Você está na página 1de 13

LIÇÃO 06 - DENOMINACIONALISMO

BASE BÍBLICA: Atos 15.1-35

VERSÍCULOS CHAVE: “Pois a vosso respeito, meus irmãos, fui informado, pelos da
casa de Cloe, de que há contendas entre vós. Refiro-me ao fato de cada um de vós
dizer: Eu sou de Paulo, e eu, de Apolo, e eu, de Cefas, e eu, de Cristo.Acaso, Cristo
está dividido? Foi Paulo crucificado em favor de vós ou fostes, porventura, batizados
em nome de Paulo?” (1Corintios 1:11-13).

ROTEIRO PARA O ESTUDO SEMANAL


2ª - Proposta do povo a Gideão - Juízes 8.22-24 e 27
3ª - Proposta de Deus a Moisés - Êxodo 32:9-10
4ª - A vara de Arão que floresceu - Números 17
5ª - O que continha a Arca da Aliança do povo de Deus? Hebreus 9.4
6ª - Onde se reunia a igreja primitiva? 1 Tessalonicenses 1.1
Sábado - Como se denominava a Igreja primitiva? Atos 11.26

Introdução

O termo “denominação” em geral refere-se a qualquer coisa por um nome distinto, ou


seja “denominado” (denominar = dar nome a). Em contextos religiosos a designação é
tradicionalmente aplicada para grandes movimentos dentro do Protestantismo, como
batistas, metodistas, e também para numerosos ramos independentes de tais
movimentos que se desenvolveram ao longo dos anos principalmente por causa da
expansão geográfica e controvérsias teológicas.

Denominações são associações de congregações. Uma herança denominacional


normalmente inclui ênfase doutrinária, experiencial ou organizacional e também
frequentemente inclui fatores comuns em etnia, língua, classe social ou origem
geográfica.

Apesar de denominações dentro do Protestantismo terem vindo a ser a maior expressão


do cristianismo organizado, nunca houve muita reflexão teológica sobre
denominacionalismo. Um olhar sobre teologia em livros didáticos ou credos das igrejas
confirma isso. Provavelmente, a explicação mais simples para essa omissão é que a
Bíblia em nada favorece a organização da igreja em denominações.

Qualquer tendência, pelo contrário, foi criticada (1 Coríntios 1:10-13.). Paulo podia
escrever uma carta aos cristãos reunidos em vários lugares de Roma ou Galácia com
toda a garantia de que todos iriam receber sua mensagem. Hoje, para qualquer cidade ou
país, ele teria que colocar a carta como uma propaganda na mídia secular e esperar.

Embora uma verdadeira denominação nunca afirme ser a única legítima expressão
institucional da Igreja universal, muitas vezes pensa-se ser a melhor expressão, ou a
mais fiel às Escrituras e à atual atividade do Espírito Santo. Se não pensasse assim, pelo
menos, quando começou, porque teria ido até o trauma da separação de (ou não se
associar com) uma antiga denominação? Ser uma verdadeira denominação não
significa, contudo, fazer reivindicações exclusivas sobre seus membros. Ela os liberta
para cooperar com os cristãos de outras denominações em vários ministérios
especializados.
Não há nenhuma indicação de que as denominações irão desaparecer em breve, mas
também não parece que alguém esteja ansioso para justificá-las teologicamente .

I - DENOMINAÇÕES - SEITAS JUDÁICAS NOS TEMPOS DE JESUS

Já nos tempos de Jesus o próprio judaísmo subsistia dividido em diversos grupos que
defendiam cada um seu ponto de vista justificado de alguma maneira. Veja a seguir 10
dos principais grupos que dominavam o pensamento judeu:

JUDEUS MESSIÂNICOS - pregavam o verdadeiro Evangelho do arrependimento


Muitos caem no erro de achar que a mensagem do arrependimento de pecados foi
inaugurada por Jesus, no entanto desde que o pecado entrou no mundo é essa a forma
que Deus usa para a salvação. No período intertestamentário percebemos que
havia crentes sinceros que além de serem pessoas arrependidas criam que o Messias iria
chegar para nos salvar. Creram que Jesus era o Salvador!

