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Início
Um panorama
O conceito de estado na mecânica quântica
Alternar a subsecção O conceito de estado na mecânica quântica
Formulação matemática
Alternar a subsecção Formulação matemática
Aspectos históricos
Princípios
Conclusões
Formalismos
Interpretações
Interações com outras teorias científicas
Alternar a subsecção Interações com outras teorias científicas
Implicações filosóficas
Aplicações
Alternar a subsecção Aplicações
Ver também
Referências
Bibliografia
Mecânica quântica
Artigo
Discussão
Ler
Editar
Ver histórico
Ferramentas
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[Expandir]Introdução
[Expandir]Conceitos fundamentais
[Expandir]Experiências
[Expandir]Representações
[Expandir]Equações
[Expandir]Interpretações
[Expandir]Tópicos avançados
[Expandir]Cientistas
Esta caixa: verdiscutireditar
A mecânica quântica (também conhecida como física quântica, teoria quântica, modelo
mecânico de ondas e mecânica de matriz) é a teoria física que obtém sucesso no
estudo dos sistemas físicos cujas dimensões são próximas ou abaixo da escala
atômica, tais como moléculas, átomos, elétrons, prótons e de outras partículas
subatômicas, muito embora também possa descrever fenômenos macroscópicos em
diversos casos.[2]
A mecânica quântica recebe esse nome por prever um fenômeno bastante conhecido dos
físicos: a quantização. No caso dos estados ligados (por exemplo, um elétron
orbitando em torno de um núcleo positivo) a Mecânica Quântica prevê que a energia
(do elétron) deve ser quantizada. Este fenômeno é completamente alheio ao que prevê
a teoria clássica.
Um panorama
Cada sistema ocupa um estado num instante no tempo e as leis da física devem ser
capazes de descrever como um dado sistema parte de um estado e chega a outro. Em
outras palavras, as leis da física devem dizer como o sistema evolui (de estado em
estado).
Muitas variáveis que ficam bem determinadas na mecânica clássica são substituídas
por distribuições de probabilidades na mecânica quântica, que é uma teoria
intrinsecamente probabilística (isto é, dispõe-se apenas de probabilidades não por
uma simplificação ou ignorância, mas porque isso é tudo que a teoria é capaz de
fornecer).
A representação do estado
Ver artigo principal: Estado quântico
No formalismo da mecânica quântica, o estado de um sistema num dado instante de
tempo pode ser representado de duas formas principais:
Formulação matemática
Ver artigo principal: Formulação matemática da mecânica quântica
Muitos fenômenos quânticos difíceis de se imaginar concretamente podem ser
compreendidos com um pouco de abstração matemática. Há três conceitos fundamentais
da matemática - mais especificamente da álgebra linear - que são empregados
constantemente pela mecânica quântica. São estes: (1) o conceito de operador; (2)
de autovetor; e (3) de autovalor.
Por agora, importa saber que tais objetos (vetores) podem ser adicionados uns aos
outros e multiplicados por um número escalar. O resultado dessas operações é sempre
um vetor pertencente ao mesmo espaço. Os espaços vetoriais são os objetos básicos
do estudo na álgebra linear, e têm várias aplicações na matemática, na ciência, e
na engenharia.
Todos os vetores também podem ser multiplicados por um escalar - que no espaço
Euclidiano é sempre um número real. Esta multiplicação por escalar poderá alterar o
módulo do vetor e seu sentido, mas preservará sua direção. O comportamento de
vetores geométricos sob estas operações fornece um bom modelo intuitivo para o
comportamento dos vetores em espaços mais abstratos, que não precisam de ter a
mesma interpretação geométrica. Como exemplo, é possível citar o espaço de Hilbert
(onde "habitam" os vetores da mecânica quântica). Sendo ele também um espaço
vetorial, é certo que possui propriedades análogas àquelas do espaço Euclidiano.
Por exemplo, considere o Espaço Euclidiano. Para cada vetor nesse espaço é possível
executar uma rotação (de um certo ângulo) e encontrar outro vetor no mesmo espaço.
Como essa rotação é uma relação funcional entre os vetores de um espaço, podemos
definir um operador que realize essa transformação. Assim, dois exemplos bastante
concretos de operadores são os de rotação e translação.
