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Maio/2018
AEROPORTO INTERNACIONAL DE ARACAJU | Sumário Executivo 2
Sumário
1 Introdução ................................................................................................................................ 3
2 Estudo de Mercado.................................................................................................................... 4
3 Estudos de Engenharia e Afins.................................................................................................. 11
4 Estudos Ambientais ................................................................................................................. 26
5 Avaliação Econômico-Financeira .............................................................................................. 34
AEROPORTO INTERNACIONAL DE ARACAJU | Sumário Executivo 3
1 INTRODUÇÃO
O MINISTÉRIO DOS TRANSPORTES, PORTOS E AVIAÇÃO CIVIL - MPTA, por intermédio de sua
SECRETARIA DE AVIAÇÃO CIVIL – SAC, publicou, no Diário Oficial da União, na Edição n.º 169-A, de 01
de setembro de 2017 – Seção 3, o Edital de Chamamento Público de Estudos (CPE) n.º 1/2017, tendo
por objeto a seleção de projetos, levantamentos, investigações e estudos técnicos que subsidiem a
modelagem das concessões para expansão, exploração e manutenção dos seguintes Aeroportos:
BLOCO 2: Guararapes/Gilberto Freyre – Recife; Zumbi dos Palmares – Maceió; Santa Maria – Aracaju;
Presidente Castro Pinto – João Pessoa; Orlando Bezerra de Menezes – Juazeiro do Norte; e Presidente
João Suassuna – Campina Grande; BLOCO 3: Marechal Rondon – Cuiabá; Maestro Marinho Franco –
Rondonópolis; Piloto Osvaldo Marques Dias – Alta Floresta; Presidente João Batista Figueiredo – Sinop;
e Barra do Garças; BLOCO 4: Eurico de Aguiar Salles – Vitória; e Macaé.
Em atenção ao CPE n.º 1/2017, o Grupo de Consultores em Aeroportos (GCA) apresentou os seguintes
relatórios para cada um dos aeroportos: Estudos de Mercado, Estudos de Engenharia e Afins, Estudos
Ambientais e Avaliação Econômico-Financeira. Além disso, apresentou um Relatório complementar de
Avaliação Econômico-Financeira, para cada Bloco, que teve por objeto a avaliação da viabilidade
econômico-financeira do grupo de aeroportos que compõem o Bloco.
O presente Sumário Executivo tem por objetivo apresentar as principais premissas, informações e
conclusões de cada um dos relatórios do Aeroporto Internacional de Aracaju/Santa Maria. Para um
entendimento completo dos estudos realizados, é recomendável a leitura dos relatórios.
AEROPORTO INTERNACIONAL DE ARACAJU | Sumário Executivo 4
2 ESTUDO DE MERCADO
Essa seção apresenta o Sumário Executivo do Estudo de Mercado para a concessão do Aeroporto
Internacional de Aracaju/Santa Maria – SBAR, um dos mais movimentados da região Nordeste e o
principal aeroporto do Estado de Sergipe, tendo processado 1,2 milhão de passageiros, em 12,8 mil
operações de aeronaves, em 2017.
Visão Geral
No primeiro semestre de 2017 o Aeroporto conectou-se, com voos regulares, a nove destinos
domésticos (Figura 2-1).
Figura 2-1: Mapa das rotas domésticas com no mínimo 20 chegadas ou partidas no 1º semestre de 2017
(ANAC). A espessura das linhas reflete a frequência relativa das rotas
Fonte: ANAC.
AEROPORTO INTERNACIONAL DE ARACAJU | Sumário Executivo 5
A RI do Aeroporto, definida como a área para as quais se destinam (ou nas quais se originam) a maior
parte dos passageiros e cargas que utilizam este aeroporto como destino final (ou origem inicial) da
viagem, deve levar em consideração não só fatores econômicos, tempos de deslocamento e distâncias
ao aeroporto, mas também fatores culturais, como hábitos e preferências. Assim, como base para a
definição das RIs foi utilizado o estudo “Regiões de Influência das Cidades” (REGIC), do Instituto
Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
No caso em tela, Aracaju é enquadrada como Capital Regional e influencia diversos municípios nos
Estados de Sergipe, Bahia, Alagoas e Pernambuco, conforme ilustrado na Figura 2-2. Aracaju está sob
a influência da Metrópole de Salvador e, ao todo, sua RI cobre mais de 90 municípios e uma área total
de 49 mil km2.
