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Karl Marx e Max Weber: O contraponto das duas teorias

O choque de estruturas intelectuais diferentes, muitas vezes antagônicas, ao lado dos


trabalhos de intelectuais socialistas de fora das universidades, como Kautsky, Eduard Bernstein e
Franz Mehring criavam tensão desafiadora, à qual Weber não deixou de reagir. Em sua obra, o
desfio mais marcante que enfrentou foi alimentado por Marx, fonte do mais conseqüente debate
teórico e metodológico nas ciências sociais contemporâneas. Não disposto a rejeitar o
materialismo histórico, Weber optou por utilizar esse método como princípio heurístico.
A oposição principal de Weber ao marxismo consiste em negar ao método de Marx a
função de fonte de explicações monocausais para fenômenos sociais universais. Considera-se
que, afastada a questão de se Weber compreendia ou não a redução causal proposta no
pensamento dialético de Marx, tal abordagem resultou extremamente frutífera nas ciências
sociais.
Com base em pressupostos pluricausais, Weber explicita a questão das relações entre a
super e a infra-estrutura social. O mesmo argumento de causalidade múltipla levou-o a elaborar
um conceito de classe social baseado em critérios do mercado econômico, e de sua dominação
por uma política de controle monopolista. Embora sem negar a existência dos conflitos de
classes, não os considerou como elemento único que leva à transformação social; afirmou que,
quando tal conflito se verifica, é acompanhado por outros fatores, favoráveis ao rompimento das
ordenações existentes na vida das sociedades.
Refletindo sobre a aplicação do materialismo de Marx às estruturas econômicas, Weber
encontrou um padrão para tratar outras estruturas, principalmente as burocracias políticas e
militares. A ênfase de Marx na separação do trabalhador assalariado dos meios de produção
econômica aparece, na perspectiva weberiana, como tendência universal do capitalismo. Seria,
enfim, inevitável a ruptura, como último resultado da implantação da ordem burocrática no
mundo moderno.

Posição Teórica
O grande debate de Weber com as idéias de Marx é caracterizado por certa ambigüidade.
De um lado, foi Weber o único professor universitário alemão de sua época que defendeu o
marxismo. Por outro lado, sua teoria, que atribui ao espírito religioso do calvinismo a primazia
na formação da mentalidade econômica do capitalismo, é rigorosamente antimaterialista.
Também insiste Weber no fato de que a ação individual é a unidade analítica a ser tomada como
elemento essencial para a reflexão sociológica. Tal ponto de partida o expôs ao perigo de um
subjetivismo radical, comum na tradição utilitarista; Weber soube, porém, evita-lo, propondo que
o significado de tal ação deveria ser compreendido e interpretado no contexto histórico em que
se verificava.
Rejeitou de modo claro uma orientação unilateralmente historicista que não fornecesse
padrão sistemático para uma análise científica. Para ele, o comportamento individual verificável
constituía-se na ação social, objeto de estudo da sociologia e da história. A característica
fundamental da ação social, para essas ciências, seria a da orientação por um significado
mentalizado pelo agente, que refere o sujeito ao contexto onde atua no tempo e no espaço. O
debate a respeito da posição teórica de Weber ainda continua, apontando-lhe influências
kantianas, racionalistas, nominalistas e outras. Mas é indubitável a originalidade do pensamento
weberiano.