Até este ponto já é possível perceber que a mecânica quântica descreve a natureza
de forma bastante abstrata. Em suma, os estados que um sistema físico pode ocupar
são representados por vetores de estado (kets) ou funções de onda (que também são
vetores, só que no espaço das funções). As grandezas físicas não são representadas
diretamente por escalares (como 10 m, por exemplo), mas por operadores.
�
^
:
�
↦
�
\hat{A} : E \mapsto E
Observe que qualquer matriz quadrada satisfaz a condição imposta acima desde que os
vetores no espaço E possam ser representados como matrizes-coluna e que a atuação
de  sobre os vetores de E ocorra conforme o produto de matrizes a seguir:
[
�
11
�
12
⋯
�
1
�
�
21
�
22
⋯
�
2
�
⋮
⋮
⋱
⋮
�
�
1
�
�
2
⋯
�
�
�
]
⋅
[
�
1
�
2
⋮
�
�
]
=
[
�
1
�
2
⋮
�
�
]
\begin{bmatrix}
a_{11} & a_{12} & \cdots & a_{1m} \\
a_{21} & a_{22} & \cdots & a_{2m} \\
\vdots & \vdots & \ddots & \vdots \\
a_{m1} & a_{m2} & \cdots & a_{mm}
\end{bmatrix}
\cdot
\begin{bmatrix}
b_{1} \\
b_{2} \\
\vdots \\
b_{m}
\end{bmatrix}
=
\begin{bmatrix}
c_{1} \\
c_{2} \\
\vdots \\
c_{m}
\end{bmatrix}
Como foi dito, a equação acima ilustra muito bem a atuação de um operador do tipo
definido em [eq.01]. Porém, é possível representar a mesma ideia de forma mais
compacta e geral sem fazer referência à representação matricial dos operadores
lineares [eq.02]:
�
^
⋅
�
→
=
�
→\hat{A} \cdot \vec{b} = \vec{c}
Para cada operador  existe um conjunto
{
�
1
→
,
�
2
→
,
…
,
�
�
→
}
\{ \vec{\nu_1}, \vec{\nu_2}, \ldots, \vec{\nu_n} \} tal que cada vetor do conjunto
satisfaz [eq.03]:
�
^
⋅
�
�
→
=
�
�
⋅
�
�
→\hat{A} \cdot \vec{ \nu_i } = \lambda_i \cdot \vec{ \nu_i }
�
�
∈
�
\lambda_i \in \mathbb{C}
�
=
1
,
2
,
3
,
…
,
�
i = 1, 2, 3, \ldots, n
A equação acima é chamada equação de autovalor e autovetor. Os vetores do conjunto
{
�
1
→
,
�
2
→
,
…
,
�
�
→
}
\{ \vec{\nu_1}, \vec{\nu_2}, \ldots, \vec{\nu_n} \} são chamados autovetores. Os
escalares do conjunto
{
�
1
,
�
2
,
…
,
�
�
}
\{ \lambda_1, \lambda_2, \ldots, \lambda_n \} são chamados autovalores. O conjunto
dos autovalores
�
�
\lambda_i também é chamado espectro do operador Â.
(1)
�
�
→
=
0
→ \vec{ \nu_i } = \vec{0} satisfaz o problema para qualquer operador Â. Por isso,
o vetor nulo
0
→ \vec{0} não é considerado uma resposta do problema.
(2) Se
�
�
→ \vec{ \nu_i } satisfaz a equação de autovalor e autovetor, então seu múltiplo
�
⋅
�
�
→ c \cdot \vec{ \nu_i } também é uma resposta ao problema para qualquer
�
∈
�
.
c \in \mathbb{C}.
