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Karl Marx e a concepção dialética

dos fenômenos sociais

Sociedade Cultura e Educação.


Profa. Dra. Rosângela Maria Pereira
MARX E ENGELS
Embate de Ideias
• Karl Marx (1818-1883) e Friedrich Engels (1820-1895)

Idealismo X Materialismo
Hegel Marx e Engels
• Idealismo : O espírito, ou a consciência, ou as idéias, ou a vontade, são o
dado primário com base no qual se hão de resolver os problemas filosóficos.
História é o progresso do Espírito – construtor da realidade. Bases: Grécia –
desprezo pelo trabalho manual. Trabalho manual – deformação do corpo.
Separação trabalho manual e intelectual. 

• Hegel propõe um método de análise da realidade social denominado


dialético, ou seja, uma forma de pensamento e análise que procura captar a
realidade enquanto “vir-a-ser ou devir”. O processo esta assentado em três
momentos, a tese (afirmação) Antítese (Negação) síntese (superação ou
negação da negação). Esse movimento é cíclico, portanto, a síntese se
constitui enquanto uma nova tese. Marx utiliza-se deste método, porém em
uma outra pers pectiva.
Embate de Ideias
• Materialismo - Doutrina que afirma que o modo de produção
da vida material condiciona o conjunto de todos os processos da
vida social, política e espiritual.

• Materialismo Histórico - A idéia central é que o mundo não


pode ser considerado como um complexo de coisas acabadas,
mas de processos, onde as coisas e os conceitos, estão em
incessante movimento.

• Cada modo de produção traz o germe de sua destruição:


dialético.
Análises de Marx e Engels
• Ocupam da análise:
 Separação entre cidade e campo.
 Modo de Produção – forças
produtivas e relações sociais de
produção (estrutura)
 Ideologias políticas, concepções
religiosas, códigos morais e estéticos,
sistemas legais, de ensino, de
comunicação, o conhecimento
religioso e científico, representações
coletivas de sentimentos, ilusões,
modos de pensar e concepções de
vida, etc. (superestrutura ou supra-
estrutura)
Análises de Marx e Engels
• A relação entre indivíduo e meio ambiente histórico-natural é
um elemento fundamental da humanização do homem.

• O homem transforma a natureza e nesse processo transforma


a si mesmo.

• O trabalho é responsável pela formação humana, é central na


vida do homem. Por meio do trabalho o homem se desenvolve,
é emancipado (torna-se senhor de seus próprios atos, de sua
pessoa; livre, independente).
Análises de Marx e Engels
• Explica a realidade social através dos conflitos estabelecidos
entre as classes dominantes e as dominadas.

• Um grupo que domina os meios de produção e detém o poder


político (Burguesia).

• Os dominados possuem pouco, ou nenhum bem material, a não


ser seu próprio corpo e mente (Proletariado).

• Burguesia e proletariado possuem posições dicotômicas no


sistema capitalista: de um lado os possuidores dos meios de
produção, de outro, os que não os possuem.
Análises de Marx e Engels
• Burguesia e proletariado possuem posições dicotômicas no
sistema capitalista: de um lado os possuidores dos meios de
produção e do capital, de outro, os que não os possuem.
Análises de Marx e Engels
• “Motor da história” - princípio gerador das mudanças e
transformações sociais ocorridas ao logo da história do
desenvolvimento da humanidade seria a luta de classes.
Análises de Marx e Engels
• A estratificação social de uma sociedade está ligada à posição
ocupada por um grupo ou individuo na organização da infra-
estrutura social, ou seja, no modo de produção vigente em
cada época.

• No capitalismo moderno é que, segundo Marx, ocorre um


agravamento do conflito entre as classes sociais.
Análises de Marx e Engels
• Marx e Engels observam as transformações e o papel revolucionário
da burguesia.

• A burguesia em seu reinado de apenas um século, (tendo como


referência à época em que escreveu), gerou um poder de produção
mais massivo e colossal do que todas as gerações anteriores reunidas.
Submissão das forças da natureza ao homem, maquinário, aplicação da
química à agricultura e à indústria, navegação a vapor, ferrovias,
telegrafia elétrica, esvaziamento de continentes inteiros para cultivo,
canalização de rios, populações inteiras expulsas de seu habitat, feitos
que século antes pudesse sequer sonhar.