Originalidade
Sua contribuição transcende escolas e correntes de pensamento filosófico e social porque
a singularidade de suas idéias não permite identificação com as existentes em sua época. Todos
os que tentam interpreta-lo fora de suas premissas, esbarram em equívocos paradoxais. Como
político, usava o partido liberal para combater o kaiser; ao negar Marx, concede-lhe a dignidade
que nenhum outro membro da elite intelectual alemã lhe quis dar; como ateu, valoriza
extremamente o papel das crenças religiosas; como nominalista, pratica a construção sistemática
de conceitos científicos para a sociologia; como racionalista teoriza sobre tipos de ação
emocional, concedendo papel importante a esta tanto quanto às ações racionais; como herdeiro
de hegelianismo, nega o absoluto e utiliza a dialética de modo autônomo.
Outros traços apresentados em sua contribuição não são suficientes para defini-lo de
modo claro. Muitas vezes sua teoria é vista como subjetivista, quando sua posição quanto à
objetividade é claramente manifesta. Outras vezes á chamado de psicologista, quando suas
opiniões a respeito das descobertas de Freud são muito cépticas. No entanto, sua teoria oferece
importante paralelo entre a sociologia e a psicologia, como respeito ao fato de a ação de um ego
estar referida a um alter, conforme mostra Talcott Parsons, ao associa-lo a Freud.
Como empiricista, Weber é historicista confesso. Defendendo basicamente a posição de
construir uma razão sociológica autônoma, cuja teoria e método apresentassem eficácia na
interpretação de fenômenos sociais, Weber conseguiu, através dela, questionar não só as idéias
preconcebidas a respeito do mundo, como a própria filosofia de seu tempo.
Como filósofo foi Weber político e como político foi cientista. Mas não teve filosofia
sistemática: seu espírito era filosófico. A empresa intelectual de Weber, antes de tudo, foi
surpreender a sociedade tal como é pensada pelos agentes individuais, e acompanhar a maneira
como seus significados mentalizados se modificavam no tempo. Realizou seu empreendimento,
criando uma crítica da razão sociológica.

Contribuições Teóricas
Weber chamou seu método de “construção de tipos ideais”. Partindo da ação social,
categoria construída como unidade analítica básica, constrói unidades lógicas mais abrangentes,
sempre apontando tipologias similares, implícita ou explicitamente, em cada unidade. Mostra
que a ação social é mutuamente referida por significados comuns e compõe o conceito de relação
social, tratando a seguir do conceito de associação. Nas associações, destaca o caráter ordenado,
um contexto organizado que serve como referência para os agentes individuais dele
participantes. De modo análogo à ação social, as associações desempenham atividades sociais
orientadas no sentido dos fins determinados pela ordem em que têm existência.
Refinando o conceito de ordem, elabora mais dois outros com ele relacionados: o de
validez e o de legitimidade, com vistas a demonstrar o caráter de dominação de todas as
associações humanas. Desse modo, explicita uma tipologia de autoridade, sua mais divulgada
contribuição para a sociologia e a ciência política. Contudo, enquanto tal tipologia reforça
paradigmas com elementos enfatizados em uma dimensão diacrônica, sua teoria mostra a
possibilidade de se surpreenderem sincronicamente associações com dominações de natureza
diversas. Assim sendo, associações religiosas, militares, econômicas e políticas (partidos e
Estado) são sistematicamente tratadas por Weber, com o objeto de apontar elementos estruturais
de dominação dentro de uma ordem institucional global.
Weber considera que uma progressiva tendência á racionalização se constitui no princípio
mais geral da transformação social. Tal tendência se expressa em uma reorganização dos
significados internalizados nos agentes sociais, permitindo a implantação de ordens sucessivas.
Desse modo, a realidade histórica é pontilhada de descontinuidades. Nessa perspectiva, a
história apresenta ciclos totais, interrompidos por movimentos de caráter excepcional, chamado
por ele de carismáticos. Em torno de uma oscilação entre o cotidiano e o extracotidiano – a rotina
e o carisma -, compões um padrão de transformação multilinear, conforme demonstra a
vinculação sistemática de todos os seus estudos sobre a religião e sobre a burocratização que
chega a substituí-la.
Apesar de seus escritos captarem inúmeros paradoxos, na tentativa de interpretar os
múltiplos aspectos da realidade social, Weber consegue tratar dialeticamente elementos
antagônicos, tanto na teoria como na filosofia da história. Desse modo, ao nível da teoria, a ação
social se funde na ordem institucional e, ao nível de sua concepção histórica, o personalismo
excepcional do carisma se funde na impessoalidade da organização burocrática. O estado de
liminaridade que Weber captou nas situações de transição social, bem como seus aspectos
sobrenaturais, integram atualmente temas de investigações da maior importância nas ciências
sociais. O debate sobre as teorias de Weber continua.

