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RESUMO
A indústria aeroportuária é um sistema complexo, a iniciar pelo principal ativo, a
produção de uma aeronave comercial é um processo meticuloso, existem inúmeros
fornecedores disponibilizando matérias-primas, depois fabricações das peças,
montagem de fuselagem e motores, testes em solo e no ar de cada equipamento e por
fim a entrega ao cliente. Da mesma forma a escolha de um trajeto de um ponto ao outro
com aviões exige uma atenção minuciosa; o presente trabalho apresenta os principais
pontos de atenção de uma companhia aérea na escolha de rotas. Neste sentido o
trabalho é importante para o governo municipal no tangente a políticas públicas de
incentivo a esta indústria e para iniciativa privada com ações de convergências de
negócios junto as companhias aéreas.
.
Palavras-chave: Rota Aérea; Aerodromos; HOTRAN; Load Factor.
1. INTRODUÇÃO
Análise Macro: listagem dos itens de avaliação da cidade onde está situado
o aeródromo; e
Análise Micro: listagem dos itens de avaliação dos serviços disponibilizados
pelo aeródromo.
3. JUSTIFICATIVA
4. REVISÃO DA LITERATURA
5. METODOLOGIA
6.1 Aerodromos
Nordest 5 PB 3 8 1 12 1 1 2
e 6 PE 1 8 2 11 1 2 3
7 PI 10 2 12 1 1
8 RN 1 2 2 5 2 2
9 SE 1 1 1 1
Total 11 106 16 133 0 9 15 24
1 DF 1 1 1 1
2 GO 28 2 30 1 2 3
Centro-
3 MS 3 13 5 21 2 3 5
Oeste
4 MT 26 2 28 11 2 13
Total 3 67 10 80 0 14 8 22
1 ES 1 6 7 1 1
2 MG 11 60 6 77 2 5 7
Sudeste 3 RJ 3 6 2 11 2 2 4
4 SP 12 55 8 75 3 7 10
Total 27 127 16 170 0 8 14 22
1 PR 3 30 4 37 4 4 8
2 RS 10 39 3 52 5 2 7
Sul
3 SC 2 17 3 22 3 3 6
Total 15 86 10 111 0 12 9 21
Total Geral 59 446 69 574 0 61 62 124
Fonte: ANAC - Aeródromos públicos no Brasil, 16/09/2019
ANAC - HOTRAN, 12/09/2019
Tabela 2 - Aeródromos e voos regulares por região e número de pista
Aeródromos Públicos Voos Regulares
Região UF Número de Pista Número de Pista
01 Pista > 01 Pista Total 01 Pista > 01 Pista Total
1 AC 5 5 2 2
2 AM 24 24 14 14
3 AP 2 2 1 1
4 PA 28 1 29 10 1 11
Norte
5 RO 9 9 4 4
6 RR 1 1 1 1
7 TO 10 10 2 2
Total 79 1 80 33 1 34
1 AL 3 3 1 1
2 BA 64 2 66 6 1 7
3 CE 13 13 5 5
4 MA 9 1 10 1 1 2
5 PB 12 12 2 2
Nordeste
6 PE 11 11 3 3
7 PI 12 12 1 1
8 RN 5 5 2 2
9 SE 1 1 1 1
Total 130 3 133 22 2 24
1 DF 1 1 1 1
2 GO 30 30 3 3
Centro-
3 MS 21 21 5 5
Oeste
4 MT 28 28 13 13
Total 79 1 80 21 1 22
1 ES 6 1 7 1 1
2 MG 77 77 7 7
Sudeste 3 RJ 9 2 11 2 2 4
4 SP 73 2 75 8 2 10
Total 165 5 170 17 5 22
1 PR 36 1 37 7 1 8
2 RS 45 7 52 5 2 7
Sul
3 SC 21 1 22 5 1 6
Total 102 9 111 17 4 21
Total Geral 555 19 574 110 13 124
Fonte: ANAC - Aeródromos públicos no Brasil, 16/09/2019
ANAC - HOTRAN, 12/09/2019
Tabela 3 - Aeródromos e voos regulares por região e classe de aeroportos
Aeródromos Públicos Voos Regulares
Classe I: aeródromo em que o número de passageiros processados seja inferior a 200.000 (duzentos mil);
Classe II: aeródromo em que o número de passageiros processados seja igual ou superior a 200.000 (duzentos mil) e inferior a 1.000.000 (um milhão);
Classe III: aeródromo em que o número de passageiros processados seja igual ou superior a 1.000.000 (um milhão) e inferior a 5.000.000 (cinco milhões); e
Classe IV: aeródromo em que o número de passageiros processados seja igual ou superior a 5.000.000 (cinco milhões).