�
^
⋅
�
→
=
�
⋅
�
→\hat{A} \cdot \vec{ \nu } = \lambda \cdot \vec{ \nu }
∴
�
^
⋅
�
→
=
�
^
⋅
�
→\therefore \hat{A} \cdot \vec{ \nu } = \hat{\lambda} \cdot \vec{ \nu }
∴
{
�
^
−
�
^
}
⋅
�
→
=
0
→\therefore \{ \hat{A} - \hat{\lambda} \} \cdot \vec{ \nu } = \vec{ 0 }
Onde:
�
^
=
[
�
0
⋯
0
0
�
⋯
0
⋮
⋮
⋱
⋮
0
0
⋯
�
]
\hat{\lambda}
= \begin{bmatrix}
\lambda & 0 & \cdots & 0 \\
0 & \lambda & \cdots & 0 \\
\vdots & \vdots & \ddots & \vdots \\
0 & 0 & \cdots & \lambda
\end{bmatrix}
Como
�
�
→
=
0
→ \vec{ \nu_i } = \vec{0} não pode ser considerado uma solução do problema, é
necessário que:
�
�
�
{
�
^
−
�
^
}
=
0
det \{ \hat{A} - \hat{\lambda} \} = 0
A equação acima é um polinômio de grau n. Portanto, para qualquer operador
�
^
:
�
↦
�
\hat{A} : E \mapsto E há n quantidades escalares
�
�
∈
�
\lambda_i \in \mathbb{C} distintas ou não tais que a equação de autovetor e
autovalor é satisfeita.
Na mecânica quântica, cada partícula tem associada a si uma quantidade sem análogo
clássico chamada spin ou momento angular intrínseco. O spin de uma partícula é
representado como um vetor com projeções nos eixos x, y e z. A cada projeção do
vetor spin :
�
→ \vec {S} corresponde um operador:
�
→
=
(
�
�
^
,
�
�
^
,
�
�
^
)
\vec {S} = ( \hat{S_x}, \hat{S_y}, \hat{S_z} )
O operador
�
�
^ \hat{S_z} é geralmente representado da seguinte forma:
�
�
^
=
ℏ
/
2
⋅
[
1
0
0
−
1
]
\hat{S_z} =
\hbar /2 \cdot
\begin{bmatrix}
1 & 0\\
0 & -1\\
\end{bmatrix}
�
�
�
(
�
�
^
−
�
^
)
=
0
det \left( \hat{S_z} - \hat{\lambda} \right) = 0
ou seja
�
�
�
(
[
ℏ
/
2
−
�
0
0
−
ℏ
/
2
−
�
]
)
=
(
ℏ
2
−
�
)
⋅
(
ℏ
2
+
�
)
=
0
det\left(
\begin{bmatrix}
\hbar /2 - \lambda & 0\\
0 & -\hbar /2 - \lambda\\
\end{bmatrix} \right) =
\left( \frac{\hbar}{2} - \lambda \right) \cdot \left(\frac{\hbar}{2} + \lambda\
right) = 0
Aspectos históricos
Ver artigo principal: História da mecânica quântica
�
=
ℎ
�
=
ℏ
�E = h \nu = \hbar \omega
Louis de Broglie levou mais a fundo a ideia corpuscular e ondulatória da luz e por
analogia, postulou que partículas também possuiriam um comprimento de onda, uma
onda de matéria. O físico francês relacionou o comprimento de onda (λ) com a
quantidade de movimento (p) da partícula, mediante a fórmula:
�
=
ℎ
�
\lambda ={\frac {h}{p}}
Princípios
Primeiro princípio: Princípio da superposição
Na mecânica quântica, o estado de um sistema físico é definido pelo conjunto de
todas as informações que podem ser extraídas desse sistema ao se efetuar alguma
medida.
Na mecânica quântica, todos os estados são representados por vetores em um espaço
vetorial complexo: o Espaço de Hilbert H. Assim, cada vetor no espaço H representa
um estado que poderia ser ocupado pelo sistema. Portanto, dados dois estados
quaisquer, a soma algébrica (superposição) deles também é um estado.
Como a norma dos vetores de estado não possui significado físico, todos os vetores
de estado são preferencialmente normalizados. Na notação de Dirac, os vetores de
estado são chamados "Kets" e são representados como aparece a seguir:
∣
�
⟩\mid\psi\rangle
Usualmente, na matemática, são chamados funcionais todas as funções lineares que
associam vetores de um espaço vetorial qualquer a um escalar. É sabido que os
funcionais dos vetores de um espaço também formam um espaço, que é chamado espaço
dual. Na notação de Dirac, os funcionais - elementos do Espaço Dual - são chamados
"Bras" e são representados como aparece a seguir:
⟨
�
∣\langle\psi\mid
Segundo princípio: Medida de grandezas físicas
a) Para toda grandeza física A é associado um operador linear autoadjunto Â
pertencente a A: Â é o observável (autovalor do operador) representando a grandeza
A.
