Você está na página 1de 15

INTRODUÇÃO

A – ETIMOLOGIA
Pneumatologia – Do grego pneumatos (significa espírito) + logos (significa revelação,
palavra). O termo significa doutrina do Espírito Santo.

B – A DOUTRINA DA TRINDADE NA HISTÓRIA (Berkhof)


A doutrina da trindade sempre enfrentou dificuldades e, portanto, não é de admirar
que a igreja, em seus esforços para formulá-la, tenha sido repetidamente tentada a
racionalizá-la e a dar-lhe uma construção que deixava de fazer justiça aos dados da
Escritura.

B1 – PERÍODO DA PRÉ-REFORMA.
Os judeus do tempo de Jesus davam muita ênfase à unidade de Deus, e esta ênfase
foi trazida para dentro da igreja cristã. O resultado foi que alguns eliminaram
completamente as distinções pessoais da Divindade, e que outros não fizeram plena
justiça à divindade essencial da segunda e da terceira pessoas da Trindade Santa.
Tertuliano - foi o primeiro a empregar o termo “Trindade” e a formular a doutrina,
mas a sua formulação foi deficiente, desde que envolvia uma infundada subordinação
do Filho ao Pai.
Orígenes - foi mais longe nesta direção, ensinando explicitamente que o Filho é
subordinado ao Pai quanto à essência, e que o Espírito Santo é subordinado até mesmo
ao Filho. Ele desacreditou a divindade essencial destas duas pessoas do Ser Divino e
forneceu um ponto de partida aos arianos.
Arianos - negavam a divindade do Filho e do espírito Santo, apresentando o Filho
como a primeira criatura do Pai, e o Espírito Santo como a primeira criatura do Filho.
Assim, a consubstancialidade do Filho e do Espírito Santo com o Pai foi sacrificada,
com o fim de preservar a unidade; e, segundo esse conceito, as três pessoas da
Divindade diferem em grau de dignidade. Os arianos ainda conservaram resquícios da
doutrina das três pessoas da Divindade, mas esta foi inteiramente sacrificada pelo
monarquianismo.
Monarquianismo – A divindade e pessoalidade do Espírito Santo foram negadas
por Sabellius no terceiro século desta era e deu origem ao movimento chamado
monarquismo. Sabellius sustentava que não existiam três pessoas na deidade, mas um só
Deus que se manifestava em três formas diferentes (modalismo). A doutrina das três
pessoas da Divindade foi sacrificada em parte no interesse da unidade de Deus e em
parte para manter a divindade do Filho.
· O monarquianismo dinâmico via em Jesus apenas homem e no espírito Santo uma
influência divina. Jesus se tornou o Cristo após o batismo, ao se tornar habitação do
Cristo.
· O monarquianismo modalista considerava o Pai, o Filho e o Espírito Santo
meramente como três modos de manifestação assumidos sucessivamente pela
Divindade.
Pneumatomaquianos – São chamados de pneumatômacos (= adversários do
Espírito Santo). Também chamados macedônios, em referência ao bispo Macedônio[1],
opunham-se à divindade do Espírito Santo, isto foi no final do século IV Por outro lado,
também houve alguns que a tal ponto perderam de vista a unidade de Deus, que
acabaram no triteísmo.
A igreja começou a formular a sua doutrina da Trindade no século quarto. O
Concílio de Nicéia (325 A.D.) declarou que o Filho é co-essencial com o Pai, enquanto
que o Concílio de Constantinopla (381 A.D.) afirmou a divindade do Espírito, embora
não com a mesma precisão. Quanto à interrelação dos três, foi oficialmente declarado
que o Filho é gerado pelo Pai, e que o Espírito procede do Pai e do Filho. No Oriente, a
doutrina da Trindade encontrou a sua proposição mais completa na obra de João de
Damasco, e no Ocidente, na grande obra de Agostinho, De Trinitate. A primeira ainda
retém um elemento de subordinação, inteiramente eliminado pela segunda.

B2 – PERÍODO DA REFORMA
Socinianos – Durante a reforma, os socinianos, baseados nas idéias de Lélio
Socínio, propagadas por seu sobrinho Fausto Socínio, consideram que em Deus há uma
única pessoa e que Jesus Cristo é um homem comum
Unitarianismo – (Os irmãos que negam a trindade) – O unitarianismo foi
inicialmente uma manifestação dentro da reforma protestante, o intelectual espanhol
Miguel de Servetto discordou da doutrina da Trindade e publicou vários livros a este
respeito dando início às primeiras igrejas unitárias, os anabatistas. Este unitarismo pode
se manifestar como uma forma de modalismo, ou seja, Deus é um só que se manifesta
de várias formas ao longo da história, ou ainda pode também considerar Deus como
uma só pessoa que é o pai de Jesus, um homem que foi elevado à divindade no seu
batismo, ou ainda uma forma de arianismo. Esta vertende existe até hoje e não há uma
definição única em sua manifestação.

B3 – PERÍODO DA PÓS-REFORMA.
Depois da Reforma não temos maior desenvolvimento da doutrina da Trindade, mas
o que encontramos repetidamente são algumas das errôneas formulações antigas.

E – A IMPORTÂNCIA DO ESTUDO SOBRE O ESPÍRITO SANTO


O estudo do Espírito Santo de Deus é importante devido a Quem Ele é, o que Ele
fez e ainda fará.
1) Sua Pessoa - O Espírito Santo é Deus e aquilo que se conhece verdadeiramente de
Deus é o alicerce da religião.
2) Sua Obra - Enquanto o mundo parece somente associar o Espírito Santo ao fanatismo
religioso, Ele se mantém ativo em todas as áreas da vida. Ele é o Criador, também
trabalha na providência, na natureza, na política, nos talentos humanos, na salvação e no
crescimento espiritual. Ele inspirou a Bíblia e agora ilumina as nossas mentes para que
possamos entendê-la.

Sua vinda ao mundo era tão necessária para a nossa salvação quanto a vinda de
Cristo. Sem o Espírito nossa religião é vazia e não temos prova de nossa salvação
(Romanos 8:9). O Espírito Santo nos dá vida física, espiritual e ressurreta (Jó 33:4; João
3:5; Romanos 8:11). O Espírito Santo é o autor de tudo que é bom e agradável em nossa
existência (Gálatas 5:19-22).

