dúvida, a mais notável de toda a história. Sua grandeza, porém, estimulou a mente humana a criar diferentes conceitos e teorias acerca do filho do carpinteiro que, com sua mensagem e obra, mudou o mundo inteiro. Foi assim que filosofias e seitas estranhas surgiram ao longo dos séculos fazendo ousadas asseverações sobre Jesus, muitas vezes desprezando o que ele próprio disse de si mesmo ou o que os seus discípulos afirmaram acerca dele. A proliferação dessas seitas e teorias afastou muitas pessoas da verdade acerca de Cristo proclamada pela igreja com base no testemunho da Bíblia. Essa verdade consiste, basicamente, da afirmação de que Jesus Cristo é o Filho de Deus, Deus-homem, impecável, que morreu em lugar do ser humano a fim de que, pelo seu sacrifício, o homem recebesse remissão dos pecados (Ef 1.7). Os cristãos creem ainda que Jesus Cristo ressuscitou dentre os mortos ao terceiro dia e hoje está vivo, sustentando o universo (Cl 1.17; Hb 1.3), intercedendo a favor dos crentes (Hb 7.25) e aguardando a chegada do dia fixado para sua volta (At 1.11). Os crentes ensinam que as pessoas devem abandonar os conceitos errados que as seitas e filosofias criaram sobre o filho de Deus e, então, acolher a cristologia ortodoxa fundamentada nas Escrituras. Isso porque aquilo que o homem pensa acerca de Jesus é de máxima importância tanto para a vida presente como a futura. Na verdade, a Bíblia deixa claro que o fato de uma pessoa crer ou não em Cristo conforme pregado pelos apóstolos da Bíblia é fator determinante do lugar onde ela passará a eternidade (Jo 3.36). A pessoa de Cristo
Jesus Cristo é Deus-homem. Isto
significa que ele tem duas naturezas: a humana e a divina. No decorrer dos séculos muitos teólogos se reuniram para discutir esse assunto. Os principais concílios que trataram desse tema ao tempo da igreja antiga foram: Niceia (325): Defendeu a divindade de Cristo contra o herege Ário de Alexandria que negava a eternidade de Jesus. Constantinopla (381): Defendeu a plena humanidade de Jesus contra Apolinário que dizia que em Cristo o Verbo havia tomado o lugar da alma humana. Éfeso (431): Defendeu a cristologia ortodoxa contra Nestor que defendia a existência de duas pessoas em Cristo em vez de duas naturezas. Calcedônia (451): Negou a doutrina de Êutiques que afirmava que em Cristo as duas naturezas se fundiram numa só (monofisismo). Sob a luz da Bíblia, os teólogos reunidos nesses concílios concluíram que Jesus Cristo é perfeitamente humano e plenamente divino, sendo que essas duas naturezas estão presentes numa só pessoa. A isso se dá o nome de União Hipostática. Este é um dos grandes mistérios da fé cristã e, de conformidade com Mateus 16.13-17, é necessária a intervenção de Deus para que alguém admita o conceito correto sobre Jesus. Veja-se a seguir os fatores e os textos bíblicos que mostram que Jesus é tanto humano como divino. Provas da real humanidade de Jesus
- Ele teve um nascimento humano (Mt 1.18; Rm
9.5; Gl 4.4). - Ele veio da descendência de Davi (Lc 1.31-33; Rm 1.3). - Ele cresceu e se desenvolveu naturalmente (Lc 2.40,52). - Ele tem um corpo físico bem como uma alma humana (Mt 26.12; Lc 23.46; Jo 12.27; 1Jo 1.1). - Ele era sujeito a limitações físicas (Mt 21.18; Lc 22.44; Jo 4.6). Provas da plena divindade de Jesus
- Há nomes divinos que lhe são atribuídos (At