João Batista, pregava o arrependimento de pecados. Imagem: Google

FARISEUS - considerados Rabinos (mestres), responsáveis pelo ensino da Talmud


Os fariseus eram um grupo político e religioso surgido no período intertestamentário,
formado por alguns ricos, porém aberto a pessoas com menor poder econômico.
Buscavam seguir rigidamente a lei de Moisés (aceitavam também o restante dos livros
do Antigo testamento), acreditavam que a observância total da lei os faziam “justos”
diante de Deus, para não se contaminarem evitavam estar onde “pecadores e
publicanos” estavam. Jesus combateu suas práticas.

Reunião dos fariseus. Imagem: filme Jesus de Nazaré

SADUCEUS - elite judaica que não criam na ressurreição dos mortos


Também era um grupo político e religioso judeu na época de Jesus, porém mais
influente. Era formada pela elite do povo e tinham forte ligação com o poder romano.
Guardavam a lei apenas da Torá (livros escritos por Moisés) e não aceitavam a
ressurreição, nem os anjos. Geralmente os sumo sacerdotes eram ligados aos saduceus.
Nos evangelhos vemos Jesus os repreendendo por seus ensinos.

Saduceus em acusação a Jesus. Imagem: filme Paixão de Cristo

ESCRIBAS - responsáveis pela tradição dos anciãos


Os escribas surgiram como copistas reais inicialmente no reinado de Salomão. Porém,
após o retorno do cativeiro babilônico os escribas ganharam maiores responsabilidades,
sendo considerados doutores da lei. Para alguém exercer tal função deveria começar
seus estudos aos 14 anos e só eram aptos para legislar após os 40. Tinham forte ligação
com os fariseus e foram acusados por Jesus por colocarem regras pesadas demais para
suportar, onde nem os mesmos conseguiam seguir.

Escriba judeu - Karro Art. Imagem: judaica-art.com

ZELOTES - lutavam pela libertação política de Israel


Os zelotes eram um grupo político revolucionário de Israel que lutavam contra a
dominação romana. Um dos apóstolos, Simão, era participante desse grupo. Barrabás,
que foi liberto no lugar de Cristo, também era militante dos zelotes, inclusive foi preso
após cometer homicídio em uma rebelião. Tiveram grande influência na tentativa
frustrada de sedição contra o Império Romana, no ano 70 d.C.

ESSÊNIOS - grupo separatista judaico que vivia no deserto


Esse grupo formou-se provavelmente na mesma época que os fariseus. Eram judeus que
seguiam estritamente as regras da lei e criam em todo o Antigo Testamento. Tinham
hábitos bem peculiares como viver em regiões isoladas, vestir branco, não se casavam e
se purificavam antes de comer. Ficaram bem conhecidos devido aos Pergaminhos do
Mar Morto, encontrados em Qumran, um dos refúgios deles.

Essênios no deserto. Imagem: National Geographic

HERODIANOS – criam que o Messias era Herodes


O termo Herodiano é relacionado ao rei dos judeus, Herodes, o Grande, e designa todos
os personagens históricos que tinham laços consaguíneos com ele. Partidário de
Herodes, o grande. Formava uma seita para sustentar que o rei Herodes seria o Messias.
Alguns apontam que o motivo de ele ficar tão irado com a notícia da chegada do
Messias era que ele mesmo se considerava o verdadeiro enviado de Deus.

Rei Herodes. Filme: Jesus, o Natal.

GNÓSTICOS – conceito filosófico-religioso que defendia o dualismo


Influenciado por filósofos como Platão, o Gnosticismo é baseado em duas premissas
falsas. Primeiro, essa teoria sustenta um dualismo em relação ao espírito e à matéria. Os
Gnósticos acreditam que a matéria é essencialmente perversa e que o espírito é bom.
Como resultado dessa pressuposição, os Gnósticos acreditam que qualquer coisa feita
no corpo, até mesmo o pior dos pecados, não tem valor algum porque vida verdadeira
existe no reino espiritual apenas. Seu conceito já existia na época de Jesus, porém foi
mais forte no início da igreja primitiva.

Universum, obra gnóstica. Pintura: Hugo Heikenwalder

PUBLICANOS - coletores de impostos do Império Romano


Publicano é o nome dado aos coletores de impostos nas províncias do Império Romano.
Eram detestados pelos judeus e muitas das vezes envolviam-se em corrupção cobrando
das pessoas além do que deveriam. E sofriam um grande repúdio da casta religiosa dos
fariseus. Mateus, o evangelista, foi publicano e Zaqueu (publicano bastante conhecido
por sua corrupção) também chegou a se converter.

Coletores de impostos. Pintura: Marinus van Raymerswaele.