O ESPÍRITO SANTO
A tarefa do Espírito Santo é a manifestação da presença ativa de Deus no mundo, especialmente
na igreja. Esta definição indica que o Espírito Santo é o membro da Trindade que as Escrituras
representam mais frequentemente como estar presente para fazer a obra de Deus no mundo. Enquanto isto
é verdade até certo ponto em todas as Escrituras, é particularmente verdadeiro no que diz respeito à nova
aliança. No Antigo Testamento, a presença de Deus apareceu muitas vezes na glória de Deus e nas
teofanias. Nos Evangelhos, Jesus mesmo disse que era à presença de Deus entre os homens. Mas, depois
da ascensão de Jesus ao céu, e continuando ao longo da era da igreja, o Espírito Santo é hoje
a principal manifestação da presença da Trindade entre nós. Ele é o único que é
proeminente presente entre nós agora.
Ao passarmos da cristologia para o soteriologia, passamos do objetivo para o
subjetivo, da obra que Deus realizou por nós em Cristo e que é, em seu aspecto
sacrificial, uma obra concluída, para a obra que Ele (Espírito Santo) realiza no correr do
tempo nos corações e nas vidas dos crentes.
A Escritura nos ensina a reconhecer certa economia na obra da criação e
redenção e autoriza o que falamos do Pai e da nossa criação, do filho e da nossa
redenção, e do Espírito Santo e da nossa santificação. O Espírito Santo não somente tem
uma personalidade que Lhe é própria, mas também tem um método peculiar de trabalho;
e portanto, devemos distinguir entre a obra de Cristo merecendo a salvação, e a obra do
Espírito Santo aplicando. Cristo satisfez as exigências da justiça divina e mereceu todas
as bênçãos da salvação. Mas a Sua obra ainda não está terminada. Ele a continua no céu,
a fim de dar àqueles por quem Ele entregou Sua vida, a posse de tudo quanto mereceu
por eles. Mesmo a obra de aplicação é uma obra de Cristo, mas é uma obra que Ele
realiza por intermédio do Espírito Santo. Conquanto esta obra apareça na economia da
redenção como obra do Espírito Santo, não pode nem por um instante ser separada da
obra de Cristo. Tem suas raízes na obra redentora de Jesus Cristo e leva esta à sua
completação, e isso não sem a cooperação dos sujeitos da redenção. Cristo mesmo
indica a íntima conexão quando se diz: “quando vier, porém, o Espírito da verdade, ele
vos guiará a toda a verdade; porque não falará por si mesmo, mas dirá tudo o que tiver
ouvido, e vos anunciará as cousas que hão de vir. Ele me glorificará porque há de
receber o que é meu, e vo-lo há de anunciar”, Jo 16.13, 14.
1 – A NATUREZA DO ESPÍRITO SANTO
O nome é aplicado à terceira pessoa da Trindade. Apesar de se nos dizer em Jo 4.24
que Deus é Espírito, o nome se aplica mais particularmente à terceira pessoa da
Trindade. O termo hebraico com o qual Ele é designado é Ruach, e o grego, é
pneuma, ambos os quais, como o vocábulo latino spiritus, derivam de raízes que
significam “soprar”, “respirar”. Daí, também podem ser traduzidos por “sopro” ou
“fôlego”, Gn 2.7; 6,17; Ez 37.5, 6, ou “vento”, Gn 8.1: 1 Rs 19.11: Jo 3.8.

1.1 – A Personalidade do Espírito Santo


As expressões “Espírito de Deus” e “Espírito Santo” não sugerem personalidade
com a clareza que o termo “Filho” sugere. Além disso, a pessoa do Espírito Santo não
apareceu de forma pessoal claramente discernível entre os homens, como aconteceu
com a pessoa do Filho de Deus. Como resultado, a personalidade do Espírito Santo
muitas vezes foi posta em questão e, portanto, merece atenção especial. A personalidade
do Espírito foi negada na Igreja Primitiva pelos monarquistas e pneumatomaquianos.
Nesta negação eles foram seguidos pelos socianos dos dias da Reforma. Mas
recentemente, Schleiermacher, Ritschil, os unitários, os modernistas dos dias atuais e
todos os sabelianos modernos rejeitam a personalidade do Espírito Santo.
A prova bíblica da personalidade do Espírito Santo é mais que suficiente:
1) São-lhe atribuídas características de pessoa: como inteligência, Jo 14.26; 15.26; Rm
8.16, vontade, At 16.7; 1 Co 12.11; e sentimentos, Is 63.10; Ef 4.30. Demais, Ele
realiza atos próprios de personalidade. Sonda, fala, testifica, ordena, revela, luta, cria,
faz intercessão, vivifica os mortos, etc, Gn 1.2; 6.3; Lc 12.12; Jo 14.26; 15.26; 16.8;
At 8.29; 13.2; Rm 8.11; 1 Co 2.10, 11. O realizador destas coisas não pode ser um
simples poder ou influência, mas tem que ser uma pessoa.
2) É apresentado como mantendo tais relações com outras pessoas, que implicam Sua
própria personalidade. Ele é colocado na justaposição com os apóstolos em At 15.28,
com Cristo em Jo 16.14, e com o Pai e o Filho em Mt 28.19; 2 Co 13.13; 1 Pe 1.1, 2; Jd
20, 21. Uma boa exegese exige que nestas passagens o Espírito Santo seja considerado
uma pessoa.
3) Designativos próprios de personalidade Lhe são dados. Embora pneuma seja neutro,
o pronome masculino ekeinos é utilizado como referência ao Espírito Santo em Jo
16.14; e em Ef 1.14 algumas das melhores autoridades têm o pronome relativo
masculino hos. Além disso, é-lhe aplicado o nome Parakletos, Jo 14.26; 15.26; 16.7,
termo que não pode ser traduzido por “conforto”, “consolação”, nem pode ser
considerado como nome de alguma influência abstrata. Um fato que indica que se trata
de uma pessoa é que o Espírito Santo, como Consolador, é colocado em justaposição
com Cristo como o Consolador que estava para partir, a quem o mesmo termo é
aplicado em 1 Jo 2.1. É verdade que este termo é seguido pelos neutros Ho e auto em Jo
14.16-18, mas isto se deve ao fato de que intervém o vocábulo pneuma.
4) Também há passagens em que se distingue entre o Espírito e o Seu Poder, Lc 1.35;
4.14; At 10.38; Rm 15.13; 1 Co 2.4. Tais passagens seriam tautalógicas, sem sentido, e
até absurdas, se fossem interpretadas com base no princípio de que o Espírito é pura e
simplesmente um poder impessoal. Pode-se ver isto substituindo o nome “Espírito
Santo” pela palavra “poder” ou “influência”.
Conclusão 1: A Personalidade do Espírito é:
A – Provada Por Suas Características
1. Ele é Inteligente (1 Co 2.10-11)
2. Ele Tem Emoções (Ef 4.30)
3. Ele Tem Vontade (1 Co 12.11)

