliança da redenção estabelecida na
eternidade;

7. Assim como uma mulher grávida que geme aguardando o parto e depois se alegra
em ver o rosto do filho, a Terra geme aguardando o Senhor e Sua obra definitiva;
8. A criança, portanto, chegou quando o tempo preencheu toda a sua capacidade; o
exemplo dado por Sproul foi de um copo cheio de água, até a tampa, há um milésimo
de segundo exato entre o limite máximo do copo e a água transbordar pelas laterais,
para ele, o “pleroma” é justamente esse milésimo de segundo, quando o copo não
consegue comportar mais um mililitro de água sequer, então ele transborda, na
plenitude do tempo, quando o tempo estava completamente preenchido da vontade
e da história de Deus, que preparou-se para aquele momento, então a “semente da
mulher” transborda e o Filho eterno se conecta com o tempo humano por meio da
encarnação

9. A história foi tão perfeitamente preparada por Deus que Ele decretou o momento
perfeito em que no “pleroma”, Jesus nascesse de Maria, uma criatura humilde,
simples, numa manjedoura, enrolado por panos.
10. Outro cântico é chamado também como a profecia de Zacarias, conhecido como
Bendictus (Cântico de Zacarias cheio do Espírito)

11. O termo usado aqui, para visitação de Deus é um verbo complementado por um
substantivo grego que forma a palavra “episkopos” (olhar por cima; supervisionar);

12. Skopos é a raiz da palavra escopo, com derivações como telescópio, microscópio,
etc. osciloscópios são usados para vermos algo impossível de ser visto a olho nu

13. Epi, por outro lado, intensifica e aumenta o significado da raiz; episcópio é alguém
que olha de maneira forçada e atentamente, sem perder o foco, completamente
envolvido naquela tarefa

14. No mundo Grego Antigo, o episkopos era o general dos exércitos que andava pelo
acampamento dos soldados e revisava as tropas para assegurar que eles estavam
prontos para ir para a guerra. Se eles não estivessem preparados, recebiam
punições, se estivessem prontos, recebiam elogios

15. Jesus é referido como o bispo da igreja, ou seja, como o episkopos de nossas almas,
aquele que supervisiona sua noiva

16. O povo judeu ansiava pela visita desse “general” para avaliar as condições deles,
alguns temiam o julgamento, outros tinham grande esperança no “elogio;
17. Na cânção, Zacarias diz: “Ele visitou e redimiu o seu povo”, portanto, o cântico é
uma celebração pela alegria de terem recebido uma visita para serem redimidos,
isto era profético, pois, Jesus ainda não havia morrido e ressuscitado, concluindo a
missão dada pelo Seu Pai, fato que seria a garantia da redenção aguardada;

6. REFLEXÃO CRÍTICA SOBRE O CURSO E IMPLICAÇÕES PARA O MINISTÉRIO.

Em Provérbios está escrito que o caminho do justo é como a luz da aurora, que vai
brilhando mais e mais até ser dia perfeito (Provérbios 4:18). A aurora é aquela luz que corta
a escuridão da madrugada. As noites nem sempre são escuras, pois o reflexo das estrelas
e, principalmente, do Sol na Lua, traz algum tipo de claridade. Há um momento, porém, em
que a Lua se põe¹, quando a Terra atinge uma posição exata em sua rotação, de maneira
que o reflexo do Sol na Lua não pode mais ser visto; não há uma escuridão maior do que
essa durante a noite. Há somente um pouco da luz solar refletida por minúsculas partículas
de poeira no espaço, que chamamos de luz zodiacal². Logo que os primeiros feixes de luz
cortam a escuridão, vemos a aurora; ela é a claridade antes do romper do dia. Esse
intervalo tenebroso pode ser comparado ao parto; a mulher grávida sente dores
inimagináveis e inexplicáveis até que o filho nasce. Ela geme, chora, aperta os lençóis,
grita e, algumas vezes, desmaia de dor. Para então, subitamente, a criança nascer, e a
vida banha de alegria e se espalha entre todos