FILOSÓFOS GRECO-ROMANOS – a filosofia dos deuses do Olimpo


É o conjunto de mitos e lendas das tradições gregas e romanas da antigüidade que
fundiram-se com a conquista da Grécia pelo império romano. Sabemos que essa
mitologia teve uma influência direta e indireta na época de Jesus, pois Israel passou
sendo por muito tempo dominada pelos gregos e nos Evangelhos quem estava no poder
eram os romanos.

http://padom.com.br/grupos-e-seitas-na-epoca-de-jesus/

II - NA IGREJA PRIMITIVA

Jesus deu início à Igreja. Ressuscitado, mandou que todos ficassem reunidos em
Jerusalém, até que do Alto fossem revestidos de poder, o que aconteceu no Dia de
Pentecostes (At 2). Ali, no Cenáculo, surgiu a primeira Comunidade Cristã e diante de
tantas conversões (mais de três mil naquele dia: At 2:41), a Igreja não tinha como
continuar se reunindo no Cenáculo por falta de espaço. Iam, então para o Templo em
Jerusalém (At 3:1).
Mas a quantidade de conversões aumentava a cada dia e, como neste princípio a Igreja
de Cristo não tinha templos, começou também a se reunir nas sinagogas, locais de culto
dos judeus. Como os ensinamentos de Cristo iam além do mero cumprimento dos
ensinamentos de Moisés, o que ficou claramente evidenciado no Sermão da Montanha
(Cap. 5 de Mateus, só para citarmos um exemplo) veio, então, a perseguição religiosa
(At 4:1-4), com diversas prisões, mortes de irmãos e a proibição destes usarem as
sinagogas para suas palestras e orações.

Devido à perseguição e à grande multiplicação de convertidos, os primeiros irmãos


passaram a se reunir nas casas dos membros, multiplicando as Comunidades Cristãs,
que se espalharam por diversas cidades e países. Neste tempo a igreja era uma só e as
comunidades (chamadas “igrejas”) eram identificadas apenas pelo lugar ou cidade onde
o grupo se reunia. (Rm 16:5, I Co 16:19, Cl 4:15, Fm 1:2).

Na cidade grega de Antioquia, os irmãos foram chamados pela primeira vez de


“cristãos” (At 11:26). A princípio era um apelido quase que pejorativo, que depois
passou a designar todos os que tinham a fé em Cristo.

As primeiras disputas e divergências: O livro de Atos dos Apóstolos narra a vida da


Igreja de Cristo no primeiro século e demonstra que, já naquela época, havia divisões de
pensamentos e doutrinas entre os Apóstolos e entre os irmãos. Alguns queriam manter
na Igreja de Cristo as práticas do judaísmo, como a circuncisão (At 11:2, Rm 3:1),
outros, a guarda dos costumes da Lei de Moisés (Fp 3:2, Gl 2:16, II Tm 1:10), outros
que não queriam o Batismo dos não-judeus (At 10:45, At 11:15-18), outros tomavam
partido de certas lideranças (I Co 1:12, Gl 2:1-15), etc.

No Livro de Apocalipse, escrito também no primeiro século da Igreja Cristã, vemos o


próprio Cristo Glorificado repreendendo grupos que pregavam divisão na Igreja e
introduziam doutrinas estranhas, como a dos Nicolaítas (Ap 2:6,15), que ensinavam,
entre outras coisas, a supremacia de um clero sobre o povo e o paganismo misturado à
fé cristã.

Mas, apesar destes conflitos e debates naquela época, a Igreja não se dividiu, nem para
Paulo, nem para Apolo, nem para Pedro, nem para os nicolaítas. Manteve-se unicamente
CRISTÃ nos primeiros séculos. Atualmente, para nos referirmos àquela Igreja,
chamamo-la de Igreja Cristã PRIMITIVA.

III – A IGREJA PÓS PERÍODO BÍBLICO

Esta Igreja Cristã Primitiva, que já tinha muitos debates e divisões internas, manteve-se
assim até o ano 312 da era atual, quando o imperador romano Flavio Constantino
converteu-se e, no ano 325 convocou o Concílio de Nicéia, que deu origem à Igreja
Católica Apostólica Romana, tentando unificar nela todos os cristãos. Constantino I se
proclamava Sumo Pontífice, título que todo imperador romano usava, mas que, a partir
dele, passou a ter uma pretensiosa conotação religiosa “cristã”, bem como “Augustus”,
palavra latina que quer dizer venerável.