B – Provada Por Suas Obras


1. Ele Ensina (Jo 14.26)
2. Ele Guia (Rm 8.14)
3. Ele Comissiona (At 13.4)
4. Ele dá Ordens a Homens (At 8.29)
5. Ele Age no Homem (Gn 6.3)
6. Ele Intercede (Rm 8.26)
7. Ele Fala (Jo 15.26; 2 Pe 1.21)

C – Provada Pelo Que Lhe é Atribuído Em Suas Relações Com Outros


1. Ele Pode Ser Obedecido (At 10.19-21)
2. Pode-se Mentir a Ele (At 5.3)
3. Ele Pode Ser Resistido (At 7.51)
4. Ele Pode Ser Reverenciado (Sl 51.11)
5. Pode-se Blasfemar Contra Ele (Mt 12.31)
6. Ele Pode Ser Entristecido (Ef 4.30)
7. Ele Pode Ser Ultrajado (Hb 10.29)

D – Provada Por Uma Gramática Incomum


A despeito do fato de a palavra grega para Espírito ser neutra em gênero, varias vezes se empregam
pronomes masculinos para substituir o substantivo neutro, o que contraria todas as regras normais de
gramática, mas indica a personalidade do Espírito (Jo 16.13-14; 15.26; 16.7-8).
2 – A DIVINDADE DO ESPÍRITO SANTO
O Espírito Santo é representado na Escritura como possuindo a autoridade e os
atributos divinos, os Pais da Igreja nunca apresentaram dúvidas quanto à divindade do
Espírito e também concordam com o fato de que ele é uma pessoa.
A – Provada Pelos Seus Nomes
1. Nomes que relacionam o Espírito em pé de igualdade às demais Pessoas da Trindade (1 Co 6.11).
2. Nomes que O apresentam realizando obras que somente Deus pode fazer (Rm 8.15; Jo 14.16).
3. O Espírito Santo é chamado Deus - (Atos 5:3-4, 9; I Coríntios 3:16; Efésios 2:22; II
Coríntios 3:17).
4. O Espírito é chamado Adonai (Compare Atos 28:25 com Isaías 6:8-9).
5. O Espírito é chamado Jeová (Compare Hebreus 10:15-16 com Jeremias 31:31-34).
B – Provada Por Suas Características
O Espírito possui atributos divinos:
1. Onisciência (1 Co 2.10-11)
2. Onipresença (Sl 139.7)
3. Onipotência (Gn 1.2)
4. Verdade (1 Jo 5.6)
5. Santidade (Lc 11.13)
6. Vida (Rm 8.2)
7. Sabedoria (Is 40.13)

C – Provada Por Suas Obras


Ao Espírito são atribuídas obras que somente Deus pode realizar.
1. Criação (Gn 1.2)
2. Inspiração (2 Pe 1.21)
3. Gerar a Cristo em Sua encarnação (Lc 1.35)
4. Convencer o Homem (Jo 16.8)
5. Regenerar o Homem (Jo 3.5-6)
6. Consolar (Jo 14.16)
7. Interceder (Rm 8.26-27)
8. Santificar (2 Ts 2.13)

D – Provada Por Sua Associação em Pé de Igualdade


O Espírito Santo é associado as demais pessoas da Trindade (At 5.3-4; Mt 28.19; 2 Co 13.13).

Conclusão 2: Pode-se estabelecer a veracidade da divindade do Espírito Santo com base


na Escritura seguindo uma linha de comprovação muito semelhante à que foi empregada
com relação ao Filho: (1) São-lhe dados nomes divinos, Êx 17.7 (comp. Hb 3.7-9); At
5.3, 4; 1 Co 3.16; 2 Tm 3.16; 2 Pe 1.21. (2) São-lhe atribuídas perfeições divinas,
como onipresença, Sl 139.7-10, onisciência, Is 40.13, 14 (comp. Rm 11.34); 1 Co 2.10,
11, onipotência, 1 Co 12.11; Rm 15.19, e eternidade, Hb 9.14 (?). (3) Ele realiza obras
divinas, como a criação, Gn 1.2; Jó 26.13; 33.4, renovação providencial, Sl 104.30,
regeneração, Jo 3.5, 6; Tt 3.5, e a ressurreição dos mortos, Rm 8.11. (4) É-lhe prestada
honra divina, Mt 28.19; Rm 9.1; 2 Co 13.13.

3 – A PROCESSÃO DO ESPÍRITO SANTO

A – Definição
Processão é uma palavra que tenta descrever o eterno relacionamento entre o Espírito e as outras duas
Pessoas da Trindade. Ele procedeu eternamente do Pai e do Filho sem que isso dividisse ou alterasse, de
algum modo, a natureza de Deus.

B – História
Este conceito foi formulado no Credo de Constantinopla em 381. Em 589, o Sínodo de Toledo
acrescentou a famosa cláusula latina “filioque”, que afirmava que o Espírito procedia do Pai e do Filho.

C – Escrituras
João 15.26 afirma expressamente que o Espírito procede do Pai, ao passo que a ideia de Sua
processão do Filho vem de versículos como Gálatas 4.6, Romanos 8.9 e João 16.7.

