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Introdução
A fé cristã inicia-se de modo profético - com gente de todo tipo, já ecoando aquilo
que será vislumbrado na volta de Jesus (At 2:1-11, cf. Jl 2:28-32, Ap 5:9). Toda essa gente
vivenciava os mais variados problemas que desafiavam a maturidade de sua fé. Desafios tão
presentes em nosso cotidiano religioso eram facilmente encontrados na igreja primitiva.
Rebeldia, facções, egocentrismo, fama, senso de superioridade, leviandade com as coisas de
Deus e tantas outras práticas e comportamentos que refletem a imaturidade não são
próprios apenas de nossos dias. Até mesmo a igreja pujante a qual inaugurou promessa tão
importante dada por Jesus (Lc 24:49, At 1:4, cf. Jo 14:26) tinha empecilhos no desempenho e
crescimento de sua fé em Cristo.
Por isso, entender estes percalços para a maturidade cristã de nossos primeiros
irmãos será de grande auxílio para compreendermos os perigos e ameaças que podem se
levantar em nossa jornada à maturidade cristã, e daremos uma primeira olhada nos
recursos, comportamentos e medidas que podemos (ou devemos) aplicar em nossa prática
para crescermos na graça e no conhecimento do nosso Senhor Jesus.
1. Em primeiro lugar, ele insiste que pertence a Cristo tanto quanto seus opositores:
“Se alguém está convencido de que pertence a Cristo, deveria considerar novamente
consigo mesmo que, assim como ele, nós também pertencemos a Cristo” (2Co 10:7b).
2. Em segundo lugar, Paulo mostra que toda e qualquer autoridade que lhe tenha sido
confiada foi concedida para edificar os crentes, não para destruí-los. Ou seja, Paulo
enfatiza não tanto a origem da autoridade, mas o propósito; um propósito altruísta.
Ele exerce autoridade não para proveito próprio nem para promover a si mesmo,
menos ainda para destruir os outros, mas, sim, para edificar a igreja.
3. Em terceiro lugar, Paulo insiste no fato de ser coerente, apesar das aparências
contrárias. Seu opositor o acusou de usar uma fachada literária: suas cartas podem
ser severas e enérgicas, mas o Paulo real, o Paulo de carne e osso, era (segundo eles
diziam) inexpressivo, e sua oratória era digna de desdém. Paulo responde dizendo
que, se os intrusos continuassem a fazer acusações, elas trariam tamanha ira sobre
suas cabeças quando Paulo finalmente chegasse, que todos veriam que o apóstolo
era perfeitamente capaz de enfrentá-los pessoalmente, e não apenas por meio de
cartas: “Saibam tais pessoas que aquilo que somos em cartas, quando estamos
ausentes, seremos em atos, quanto estivermos presentes” (2Co 10:11).
A igreja de Corinto deu muito espaço para falsos apóstolos adentrarem sua
comunidade, em grande medida por terem sucumbido aos padrões mundanos de avaliação
decorrentes de uma fé imatura. A mansidão e cuidado de Jesus encontrados em Paulo, por
exemplo, eram tidos por alguns como sinal de fraqueza, e os falsos líderes não tinham
qualquer preocupação com o trato pastoral do apóstolo, e deliberadamente o acusavam de
inconsistência e covardia. Uma igreja imatura como a de Corinto está suscetível a ser
enganada dessa forma por não fazer o juízo devido sobre os fatores envolvidos.
Tratamento desigual
Os cristão raramente são vislumbrados como ricos e poderosos. Menos
frequentemente eram assim classificados no primeiro século. Muito pelo contrário. Quando
fora se dirigir - provavelmente pela segunda vez - em carta aos coríntios, Paulo chama-os à
reflexão da seguinte forma: “Irmãos, pensem no que vocês eram quando foram chamados.
Poucos eram sábios segundo os padrões humanos; poucos eram poderosos; poucos eram
de nobre nascimento” (1Co 1:26). A riqueza nunca nos foi proibida, mas nesta terra
geralmente o nosso povo foi caracterizado por ter muito pouco segundo os padrões
terrenos. Mas a vaidade já encontrava adeptos dentre os cristãos - não é à toa que Tiago
dedica um capítulo inteiro de sua carta a este assunto (Ti 2).
Conclusão
Esses foram apenas alguns desafios que a igreja primitiva vivenciou em sua jornada
à maturidade em Cristo. Muitos outros poderiam ser destacados, mas estes já nos ajudam a
entender quão difícil foi para a igreja do primeiro século crescer em nosso Senhor. Estes três
desafios podem ser vistos facilmente ainda hoje na igreja de Cristo, e devemos zelar para
que, em nossa empreitada ao crescimento, empreguemos os recursos necessários para
amadurecer em Jesus como igreja tendo em vista o que os nossos primeiros irmãos viveram
e venceram.