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Início
Um panorama
O conceito de estado na mecânica quântica
Alternar a subsecção O conceito de estado na mecânica quântica
Formulação matemática
Alternar a subsecção Formulação matemática
Aspectos históricos
Princípios
Conclusões
Formalismos
Interpretações
Interações com outras teorias científicas
Alternar a subsecção Interações com outras teorias científicas
Implicações filosóficas
Aplicações
Alternar a subsecção Aplicações
Ver também
Referências
Bibliografia
Mecânica quântica

Artigo
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Google (N • L • A) (Fevereiro de 2010)

Funções de onda do elétron em um átomo de hidrogênio em diferentes níveis de


energia. A mecânica quântica não pode prever a localização exata de uma partícula
no espaço, apenas a probabilidade de encontrá-la em locais diferentes.[1] As áreas
mais brilhantes representam uma maior probabilidade de encontrar o elétron.
Mecânica quântica
Δ

Δ



2
{\Delta x}\, {\Delta p} \ge \frac{\hbar}{2}
Princípio da Incerteza
Introdução à mecânica quântica
Formulação matemática

[Expandir]Introdução
[Expandir]Conceitos fundamentais
[Expandir]Experiências
[Expandir]Representações
[Expandir]Equações
[Expandir]Interpretações
[Expandir]Tópicos avançados
[Expandir]Cientistas
Esta caixa: verdiscutireditar
A mecânica quântica (também conhecida como física quântica, teoria quântica, modelo
mecânico de ondas e mecânica de matriz) é a teoria física que obtém sucesso no
estudo dos sistemas físicos cujas dimensões são próximas ou abaixo da escala
atômica, tais como moléculas, átomos, elétrons, prótons e de outras partículas
subatômicas, muito embora também possa descrever fenômenos macroscópicos em
diversos casos.[2]

A mecânica quântica é um ramo fundamental da física com vasta aplicação. A teoria


quântica fornece descrições precisas para muitos fenômenos previamente inexplicados
tais como a radiação de corpo negro e a estabilidade dos átomos. Apesar de, na
maioria dos casos, a mecânica quântica ser relevante para descrever sistemas
microscópicos, os seus efeitos específicos não são somente perceptíveis em tal
escala.

Por exemplo, a explicação de fenômenos macroscópicos como a super fluidez e a


supercondutividade só é possível se considerarmos que o comportamento microscópico
da matéria é quântico. A quantidade característica da teoria, que determina quando
ela é necessária para a descrição de um fenômeno, é a chamada constante de Planck,
que tem dimensão de momento angular ou, equivalentemente, de ação.

A mecânica quântica recebe esse nome por prever um fenômeno bastante conhecido dos
físicos: a quantização. No caso dos estados ligados (por exemplo, um elétron
orbitando em torno de um núcleo positivo) a Mecânica Quântica prevê que a energia
(do elétron) deve ser quantizada. Este fenômeno é completamente alheio ao que prevê
a teoria clássica.

Um panorama

Max Planck, um dos fundadores da mecânica quântica.


O desenvolvimento da mecânica quântica foi uma necessidade gerada pelo acúmulo de
resultados experimentais ao longo da virada dos séculos XIX e XX, os quais não
conseguiam ser entendidos ou explicados à luz das teorias físicas existentes
naquele período. As tentativas de contornar as dificuldades através da adaptação
dos formalismos e ferramentas então disponíveis foram paulatinamente abandonadas,
pois logo ficou claro que novas frentes conceituais e técnicas teriam que ser
abertas. As propostas de uma equação de onda, que generalizava ideias acerca do
caráter ondulatório das partículas, bem como de uma formulação matricial, baseada
na utilização de observáveis experimentais na descrição dos sistemas atômicos, logo
foram seguidas por trabalhos mais marcadamente matemáticos, que tinham por
principal objetivo aparar possíveis arestas formais surgidas ao longo desse avanço
conceitual.[3]

A palavra “quântica” (do Latim quantum) quer dizer quantidade. Na mecânica


quântica, esta palavra refere-se a uma unidade discreta que a teoria quântica
atribui a certas quantidades físicas, como a energia de um elétron contido num
átomo em repouso. A descoberta de que as ondas eletromagnéticas podem ser
explicadas como uma emissão de pacotes de energia (chamados quanta) conduziu ao
ramo da ciência que lida com sistemas moleculares, atômicos e subatômicos. Este
ramo da ciência é atualmente conhecido como mecânica quântica.

A mecânica quântica é a base teórica e experimental de vários campos da Física e da


Química, incluindo a física da matéria condensada, física do estado sólido, física
atômica, física molecular, química computacional, química quântica, física de
partículas, e física nuclear. Os alicerces da mecânica quântica foram estabelecidos
durante a primeira metade do século XX por Albert Einstein, Werner Heisenberg, Max
Planck, Louis de Broglie, Niels Bohr, Erwin Schrödinger, Max Born, John von
Neumann, Paul Dirac, Wolfgang Pauli, Richard Feynman e outros. Alguns aspectos
fundamentais da contribuição desses autores ainda são alvo de investigação.

Normalmente é necessário utilizar a mecânica quântica para compreender o


comportamento de sistemas em escala atômica ou molecular. Por exemplo, se a
mecânica clássica governasse o funcionamento de um átomo, o modelo planetário do
átomo — proposto pela primeira vez por Rutherford — seria um modelo completamente
instável. Segundo a teoria eletromagnética clássica, toda a carga elétrica
acelerada emite radiação. Por outro lado, o processo de emissão de radiação consome
a energia da partícula. Dessa forma, o elétron, enquanto caminha na sua órbita,
perderia energia continuamente até colapsar contra o núcleo positivo.

O conceito de estado na mecânica quântica


Em física, chama-se "sistema" um fragmento concreto da realidade que foi separado
para estudo. Dependendo do caso, a palavra sistema refere-se a um elétron ou um
próton, um pequeno átomo de hidrogênio ou um grande átomo de urânio, uma molécula
isolada ou um conjunto de moléculas interagentes formando um sólido ou um vapor. Em
todos os casos, sistema é um fragmento da realidade concreta para o qual deseja-se
chamar atenção.

Dependendo da partícula pode-se inverter polarizações subsequentes de aspecto


neutro.

A especificação de um sistema físico não determina unicamente os valores que


experimentos fornecem para as suas propriedades (ou as probabilidades de se medirem
tais valores, em se tratando de teorias probabilísticas). Além disso, os sistemas
físicos não são estáticos, eles evoluem com o tempo, de modo que o mesmo sistema,
preparado da mesma forma, pode dar origem a resultados experimentais diferentes
dependendo do tempo em que se realiza a medida (ou a histogramas diferentes, no
caso de teorias probabilísticas). Essa ideia conduz a outro conceito-chave: o
conceito de "estado". Um estado é uma quantidade matemática (que varia de acordo
com a teoria) que determina completamente os valores das propriedades físicas do
sistema associadas a ele num dado instante de tempo (ou as probabilidades de cada
um de seus valores possíveis serem medidos, quando se trata de uma teoria
probabilística). Em outras palavras, todas as informações possíveis de se conhecer
em um dado sistema constituem seu estado.

Cada sistema ocupa um estado num instante no tempo e as leis da física devem ser
capazes de descrever como um dado sistema parte de um estado e chega a outro. Em
outras palavras, as leis da física devem dizer como o sistema evolui (de estado em
estado).

Muitas variáveis que ficam bem determinadas na mecânica clássica são substituídas
por distribuições de probabilidades na mecânica quântica, que é uma teoria
intrinsecamente probabilística (isto é, dispõe-se apenas de probabilidades não por
uma simplificação ou ignorância, mas porque isso é tudo que a teoria é capaz de
fornecer).