Conclusão 3: A processão é a relação do Espírito Santo com as outras pessoas da Trindade. As primeiras
controvérsias trinitárias levaram à conclusão de que o Espírito Santo, como o Filho, é da mesma essência
do pai e, portanto, é consubstancial com Ele. E a longa discussão acerca da questão, se o Espírito Santo
procedeu somente do pai ou também do Filho, foi firmada finalmente pelo Sínodo de Toledo em 589 *,
pelo acréscimo da palavra “Filioque” (e do Filho) à versão latina do Credo de Constantinopla: “Credimos
in Spiritum Sanctum qui a Patre Filioque procedidit” (“Cremos no Espírito Santo, que procede do Pai e
do Filho”). Esta processão do Espírito Santo, resumidamente chamada espiração, é Sua propriedade
pessoal.

4 – TIPOS E ILUSTRAÇÕES DO ESPÍRITO SANTO


Alguém disse uma vez que o ensino adequado "torna os ouvidos dos homens em
olhos". Isto é exemplificado na Bíblia por tipos, parábolas, comparações e metáforas.
As verdades espirituais são apresentadas numa multiplicidade de figuras terrestres.
A pessoa e a obra do Espírito Santo são ilustradas nas Escrituras por várias figuras
simbólicas. Essas figuras simbólicas podem ser objetos, pessoas ou evento, que
prefiguram um outro objeto, pessoa ou evento. Nessa lição queremos examinar algumas
destas figuras simbólicas do Espírito Santo.

A – POMBA
Em João 1:32, encontramos o Espírito tomando a forma de uma pomba. As
caraterísticas da pomba fazem dela um tipo apto do Espírito que são a sua beleza,
suavidade, limpeza e a característica de ela ser facilmente incomodada (Efésios 4:30). A
pomba também é inofensiva (Mateus 10:16) e calma. Outras referências nas Escrituras
onde este tipo é usado são as seguintes:
A. Gênesis 1:2, pois o Espírito é visto afagando a criação como um pássaro
sobre o seu ninho.
B. Gênesis 8:6-12, uma pomba é solta da arca por Noé. Aqui encontramos pelo
menos duas figuras do Espírito Santo.
· A pomba, não como o corvo, recusou-se a continuar do lado de fora da arca, onde
nenhum lugar limpo podia ser encontrado. O Espírito, obviamente, só habita naqueles
que têm sido lavados pelo sangue de Cristo.
· A pomba trouxe de volta uma folha de oliveira como um sinal de esperança para
aqueles que estavam na arca. Isso prefigura o Espirito que traz a segurança da salvação
para os que estão em Cristo.
Observação: É interessante notar que o corvo era um pássaro abominável (Levítico
11:15). Aves também são usadas na Escritura como figuras de espíritos demoníacos
(Mateus 13:4, 19; Apocalipse 18:2).

B – ÓLEO / AZEITE
O óleo de oliveira (azeite) foi um artigo de grande importância na Palestina, sendo
usado como comida, remédio, iluminação e unção. É um tipo constante do Espírito
Santo tanto no Velho Testamento quanto no Novo Testamento.
· Em Êxodo 40:9-11, aprendemos que o tabernáculo e os móveis deveriam ser ungidos
com azeite. Como o tabernáculo era uma figura de Cristo, o azeite figurou Cristo sendo
ungido pelo Espírito.
· Em Êxodo 27:20-21, notamos que o interior do tabernáculo era iluminado pelo uso
de óleo de oliveira. Como os pertences eram figuras de Cristo, a interpretação é fácil.
Sem a iluminação do Espírito de Deus ninguém poderia ver as glorias do nosso
Salvador.
· Em Levítico 14:14-18, aprendemos que na purificação de uma lepra, foram usados
tanto o sangue quanto o azeite. Isto revela que: quando alguém é convertido e curado do
pecado, operam tanto o sangue de Cristo quanto a pessoa do Espírito Santo.
· Os profetas, sacerdotes e reis sendo ungidos prefiguravam a Cristo como nosso
profeta, sacerdote e rei.
· Em Levítico 2:1, encontramos a flor de farinha (um tipo da carne imaculada de
Cristo) que foi ungida com azeite (um tipo do Espírito Santo).
· O óleo é freqüentemente associado, na Bíblia, a curas (Isaías 1:6; Lucas 10:34;
Marcos 6:12-13). O Espírito Santo sara espiritualmente.

C – ÁGUA
A água é um tipo comum do Espírito Santo na salvação. Traremos um
aprofundamento desse tema posteriormente.
· A água é a fonte da vida. Sem água este mundo seria um cemitério desolado e
ressecado. Da mesma forma é a presença do Espírito que traz vida e fruto espiritual para
as nossas vidas (Galátas 5:22; Isaías 44:3; Atos 2:17).
· A terra tem abundância de água. Os remidos também têm uma fonte abundante do
poder do Espirito (João 7:38).
· É necessária água para a limpeza. É o Espírito quem limpa nossos corações na
regeneração e, continua nos purificando quando diariamente nos aproximamos de nosso
Pai celestial (Tito 3:5; Êxodo 29:4).
· O Espírito Santo é comparado à água viva vinda de um córrego constante. Ele é de
todas as formas superior aos poços e às poças estagnadas deste mundo. Enquanto os
prazeres desta vida desaparecem e acabam, o Espirito de Deus continua sendo uma
fonte interior de vida e gozo (João 4:14; 7:37-39).

D – VENTO
O vento é um tipo especial do Espírito porque a palavra "espirito" também pode
ser traduzida como "vento" (veja capítulo 1). Nosso Senhor usa vento como um tipo do
Espirito (João 3:8).
· O vento é invisível na sua obra (João 3:8). Cristo assim revelou a insensatez de
conectar a regeneração com sinais visíveis como o batismo.
· O vento não é controlado pelos homens (João 3:8). O Espírito Santo é soberano em
Suas operações.
· A presença do vento é percebida pela sua influência (João 3:8). Da mesma forma a
presença do Espírito Santo é conhecida pela Sua influência nos corações.
· O vento é poderoso (Atos 2:1-2). O Espírito Santo pode quebrar o coração mais duro.
· Assim como que o vento move um barco a velas, o Espírito de Deus moveu aqueles
que escreveram as Escrituras (II Pedro 1:21).
· Da mesma maneira que o vento seco pode murchar a beleza da natureza, o Espírito
Santo pode secar o coração orgulhoso através da Sua obra de convicção (Isaías 40:6-7).

