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Esboço Pregação

INTRODUÇÃO APOCALIPSE

Revelação de Jesus Cristo, que Deus lhe concedeu para


mostrar a seus servos os acontecimentos que em breve
devem se realizar, e que Ele, por intermédio do anjo,
expressou ao seu servo João; Apocalipse 1.1.

Apocalipse revela Cristo.

Esse é o único livro profético da Bíblia que nos estimula a


lê-lo, prometendo felicidade a quem o faz. Ap 1.3. Não há
felicidade maior que o conhecimento de Cristo.

Este livro é a revelação da glória, dos planos e das


palavras do vencedor celestiais para os vencedores que o
representam na terra. Ap 3.21. 5.5; 17.14; 19.16.

Apocalipse possui mais que inspiração divina, é revelação


divina. Sua primeira revelação é o Verbo de Deus. Aquele
que era o Mistério oculto desde a eternidade. João 1.18.
Col 1.25-27. Aquele que morreu e ressurgiu; nos comprou
com seu sangue , nos fez reino sacerdotal. Ele é quem
governa a igreja e os seus pastores.

No apocalipse Cristo continua como o centro de toda


revelação bíblica. Ele é o maior revelador da história de
Deus e o divisor da história dos homens. Ele é revelação
de Deus na terra, na Bíblia e em nós.

Do capítulo 1 ao 3, Cristo é apresentado como o Rei e


Sacerdote exaltado ministrando às igrejas. Nos capítulos
4 e 5, Cristo é apresentado no céu como o Cordeiro
glorificado de Deus, reinando no trono. Do capítulo 6 ao
capítulo 18, Cristo é o Juiz de toda a Terra. No capítulo 19,
ele volta à Terra como o Rei do reis e Senhor dos
senhores e no final ele nos é apresentando como Noivo
Celestial conduzindo a noiva, à cidade celestial. Ap 21 e
22.

Merrill Tenney deixa claro que nesse livro Jesus Cristo


não é secundário, mas sim o tema central.
Apocalipse é revelação em meio a dor.

Na introdução do Apocalipse, João se apresenta como


“irmão, e companheiro na aflição” indicando que não era
um sofrimento pessoal e isolado, mas uma perseguição
aos cristãos em geral por volta do ano 95 d.C., durante o
reinado do imperador romano Tito Flávio Domiciano, que
como punição, ordenou Joao como prisioneiro para uma
ilha de mineiros, para que morresse ali, porém, aquele
ambiente fétido é desprezível se tornou o gabinete do
autor do livro mais precioso do novo testamento.

A Igreja em Esmirna foi alvo de amargas perseguições. Ap


2.8. A cidade considerada centro do culto ao imperador
estava “infestada” de fiéis a Cristo e naturalmente muitos
crentes foram perseguidos e sofreram o martírio.

Policarpo, o pastor da igreja em Esmirna, discípulo


pessoal do apóstolo João, foi martirizado após ser levado
a arena, lugar dos Jogos Olímpicos, um dos maiores
teatros abertos da Ásia menor, onde foi ordenado que
abandonasse a Cristo prometendo lealdade ao imperador
Romano , porém, após recusa , o pastor foi lançado
numa fogueira preparada para ele e segundo se crê
alguém o matou com um golpe de faca. A carta a esta
igreja é vista como um prenúncio das horrendas
perseguições que tiveram lugar entre o ano 100 depois de
Cristo até o tempo da conversão de Constantino, porém o
livro inteiro deve ser vista como uma promessa de vitória
para todos os santos sofredores de todos os tempos.