9.17; Rm 9.5; Hb 1.8; Ap 1.17 cp. 1.7-8). - Ele pode ser invocado e adorado como Deus (Mt 14.33; 1Co 1.2; Hb 1.6). - A ele são atribuídas obras divinas (Jo 1.3; Cl 1.16-17). - Ele pode perdoar pecados (Mc 2.5-11). - Ele pode dar a vida eterna (Jo 10.28; 17.1-2). Provas da plena divindade de Jesus - Ele é onipresente (Mt 18.20; 28.20; Jo 1.48). - Afirmações do Antigo Testamento a respeito de Deus são reconhecidas como referentes a Jesus no Novo Testamento (Sl 102.24-27 cp. Hb 1.10-12; Is 6.1,10 cp. Jo 12.40-41; Is 60.19 cp. Lc 2.32; Jr 17.10 cp. Ap 2.18,23). - O nome de Jesus é associado de maneira especial ao nome de Deus Pai e ao Espírito Santo (2Co 13.13 [ou v. 14 - NVI]; Tg 1.1). Fica claro, portanto, que Jesus Cristo é totalmente homem (1Tm 2.5) e totalmente Deus (1Jo 5.20) em uma só pessoa (Rm 9.5). A preexistência de Cristo
Fortemente relacionado à divindade de
Cristo está o ensino acerca da sua preexistência e eternidade. Os textos que servem de base para essa doutrina são: Miqueias 5.2; Isaías 9.6; João 1.1-3; 8.56-58; Colossenses 1.17 e Hebreus 1.8. O caráter de Jesus A seguir são listados alguns aspectos do caráter de Jesus: Santidade. Ele é sem pecado (Jo 8.46; Hb 4.15; 1Jo 3.5) e absolutamente puro (Jo 8.12 cf. 1Jo 1.5; 1Jo 3.3). Amor. Inúmeras passagens bíblicas falam a respeito do amor de Jesus, bem como de seus objetos: o Pai (Jo 14.31); a igreja (Ef 5.25); os crentes em particular (Jo 14.21; Gl 2.20); e os seus inimigos (Lc 23.34). O caráter de Jesus Mansidão. Jesus era manso, isto é, mantinha uma atitude contrária à aspereza. Ele tratava as pessoas com brandura e docilidade (Mt 11.29; Lc 23.34; 2Co 10.1; 1Pe 2.23). Isso não significa, porém, que eventualmente não lidasse com o pecado de forma severa e rigorosa (Mt 23.33; Lc 13.32; Jo 2.14-16; Ap 19.11-16). Humildade. Jesus não era arrogante ou orgulhoso. Sua humildade é expressa, inclusive, no modo como ele se submeteu ao Pai e dependeu dele (Mt 11.29; Jo 13.4-5; Fp 2.5-8). A obra de Cristo O autoesvaziamento de Cristo O autoesvaziamento ou kenosis de Cristo é uma expressão que aponta para a disposição humilde presente no Senhor de abrir mão voluntariamente da sua glória celestial enquanto esteve no mundo, assumindo a forma de servo e sendo obediente até à morte, tudo por amor aos perdidos (Hb 12.2). A obra de Cristo O autoesvaziamento de Cristo
O texto principal acerca da kenosis é
Filipenses 2.5-8. Note-se que esse ensino é uma das principais bases doutrinárias para a unidade cristã e para a convivência humilde, pacífica e não egoísta entre os membros da igreja de Deus (Fp 2.2-5). A obra redentora de Jesus Cristo
A obra redentora de Cristo envolve
especialmente sua morte e ressurreição (1Co 15.3-4). A Bíblia ensina que a morte de Cristo abrangeu diversos aspectos, conforme mostra o quadro a seguir: QUALIDADE SIGNIFICADO BASE BÍBLICA
Predeterminada Planejada com antecedência Lc 22.22; At 2.23; 4.27-28
Voluntária Por livre escolha Jo 10.17-18
Vicária Em favor dos outros 1Pe 3.18
Sacrificial Como sacrifício pelo pecado 1Co 5.7
Expiatória Como consequência da culpa Gl 3.13
Propiciatória Satisfez as exigências de Deus 1Jo 2.2; 4.10
Redentora Resgatou por meio de pagamento Mt 20.28
Substitutiva Em lugar de outros 1Pe 2.24
Importante nº 1
A morte de Cristo teve também um