A representação do estado
Ver artigo principal: Estado quântico
No formalismo da mecânica quântica, o estado de um sistema num dado instante de
tempo pode ser representado de duas formas principais:

O estado é representado por uma função complexa da posição ou do momento linear de


cada partícula que compõe o sistema. Essa representação é chamada função de onda.
Também é possível representar o estado por um vetor num espaço vetorial complexo.
[4] Esta representação do estado quântico é chamada vetor de estado. Devido à
notação introduzida por Paul Dirac, tais vetores são usualmente chamados kets
(sing.: ket).
Em suma, tanto as "funções de onda" quanto os "vetores de estado" (ou kets)
representam os estados de um dado sistema físico de forma completa e equivalente e
as leis da mecânica quântica descrevem como vetores de estado e funções de onda
evoluem no tempo.

Estes objetos matemáticos abstratos (kets e funções de onda) permitem o cálculo da


probabilidade de se obter resultados específicos em um experimento concreto. Por
exemplo, o formalismo da mecânica quântica permite que se calcule a probabilidade
de encontrar um elétron em uma região particular em torno do núcleo.

Para compreender seriamente o cálculo das probabilidades a partir da informação


representada nos vetores de estado e funções de onda é preciso dominar alguns
fundamentos de álgebra linear.

Formulação matemática
Ver artigo principal: Formulação matemática da mecânica quântica
Muitos fenômenos quânticos difíceis de se imaginar concretamente podem ser
compreendidos com um pouco de abstração matemática. Há três conceitos fundamentais
da matemática - mais especificamente da álgebra linear - que são empregados
constantemente pela mecânica quântica. São estes: (1) o conceito de operador; (2)
de autovetor; e (3) de autovalor.

Vetores e espaços vetoriais


Ver artigo principal: Espaço vetorial
Na álgebra linear, um espaço vetorial (ou o espaço linear) é uma coleção dos
objetos abstratos (chamados vetores) que possuem algumas propriedades que não serão
completamente detalhadas aqui.

Por agora, importa saber que tais objetos (vetores) podem ser adicionados uns aos
outros e multiplicados por um número escalar. O resultado dessas operações é sempre
um vetor pertencente ao mesmo espaço. Os espaços vetoriais são os objetos básicos
do estudo na álgebra linear, e têm várias aplicações na matemática, na ciência, e
na engenharia.

O espaço vetorial mais simples e familiar é o espaço Euclidiano bidimensional. Os


vetores neste espaço são pares ordenados e são representados graficamente como
"setas" dotadas de módulo, direção e sentido. No caso do espaço euclidiano
bidimensional, a soma de dois vetores quaisquer pode ser realizada utilizando a
regra do paralelogramo.

Todos os vetores também podem ser multiplicados por um escalar - que no espaço
Euclidiano é sempre um número real. Esta multiplicação por escalar poderá alterar o
módulo do vetor e seu sentido, mas preservará sua direção. O comportamento de
vetores geométricos sob estas operações fornece um bom modelo intuitivo para o
comportamento dos vetores em espaços mais abstratos, que não precisam de ter a
mesma interpretação geométrica. Como exemplo, é possível citar o espaço de Hilbert
(onde "habitam" os vetores da mecânica quântica). Sendo ele também um espaço
vetorial, é certo que possui propriedades análogas àquelas do espaço Euclidiano.

Os operadores na mecânica quântica


Ver artigo principal: Transformação linear
Um operador é um ente matemático que estabelece uma relação funcional entre dois
espaços vetoriais. A relação funcional que um operador estabelece pode ser chamada
transformação linear. Os detalhes mais formais não serão apontados aqui. Interessa,
por enquanto, desenvolver uma ideia mais intuitiva do que são esses operadores.

Por exemplo, considere o Espaço Euclidiano. Para cada vetor nesse espaço é possível
executar uma rotação (de um certo ângulo) e encontrar outro vetor no mesmo espaço.
Como essa rotação é uma relação funcional entre os vetores de um espaço, podemos
definir um operador que realize essa transformação. Assim, dois exemplos bastante
concretos de operadores são os de rotação e translação.

Do ponto de vista teórico, a semente da ruptura entre as física quântica e clássica


está no emprego dos operadores. Na mecânica clássica, é usual descrever o movimento
de uma partícula com uma função escalar do tempo. Por exemplo, imagine que vemos um
vaso de flor caindo de uma janela. Em cada instante de tempo podemos calcular a que
altura se encontra o vaso. Em outras palavras, descrevemos a grandeza posição com
um número (escalar) que varia em função do tempo.

Uma característica distintiva na mecânica quântica é o uso de operadores para


representar grandezas físicas. Ou seja, não são somente as rotações e translações
que podem ser representadas por operadores. Na mecânica quântica grandezas como
posição, momento linear, momento angular e energia também são representados por
operadores.

Até este ponto já é possível perceber que a mecânica quântica descreve a natureza
de forma bastante abstrata. Em suma, os estados que um sistema físico pode ocupar
são representados por vetores de estado (kets) ou funções de onda (que também são
vetores, só que no espaço das funções). As grandezas físicas não são representadas
diretamente por escalares (como 10 m, por exemplo), mas por operadores.

Para compreender como essa forma abstrata de representar a natureza fornece


informações sobre experimentos reais é preciso discutir um último tópico da álgebra
linear: o problema de autovalor e autovetor.

O problema de autovalor e autovetor


O problema de autovalor e autovetor é um problema matemático abstrato sem o qual
não é possível compreender seriamente o significado da mecânica quântica.

Em primeiro lugar, considere o operador  de uma transformação linear arbitrária


que relacione vetores de um espaço E com vetores do mesmo espaço E. Neste caso,
escreve-se [eq.01]:


^
:



\hat{A} : E \mapsto E
Observe que qualquer matriz quadrada satisfaz a condição imposta acima desde que os
vetores no espaço E possam ser representados como matrizes-coluna e que a atuação
de  sobre os vetores de E ocorra conforme o produto de matrizes a seguir:

[

11

12


1


21

22


2







1


2




]

[

1

2



]
=
[

1

2



]

\begin{bmatrix}
a_{11} & a_{12} & \cdots & a_{1m} \\
a_{21} & a_{22} & \cdots & a_{2m} \\
\vdots & \vdots & \ddots & \vdots \\
a_{m1} & a_{m2} & \cdots & a_{mm}
\end{bmatrix}
\cdot
\begin{bmatrix}
b_{1} \\
b_{2} \\
\vdots \\
b_{m}
\end{bmatrix}
=
\begin{bmatrix}
c_{1} \\
c_{2} \\
\vdots \\
c_{m}
\end{bmatrix}

Como foi dito, a equação acima ilustra muito bem a atuação de um operador do tipo
definido em [eq.01]. Porém, é possível representar a mesma ideia de forma mais
compacta e geral sem fazer referência à representação matricial dos operadores
lineares [eq.02]:


^



=

→\hat{A} \cdot \vec{b} = \vec{c}
Para cada operador  existe um conjunto
{

1

,

2

,

,



}
\{ \vec{\nu_1}, \vec{\nu_2}, \ldots, \vec{\nu_n} \} tal que cada vetor do conjunto
satisfaz [eq.03]:


^




=





→\hat{A} \cdot \vec{ \nu_i } = \lambda_i \cdot \vec{ \nu_i }




\lambda_i \in \mathbb{C}

=
1
,
2
,
3
,

,

i = 1, 2, 3, \ldots, n
A equação acima é chamada equação de autovalor e autovetor. Os vetores do conjunto
{

1

,

2

,

,



}
\{ \vec{\nu_1}, \vec{\nu_2}, \ldots, \vec{\nu_n} \} são chamados autovetores. Os
escalares do conjunto
{

1
,

2
,

,


}
\{ \lambda_1, \lambda_2, \ldots, \lambda_n \} são chamados autovalores. O conjunto
dos autovalores


\lambda_i também é chamado espectro do operador Â.

Para cada autovalor corresponde um autovetor e o número de pares autovalor-


autovetor é igual à dimensão do espaço E onde o operador  está definido. Em geral,
o espectro de um operador  qualquer não é contínuo, mas discreto. Encontrar os
autovetores e autovalores para um dado operador  é o chamado problema de autovalor
e autovetor.