As projeções de demanda indicam que o Aeroporto manterá sua vocação como destino doméstico
para voos regulares, recebendo ainda voos internacionais esporádicos. Além disso, ele seguirá atuando
como base para o transporte de cargas e pessoal para plataformas de petróleo e gás natural offshore
na Bacia de Sergipe e Alagoas, de forma que a aviação geral de asa rotativa responderá por parcela
significativa dos movimentos do Aeroporto.
AEROPORTO INTERNACIONAL DE ARACAJU | Sumário Executivo 6
O Aeroporto se encontra a apenas 12km de carro do centro de Aracaju, em uma área mediamente
adensada (Figura 2-3), e a menos de 4km da Orla de Atalaia onde se encontram hotéis, restaurantes,
bares, o oceanário de Aracaju, o Centro de Arte e Cultura de Sergipe, entre outras atrações.
Saindo da capital do Estado, em um raio de menos de 30km do Aeroporto (Figura 2-4), estão as cidades
históricas de Laranjeiras, tombada em 1996 pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional
(IPHAN), e São Cristóvão, quarta cidade mais antiga do país. Finalmente, a uma hora e meia de carro
do Aeroporto está a cidade de Pirambu (SE), que contém a primeira base do projeto Tamar instalada
no Brasil.
Figura 2-4: Mapa centrado no Aeroporto em tela indicando alguns dos principais destaques do seu entorno.
As linhas cinzas denotam as rodovias estaduais e federais. Os círculos marcam raios de 5, 10, 30 e 50km de
distância do Aeroporto
Cabe ainda mencionar que 40% dos passageiros de SBAR reside em Aracaju e 50% no município de
destino da viagem, e o principal motivo de viagem é negócios (49%), seguido de lazer (25%).
Para a projeção dos passageiros domésticos de origem e destino local adotou-se regressões com PIB
Brasil, yield Nordeste2 e etapa média do Aeroporto, ajustando-se a elasticidade-renda no longo prazo,
refletindo a queda da propensão a voar da população à medida em que a renda per capita cresce. A
projeção de passageiros em conexão é baseada na proporção histórica desse fluxo sobre o total.
Para passageiros internacionais, projeta-se a demanda do Brasil a partir de regressões com PIB e yield
brasileiros, também ajustando a elasticidade-renda no longo prazo. Depois, propõe-se a divisão da
demanda entre os aeroportos internacionais do país com base na tendência histórica para o Aeroporto
em tela. Busca-se ainda solicitações de novas rotas internacionais para definir o patamar mínimo
esperado no modelo de projeção.
Finalmente, para a aviação geral, projeta-se o total de movimentos de aeronaves a partir de análise de
regressão (neste caso, adotando produção de petróleo e gás e o câmbio real 3 como variáveis
explicativas). Estima-se então o total de passageiros a partir de parâmetros usuais de pax/movimento.
Como resultado consolidado das projeções, o total de passageiros cresce 4,9%a.a. entre 2019 e 2048,
último ano cheio da concessão, quando se prevê 5,7 milhões de passageiros (Figura 2-5).
A projeção dos movimentos de aeronaves é feita a partir da projeção de passageiros, do mix da frota
de aeronaves e do load factor. Atualmente, predominam aeronaves de classe de envergadura C,
2 Composto pelo yield dos aeroportos de Recife, João Pessoa, Maceió, Aracaju, Campina Grande, Juazeiro do Norte, Salvador,
Fortaleza e Natal.
3 Obtida a partir de projeções de IPCA, CPI e câmbio nominal.
AEROPORTO INTERNACIONAL DE ARACAJU | Sumário Executivo 9
cenário que deverá perdurar ao longo da concessão. Em 2048 prevê-se um total 40 mil operações
comerciais no Aeroporto, além de 2,7 mil operações de aviação geral4.
