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O que é física quântica?

Física quântica é o ramo da Física que estuda o comportamento de


diversos fenômenos que ocorrem em escalas moleculares, atômicas e
nucleares.

A Física quântica é uma área da Física recente, mas que logra resultados incríveis.

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A Física quântica, também conhecida como mecânica quântica, é uma


grande área de estudo que se dedica em analisar e descrever
o comportamento dos sistemas físicos de dimensões reduzidas,
próximos dos tamanhos
de moléculas, átomos e partículas subatômicas.
Por meio da Física quântica, foi possível compreender os mecanismos
dos decaimentos radioativos, das emissão e absorção de luz pelos
átomos, da produção de raios x, do efeito fotoelétrico, das
propriedades elétricas dos semicondutores etc.
Veja também: Física moderna
Tópicos deste artigo
 1 - Física quântica para leigos
 2 - Aplicações da Física quântica
 3 - Origem
 4 - Física quântica, espiritualidade e pseudociência
 5 - Livros
Física quântica para leigos
Quando entramos na escala dos átomos e moléculas, as leis da Física
macroscópica, que são perfeitamente capazes de descrever os estados
de movimento dos corpos que cotidianamente vemos ao nosso redor,
tornam-se obsoletas e incapazes de determinar quaisquer grandezas
físicas relacionadas a partículas tão diminutas.
O que acontece no mundo quântico é que as leis da Física não são
mais determinísticas, isto é, não são capazes de predizer exatamente
onde algum objeto encontra-se, ou em qual velocidade: nada aqui é
determinístico, as medidas obtidas de sistemas quânticos são
expressas em probabilidades.
Atualmente, temos sistemas de medida capazes de fornecer-nos a
posição de um objeto com precisões extremamente acertadas.
Entretanto, mesmo com a mais avançada das tecnologias, não
seríamos capazes de determinar a posição exata de um átomo, por
exemplo. Essa impossibilidade não está relacionada à resolução de
um aparelho ou à habilidade de um instrumentador, mas sim à própria
natureza da Física quântica.
Veja também: Modelo-padrão da Física de partículas
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Essa tal natureza da Física quântica vem mostrando-se ao longo do


tempo como uma verdadeira incógnita, por muito tempo
incompreendida, que acabou levando muitos físicos a questioná-la,
dar-lhe diferentes interpretações ou até mesmo negá-la por completo.
Não obstante, também contribuiu para que diversos mitos e crenças
fossem criados em torno do conceito da Física quântica.
Apesar de parecer “estranha”, a mecânica quântica é uma das teorias
da Física de maior sucesso, a precisão dos resultados alcançados por
essa teoria chega a ser assustadora. Atualmente a interpretação da
mecânica quântica mais popular e aceita é chamada de interpretação
de Copenhague, desenvolvida por alguns dos maiores nomes da
ciência,
como Niels Bohr, Max Born, Wolfgang Pauli, Werner Heisenberg e
outros.

A interpretação de Copenhague consolidou-se durante a conferência de Solvay. [1]


De acordo com essa interpretação, todos os sistemas quânticos têm
uma função de onda que os descreve completamente. Essa função de
onda é uma expressão matemática complexa e virtual (sem realidade
própria), da qual é possível extrair toda a informação desse sistema.
Os resultados obtidos com base nas funções de onda, por sua vez,
tratam-se de probabilidades de que algo seja observado ou de que
encontremos um átomo em algum nível de energia específico. Ainda,
podem ser probabilidades de que um átomo realize uma emissão
radioativa, ou de que um nêutron sofra um decaimento,
transformando-se em um nêutron e um elétron. As possibilidades são
enormes.
O desafio dos físicos é o de encontrar a função de onda para o sistema,
e isso não é nada fácil — é necessário resolver uma ou
mais equações de Schröedinger, essa equação relaciona as
energias cinética e potencial dos sistemas quânticos.
Veja também: Einstein e a bomba atômica
Aplicações da Física quântica
Por meio da Física quântica, é possível compreender
 as emissões de luz pelos átomos;
 os fenômenos de decaimento radioativo;
 o funcionamento do Laser, o efeito fotoelétrico;
 a atração entre nêutrons e prótons no núcleo atômico;
 o modelo padrão da Física de partículas;
 a dualidade onda partícula;
 todas as leis da Física clássica que conhecemos (uma vez que,
por serem mais gerais, as leis da mecânica quântica são capazes
de derivar das leis que regem o nosso mundo clássico).