De antemão o problema de autovalor e autovetor possui duas características:

(1)



=
0
→ \vec{ \nu_i } = \vec{0} satisfaz o problema para qualquer operador Â. Por isso,
o vetor nulo
0
→ \vec{0} não é considerado uma resposta do problema.

(2) Se


→ \vec{ \nu_i } satisfaz a equação de autovalor e autovetor, então seu múltiplo




→ c \cdot \vec{ \nu_i } também é uma resposta ao problema para qualquer



.
c \in \mathbb{C}.

Enfim, a solução geral do problema de autovalor e autovetor é bastante simples. A


saber:


^



=



→\hat{A} \cdot \vec{ \nu } = \lambda \cdot \vec{ \nu }


^



=

^


→\therefore \hat{A} \cdot \vec{ \nu } = \hat{\lambda} \cdot \vec{ \nu }

{

^


^
}



=
0
→\therefore \{ \hat{A} - \hat{\lambda} \} \cdot \vec{ \nu } = \vec{ 0 }
Onde:


^
=
[

0

0
0


0




0
0


]

\hat{\lambda}

= \begin{bmatrix}
\lambda & 0 & \cdots & 0 \\
0 & \lambda & \cdots & 0 \\
\vdots & \vdots & \ddots & \vdots \\
0 & 0 & \cdots & \lambda
\end{bmatrix}
Como



=
0
→ \vec{ \nu_i } = \vec{0} não pode ser considerado uma solução do problema, é
necessário que:




{

^


^
}
=
0
det \{ \hat{A} - \hat{\lambda} \} = 0
A equação acima é um polinômio de grau n. Portanto, para qualquer operador

^
:



\hat{A} : E \mapsto E há n quantidades escalares




\lambda_i \in \mathbb{C} distintas ou não tais que a equação de autovetor e
autovalor é satisfeita.

Os autovetores correspondentes aos autovalores


{

1
,

2
,

,


}
\{ \lambda_1, \lambda_2, \ldots, \lambda_n \} de um operador  podem ser obtidos
facilmente substituindo os autovalores um a um na [eq.03].

O significado físico dos operadores, seus autovetores e autovalores


Para compreender o significado físico de toda essa representação matemática
abstrata, considere o exemplo do operador de Spin na direção z:


^
.
\hat{S_z} .

Na mecânica quântica, cada partícula tem associada a si uma quantidade sem análogo
clássico chamada spin ou momento angular intrínseco. O spin de uma partícula é
representado como um vetor com projeções nos eixos x, y e z. A cada projeção do
vetor spin :

→ \vec {S} corresponde um operador:



=
(


^
,


^
,


^
)
\vec {S} = ( \hat{S_x}, \hat{S_y}, \hat{S_z} )
O operador


^ \hat{S_z} é geralmente representado da seguinte forma:



^
=

/
2

[
1
0
0

1
]

\hat{S_z} =
\hbar /2 \cdot

\begin{bmatrix}
1 & 0\\
0 & -1\\
\end{bmatrix}

É possível resolver o problema de autovetor e autovalor para o operador




^
.
\hat{S_z} . Nesse caso obtém-se:




(


^


^
)
=
0
det \left( \hat{S_z} - \hat{\lambda} \right) = 0

ou seja




(
[

/
2


0
0


/
2


]
)
=
(

2


)

(

2
+

)
=
0

det\left(
\begin{bmatrix}
\hbar /2 - \lambda & 0\\
0 & -\hbar /2 - \lambda\\
\end{bmatrix} \right) =
\left( \frac{\hbar}{2} - \lambda \right) \cdot \left(\frac{\hbar}{2} + \lambda\
right) = 0

Portanto, os autovalores são



2
\frac{\hbar}{2} e


2
.
-\frac{\hbar}{2}.

Aspectos históricos
Ver artigo principal: História da mecânica quântica

A Conferência de Solvay de 1927 em Bruxelas.


A mecânica quântica teve suas bases estabelecidas essencialmente pelas seguintes
revelações científicas: em 1838, Michael Faraday descobriu os raios catódicos; em
1859, Gustav Kirchhoff enunciou o problema da radiação de corpo negro; em 1877,
Ludwig Boltzmann sugeriu que os estados de energia de um sistema físico poderiam
ser discretos e, finalmente em 1900, Max Planck formulou a hipótese que toda a
energia é irradiada e absorvida na forma de elementos discretos chamados quanta.
Segundo a teoria, cada um desses quanta tem energia proporcional à frequência ν da
radiação eletromagnética emitida ou absorvida.


=


=

�E = h \nu = \hbar \omega

A ideia de descrever um fenômeno de radiação eletromagnética pela quantização da


energia era extremamente revolucionária para a época; pois, em 1803, Thomas Young
já havia comprovado o comportamento ondulatório da luz através do experiência de
dupla fenda. Segundo Max Planck, essa teoria é apenas um aspecto teórico dos
processos de absorção e emissão de radiação e não tinha nada a ver com a realidade
física da radiação em si.[5] Nas palavras do próprio cientista: “em um ato de
desespero, pois uma interpretação teórica (para a radiação de corpo negro) deveria
ser encontrada … eu estava pronto para sacrificar todas as minhas convicções
previas sobre física…”.

No entanto, isso parecia não explicar o efeito fotoelétrico (1839), no qual a


incidência de luz em certos materiais pode ejetar elétrons do mesmo. Em 1905,
baseando seu trabalho na hipótese quântica de Planck, Albert Einstein postulou que
a própria luz é formada por quanta individuais,[6] o que em 1926 ficou conhecido
como fóton. Em 1921, Einstein recebeu o Prêmio Nobel pelo efeito fotoelétrico.[7]

Louis de Broglie levou mais a fundo a ideia corpuscular e ondulatória da luz e por
analogia, postulou que partículas também possuiriam um comprimento de onda, uma
onda de matéria. O físico francês relacionou o comprimento de onda (λ) com a
quantidade de movimento (p) da partícula, mediante a fórmula:


=


\lambda ={\frac {h}{p}}

onde h é a Constante de Planck. De Broglie também postulou que se elétrons fossem


propriamente submetidos ao experimento de dupla fenda, também apresentariam um
padrão de interferência. Em 1927, O experimento de Davisson–Germer confirmou as
previsões de de Broglie, estabelecendo a dualidade onda-partícula da matéria. Em
1929, de Broglie recebeu o Prêmio Nobel pela descoberta da natureza ondulatória do
elétron.[8]

Em meados da década de 1920, a evolução da mecânica quântica rapidamente fez com


que ela se tornasse a formulação padrão para a física atômica. No verão de 1925,
Bohr e Heisenberg publicaram resultados que fechavam a "antiga teoria quântica". Da
simples postulação de Einstein nasceu uma enxurrada de debates, teorias e testes e,
então, a todo o campo da física quântica, levando à sua maior aceitação na quinta
Conferência de Solvay em 1927.

Princípios
Primeiro princípio: Princípio da superposição
Na mecânica quântica, o estado de um sistema físico é definido pelo conjunto de
todas as informações que podem ser extraídas desse sistema ao se efetuar alguma
medida.
Na mecânica quântica, todos os estados são representados por vetores em um espaço
vetorial complexo: o Espaço de Hilbert H. Assim, cada vetor no espaço H representa
um estado que poderia ser ocupado pelo sistema. Portanto, dados dois estados
quaisquer, a soma algébrica (superposição) deles também é um estado.