Para o dimensionamento dos principais sistemas do aeroporto (terminal de passageiros - TPS, pátios e
pistas de pouso e decolagem) calcula-se as demandas em instantes de fluxo mais intenso, de forma
que os usuários possam ser atendidos em um nível de serviço adequado segundo critérios
preestabelecidos.
No caso das instalações do TPS (processadores e áreas de check-in, controle de segurança, etc.) utiliza-
se a hora-pico de passageiros (PHP), definida como a 30ª hora mais movimentada do ano. O PHP cresce
a uma taxa mais lenta que a demanda anual devido ao natural espraiamento das operações para
instantes de menor solicitação. A Tabela 2-1 resume os resultados de PHP para os fluxos simultâneos
(doméstico e internacional).
Tabela 2-1: PHP (30ª hora) no Aeroporto – Ano base, início da concessão e término da concessão
Natureza Sentido 2016 2019 2048
Já o sistema de pistas deve ser dimensionado para atender à totalidade de operações da aviação
comercial na hora pico, com as operações de aviação geral sendo acomodadas na mesma hora pico ou
em instantes de menor solicitação, se necessário. Projeta-se que SBAR terá hora-pico de 12
movimentos de pista por aeronaves comerciais de passageiros em 2048.
Projeta-se ainda a máxima solicitação do pátio de aeronaves, considerando o pico atual e o ritmo de
crescimento da hora-pico de pista comercial. Ao final da concessão, projeta-se a necessidade mínima
de 12 posições no pico de pátio (além de eventuais posições adicionais de reserva), com dominância
de aeronaves da classe C de envergadura.
Carga aérea
Entre 2011 e 2017, SBAR processou anualmente uma média de 1,8 mil toneladas de cargas domésticas,
praticamente a totalidade nos porões de aeronaves de passageiros (há registros esporádicos de
4 As operações de aviação geral entram em declínio a partir de 2027, ano em que atingem um pico de 6 mil, devido aos efeitos
da projeção de exploração de petróleo e gás.
AEROPORTO INTERNACIONAL DE ARACAJU | Sumário Executivo 10
Os Relatório dos Estudos de Engenharia e Afins foram desenvolvidos de acordo com a metodologia
apresentada na figura a seguir.
A seguir estão apresentados de forma resumida os resultados e premissas de cada etapa dos estudos.
Para maiores detalhes verificar os relatórios completos dos estudos.
Para a caracterização da situação atual, também foi avaliada a operação atual e feita a identificação
das infraestruturas existentes por meio das visitas in loco e dos principais planos de desenvolvimento
e dos estudos disponíveis. A figura a seguir ilustra a identificação das principais instalações existentes.
AEROPORTO INTERNACIONAL DE ARACAJU | Sumário Executivo 12
Além disso, quanto a situação patrimonial atual, cumpre destacar que o aeroporto em estudo se
encontra devidamente legalizado.
Quanto as obras em andamento, há ampliação e reforma da PPD para 2.770 m, além de implantação
de novas pistas de táxis. Conforme orientação da SAC/MTPA, até 31 de agosto de 2018, as obras devem
continuar sendo executadas. A partir desta data, os serviços remanescentes devem ser concluídos pelo
concessionário. Como as obras deste aeroporto estão previstas para serem concluídas até novembro
de 2018, haverá custos remanescentes referentes a estas obras para serem considerados pelo CAPEX.
A análise de capacidade instalada é uma das etapas do processo de avaliação das condições existentes.
Nessa etapa são avaliadas as condições de capacidade de acordo com os níveis de serviço adequados.
Deste modo, foi desenvolvida a avaliação de capacidade para todos os sistemas aeroportuários. A
seguir estão apresentas as capacidades instaladas apenas dos principais sistemas.