E – FOGO
· Em Atos 2:3, vemos que o fogo era um sinal da presença do Espírito. Vemos no
Velho Testamento que o fogo é uma evidência da presença do Senhor (Êxodo 3:2), da
aprovação do Senhor (Levítico 9:24) e da proteção do Senhor {Êxodo 13:21}. Talvez,
todas essas idéias estejam incluídas em Atos 2:3.
· Em Apocalipse 4:5, o Espírito é simbolizado por sete lâmpadas de fogo. O número
sete tem confundido algumas pessoas, mas parece referir-se ao perfeito conhecimento
dado a Cristo, o ungido de Deus (Isaías 11:1-4; Apocalipse 5:6).

Conclusão 4: As figuras simbólicas do Espírito na Bíblia.

· Vestimentas (Lc 24.49)


· Pomba (Mt 3.16; Mc 1.10; Lc 3.22; Jo 1.32)
· Penhor (2 Co 1.22; f.5; Ef 1.14)
· Fogo (At 2.3)
· Óleo (Lc 4.18; At 10.38; 2 Co 1.21; 1 Jo 2.20)
· Selo (2 Co 1.22; Ef 1.13; 4.30)
· Servo (Gn 24)
· Água (Jo 4.14; 7.38-39)
· Vento (Jo 3.8; At 2.1-2)

5 – A OBRA DO ESPÍRITO SANTO NO A.T.


Muitas das obras divinas são atribuídas às três pessoas da Trindade. Este fato
também é verdadeiro na criação. Enquanto o Pai e o Filho são reconhecidos pela obra
(Atos 4:24; João 1:3), o Espírito Santo não fica excluído.
A – Na Criação A.T.
O Espírito deu à criação:
1) Vida (Sl 104.30; Jó 33.4)
2) Ordem (Is 40.12; Jó 26.13)
3) Beleza (Sl 33.6; Jó 26.13)
4) Preservação (Sl 104.30)
No domínio da natureza é obra do Espírito Santo dar vida a todas as criaturas que se movem, na terra,
no céu ou no mar, porque "se você enviar o seu Espírito, eles são criados" (Salmo 104: 30). Por outro
lado, "se eu pensei em retirar-se o seu espírito, tirar o fôlego da vida, toda a humanidade pereceria, a
humanidade seria poeira!" (Jó 34:14-15). Aqui vemos o papel do Espírito Santo no fornecimento e
manutenção da vida humana e animal.

B – No Homem A.T.
1) Habitação seletiva
· O Espírito estava em certas pessoas na época do A.T. (Gn 41.38; Nm 27.18; Dn 4.8; 5.11-14; 6.3).
· O Espírito vinha sobre várias pessoas (Jz 3.10; 6.34; 11.29; 1 Sm 10.9-10; 16.13).
· O Espírito enchia alguns (Êx 31.3; 35.31)
Assim, Seu relacionamento pessoa com os homens no A.T. era limitado, pois nem todos
experimentavam Sua ação e esta não era necessariamente permanente em todos os casos (Sl 51.11).

2) Capacitação para o serviço A.T.


O Espírito Santo muitas vezes capacitou as pessoas para um serviço especial.
· A Josué deu dons de liderança e sabedoria (Nm 27:18; Dt 34:9)
· Os juízes foram habilitados para libertar Israel de seus opressores (note como "o Espírito do Senhor
veio sobre" Otoniel em Juízes 3: 10, at 6:34 Gideão, Jefté e Sansão em 11:29-13:25, 14:6, 19; 15:14).
· O Espírito Santo veio sobre Saul e ele profetizou e o capacitou para guerrear contra os inimigos de
Israel (1 S 11:6).
· Quando Davi foi ungido rei, "o Espírito do Senhor se apoderou de Davi naquele dia estava com ele. "
(1 S 16:13), permitindo que Davi cumprisse a tarefa de governar para a qual Deus o havia chamado.
· De uma maneira ligeiramente diferente de treinamento, o Espírito Santo deu a Bezalel habilidades
artísticas para construir o tabernáculo e seus móveis (Ex 31:3, 35:31), e também lhe deu a capacidade de
ensinar essas habilidades aos outros (Ex 35:34).

6 – A OBRA DO ESPÍRITO SANTO NA REVELAÇÃO E INSPIRAÇÃO

A – Definições
· Revelação significa o desvendamento de algo que era previamente encoberto ou desconhecido. A
revelação diz respeito ao material ou objeto a ser revelado (i.e., o que).
· Inspiração é o processo divino de supervisão dos autores humanos da Bíblia, de modo que, usando
suas próprias personalidades e estilos, compuseram e registraram sem erros as palavras de Deus para Sua
revelação ao homem nos manuscritos originais (os autógrafos). A inspiração diz respeito ao modo (i.e., o
como).

B – O Autor da Revelação É o Espírito Santo


A passagem mais específica é 2 Pedro 1.21 (cf. 2 Sm 23.2; Ez 2.2; Mq 3.8; Mt 22.43; At 1.16; 4.25).

C – Os Meios da Revelação
O Espírito usou:
· A Palavra falada (Êx 19.9)
· Sonhos (Gn 30.31)
· Visões (Is 6.1)
· A Palavra escrita (Jo 14.26; 1 Co 2.13)
· Cristo

D – O Autor da Inspiração É o Espírito Santo


· Do A.T.
o (2 Sm 23.2-3; 2 Tm 3.16; Mc 12.36; At 1.16; 28.25; Hb 3.7; 10.15-16).
· Do N.T.
o A inspiração do N.T. foi pré-autenticada por Cristo (Jo 14.26).
o Ela é afirmada pelos autores do N.T. (1 Co 14.37; Gl 1.7-8; 1 Ts 4.2, 15; 2 Ts 3.6. 12, 14).
o Ela é atestada mutuamente pelos apóstolos (1 Tm 5.18; 2 Pe 3.16).