O funcionamento do laser só foi obtido pelo estudo da mecânica quântica.


Origem
O surgimento da Física quântica moderna deu-se em 1920, quando o
físico alemão Max Planck logrou explicar o mecanismo da emissão de
corpo negro e a sua relação com um bizarro erro nos cálculos da
época, chamado catástrofe ultravioleta.
Acontece que os corpos negros, objetos capazes de absorver toda a
radiação que é direcionada a eles, reemitindo-a em forma de radiação
térmica, não a emitiam da forma como era esperado pela teoria
eletromagnética vigente. Para resolver a situação, Max Planck sugeriu
que a energia do campo eletromagnético fosse quantizada, isto é,
subdividida em pequenos pacotes de energia, que, pouco mais tarde,
viriam a ser chamados de fótons — os quanta de energia.
A interpretação dada por Planck à radiação de corpo negro não foi
bem aceita (nem mesmo por ele), entretanto, alguns anos
depois, Albert Einstein fez uso do mesmo argumento e obteve
sucesso ao explicar o efeito fotoelétrico.
Em 1905, Einstein publicou uma série de artigos que marcou a data
como o “ano miraculoso da Física”, mas a sua consagração veio pelo
seu prêmio Nobel de Física, por explicar o mecanismo por trás da
fotoeletricidade. Einstein havia concluído que a luz tanto se comporta
como partícula, quanto como onda. Esse comportamento ficou
conhecido como a natureza dual da luz.
Veja também: Forças fundamentais da natureza
Em 1924 foi a vez de Louis de Broglie contribuir com a mecânica
quântica. De Broglie publicou, em sua tese de doutorado, que as
partículas quânticas também apresentam um comprimento de onda,
assim como a luz e, portanto, deveriam apresentar comportamento
ondulatório em determinadas condições.
O físico francês previu que os elétrons deveriam apresentar um padrão
de interferência ao serem submetidos ao experimento de dupla fenda,
assim como as ondas apresentam. Em 1927, sua hipótese foi
confirmada pelo experimento de Davisson-Germer: estava
estabelecida a dualidade entre onda e matéria.
O motivo por trás do comportamento dual da matéria permaneceu
desconhecido até que, em 1927, Werner Heisenberg enunciou um
princípio físico derivado das propriedades matemáticas da teoria
quântica. De acordo com esse princípio, conhecido como o princípio
da incerteza, há pares de variáveis que não podiam ser medidos
simultaneamente com total precisão. A essas variáveis dá-se o nome
de variáveis conjugadas.
Posição e velocidade, por exemplo, são grandezas físicas que não
podem ser determinadas com total precisão no mundo quântico: se
soubermos com grande precisão a velocidade em que um átomo
encontra-se, perdemos completamente a precisão em sua posição, de
maneira similar, se conseguíssemos medir a velocidade de um átomo,
não poderíamos dizer qual é a sua posição naquele mesmo instante.
Para compreender o princípio da incerteza, basta pensar em como
enxergamos as coisas: a luz que emana dos objetos deve chegar aos
nossos olhos, para que essa informação seja traduzida por nosso
cérebro. Em outras palavras, para vermos, precisamos trocar fótons
com os arredores. No caso de átomos e partículas, isso é mais sério
do que parece: imagine que você queira saber onde está um átomo,
para fazê-lo você precisaria emitir um fóton em sua direção, mas, ao
fazer isso, o átomo ganharia velocidade por causa da colisão, de modo
que você não saberia dizer mais onde ele está.
Logo, o princípio da incerteza permite entendermos um pouco melhor
a dualidade onda matéria: no mundo quântico, as grandezas físicas
comportam-se de forma não determinística, como se fossem ondas,