Há, porém, na Igreja Católica surgida ali uma flagrante contradição e um grande erro
teológico: a palavra grega “Católica” significa “Universal” (veja em qualquer
dicionário). Se Constantino I, usando do seu fantástico poder político-militar, pretendia
fundar uma Igreja que fosse Universal, como ela poderia ser Romana? Ou é Romana ou
é Universal. Além disso, Constantino fundiu com a fé cristã vários costumes do
paganismo romano, o que deu origem à adoração e veneração de imagens e outras
práticas não cristãs, já que ele continuou devoto do Deus Sol Invictus, cunhando sua
imagem nas moedas romanas. Para se ter uma idéia da falta de fundamento da religião
de Constantino, um dia antes da sua morte ele fez um sacrifício ao deus pagão Zeus. A
própria Igreja Católica reconhece que Constantino praticava simultaneamente o
cristianismo e o paganismo (Enciclopédia Católica).

Note algumas coisas importantes:


• Cristo fundou a Igreja Cristã. Constantino fundou a Igreja Católica Apostólica
Romana cerca de 300 anos depois.
• Cristo é o Cabeça da Igreja Cristã e o Sumo Pastor (Ef 4:1-16, I Pe 5:4),
Constantino foi o “cabeça” e “Pontifex Maximus” da Igreja Católica Apostólica
Romana.
• Cristo foi fiel até a morte e morte de cruz (Fp 2:8). Constantino foi infiel até a
véspera da sua morte, adorando Zeus.
• Cristo ressuscitou em carne e ossos e está vivo pelos séculos dos séculos.
Constantino está morto e nem seus ossos há.
• Cristo fundou a Igreja que não sucumbe ao Inferno. A de Constantino não
resistiu nem ao paganismo e falsos deuses.

Apesar desta Igreja Estatal surgida por meio de Constantino tentar reunir todos os
cristãos do mundo debaixo do catolicismo romano e da autoridade de um “sumo
pontífice”, a Igreja Cristã pura e verdadeira continuou existindo paralelamente, porque
havia os que rejeitavam os ídolos e outras práticas não-cristãs da Igreja Católica, que
estavam e ainda estão em total desacordo com as Escrituras Sagradas.

Vale ressaltar que antes de Constantino não havia Igreja Católica e nenhum Cristão era
chamado de “católico”. Vemos, portanto, que Constantino foi o criador da primeira
Denominação, fazendo surgir, oficialmente, a primeira divisão do ramo cristão, ainda
que, naquela época, já existia a Igreja do Oriente (também chamada de Ortodoxa ou
Grega), mas não como denominação e, sim, como definição e localização.

A Igreja Copta: Este desvio de conduta e de visão da Igreja Católica Apostólica


Romana foi-se perpetuando e fez surgir outras ramificações cristãs como, por exemplo,
no Egito (Copta quer dizer Egípcio). No ano 451 da nossa era, após o Concílio de
Calcedônia, a Igreja Cristã no Egito separou-se das demais Igrejas e, para se diferenciar
da Igreja Católica Apostólica Romana e também da Igreja do Oriente, passou a se
autodenominar de Igreja Ortodoxa Copta.

A Igreja Anglicana (ou Igreja da Inglaterra): No ano de 1534 da nossa era surgiu a
Igreja Anglicana, fundada pelo rei inglês Henrique VIII, que se rebelou contra a
autoridade do chefe da Igreja Católica Apostólica Romana, que proibia seu divórcio de
Catarina de Aragão e novo casamento. Até hoje, o chefe da Igreja Anglicana é quem
estiver sentado no trono inglês. Veja a semelhança com a Igreja Católica Apostólica
Romana: A Igreja Anglicana também foi criada por um imperador. Nos EUA, Austrália
e demais países é atualmente chamada de Igreja Episcopal.

A Igreja Protestante ou Reformada: No século XV, um padre e teólogo católico,


inconformado com as práticas não-cristãs da Igreja, tentou reformar a Igreja Católica
Apostólica Romana e dela foi expulso. Este padre chamava-se Martinho Lutero e a
Reforma deu origem ao Protestantismo, que não reconhece a autoridade do Papa, mas
somente a da Bíblia Sagrada. Surgiu, então, a Igreja Protestante, chamada também de
Igreja Reformada.

