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24/02/2023

Introdução à Química Quântica

Profa. Regiane Maritan


E-mails: regianechemistry@gmail.com
regiane.maritan@academico.ufpb.br

BIBLIOGRAFIA:

1. I. N. Levine, Quantum Chemistry, 4a ED., Prentice hall ed., NY (1991).

2. P. Atkins, J. Paula e R. Friedman, Quanta, Matéria e Mudança, 1a Ed.,

Vol. 2, LTC Ed., RJ (2012).

3. P. Atkins, Físico-Química, 7a Ed., Vol. 2, LTC Ed., RJ (2003)

4. Artigos científicos.

AVALIAÇÕES:

1. Provas
2. Seminários
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• A Química é a ciência que trata da constituição da matéria e das


mudanças que esta pode sofrer.

 Físico-Química – Química Teórica (Química Quântica)

- é uma das sub-áreas da Química e estabelece os princípios de cada assunto


em termos de conceitos subjacentes da Física e da linguagem Matemática;

- fornece a base para desenvolver novas técnicas espectroscópicas e suas


interpretações, ou seja, para o entendimento da estrutura de átomos e moléculas e
dos detalhes de suas respectivas distribuições eletrônicas;

- torna possível relacionar as propriedades macroscópicas da matéria com as


propriedades de suas partículas microscópicas constituintes;

- fornece, ainda, uma janela para o mundo das reações químicas e nos permite
entender em detalhes como elas acontecem.

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 Antigamente se pensava que o movimento de átomos e de partículas sub-


atômicas (elétrons, prótons, ...) pudesse ser expresso mediante as leis da FÍSICA
Clássica, OU SEJA, as leis introduzidas no século XVII por Isaac Newton, uma vez
que, essas leis explicavam o movimento de objetos MACROSCÓPICOS e dos
planetas;

 Masssssssssss, no final do século XIX vários indícios experimentais mostravam as


falhas da Física Clássica quando aplicada ao movimento de partículas microscópicas
como os elétrons, por exemplo;

 Equações e conceitos apropriados para descrever os movimentos de partículas


microscópicas foram descobertos apenas na década de 1920 com uma nova teoria
denominada de FÍSICA QUÂNTICA que, para nós químicos, é mais frequentemente
denominada de QUÍMICA QUÂNTICA. 4
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Para conhecer o comportamento de:

 átomos
 moléculas
 elétrons, ...
é necessário compreender como as partículas sub-atômicas (elétrons,
prótons, neutrons, bósons, férmions, ... ) se comportam.

 As leis da Física Clássica não se aplicam aos sistemas microscópicos de


nosso interesse. Por exemplo,

 prevê uma trajetória para as partículas, com localização e momento bem


especificados simultaneamente. “Princípio da Incerteza” - Heisenberg
 a posição
 o momento linear

 prevê que os modos de rotação e vibração são excitados para qualquer


nível sob a ação de quaisquer quantidades de energia.
“Quantização da Energia” - Planck
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Para conhecer o comportamento de:

 átomos
 moléculas
 partículas sub-atômicas - elétrons, ...
é necessário compreender como as partículas sub-atômicas (elétrons, prótons,
neutrons, bósons, férmions, ... ) se comportam.

 As leis da Física Clássica não se aplicam aos sistemas microscópicos de nosso


interesse. Por exemplo,

 prevê uma trajetória para as partículas, com localização e momento bem


especificados simultaneamente. “Princípio da Incerteza” - Heisenberg
 a posição
 o momento linear
 prevê que os modos de rotação e vibração são excitados para qualquer nível sob
a ação de quaisquer quantidades de energia.
“Quantização da Energia” - Planck
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de Broglie

Planck

Heisenberg

Bohr

Oppenheimer

Slater
Born
Pauli
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Juntos ganharam o
Prêmio Nobel de Física
em 1933

Albert Einstein
(físico teórico)
Paul Dirac
(físico teórico)

Schrödinger
(físico teórico)