cujas amplitudes são, na verdade, probabilidades.
Veja também: Física nuclear
Física quântica, espiritualidade e pseudociência
Hoje em dia, tornou-se comum lermos anúncios de cursos, curas
milagrosas, produtos revolucionários, terapias infalíveis, orações para
atrair dinheiro, e até métodos de cura em que se empregam termos
relativos à Física quântica.
No entanto, é necessário salientar que em nenhum desses casos há
relação direta com os conhecimentos que resultaram da pesquisa em
Física quântica. Tratam-se, na verdade, de uma apropriação indevida,
que só se tornou possível graças à ignorância de uma grande parte da
população, quando se trata da Física moderna e contemporânea.
A compreensão da Física quântica envolve o domínio de um
grande formalismo matemático e muito conhecimento de Física,
Álgebra, Geometria, Eletrodinâmica e etc. Por isso, são necessários
muitos anos de estudo para compreendê-la de maneira minimamente
aceitável para os padrões acadêmicos.
É verdade também que muitas pessoas acreditam que suas práticas
são pautadas nos fenômenos quânticos, e não é incomum
encontrarmos depoimentos de pessoas que se sentiram melhores ao
recorrerem a essas ações. Entretanto, podemos citar razões que
desmentem a eficácia das chamadas práticas quânticas:
 Os fenômenos quânticos só se tornam relevantes e observáveis
em escalas atômicas. A partir de um certo tamanho, tudo passa a
comportar-se de acordo com a Física clássica, a Física da escala
macroscópica.
 Os benefícios sentidos pelas pessoas que adquirem produtos ou
passam a realizar algum tipo de atividade relacionada ao
“quântico” podem ser vistos em alguns experimentos, nos quais
se observa melhoras nos pacientes tratados com placebo. Esses
efeitos acontecem porque os pacientes acreditam estar
melhores, e condicionam-se a isso.
Em razão da grande falta de conhecimento acerca do real significado
atrelado à palavra quântico, é natural que essa se envolva
de misticismo, fazendo com que a vejamos ser frequentemente usada
nos contextos mais improváveis: palestras motivacionais, cursos
de coaching quântico, orações quânticas, cosméticos quânticos, curas
quânticas etc.
Apesar de muito distintos, todos esses anúncios têm algo em comum:
são pseudocientíficos e, em sua maioria, visam lucro. Portanto, em
alguns casos, podem ser chamados de charlatanismo, cujo objetivo é o
de agregar valor e confiabilidade a produtos, serviços ou costumes
ordinários em sua essência.
Quando você perceber o emprego de conceitos muito abstratos em
contextos pouco prováveis, desconfie e procure buscar informações
em fontes confiáveis, como em sites educacionais consagrados,
páginas vinculadas a instituições de educação ou em artigos científicos.
A informação é a única forma de prevenir-se de golpes, charlatanismo
e outros tipos de crendices que usam, de maneira indevida, o nome de
áreas do conhecimento que são consagradas, mas conhecidas por
poucos.
Veja também: Teoria das cordas
Livros
Se você tem interesse em entender melhor como funciona a Física
quântica, mas é leigo, ou gostaria de consultar fontes confiáveis sobre
essa área da Física, confira alguns livros que podem ajudar-te a
compreender melhor o estranho mundo quântico:
 O mistério quântico - Andrés Cassinello e José Luiz Sánchez
Gomez
 Entendendo a teoria quântica: um livro ilustrado - J.P. Mcevoy e
Oscar Zarate
 O Universo elegante - Brian Greene
 O enigma quântico: o encontra da Física com a consciência -
Charles Townes

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