Você está na página 1de 57

Universidade Federal de Uberlândia

Faculdade de Engenharia Mecânica


Laboratório de Vibrações e Acústica
 Som: Forma simplificada é tudo que a gente
ouve;

 Ruído: Som sem harmonia (conotação


negativa), ou seja, indesejável.
 Som indesejável: Depende do
ponto de vista.
◦ O som de um serra elétrica?
◦ Sobrevôo de um helicóptero?
Ruídos podem transmitir
informações úteis (manutenção).
• Natureza  Forma de
– Mecânicas propagação
• Som
– Eletromagnéticas
• Luz
• Direção de
propagação
– Unidimensionais
– Bidimensionais
– Tridimensionais
As partículas de ar se
chocam uma com as
outras, saindo e
retornando a posição
de repouso, passando
uma vibração que se
propaga até atingir o
tímpano e transformar,
dentro do cérebro,
essa informação em
som.
Onda Sonora
 O som é um fenômeno
vibratório resultante de
variações da pressão no ar.
Essas variações de pressão se
dão em torno da pressão
atmosférica e se propagam
longitudinalmente, à
velocidade de 344 m/s para
20 º C.

 Velocidade do som:
Propriedades do meio é que
vai definir a velocidade de
propagação
 Comprimento de onda
(λ): distância [metros], a
partir de qualquer valor
de pressão sonora, para
que um ciclo se
complete.

p ( x)  A cos(k .x) Eq.1

Onde:

k=2π/λ (nº de ondas)


 Qualquer fenômeno capaz de causar ondas
de pressão no ar é considerado uma fonte
sonora. Pode ser um corpo sólido em
vibração, uma explosão, um vazamento de
gás a alta pressão, etc.

 Basicamente, todo som se caracteriza por


três variáveis físicas: freqüência,
intensidade e timbre.
 Freqüência (f) é a número de oscilações por segundo do
movimento vibratório do som. A unidade de freqüência (SI) é
ciclos por segundo, ou Hertz (Hz).
 O ponto no espaço é descrito
apenas pela coordenada x.

p ( x)  A cos(k .x)

 Não representa as ondas


sonoras mais comuns.
Exemplo: Dutos.
 A propagação mais representativa dos sons que ouvimos no
dia-a-dia se dá na forma de ondas esféricas.
 O modelo de geração de ondas esféricas é uma esfera que pulsa
numa frequência angular ω=2πf.

 Outra característica é que a


onda esférica diminui com o
aumento da distância da
fonte, ou seja, a amplitude é
inversamente proporcional a r.
 Resistência do meio à propagação;
 Razão entre a pressão sonora e a velocidades
das partículas (moléculas).
p
z
u
 Para ondas planas e para ondas esféricas com
simetria esférica
z = ρc [Kg/m2.s] [rayls]

ρ=1,2 Kg/m3 e c=340 m/s; z=408 rayls, para o ar.


 Definição: Quantidade média de energia, na unidade de
tempo, que atravessa uma área unitária perpendicular à
direção de propagação da onda.

( A / r) 2 W/m2
I
2 c

Em termos do valor eficaz da


pressão sonora, temos:

2
p eficaz
I W/m2
c
I  p.u
onde peficaz é o valor eficaz da pressão
sonora à distância r da esfera pulsante.
 Intensidade Sonora: potência por unidade de área.
 Para uma onda esférica, se multiplicarmos a intensidade
sonora, à distância r da esfera pulsante, pela área da superfície
esférica que envolve a esfera pulsante nessa distância (4πr2),
obtém-se a potência sonora (W), que está sendo irradiada pela
esfera pulsante.
W  I r .4r 2

 Relação entre Intensidade, potência e pressão sonora para


ondas esféricas progressivas é:
2
W p eficaz
Ir  
4r 2 c
 Quando a esfera pulsante (fonte sonora) irradia uma potência
sonora constante, ao dobrar-se a distância da fonte sonora, a
mesma potência sonora irá atravessar agora uma superfície
esférica que é quatro vezes maior, e portanto a intensidade
sonora será quatro vezes menor, enquanto que o valor eficaz
da pressão sonora, nessa distância, será duas vezes menor.
 Fonte sonora irradia potência sonora.
 “ Potência Sonora é a causa. Pressão Sonora é o efeito.”
 Medimos a Pressão Sonora a qual é causada pela Potência
Sonora.
 Pressão Sonora depende da distância da fonte e do ambiente
(campo sonoro, tamanho da sala, absorção do ambiente).
 Medir pressão sonora não é suficiente. É necessário
quantificar o ruído que a máquina produz, ou seja, a potência
sonora.
 Potência Sonora independe do ambiente.
Limiar da dor