b) Seja
|
�
(
�
)
⟩|\psi(t) \rangle o estado no qual o sistema se encontra no momento onde efetuamos
a medida de A. Qualquer que seja
|
�
(
�
)
⟩
,
|\psi(t) \rangle, os únicos resultados possíveis são os autovalores de
�
�a_{\alpha} do observável Â.
c) Sendo
�
^
�\hat{A}_{\alpha} o projetor sobre o subespaço associado ao valor próprio
�
�
,
a_{\alpha}, a probabilidade de encontrar o valor
�
�a_{\alpha} em uma medida de A é:
�
(
�
�
)
=
‖
�
�
‖
2
\mathcal{P}(a_{\alpha})=\|\psi_{\alpha}\|^2 onde
|
�
�
⟩
=
�
^
� |\psi_{\alpha}\rangle =\hat{A}_{\alpha}
d) Imediatamente após uma medida de A, que resultou no valor
�
�
,
a_{\alpha}, o novo estado
|
�
′
⟩|\psi' \rangle do sistema é
|
�
′
⟩
=
|
�
�
⟩
/
‖
�
�
‖
2
|\psi' \rangle={|\psi_{\alpha} \rangle}/{\|\psi_{\alpha}\|^2}
Terceiro princípio: Evolução do sistema
Seja
|
�
(
�
)
⟩|\psi(t) \rangle o estado de um sistema ao instante t. Se o sistema não é
submetido a nenhuma observação, sua evolução, ao longo do tempo, é regida pela
equação de Schrödinger:
�
ℏ
�
�
�
|
�
(
�
)
⟩
=
�
^
|
�
(
�
)
⟩i\hbar\frac{d}{dt}|\psi(t) \rangle =\hat{H}|\psi(t) \rangle
onde
�
^\hat{H} é o hamiltoniano do sistema.
Conclusões
As conclusões mais importantes são:
Espectro de radiação do corpo negro, resolvido por Max Planck com a proposição da
quantização da energia.
Explicação do experimento da dupla fenda, no qual eléctrons produzem um padrão de
interferência condizente com o comportamento ondular.
Explicação por Albert Einstein do efeito fotoelétrico descoberto por Heinrich
Hertz, onde propõe que a luz também se propaga em quanta (pacotes de energia
definida), os chamados fótons.
O Efeito Compton, no qual se propõe que os fótons podem se comportar como
partículas, quando sua energia for grande o bastante.
A questão do calor específico de sólidos sob baixas temperaturas, cuja discrepância
foi explicada pelas teorias de Einstein e de Debye, baseadas na equipartição de
energia segundo a interpretação quantizada de Planck.
A absorção ressonante e discreta de energia por gases, provada no experimento de
Franck-Hertz quando submetidos a certos valores de diferença de potencial elétrico.
A explicação da estabilidade atômica e da natureza discreta das raias espectrais,
graças ao modelo do átomo de Bohr, que postulava a quantização dos níveis de
energia do átomo.
O desenvolvimento formal da teoria foi obra de esforços conjuntos de muitos físicos
e matemáticos da época como Erwin Schrödinger, Werner Heisenberg, Einstein, P.A.M.
Dirac, Niels Bohr e John von Neumann, entre outros (de uma longa lista).
Formalismos
Mais tarde, foi introduzido o formalismo hamiltoniano, baseado matematicamente no
uso do lagrangiano, mas cuja elaboração matemática é muitas vezes mais fácil.
Interpretações
Há várias interpretações da mecânica quântica, como uma tentativa de responder a
questão: Sobre o que trata exatamente a mecânica quântica? Dentre elas, destacam-
se:
Interpretação de Copenhaga;
Interpretação de Bohm;
Interpretação de muitos mundos;
Histórias consistentes;
Consciência causa colapso (interpretação de von Neumann-Wigner);
Teorias de colapso objetivo - inclui Teoria de Ghirardi-Rimini-Weber e
interpretação de Penrose;
Abordagens da informação quântica - ontologias de informação, que já foram
descritas como um reavivamento do imaterialismo; e interpretações em que a mecânica
quântica é dita como descrevendo o conhecimento do observador em relação ao mundo,
ao invés do mundo em si, que são consideradas similares ao instrumentalismo;[9]
Lógica quântica;
Interpretação transacional;
Interpretação conjunta;
Interpretação estocástica.