Tabela 4 - Equipamentos e assentos ofertados por companhias
Companhias Aéreas A319 A320 A321 A359 AT43 AT45 AT72 B722 B733 B734 B735 B737 B738 B763 C208 E110 E190 E195
Sigla de revenue per available seat.km ou revenue per Quando comparado ao custo por ASK, dá uma ideia do
available seat.mile. É obtido dividindo-se a Receita equilíbrio da empresa de acordo com seu output real.
RASK Operacional Líquida (ROL) pelo ASK. Conceitualmente, é a Valores em centavos de US$/ASK. A diferença entre RASK
receita por unidade produzida (mas não necessariamente e CASK dá a margem operacional da empresa, em
vendida). centavos de US$/ASK, ou seja, por unidade de produção.
Peso dos Percentual da folha salarial (com encargos) sobre a A faixa de 20%-30% é a normal para empresas bem
recursos Receita Bruta. É relevante porque a atividade de administradas. Nos EUA, 35% é um percentual normal para
humanos transporte aéreo é bastante intensiva em mão de obra. as empresas tradicionais (American, United etc.).
Obtido dividindose o valor de ASK pelo número de Reflete a produtividade média de cada funcionário em
ASK/empregado
funcionários da empresa. termos físicos.
Obtido dividindose o valor de RPK pelo número de Reflete a produção vendida por cada funcionário em termos
RPK/empregado
funcionários da empresa. físicos.
ATK/empregado Ambos refletem a produtividade da mão de obra na Às vezes a empresa pode ser “inchada” em funcionários,
ATK/custo dos empresa, mas o segundo índice a quantifica em unidades porém, tem um nível baixo de salários. Por isso, a análise
empregados monetárias. dos dois índices em conjunto é fundamental.
Fonte: BNDES Setorial 40
6.3.1 População
Um primeiro ponto de avaliação do município de interesse por uma companhia é
justamente a população, ou seja, o quantitativo de passageiros em potencial. A avaliação
não é restrita apenas ao município, mas avalia-se também os do entorno, da região
geográfica, verifica-se a influência econômica, as vias de ligação deste de modo a criar
um hub da região. Em tese é selecionado o município de maior população dentro da
região a ser atendida.
6.3.2 PIB/IDH
Complementando a análise quantitativa da população, outro ponto de avaliação é
o produto interno bruto, este é um bom indicador de crescimento do município, mas não
de desenvolvimento, que deve-se incluir outros dados como distribuição de renda,
investimento em educação, entre outros aspectos. Por isso a avaliação em conjunto com
o IDH (renda, educação e saúde).
O PIB tem por metodologia o cálculo da riqueza produzida pela indústria, serviços
e agropecuária, logo um ponto de avaliação neste sentido são cargas em potencial que
pode ser transportado pelo modal aéreo, sempre com uma avaliação em paralelo dos
outros modais. A metodologia também contempla a demanda, como o consumo das
famílias, do governo e dos investimentos do capital público e privado, neste sentido a
avaliação de passageiros local em potencial.
6.3.5 Combustível
Como apresentado na tabela 12, o principal custo de uma companhia é o
combustível. Neste sentido o município tem que garantir um estoque, não somente do
aeronáutico. Municípios localizados próximos as refinarias ou com querodutos já
apresentam uma vantagem competitiva; a greve dos caminhoneiros ocorrida em maio de
2018 deixou claro a fragilidade da indústria referente a este insumo.