Como a norma dos vetores de estado não possui significado físico, todos os vetores
de estado são preferencialmente normalizados. Na notação de Dirac, os vetores de
estado são chamados "Kets" e são representados como aparece a seguir:



⟩\mid\psi\rangle
Usualmente, na matemática, são chamados funcionais todas as funções lineares que
associam vetores de um espaço vetorial qualquer a um escalar. É sabido que os
funcionais dos vetores de um espaço também formam um espaço, que é chamado espaço
dual. Na notação de Dirac, os funcionais - elementos do Espaço Dual - são chamados
"Bras" e são representados como aparece a seguir:



∣\langle\psi\mid
Segundo princípio: Medida de grandezas físicas
a) Para toda grandeza física A é associado um operador linear autoadjunto Â
pertencente a A: Â é o observável (autovalor do operador) representando a grandeza
A.
b) Seja
|

(

)
⟩|\psi(t) \rangle o estado no qual o sistema se encontra no momento onde efetuamos
a medida de A. Qualquer que seja
|

(

)

,
|\psi(t) \rangle, os únicos resultados possíveis são os autovalores de

�a_{\alpha} do observável Â.
c) Sendo

^
�\hat{A}_{\alpha} o projetor sobre o subespaço associado ao valor próprio


,
a_{\alpha}, a probabilidade de encontrar o valor

�a_{\alpha} em uma medida de A é:

(


)
=




2
\mathcal{P}(a_{\alpha})=\|\psi_{\alpha}\|^2 onde
|



=

^
� |\psi_{\alpha}\rangle =\hat{A}_{\alpha}
d) Imediatamente após uma medida de A, que resultou no valor


,
a_{\alpha}, o novo estado
|


⟩|\psi' \rangle do sistema é
|



=
|



/




2
|\psi' \rangle={|\psi_{\alpha} \rangle}/{\|\psi_{\alpha}\|^2}
Terceiro princípio: Evolução do sistema
Seja
|

(

)
⟩|\psi(t) \rangle o estado de um sistema ao instante t. Se o sistema não é
submetido a nenhuma observação, sua evolução, ao longo do tempo, é regida pela
equação de Schrödinger:






|

(

)

=

^
|

(

)
⟩i\hbar\frac{d}{dt}|\psi(t) \rangle =\hat{H}|\psi(t) \rangle
onde

^\hat{H} é o hamiltoniano do sistema.

Conclusões
As conclusões mais importantes são:

Em estados ligados, como o elétron girando ao redor do núcleo de um átomo, a


energia não se troca de modo contínuo, mas sim de modo discreto (descontínuo), em
transições cujas energias podem ou não ser iguais umas às outras. A ideia de que
estados ligados têm níveis de energias discretos é devida a Max Planck.
O fato de ser impossível atribuir ao mesmo tempo uma posição e um momento exatos a
uma partícula, renunciando-se assim ao conceito de trajetória, vital em mecânica
clássica. Em vez de trajetória, o movimento de partículas em mecânica quântica é
descrito por meio de uma função de onda, que é uma função da posição da partícula e
do tempo. A função de onda é interpretada por Max Born como uma medida da
probabilidade de se encontrar a partícula em determinada posição e em determinado
tempo. Esta interpretação é a mais aceita pelos físicos hoje, no conjunto de
atribuições da Mecânica Quântica regulamentados pela Escola de Copenhaga. Para
descrever a dinâmica de um sistema quântico deve-se, portanto, achar sua função de
onda, e para este efeito usam-se as equações de movimento, propostas por Werner
Heisenberg e Erwin Schrödinger independentemente.
Apesar de ter sua estrutura formal basicamente pronta desde a década de 1930, a
interpretação da Mecânica Quântica foi objeto de estudos por várias décadas. O
principal é o problema da medição em Mecânica Quântica e sua relação com a não-
localidade e causalidade. Já em 1935, Einstein, Podolski e Rosen publicaram seu
Gedankenexperiment (paradoxo EPR), mostrando uma aparente contradição entre
localidade e o processo de medida em mecânica quântica. Nos anos 60 J. S. Bell
publicou uma série de relações que seriam respeitadas caso a localidade — ou pelo
menos como a entendemos classicamente — ainda persistisse em sistemas quânticos.
Tais condições são chamadas desigualdades de Bell e foram testadas
experimentalmente por Alain Aspect, P. Grangier, Jean Dalibard em favor da mecânica
quântica. Como seria de se esperar, tal interpretação ainda causa desconforto entre
vários físicos, mas a grande parte da comunidade aceita que estados correlacionados
podem violar causalidade desta forma.

Tal revisão radical do nosso conceito de realidade foi fundamentada em explicações


teóricas brilhantes para resultados experimentais que não podiam ser descritos pela
teoria clássica, e que incluem:

Espectro de radiação do corpo negro, resolvido por Max Planck com a proposição da
quantização da energia.
Explicação do experimento da dupla fenda, no qual eléctrons produzem um padrão de
interferência condizente com o comportamento ondular.
Explicação por Albert Einstein do efeito fotoelétrico descoberto por Heinrich
Hertz, onde propõe que a luz também se propaga em quanta (pacotes de energia
definida), os chamados fótons.
O Efeito Compton, no qual se propõe que os fótons podem se comportar como
partículas, quando sua energia for grande o bastante.
A questão do calor específico de sólidos sob baixas temperaturas, cuja discrepância
foi explicada pelas teorias de Einstein e de Debye, baseadas na equipartição de
energia segundo a interpretação quantizada de Planck.
A absorção ressonante e discreta de energia por gases, provada no experimento de
Franck-Hertz quando submetidos a certos valores de diferença de potencial elétrico.
A explicação da estabilidade atômica e da natureza discreta das raias espectrais,
graças ao modelo do átomo de Bohr, que postulava a quantização dos níveis de
energia do átomo.
O desenvolvimento formal da teoria foi obra de esforços conjuntos de muitos físicos
e matemáticos da época como Erwin Schrödinger, Werner Heisenberg, Einstein, P.A.M.
Dirac, Niels Bohr e John von Neumann, entre outros (de uma longa lista).

Formalismos
Mais tarde, foi introduzido o formalismo hamiltoniano, baseado matematicamente no
uso do lagrangiano, mas cuja elaboração matemática é muitas vezes mais fácil.

Interpretações
Há várias interpretações da mecânica quântica, como uma tentativa de responder a
questão: Sobre o que trata exatamente a mecânica quântica? Dentre elas, destacam-
se:

Interpretação de Copenhaga;
Interpretação de Bohm;
Interpretação de muitos mundos;
Histórias consistentes;
Consciência causa colapso (interpretação de von Neumann-Wigner);
Teorias de colapso objetivo - inclui Teoria de Ghirardi-Rimini-Weber e
interpretação de Penrose;
Abordagens da informação quântica - ontologias de informação, que já foram
descritas como um reavivamento do imaterialismo; e interpretações em que a mecânica
quântica é dita como descrevendo o conhecimento do observador em relação ao mundo,
ao invés do mundo em si, que são consideradas similares ao instrumentalismo;[9]
Lógica quântica;
Interpretação transacional;
Interpretação conjunta;
Interpretação estocástica.
Interações com outras teorias científicas
As regras da mecânica quântica são fundamentais. Eles afirmam que o espaço de
estado de um sistema é um espaço de Hilbert (crucialmente, que o espaço tem um
produto interno) e que os observáveis do sistema são operadores hermitianos que
atuam em vetores naquele espaço - embora não nos digam qual espaço de Hilbert ou
quais operadores. Estes podem ser escolhidos apropriadamente para obter uma
descrição quantitativa de um sistema quântico. Um guia importante para fazer essas
escolhas é o princípio da correspondência, que afirma que as previsões da mecânica
quântica se reduzem às da mecânica clássica quando um sistema se move para energias
mais altas ou, equivalentemente, para números quânticos maiores, ou seja, enquanto
uma única partícula exibe um grau de aleatoriedade, em sistemas que incorporam
milhões de partículas, a média assume o controle e, no alto limite de energia, a
probabilidade estatística de comportamento aleatório se aproxima de zero. Em outras
palavras, a mecânica clássica é simplesmente uma mecânica quântica de grandes
sistemas. Esse limite de "alta energia" é conhecido como limite clássico ou de
correspondência. Pode-se até começar a partir de um modelo clássico estabelecido de
um sistema específico e tentar adivinhar o modelo quântico subjacente que daria
origem ao modelo clássico no limite de correspondência.

Problemas não solucionados na física:


No limite de correspondência da mecânica quântica: Existe uma interpretação
preferida da mecânica quântica? Como a descrição quântica da realidade, que inclui
elementos como a "sobreposição de estados" e o "colapso da função de onda", dá
origem à realidade que percebemos?