7 – A OBRA DO ESPÍRITO SANTO NA VIDA DE CRISTO


Mesmo que a interação entre as pessoas da Trindade seja sempre incompreensível, ainda mais
misteriosa é a relação entre o Espírito de Deus e o Nosso Senhor encarnado. O Salvador era tão Deus
quanto homem. Cristo era auto-suficiente como Deus, mas na sua humilhação precisava ser ungido pelo
Espírito. Não devemos murmurar, então, que todas as coisas são incompreensíveis, mas estarmos alegres
pelo mistério da piedade (I Timóteo 3:16).

A – Em Seu Nascimento Virginal


O Espírito Santo realizou a concepção no útero de Maria (Lc 1.35).

B – Em Sua Vida
B1) Quando Cristo foi ungido pelo Espírito (Lc 4.18; At 10.38).
Essa unção ocorreu em Seu batismo (Mt 3:16, Mc 1:11, Lc 3:22, Jo 1.32). Quando se levantou para
pregar na sinagoga de Nazaré, disse que cumpriu a profecia de Isaías: "O Espírito do Senhor está sobre
mim porque ele me ungiu para pregar boas novas aos pobres. Ele enviou-me para proclamar libertação
aos cativos e restauração da vista aos cegos, para libertar os oprimidos e para proclamar o ano aceitável
do Senhor "(Lc 4:18-19).

B2) Por que o Filho de Deus necessitava ser ungido?


A pergunta o porquê o Filho de Deus necessitava ser ungido pelo Espírito é parte do grande mistério da
encarnação. Devemos considerar exatamente o que atualmente diz as Escrituras, para não afastarmos em
vãs especulações. O propósito era:
1) Dar um sinal para as pessoas (João 1:32-34; 6:27) - João reconheceu que Cristo tinha o poder do
Espírito Santo (João 3:34).
2) Equipar a Cristo para o serviço (Isaías 61:1-4) – Embora Cristo fosse Deus encarnado, Ele abriu mão
de fazer uso de seus atributos divinos.
3) Porque o Senhor ao ser ungido igualou-se a todos os homens - A aliança da graça requer de Cristo a
representação do Seu povo, tornando-se um servo e, tomando sobre si a natureza deles (Filipenses 2:5-11;
Hebreus 2:14, 17). Como os filhos de Deus são dependentes do Espírito para servir, Cristo também serviu
a Deus pelo poder do Espírito (Atos 10:38; Isaías 61:1-3).

B3) Cristo foi tentado (Mt 4.1; Mc 1.12)


Foi o Espírito Santo quem conduziu Jesus a ser tentado.

B4) Cristo foi cheio do Espírito (Lc 4.1)


"Jesus voltou para a Galiléia no poder do Espírito" (Lucas 4: 14).

B5) Cristo foi selado com o Espírito (Jo 6.27)

B6) Cristo foi guiado pelo Espírito (Lc 4.1)

B7) Cristo foi capacitado pelo Espírito (Mt 12.28)


O serviço de Cristo. As palavras e as obras maravilhosas de Cristo foram produzidas pelo poder do
Espírito (Atos 10:38; Lucas 4:16-21; Mateus 12:28).

8 – A OBRA DO ESPÍRITO SANTO NA SALVAÇÃO

A – A Obra Preparatória do Espírito na Salvação


Há uma obra comum que é preparatória à regeneração e que acontece no coração
do pecador. Devido a salvação ser tanto uma obra moral quanto legal se torna necessária
essa preparação. Aqueles que vão gozar eternamente dos benefícios da fé em Cristo são
primeiramente tocados para que vejam a necessidade de terem a Cristo. O homem
egoísta deve ser quebrado para que o Salvador possa receber toda a glória na salvação.
Antes de começar este tópico, devemos ser alertados que o Espírito Santo é um
agente soberano na salvação. Ele opera como quer, e a experiência de uma pessoa não
deve tornar-se um padrão para os outros. Algumas pessoas levam meses para serem
convencidas, enquanto outros logo reconhecem a plena certeza da salvação (Atos 8:25-
39; 16:25-34). Alguns, com Paulo, encontram o Senhor sem O estar procurando
(Romanos 10:20).
Tendo o cuidado de lembrar estes fatos, estudaremos algumas das obras
preparatórias do Espírito na salvação.

1) DESPERTAR
Ninguém pode superestimar o perigo em que se encontram os homens pecadores
(João 3:18; Hebreus 10:31), a Bíblia retrata-os como sendo adormecidos, cegos, mortos
e inconscientes. A morte, o pecado, o julgamento e a eternidade não são realidades para
os não regenerados (Isaías 28:15). Os homens dormem a beira do inferno.
No despertar do pecador, o Espírito de Deus impressiona a mente sobre a
realidade da eternidade e do juízo.
Os assuntos espirituais tornam-se importantes. Nem todos os despertados vêm à
salvação. Alguns voltam a dormir através de uma confissão vazia de religião ou pela
força do mundo (Atos 24:25).

2) ILUMINAÇÃO
Enquanto apenas os regenerados são "renovados para o conhecimento"
(Colossenses 3:10) os não salvos podem receber um grau de iluminação. Quando um
pecador é iluminado, pode perceber claramente o perigo do pecado e a gravidade da
eternidade. Pela primeira vez, a sua alma torna-se importante. Não requer tudo isso um
grau de iluminação?
Até mesmo o homem natural pode ser movido a temer o Inferno e a estar
preocupado com o seu eterno bem. Esta iluminação é simplesmente um alerta na
mente natural do homem para que ele veja o perigo do pecado e do juízo.