Pioneiro na área de Computação


Quântica. Introduziu os primeiros
conceitos de Nanotecnologia
Richard Feynmann
(físico teórico) 8

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Stephen Hawking (britânico - Oxford)


(astrofísico, cosmólogo, matemático)
esclerose lateral amiotrófica
(paralisia degenerativa)

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Para uma real compreensão das propriedades da matéria, devemos investigá-la em


nível microscópico, ou seja, em “nível atômico e/ou molecular”

Nesta abordagem, é importante relacionar as propriedades microscópicas com


aquelas que percebemos no mundo macroscópico, explicando fenômenos que não
são possíveis de serem explicados pela Física Clássica. Para atingir este objetivo
empregamos os conceitos da QUÍMICA QUÂNTICA.

- Os conceitos da Química Quântica são empregados, em geral, para:

 interpretar resultados experimentais;


 prever comportamentos;
 prever a síntese de novas substâncias;
 prever as regiões das moléculas de alta e baixa densidade eletrônica; ...
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- Sub-áreas das Ciências que mais utilizam a Química Quântica:

 Química dos Materiais;


 Química Medicinal;
 Estudo de Reações Químicas;
 A Pesquisa Científica (Acadêmica ou Tecnológica) ...

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Principais softwares que empregam os fundamentos da Química Quântica:

MOPAC

GAUSSIAN

GAUSSVIEW

HYPERCHEM
Visualização 3D e animações

CRYSTAL
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REVISÃO

Quantização de Energia

- Partículas sub-atômicas (p. ex. elétrons) trocam apenas energias em quantidades


discretas bem definidas:

Quantização de Energia – Planck (1858 - 1947)

Energia
quantizada

constante de Planck Frequência da REM


Prêmio Nobel de Física em 1918
“in recognition of the services he rendered to the advancement of Physics
by his discovery of energy quanta ”
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Quantização de Energia

A evidência mais contundente de que partículas podem absorver ou liberar energia


somente em quantidades discretas vem da espectroscopia, a detecção e análise da
REM absorvida, emitida ou espalhada por uma substância.

Figura 1. Espectro atômico do átomo de ferro, Fe - região do espectro da radiação


emitida por átomos excitados de ferro (consiste a radiação em uma série de
comprimentos de onda (ou frequências) discretos). 14
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Quantização de Energia

Figura 2. Parte do espectro devido às excitações eletrônica, vibracional e rotacional


de moléculas de dióxido de enxofre (SO2).

 Quando uma molécula muda seu estado, ela o faz absorvendo REM em frequências
bem definidas. O espectro da Figura 2 sugere que as moléculas podem possuir
somente energias discretas, e não valores arbitrários de energia (conforme afirma a
Física Newtoniana). 15
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Quantização de Energia

Figura 3. Transições espectroscópicas entre diferentes níveis discretos de energia.

 As transições mostradas na Figura 3 podem ser explicadas quando se admite que


uma molécula emite REM ao passar de um nível discreto de energia para outro.
 Observe que há emissão de REM em alta frequência (baixo comprimento de onda)
quando a diferença de energia é grande.
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Quantização de Energia

Espectro eletromagnético:

𝒄
∆𝑬=𝒉𝒗=𝒉 ഥ
=𝒉𝒄𝒗
 17
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Caráter Corpuscular da REM

- A Física Newtoniana trata a REM como uma onda.

- Entretanto, o experimento do Efeito Fotoelétrico de Einstein, onde ocorre a


emissão de elétrons por metais expostos à radiação UV, sugere que a REM também
apresenta propriedades de partículas. As observações obtidas a partir de resultados
experimentais são resumidas a seguir:
1. nenhum elétron é emitido, independente da intensidade da REM, a menos que
a frequência da REM exceda um valor limite, característico do metal;
2. a energia cinética dos elétrons emitidos aumenta linearmente com a
frequência da REM incidente, mas é independente da intensidade da REM;

3. mesmo sob valores de intensidade muito baixos da radiação incidente,


elétrons são emitidos se a frequência corresponder à frequência mínima.