Vida e obra de Emile Durkheim

Introdução

David Emile Durkheim, sociólogo francês, nasceu em Epinol a 15 de Abril de 1858.


Estudou na Ecole Normale Supérieure de Paris, tendo-se doutorado em Filosofia. Em 1885 foi
estudar na Alemanha, sendo muito influenciado pelas idéias do psicólogo Wilhelm Wundt.
Ocupou a primeira cátedra de sociologia criada na França, na universidade de Bordéus,
em 1887. Aí permaneceu até 1920, quando foi convidado a lecionar sociologia e pedagogia na
Sorbonne.
É considerado o fundador da sociologia como ciência independente. Foi um dos primeiros a
estudar mais profundamente o suicídio, o qual, segundo ele, é praticado na maioria das vezes em
virtude da desilusão do indivíduo com relação ao seu meio social.
Durkheim se interessou particularmente pelo suicídio porque preocupava-se com a
solidariedade social, mas seu real motivo era ajudar a alçar a sociologia como disciplina
científica, querendo mostrar os fatos sociais. Denominação usada para dar nome aos padrões
sociais. Esses fatos sociais tem duas características básicas que permitirão sua identificação na
realidade. São exteriores e coercitivos.
Exteriores, porque consistem em idéias, normas ou regras de conduta que não são criadas
isoladamente pelos indivíduos, mas foram criadas pela coletividade que já existem fora de nós
quando nascemos.
Coercitivos, porque essas idéias, normas e regras devem ser seguidas pelos membros da
sociedade. Se isso não acontece e alguém desobedece será punido de alguma maneira pelo
restante do grupo.
No seu estudo chegou a conclusão de que a causa do suicídio na época era “baixa
solidariedade social”, ou seja, o baixo grau em que uma sociedade é integrada, unida a sociedade
na época de Durkheim era atualmente individualista que é contrário a idéia que tem de
solidariedade social. Enato o suicídio torna-se uma opção realista para todos.
Para Durkheim o ser coletivo possui uma natureza Sui Generes e a consciência coletiva é
distinta da consciência individual. O sistema sociológico de Durkheim baseia-se em quatro
princípios.
1. A sociologia é uma ciência independente das demais ciências sociais e da filosofia.
2. A realidade social é formada pelos fenômenos coletivos, considerados como “coisas”.
3. A causa de cada fato social deve ser procurada entre os fenômenos sociais que outro percebe.
Para explicar um fenômeno social, deve-se procurar sua causa.
4. Todos os fatos sociais são exteriores aos indivíduos, formando uma realidade especial.
Como o próprio Durkheim dizia, “O homem é um animal que só se humaniza pela
socialização”. Emile Durkheim escreveu algumas obras sobre seu trabalho, são elas:
Divisão do trabalho social criada em 1893, as regras do método sociólogo criadas em
1894 e o Suicídio em 1897. Sendo que a obra “O Suicídio” é uma das obras mais destacadas,
nela faz um estudo detalhado sobre o suicídio e suas causas. Sua primeira obra ´´A divisão do
trabalho socia´´ enuncia dois princípios básicos. Consciência coletiva e solidariedade mecânica e
orgânica.
Consciência Coletiva - Age de acordo com suas crenças e sentimentos comuns,
envolvendo quase que completamente a mentalidade e a moralidade do indivíduo, Durkheim
acusa a existência de duas consciências em cada indivíduo, a coletiva e individual. A primeira
predomina compartilhar com o grupo, a Segunda peculiar ao individual, particular do indivíduo.
A medida que a sociedade se torna mais complexa, a divisão de trabalho e as conseqüentes
diferenças entre os indivíduos conduzem a uma crescente independência de consciência. As
aprovações repressivas, que existem na sociedade “Primitiva”, dão origem a um sistema
legislativo que acentua os valores da igualdade, liberdade, fraternidade e justiça.
Solidariedade Mecânica - Origina-se da semelhança entre os membros individuais. Para a
manutenção dessa igualdade, necessário do grupo, deve haver coerção social, baseada na
consciência coletiva severa e repressiva. Essa sociedade não pode cair no individualismo,
todavia, o progresso da divisão de trabalho, fez com que a sociedade de solidariedade mecânica
se transforme.
Solidariedade Orgânica - Ela se opõe a semelhança e baseia-se nas diversas das pessoas e
dos grupos, criando um laço social novo, um tipo de princípio de solidariedade, com moral
própria, ou seja, independente, implicando em uma consciência individual mais livre. As regras
do método sociológico foi publicada em 1895, é o seu trabalho mais importante, pois estabelece
as regras que devam ser seguidas na analise dos fenômenos sociais.
A primeira regra relativa a observação dos fatos sociais, consiste em considerarmos como
“Coisas” podendo manipular, com finalidade, estudo e analise dos fenômenos sociais. Durkheim
ao estabelecer as regras de distinção entre o normal e o patológico, propôs normas para um tipo
social determinado, quando considerado numa determinada fase de seu desenvolvimento, desde
que se apresente na medida das sociedades da mesma categoria e na mesma fase de sua
evolução.
Durkheim achava que os fatos morais são fenômenos como outros quaisquer, eles
consistem em regras de ação reconhecíveis por certas características distintas. Ao tentar provar
que a sociologia era uma disciplina científica Durkheim chamou atenção para uma questão social
importante, a solidariedade social, provando que na época o individualismo reinava e levava
muitas famílias no mundo inteiro a procurar uma saída mais rápida, ao suicídio que resultou em
uma obra que consagrou para provar definitivamente a importância de suas teses e
principalmente, que a sociologia deveria ser estudada não como um estudo qualquer mas sim,
como uma ciência.