3) CONVICÇÃO
Enquanto o "despertar" trata mais com o perigo, a "convicção" é a obra de Deus
pela qual é revelada a causa do perigo. Pela convicção, o homem é convencido e
reprovado a respeito de sua condição pecaminosa. Só esta pode dar ao pecador o
desejo de conhecer a Cristo.
3.1) As áreas de convicção - Em João 16:8-11, achamos três áreas pelas quais o
homem é convencido.
· Do pecado - Deus convence os homens dos pecados grossos que tenham feito (Atos
2:36-37), do pecado original, da falha ao cumprir os deveres e do pecado da
incredulidade.
· Da justiça - Os homens são convencidos da justiça de Cristo, e da necessidade de
Sua justiça (Mateus 5:6).
· Do juízo vindouro - Juízo geralmente refere-se a domínio. Os homens são
convencidos que Satanás será vencido, e Cristo será o Rei, e a resistência é tolice. Os
poderes do mal não terão oportunidade de vencer, mas todos ficarão diante de Deus.
3.2) Necessidade de convicção
· Sem a convicção, os homens nunca estariam prontos para admitir a sua total
profanação, nem viriam a Cristo como mendigos desesperados. "Cristo é tudo"
(Colossenses 3:11) na salvação, e Deus gostaria que os remidos entendessem isso. A
convicção, então, prepara a alma para a fé em Cristo.
· A convicção é preparatória ao arrependimento. A tristeza segundo Deus (II Coríntios
7:10) precede o arrependimento que é uma mudança permanente do coração e da mente
acerca do pecado.
3.3) As marcas da verdadeira convicção
· A verdadeira convicção faz com que os homens aceitem suas culpas (Salmos 51:4;
Lucas 18:9-14).
· A verdadeira convicção destrói o egoísmo do homem (Lucas 18:9-14; Isaías 64:6).
· A verdadeira convicção encara o pecado como sendo contra Deus (Salmos 51:4;
Lucas 15:18).
· A verdadeira convicção guia o convencido a Cristo, e não ao desespero mundano (II
Coríntios 7:10).
A convicção pode não ser uma obra agradável, mas é necessária. Ver como
somos, é um pré-requisito para que vejamos a Cristo. Nas primeiras quatro bem-
aventuranças (Mateus 5:3-6) nosso Senhor explica que só os que conhecem a verdadeira
convicção são realmente abençoados.

B – A Obra do Espírito Santo na Regeneração


João 3.5-7: “Respondeu Jesus: Em verdade, em verdade te digo: quem não nascer
da água e do Espírito não pode entrar no reino de Deus. O que é nascido da carne é
carne; e o que é nascido do Espírito é espírito. Não te admires de eu te dizer: importa-
vos nascer de novo”.

B1) Definição
O ato divino de geração espiritual, pelo qual Ele comunica vida eterna e nova natureza.
Regenerar significa restabelecer o que estava destruído, reorganizar, dar vida nova
a, etc.

B2) Meio
É obra de Deus. A regeneração é o dom da graça de Deus, é a obra sobrenatural do
Espírito Santo (Jo 3.3-7; Tt 3.5) realizada no salvo após a justificação pela exclusiva
determinação de Deus. A fé é o requisito humano em presença do qual o Espírito regenera, e a
Palavra de Deus fornece o conteúdo cognitivo da fé.
A Escritura revela que o homem natural não tem a capacidade de escolher a Deus,
mas que todos os salvos foram escolhidos por Ele (Ef 1.4), por isso o ‘novo nascimento’
implica não só em uma nova vida agora, como também a vida eterna no mundo do
porvir.

B3) Característica
· É um ato instantâneo, não um processo (embora seus antecedentes e consequências possam ser
processos).
· É não-experimental (não se deriva ou baseia em experiência, embora seja seguida das experiências
comuns à vida cristã).

B4) Consequências
· Uma nova natureza (2 Co 5.17).
· Uma nova vida (1 Jo 2.29)

C – A Necessidade do Novo Nascimento


Em João 3:3 e 5, nosso Senhor afirma claramente que a regeneração é necessária
para a salvação. O homem não só precisa de perdão para que tenha comunhão com
Deus, como também a sua natureza deve ser renovada. O homem caído é natural (I Cor
2:14), sensual (Judas 19) e carnal (Rom 8:5-7), o oposto ao espiritual (I Cor 2:15).
Cristo revela que há uma distinção imutável entre o que é nascido da carne e o que é
nascido do Espírito. A carne pode ser religiosa, refinada, educada e ter aparência moral,
mas ainda é carne (João 3:6).
Cada parte do homem natural é corrompida pelo pecado. A sua mente é
entenebrecida às coisas de Deus (I Cor 1:18; 2:14; Efés 4:18). Seu coração está numa
condição de inimizade contra Deus (Rom 8:7; Jer 17:9). A sua vontade é livre somente
para cumprir os desejos de uma natureza depravada (João 1:13; Rom 9:16; Fil. 2:13). A
carne torna-se completamente inútil para as coisas de Deus (João 6:63).
D – Efeito da Regeneração
O efeito da regeneração é fazer com que o crente passe da morte para a vida
espiritual através da mudança na disposição da mente, voltando o seu pensamento e suas
ações para a obediência e o prazer na Palavra de Deus, os dons concedidos na
regeneração são: a fé em Cristo e o arrependimento para a vida, desta forma, a
justificação antecede à fé, pois a fé é um dom de Deus procedente da salvação, sendo
infundida no crente através da ação do Espírito Santo.
E – Habitação (1 Co 6.19)
Quando a pessoa é justificada, ela recebe o Espírito, que passa a habitar com os
filhos de Deus.
1 Coríntios 6,19: “Acaso, não sabeis que o vosso corpo é santuário do Espírito
Santo, que está em vós, o qual tendes da parte de Deus, e que não sois de vós
mesmos?”.

1. As pessoas habilitadas
Todos os verdadeiros crentes, porque:
· Mesmo crentes em pecado desfrutam da habitação (1 Co 6.19).
· O Espírito é um dom (Rm 5.5).
· A ausência do Espírito é prova da condição de não-salvo (Rm 8.9b).

2. A permanência da habitação
Os crentes podem perder a plenitude do Espírito, mas não a Sua habitação (Jo 14.16).

3. Problemas com a habitação


· A obediência é uma condição (At 5.32)? Sim! Mas a obediência à fé cristã (At 6.7; Rm 1.5).
· Algumas pessoas não foram temporariamente habitadas? Sim! Mas apenas antes do Dia de
Pentecostes (1 Sm 16.14).
· Qual a relação entre a unção e a habitação? Elas ocorrem ao mesmo tempo, mas com propósitos
diferentes: a habitação é a presença de Deus na vida do crente, ao passo que a unção o capacita a ser
ensinado pelo Espírito (1 Jo 2.20,27) e a agir na autoridade delegada por Cristo.

