Você está na página 1de 6

ESTUDO BÍBLICO- APOCALIPSE

O FULGOR DA GLORIA DE CRISTO


Texto: Ap: 1:9-20
Pr.Wesllen

1 OBJETIVOS

● Compreender definição e contexto de Apocalipse


● Analisar a visão de João sobre o fulgor da glória de Jesus

2 INTRODUÇÃO

2.1 JUSTIFICATIVA
Atualmente estamos vivendo um colapso na esfera da pregação afetando o
verdadeiro ensino das escrituras sagradas em alguns ambientes religiosos.
Haja vista isso, há uma distorção na essência da pregação, os homens estão
se perdendo em caminhos egocêntricos, cheios de si, sem compromisso com
os oráculos de Deus, em concordância com isso LOPES (2008, p. 43) diz: “o
que estamos acompanhando é um verdadeiro comércio das Escrituras, onde o
evangelho se torna um produto, o púlpito um balcão e os crentes
consumidores”. 

A pregação não se resume aos fatos antropocêntricos que estamos


vivendo, mais sim a um contexto teocêntrico que envolve a centralidade de
Cristo na exposição do evangelho, conforme Westmister, diz que “a verdadeira
pregação expositiva precisa anunciar e defender a doutrina de que o fim
principal do homem é glorificar a Deus e gozá-lo para sempre, e não o
contrário”

Dito isto, há uma necessidade gritante e urgente de voltamos ao verdadeiro


evangelho e ensinamos sobre a volta de Cristo.

2.2 DEFINIÇÃO

As características escriturísticas literárias de Apocalipse são


apocalíptico, em concordância, Stanley M. Horton (1995, p. 10), diz “Revelação
em Ap1.1 é “Apokalupsis”, no grego; tem o sentido de “desvendar, descobrir,
revelar”. O teólogo Antônio Gilberto (1926, p. 7) ensina “O termo escatologia
deriva do grego “eschatos” último, e “logia” tratado, estudo de um conjunto de
ideias. Em resumo escatologia é o tratado das últimas coisas”. Compreende-se
que a revelação estava em oculto escondida em Deus, revelando- se ao seu
servo João. Existem outros arcabouços literários que estão ligados ao livro de
apocalipse, são estes o livro de Daniel e Ezequiel, que são importantes nos
seus simbolismos e visões para o contexto escatológico do fim dos tempos
(HORTON, 1995).

2.3 CONTEXTO

A datação do livro de Apocalipse possui uma harmonia entre


historiadores e os pais da igreja que datam o livro no ano 95 d.C. isto é no
termino do reinado do imperador Domiciano (81-96 d.C.). Dessa forma, João o
autor do livro, viveu um período de difícil conturbado de fortes perseguições por
parte do imperador Domiciano, que não concordava com a crença de João,
isso foi um dos motivos do apostolo ser levado para a ilha de patmos na
Grécia. (Ap 1:9).

João mesmo aprisionado, sofrendo não esconde o desejo de transmitir a


mensagem de Cristo, aos seus contemporâneos. Isto evidencia, que apesar de
sua prisão sua fé estava mais viva do que antes.

3 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

3.1 A VISÃO DE JOÃO SOBRE O FULGOR DA GLÓRIA DE JESUS


João se identifica como servo de Jesus, como irmão e companheiro nas
circunstâncias difíceis. O apostolo recebe a visão enquanto se achava exilado
na ilha de patmos, a situação de João não se trava de injustiça, crime, mas por
ser fiel a palavra do Senhor. (Ap 1:9)

O apostolo estava em um local difícil, segundo Stanley M. Horton (1995,


p. 25) diz “o local onde João está exilado não é agradável nem divertido.
Patmos é uma ilha rochosa, sem vegetação, e relativamente pequena; achava
localizada a aproximadamente noventa quilômetros ao sudeste de Éfeso”.

No versículo (10) João é arrebatado em espírito, segundo Napoleão


Falcão (2021, p. 40) diz “As visões que ele revela não foram vistas com olhos
humanos, e não era meramente imaginações do próprio homem. Ele as
reconhece como revelações vindas de Deus a um servo que se dedicou ao
Senhor durante as longas décadas de sua vida””

A expressão no dia do SENHOR (v.10b), para Falcão (2021) existem


dois entendimentos sobre o dia do senhor, o primeiro está relacionado com a
injustiça, maldade, idolatria, e eram punidos pelo Senhor. O Segundo faz uma
inferência ao dia dedicado ao Senhor, está pratica estava muito presente na
vida da igreja do primeiro século que faziam reuniões para cercar a mesa do
Senhor (Atos 20:7), em concordância Stanley M. Horton (1995, p. 25) diz “o dia
do senhor pode ser uma referência ao domingo.

Atrás de João ele ouve uma voz como de trombeta (v.10c), o apostolo
inicialmente não identifica a pessoa, mais deixa explica que a voz era forte.

Horton vai dizer que:

O que lhe dirige a palavra identifica-se a si mesmo como Aquele que


havia falado no versículo oito” Alfa e ômega”, o primeiro e o último.
Como as igrejas da província da Ásia falavam o grego,
compreenderam está idenficação não somente como o princípio e o
fim de todas as coisas, mas como a mesma eternidade. Como o
“principio”, Jesus ocupa o mais proeminente lugar nos planos de
Deus; como o “fim” jamais alguém ocupará o seu lugar. Nenhum outro
Messias o substituirá; ninguém, exceto Ele, será o Rei dos reis e
Senhor dos senhores. Seu trono será eterno” (HORTON, p. 25, 1995)

No versículo (11), João vira para ver quem falava com ele, o apostolo
contempla sete cartiças de ouro e no meio dos sete cartiças, um semelhante ao
filho do homem.