Conclusão, comparação tópica e analise pessoal do conteúdo teórico de Weber, Marx e


Durkhein

A sociedade é o fruto do homem e o homem é o fruto da sociedade, ambos existem


dependentemente um do outro. Dessa forma, creio que analisar o todo sem analisar o individual,
como propôs Durkhein, ou ainda, analisar o individual sem considerar a fundamental
importância do coletivo, conforme propôs Weber, é incorreto. Ao mesmo tempo considero falho
a análise feita por Marx que, considerando apenas o fator econômico de um sociedade, caiu no
erro dos reducionistas.
O homem, em particular, o indivíduo, tem um objetivo inconsciente ou não e muitos
objetivos totalmente conscientes. Estes são as metas à ser alcançadas, os sonhos e as esperanças
(por exemplo: a comprar de um carro, um emprego melhor, a conquista de liberdade, o amor,
etc.)), aquele é o princípio único e, por isso mesmo, fundamental da existência e da vida humana:
a felicidade.
Consciente ou inconscientemente estamos sempre buscando nossa satisfação, nossa paz
de espírito, nossas realização, enfim, nossa felicidade. Acredito que a consciência coletiva de
Durkhein é o nome dado a essa busca.
Partindo desse pressuposto, creio poder afirmar que, se a sociedade é o corpo e a alma do
indivíduo e que este é o corpo e a alma da sociedade, a sociedade busca, também, sua realização
como tal, sua felicidade.
Durkhein, baseia nesse objetivo o princípio do equilíbrio social defendido por ele. Marx,
por sua vez, diz que devido a esse mesmo objetivo, classes sociais diferentes e com o mesmo
interesse (o econômico) hão de se chocarem e por isso estarão em constante mudança (daí o
concepção de dinamismo social), mesmo admitindo certo equilíbrio social como fundamental
para manter a ordem. Em outras palavras, Marx também baseia-se no mesmo principio que
Durkhein só que com ponto de vista de diferente.
Creio, para concluir, que, se sociedade é um todo formado de seus indivíduos e do desejo maior
de todos eles, mesmo que para alcançar este desejo, os indivíduos dessa sociedade travem
conflitos de interesse. Cabe, ao meu ver, à Sociologia o estudo do que representa a felicidade
para a sociedade e como a sociedade se comporta para alcançar essa felicidade.