A tabela a seguir sumariza os resultados obtidos de capacidade instalada e as demandas existentes dos
sistemas de pistas e pátios. As pistas de táxi foram avaliadas com base nas restrições geométricas de
largura e código da aeronave de projeto. Já os pátios foram avaliados com base na capacidade estática
e dinâmica de estacionamento de aeronaves.
AEROPORTO INTERNACIONAL DE ARACAJU | Sumário Executivo 13
Taxiway A 23 30 C C Atende
Fonte: AIP, Consórcio GCA.
A fim de mensurar a capacidade atual do pátio principal, foram analisadas as capacidades estáticas e
dinâmicas para o cenário atual. A tabela a seguir apresenta as capacidades estáticas para o cenário
avaliado.
C 4
D 0
E 0
Total de Posições 4
Fonte: Carta PDC, Consórcio GCA.
Para avaliar a capacidade dinâmica horária do pátio principal, ponderou-se as capacidades estáticas
obtidas pelo tempo médio de ocupação de cada código de aeronave, obtendo-se assim a capacidade
dinâmica total, conforme a tabela a seguir.
AEROPORTO INTERNACIONAL DE ARACAJU | Sumário Executivo 14
C 45
D 75
E 85
Capacidade C
C 5
D 0
E 0
Total 5
Fonte: Consórcio GCA.
A figura a seguir sumariza os resultados obtidos de capacidade instalada e as demandas existentes dos
fluxos de embarque e desembarque. Os componentes do terminal foram avaliados considerando os
segmentos doméstico e internacional.
AEROPORTO INTERNACIONAL DE ARACAJU | Sumário Executivo 15
Quanto a condição dos demais sistemas que sofreram intervenções imediatas na fase 01, pode-se
notar as seguintes observações quanto a situação atual descritas na tabela a seguir.
AEROPORTO INTERNACIONAL DE ARACAJU | Sumário Executivo 16
Além disso, a seguir é apresentado um resumo das necessidades de infraestrutura para o aeroporto
com suas principais informações e componentes ao longo dos 30 anos considerados para o período de
análise.
AEROPORTO INTERNACIONAL DE ARACAJU | Sumário Executivo 19
Após a programação de necessidades, com base na análise de capacidade dos sistemas do aeroporto,
foi possível definir para cada componente quando as intervenções devem ser iniciadas de modo que
o nível de serviço seja mantido durante todo o período.
Considerando que a concessão se inicia em 2019, é estimado um tempo de 6 meses para que sejam
obtidas as licenças ambientais necessárias para o início das obras. Após a obtenção das licenças
ambientais, as obras podem ser iniciadas. Com isso, como resultado da iteração dos diversos
componentes de planejamento, foram definidas as fases de obras e de operação conforme
apresentado na figura a seguir.
A seguir foram apresentados os principais investimentos de cada fase de planejamento, bem como as
plantas de implantação identificando as intervenções no aeroporto e posterior detalhamento das
mesmas.
AEROPORTO INTERNACIONAL DE ARACAJU | Sumário Executivo 22
3.5.1 Fase 1
A primeira fase da concessão está prevista para ocorrer entre os anos de 2022 e 2028, já que o período
entre 2019 e 2022 é utilizado para obtenção das licenças ambientais e realização das obras, de forma
que todas as obras propostas atendam à demanda do ano de 2028.
• Término das obras de ampliação da PPD e construção das novas taxiways de acesso à
cabeceira 11;
• Construção de novo turn around na PPD;
• Implantação de RESA nas cabeceiras 11 e 29;
• Adequação e implantação de auxílios à navegação e balizamento;
• Ampliação do TPS e implantação de novas pontes de embarque;
• Reconfiguração dos portões de controle e acesso ao aeroporto, com construção de via de
serviço pavimentada nas áreas de apoio.
• Realocação e implantação de novas trechos da via de serviço operacional não-pavimentada.
3.5.2 Fase 2
A segunda fase da concessão está prevista para ocorrer entre os anos de 2029 e 2038, de forma a
infraestrutura prevista atende à demanda do ano de 2038. As obras desta fase estão previstas para
acontecerem em 2027 e 2028.