Antipas, 2.13, pastor na igreja em Pérgamo, chamado pelo


próprio Cristo de “minha fiel testemunha” , pastoreou
uma igreja em um lugar em que estava estabelecido o
trono de Satanás. Tais palavras foram ditas por que o
lugar era de maldade e provação. Conta- se que este foi
fechado dentro de um boi de bronze aquecido para que
seu corpo fosse literalmente cozido. Diz- se que enquanto
morria, o mártir, como Jesus na noite da traição e Paulo e
Silas na prisão, entoava hinos de louvor e adoração a
Deus.
Apocalipse, a revelação gerada na dor garante que as
dores passarão pois não há tristeza que o céu não possa
curar. O livro que nasceu na dor revela que toda dor
morrerá: E Deus limpará de seus olhos toda a lágrima; e
não haverá mais morte, nem pranto, nem clamor, nem
dor; porque já as primeiras coisas são passadas.
Apocalipse 21: 4.

O livro das revelações deve ser lido sob as lentes de


Romanos 8:18: “Porque para mim tenho por certo que os
sofrimentos do tempo presente não são para comparar
com a glória que há de ser revelada em nós”.

Apocalipse ontem, hoje e amanhã.

A literatura apocalíptica é principalmente escatológica,


pois ela aborda as questões dos tempos do fim. Apresenta
o término de um mundo segundo o conhecemos e o
começo de um novo tempo para todas as coisas, o estado
eterno. A revelação deste livro tem a finalidade de dar à
igreja uma esperança futura, pois o tempo presente
daqueles que a compõem são sempre desafiadores à fé, e
tal esperança consiste na vinda do Messias e no
estabelecimento de seu reino.

Os escritos dos apóstolos mostram-nos que o espírito


apocalíptico dominava a igreja primitiva (1Co 16.22), eles
sabiam que um tempo melhor haveria de se iniciar
apenas após um processo de alteração lento e agonizante
da era presente.

Esta esperança esteve no coração da igreja do tempo de


João aqueles que viveram ,“ as coisas que são”. Também
estava no coração da igreja pós João, os que já viveram e
vivem sob as “coisas que hão de acontecer” ( Ap 1.19) e
essa igreja que preserva essa
esperança ainda caminha ao longo dos anos, pois ela é
parte daquele que “ é, era e há de vir” (Ap 1.8), logo, o
apocalipse tem um propósito presente, pois também
agora os fiéis necessitam de força espiritual advindas da
revelação de Cristo para passarem as aflições desta era
ímpia antevendo a vitória final.
Apocalipse é revelação compartilhada

Apocalipse é revelação Pai ao Filho, que por sua vez deu


ao anjo, este revelou a João e João às igrejas. O Pai, a
fonte de toda revelação compartilha com o Filho pois é o
Filho quem encarna toda a revelação do Pai.

A origem da revelação é o Pai. O mediador da revelação é


o Filho, e os instrumentos dela são os mensageiros anjos
e homens escolhidos para tal missão.

O Filho passou revelação ‘’á um anjo auxiliar de João nas


visões celestiais. Assim como os anjos são mensageiros
de Cristo, os ministros são os mensageiros da igreja.

Esse é um anjo literal, trata-se de um ser sobrenatural


que foi comissionado para ser o mediador do livro de
Apocalipse, assim como a lei mosaica foi dada por
mediação de anjos Atos 7.53

A revelação tem muitos ministros, mas é uma só. Apesar


de passar pelas mãos de vários ministros ela continuou
sendo a mesma. Muda-se os ministros mas a revelação
não muda porque sua fonte é Deus e ele não muda. Ml
3.6. Ap 1.8.

Apocalipse é Revelação continuada

Nos paradoxos somos levados ao Gênesis, pois de um


modo maravilhoso João mostra a conclusão da história
que começou no livro do Gênesis, tudo o que foi iniciado
no livro dos começos é consumado no apocalipse.