Existem cidades que não oferecem combustível, logo as companhias têm que
ofertar uma menor quantidade de assentos, porque é preciso levar combustível suficiente
para fazer o trajeto de ida e volta, ou de extensão até outro município onde seja possível
reabastecer.
6.3.6 Hotelaria
Um sistema hoteleiro na cidade não atende somente aos hospedes de negócios
ou turistas, mas também a tripulação ou passageiros que venham a ter o voo interrompido
conforme resolução nº 400 da ANAC, de 13 de dezembro de 2016. Na tabela 12, 2% dos
custos de companhias foram com diárias e passagens e assistência a passageiros, logo
este deve ser um ponto de atenção.
6.4.1 Safety
O termo safety em aeroportos está associado ao sistema de gerenciamento da
segurança na operacionalidade da aeronave, ou seja, todo o processo de
acompanhamento da aeronave desde a hora da aproximação, pouso, atendimento e
decolagem, seja no espaço aéreo próximo, na pista, taxiway e pátios. Nas RBAC´s 139
(Certificação operacional de aeroportos), 153 (aeródromos - operação, manutenção e
resposta à emergência), 154 (projeto de aeródromos) e 164 (gerenciamento do risco da
fauna nos aeródromos públicos) a ANAC deixa muito claro as exigências quanto a
operacionalidade, manutenção, resposta a emergência, serviço de salvamento e
combate a incêndio e identificação do perigo da fauna no aeródromo. São processos
dispendiosos.
6.4.2 Security
Já o termo security está relacionado a proteção de passageiro, aeronaves,
funcionários e usuários do aeroporto, de modo a impedir todas as formas possíveis de
terrorismo, ameaças de bomba, ataques suicidas, sabotagem e sequestro de avião. Na
RBAC´s 107 (segurança da aviação civil contra atos de interferência ilícita – operador de
aeródromo) a ANAC deixa também muito claro as exigências deste quesito, que da
mesma forma é custoso.
Estes dois primeiros são os pilares de avaliação, caso o aeródromo não atenda,
desnecessário será os diagnósticos dos outros, basta observar que eles estão
associados ao principal ativo das companhias aéreas, as aeronaves.
A CTR (Zona de Controle) é uma zona de transferência, entre a ATZ onde o piloto
estabiliza o voo para uma aproximação/distanciamento do aeródromo de referência a
TMA, onde entrará/saíra na aerovia que liga os aeródromos de origem e destino.
Na TMA (área de controle terminal) existe uma grande densidade de tráfego aéreo,
neste ponto estão situadas as aerovias, que estão a uma altura chamada popularmente
de altitude de cruzeiro, cerca de 11.000 metros. Essa é a altitude em que o avião
consegue voar gastando o mínimo de combustível. O avião queima combustível para
vencer a resistência que o ar exerce sobre ele, chamada força de arrasto, e movimentar-
se para frente. Essa força aumenta quando a velocidade de voo aumenta e diminui à
medida que se voa mais alto, pois o ar se torna menos denso e por isso oferece menor
resistência. No entanto, não é vantajoso que a aeronave voe muito devagar porque
aumenta o tempo da viagem. Também não é econômico subir acima de 11.000 metros
já que as operações de subida e descida gastam combustíveis. Abaixo de 11.000 metros,
o ar é mais denso e a temperatura não é constante, o que pode aumentar a turbulência.
Além disso, é mais fácil manter a pressurização da cabine do avião se ele voar em altitude
de cruzeiro.
Por fim, outro ponto de atenção quanto a espaço aéreo é referente a ASA (Área
de Segurança Aeroportuária). Enquanto o PBZPA tem uma inquietude quanto a itens
estáticos como vegetação ou edificações, a ASA estabelece restrições à implantação de
algumas atividades, consideradas de natureza perigosa, por se constituírem focos de
atração de aves, que poderiam vir a colidir com as aeronaves.
