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Escola BÍBLICA

Dominical
[ 01 ]
O Cristo Glorificado
Fortalecimento da esperança

Texto básico:
Apocalipse 1

Presb. César Augusto


1
ANÁLISE DO TEXTO

João está em Patmos (v. 9), ilha grega, colônia penal


romana. Ele está exilado por seu compromisso com o
Evangelho; certamente por não ter aderido ao culto ao
imperador.
Ele escreveu durante os últimos anos do reinado do
imperador Domiciano, que reinou de 81 a 96 d.C.
Ele recebe o comando para escrever cartas que tinham
como destinatários primários os crentes do 1º século,
mas que também destinam-se a todos os cristãos, a
quem Deus constituiu reino e sacerdotes (v. 6).
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ANÁLISE DO TEXTO

A Visão
Sete candeeiros e Cristo entre eles (vv. 12, 13); os
candeeiros são as igrejas. A visão de João é uma visão de
Cristo entre as igrejas. A visão causou-lhe grande espanto,
levando-o a cair no chão como morto (v. 17).
Ele recebe o comando para escrever o que seria revelado
por Jesus (v. 19):
“as que viste” - a visão do Cristo
“as que são” - o estado das igrejas e as cartas preparadas
“as que hão de acontecer” - que acontecerão no futuro
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ANÁLISE DO TEXTO

A Visão
Este esquema tem servido de base para a elaboração de
um esboço de todo o livro. Embora seja útil para fins
didáticos, uma vez que fornece uma visão panorâmica do
livro, o esquema não faz jus ao texto, pois em cada parte
da divisão há elementos que aparecem nas outras partes.
“as que viste” - cap. 1
“as que são” - caps. 2 - 3
“as que hão de acontecer” - caps. 4 - 22
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ANÁLISE DO TEXTO

A Visão
As estrelas são os anjos das sete igrejas (v. 20).
A Cristandade tem entendido, ao longo da história, que
esses anjos são os pastores das referidas igrejas, haja
vista que eram igrejas reais, físicas, localizadas no tempo
e no espaço, sendo assim, os anjos seriam os pastores
reais dessas igrejas.
Sobre a aparência de Jesus (indumentária e partes do seu
corpo) o comentarista oferece-nos uma interpretação
detalhada na página 8.
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ANÁLISE DO TEXTO

A Visão

Quanto aos sete espíritos “que se acham diante do seu


trono” (v. 4), os teólogos têm defendido a ideia de
inteireza, plenitude, perfeição. É uma linguagem que
remete aos sete dias da criação, por exemplo.
De acordo com F. F. Bruce, o sete seria uma referência ao
Espírito Santo “na plenitude da sua graça e poder”.
O número sete é repetido diversas vezes ao longo do livro.
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CONTEXTUALIZAÇÃO

1. Jesus é soberano na história


O livro começa com o impacto da visão da glória de Jesus.
Assim como a transfiguração serviu para confirmar a fé
dos discípulos e mantê-los firmes no Caminho após a
ascensão, a visão de João também serviu para infundir
esperança nele e nos crentes das igrejas, que estavam
sofrendo perseguições.
O verso 5 deve ter falado fortemente aos corações dos
crentes das sete igrejas perseguidas. O Senhor Jesus é “o
Soberano dos reis da terra”.
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CONTEXTUALIZAÇÃO