efeito retroativo, fazendo expiação pelos pecados cometidos pelos crentes do Antigo Testamento (Rm 3.23-26; Hb 9.15). Importante nº 2
Após morrer e ser sepultado, Jesus
ressuscitou dentre os mortos. A ressurreição do Senhor é um ensino central da fé cristã. Sua negação implica a destruição completa do cristianismo (1Co 15.14-19). A seguir, são alistados alguns resultados que a ressurreição de Cristo produziu: ● Confirmou a divindade de Jesus (Rm 1.4). ● Serviu como garantia da justificação dos crentes (Rm 4.25). ● Forneceu uma base para a certeza da ressurreição futura dos cristãos (1Co 15.20; 2Co 4.14). O texto bíblico clássico acerca da ressurreição, tanto de Cristo como dos crentes, é 1Coríntios 15. A ascensão de Cristo e seu ministério presente
Após ressuscitar, Cristo foi assunto aos céus
física e visivelmente, fatores que mostram o padrão que marcará também a sua segunda vinda (At 1.9-11). Nas alturas, o Senhor se assentou à direita de Deus (Hb 1.3-4; Cl 3.1), aguardando o dia designado para seu retorno a este mundo (At 2.34-35) e realizando as seguintes obras: - Ministração sacerdotal em prol da igreja, compadecendo-se dela (Hb 4.14-16) e intercedendo por ela (Rm 8.34; Hb 7.25; 1Jo 2.1). - Concessão de dons ao seu povo (Ef 4.8-11). - Exercício da soberania sobre a igreja e sobre todo o universo físico e espiritual (Ef 1.20-23; Fp 2.9-11; 1Pe 3.22). - Sustentação da criação (Cl 1.17). CUIDADO!
Liberalismo teológico: Ensina que Jesus se
aproximou ao máximo do ideal divino para a humanidade, mas que não pode ser considerado Deus manifesto em forma humana. Sua personalidade sublime e singular incutiu em seus seguidores a crença no “Cristo da fé” capaz de grandes milagres e, nesse aspecto, muito diferente do Jesus histórico. Sua ressurreição foi apenas um mito e não um evento ocorrido no tempo e no espaço. CUIDADO!
Espiritismo: Defende que Cristo não é o Filho de
Deus encarnado que veio ao mundo para salvar o homem do pecado e da perdição (o espiritismo não acredita em céu e inferno). Segundo os espíritas, Jesus é somente um espírito mais evoluído que serve de guia para as pessoas, sendo que todos podem chegar ao mesmo nível dele, evoluindo por meio de sucessivas reencarnações. Surpreendentemente, os espíritas afirmam que suas doutrinas são baseadas nos ensinos de Jesus! CUIDADO!
Testemunhas de Jeová: Afirmam que Jesus não é
divino, mas sim uma criatura especial de Deus. De acordo com essa seita, a criação de Jesus ocorreu antes de todas as coisas e ele viveu como uma criatura espiritual no céu até o dia em que nasceu em Belém. Os mestres dessa religião ensinam que Jesus morreu e ressuscitou para resgatar o homem, mas seu sacrifício foi somente humano. Por não crerem que Jesus é Deus, as Testemunhas de Jeová não o adoram. CUIDADO! Religiões orientais e Nova Era: Creem na divindade de todos os homens (e de tudo o mais que existe no universo). Logo, para essas seitas não existe diferença essencial entre Jesus e os outros seres humanos. Dizem ainda que Cristo foi mais um mestre iluminado, assim como muitos outros, e que ele tinha consciência de sua divindade, algo que todas as pessoas deveriam ter. Muitos adeptos das religiões de Nova Era dizem que Jesus passou seus anos de obscuridade na Índia ou no Tibet, adquirindo “iluminação” junto aos monges budistas.