No Gênesis o céu e a Terra foram criados; no apocalipse


um novo céu e uma nova Terra nos são apresentados. No
Gênesis o sol e a lua aparecem como luz necessária; No
apocalipse vê-se que um dia não teremos necessidade da
luz do sol nem da lua, porque Cristo será a luz que a tudo
iluminará. No Gênesis, temos o casamento primário, no
apocalipse temos o casamento mais glorioso de todos os
tempos entre Cristo e a igreja. No Gênesis começamos
temos um Jardim, no apocalipse temos uma cidade que
desce. No Gênesis Satanás aparece vencendo, no
apocalipse Satanás aparece sendo expulso, derrotado,
preso e para sempre atormentado.
João não conclui de modo contínuo o que começou no
Gênesis, mas também conecta-nos aos salmos e aos
profetas.

Apocalipse 1.7 revela Cristo vindo com as nuvens sendo


visto por todos, até mesmo por aqueles que outras
passaram e todos se lamentando diante dele está
conectado a Daniel 7.13; Zacarias 12. 10. A mensagem de
Ap 2. 7 e Ap 19.15 onde Cristo rege as nações com vara de
ferro e as quebra como vasos de barro aludem ao poder
do juízo do Filho do homem no salmo 2.9. O cântico da
santidade elevada a três no Apocalipse 4.8 já tinha sido
entoado em Isaías 6.3; Amós 3.13. O desespero dos
ímpios clamando às montanhas e às rochas para que
caiam sobre eles para fugirem da ira do Senhor foi
também registrado no livro do profeta Oséias 10. 8. Ap
6.16. A promessa feita aos mártires no capítulo 7. 17, foi
iniciada em Isaías 25. 8. A expressão usada para a
ressurreição das duas testemunhas foi usada também por
Ezequiel na visão do avivamento no vale de ossos secos.
Ap 11.11. Ez 37.5,10. O cântico que destaca a grandeza das
obras de Deus em Ap 15. 3, é também entoado no salmo
111. 2 e 145.17. A lei mosaica foi dada através da mediação
de anjos( At 7.53), o apocalipse também. Ap 1.1; 21.9; 22.6.

João faz referências a quase todos os livros do Antigo


Testamento como também alude ao novo testamento em
cada capítulo do seu livro pois todos falam de Cristo, do
seu reino e da sua igreja. Jesus afirmou que viu o diabo
ser lançado do céu a terra, João também viu e registrou a
mesma cena (Ap 12.7-9). Jesus mencionou o diabo e seus
anjos condenados ao fogo eterno (Mateus 25. 41) Jesus
também mostrou a João o diabo e os ímpios sendo
lançados no lago de fogo. (Ap 20.10-15).

Essa continuidade mostra-nos com maestria que Deus é o


autor primário da Bíblia e que João lhe serviu como autor
secundário tomado pelo Espírito Santo para escrever a
última parte daquilo que hoje consideramos o cânon
sagrado.
Kistemaker afirma que o apocalipse é o coroamento de
todo o cânon da escritura e como tal, este livro precisa
ser revisto à luz do restante da Bíblia. Isso deixa claro
que este livro não é apenas uma composição humana,
nele o Deus trino revela sua palavra ao leitor.
Ap 1.1; 22.17; 22.18-19;

Todo este livro é voltado para a divindade, o autor


principal um Deus que se auto revela como o soberano
sobre tudo e todos.

Matthew Henry, afirma que o Livro do apocalipse de João


consiste em duas partes principais:

1-Relata as coisas que são (AP 1.19), isto é, o estado da


igreja da época, e contém a epístola de João às sete
igrejas, o seu relato sobre a manifestação do Senhor
Jesus e sua ordem para que o apóstolo escrevesse o que
havia visto (Apocalipse 1.9-20). Contém os sermões ou
epístolas às sete igrejas da Ásia, que referem-se ao
estado das respectivas igrejas como existiam na época.
Essas cartas contém excelentes preceitos, exortações,
recomendações, repreensões, promessas e ameaças aptas
para instruir a igreja cristã de todos os tempos.