1. Jesus é soberano na história


Nenhum líder deste mundo é eterno. Até mesmo aqueles
que marcaram a história por sua luta em favor da justiça e
do bem, passaram. Nenhum líder é eterno.
O soberano dos reis da terra está em seu trono (v. 4).
Ele nos ama e nos libertou dos nossos pecados (v. 5).
O teor geral da mensagem é de esperança. O texto sinaliza
isso claramente. Quem lê é bem-aventurado (v. 3); Jesus
nos ama e nos libertou (v. 5); Deus nos constituiu reino e
sacerdotes (v. 6); “não temas” (v. 17).
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CONTEXTUALIZAÇÃO
1. Jesus é soberano na história
Neste subtópico vemos um dos aspectos da abordagem
proposta pelo autor da lição: a esperança.
A esperança cristã é a certeza de que Cristo reina e está
no controle de tudo. É a certeza de que estaremos com
Ele. A esperança cristã é o próprio Cristo (1Tm 1.1).
Nas palavras do autor, “a revelação se abre com essa
mensagem de esperança e encorajamento aos cristãos
atribulados”. No entanto, a morte de Jesus “não colocou
fim às lutas dos cristãos, que lutam neste mundo a favor
da justiça e do bem” - isso nos leva ao segundo subtópico.
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CONTEXTUALIZAÇÃO
2. O compromisso com Jesus exige
coragem e determinação
João se coloca como “companheiro na tribulação” de
todos aqueles para quem estava escrevendo. De certa
maneira, João representa todos aqueles que sofrem por
causa do evangelho. A vocação cristã não descarta o
sofrimento, antes, é um chamado para tal (1Pe 2.21).
Ela inclui a morte, inclusive pelo viés do martírio, como
aconteceu com vários dos santos do Antigo Testamento,
com todos os apóstolos e com muitos dos primeiros
cristãos. Vemos neste subtópico mais um dos aspectos
da abordagem proposta pelo autor da lição: a resistência.
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CONTEXTUALIZAÇÃO
2. O compromisso com Jesus exige
coragem e determinação
Sofrer exige coragem. No contexto de 1ª Pedro, os crentes
também estavam sofrendo perseguição; a diferença é que
não se tratava de algo institucionalizado.
No caso de uma perseguição institucionalizada, faremos
bem se seguirmos algumas orientações:
1. Sujeição às autoridades - Este é o ensino geral das
Escrituras (1Pe 2.13,14,18-20; Rm 13.1-4). Mesmo
quando a justiça e a razão estiverem do nosso lado, é
do agrado de Deus que soframos por causa da nossa
consciência para com Deus e identificação com Cristo.
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CONTEXTUALIZAÇÃO
2. Reivindicar direitos - A Confissão de Fé de Westminster
postula que é dever dos magistrados civis proteger a
liberdade religiosa (cap. 23, seção 3). Isso também
está previsto na Constituição.
3. Desobediência civil - A sujeição às autoridades tem
limites. Pedro e os apóstolos desobedeceram a ordem
de não mais falar no nome de Jesus (At 5.27-29). Leis
que entram em conflito com a vontade de Deus
claramente revelada (Dn 6) não devem ser obedecidas.
Nem deve haver silêncio diante de óbvias injustiças
sociais e/ou políticas (Mc 6.17,18). Todavia, isso
demanda coragem, reflexão e oração. Saiba mais aqui.
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CONTEXTUALIZAÇÃO
2. O compromisso com Jesus exige
coragem e determinação

O que dizer da realidade brasileira? Já não é novidade que


sofremos uma perseguição sutil, mas, ainda assim,
notada. Cada vez mais, vemos o evangelho sendo
empurrado para fora da esfera pública.
Quem nos dá um diagnóstico preciso é o Rev. Allen Porto
(Igreja Presbiteriana de Barretos, SP):


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“Os sinais dos tempos não são bons. Independentemente da
compreensão escatológica de alguém, todos sabemos que
na história há momentos mais tranquilos para o
florescimento do evangelho e momentos mais desafiadores.
Nós já estamos em um momento desafiador, e a tendência
não é ficar mais fácil. A cultura está tomada, de modo que a
ação política, por exemplo, é insuficiente para qualquer
transformação mais significativa. Então é hora de nos
prepararmos, e de prepararmos os nossos filhos para sofrer
por Jesus. O “cancelamento” é só a manifestação mais
suave desse fenômeno. À frente virão processos e,
eventualmente, prisões. Mas o Senhor continua no trono. O
seu Reino não será abalado.” (Rev. Allen Porto)
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CONTEXTUALIZAÇÃO
3. O testemunho da Igreja revela
Cristo ao mundo
Em certo sentido, aquela apologética clássica inspirada
em 1Pe 3.15 tem perdido espaço em nossos dias.
Destaco dois fatores que explicam isso:
1. Os maus testemunhos têm afastado as pessoas do
evangelho;
2. O imediatismo e a impaciência de nossos dias
impedem as pessoas de ouvirem as boas novas, ainda
que de modo minimamente detido;
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CONTEXTUALIZAÇÃO
3. O testemunho da Igreja revela
Cristo ao mundo
Diante deste cenário, a igreja precisa, cada vez mais,
testemunhar com a vida (1Pe 2.12,15; Mt 5.16; 1Pe 3.1),
empenhando-se em apresentar às pessoas uma boa visão
do que é a boa vida, a vida com Jesus.
Todavia, a imagem que passamos para as pessoas deve
envolver não só uma conduta respeitável, como vimos nos
versos acima, mas deve ser sobretudo atraente.
Para que isso aconteça, esta “boa vida” deve ser boa
primeiro para nós. Se nossa vida com Deus não nos é
prazerosa, nosso esforço, além de inócuo, será hipócrita.
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CONTEXTUALIZAÇÃO
3. O testemunho da Igreja revela
Cristo ao mundo

Apesar da indisposição dos homens para ouvir o


Evangelho, a igreja deve continuar exercitando sua fé,
anunciando Cristo ao mundo e denunciando o mal quando
necessário. O convencimento é obra exclusiva do Espírito
Santo. Com ou sem palavras, a Igreja cumpre seu papel de
voz profética - este é o terceiro elemento da abordagem
proposta pelo autor: a denúncia.

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