(mais problemas não solucionados na física)


Quando a mecânica quântica foi originalmente formulada, ela foi aplicada a modelos
cujo limite de correspondência era a mecânica clássica não relativista. Por
exemplo, o modelo bem conhecido do oscilador harmônico quântico usa uma expressão
explicitamente não relativística para a energia cinética do oscilador e, portanto,
é uma versão quântica do oscilador harmônico clássico.

As primeiras tentativas de mesclar a mecânica quântica com a relatividade especial


envolveram a substituição da equação de Schrödinger por uma equação covariante,
como a equação de Klein-Gordon ou a equação de Dirac. Embora essas teorias tenham
conseguido explicar muitos resultados experimentais, elas possuíam certas
qualidades insatisfatórias decorrentes do descaso com a criação e aniquilação
relativística de partículas. Uma teoria quântica totalmente relativística exigia o
desenvolvimento da teoria quântica de campos, que aplica quantização a um campo (em
vez de um conjunto fixo de partículas). A primeira teoria quântica completa do
campo, a eletrodinâmica quântica, fornece uma descrição quântica completa da
interação eletromagnética. O aparato completo da teoria quântica de campos é muitas
vezes desnecessário para descrever sistemas eletrodinâmicos. Uma abordagem mais
simples, empregada desde o início da mecânica quântica, é tratar partículas
carregadas como objetos da mecânica quântica que são acionados por um campo
eletromagnético clássico. Por exemplo, o modelo quântico elementar do átomo de
hidrogênio descreve o campo elétrico do átomo de hidrogênio usando um potencial de
Coulomb


2
/
(
4


0

)
{\displaystyle \textstyle -e^{2}/(4\pi \epsilon _{_{0}}r)} clássico. Essa abordagem
"semiclássica" falha se as flutuações quânticas no campo eletromagnético tiverem um
papel importante, como na emissão de fótons por partículas carregadas.

Também foram desenvolvidas teorias quânticas de campo para a força nuclear forte e
a força nuclear fraca. A teoria quântica de campos da força nuclear forte é chamada
cromodinâmica quântica e descreve as interações de partículas subnucleares, como
quarks e glúons. A força nuclear fraca e a força eletromagnética foram unificadas,
em suas formas quantizadas, em uma única teoria quântica de campos (conhecida como
teoria eletrofraca), pelos físicos Abdus Salam, Sheldon Glashow e Steven Weinberg.
Esses três homens compartilharam o Prêmio Nobel de Física em 1979 por este
trabalho.[1]

Provou-se difícil construir modelos quânticos da gravidade, a força fundamental


restante. As aproximações semiclássicas são viáveis e levaram a previsões como a
radiação Hawking. No entanto, a formulação de uma teoria completa da gravidade
quântica é dificultada por aparentes incompatibilidades entre a relatividade geral
(a teoria da gravidade mais precisa atualmente conhecida) e algumas das suposições
fundamentais da teoria quântica. A resolução dessas incompatibilidades é uma área
de pesquisa ativa, e teorias como a teoria das cordas estão entre os possíveis
candidatos a uma futura teoria da gravidade quântica.
A mecânica clássica também foi estendida para o domínio complexo, com a mecânica
clássica complexa exibindo comportamentos semelhantes à mecânica quântica.[10]

Mecânica quântica e física clássica


As previsões da mecânica quântica foram verificadas experimentalmente com um grau
extremamente alto de precisão.[11] De acordo com o princípio da correspondência
entre a mecânica clássica e a quântica, todos os objetos obedecem às leis da
mecânica quântica, e a mecânica clássica é apenas uma aproximação para grandes
sistemas de objetos (ou uma mecânica quântica estatística de uma grande coleção de
partículas).[12] As leis da mecânica clássica, portanto, seguem as leis da mecânica
quântica como uma média estatística no limite de grandes sistemas ou grandes
números quânticos.[13] No entanto, sistemas caóticos não têm bons números
quânticos, e o caos quântico estuda a relação entre descrições clássicas e
quânticas nesses sistemas.

A coerência quântica é uma diferença essencial entre as teorias clássica e


quântica, conforme ilustrado pelo paradoxo de Einstein–Podolsky–Rosen (EPR) – um
ataque a uma certa interpretação filosófica da mecânica quântica por um apelo ao
realismo local.[14] A interferência quântica envolve a soma de amplitudes de
probabilidade, enquanto as "ondas" clássicas inferem que há uma soma de
intensidades. Para corpos microscópicos, a extensão do sistema é muito menor que o
comprimento de coerência, o que dá origem a entrelaçamento de longo alcance e
outros fenômenos não locais característicos dos sistemas quânticos.[15] A coerência
quântica não é tipicamente evidente em escalas macroscópicas, embora uma exceção a
essa regra possa ocorrer em temperaturas extremamente baixas (isto é, se
aproximando do zero absoluto) nas quais o comportamento quântico pode se manifestar
macroscopicamente.[16] Isso está de acordo com as seguintes observações:

Muitas propriedades macroscópicas de um sistema clássico são uma conseqüência


direta do comportamento quântico de suas partes. Por exemplo, a estabilidade da
matéria bruta (composta por átomos e moléculas que entrariam em colapso rapidamente
apenas sob forças elétricas), a rigidez dos sólidos e as propriedades mecânicas,
térmicas, químicas, ópticas e magnéticas da matéria são todos resultados da
interação de cargas elétricas sob as regras da mecânica quântica.[17]
Enquanto o comportamento aparentemente "exótico" da matéria postulado pela mecânica
quântica e pela teoria da relatividade se torna mais aparente quando se lida com
partículas de tamanho ou velocidades extremamente pequenas que se aproximam da
velocidade da luz, as leis da física clássica, frequentemente considerada
"newtoniana", continuam precisas na física em predizer o comportamento da grande
maioria dos objetos "grandes" (da ordem do tamanho de grandes moléculas ou maiores)
a velocidades muito menores que a velocidade da luz.[18]
Interpretação de Copenhague da cinemática quântica versus clássica
Uma grande diferença entre a mecânica clássica e a quântica é que elas usam
descrições cinemáticas muito diferentes.[19]

Na visão madura de Niels Bohr, é necessário que os fenômenos da mecânica quântica


sejam experimentos, com descrições completas de todos os dispositivos do sistema,
preparativos, intermediários e finalmente medidos. As descrições são em termos
macroscópicos, expressas em linguagem comum, complementadas com os conceitos da
mecânica clássica.[20][21][22][23] A condição inicial e a condição final do sistema
são descritas respectivamente por valores em um espaço de configuração, por
exemplo, um espaço de posição ou algum espaço equivalente, como um espaço de
momento. A mecânica quântica não admite uma descrição completamente precisa, em
termos de posição e momento, de uma condição inicial ou "estado" (no sentido
clássico da palavra) que apoiaria uma previsão causal e precisamente determinística
de uma condição final.[24][25] Nesse sentido, defendido por Bohr em seus escritos
maduros, um fenômeno quântico é um processo, uma passagem da condição inicial para
a condição final, não um "estado" instantâneo no sentido clássico dessa palavra.
[26][27] Portanto, existem dois tipos de processos na mecânica quântica:
estacionário e de transição. Para um processo estacionário, as condições inicial e
final são as mesmas. Para uma transição, eles são diferentes. Obviamente, por
definição, se apenas a condição inicial for fornecida, o processo não será
determinado.[24] Dada sua condição inicial, a previsão de sua condição final é
possível, causalmente, mas apenas probabilisticamente, porque a equação de
Schrödinger é determinística para a evolução da função de onda, mas a função de
onda descreve o sistema apenas probabilisticamente.[28][29]