 A escala linear da
pressão sonora é
matematicamente
impraticável e

Diferença de cem trilhões de vezes


fisiologicamente, não
refletem sensação
audível.
 Por exemplo, o ruído
da rua de uma cidade
é 100 milhões de
vezes mais intenso
que o menor som
audível.
 Para contornar esses problemas lançamos mão da escala
logarítmica.

W 
unidade de sensação  10 log  dB (re. Wo)
 Wo 
onde W é a potência sonora e Wo, uma potência sonora de referência.

 O decibel é, portanto, uma medida do nível da potência


sonora em relação à potência de referência, podendo assumir
tanto valores positivos (potência superior à potência de
referência), como negativos (potência inferior à de
referência).
Adição de níveis sonoros
Adição de níveis sonoros
Adição de níveis sonoros
•Som mais fraco
2 x 10-5 N/m2

•Som mais forte (possível)


1,013x105 N/m2

•NPS=10 log10 (p2/p2ref) dB


• p é a pressão sonora
instantânea medida em N/m2
• Pref é a pressão sonora de
referência (2 x 10-5 N/m2)
O nível de pressão sonora é a medida física
preferencial para caracterizar a sensação
subjetiva da intensidade dos sons.
dB (re. Io)

onde Iref é igual a 10-2 W/m2.

• Por exemplo, um aparelho de som com 20 Watts, reproduz 60 dB de nível de


intensidade sonora no ambiente; com 40 W, o aparelho reproduzirá 63 dB, e com
80W, 66 dB. Da mesma forma, um avião à jato produz perto de 140 dB de NIS;
dois aviões idênticos produzirão 143 dB.
W 
NWS  10 log  dB (re. Wo)
 Wo 
onde Wo é a potência de referência e normalmente se adota 10-2 Watts.
 Como os valores de referência Wo, po e Io são mundialmente
aceitos, e usando-se das propriedades dos logaritmos, tem-
se:

NWS=10 log(W) + 120 dB

NPS= 20 log (peficaz) + 94 dB

NIS= 10 log (I) + 120 dB


Propagação em Campo Livre

Caminho de
Fonte Receptor
Transmissão

•Absorção Atmosférica
•Reflexão no solo
•Vegetação
•Barreiras
•Gradiente de temperatura ou vento
Propagação em Campo Livre
Para fonte pontual e distância ‘r’ entre fonte-receptor:

r 
NPS  NWS  20  log  DI  10 log  11  Acom

1 4  
Onde fonte pontual é definida como:

•Todas as dimensões da fonte é menor que metade da distância


entre fonte e receptor.
•A mesma condição de propagação existe para o receptor a
partir de todas as partes da fonte.
Atenuação de 6dB para cada duplicação da distância.
Propagação em Campo Livre

Fonte Linear:

NPS  NWS  DI  10  log(r  l )  8

•Tem-se 3 dB de atenuação para cada duplicação da distância.

Fonte Plana:
• r  b / Não existe atenuação.

b /   r  c /  Atenuação de 3dB p/ dd.


r  c /  Atenuação de 6dB p/ dd.
Propagação em Campo Livre
Absorção Atmosférica:
•Relaxamento vibratório das moléculas de O2 e N2.
•Combinação dos efeitos de viscosidade e de condução de calor.

 Influência do Solo:
•Pode causar atenuação ou amplificação (depende da fase).
•Se os raios (direto e refletido) estão 180º fora de fase:
atenuação de até 20 a 30 dB.Se estão em fase, amplificação
de até 6 dB.
Propagação em Campo
Livre
Influência do Solo:

•Aumentando a distância entre fonte e receptor, aumenta-se a atenuação.


•Quando a fonte e o receptor se aproximam do chão a atenuação aumenta.

