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Apocalipse 3:14-22

INTRUDUÇÃO

Laodicéia tinha certas características que deixaram seus sinais na carta que lhe é dirigida.

1) Era um grande centro de bancos e das finanças. Quando Cícero viajou pelo oriente, foi em
Laodicéia que converteu em dinheiro as letras de mudança que levava consigo. Laodicéia era
uma das cidades mais ricas do mundo. O ano 61 de nossa era, Laodicéia foi devastada por um
terremoto; mas seus cidadãos eram tão ricos e independentes que se negaram a receber ajuda
do governo romano e reconstruíram a cidade com seus próprios recursos e esforço. Tácito, o
historiador romano, escreve: "Uma das cidades mais famosas da Ásia, Laodicéia, foi demolida
nesse ano por um terremoto, e sem nossa ajuda de classe alguma, recuperou-se mediante seus
próprios recursos" (Tácito, Anais, 14:27). Não é de maravilhar-se que Laodicéia se glorificasse de
ser rica, de possuir grandes fortunas e de não precisar de nada. Era tão rica que nem sequer cria
ter necessidade de Deus.

(2) Era um grande centro da indústria do vestido. As ovelhas que pastavam nos arredores de
Laodicéia eram famosas no mundo inteiro por sua lã suave, de cor violeta escura. Produzia
industrialmente mantos muito baratos. Uma de suas especialidades era uma túnica chamada
trimita, pela qual alguns chamavam Trimitaria à cidade. Laodicéia estava tão orgulhosa da roupa
que fabricava que não podia dar-se conta que a Deus a enfrentava desnuda.

(3) Era um centro médico de importância. Vinte quilômetros a oeste de Laodicéia, entre a cidade
e a Porta da Frígia, estava o templo dos Homens-deuses de Caria. Numa época este templo tinha
sido o centro comercial, administrativo e social de toda a região. Até começos de nossa era o
costume era ter grandes mercados, em datas fixas, nos arredores do templo. Este lugar era o
centro de uma importante escola de medicina. Mais tarde, a escola se transferiu à cidade de
Laodicéia. Tão famosos eram seus médicos, que os nomes de alguns deles aparecem nas moedas
da cidade. As palavras do Cristo ressuscitado respondem de maneira direta à riqueza e às
habilidades técnicas que caracterizavam e tornavam Laodicéia famosa, e que a enchiam de tanto
orgulho. Este orgulho, precisamente, tinha eliminado a necessidade de Deus na mente e no
coração de muitos de seus cidadãos e, aparentemente, até entre os membros da Igreja.

(4) Devemos agregar um fato mais com relação a Laodicéia. Estava numa região onde abundava
a população judia. Tantos eram os judeus que tinham emigrado para com essa região que os
rabinos palestinenses tinham um dito contra os que buscavam os vinhos e os banhos de Frígia.
O ano 62 a.C. Fraco, governador da província, alarmou-se pela quantidade de dinheiro que os
judeus enviavam a Jerusalém em conceito de imposto pelo Templo (uma obrigação de todo
membro da comunidade judia mundial. Na cidade de Hierápolis, a uns dez quilômetros de
Laodicéia, havia uma "congregação de judeus" que tinha o direito de cobrar multas e impostos
e possuía um arquivo de documentação legal onde se guardavam dados sobre toda a população
judia da zona. Havia poucas regiões no mundo onde os judeus, fora da Palestina, fossem tão
ricos e influentes. Tal, então, era Laodicéia, a cidade muito rica para preocupar-se por Deus ou
sentir alguma necessidade dEle.

PALAVRA CHAVE: Observações.

FRASE DE INTRODUTÓRIA: Qual outra observação podemos tirar do texto?