3.5.3 Fase 3
A terceira e última fase da concessão está prevista para ocorrer entre os anos de 2039 e 2048, de forma
a infraestrutura prevista atende à demanda do ano de 2048. As obras desta fase estão previstas para
acontecerem em 2037 e 2038.
A tabela a seguir compila os investimentos com base nos componentes principais do aeroporto para
cada fase.
4 ESTUDOS AMBIENTAIS
Essa seção apresenta o Sumário Executivo dos Estudos Ambientais para a concessão do Aeroporto
Internacional de Aracaju/Santa Maria.
O Relatório dos Estudos Ambientais apresenta todos os estudos ambientais realizados em campo e no
escritório, por meio de dados primários e secundários, tendo sido realizada avaliação criteriosa de toda
a documentação pertinente fornecida pela Secretaria Nacional de Aviação Civil – SNAC, por meio de
Data Room. As informações disponíveis no banco de dados orientaram a condução das vistorias de
campo, as reuniões com órgãos públicos e as vistas dos autos de processos relacionados ao aeroporto.
Para o Aeroporto de Aracaju, essas atividades foram realizadas nos dias 20 e 21 de novembro de 2017.
Contatos telefônicos, mensagens eletrônicas e reuniões foram realizadas com os seguintes órgãos:
Os estudos ambientais foram desenvolvidos de modo a atender às diretrizes constantes no edital para
o tema, sendo que todos os requisitos foram devidamente abordados ao longo do relatório, seguindo
certa cronologia analítica, mediante avaliação criteriosa de toda a regularidade do aeroporto e
respectivos processos de licenciamento, dos estudos de ampliações, planos diretores e estudos
ambientais pretéritos. Com relação à regularidade ambiental, o Aeroporto de Aracaju encontra-se
regularizado em relação ao licenciamento operacional de suas atividades e infraestrutura existente,
sendo a Administração Estadual de Meio Ambiente (ADEMA), do estado de Sergipe, o órgão licenciador
do empreendimento. Possui a Licença de Operação (LO) nº 06/2017, detalhada na tabela a seguir.
Desde o início de suas operações, em 1958, o empreendimento recebeu diversas obras de melhorias
e ampliações. No relatório ambiental elaborado, podem ser verificados, em ordem cronológica, as
principais ações, obras, intenções de realização de obras e respectivos licenciamentos ambientais
ocorridos a partir de 2010.
Foram identificadas notificações e um auto de infração sanitária impostos pela Anvisa ao atual
administrador aeroportuário, todos relativos a deficiências no gerenciamento de resíduos sólidos e na
operação da Estação de Tratamento de Efluentes (ETE) do Aeroporto.
O conhecimento a respeito das multas e notificações passadas, não implica ao próximo administrador
aeroportuário, a responsabilidade de assumir e arcar com essas despesas, no entanto, será sua
atribuição eliminar os fatos causadores das mesmas, bem como dar continuidade às ações mitigadoras
ou de recuperação em andamento.
Com relação aos passivos ambientais existentes, foram levantados no aeroporto de Aracaju, 28
passivos ambientais, sendo que 79% são referentes a passivos do tipo IR (irregularidades ambientais)
e 21% refere-se a passivos do tipo AC (áreas contaminadas). Desse total de passivos apenas um está
em áreas ou responsabilidade de terceiros (T) e o restante é de origem da Administração Local (AL),
de acordo com a figura a seguir.
T
AC 1
6 4%
21%
IR
22 AL
79% 27
96%
Foi também avaliada a classificação dos passivos encontrados à luz da sua Classe de Risco, efetuada
com base na metodologia adaptada da FMEA (FailureModeandEffectsAnalysis).
Diante deste cenário apresentado, é possível visualizar que no Aeroporto de Aracaju não foram
identificados passivos classificados com risco muito alto, porém foi identificado um passivo com risco
alto que necessita de atuação urgente, o qual está relacionado à ocorrência de erosões na área do sítio
aeroportuário. O restante dos passivos tem classificação de riscos mais baixos que poderão ser geridos
de acordo com as suas respectivas criticidades a curto e médio prazo. Veja a figura a seguir.