Igreja Luterana, Presbiteriana, Metodista, Batista… Além de Lutero, o


Protestantismo teve outros líderes que pensavam quase que da mesma maneira e, entre
eles, podemos citar João Calvino e John Wesley. Estes novos líderes, por divergirem em
alguns aspectos, foram reunindo novos grupos que deram origem às Igrejas:
Presbiteriana, Metodista (ou Wesleyana). Para diferenciar os membros da Igreja de
Lutero destes novos protestantes, aquela passou a se autodenominar de Igreja Luterana.
A Igreja Batista tem origem inglesa e é de dissidentes principalmente da Igreja
Anglicana. Todos estes (e outras ramificações) são chamados de Protestantes
Tradicionais.

Igrejas Tradicionais Renovadas: Destes surgiram os que queriam uma Igreja


Pentecostal, com manifestações do Espírito Santo, e aí vieram as Igrejas: Presbiteriana
Renovada, Batista Renovada, Metodista Renovada, etc.

IV – IGREJAS A PARTIR DO SÉCULO XX

Mais tarde houve quem alegasse frieza e a espiritualidade superficial nas Igrejas
tradicionais dizendo que estas não davam liberdade às manifestações do Espírito Santo
nas vidas dos seus membros.

As denominações Evangélicas Pentecostais tiveram origem nos EUA nas Igrejas


Tradicionais. Entre elas estão a Igreja de Cristo (em 1906), As Assembléias de Deus
(1914) e Igreja do Evangelho Quadrangular (1927), consideradas as mais antigas do
Movimento Pentecostal.

Congregação Cristã no Brasil.

Três homens foram os responsáveis por trazerem ao Brasil as primeiras denominações


pentecostais:

Luigi Francescon: mais conhecido como Luís Francescon. Italiano, aos 15 anos mudou-
se para a Hungria. Aos 24 mudou-se para Chicago, EUA. Ali, foi evangelizado por
Michele Nardi e entregou a vida para Jesus. Em 1892, com mais dois irmãos de fé,
fundou a Primeira Igreja Presbiteriana Italiana, onde servia como diácono. Naquela
Igreja, casou-se com Rosina Balzano. Mais tarde, já como ancião, Francescon
questionava o batismo por aspersão e disso falou com a Igreja, especialmente sobre a
passagem de Cl 2:12. No ano de 1903, encerrando um conflito pessoal, o ancião
Francescon comunicou os 25 membros da Igreja Presbiteriana Italiana que iria se batizar
por imersão no dia seguinte e convidou a todos para presenciarem seu batismo no lago
de Chicago. Além de Francescon, mais 17 pessoas daquela foram batizadas por
Giuseppe Beretta. Diante dessa nova experiência, Francescon desligou-se da Igreja
Presbiteriana e foi seguido pelos 17 que com ele haviam se batizado por imersão, dando
origem à Assembléia Cristã de Chicago.

Em julho de 1907, sua esposa recebeu o Batismo com Espírito Santo e com fogo e, dias
depois, o próprio Luigi Francescon, participando de um culto na Missão de Fé
Apostólica, dirigida pelo pastor batista William Durham, passou por esta experiência.
Em janeiro de 1908, batizou nas águas cerca de 70 pessoas, e muitos foram
milagrosamente libertos de doenças incuráveis, entre os quais um homem chamado
Giácomo Lombardi. Um ano depois, Francescon e Lombardi, ambos casados e com seis
filhos, abandonaram seus empregos e entregaram-se à pregação da Palavra. Em 4 de
setembro, embarcaram para Buenos Aires e, em janeiro de 1910, fundaram a primeira
denominação pentecostal da América Latina: a Assembléia Cristã na Argentina.

Da Argentina, em 8 de março de 1910, seguiram para São Paulo, onde permaneceram


cerca de 40 dias. Lombardi retornou para Buenos Aires e Francescon seguiu para Santo
Antônio da Platina, Paraná. Durante sua estadia, 11 pessoas creram na sua pregação,
foram batizadas nas águas e no Espírito Santo. Por contrariar interesses religiosos na
região, Francescon foi jurado de morte e regressou para São Paulo, em 20 de junho de
1910. No Brás, reuniu cerca de 20 pessoas, provenientes da Igreja Presbiteriana, Batista
e Metodista, além de alguns católicos. Nasceu, assim, em 1910, a Congregação Cristã
no Brasil.