Para muitos experimentos, é possível pensar nas condições iniciais e finais do


sistema como uma partícula. Em alguns casos, parece que existem potencialmente
várias vias ou trajetórias espacialmente distintas pelas quais uma partícula pode
passar da condição inicial para a condição final. É uma característica importante
da descrição cinemática quântica que ela não permite uma declaração definida única
de qual dessas vias é realmente seguida. Somente as condições inicial e final são
definidas e, conforme declarado no parágrafo anterior, são definidas apenas com a
precisão permitida pela descrição do espaço de configuração ou seu equivalente. Em
todos os casos em que é necessária uma descrição cinemática quântica, há sempre uma
razão convincente para essa restrição de precisão cinemática. Um exemplo de tal
razão é que, para que uma partícula seja encontrada experimentalmente em uma
posição definida, ela deve ser mantida imóvel; para que seja experimentalmente
encontrada um momento definido, ele deve ter movimento livre; esses dois são
logicamente incompatíveis.[30][31]

A cinemática clássica não exige primariamente descrição experimental de seus


fenômenos. Permite uma descrição completamente precisa de um estado instantâneo por
um valor no espaço de fase, o produto cartesiano de espaços de configuração e
momento. Esta descrição simplesmente assume ou imagina um estado como uma entidade
fisicamente existente, sem se preocupar com sua mensurabilidade experimental. Essa
descrição de uma condição inicial, juntamente com as leis do movimento de Newton,
permite uma previsão determinística e causal precisa de uma condição final, com uma
trajetória definida de passagem. A dinâmica hamiltoniana pode ser usada para isso.
A cinemática clássica também permite a descrição de um processo análogo à descrição
inicial e final da condição usada pela mecânica quântica. A mecânica lagrangiana se
aplica a isso.[32] Para processos que precisam levar em consideração as ações de um
pequeno número de constantes de Planck, a cinemática clássica não é adequada;
mecânica quântica é necessária.

Relatividade geral e mecânica quântica


Mesmo com os postulados definidores da teoria da relatividade geral de Einstein e
da teoria quântica sendo indiscutivelmente apoiados por evidências empíricas
rigorosas e repetidas, e embora eles não se contradigam diretamente teoricamente
(pelo menos no que diz respeito às suas reivindicações primárias), eles provaram
ser extremamente difíceis de incorporar em um modelo consistente e coeso.[33]

A gravidade é insignificante em muitas áreas da física de partículas, de modo que a


unificação entre a relatividade geral e a mecânica quântica não é uma questão
urgente nessas aplicações particulares. No entanto, a falta de uma teoria correta
da gravidade quântica é uma questão importante na cosmologia física e na busca
pelos físicos de uma elegante "Teoria de Tudo". Consequentemente, resolver as
inconsistências entre as duas teorias tem sido um dos principais objetivos da
física dos séculos XX e XXI. Muitos físicos de destaque, incluindo Stephen Hawking,
trabalharam há muitos anos na tentativa de descobrir uma teoria subjacente a tudo.
Esta Teoria de Tudo combinaria não apenas os diferentes modelos da física
subatômica, mas também derivaria as quatro forças fundamentais da natureza – força
forte, eletromagnetismo, força fraca e gravidade – de uma única força ou fenômeno.
Enquanto Stephen Hawking acreditava inicialmente na Teoria de Tudo, depois de
considerar o Teorema da Incompletude de Gödel, ele concluiu que uma não é obtenível
e o declarou publicamente em sua palestra "Gödel e o Fim da Física" (2002).[34]
Tentativas de uma teoria do campo unificado
Ver artigo principal: Grande Teoria Unificada
A busca para unificar as forças fundamentais através da mecânica quântica ainda
está em andamento. A eletrodinâmica quântica (ou "eletromagnetismo quântico"), que
atualmente é (pelo menos no regime perturbativo) a teoria física mais precisamente
testada em competição com a relatividade geral,[35][36] foi combinada com sucesso
com a força nuclear fraca na força eletrofraca atualmente, e atualmente está sendo
feito um trabalho para mesclar as forças forte e eletrofraca à força eletroforte.
As previsões atuais afirmam que, por volta de 1014 GeV, as três forças mencionadas
acima são fundidas em um único campo unificado.[37] Além dessa "grande unificação",
especula-se que seja possível mesclar a gravidade com as outras três simetrias de
gauge, que devem ocorrer em aproximadamente 1019 GeV. Contudo – e enquanto a
relatividade especial é parcimoniosamente incorporada na eletrodinâmica quântica –
a relatividade geral expandida, atualmente a melhor teoria que descreve a força da
gravitação, não foi totalmente incorporada à teoria quântica. Um dos que procuram
uma Teoria de Tudo coerente é Edward Witten, um físico teórico que formulou a
teoria M, que é uma tentativa de descrever a teoria das cordas baseada em
supersimetria. A teoria M postula que nosso espaço-tempo 4-dimensional aparente é,
na realidade, um espaço-tempo 11-dimensional contendo 10 dimensões espaciais e 1
dimensão temporal, embora 7 das dimensões espaciais sejam – em energias mais baixas
–completamente "compactadas" (ou infinitamente curvas) e não são facilmente
passíveis de medição ou sondagem.

Outra teoria popular é a gravidade quântica em loop (LQG), uma teoria proposta pela
primeira vez por Carlo Rovelli que descreve as propriedades do quantum de
gravidade. É também uma teoria do espaço quântico e do tempo quântico, porque na
relatividade geral a geometria do espaço-tempo é uma manifestação da gravidade. A
LQG é uma tentativa de mesclar e adaptar a mecânica quântica padrão e a
relatividade geral padrão. A principal saída da teoria é uma imagem física do
espaço onde o espaço é granular. A granularidade é uma conseqüência direta da
quantização. Tem a mesma natureza da granularidade dos fótons na teoria quântica do
eletromagnetismo ou nos níveis discretos da energia dos átomos. Mas aqui é o
próprio espaço que é discreto. Mais precisamente, o espaço pode ser visto como uma
malha ou rede extremamente fina "tecida" de laços finitos. Essas redes de loops são
chamadas de redes de rotação. A evolução de uma rede de spin ao longo do tempo é
chamada de espuma de spin. O tamanho previsto dessa estrutura é o comprimento de
Planck, que é aproximadamente 1.616×10-35 m. Segundo a teoria, não há significado
para um comprimento menor que esse (cf. Energia de escala de Planck). Portanto, a
LQG prevê que não apenas a matéria, mas também o próprio espaço, possui uma
estrutura atômica.

Implicações filosóficas
Desde a sua criação, os muitos aspectos e resultados contraintuitivos da mecânica
quântica provocaram fortes debates filosóficos e muitas interpretações. Até
questões fundamentais, como as regras básicas de Max Born, relativas a amplitudes e
distribuições de probabilidade, levaram décadas para serem apreciadas pela
sociedade e por muitos cientistas importantes. Richard Feynman disse uma vez: "Acho
que posso dizer com segurança que ninguém entende a mecânica quântica".[38] Segundo
Steven Weinberg, "Na minha opinião, não existe agora uma interpretação inteiramente
satisfatória da mecânica quântica".[39]

A interpretação de Copenhague – em grande parte devido a Niels Bohr e Werner


Heisenberg – continua sendo amplamente aceita entre os físicos, cerca de 75 anos
após sua enunciação. Segundo essa interpretação, a natureza probabilística da
mecânica quântica não é uma característica temporária que será substituída por uma
teoria determinística, mas deve ser considerada uma renúncia final à ideia clássica
de "causalidade". Também se acredita que qualquer aplicação bem definida do
formalismo da mecânica quântica deve sempre fazer referência ao arranjo
experimental, devido à natureza conjugada das evidências obtidas em diferentes
situações experimentais.