9 – A OBRA DO ESPÍRITO COMO CONSOLADOR


(Pr. Ron Crisp)

Na Santa Ceia nosso Senhor falou da sua traição, da sua morte e da sua partida
que estava próxima. Quando pensaram em viver sem Jesus no meio deles sentiram-se
esmagados. Quando Cristo falou das perseguições vindouras (João 16:1-4), os seus
corações ficaram cheios de tristeza (João 16:6).
Os apóstolos tinham visto nuvens de dificuldade unindo-se a muito tempo, mas
eles se sentiam seguros com a presença de Cristo. Nosso Salvador tinha acalmado cada
tempestade, alimentou a multidão quando eles eram impotentes e expulsou o demônio
que eles não puderam expulsar. Ele tinha sido o guia infalível e o Seu professor. Eles se
sentiam, agora, como órfãos impotentes. Contra o cenário escuro da Sua iminente ida
para o céu o nosso Senhor falou palavras de conforto em João, capítulos 14 a 16. Foi
neste momento que Ele os deu a promessa de outro Consolador (João 16:7).
Nesta lição desejamos aprofundar-nos na missão do Espírito como nosso
Consolador.
“Mas eu vos digo a verdade: Convém-vos que eu vá, porque se eu não for, o
Consolador não virá para vós outros; se, porém, eu for, eu vo-lo enviarei” (Jo 16.7).
A – O Que Significa Consolo
Consolo é confortar ou amenizar a dor de alguém. Este mundo é um lugar de
tribulação, perseguição, e lágrimas para os filhos de Deus.
Antes da partida de Cristo Ele assegurou aos apóstolos que as dificuldades seriam
grandes em suas vidas (João 16:1-4). Portanto, os crentes, não devem esperar o fim das
dificuldades, mas o consolo em meio às aflições.

B – O Consolador
A palavra grega usada para consolador é 'parakletos' que significa "pessoa chamada
para acompanhar..." o Espírito Santo como um consolador é nosso ajudante, conselheiro
e defensor.
Em I João 2:1, Cristo é mencionado como nossa 'parakletos'. Em João 14:16 Cristo
disse que Ele enviaria "outro" consolador. A palavra grega para "outro" é allos e
significa "outro do mesmo tipo." O Espírito Santo é, então, (assim como era Cristo) uma
pessoa divina que zela por nós na ausência física de Cristo. Sendo onisciente Ele pode
nos ensinar a vontade de Deus. Sendo onipotente Ele nos apoia no mundo. Ele nos ama
assim como Cristo faz e, está em comunhão conosco (Rom 15:30; II Cor 13:14).

C – Como o Espírito Santo Conforta os Crentes


1) O Espírito Instrui os Cristãos. Cristo constantemente instruiu os Seus apóstolos
durante o Seu ministério terrestre, contudo com à sua partida, eles tiveram, ainda, muito
a aprender. Ele lhes "prometeu outro Consolador" que continuaria ensinando-lhes (João
14:26, João 16:13-14). Nesta condição o Espírito Santo é chamado de "O Espírito da
verdade" (João 14:17) que veio dar-lhes palavras que deveriam dizer quando fossem
perante os tribunais (Mat. 10:17-20). Em tempos apostólicos ele ensinou pela revelação
e pela iluminação. Com a conclusão do Novo Testamento Seu trabalho ficou limitado a
iluminação (Mateus 10:17-20). As revelações proféticas de hoje são fundamentas nas
Escrituras, e por elas devem ser julgadas. [2]
2) O Espírito Intercede pelos Cristãos. Em Romanos 8:26-27, aprendemos que o
Espírito Santo intercede por nós instigando-nos em nossas orações. Isto não deve ser
confundido com o trabalho de Cristo como intercessor, Que é nosso advogado
(Grego, 'parakletos') perante o Pai (I João 2:1). Com base na obra remissória terminada
por Cristo, Ele intercede ao nosso lado perante o Pai. O Espírito Santo intercede, porém,
não diretamente a nosso favor, mas alinhando nossa oração com a vontade do Pai e de
Cristo nosso Senhor. É bom sabermos que quando ajoelhamos para orar temos alguém
guiando-nos e que conhece a vontade de Deus, podendo conduzir-nos em nossos
desejos e petições (Romanos 8:27, Efésios 6:18).
3) O Espírito Sela os Cristãos. Em Efésios 4:30, entendemos que os crentes são selados
pelo Espírito até o dia da redenção. O fato de o Espírito que nos habita nunca nos deixar
foi usado por Cristo como uma forte base de consolação (João 14:16,17). Essas
Escrituras parecem contrastar a presença contínua do Espírito de Deus com a natureza
temporária da presença física de Cristo.
4) O Espírito Assegura aos Cristãos o Amor de Deus. O Espírito Santo conforta as
pessoas eleitas por Deus fazendo com que reconheçam em suas almas o amor que Deus
tem para com elas (Romanos 5:5). O Espírito revela a nós tudo aquilo que Deus nos
preparou (I Coríntios 2:9-10) como resultado do Seu amor.
5) O Espírito Produz Fé nos Cristãos. Toda a fé e esperança tida pelo crente, em
Deus[3], foi produzida pelo Espírito Santo. Ele sustenta essas graças que agem como
uma âncora em nossas almas (Romanos 15: 13, Gálatas 5:22).
6) O Espírito Produz Alegria nos Cristãos. Romanos 14:17, Gálatas 5:22.
7) O Espírito Santifica os Cristãos. O Espírito Santo conforta o crente fortalecendo a sua
graça, dando-lhe vitória sobre o pecado. O Espírito não deixará o trabalho iniciado na
regeneração ser superado ou destruído por Satanás (Fil. 1:6; Rom 6:14).
8) O Espírito Habilita a Pregar o Evangelho. O Espírito Santo conforta o crente
dando-lhe sucesso em seu trabalho na Grande Comissão. Nós não permanecemos
sozinhos em uma tarefa impossível, mas somos dotados de poder Divino (Atos 1:8, I
Pedro 1:12, I Tessalonicenses 1:5).
9) O Espírito Equipa a Igreja. O Espírito Santo é um conforto e uma ajuda para o povo
de Deus, colocando nas igrejas dons necessários para a sua edificação (I Coríntios 12:1-
31, Efésios 4:11-12).

Você também pode gostar