- Na Figura 4 estão ilustrados os dois primeiros itens,


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Caráter Corpuscular da REM

Figura 4. O efeito fotoelétrico e a frequência da REM mínima para a emissão de


elétrons de cada um dos metais estudados, Rb, K e Na.

A partir do gráfico da Figura 4 podemos verificar que nenhum elétron é emitido


quando a radiação incidente tem uma frequência menor que um certo valor
característico do metal. Acima deste valor, a energia cinética dos elétrons varia
linearmente com a frequência da radiação incidente.
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Caráter Corpuscular da REM

Einstein explicou seu experimento baseado no fenômeno da colisão entre um fóton


da REM, que é uma partícula com energia igual a h, contra o elétron presente no
metal.
- A energia cinética do elétron emitido pelo metal, devido à colisão com o fóton, foi deduzida
1
por Einstein e pode ser expressa conforme: 𝑚v2 = ℎ - 
2

 nessa expressão, ø é uma característica do metal chamada de “função trabalho”,


que corresponde à energia requerida para remover um elétron do metal até o
infinito. Esse parâmetro é o análogo da energia de ionização de um átomo ou de
uma molécula individual.

 não pode ocorrer emissão se h < ø, porque o fóton carrega energia


insuficiente (explicação do item 1)

 essa equação prevê que a energia cinética de um elétron emitido deve aumentar
linearmente com a frequência, em concordância com o item 2. ver Figura 5
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Caráter Corpuscular da REM

 uma aplicação prática da


equação de Einstein para o
efeito fotoelétrico é que
podemos determinar o valor
da CONSTANTE DE PLANCK a
partir do coeficiente angular
da reta;

Figura 5. O efeito fotoelétrico pode ser explicado admitindo-se que a radiação incidente é
composta por fótons que têm energia proporcional à frequência da radiação. Em (a) a
energia dos fótons é insuficiente para provocar a emissão de elétrons do metal. Em (b) a
energia do fóton é mais que suficiente para arrancar um elétron, e o excesso de energia
aparece como energia cinética do elétron emitido.

 desse experimento surge a interpretação de que um feixe de REM é uma coleção de partículas, OS
FÓTONS, cada um com energia igual a h. A energia total emitida por uma fonte de REM de frequência
 é Nh, sendo N o número de fótons emitidos.
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Caráter Ondulatório das Partículas

 uma propriedade característica das ondas é que elas


interferem entre si, resultando em uma INTENSIDADE
MAIOR em que, picos (máximos) e vales (mínimos)
coincidem, o que conduz a uma interferência construtiva,
e em uma INTENSIDADE MENOR em que picos se opõem
a vales conduzindo a uma interferência destrutiva.

 no diagrama (a) as ondas em cores mais suaves


interferem construtivamente para gerar a curva mais
escura de maior intensidade, enquanto no diagrama (b)
as ondas em cores mais suaves interferem
destrutivamente para gerar a curva mais escura de
menor intensidade.
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Caráter Ondulatório das Partículas

O físico francês Louis de Broglie sugeriu que qualquer partícula, não somente os
fótons, com momento linear p deveria ter um comprimento de onda dado pela
expressão:
*Comprimento de onda associado à
massa e velocidade da partícula

 Partículas Macroscópicas: p grande,  pequeno (caráter


ondulatório NÃO É observado)

 Partículas Microscópicas: p pequeno,  grande (caráter


ondulatório É observado)
Louis de Broglie
(1892 - 1987)
Prêmio Nobel de Física em 1929
“ for his discovery of the wave nature of electrons”

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Caráter Ondulatório das Partículas

A Teoria Quântica baseia-se na dualidade onda-partícula da


matéria (ao invés da partícula se deslocar em uma trajetória
definida, ela se distribui no espaço como uma onda).