Jesus é a aurora na escuridão. Ele é a fonte de luz que irradia para todos os luzeiros do
céu, não apenas o céu que podemos ver, mas o universo em expansão com toda a sua
imensidão, cujos homens são incapazes de conhecer e explicar. Essa luz do Verbo
sustenta toda a criação por amor à sua glória. O Senhor Deus não é digno da nossa
confiança porque Ele pode nos ajudar em momentos difíceis, como muitos baseiam sua
esperança. Um grande número de doutrinas hoje se baseia em aspectos secundários ou
mesmo consequentes da Obra de Cristo. O Senhor Deus também não é digno da nossa
confiança porque Ele nos criou, ou porque abençoou Israel e hoje abençoa a igreja. O
Senhor Deus não é digno da nossa confiança porque pessoas foram curadas, ou
ressuscitadas, ou porque recebemos dons espirituais. O Senhor Deus não é digno de
nossa confiança por conta da nossa doutrina, por mais coerente, racional e lógica que seja;
bem como não é o tempo ou os atos da criação que sustentam a vida.

Embora a Terra tenha um conjunto perfeito de elementos que nos dão condições de habitá-
la, não é isso que assegura a nossa existência. Não há argumento algum, seja forte ou
fraco, bem articulado ou mal elaborado, que substitua a imutável, maior e absoluta verdade
de todas: o cerne da nossa fé e existência é o amor perfeito e santo de Deus por Si
mesmo e por Sua própria glória. Esta é a razão pela qual não somos consumidos; é por
conta desse santo e infalível amor de Deus por Sua glória que fomos criados, salvos da
morte e da escuridão, e recebemos toda sorte de bondade e bênçãos. Deus não está
submetido a nada, a ninguém, ou a qualquer coisa além de Si mesmo; Deus não está
submetido nem mesmo à igreja. Pelo contrário, a autoridade da igreja é a autoridade que
Deus concede. Não há um Deus acima Dele, não há alguém para quem Ele preste contas.
O Senhor é auto-suficiente e satisfeito em Si mesmo. Ele é a luz da aurora que ilumina o
caminho do justo até ser dia perfeito, e Ele também é o caminho pelo qual o justo anda
(João 14:6). Ele justifica o caminhante para que este seja aceito e visto sem sombras no
dia perfeito. Ele é a glória vista na encarnação (João 1:14), a luz que vimos e que separou
as trevas, a luz que iluminou a muitos para a salvação e manteve outros cativos pelo
pecado (João 1:5). É fundamentalmente importante, a ponto de merecer redundância e
clareza total: é impossível, conforme define o dicionário, 'que ou o que não pode ser, existir
ou acontecer', que a igreja seja edificada sobre qualquer outro fundamento que não seja o
reconhecimento e entendimento de que Jesus Cristo é o Filho de Deus. Esta verdade é a
pedra angular da fé que professamos (Efésios 2:20). Por meio de Cristo e de Sua obra
redentora na cruz, nós conhecemos o Pai (João 14:6); conforme as Escrituras afirmam, se
O negarmos aqui, Ele também nos negará no céu (Mateus 10:33). Por outro lado, se
compartilhamos da morte de Cristo, através da fé, também compartilharemos da Sua
ressurreição (Romanos 6:5). Por meio da fé, derramamos sobre Cristo os nossos pecados
(1 Pedro 2:24) e, também pela fé, somos justificados pelo Justificador (Romanos 3:26), que
derrama sobre nós Sua Obra (2 Coríntios 5:21).

A grande questão que poucos querem responder é: qual obra é imputada a nós? A resposta
encontra-se no coração do evangelho: é a obra de Cristo, Sua justiça, Sua obediência, Sua
morte sacrificial e Sua ressurreição, que são imputadas a nós (2 Coríntios 5:21). Isso ocorre
por meio da fé, quando depositamos nossa confiança, esperança e vida nas mãos de
Cristo, imputando a Ele nossos pecados pela confissão e recebendo em troca a Sua justiça
pela oblação (Romanos 3:22-26). Esta troca maravilhosa é a essência do que significa ser
salvo e o fundamento sobre o qual a igreja é construída.