Assembleia de Deus no Brasil


Daniel Hogberg: mais conhecido como Daniel Berg. Nasceu em Vargon, Suécia em 19
de abril de 1884. Era filho dos batistas Gustav Verner Högberg e Fredrika Högberg.
Converteu-se e foi batizado em 1899. Aos 18 anos foi para os EUA, chegando em
Boston em 25 de Março. Em visita à Suécia tomou conhecimento sobre o movimento
pentecostal por um amigo e, ao retornar aos Estados Unidos em 1909, em uma
conferência em Chicago, conheceu o pastor Gunnar Vingren.

Gunnar Vingren: Também era nascido na Suécia e mudou-se para os EUA. Lá


frequentou o Seminário Teológico Sueco de Chicago, onde se formou em estudos
pastorais. Ministrou algumas Igrejas Batistas escandinavas, mas tinha chamado
missionário.

Gunnar Vingren e Daniel Berg decidiram evangelizar o Brasil e chegaram em Belém do


Pará no dia 19-11-1910. Inicialmente, começaram a pregar o pentecostalismo na Igreja
Batista de Belém. Em 1911, ambos deram origem à Assembleia de Deus no Brasil.
Com o apoio do movimento pentecostal escandinavo e das Assemblies of God
americanas, a Assembléia de Deus no Brasil cresceu do norte-nordeste para o sul e hoje
é a maior igreja evangélica pentecostal do País.

Igreja do Evangelho Quadrangular

Em 1950 quando dois missionários da International Church of The Foursquare Gospel


vieram ao Brasil e fundaram a Igreja do Evangelho Quadrangular (I.E.Q), construindo
um pequeno templo (1951, São João da Boa Vista). Em 1952, a convite do pastor da
Igreja Presbiteriana do Cambuci viajaram à capital de São Paulo e realizaram uma
cruzada de evangelização. Em seguida, conseguiram uma tenda de lona no mesmo
bairro e, através do rádio, revolucionaram o evangelismo pentecostal, com reuniões em
tendas a que compareciam milhares de pessoas. Nascia assim a Cruzada Nacional de
Evangelização, com a tenda número 1 percorrendo todas as cidades do estado de SP.
Sempre que a tenda se mudava, deixava uma I.E.Q. no local. Desta Igreja surgiram
muitas outras denominações como O Brasil para Cristo, a Igreja Pentecostal Deus é
Amor, A Casa da Bênção, Igreja Cristã Pentecostal da Bíblia do Brasil, Igreja
Pentecostal Unida do Brasil, Ministério Cristo Vive, Igreja Unida, Igreja de Nova Vida
e diversas outras.
Movimento Neopetencostal

Outro movimento começa em 1970 e dá origem a um novo ciclo chamado de


Neopentecostal (onde Neo quer dizer Novo), por serem mais liberais, pois a maior parte
das denominações pentecostais anteriores proibiam, inclusive, ouvir-se rádio ou assistir
tv, e eram rígidas com relação a usos e costumes. De 1977 a 1992 surgiram as Igreja
Universal do Reino de Deus, fundada pelo Bispo Edir Macedo (1977, Rio de Janeiro), a
Igreja Internacional da Graça de Deus, fundada pelo Missionário R. R. Soares, (1980,
Rio de Janeiro), a Comunidade Cristã Paz e Vida, fundada pelo Pr Juanribe Pagliarin
(1982, São Paulo), Igreja Renascer em Cristo, fundada pelo Apóstolo Estevan
Hernandes (1986, São Paulo), Comunidade Evangélica Sara Nossa Terra, fundada pelo
Bispo Robson Rodovalho (1992, Brasília) e Igreja Mundial do Poder de Deus, fundada
pelo Apóstolo Valdemiro Santiago (1998, São Paulo). De um modo geral, os
Neopentecostais utilizam intensamente a mídia eletrônica e aplicam métodos de
moderna administração, bem como o uso de marketing, planejamento estatístico, análise
de resultados etc. O Neopentecostalismo é a vertente pentecostal que mais cresce no
Brasil.

Quase todas as Neopentecostais surgiram por divergências. Ex.: a Universal surgiu por
divergência entre Edir Macedo e o Pr McAlister, fundador da Igreja de Nova Vida. As
Igrejas da Graça e Mundial por divergência de R.R. Soares e Valdemiro Santiago com
Edir Macedo. A Sara Nossa Terra surgiu por divergência entre os Bispos Rodovalho e
Cesar Augusto, quando presidiam a Comunidade Evangélica de Goiânia.