O elétron se comporta como onda e como partícula:

A órbita completa percorrida pelo elétron deve possuir um


número inteiro de comprimentos de onda:

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Modelo Quântico de Bohr

Modelo físico para o


átomo de Hidrogênio:

Prêmio Nobel de Física em 1922


“for his services in the investigation elétron: massa m e carga - e
of the structure of atoms and of the núcleo: massa M e carga +Ze
radiation emanating from them “ distância do núcleo ao elétron: r
v é a velocidade do elétron em sua órbita
Fe corresponde à força de atração
eletrostática elétron - núcleo
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Modelo Quântico de Bohr


De acordo com a Física Clássica, sendo o elétron uma partícula carregada:

 quando em movimento deve emitir radiação;

 deve ser atraído para o interior do núcleo sob a ação de forças eletrostáticas
atrativas (próton presente no núcleo)

Postulados de Bohr:

1. o elétron num átomo se move numa órbita circular ao redor do núcleo sob a influência da
atração eletrostática entre essas partículas, obedecendo as leis da física clássica;

2. ao invés da infinidade de órbitas que seriam possíveis,segundo a física clássica, é possível


para um elétron mover-se somente numa órbita para a qual o seu momento angular, L, seja
igual a:
com n = 1, 2, 3, .......

3. apesar do elétron estar constantemente acelerado, quando estiver movendo-se na órbita


permitida, ele não irradiará energia eletromagnética. Portanto, sua energia total E
permanece constante. 26
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Modelo Quântico de Bohr

4. enquanto o elétron estiver numa órbita ele não emite nem absorve R.E.M. → diz-se que o
elétron se encontra num estado estacionário.

 somente quando o elétron passa de uma órbita estacionária para outra é que ele pode
emitir ou absorver R.E.M, cuja energia é dada pela equação:

onde,

Exercício 1 : Deduza a equação para determinar os raios das órbitas do átomo de


Bohr, rn , e calcule o valor do raio da primeira órbita do átomo de Bohr, ao

Exercício 2 : Deduza a equação para determinar a energia das órbitas do átomo


de Bohr, En , e calcule o valor da energia da primeira órbita do átomo de Bohr, E1

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Modelo Quântico de Bohr

núcleo
elétron

Dicas:
elétron em órbita circular em torno do núcleo

Ponto de partida: equilíbrio entre as forças centrípeta e centrífuga

corresponde à força de atração eletrostática elétron-núcleo (ou força centrípeta)


𝑍 𝑒2
F=−
4 𝜋 𝜀𝑜 𝑟 2

corresponde à força centrífuga do elétron em órbita circular

o é a permissividade no vácuo
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Modelo Quântico de Bohr

Espectro Atômico do Hidrogênio

Em 1885, Johann Jacob Balmer propos uma fórmula empírica que previa corretamente o
comprimento de onda de 4 linhas do espectro do H na região do visível: 656,3 nm
(vermelho), 486,1 nm (verde), 434,1 nm (azul) e 410,2 nm (violeta). (conhecida como a
série de Balmer)

H = 656,3 nm (vermelho)

H = 486,1 nm (verde)

H = 434,1 nm (azul)
R é a Constante de Rydberg
ni = 3, 4, 5, ... H = 410,2 nm (violeta)

Exercício 3 : Demonstrar a equação acima para prever a série de Balmer. 29


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Modelo Quântico de Bohr


Espectro Atômico do Hidrogênio
nf = 1, 2, 3 ...
ni = nf +1, nf +2, nf +3, ...

ni nf Série Espectral

2, 3, 4, … 1 Lyman (Ultravioleta)

3, 4, 5, … 2 Balmer (Visível)

4, 5, 6, … 3 Paschen (IV próximo)

5, 6, 7, … 4 Brackett (IV intermediário)

6, 7, 8, … 5 Pfund (IV longínquo)

Exercício 4: Demonstrar a mesma equação para as demais séries espectrais obtidas


para o átomo de hidrogênio no infravermelho e no ultravioleta, atribuindo os
possíveis valores para nf e ni. 30
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Modelo Quântico de Bohr

▪ As Séries Espectrais do Átomo de Hidrogênio

Séries de Lyman, Balmer, Paschen e Bracket 31


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