A questão do Objeto da Sociologia

Não é fácil delimitar o objeto da Sociologia. Entretanto sabe-se que, de uma forma ou de
outra, este estará sempre ligado ao problema da organização social: o que a torna possível?
Emile Durkhein, Max Weber, Karl Marx tentaram responder este questionamento, tento pontos
de vista diferentes.
De acordo com a base e o objeto do estudo dos três cientistas temos o seguinte quadro
comparativo e sintético:

Cientista A organização social baseia-se Objeto do estudo


Durkhein no consenso coletivo os “fatos sociais”
Weber na intersubjetividade e nos a “ação social”
aspectos simbólicos

Marx nas relações de produção as “relações de classe”

Durkhein: Consciência coletiva e fatos sociais

A consciência coletiva defendida por Durkhein, baseia-se na concepção de que a


sociedade não é apenas a soma dos indivíduos que a compõe, é uma realidade específica com
suas próprias características e com individualidade psíquica. A organização social só é possível,
segundo Durkhein, devido a consciência coletiva. À sociologia compete estudar apenas os fatos
sociais, e estes “consistem em maneiras de agir, de pensar e de sentir exteriores aos indivíduos e
que possui um poder de coerção,...., é geral .... e independe das manifestações individuais que
possa ter.” Para Durkhein, os fatos sociais são coisas, uma realidade objetiva passível de ser
observada.

Fato Social e Norma Social

Fato social, como já dito, é a maneira de agir, de pensar e de sentir exterior ao indivíduo e
que possui um poder de coerção. Norma social é o valor dado pela sociedade à acontecimentos e
que, geralmente, está de acordo com os padrões sociais da época. Pode-se dizer a partir disso que
toda norma social é um fato social, mas nem todo fato social é uma norma.

Fato social e fato histórico

O fato histórico é singular e excepcional, enquanto que os fatos sociais são padronizados,
cotidianos e repetitivos. Lembrando que segundo Durkhein, à Sociologia cabe o estudo dos fatos
sociais, e que este difere-se dos fatos históricos. Pode-se afirmar, então, que, para Durkhein, a
Sociologia independe da história como fonte de estudo.

Weber: significados, ação social e poder

Para Weber, a Sociologia “é a ciência que pretende compreender e interpretar a “ação


social”, para desse modo, chegar à explicação causal do seu desenvolvimento e dos efeitos”.
Ação social para ele, “e uma ação cujo significado subjetivamente atribuído pelo(s) sujeito(s)
tem como referência a conduta dos outros, orientando-se por esta em seu desenvolvimento.”
A compreensão objetiva do fato social por Durkhein é chamada de positivista, enquanto
que a compreensão subjetiva da ação social é chamada de compreensiva.
A sociedade, para Weber, constitui um sistema de poder, sendo a distribuição desigual do
poder a causa de que resulta a organização social. Poder, segundo Weber, “é a possibilidade de
um homem ou de um grupo de homens realizar sua própria vontade numa ação comunal, mesmo
contra a resistência de outros que participem da ação.”

Marx: relações de produção e classes sociais

Para Marx, “o modo de produção de vida material domina em geral o desenvolvimento da


vida social, política e intelectual”. Ainda segundo Marx, “não é a consciência dos homens que
determina a sua existência, é, pelo contrário, a sua existência social que determina a sua
consciência”.
As relações de produção entre os homens depende das relações entre os homens e os
meios de produção, ou seja, as classes. Os que são donos dos meios de produção podem comprar
a força de trabalho dos que não possuem as meios de produção. De acordo com a teoria marxista,
o equilíbrio da organização social é precário devido as constantes lutas de classes.