Igreja Renovadas

Renovados: Várias denominações passaram a experimentar as manifestações


Pentecostais, sendo chamadas de “Renovadas”, como a Igreja do Avivamento Bíblico
(divisão da IMB), Igreja Presbiteriana Renovada (divisão da IPB), Igreja Cristã
Maranata (também divisão da IPB), Convenção Batista Nacional (divisão da CBB), e a
Igreja Adventista da Promessa (divisão da Igreja Adventista do Sétimo Dia).

Católicos Carismáticos: Nos anos mais recentes, até a Igreja Católica Apostólica
Romana, seja para fazer frente aos Neopentecostais ou como busca por algo maior, deu
origem à Renovação Carismática Católica, onde padres tentam pregar e se vestir como
pastores, leem a Bíblia, limpam seus templos dos ídolos e oram para curas pela fé.
Ocorre que, apesar dessa “renovação”, continuam orando para Maria e colocando-a
como medianeira entre Deus e os homens, em oposição à Tm 2:5.

CONCLUSÃO

A Igreja Triunfante: Assim, constatamos em nosso país e no mundo o surgimento


continuado e crescente de novos ramos denominacionais, mas o que interessa mesmo é
ser membro da Igreja Triunfante – aquela de Cristo, cujas portas do Inferno não
prevalecerão contra ela e que subirá como Noiva do Senhor para morar eternamente
com Ele (Jo 14:1-3).

Razões para a existência das denominações:


►Históricas – a primeira razão é de fundo histórico. Inconformados com a perda
crescente da simplicidade da fé, movimentos passaram a receber denominações próprias
identificadas com as idéias defendidas por seus líderes.
►Doutrinárias – a segunda razão que explica a existência de tantas denominações é a
de natureza doutrinária. A negligência que despreza certos ensinos bíblicos, como a
contemporaneidade dos dons espirituais, e não permite que a congregação seja por eles
abençoada. Junte-se a isso a falta de amor e de espiritualidade e está aberta a porta para
o surgimento de uma nova denominação.
►Administrativas – em terceiro lugar, há que se considerar também as razões
administrativas. Aqui entram a forma de governo, a estrutura organizacional e a
necessidade de se normalizar legalmente a vida da Igreja perante a legislação do país.
Como nem sempre as idéias convergem, as Igrejas que estão sob a mesma bandeira e
buscam viver o mesmo modelo administrativo se organizam com um nome peculiar
para que assim sejam identificadas diante da sociedade.
►Egocêntricas – não se deve esquecer ainda que em muitos casos as razões estão no
egocentrismo. De um lado está a vaidade pessoal, a busca da liderança como um fim, a
falta de humildade para submeter-se à liderança daqueles que foram legitimamente
constituídos por Deus.
►Vontade permissiva de Deus – por último, neste ponto, o denominacionalismo pode
ser compreendido como parte da vontade permissiva de Deus. A diversidade de Igrejas
torna o homem indesculpável, ao usar como justificativa para não aceitar a fé a
possibilidade de não ter encontrado um lugar onde possa sentir-se bem.

Como lidar com a existência das denominações

►Mantendo a unidade na diversidade


►Buscando um relacionamento de respeito mútuo
►Participando de projetos comuns ao povo de Deus

A Igreja preparada para a colheita: O trabalho da Igreja é semear a Palavra e conseguir


aqui e agora uma grande colheita de vidas para o Senhor. Todos os crentes devem olhar
para o mundo como um imenso campo a ser urgentemente lavrado, semeado e ceifado
(Jo 4:35-38).

A Doutrina de Deus no Novo Testamento

►Caráter Universal – Ainda que as doutrinas sejam necessárias para a sua


instrumentalização na face da terra, a Igreja se constitui de um único corpo formado por
aqueles que foram comprados pelo sangue de Cristo e vivenciam a vida cristã na
“unidade do Espírito pelo vínculo da paz” (Ef 4:3).
►Caráter Local – O ensino do Novo Testamento revela o caráter local da Igreja, pois é
dessa forma, na comunidade, que a Igreja expressa a sua dimensão da vida e exerce as
suas responsabilidades como agente do Reino de Deus no mundo.

