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ESTUDO BÍBLICO 01

CARTA AOS HEBREUS

A carta aos Hebreus possui uma característica única na Bíblia, pois ela é a única carta
cujo autor não é identificado. Lutero sugere que quem a escreveu era um discípulo de algum dos
apóstolos (Hb 2.3). Isso, na verdade, não nos faz muita diferença, sendo que podemos aprender
com essa exposição sobre a pessoa e obra de Cristo. Podemos dizer que o autor fala de Cristo
com o Antigo Testamento aberto ao seu lado, olhando para as promessas de Deus e como elas
se cumpriram em Cristo. Além disso, veremos o significado das cerimônias e sacrifícios
realizados pelo povo de Deus antes de Cristo. O principal objetivo da carta aos Hebreus é revelar
Cristo como o Grande Sacerdote, que age em favor do ser humano de forma definitiva.

CAPÍTULO 1

Deus nos falou muitas vezes e de muitas maneiras. Se notarmos o andamento da história
bíblica, podemos assim dizer que Deus nos falou em etapas, aos poucos. Primeiro ele falou sobre
a vinda do Messias (Gn 3.15), depois temos as renovações da aliança com os pais Abraão,
Isaque e Jacó. Depois os profetas anunciaram os grandes acontecimentos que estavam por vir.
Mas, a revelação perfeita, até onde é possível que as pessoas conheçam e entendam pelo
Espírito de Deus, veio por meio do Filho. Em Jesus temos a “fala final” de Deus, até o Dia do
Juízo.
Essa informação nos ajuda a localizarmos onde estamos dentro da história bíblica, afinal
de contas, quando lemos a Bíblia estamos lendo a nossa própria história e, por isso, precisamos
nos incluir nela. Portanto, dentro da história, estamos vivendo no fim dos tempos, esperando a
volta de Jesus.
O fato de Jesus estar sentado à direita do Pai, demonstra sua real filiação. Jesus tem
todo o poder e governa com o Pai e o Espírito Santo todas as coisas. Cristo não é um
representante criado (como os profetas ou até mesmo anjos), Ele é o próprio Filho e, por isso, Ele
está acima de TODAS as coisas.

CAPÍTULO 2

Neste capítulo o escritor mostra a razão para ouvir a Cristo. Se as palavras dos anjos se
tornaram verdade, como não dar ouvidos ao Cristo, Filho de Deus? (v.2-4) O povo de Deus não
pode negligenciar sua salvação se desviando da Palavra de Cristo. Não há nada de novo, é só
continuar guardando aquilo que já recebemos do próprio Cristo. Sem as Palavras de Cristo
somos como as nuvens ao vento, que se mechem de um lado ao outro sem direção definida. Por
isso, é absolutamente necessário nos agarrarmos à Palavra do Senhor Jesus.
Com um pensamento mais “ameaçador”, o v. 3 nos faz uma pergunta cuja resposta é
preocupante para aqueles que deixam a fé em Jesus em segundo plano. Em Cristo temos a
revelação perfeita sobre a Salvação, o que significa que não teremos desculpa alguma no dia que
o Senhor nos chamar para a “prestação de contas”.
No v. 10 temos o pleno consolo e felicidade para aqueles que guardam a fé em Cristo.
Ele é o Autor da Salvação. Ele conduz os cristãos à glória, da mesma maneira como o Pai o
glorificou no dia de sua ressurreição. O caminho escolhido por Deus para que isso pudesse
acontecer foi “por meio de sofrimentos”. Precisamos ver a vida de Cristo sendo a nossa própria
vida. Ele veio nos substituir e morrer em nosso lugar, pois nós não teríamos forças para levantar
da tumba. Ele não se envergonha de nos reconhecer como irmãos (v. 11). Por isso, Ele se tornou
ser humano para, tomando parte da nossa natureza, destruir o diabo que tem poder sobre a
morte. (v.14)
Uma palavra que pode traduzir melhor essa ideia para a língua portuguesa é “empatia”,
que é quando nos identificamos com outra pessoa a tal ponto de querer se colocar junto ao seu
sofrimento, por exemplo. É a mesma ideia bíblica quando se fala da misericórdia de Deus pelo
ser humano. Cristo nos ama de tal modo que se fez um de nós, para que pudéssemos ser salvos
por meio da sua morte e ressurreição. Assim, lembrem-se: aquele que quer nos socorrer também
já passou por momentos felizes e por momentos de sofrimentos. Ele sentiu na pele as mais
diversas situações de nossa vida, inclusive a morte. Portanto, temos mais um motivo para se
entregar com tudo nos braços de Jesus.

CAPÍTULO 3

No v. 1, temos dois títulos para Jesus: Apóstolo e Sumo Sacerdote. Significa que Jesus é
tanto o enviado por Deus como aquele que representa o ser humano junto a Deus. Não é pura
graça? A vontade de Deus está totalmente voltada para a salvação de todos. Assim, a única
forma possível de rejeitar essa graça é pela incredulidade. Não crer é tapar os ouvidos para a fé;
é endurecer o coração como a terra que não absorve a semente da Palavra de Deus. Nos é
apresentado o exemplo do povo de Israel que foi resgatado por Moisés da escravidão no Egito a
fim de morarem na terra prometida de Canaã. Para os rebeldes e descrentes não houve
descanso. Com essa ponte o autor nos coloca diante da terra celestial prometida por Cristo, onde
todos os que confiam na plenitude de sua graça podem descansar tranquilamente, enquanto os
incrédulos não poderão descansar por causa do sofrimento eterno.

“Tende cuidado, irmãos, jamais aconteça haver em qualquer de vós perverso


coração de incredulidade que vos afaste do Deus vivo; porque nos temos tornado
participantes de Cristo, se, de fato, guardarmos firme, até ao fim, a confiança que, desde o
princípio tivemos.” (v. 12,14).

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