Albert Einstein, ele próprio um dos fundadores da teoria quântica, não aceitou
algumas das interpretações mais filosóficas ou metafísicas da mecânica quântica,
como a rejeição ao determinismo e à causalidade. Ele é citado por dizer que, em
resposta a esse aspecto, "Deus não brinca com dados".[40] Ele rejeitou o conceito
de que o estado de um sistema físico depende do arranjo experimental para sua
medição. Ele sustentou que um estado de natureza ocorre por si só,
independentemente de como ou possa ser observado. Nessa visão, ele é apoiado pela
definição atualmente aceita de um estado quântico, que permanece invariável sob a
escolha arbitrária do espaço de configuração para sua representação, ou seja, o
modo de observação. Ele também sustentou que subjacente à mecânica quântica deveria
haver uma teoria que expresse completa e diretamente a regra contra a ação à
distância; em outras palavras, ele insistiu no princípio da localidade. Ele
considerou, mas rejeitou por razões teóricas, uma proposta específica de variáveis
ocultas para evitar o indeterminismo ou a causalidade da medição da mecânica
quântica. Ele considerou que a mecânica quântica era atualmente uma teoria válida,
mas não permanentemente definitiva, para os fenômenos quânticos. Ele achava que sua
substituição futura exigiria avanços conceituais profundos e não ocorreria com
rapidez ou facilidade. Os debates Bohr-Einstein fornecem uma crítica vibrante da
interpretação de Copenhague a partir de uma epistemológica ponto de vista. Ao
defender suas opiniões, ele produziu uma série de objeções, a mais famosa das quais
ficou conhecida como o paradoxo de Einstein-Podolsky-Rosen.

John Bell mostrou que esse paradoxo EPR levou a diferenças experimentalmente
testáveis entre a mecânica quântica e as teorias que dependem de variáveis ocultas
adicionadas. Experimentos foram realizados confirmando a precisão da mecânica
quântica, demonstrando assim que a mecânica quântica não pode ser melhorada pela
adição de variáveis ocultas.[41] As experiências iniciais de Alain Aspect em 1982,
e muitas experiências subsequentes desde então, verificaram definitivamente o
emaranhamento quântico. No início dos anos 80, experimentos mostraram que essas
desigualdades eram realmente violadas na prática – para que houvesse de fato
correlações do tipo sugerido pela mecânica quântica. A princípio, esses pareciam
efeitos esotéricos isolados, mas em meados da década de 90 eles estavam sendo
codificados no campo da teoria da informação quântica e levaram a construções com
nomes como criptografia quântica e teletransporte quântico.[42]

O emaranhamento, como demonstrado em experimentos do tipo Bell, não violam, no


entanto, a causalidade, uma vez que nenhuma transferência de informações acontece.
O emaranhamento quântico forma a base da criptografia quântica, proposta para uso
em aplicações comerciais de alta segurança em bancos e governo.

A interpretação de muitos mundos de Everett, formulada em 1956, sustenta que todas


as possibilidades descritas pela teoria quântica ocorrem simultaneamente em um
multiverso composto por universos paralelos majoritariamente independentes.[43]
Isso não é realizado introduzindo um "novo axioma" à mecânica quântica, mas, pelo
contrário, removendo o axioma do colapso do pacote de ondas. Todos os possíveis
estados consistentes do sistema de medição e o aparelho de medição (incluindo o
observador) estão presentes numa sobreposição quântica física real – não apenas
formalmente matemático, como em outras interpretações. Essa sobreposição de
combinações consistentes de estados de diferentes sistemas é denominada estado
emaranhado. Enquanto o multiverso é determinístico, percebemos um comportamento não
determinístico governado pelas probabilidades, porque só podemos observar o
universo (isto é, a contribuição do estado consistente para a sobreposição acima
mencionada) que nós, como observadores, habitamos.

A interpretação de Everett é perfeitamente consistente com os experimentos de John


Bell e os torna intuitivamente compreensíveis. No entanto, de acordo com a teoria
da decoerência quântica, esses "universos paralelos" nunca serão acessíveis para
nós. A inacessibilidade pode ser entendida do seguinte modo: uma vez por medição é
feita, o sistema de medida se torna enredado com tanto o físico que mediu e um
grande número de outras partículas, algumas das quais são fótons que se movem à
velocidade da luz no sentido da outra extremidade do universo. Para provar que a
função de onda não entrou em colapso, seria necessário trazer todas essas
partículas de volta e medi-las novamente, juntamente com o sistema que foi
originalmente medido. Não só isso é completamente impraticável, mas mesmo que
alguém pudesse teoricamente fazer isso, teria que destruir qualquer evidência de
que a medição original ocorreu (incluindo a memória do físico). À luz desses testes
de Bell, Cramer formulou sua interpretação transacional[44] que é única ao fornecer
uma explicação física para a regra de Born.[45] A mecânica quântica relacional
apareceu no final dos anos 90 como o derivado moderno da Interpretação de
Copenhague.

Aplicações
A mecânica quântica teve um sucesso enorme[46] em explicar muitas das
características do nosso universo. A mecânica quântica é frequentemente a única
teoria que pode revelar os comportamentos individuais das partículas subatômicas
que compõem todas as formas de matéria (elétrons, prótons, nêutrons, fótons e
outros). A mecânica quântica influenciou fortemente as teorias de cordas,
candidatas a uma teoria de tudo (ver reducionismo).

A mecânica quântica também é extremamente importante para entender como átomos


individuais são unidos por uma ligação covalente para formar moléculas. A aplicação
da mecânica quântica à química é conhecida como química quântica. A mecânica
quântica também pode fornecer informações quantitativas sobre os processos de
ligação iônica e covalente, mostrando explicitamente quais moléculas são
energeticamente favoráveis a quais outras e as magnitudes das energias envolvidas.
[47] Além disso, a maioria dos cálculos realizados na química computacional moderna
depende da mecânica quântica.

Em muitos aspectos, a tecnologia moderna opera em uma escala em que os efeitos


quânticos são significativos. Aplicações importantes da teoria quântica incluem
química quântica, óptica quântica, computação quântica, ímãs supercondutores,
diodos emissores de luz, amplificador óptico e o laser, os transistores e
semicondutores, como o microprocessador, imagens médicas e de pesquisa, como
ressonância magnética e microscopia eletrônica.[48] Explicações para muitos
fenômenos biológicos e físicos estão enraizadas na natureza da ligação química,
principalmente no DNA da macromolécula.[49]

Eletrônicos
Muitos dispositivos eletrônicos modernos são projetados usando a mecânica quântica.
Exemplos incluem o laser, o transistor (e, portanto, o microchip), o microscópio
eletrônico e a ressonância magnética. O estudo de semicondutores levou à invenção
do diodo e do transistor, que são partes indispensáveis dos modernos sistemas
eletrônicos, computadores e dispositivos de telecomunicações. Outra aplicação é
para fabricar diodo laser e diodo emissor de luz, que são uma fonte de luz de alta
eficiência.

Um mecanismo de trabalho de um diodo de tunelamento ressonante, baseado no fenômeno


do tunelamento quântico através de possíveis barreiras. (Esquerda: diagrama de
bandas; Centro: coeficiente de transmissão; Direita: características de tensão e
corrente) Como mostrado no diagrama de bandas (esquerda), embora existam duas
barreiras, os elétrons ainda atravessam túneis através dos estados confinados entre
duas barreiras (centro), conduzindo corrente
Muitos dispositivos eletrônicos operam sob efeito de tunelamento quântico. Ele
existe até no simples interruptor de luz. O interruptor não funcionaria se os
elétrons não pudessem realizar um túnel quântico através da camada de oxidação nas
superfícies de contato do metal. Os chips de memória flash encontrados nas unidades
USB usam o tunelamento quântico para apagar suas células de memória. Alguns
dispositivos de resistência diferencial negativa também utilizam o efeito de
tunelamento quântico, como o diodo de tunelamento ressonante. Ao contrário dos
diodos clássicos, sua corrente é transportada por tunelamento ressonante através de
duas ou mais barreiras de potencial. Seu comportamento de resistência negativa só
pode ser entendido com a mecânica quântica: à medida que o estado confinado se
aproxima do nível de Fermi, a corrente do túnel aumenta. À medida que se afasta, a
corrente diminui. A mecânica quântica é necessária para entender e projetar esses
dispositivos eletrônicos.

Criptografia
Ver artigo principal: Criptografia quântica
Os pesquisadores estão atualmente buscando métodos robustos de manipulação direta
de estados quânticos. Esforços estão sendo feitos para desenvolver mais
completamente a criptografia quântica, que teoricamente permitirá a transmissão
segura e garantida de informações.