AEROPORTO INTERNACIONAL DE ARACAJU | Sumário Executivo 28
61%
Para o bom desenvolvimento das atividades aeroportuárias e a adequação à luz da legislação vigente,
o administrador aeroportuário deverá atualizar o Plano Básico de Zona de Proteção do Aeródromo e
o Plano Específico de Zoneamento de Ruído, além de desenvolver acordos de cooperação técnica com
os municípios afetados pelas superfícies de proteção, com intuito de incorporar as necessidades
aeroportuárias aos instrumentos municipais de ordenamento urbano.
O estudou também estimou a quantidade de pessoas afetadas pelos níveis de ruído aeronáutico,
conforme a tabela a seguir, tanto para o Cenário Atual quanto para o Cenário futuro de
desenvolvimento.
Nota-se que o impacto do ruído sobre as residências do entorno não é considerado um fator crítico,
pois poucas residências são afetadas pelo ruído aeronáutico. Salienta-se a importância de o
administrador aeroportuário desenvolver ações conjuntas com a municipalidade, visando garantir que
AEROPORTO INTERNACIONAL DE ARACAJU | Sumário Executivo 29
os usos do solo no interior das curvas de ruído estarão em consonância com o recomendado pelo RBAC
161.
Em relação ao risco da Fauna, o estudo identificou os principais focos atrativos existentes no interior
da Área de Segurança Aeroportuária (ASA), área circular com 20 km de raio, a partir do centro
geométrico da maior pista do aeroporto. Neste sentido, o administrador aeroportuário deverá auxiliar
a administração municipal no monitoramento dos focos e desenvolver ações educativas para evitar
que novos focos sejam criados.
No que tange às ações do risco da fauna dentro do sítio aeroportuário, destaca-se a necessidade de
revisão dos estudos denominados Identificação do Perigo da Fauna (IPF) e do Programa de
Gerenciamento do Risco da Fauna (PGRF). Com os resultados desses estudos, será possível analisar a
necessidade de implantação de ações de manejo direto no sítio aeroportuário.
O estudo também apresenta o diagnóstico dos principais aspectos ambientais do aeroporto, no que
se refere a: drenagem, esgotamento sanitário, resíduos sólidos, áreas degradadas, fauna, flora,
emissões atmosféricas, energia, riscos ambientais, engajamento com stakeholders e Sistema de
Gestão Ambiental.
Com base em todos esses levantamentos, entende-se que o objetivo maior do estudo foi cumprido,
notadamente, no diz respeito à análise das restrições legais e ambientais existentes na área do sítio
aeroportuário e seu entorno, com a definição dos critérios socioambientais a serem incorporados ao
projeto, de tal forma que os mesmos pudessem direcionar a elaboração do Plano de Desenvolvimento
com os menores impactos ambientais possíveis.
Uma vez definido o plano de desenvolvimento, foi possível avaliar os riscos socioambientais e os
impactos ambientais decorrentes da sua implantação, de forma a permitir a proposição das medidas
mitigadoras, sistemas de gestão, programas ambientais e indicadores de desempenho mais adequados
para que o futuro operador tenha segurança durante toda a fase de implantação das obras de
expansão e operação do aeroporto.
Resumidamente, o aeroporto não apresenta restrições ambientais que possam ser consideradas
limitadoras para a viabilização do Plano de Desenvolvimento Proposto no relatório de Engenharia e
Afins, especialmente porque a maioria das intervenções previstas devem ocorrer em áreas já
antropizadas, conforme ilustrado na figura a seguir.
AEROPORTO INTERNACIONAL DE ARACAJU | Sumário Executivo 30
A elaboração dos estudos ambientais e consultas aos órgãos públicos deverá ocorrer em período que
precede o início das obras, conforme prazos de licenciamento consolidados na tabela a seguir.