• Entretanto, o autor acredita que todo esse poder acumulado em uma


só classe poderia levar a crise e a possibilidade de superação das
formas capitalistas de produção sobre as quais assentavam o poder
burguês, e via no proletariado a possibilidade de transformação dessa
realidade.
Conceitos-chave
• O conceito de modo de produção diz respeito a forma como
cada sociedade organiza a produção social de riquezas e sua
distribuição (Ex: Modo de Produção Feudal, Modo de Capitalista,
etc.)
• Os meios de produção são formados pelos meios de trabalho
(máquinas, ferramentas, instalações, fontes de energia, etc.) e
objetos de trabalho (matérias primas sobre as quais o homem
exerce trabalho).
• A mais valia é gerada pela classe trabalhadora e é apropriada
pela classe dominante. Ela é composta pelo trabalho não pago
aos trabalhadores, ou seja, toda a quantidade de mercadorias
que, através da venda, excede o valor necessário para garantir a
subsistência e reprodução dos trabalhadores como força de
trabalho.
Conceitos-chave
• O processo de trabalho refere-se ao processo de produção de
um determinado bem ou serviço com valor de uso, ou seja, que
tem uma utilidade para alguém, que pode ser o próprio
produtor ou outra(s) pessoa(s).
• O objetivo principal do processo de trabalho capitalista é a
valorização do capital investido.
• O conceito de processo de trabalho capitalista busca evidenciar
não apenas o processo imediato de produção, mas a existência
de relações sociais na produção
• A socialização das forças produtivas, por um lado, potencializa
sua utilização mas, por outro, pode aumentar a capacidade de
resistência dos trabalhadores ao reuni-los em um mesmo local
(trabalhador coletivo).
Conceitos chave
• A divisão técnica do trabalho – decomposição do processo de
produção em tarefas independentes, os traba1hadores passam a
desempenhar tarefas parciais -objetivos - a elevação da
produtividade, a redução dos custos e do tempo de produção e a
realização de melhorias do processo produtivo.
• Valor de uso e valor de troca.
• Especialização das tarefas.
• A crescente divisão do trabalho facilita o controle e a supervisão
sobre os trabalhadores.
Conceitos chave
• Marx e Engels destacam as condições econômicas dentro das
quais o homem vai se formando como indivíduo, que o torna
um ser alienado.
 A alienação, é uma situação resultante dos fatores materiais
dominantes na sociedade capitalista, em que o trabalho do
homem se processa de modo que produza coisas que
imediatamente são separadas dos interesses e do alcance de
quem as produziu, para se transformarem, indistintamente, em
mercadorias.
 O homem, para Marx e Engels, é historicamente alienado pela
organização capitalista do trabalho e, ao mesmo tempo, pelas
ideologias que ela exprime.
Conceitos chave
• Caráter fetichista da mercadoria: incapacidade dos produtores
de perceber que através da troca dos frutos do seu trabalho no
mercado são eles próprios que estabelecem relações sociais.
• A alienação aparece tanto no fato de que meu meio de vida é
de outro, que meu desejo é a posse inacessível de outro, como
no fato de que cada coisa é outra que ela mesma, que minha
atividade é outra coisa, e que, finalmente, domina em geral o
poder desumano (MARX, 1978).
• A alienação é o resultado da posse privada do capital e do
emprego de trabalhadores por salário, um arranjo que concede
a estes pouco controle sobre o que fazem. A alienação ocorre
na relação rompida entre trabalhadores e trabalho e entre
operários e produto de seu trabalho (JOHNSON, 1997).
Referências:
• JOHNSON, Allan G. Dicionário de Sociologia: Guia Prático da
Linguagem Sociológica. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Editor,
1997.
• MARX, K. Para a crítica da economia Política. IN: Os
pensadores. São Paulo: Abril Cultural, 1978.
• QUINTANEIRO, Tânia; BARBOSA, Maria Ligia; OLIVEIRA,
Márcia Gardênia Monteiro de. Um toque de clássicos: Marx,
Durkheim e Weber. 2ª ed. Belo Horizonte: Editora da
Universidade Federal de Minas Gerais, 2003.

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