Interações com outras teorias científicas
As regras da mecânica quântica são fundamentais. Eles afirmam que o espaço de
estado de um sistema é um espaço de Hilbert (crucialmente, que o espaço tem um
produto interno) e que os observáveis do sistema são operadores hermitianos que
atuam em vetores naquele espaço - embora não nos digam qual espaço de Hilbert ou
quais operadores. Estes podem ser escolhidos apropriadamente para obter uma
descrição quantitativa de um sistema quântico. Um guia importante para fazer essas
escolhas é o princípio da correspondência, que afirma que as previsões da mecânica
quântica se reduzem às da mecânica clássica quando um sistema se move para energias
mais altas ou, equivalentemente, para números quânticos maiores, ou seja, enquanto
uma única partícula exibe um grau de aleatoriedade, em sistemas que incorporam
milhões de partículas, a média assume o controle e, no alto limite de energia, a
probabilidade estatística de comportamento aleatório se aproxima de zero. Em outras
palavras, a mecânica clássica é simplesmente uma mecânica quântica de grandes
sistemas. Esse limite de "alta energia" é conhecido como limite clássico ou de
correspondência. Pode-se até começar a partir de um modelo clássico estabelecido de
um sistema específico e tentar adivinhar o modelo quântico subjacente que daria
origem ao modelo clássico no limite de correspondência.
Também foram desenvolvidas teorias quânticas de campo para a força nuclear forte e
a força nuclear fraca. A teoria quântica de campos da força nuclear forte é chamada
cromodinâmica quântica e descreve as interações de partículas subnucleares, como
quarks e glúons. A força nuclear fraca e a força eletromagnética foram unificadas,
em suas formas quantizadas, em uma única teoria quântica de campos (conhecida como
teoria eletrofraca), pelos físicos Abdus Salam, Sheldon Glashow e Steven Weinberg.
Esses três homens compartilharam o Prêmio Nobel de Física em 1979 por este
trabalho.[1]
Outra teoria popular é a gravidade quântica em loop (LQG), uma teoria proposta pela
primeira vez por Carlo Rovelli que descreve as propriedades do quantum de
gravidade. É também uma teoria do espaço quântico e do tempo quântico, porque na
relatividade geral a geometria do espaço-tempo é uma manifestação da gravidade. A
LQG é uma tentativa de mesclar e adaptar a mecânica quântica padrão e a
relatividade geral padrão. A principal saída da teoria é uma imagem física do
espaço onde o espaço é granular. A granularidade é uma conseqüência direta da
quantização. Tem a mesma natureza da granularidade dos fótons na teoria quântica do
eletromagnetismo ou nos níveis discretos da energia dos átomos. Mas aqui é o
próprio espaço que é discreto. Mais precisamente, o espaço pode ser visto como uma
malha ou rede extremamente fina "tecida" de laços finitos. Essas redes de loops são
chamadas de redes de rotação. A evolução de uma rede de spin ao longo do tempo é
chamada de espuma de spin. O tamanho previsto dessa estrutura é o comprimento de
Planck, que é aproximadamente 1.616×10-35 m. Segundo a teoria, não há significado
para um comprimento menor que esse (cf. Energia de escala de Planck). Portanto, a
LQG prevê que não apenas a matéria, mas também o próprio espaço, possui uma
estrutura atômica.