O Senhor Jesus nasceu de uma mulher humilde, virgem, foi enrolado em panos (Lucas
1:27), entre animais, debaixo da escravidão dos seus pais, que se refugiaram no Egito
(Mateus 2:13-15), cresceu em sabedoria, estatura e graça (Lucas 2:52), foi batizado para
cumprir as escrituras (Mateus 3:13-17), operou sinais e poder (João 20:30), ensinou a
muitos (Mateus 5-7), foi seguido até o fim por poucos, fez discípulos (Mateus 28:19),
instituiu a ceia (1 Coríntios 11:23-26), orou até sangrar (Lucas 22:44), foi traído pelo seu
amigo, o código da traição era um beijo, o motivo era dinheiro (Mateus 26:14-16, 47-50). O
dinheiro proveniente da corrupção do templo, lugar que Ele derrubou as mesas, expulsou
os cambistas e expôs os religiosos que usaram aquelas mesmas moedas para pagar Judas
(Mateus 21:12-13, Mateus 26:14-15). o Senhor prometeu que se 'o templo' fosse destruído,
seria restaurado em três dias (João 2:19-22). Em seguida, o Senhor viu uma figueira, que
era um dos símbolos de Israel, e por não ter frutos, Ele a amaldiçoou, pois, toda árvore
sem frutos não serve para nada (Marcos 11:12-14, 20-21). A Lei não foi capaz de levantar
os homens da queda para produzirem por si só frutos de justiça (Gálatas 3:10-11), nem
todos os cordeiros do mundo teriam sangue suficiente para aplacar a ira do Pai e satisfazer
Sua justiça, somente o Cordeiro Verdadeiro, Seu Filho, que naquela madrugada escura,
preso como um malfeitor, caminhou mudo ao matadouro, não defendeu a si mesmo (Isaías
53:7). Depois de sua exposição expúria, terrível e vergonhosa, Ele recebeu a ira justa e
completa de Deus (Isaías 53:5), no exato momento em que Deus manifestou o poder de
Sua glória a carne fraca não pôde suportar.

Jesus recebeu sobre Si o castigo que nos traz a paz, foi picado pela maldição da serpente
e a Si mesmo se fez maldito, como está escrito: 'maldito todo aquele que for pendurado em
madeiro' (Gálatas 3:13), absorvendo o veneno da morte ao ser 'levantado no deserto'
(Números 21:8-9). De maneira que já não havia nele qualquer beleza, derrotando na cruz
a morte e o limite do tempo. Ali, morto, estava o 'Rei dos Judeus', rasgando todo escrito de
dívida que tínhamos (Colossenses 2:14); recebemos o 'tetelestai' do Senhor, a confirmação
de que agora Deus não pode mais nos acusar. Ao terceiro dia, Ele ressuscitou e foi exaltado
pelo Seu Pai (Romanos 6:4-5; Efésios 1:20). Agora constituiu para Si uma comunidade de
santos remidos e derramou sobre ela Seu Espírito (Efésios 5:25-27), para que os eleitos
de Deus fossem testemunhas de Sua glória, para que fôssemos o louvor da Sua Obra e
conhecêssemos a Deus por meio da Pessoa de Cristo (1 Pedro 2:9).

A despeito da impossibilidade e da imutabilidade da pedra angular ser o eixo central


absoluto, pois 'nele não há variação ou mudança' (Tiago 1:17), o evangelicalismo hoje se
ampara, na maior parte dele, nas promessas imediatistas que fazer parte do clube social
que chamam de igreja pode trazer. Para defender tais promessas, só tivemos que dar
continuidade ao que Satanás fez com Eva e adulterar a Palavra de Deus.