A lei nº 12.725, de 16 de outubro de 2012, define a ASA como área circular do
território de um ou mais municípios, definida a partir do centro geométrico da pista do
aeródromo, com 20 km (vinte quilômetros) de raio, cujos uso e ocupação estão sujeitos
a restrições especiais em função da natureza atrativa de fauna.
Atividades atrativas ou potencialmente atrativas de fauna dentro da ASA são
sujeitas à aplicação de restrições especiais, que podem compreender desde a sua
adequação até a suspensão das operações. A aplicação dessas restrições deve ser
efetuada pela autoridade municipal, na ordenação e no controle do uso e ocupação do
solo urbano, e pela autoridade ambiental, no processo de licenciamento ambiental e
durante as atividades de fiscalização e controle.
Cabe ao operador do aeródromo, na administração do sítio aeroportuário ações
de gerenciamento e a redução do risco de acidentes e incidentes aeronáuticos
decorrentes da colisão de aeronaves com espécimes da fauna.
O operador deve manter ações mitigadoras nos três temas quanto a ações para
redução de combustível e de incidentes nas aeronaves resultando em manutenção e
revisão.
6.4.6 TECA
A tabela 10 mostra que cargas ainda é pouco representativo quanto a geração de
receita para as companhias aéreas, nos principais aeroportos devido ao grande fluxo de
cargas estas optam por construir seus galpões, mas em outros este investimento é
oneroso, logo é um atrativo a mais para o aeroporto um terminal de cargas.
Este ambiente também deve contar com o apoio do estado de forma que o
desembaraço seja reduzido, no caso dos domésticos a presença da secretária de
fazenda fortalece o serviço, no caso dos internacionais este fica por conta dos mesmos
serviços oferecidos na área alfandegária dos terminais de passageiros.
Por ser um ambiente onde as cargas em grande parte são de alto valor agregado,
característico do modal aéreo, o ambiente deve conter uma segurança elevada e também
cofres opcionais. Outro fator típico do modal são itens perecíveis como alimentos e
medicamento, logo um diferencial são ambientes refrigerados.
6.4.7 Hotelaria
Se o sitio aeroportuário oferecer hotel, mais vantajoso à companhia aérea, pois
menor é deslocamento da tripulação e dos passageiros que tenham o voo interrompido.
Evidentemente se este oferecer um preço competitivo.
6.4.8 Sala VIP
Sala Vip pode se tornar uma alternativa a companhia aérea quanto a destinação
de passageiros que estão com o voo interrompido e está na iminência de partir. A
resolução nº 400, de 13 de dezembro de 2016, mostra que no caso de atraso de voo com
mais de duas horas a companhia deve prover alimentação e mais de quatro horas o
serviço de hospedagem. Ao direcionar para uma sala VIP a companhia tem um maior
controle destes de forma que não se dissipem no terminal e fica mais fácil que todos se
concentrem novamente quando o voo estiver disponibilizado. Levar para um hotel, além
do custo da estadia tem o custo do transporte e alimentação, também um tempo elevado
uma vez que tem o translado e check in/out; na sala VIP ocorre apenas o custo do acesso.
7. CONCLUSÃO
ABEAR. Panorama 2017 - O setor aéreo em dados e análises. Disponível em: <
http://panorama.abear.com.br/downloads/panorama-abear/>. Acesso em: 21 out. 2019.
BBC NEWS BRASIL: Rota aérea mais movimentada das Américas está no
Brasil. Rio de Janeiro, 25 jan. 2018. Disponível em:
<https://www.bbc.com/portuguese/internacional-42809786>. Acesso em: 01 set. 2019.
CILO, Hugo. A vez das companhias low cost. 2018. Disponível em:
<https://www.istoedinheiro.com.br/a-vez-das-companhias-low-cost/>. Acesso em: 12 set.
2019.
MARINHO, Daniel. Você sabia que há limites de altura para edificações próximas
a aeroportos? 2015. Disponível em: <https://www.decea.gov.br/blog/?p=99>. Acesso em:
01 set. 2019.