Implicações filosóficas
Desde a sua criação, os muitos aspectos e resultados contraintuitivos da mecânica
quântica provocaram fortes debates filosóficos e muitas interpretações. Até
questões fundamentais, como as regras básicas de Max Born, relativas a amplitudes e
distribuições de probabilidade, levaram décadas para serem apreciadas pela
sociedade e por muitos cientistas importantes. Richard Feynman disse uma vez: "Acho
que posso dizer com segurança que ninguém entende a mecânica quântica".[38] Segundo
Steven Weinberg, "Na minha opinião, não existe agora uma interpretação inteiramente
satisfatória da mecânica quântica".[39]
Albert Einstein, ele próprio um dos fundadores da teoria quântica, não aceitou
algumas das interpretações mais filosóficas ou metafísicas da mecânica quântica,
como a rejeição ao determinismo e à causalidade. Ele é citado por dizer que, em
resposta a esse aspecto, "Deus não brinca com dados".[40] Ele rejeitou o conceito
de que o estado de um sistema físico depende do arranjo experimental para sua
medição. Ele sustentou que um estado de natureza ocorre por si só,
independentemente de como ou possa ser observado. Nessa visão, ele é apoiado pela
definição atualmente aceita de um estado quântico, que permanece invariável sob a
escolha arbitrária do espaço de configuração para sua representação, ou seja, o
modo de observação. Ele também sustentou que subjacente à mecânica quântica deveria
haver uma teoria que expresse completa e diretamente a regra contra a ação à
distância; em outras palavras, ele insistiu no princípio da localidade. Ele
considerou, mas rejeitou por razões teóricas, uma proposta específica de variáveis
ocultas para evitar o indeterminismo ou a causalidade da medição da mecânica
quântica. Ele considerou que a mecânica quântica era atualmente uma teoria válida,
mas não permanentemente definitiva, para os fenômenos quânticos. Ele achava que sua
substituição futura exigiria avanços conceituais profundos e não ocorreria com
rapidez ou facilidade. Os debates Bohr-Einstein fornecem uma crítica vibrante da
interpretação de Copenhague a partir de uma epistemológica ponto de vista. Ao
defender suas opiniões, ele produziu uma série de objeções, a mais famosa das quais
ficou conhecida como o paradoxo de Einstein-Podolsky-Rosen.
John Bell mostrou que esse paradoxo EPR levou a diferenças experimentalmente
testáveis entre a mecânica quântica e as teorias que dependem de variáveis ocultas
adicionadas. Experimentos foram realizados confirmando a precisão da mecânica
quântica, demonstrando assim que a mecânica quântica não pode ser melhorada pela
adição de variáveis ocultas.[41] As experiências iniciais de Alain Aspect em 1982,
e muitas experiências subsequentes desde então, verificaram definitivamente o
emaranhamento quântico. No início dos anos 80, experimentos mostraram que essas
desigualdades eram realmente violadas na prática – para que houvesse de fato
correlações do tipo sugerido pela mecânica quântica. A princípio, esses pareciam
efeitos esotéricos isolados, mas em meados da década de 90 eles estavam sendo
codificados no campo da teoria da informação quântica e levaram a construções com
nomes como criptografia quântica e teletransporte quântico.[42]
Aplicações
A mecânica quântica teve um sucesso enorme[46] em explicar muitas das
características do nosso universo. A mecânica quântica é frequentemente a única
teoria que pode revelar os comportamentos individuais das partículas subatômicas
que compõem todas as formas de matéria (elétrons, prótons, nêutrons, fótons e
outros). A mecânica quântica influenciou fortemente as teorias de cordas,
candidatas a uma teoria de tudo (ver reducionismo).
Eletrônicos
Muitos dispositivos eletrônicos modernos são projetados usando a mecânica quântica.
Exemplos incluem o laser, o transistor (e, portanto, o microchip), o microscópio
eletrônico e a ressonância magnética. O estudo de semicondutores levou à invenção
do diodo e do transistor, que são partes indispensáveis dos modernos sistemas
eletrônicos, computadores e dispositivos de telecomunicações. Outra aplicação é
para fabricar diodo laser e diodo emissor de luz, que são uma fonte de luz de alta
eficiência.
Criptografia
Ver artigo principal: Criptografia quântica
Os pesquisadores estão atualmente buscando métodos robustos de manipulação direta
de estados quânticos. Esforços estão sendo feitos para desenvolver mais
completamente a criptografia quântica, que teoricamente permitirá a transmissão
segura e garantida de informações.