1ª Informação: As afirmações de Cristo - Como em todas as outras cartas, a introdução começa


com uma série de grandes títulos que se atribuem a Cristo.
 É o Amém. Este é um título muito estranho. Pode ter duas origens. Em Isaías
65:16 Deus é chamado o Deus da verdade; em hebraico isto se diz "Deus do
Amém". A palavra Amém é a que normalmente se pronuncia ao terminar uma
declaração ou afirmação solene para garantir e reafirmar a verdade do que se
disse. Se diz de Deus que é o Deus do Amém, isto significa que pode confiar-se
totalmente nEle, que não pode duvidar-se de suas afirmações, que suas
promessas são sempre verdadeiras. Nosso texto, então, quereria dizer que Jesus
Cristo é Aquele cujas palavras e promessas são verdadeiras além de toda
possibilidade de dúvida. No evangelho de João as afirmações de Jesus muito
frequentemente começam dizendo "Em verdade, em verdade vos digo..." (por
exemplo João 1:51, 3:3, 5, 11, etc.). No texto original se lê: "Amém, Amém lhes
digo..." É possível que se chame "o Amém" a Jesus Cristo como reminiscência
de sua própria maneira de falar. O significado, neste caso, seria o mesmo: Jesus
Cristo é Aquele cujas afirmações são verdadeiras, Aquele em cujas promessas
pode ter-se uma confiança total.
 Ele é a testemunha em quem se pode confiar e que é fiel aos fatos de que
testemunha. R. C. Trench assinala, com justiça, que uma boa testemunha deve
responder a três condições: (a) Deve ter visto com seus próprios olhos o que
testemunha; (b) Deve ser totalmente honesto, deve repetir com exatidão o que
viu e ouviu. (c) Deve ter a habilidade de dizer o que viu e ouviu, de maneira que
seu testemunho produza a impressão correta nos que o ouvem. Jesus Cristo
satisfaz de maneira perfeita estas condições. Pode nos falar com relação a Deus
porque veio dEle. Podemos confiar em suas palavras porque é o Amém. É capaz
de dizer o que viu porque ninguém jamais falou como Ele. Jesus é a testemunha
perfeita das coisas de Deus.
 Jesus é o princípio da criação de Deus. Conforme diz nossa versão, Jesus é o
princípio da criação de Deus. Esta é uma expressão com relação à qual devemos
tomar cuidado, porque, tal como se traduziu para o português, fica
extremamente ambígua. Dizer que Jesus é o princípio da criação pode
interpretar-se no sentido de que Ele teria sido a primeira pessoa criada. Mas
também pode significar que foi a causa motriz de toda a criação, aquele que
começou todo o processo da criação. Mas a própria palavra de Deus nos
responde esclarece a respeito desta afirmação sobre o nosso Senhor Jesus. No
Novo Testamento encontramos muito freqüentemente relações entre o Filho
de Deus e a criação. João inicia seu Evangelho dizendo que “Todas as coisas
foram feitas por intermédio dele, e, sem ele, nada do que foi feito se fez” (João
1:3). “Nele”, diz Paulo, “foram criadas todas as coisas” (Col. 1:15, 18).

2ª Informação: Laudicéia ao contrário do Cristo ressurreto não possuía identidade, ou seja, não
era nem uma coisa e nem outra.

A condenação de Laodicéia começa com uma imagem de crua vividez. Porque os laodicenses
não são nem frios nem quentes possuem essa qualidade nauseabunda que obrigará ao Cristo
ressuscitado a vomitá-los de sua boca. Deve tomar-se nota do significado exato destas palavras.
A palavra que se traduz "frio" é psujros, e pode significar frio ao ponto de congelamento. O
Eclesiástico 43:20 fala do vento frio do norte que pode congelar a superfície da água estancada.
A palavra que se traduz "quente" tsestos, significa quente até o ponto de ebulição. A palavra
que se traduz para morno é jliaros. As coisas mornas em geral têm um efeito nauseabundo. A
comida quente pode ser apetitosa, assim como a comida fria, mas a comida morna em geral nos
revolve o estômago. O mesmo ocorria ao Cristo ressuscitado quando se fazia presente na Igreja
em Laodicéia. Isto deve nos fazer pensar.