Uma vantagem inerente gerada pela criptografia quântica quando comparada à


criptografia clássica é a detecção de espionagem passiva. Este é um resultado
natural do comportamento dos bits quânticos; devido ao efeito observador, se um bit
em um estado de superposição fosse observado, o estado de superposição entraria em
colapso e se tornaria um estado autônomo. Como o destinatário pretendido esperava
receber o bit em um estado de superposição, o destinatário saberia que houve um
ataque, porque o estado do bit não estaria mais em uma superposição.[50]

Computação quântica
Ver artigo principal: Computação quântica
Outro objetivo é o desenvolvimento de computadores quânticos, que devem executar
determinadas tarefas computacionais exponencialmente mais rápido que os
computadores clássicos. Em vez de usar bits clássicos, os computadores quânticos
usam qubits, que podem estar em superposições de estados. Programadores quânticos
são capazes de manipular a superposição de qubits, a fim de resolver problemas que
a computação clássica não pode fazer de maneira eficaz, como pesquisar bancos de
dados não classificados ou fatorar números inteiros. A IBM alega que o advento da
computação quântica pode progredir nos campos da medicina, logística, serviços
financeiros, inteligência artificial e segurança na nuvem.[51]

Outro tópico ativo de pesquisa é o teletransporte quântico, que trata de técnicas


para transmitir informações quânticas em distâncias arbitrárias.

Efeitos quânticos em macroescala


Embora a mecânica quântica se aplique principalmente aos regimes atômicos menores
de matéria e energia, alguns sistemas exibem efeitos da mecânica quântica em larga
escala. Superfluidez, o fluxo sem fricção de um líquido a temperaturas próximas de
zero absoluto, é um exemplo bem conhecido. O mesmo ocorre com o fenômeno
intimamente relacionado da supercondutividade, o fluxo sem atrito de um gás de
elétrons em um material condutor (corrente elétrica) a temperaturas suficientemente
baixas. O efeito Hall quântico fracionário é um estado ordenado topológico que
corresponde a padrões de entrelaçamento quântico de longo alcance.[52] Estados com
ordens topológicas diferentes (ou padrões diferentes de entrelaçamento de longo
alcance) não podem mudar entre si sem uma transição de fase.

Teoria quântica
A teoria quântica também fornece descrições precisas para muitos fenômenos
inexplicáveis, como a radiação de corpo negro e a estabilidade dos orbitais dos
elétrons nos átomos. Ela também forneceu informações sobre o funcionamento de
muitos sistemas biológicos diferentes (ver biologia quântica), incluindo receptores
de cheiro e estruturas de proteínas.[53] Trabalhos recentes sobre fotossíntese
forneceram evidências de que as correlações quânticas desempenham um papel
essencial nesse processo fundamental das plantas e de muitos outros organismos.[54]
Mesmo assim, a física clássica geralmente pode fornecer boas aproximações aos
resultados obtidos de outra forma pela física quântica, normalmente em
circunstâncias com grande número de partículas ou grande número quântico. Como as
fórmulas clássicas são muito mais simples e fáceis de calcular que as fórmulas
quânticas, as aproximações clássicas são usadas e preferidas quando o sistema é
grande o suficiente para tornar insignificantes os efeitos da mecânica quântica.

Ver também
Introdução à mecânica quântica
Teoria quântica de campos
Vácuo quântico
Efeito túnel
Interpretações da mecânica quântica
Computador quântico
Academia Internacional de Ciências Moleculares Quânticas
História da mecânica quântica
Referências
«The Nobel Prize in Physics 1979». Nobel Foundation
Feynman, Richard; Leighton, Robert; Sands, Matthew (1964). The Feynman Lectures on
Physics, Vol. 3. [S.l.]: California Institute of Technology. 1.1 páginas. ISBN 978-
0201500646 [ligação inativa]
Galetti, Diógenes; Marchiolli, Marcelo A.; Lima, Celso L. (18 de fevereiro de
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theory proposed here and that used hitherto ... lies in the characteristic
kinematics ...", p. 385.
Dirac, P.A.M. (1930/1958). The Principles of Quantum Mechanics, fourth edition,
Oxford University Press, Oxford UK, p. 5: "A question about what will happen to a
particular photon under certain conditions is not really very precise. To make it
precise one must imagine some experiment performed having a bearing on the
question, and enquire what will be the result of the experiment. Only questions
about the results of experiments have a real significance and it is only such
questions that theoretical physics has to consider."
Bohr, N. (1939). The Causality Problem in Atomic Physics, in New Theories in
Physics, Conference organized in collaboration with the International Union of
Physics and the Polish Intellectual Co-operation Committee, Warsaw, May 30th – June
3rd 1938, International Institute of Intellectual Co-operation, Paris, 1939, pp.
11–30, reprinted in Niels Bohr, Collected Works, volume 7 (1933–1958) edited by J.
Kalckar, Elsevier, Amsterdam, ISBN 0-444-89892-1, pp. 303–322. "The essential
lesson of the analysis of measurements in quantum theory is thus the emphasis on
the necessity, in the account of the phenomena, of taking the whole experimental
arrangement into consideration, in complete conformity with the fact that all
unambiguous interpretation of the quantum mechanical formalism involves the
fixation of the external conditions, defining the initial state of the atomic
system and the character of the possible predictions as regards subsequent
observable properties of that system. Any measurement in quantum theory can in fact
only refer either to a fixation of the initial state or to the test of such
predictions, and it is first the combination of both kinds which constitutes a
well-defined phenomenon."
Bohr, N. (1948). On the notions of complementarity and causality, Dialectica 2:
312–319. "As a more appropriate way of expression, one may advocate limitation of
the use of the word phenomenon to refer to observations obtained under specified
circumstances, including an account of the whole experiment."
Ludwig, G. (1987). An Axiomatic Basis for Quantum Mechanics, volume 2, Quantum
Mechanics and Macrosystems, translated by K. Just, Springer, Berlin, ISBN 978-3-
642-71899-1, Chapter XIII, Special Structures in Preparation and Registration
Devices, §1, Measurement chains, p. 132.
Heisenberg, W. (1927). Über den anschaulichen Inhalt der quantentheoretischen
Kinematik und Mechanik, Z. Phys. 43: 172–198. Translation as 'The actual content of
quantum theoretical kinematics and mechanics' here, "But in the rigorous
formulation of the law of causality, – "If we know the present precisely, we can
calculate the future" – it is not the conclusion that is faulty, but the premise."
Green, H.S. (1965). Matrix Mechanics, with a foreword by Max Born, P. Noordhoff
Ltd, Groningen. "It is not possible, therefore, to provide 'initial conditions' for
the prediction of the behaviour of atomic systems, in the way contemplated by
classical physics. This is accepted by quantum theory, not merely as an
experimental difficulty, but as a fundamental law of nature", p. 32.
Rosenfeld, L. (1957). Misunderstandings about the foundations of quantum theory,
pp. 41–45 in Observation and Interpretation, edited by S. Körner, Butterworths,
London. "A phenomenon is therefore a process (endowed with the characteristic
quantal wholeness) involving a definite type of interaction between the system and
the apparatus."
Dirac, P.A.M. (1973). Development of the physicist's conception of nature, pp. 1–
55 in The Physicist's Conception of Nature, edited by J. Mehra, D. Reidel,
Dordrecht, ISBN 90-277-0345-0, p. 5: "That led Heisenberg to his really masterful
step forward, resulting in the new quantum mechanics. His idea was to build up a
theory entirely in terms of quantities referring to two states."
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"These probabilities are thus dynamically determined. But what the system actually
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Ver, por exemplo, as Feynman Lectures on Physics para algumas das aplicações
tecnológicas que usam mecânica quântica, por exemplo, transistores (vol III, pp.
14–11 e seguintes), circuitos integrados, que são a tecnologia subsequente na
física de estado sólido (vol. II, pp. 8–6) e lasers (vol III, pp. 9–13).
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Bibliografia

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