Bibliografia
RE Richey, ed, denominacionalismo;.
RP Scherer, ed, organização denominacional americana;.
Niebuhr RH, a origem social de denominacionalismo.
http://padom.com.br/grupos-e-seitas-na-epoca-de-jesus/
APÊNDICE

Proposta do povo a Gideão

Juízes 8.22-24 e 27
22 Então, os homens de Israel disseram a Gideão: Domina sobre nós, tanto tu como teu
filho e o filho de teu filho, porque nos livraste do poder dos midianitas. 23 Porém
Gideão lhes disse: Não dominarei sobre vós, nem tampouco meu filho dominará sobre
vós; o SENHOR vos dominará. 24 Disse-lhes mais Gideão: Um pedido vos farei: dai-
me vós, cada um as argolas do seu despojo (porque tinham argolas de ouro, pois eram
ismaelitas).
27 Desse peso fez Gideão uma estola sacerdotal e a pôs na sua cidade, em Ofra; e todo o
Israel se prostituiu ali após ela; a estola veio a ser um laço a Gideão e à sua casa.

Proposta de Deus a Moisés

Êxodo 32:9-10
9 Disse mais o SENHOR a Moisés: Tenho visto este povo, e eis que é povo de dura
cerviz. 10 Agora, pois, deixa-me, para que se acenda contra eles o meu furor, e eu os
consuma; e de ti farei uma grande nação.

A vara de Arão que floresceu

Números 17
5 O bordão do homem que eu escolher, esse florescerá; assim, farei cessar de sobre mim
as murmurações que os filhos de Israel proferem contra vós. 6 Falou, pois, Moisés aos
filhos de Israel, e todos os seus príncipes lhe deram bordões; cada um lhe deu um,
segundo as casas de seus pais: doze bordões; e, entre eles, o bordão de Arão. 7 Moisés
pôs estes bordões perante o SENHOR, na tenda do Testemunho. 8 No dia seguinte,
Moisés entrou na tenda do Testemunho, e eis que o bordão de Arão, pela casa de Levi,
brotara, e, tendo inchado os gomos, produzira flores, e dava amêndoas.

Hebreus 9.4 ao qual pertencia um altar de ouro para o incenso e a arca da aliança
totalmente coberta de ouro, na qual estava uma urna de ouro contendo o maná, o bordão
de Arão, que floresceu, e as tábuas da aliança;

DENOMINACIONALISMO

“Isso é um vexame para a nossa INSTITUIÇÃO!”, exclamou certo líder


evangélico, assombrado com os últimos escandalosos acontecimentos de repercussão
nacional.
O grande problema conosco é esse sentimento patológico pela instituição, essa
CNPJolatria insensata, esse denominacionalismo obstinado, essa fidelidade
convencional e institucional inescrupulosa, esse corporativismo incondicional que dá
arrepios em fariseus hipócritas e em senadores corruptos.
Quando o nosso compromisso com o Evangelho, e com o Senhor do Evangelho está
em segundo ou terceiro plano, o que nos resta é chorar e amargurar nossas misérias,
mazelas e escândalos.
Palavras, gestos e atos que expressam vergonha e constrangimento, mas que não geram
arrependimento, tristeza, mudança de atitude e transformação, não passam de meras
representações teatrais.
Estamos cheios de verdadeiros artistas, pregando, profetizando, presidindo, cantando,
tocando, vivendo mediocremente e institucionalmente, sem a verdadeira vida, dirigida,
sustentada e alimentada pela Palavra, manifesta numa consciência tranqüila, num
coração em paz com Deus.
As instituições estão falindo (ou falidas), quebrando (ou quebradas), rachando (ou
rachadas), desmoronando (ou desmoronadas) e naufragando (ou naufragadas).
O que está podre infrutífero será cortado. A palha será queimada. As instituições
humanas identificadas por placas, credos e confissões desaparecerão.
Oro para que as nossas prioridades e ordem de valores sejam revistas, ou seja, para que
o Senhor Jesus volte a ocupar o devido lugar (o primeiro) em nossas vidas e
organizações, para que o Evangelho seja vivido em toda sua intensidade e plenitude.

Fonte: Altair Germano. Título Original: A “quebradeira” espiritual e moral em algumas


instituições cristãs
ILUSTRAÇÕES

Por Leonardo Gonçalves


“A primeira realidade constituir-se-á daquelas igrejas cujo perfil refletirá o padrão ético do Reino de Deus e o compromisso com a
integridade da fé, não importa, repito, o nome que ostentem, nem a liturgia que adotem. A segunda terá como característica a falta
de comprometimento com a Bíblia, a secularização de seus princípios, o conformismo com o sistema pecaminoso do mundo e o
apego ao brilho fácil do materialismo”

Você também pode gostar