 Na indiferença. A atitude que o Cristo ressuscitado condena de maneira sem


misericórdia é a indiferença. Entre todas as coisas a indiferença é a mais difícil
de combater. Se alguém experimentar intensos sentimentos numa direção,
pode ser convencido de mudar a direção de suas inclinações. Mas se alguém
perdeu a capacidade de experimentar sentimentos ardentes, é muito difícil
fazer algo com ele. A indiferença é uma espécie de morte gelada, na qual tudo
deixou de ter importância. O problema da evangelização na atualidade não é a
hostilidade para com o cristianismo; mas seria melhor se este fosse o caso. O
problema é que o cristianismo e a Igreja deixaram que ter importância para as
pessoas, que os homens os contemplam com total indiferença, e a indiferença
é a mais difícil das barreiras para demolir. Só é possível opor-se à indiferença
uma demonstração clara de que o cristianismo é um poder capaz de fortalecer
a vida e uma graça capaz de embelezá-la.
 Na neutralidade. A única atitude impossível em face do cristianismo é a
neutralidade. Ser neutro com relação a Jesus Cristo é constituir-se num
obstáculo para sua obra. Jesus Cristo opera através dos homens; e o homem
que é totalmente neutro com relação a Jesus Cristo negou-se a assumir a tarefa
que constitui o propósito divino para sua vida. Portanto, não somente não está
no caminho mas sim que se interpôs no caminho de Cristo. Aquele que não
esteja disposto a ajudar a Cristo é um estorvo para Cristo. Aquele que não se
submete a Cristo oferece resistência. Se oferecermos a alguém amor e a
resposta é que nosso amor lhe é indiferente ou não se importa com ele, essa
pessoa, querendo ou não, frustrou-nos.

Por mais duro que pareça, o significado, desta terrível ameaça do Cristo ressuscitado é que nos
será preferível não nos termos iniciado no caminho cristão que ter aceito ao Senhor e Salvador
e depois nos abandonarmos a uma prática religiosa convencional, formal e sem significado,
aparente mas sem ardor no espírito. É melhor nem sequer nos lançar ao que Trench chama "o
grande experimento do evangelho" que aceitá-lo para fazer dele uma religião respeitável e sem
convicção profunda. Nenhum líder aceita seguidores que respondam a suas exortações com
reservas; nenhum dirigente valoriza a lealdade que com o tempo se converte em indiferença. O
fogo do primeiro amor deve seguir ardendo sempre com a mesma força. Há uma afirmação de
Jesus que não faz parte de nosso Novo Testamento: "Aquele que está perto de mim está perto
do fogo". O modo de manter o calor espiritual é permanecer sempre perto de Cristo.

A tragédia de Laodicéia era que estava convencida de sua própria riqueza e que era cega com
relação à sua verdadeira pobreza. Humanamente falando, e a julgar segundo as pautas da época,
ninguém poderia dizer que havia outra cidade mais rica que Laodicéia em toda a Ásia.
Espiritualmente falando, e segundo as pautas divinas, o Cristo ressuscitado afirma que não há
comunidade mais açoitada pela pobreza que Laodicéia. Laodicéia se vangloriava de três coisas:
cada uma destas é tomada, por turno, e mostrada em seu próprio verdadeiro valor.

(1) Laodicéia se orgulhava de sua riqueza financeira. Era o centro bancário da Ásia Menor; era
tão rica que quando um terremoto a devastou no ano 61, negou-se a aceitar ajuda para sua
reconstrução. Não necessitava nada de ninguém, ou pelo menos pensava isso. O Cristo
ressuscitado recomenda que compre ouro que tenha sido refinado no fogo. O ouro provado no
fogo demonstra seu autêntico valor; é precisamente com essa imagem que Pedro descreve a fé
verdadeira (1 Pedro 1:7). A riqueza pode fazer muitas coisas, mas há coisas que por mais
dinheiro que se tenha jamais poderão conseguir-se. A riqueza não pode comprar felicidade; nem
pode dar a ninguém um corpo ou uma mente sã; a riqueza não pode consolar quem sofre uma
tristeza; a riqueza não pode comprar a amizade verdadeira para aquele que ficou sozinho. Se
tudo o que tivermos para enfrentar a vida é nossa riqueza, somos verdadeiramente pobres em
recursos. Mas se alguém tem uma fé que foi provada e refinada no crisol do fogo da experiência,
não há nada que não seja capaz de enfrentar e é, verdadeiramente, rico como ninguém.