Tabela 4-3: Prazos consolidados para o licenciamento ambiental das fases do projeto
Fase do Plano de Duração do licenciamento Início das obras (após a obtenção
Desenvolvimento (Estudos e análises) da Licença de Instalação – LI)
Por fim, o estudo apresentou os custos do orçamento socioambiental previsto para as obras de
ampliação (CAPEX) e para a operação do aeroporto (OPEX), que estão resumidos na tabela a seguir.
Reemissão LO 15.800
Renovação LO 94.802
Licenciamento TCFA IBAMA 695.608
O estudo, que contou com a participação de diversos profissionais especializados na área ambiental e
com atuação efetiva na operação de aeroportos, apresentou trabalhos inéditos relacionados à
avaliação das restrições e impactos ambientais decorrentes dessa atividade, bem como a definição de
medidas mitigadoras específicas e indicadores de desempenho inovadores, podendo-se destacar:
5 AVALIAÇÃO ECONÔMICO-FINANCEIRA
Esta seção apresenta o Sumário Executivo do Relatório de Avaliação Econômico-Financeira da
concessão do Aeroporto Internacional de Aracaju - Santa Maria, no horizonte de 30 anos,
compreendendo o período de 01/agosto/2019 a 31/julho/2049. Atualmente, o aeroporto gera receitas
de cerca de R$23 milhões e tem margem de EBITDA negativa de cerca de 22% (dados de 2016)5.
Receitas
Prevê-se que as receitas do aeroporto cresçam a uma média de 5,1%a.a. entre 2020 e 2048 (primeiro
e último ano cheios da concessão), evoluindo de R$31MM6 para R$126MM no período. As receitas
com tarifas aeronáuticas deverão oscilar de R$20MM a R$76MM e as não tarifárias de R$11MM para
R$50MM (Figura 5-1), alcançando cerca de 40% de participação no total de receitas em 2048.
5 Todos os valores monetários são apresentados no relatório em Real (R$) a valores constantes, com nível de preços
compatíveis com a data-base de julho/2017, conforme orientação da SNAC/MTPAC.
6 Note-se que o crescimento expressivo em relação à receita de 2016 se deve não apenas à evolução da demanda projetada
no período, mas também à incorporação do ATAERO à receita dos aeroportos, ocorrida apenas na segunda metade de 2016
e, que, portanto, teve efeito limitado sobre as receitas deste ano.
AEROPORTO INTERNACIONAL DE ARACAJU | Sumário Executivo 35
Figura 5-1: Projeção das receitas tarifária (aeronáutica e armazenagem e capatazia), não tarifárias e totais ao
longo da concessão
Custos e despesas
A projeção dos custos e despesas do concessionário considera ganhos iniciais de eficiência associados
à assunção da operação pela iniciativa privada, além de ganhos de escala conforme o crescimento da
movimentação do aeroporto, determinados a partir de análise de benchmarks.
Projeta-se que os custos e despesas totais da concessão cresçam a uma média de 3,9%a.a. entre 2020
e 2048, evoluindo de R$24MM para R$70MM no período (Figura 5-3). Os custos com Pessoal e Serviços
Terceirizados são os mais significativos para o aeroporto, representando 52% e 31% dos custos totais
em 2048, respectivamente.
7Dados de 2016, exceto para Salvador, Porto Alegre, Fortaleza e Florianópolis (dados de 2014).
8 Ressarcimentopela elaboração do EVTEA da concessão e pela realização do leilão, além de ressarcimento à atual operadora
do aeroporto durante o período em que esta assistirá o concessionário na operação (Estágio 3 da Fase 1-A da concessão).
AEROPORTO INTERNACIONAL DE ARACAJU | Sumário Executivo 37
70,4
67,9
65,4
70,0
63,0
60,7
58,4
56,2
54,0
60,0
52,0
50,0
48,0
46,1
44,2
50,0
42,5
42,4
40,7
39,0
MM R$
37,4
35,9
34,4
40,0
33,1
31,7
30,5
29,3
28,2
27,1
26,1
25,0
24,0
23,9
30,0
20,0
9,2
10,0
0,0
2025
2047
2019
2021
2023
2027
2029
2031
2033
2035
2037
2039
2041
2043
2045
2049
Fonte: Consórcio GCA.