2- Contém uma profecia das coisas que breve devem


acontecer, (AP 1.19), e descreve o futuro estado da igreja,
desde a época em que o apóstolo contemplou as visões
aqui registradas. Foi concebida para o nosso
aperfeiçoamento espiritual, para advertir o pecador
descuidado, para mostrar o caminho da salvação ao que
virgula despertado, pergunta para edificar o crente fraco
aflito e tentado; podemos acrescentar especialmente que
este livro fortalece submetidos as cruéis perseguições e
sofrimentos infligidos por Satanás e seus seguidores.

No decorrer da história da teologia, surgiram 4 maneiras


tradicionais de interpretar o livro do apocalipse. A
primeira é a visão futurista. Esta foi a visão da igreja
primitiva, refletida por pais da igreja tais como Justino
mártir, Irineu Hipólito e muitos cristãos hoje em dia. Tal
interpretação afirma que os eventos registrados a partir
do capítulo 4 do apocalipse tem a ver com o futuro
retorno de Cristo, e as bestas do apocalipse 13 e 17 são
identificadas com o anticristo.
A segunda maneira de interpretar o apocalipse chama-se
visão historicista. Tal visão se originou no final dos anos
1100 considerando o apocalipse como eu conjunto de
eventos que ocorreria entre a primeira e a segunda vinda
de Cristo. Lutero e Calvino adotaram esta interpretação e
afirmaram que as bestas do apocalipse eram o papa e a
igreja católica se opondo a Deus.

Também temos a visão preterista, aquela pela qual se


afirma que o apocalipse eram pensamentos codificados
que expressavam os pensamentos que os cristãos
possuíam do império e da religião da época do apóstolo
João. Uma abordagem que tem pouca ou nenhuma
aceitação nos dias atuais. A visão idealista, enxerga o
Apocalipse de natureza poética e espiritual. Por último,
temos a visão idealista. Essa interpretação, mostra que o
apocalipse pode ser lido de modo poético e espiritual,
método esse que usei para a interpretação da maioria dos
capítulos deste livro, sem desprezar a interpretação
futurista. Essas duas visões nos permitem ver nos
capítulos 4-22 verdades grandiosas e eternas a respeito
da soberania de Deus, da sua vitória, e do seu povo, na
luta entre o bem e o mal.

A atitude correta para cada leitor de Apocalipse é bem


definida nas palavras de Richardson, citadas no
comentário bíblico Beacon do novo testamento:

Deveríamos abordar o livro com a humildade de espírito


que se dispõem a dizer em certos momentos: “Não
sei”...deveríamos estar preocupados com a mensagem e o
valor do livro para a nossa geração...e deixar que essa
palavra de Deus para o primeiro século se torne para nós
a palavra de Deus para o século 20.
Sobre a visão futurista e idealista, Lawrence O. Richards,
em seu comentário histórico-cultural do novo testamento
afirma: embora possamos estudar o livro do apocalipse
corretamente desde sob um ponto de vista futurista, é
mais recompensador para nós simplesmente ler este
grande livro e deixar que suas imagens saturem os nossos
corações e mentes. As descrições vívidas do louvor que
ecoa diante do trono de Deus no céu, a reação dos ímpios
- aterrorizados, mas ainda assim impenitentes- quando
começa o julgamento de Deus, e a visão da mulher
embriagada “do sangue dos santos”, tudo isto transmite o
significado dos eventos forma mais poderosa do que
quaisquer palavras. E nos assegura, muito mais
poderosamente, o triunfo definitivo do nosso Deus.

O principal valor do livro parece estar no seu testemunho


da fé e da esperança dos cristãos perseguidos e no
conforto e inspiração que ele trouxe às almas
entristecidas em todas as épocas. Ele indica que haverá
um fim para o conflito, que Deus e o cordeiro triunfarão,
que os inimigos de nossa alma serão punidos e que os
seguidores de Deus serão recompensados eternamente.

A Palavra final do livro do apocalipse é que Deus fará o


que lhe apraz, pois o tempo e a eternidade estão em suas
mãos. Sim, o Apocalipse é o livro da nossa vitória.

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