Fato, ação e classe social: algumas convergências e divergências

As concepções de fato social (Durkhein) e de ação social (Weber) completam-se. A


objetividade do fato social não abomina na subjetividade da ação social, pelo contrário, para que
haja um consenso coletivo é necessário a existência de uma subjetividade apenas compreensiva
por parte da sociedade. A coercibilidade do fato social é determinada, também, pela ação social.
As teorias acima não têm convergências com a teoria marxista, salvo no que diz respeito
a consciência social. Segundo Durkhein a consciência coletiva é única, pertencente a toda a
sociedade em geral, entretanto, Marx defende que a consciência social é típica de classes, ou
seja, a classe detentora de poder tem uma consciência social diferente da que só possui a força de
trabalho.

Equilíbrio e conflito: duas correntes

A corrente do equilíbrio origina-se do pensamento de Durkhein e consiste na estática da


organização social fundamentado no consenso. A corrente do conflito origina-se do pensamento
de Marx e baseia-se no dinamismo da organização social, fundamentado na luta de classes. Sabe-
se, entretanto, que, na sociedade, ambas as correntes coexistem. Seria impossível a organização
social se não houvesse um equilíbrio por menor que fosse. Da mesma forma não há sociedade
em que não existam conflitos, estes apenas apresentam-se em maior ou menor intensidade.

Críticas ao conceito de fato social

O objeto de estuda da sociologia, segundo Durkhein (o fato social), é incorreto pois não leva em
consideração os efeitos dos fatos históricos na sociedade. Além disso, o fato social não é uma
coisa, como é o coração para a biologia. Deve-se compreender que o fato social é parte de um
todo que constitui a Sociologia e que engloba até seus estudiosos. Outro defeito da teoria de
Durkhein é a supervalorização da sociedade em detrimento do indivíduo.
Holismo versus Atomismo

Holismo é o nome dado ao estudo da sociedade, em Sociologia, como um todo, não


podendo ser estuda através do indivíduo, devendo ser estudada pelas suas instituições. Atomismo
é o antônimo de holismo, ou seja, é o nome dado ao estudo da sociedade, em Sociologia,
partindo do indivíduo.

Método funcionalista ou método dialético?

Funcionalismo é o nome dado à corrente extremada do equilíbrio, parte do pressuposto de


que toda sociedade forma um todo composto de partes interdependentes que se completam, de tal
modo que, como um organismo, as atividades e instituições sociais não existem por acaso, mas
existem porque tem uma função necessária à manutenção do equilíbrio do sistema social. O
método da Dialética, defendido principalmente pelos marxistas, consiste na identificação das
contradições derivadas dos sistemas econômicos de cada sociedade, em coerência com os
princípios básicos da perspectiva marxista.

Naturalismo positivista e naturalismo pragmático

O positivismo é definido pela admissão da possibilidade de apreensão dos fatos em


estado bruto, sem a mediação de idéias prévias. Naturalismo corresponde à idéia de que é
possível a formulação de generalizações universalmente válidas para os fenômenos sociais.

Naturalismo versus historicismo

O naturalismo, como já dito, defende o conceito de que o naturalismo é generalizador dos


fatos sociais, fundando-se na idéia de que os fatos podem ser, assim, repetitivos no tempo e no
espaço. O historicismo fundamenta-se na singularidade do fato social, ou seja, que este não varia
nem em tempo nem em espaço pois o fato social é considerado um fato histórico.

Positivismo versus intersubjetivismo

O positivismo diferencia o sujeito observador do fato social e o fato social em si., desta
forma defende que o cientista social pode absorver os fatos sociais em sua consistência pura,
como se fosse coisa, matéria bruta. O intersubjetivismo consiste que compreensão, na análise,
dos fatos sociais e não apenas na apreensão desses.

Materialismo ou Idealismo

O materialismo baseia-se na concepção de que os fatos econômicos são os principais


determinantes sociais, enquanto que o Idealismo fundamenta-se na concepção de que os ideais
são os principais determinantes da sociedade.

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