Falcão vai dizer que:

Antes de enxergar a pessoas que falava com ele, João viu sete
candeeiros (ou candelabros) de ouro. No velho testamento, eles
mantinham aceso no tabernáculo o candeeiro de ouro com sete
lâmpadas, que servia para iluminação (Números 8:1-4; Êxodo 27:20;
35:14; 39:37; Levítico 24:2-4; c Crônicas 13\;11; Hebreus 9:2. Na
visão de Zacarias 4, encontramos um candelabro de sete lâmpadas.
A posição de Jesus no meio dos candeeiros sugere a sua comunhão
com seu povo. Jesus anda no meio das igrejas, realmente fazendo
seu tabernáculo entre os seus servos. (FALCÃO, p. 41,42 2021)

3.1.1 ASPECTOS DA VISÃO


● Vestes cumpridas v.13: dignidade de Cristo como sacerdote, ele nos
conduz a Deus, ele reina sobre nós. (ÊXODO 28:39-40; LEVÍTICO 8:7)
● Cabeça v.14: diz sobre sua divindade santidade e eternidade. A cabeça
era símbolo de honra, sabedoria e dignidade. (ISAIAS 46:4)
● Olhos como chamada de fogo v.14: expressa a onisciência de Deus
está em todo lugar (PROVERBIOA 15:3: JEREMIAS 32:19). São atentos
aos seus servos (SALMOS 33:18; 34:15), vigia as nações (SALMOS
66:7). Os olhos do justo rei dissipam o mal (PROVERBIOS 20:8)
● Pés semelhante ao latão reluzente v.15: Isso transmite o significado
de força e estabilidade. Diz respeito a sua onipotência para julgar e
esmagar os inimigos (MIQUEIAS 4:13; DANIEL 2:33,40-42; ROMANOS
16:20). Os pês dos seres viventes servindo a Deus na visão de Ezequiel
(EZEQUIEL 11:7), do homem vestido de linho na visão de Daniel (Daniel
10:6),
● Voz como de muitas águas v.15: fala de seu poder para julgamento.
(DANIEL 10:6).
● Ele tinha na sua destra (mão) v.16: expressa sua ação de governar e
seu cuidado com a Igreja. Ninguém pode nos arrebatar-nos das mãos de
Cristo (JOÃO 10:28; ROMANOS 8:31-39).
● Boca saía uma aguda espada de dois fios v.16b : isto diz sobre seu
juízo incontestável (APOCALIPSE 19:5). Representa a palavra
(HEBREUS 4:12-13).
● Seu rosto era como sol v.16c: a visão não é mais como Cristo servo,
perseguido, preso, esbofeteado, cuspido, mais de um Cristo cheio de
glória. Jesus como luz do mundo (JOÃO 1:4-9; 3:19-21; 8:12; 9:5; 12:35-
36,46), três discípulos viram a glória resplandecente de Jesus no monte
da transfiguração (MATEUS 17:2), Saulo viu está gloria (ATOS 26:13).
● Eu sou primeiro e o último v .17: ele é o criador, sustentador e
consumador de todas as coisas. Ele as cria, controla, julga e plenifica.
Ele aqui é enaltecido como vitorioso sobre o último inimigo, a morte (I
CORÍNTIOS 15: 26).
O senhor é poderoso, atemporal, eterno, é espírito (João 4:23-24) não é
composto de matéria, Deus existe, em concordância Francisco P. Cabral (2023)
vai dizer:

"Primeiro motor imóvel: esta primeira via supõe a existência do


movimento no universo. Porém, um ser não move a si mesmo, só
podendo, então, mover outro ou por outro ser movido. Assim, se
retroagirmos ao infinito, não explicamos o movimento se não
encontrarmos um primeiro motor que move todos os outros;"

Dessa forma, tudo que se move deve ser movido por outro, nada se
move sozinho, Deus é antes de todas as coisas Ele é o motor imóvel, isto está
em acordo com as escrituras, (SALMOS 90; GÊNESIS 1:1; COLOSSENSES
1:17)

● Vitoria triunfal v.18: Jesus venceu a morte na cruz (I CORÍNTIOS 1,23-


24), Ele está vivo para todo sempre, Ele tem a chave da morte, tumulo
para onde vai o corpo, e do inferno no grego “hades” para onde vai a
alma (LUCAS 16). E ambos serão lançados no lago de fogo
(APOCALIPSE 20:14). Ele não permitirá que seus servos sejam presos
eternamente na morte, é uma mensagem de conforto e esperança para
os féis (HEBREUS 2:14-18; COLOSSECES 2:15; JOÃO 3:8)

4 REFERÊNCIA:
FALCÃO, Napoleão, (Desvendando os mistérios do apocalipse). RR
Editora. 2021, p.40)
FERREIRA DE OLIVEIRA, DÉBORA; PIEREZAN, ALEXANDRE. ANÁLISE
HISTÓRICA DO APOCALIPSE DE JÕAO. ANÁLISE HISTÓRICA DO
APOCALIPSE DE JÕAO, [S. l.], p. 02, 8 nov. 2016.
HORTON, Stanley M. (A vitória Final). Rio Janeiro: CPAD. 1995, p. 10, 12, 25
LOPES, Hernandes Dias. De pastor a pastor: Princípios para ser um pastor
segundo o Coração de Deus. São Paulo: Hagnos, 2008, p. 43.
CABRAL, João Francisco Pereira. "Cinco vias que provam a existência de
Deus em Santo Tomás de Aquino"; Brasil Escola. Disponível em:
https://brasilescola.uol.com.br/filosofia/cinco-vias-que-provam-existencia-deus-
santo-tomas-.htm. Acesso em 04 de abril de 2023.

Você também pode gostar