Para ilustrar, eu gosto de pensar na ideia das bonecas russas, aquelas que são conhecidas
por serem um conjunto de bonecas de tamanhos decrescentes colocadas umas dentro das
outras. Neste conceito, Jesus, como pedra angular, é a maior e mais abrangente
"Matrioska", que contém e dá sentido a todas as outras verdades ou doutrinas menores.
Cada doutrina ou ensinamento da igreja, por mais variado que seja, encontra sua origem,
sustentação e significado em Cristo. Assim, o amor, a graça, a redenção, a comunhão, a
missão e todos os outros aspectos do Cristianismo são como Matrioskas menores que se
abrem para revelar a verdade de Cristo em seu centro. A promessa da segunda vinda de
Cristo hoje está ancorada na sua primeira vinda que, por sua vez, está conectada em
muitas alianças e promessas feitas ao longo da história, mas todas elas têm um pilar único:
a aliança de redenção feita por Deus, na eternidade, motivado pelo amor à sua própria
glória, como dito anteriormente.

Não apenas as promessas e as alianças emanam do Pacto de Redenção entre a Trindade,


mas tudo o que se segue na história também faz parte de uma enorme cadeia de
dependências, semelhante à 'Matrioska'. Essa cadeia não inclui apenas a história, mas
também todos os princípios da subsistência da vida: a luz, a terra, as plantas, os animais,
os homens, o fôlego de vida, a morte, as leis que regem o universo visíveis e invisíveis, o
tempo, a encarnação de Jesus, seu batismo, seu ministério, sua crucificação, sua
ressureição, sua exaltação, a igreja, o testemunho dos apóstolos e até a eternidade.

Portanto, a explicação mais razoável para o grande número de pessoas que se reúnem em
lugares denominados igrejas, sem reconhecer que Jesus é o início, meio e fim, só pode ser
uma: os homens continuam dando ouvidos aos seus semelhantes. Assim como Adão
preferiu ouvir o reflexo de sua humanidade ('Porquanto deste ouvidos à voz de tua mulher,
e comeste da árvore de que te ordenei, dizendo: Não comerás dela'; Gênesis 3:17), eles
também seguem se relacionando com o pai da mentira, condenados pelo desejo de ser
como Deus, rejeitando o Filho: 'E a condenação é esta: a luz veio ao mundo, e os homens
amaram mais as trevas do que a luz, porque as suas obras eram más. Porque todo aquele
que faz o mal odeia a luz e não vem para a luz, para que as suas obras não sejam
reprovadas' (João 3:19-20).

¹Escuridão Antes do Nascer do Sol: A terra fica mais escura logo antes do nascer do sol devido a um fenômeno conhecido
como "o crepúsculo astronômico". Durante a noite, a atmosfera terrestre espalha um pouco da luz das estrelas e da lua,
proporcionando uma certa luminosidade. No entanto, antes do nascer do sol, quando a lua e as estrelas se põem ou seu
brilho diminui, e o sol ainda não surgiu, há uma redução nesse espalhamento de luz, resultando em um período de
escuridão mais intensa. Além disso, a poluição luminosa e outros fatores atmosféricos podem afetar a percepção de
escuridão neste período.

²A luz zodiacal vem da luz solar refletida por minúsculas partículas de poeira no espaço, que estão distribuídas ao longo
do plano do sistema solar, conhecido como eclíptica. Geralmente é visível no céu ocidental após o pôr do sol ou no céu
oriental antes do nascer do sol. A luz zodiacal se estende ao longo da eclíptica. A luz zodiacal aparece como um cone de
luz tênue que se estende para cima, com uma coloração levemente amarelada ou branca. A intensidade da luz é bastante
fraca, o que a torna um desafio para ser observada em áreas urbanas. A luz zodiacal não deve ser confundida com a Via
Láctea, que também é uma faixa de luz no céu, mas é causada pelas estrelas de nossa própria galáxia. Além disso, não
deve ser confundida com o crepúsculo ou auroras, que são fenômenos atmosféricos terrestres.

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