(2) Laodicéia se orgulhava de sua indústria do vestido. A roupa que se fabricava em Laodicéia
era famosa no mundo inteiro. Mas — diz o Cristo ressuscitado — Laodicéia está espiritualmente
nua. Se quer cobrir sua nudez deve ir a Ele e receber dEle o que somente Ele pode dar. O Cristo
ressuscitado fala de "a vergonha da nudez" de Laodicéia. Isto tinha um significado muito mais
forte no mundo antigo que entre nós. Foi deste modo que Hanum tratou os servos de Davi (2
Samuel 10:4). A ameaça contra o Egito é que a Assíria levará nu a seu povo (Isaías 20:4). A
advertência de Ezequiel a Israel era que seus inimigos o despiriam de sua roupa (Ezequiel 16:37-
39; 23:26-29, veja-se Oséias 2:3,9 e Miquéias 1:8,11). Deus disse Naum que advertisse ao povo
desobediente que: “Mostrarei às nações a tua nudez, e aos reinos, as tuas vergonhas” (Naum
3:5). Por outro lado, estar vestido com roupas finas era uma grande honra. Faraó honrou a José
vestindo-o com roupa de linho fino (Gênesis 41:42). Daniel é vestido de escarlate por Belsazar
(Daniel 5:29). As vestimentas reais estão destinadas àqueles homens que o rei honra (Ester 6:6-
11). Quando o filho pródigo retorna, é-lhe posto a melhor das túnicas (Lucas 15:22). Laodicéia
se orgulhava da roupa que fabricava, mas espiritualmente está nua e a nudez é desonra e
vergonha. O Cristo ressuscitado a exorta a comprar dEle um vestido branco. O que significa este
vestido branco? Pode muito bem representar as coisas belas da vida e o caráter que somente
Cristo pode oferecer aos homens. Tem muito pouco sentido que a pessoa adorne o corpo se não
tem com o que adornar a alma. Nem todos os vestidos mais finos do mundo poderão embelezar
o homem cuja natureza está retorcida e cujo caráter foi afeado. O que o homem possa vestir
jamais compensará o que Deus não deu para vestir sua interioridade espiritual.

(3) Laodicéia se orgulhava de seu famoso colírio; exportava-o para todo o mundo como o
remédio mais eficaz para as doenças dos olhos. Mas os fatos demonstram que Laodicéia era
cega, visto que não via sua pobreza e sua nudez. R. C. Trench diz: "O princípio de toda emenda
verdadeira é nos ver tal como somos." Laodicéia era muito cega para poder ver-se tal como era.
Somente Aquele que é a Luz do Mundo pode limpar nossa vista e nos torna capazes de ver com
clareza. Vê-lo em sua santidade e a nós em nosso pecado é o primeiro passo rumo à salvação.

Meus amados irmãos Laodicéia sempre se orgulhou de suas “riquezas”, mas este coisas na
verdade eram a sua pobreza. Nós não podemos nos tornar como Laodicéia, devemos nos
enriquecer das coisas que procedem do nosso Senhor. E se caso nos for o caso de estarmos
vivendo nos achando ricos, devemos examinarmos a nós mesmos e nos sondarmos para caso
assim estejamos vivendo nos arrependemos para que o Senhor não nos vomite de sua boca e
sejas parte do destino de Laodiceia. Cristo está a nossa porta batendo nela, mas se nosso orgulho
nos fazer perder esta oportunidade não seremos recebedores das promessas do Senhor, e ao
invés de assentados com ele nos céus, estraremos condenados. Amém

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