EBITDA e margem
CAPEX
26,7
26,5
25,4
24,5
24,2
23,4
25,0
18,5
20,0
MM R$
15,0
10,0
5,0
1,7
0,4
0,3
0,0
0,0
0,0
0,0
0,0
0,0
0,0
0,0
0,0
0,0
0,0
0,0
0,0
0,0
0,0
0,0
0,0
0,0
0,0
0,0
0,0
0,0
2035
2019
2021
2023
2025
2027
2029
2031
2033
2037
2039
2041
2043
2045
2047
2049
Fonte: Consórcio GCA.
O fluxo de caixa do projeto é apresentado na Figura 5-6. Conforme se observa, o fluxo de caixa é
positivo e crescente ao longo da maior parte da concessão, à exceção dos ciclos de investimento, que
demandarão o aporte de recursos. A TIR do projeto é de 9,9%a.a. real e a MTIR é de 9,1%a.a. real.
Figura 5-6: Projeção do fluxo de caixa livre para a firma (não descontado)
Os fluxos de caixa livres para a firma foram descontados ao custo de capital (WACC) normativo,
estabelecido em 8,86%a.a. real. A Figura 5-7 apresenta o fluxo de caixa descontado acumulado, a partir
do qual determinou-se o valor presente líquido da concessão, antes da consideração de pagamento
de outorgas, de R$10MM. Considerando a taxa interna de retorno superior ao custo de capital e,
consequentemente, o VPL positivo dos fluxos de caixa, resta comprovada a viabilidade da concessão.
Figura 5-7: Projeção do fluxo de caixa livre para a firma, descontado, acumulado (antes do pagamento de
outorgas)
Definição de outorgas
Uma vez verificada a viabilidade financeira da concessão, é possível apurar quais seriam os
pagamentos a título de outorgas que permitiriam ao concessionário obter um retorno justo para o
padrão de risco do empreendimento (ou seja, exatamente igual ao custo de capital).
A SNAC/MTPAC estabeleceu que as outorgas se dividirão entre uma parcela inicial fixa, de valor igual
a 50% do VPL da concessão antes de outorgas, e parcelas variáveis anuais iguais a um porcentual da
receita bruta do concessionário10.
As outorgas resultantes são de:
• Parcela fixa inicial: R$4,8MM (valores compatíveis com julho/2017);
• Parcelas variáveis: porcentual de 2,3% da receita bruta.
O projeto de concessão proposto produz um fluxo total de outorgas não descontadas de
R$49,4 milhões ao Poder Concedente.
10Considerando uma carência de 5 anos e valores porcentuais crescentes até que se atinja o porcentual final a partir do 10º
ano da concessão.
AEROPORTO INTERNACIONAL DE ARACAJU | Sumário Executivo 41
A atratividade do projeto para o acionista foi avaliada considerando-se: (i) a possibilidade de captação
de recursos de terceiros (captação de empréstimo de longo prazo junto ao BNDES e emissão de
debêntures, conforme condições de mercado e atendidos covenants mínimos); (ii) as necessidades de
aportes de recursos próprios; e (iii) a possibilidade de distribuição de dividendos ao longo da
concessão. A Figura 5-8 apresenta a projeção dos fluxos resultantes de aportes e dividendos ao longo
da concessão. O concessionário necessitará aportar recursos próprios durante as duas primeiras fases
de desenvolvimento do aeroporto, colhendo dividendos crescentes no restante do horizonte da
concessão. A distribuição de dividendos seria interrompida apenas durante o período de captação e
carência de empréstimos associados, seguido da distribuição dos recursos acumulados imediatamente
após. Por fim, ao término da concessão, é possível proceder à devolução do capital social. A TIR do
acionista calculada a partir dos fluxos de aportes e dividendos é de 11,0%a.a. real.
Figura 5-8: Projeção dos fluxos de aportes e dividendos, não-descontados (após o pagamento de outorgas)