Computação quântica
Ver artigo principal: Computação quântica
Outro objetivo é o desenvolvimento de computadores quânticos, que devem executar
determinadas tarefas computacionais exponencialmente mais rápido que os
computadores clássicos. Em vez de usar bits clássicos, os computadores quânticos
usam qubits, que podem estar em superposições de estados. Programadores quânticos
são capazes de manipular a superposição de qubits, a fim de resolver problemas que
a computação clássica não pode fazer de maneira eficaz, como pesquisar bancos de
dados não classificados ou fatorar números inteiros. A IBM alega que o advento da
computação quântica pode progredir nos campos da medicina, logística, serviços
financeiros, inteligência artificial e segurança na nuvem.[51]
Teoria quântica
A teoria quântica também fornece descrições precisas para muitos fenômenos
inexplicáveis, como a radiação de corpo negro e a estabilidade dos orbitais dos
elétrons nos átomos. Ela também forneceu informações sobre o funcionamento de
muitos sistemas biológicos diferentes (ver biologia quântica), incluindo receptores
de cheiro e estruturas de proteínas.[53] Trabalhos recentes sobre fotossíntese
forneceram evidências de que as correlações quânticas desempenham um papel
essencial nesse processo fundamental das plantas e de muitos outros organismos.[54]
Mesmo assim, a física clássica geralmente pode fornecer boas aproximações aos
resultados obtidos de outra forma pela física quântica, normalmente em
circunstâncias com grande número de partículas ou grande número quântico. Como as
fórmulas clássicas são muito mais simples e fáceis de calcular que as fórmulas
quânticas, as aproximações clássicas são usadas e preferidas quando o sistema é
grande o suficiente para tornar insignificantes os efeitos da mecânica quântica.
Ver também
Introdução à mecânica quântica
Teoria quântica de campos
Vácuo quântico
Efeito túnel
Interpretações da mecânica quântica
Computador quântico
Academia Internacional de Ciências Moleculares Quânticas
História da mecânica quântica
Referências
«The Nobel Prize in Physics 1979». Nobel Foundation
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Dirac, P.A.M. (1930/1958). The Principles of Quantum Mechanics, fourth edition,
Oxford University Press, Oxford UK, p. 5: "A question about what will happen to a
particular photon under certain conditions is not really very precise. To make it
precise one must imagine some experiment performed having a bearing on the
question, and enquire what will be the result of the experiment. Only questions
about the results of experiments have a real significance and it is only such
questions that theoretical physics has to consider."
Bohr, N. (1939). The Causality Problem in Atomic Physics, in New Theories in
Physics, Conference organized in collaboration with the International Union of
Physics and the Polish Intellectual Co-operation Committee, Warsaw, May 30th – June
3rd 1938, International Institute of Intellectual Co-operation, Paris, 1939, pp.
11–30, reprinted in Niels Bohr, Collected Works, volume 7 (1933–1958) edited by J.
Kalckar, Elsevier, Amsterdam, ISBN 0-444-89892-1, pp. 303–322. "The essential
lesson of the analysis of measurements in quantum theory is thus the emphasis on
the necessity, in the account of the phenomena, of taking the whole experimental
arrangement into consideration, in complete conformity with the fact that all
unambiguous interpretation of the quantum mechanical formalism involves the
fixation of the external conditions, defining the initial state of the atomic
system and the character of the possible predictions as regards subsequent
observable properties of that system. Any measurement in quantum theory can in fact
only refer either to a fixation of the initial state or to the test of such
predictions, and it is first the combination of both kinds which constitutes a
well-defined phenomenon."
Bohr, N. (1948). On the notions of complementarity and causality, Dialectica 2:
312–319. "As a more appropriate way of expression, one may advocate limitation of
the use of the word phenomenon to refer to observations obtained under specified
circumstances, including an account of the whole experiment."
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Kinematik und Mechanik, Z. Phys. 43: 172–198. Translation as 'The actual content of
quantum theoretical kinematics and mechanics' here, "But in the rigorous
formulation of the law of causality, – "If we know the present precisely, we can
calculate the future" – it is not the conclusion that is faulty, but the premise."
Green, H.S. (1965). Matrix Mechanics, with a foreword by Max Born, P. Noordhoff
Ltd, Groningen. "It is not possible, therefore, to provide 'initial conditions' for
the prediction of the behaviour of atomic systems, in the way contemplated by
classical physics. This is accepted by quantum theory, not merely as an
experimental difficulty, but as a fundamental law of nature", p. 32.
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quantal wholeness) involving a definite type of interaction between the system and
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step forward, resulting in the new quantum mechanics. His idea was to build up a
theory entirely in terms of quantities referring to two states."
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Ver, por exemplo, as Feynman Lectures on Physics para algumas das aplicações
tecnológicas que usam mecânica quântica, por exemplo, transistores (vol III, pp.
14–11 e seguintes), circuitos integrados, que são a tecnologia subsequente na
física de estado sólido (vol. II, pp. 8–6) e lasers (vol III, pp. 9–13).
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Bibliografia
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quântica
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