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Esta imagem celebra a I Festa da Colheita da Mangaba, evento de resistência que foi
realizado em janeiro deste ano
Todo primeiro sábado do mês a Associação faz um café compartilhado com várias
pessoas de Aracaju
JLPolítica - Mas aqui pontua bem a questão
qualitativa?
CC - Pois é: o dano maior é do ponto de vista qualitativo. Uma vez ouvi uma
liderança comunitária dar uma aula sobre essa questão durante a segunda
edição do Fórum Social Mundial em Porto Alegre, em 2002. Ela disse mais ou
menos assim: para a sociedade capitalista, a natureza é um recurso que deve
ser explorado para produzir riqueza, mas para os povos indígenas e as
comunidades tradicionais a natureza já é a riqueza. Para essas populações, há
uma simbiose entre suas vidas e a natureza. Elas não se separam. Por isso a
dona Zenaide costuma dizer que “destruir as mangabeiras é destruir minha
vida, é como arrancar uma parte de mim”. É esse sentido de que o ambiente é
uma extensão do próprio corpo que faz as pessoas das comunidades
tradicionais se sentirem profundamente agredidas quando seus territórios são
ameaçados. Por isso quando a Prefeitura derruba as árvores naquele território
extrativista, as pessoas se sentem violadas.