Efeito da Temperatura e Vento:


•Refração para cima: aumento da atenuação (sombra acústica).
•Refração para baixo: redução da atenuação pelo solo,
vegetação e até barreiras.
Propagação em Campo Livre

Efeito da vegetação:
•Deve ser suficientemente densa e larga, bloqueando a
visão. Desejável solo macio.
•Atenuação nas médias frequências (troncos e galhos), e
maior nas altas frequências(folhas).
•Devem estar 5m ou mais acima da linha de visão.
Propagação em Campo
Livre
Barreiras:
•Atenuação por difração(sombra acústica) e PT.
•Pode causar perda da atenuação pelo solo.
•Atenuação aumenta com a altura efetiva da barreira.
•Atenuação aumenta quando a barreira aproxima da fonte
ou receptor.
•Aumento da atenuação: colocação de materiais
absorventes nos bordos da barreira.
A B C
•Variável importante: Nº de Fresnel N

2
Propagação com Obstáculo
Créditos: Prof. Dr. João Candido Fernandes LAV

São definidos 3 coeficientes:

Coeficiente de Absorção:

Energia absorvida
a=
Energia incidente
LAV

Coeficiente de Absorção:
LAV

Coeficiente de Absorção:

Espes Freqüência [Hz]


Material sura
[cm] 125 250 500 1k 2k 4k
Lã de rocha 10 0,42 0,66 0,73 0,74 0,76 0,79
Lã de vidro solta 10 0,29 0,55 0,64 0,75 0,80 0,85
Feltro 1,2 0.02 0,55 0,64 0,75 0,80 0,85
Piso de tábuas de madeira sobre vigas 0,15 0,11 0,10 0,07 0,06 0,07
Placas de cortiça sobre concreto 0,5 0,02 0,02 0,03 0,03 0,04 0,04
Carpete tipo forração 0,5 0,10 0,25 0,4
Tapete de lã 1,5 0,20 0,25 0,35 0,40 0,50 0,75
Concreto aparente 0,01 0,01 0,02 0,02 0,02 0,03
Parede de alvenaria, não pintada 0,02 0,02 0,03 0,04 0,05 0,07
Vidro 0,18 0,06 0,04 0,03 0,03 0,02
Cortina de algodão com muitas dobras 0,07 0,31 0,49 0,81 0,61 0,54
LAV

Coeficiente de Absorção:

Parede de

alvenaria
Som

incidente 500

Hz

Som refletido = 97%

do som incidente
LAV

Coeficiente de Absorção:

Parede

Som

incidente 2

kHz

Lã de vidro

(10 cm)

Som refletido =

20% do som

incidente
LAV

Coeficiente de Reflexão:

Energia refletida
a=
Energia incidente
LAV

Reflexão:

 Reflexão ocorre segundo as leis da ótica;

 Reflexão é diretamente proporcional à dureza do material;

 Concreto, mármore, azulejos, vidros refletem quase 100% do som

incidente;
 Muitas superfícies refletoras causam reverberação e baixos índices

de reconhecimento de fala.
LAV

Reflexão:
LAV

Coeficiente de Transmissão:

Energia transmitida
a=
Energia incidente
LAV

Atenuação:

Espessura Atenuação
Material
(cm) (dB)
Vidro 0,4 a 0,5 28
Vidro 0,7 a 0,8 31
Chapa de Ferro 0,2 30
Concreto 5 31
Concreto 10 44
Gesso 5 42
Gesso 10 45
Tijolo 6 45
Tijolo 12 49
Tijolo 25 54
Tijolo 38 57
LAV

Atenuação:

Parede de

alvenaria 25 cm
Som

incidente

100 dB

Som transmitido =

46 dB
LAV

Atenuação:

Parede de alvenaria 25 cm +

13 cm = 38 cm
Som

incidente

100 dB

Som transmitido = 46 dB

– 3 dB = 43 dB
LAV

Atenuação: Paredes de

alvenaria 12 cm

Som

incidente

Atenuação de 49 dB

em cada parede
Propagação com Obstáculo:
Difração
Propagação com Obstáculo:
Refração
Compilado por:

Ana Paula Freitas Vilela.


apfvilela@mecanica.ufu.br

Você também pode gostar