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HIGIENE DO TRABALHO

RUÍDO

Profª.: MYRNA DA CUNHA


Tel.: (21) 98809-8073
e_mail: myrna.cunha@globo.com

CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO – LATO SENSU


ESPECIALIZAÇÃO EM
ENGENHARIA DE SEGURANÇA DO TRABALHO
HIGIENE DO TRABALHO - RUÍDO

2
RUÍDO
É uma das formas de poluição mais frequentes no meio industrial. No
Brasil, a surdez é uma das maiores causa de doença profissional,
sendo que o ruído afeta o homem, simultaneamente, nos planos
físico, psicológico e social.

Tem como efeito:

• Lesar os órgãos auditivos;


• Perturbar a comunicação;
• Provocar irritação;
• Ser fonte de fadiga;
• Diminuir o rendimento do trabalho.
PROPAGAÇÃO DO SOM
Som: Fenômeno físico causado por qualquer vibração ou
onda mecânica que se propaga (no ar, água, ou algum outro
meio), capaz de produzir excitações auditivas no homem.

Ruído: Vibração sonora, indesejável, que, de acordo com


sua intensidade, duração ou intermitência, se torna irritante,
dolorosa e nociva ao ouvido.
ALCANCE DA AUDIÇÃO
O organismo humano pode perceber uma
vibração sonora quando ela apresenta valores
específicos de amplitude de oscilações e de
número de oscilações por unidade de tempo.

Áudio frequência - a audição humana se estende


Alta frequência:
aproximadamente 20 a 20.000 Hertz.
sons agudos. Infra-Som - apresenta frequência inferior a 20
Baixa frequência:
Hertz. Produzidos pelo deslocamento da crosta
sons graves terrestre.
Ultra-Som - apresenta frequência superior a
20.000 Hertz. Produzidos por embarcações para
identificação de cardumes.
RELAÇÃO DA VELOCIDADE DA PROPAGAÇÃO DO SOM, COM O
COMPRIMENTO DA ONDA E A FREQUÊNCIA.

C=  x 

C  Velocidade do som é de 340 metros por segundo (340 m/s).


  Comprimento da onda (m)
  Frequência (Hz)
QUAL É O COMPRIMENTO DA ONDA (  ), PARA UMA FREQUÊNCIA DE
20 Hz, UTILIZANDO A VELOCIDADE DO SOM?

C=  x 

C  Velocidade do som é de 340 metros por segundo (340 m/s).


  Comprimento da onda (m)
  Frequência (Hz)
340 =  x 20
 = 340
20
 = 17 m
Os valores do comprimento de onda para determinado som são
importantes, quando se pensa nos aspectos de avaliação e
controle de problemas.

Se a onda sonora encontra na sua trajetória um obstáculo


pequeno, comparado com o seu comprimento de onda, ela
contorna o mesmo, ou seja, ocorre a difração
Mas se o obstáculo for grande comparado com o comprimento de
onda, ele vai absorver ou refletir a mesma.

Concluímos que:
Se a frequência for grande (comprimento de onda pequeno) é
mais fácil de se obter um obstáculo capaz de impedir a
propagação do som.
FAIXAS DAS FREQUÊNCIAS
COMO SÃO CHAMADAS AS FAIXAS DAS FREQUÊNCIAS?

As faixas de frequência são chamadas de bandas.

QUAIS SÃO AS BANDAS MAIS UTILIZADAS?

As bandas mais utilizadas em avaliação de ruído são as de oitava e


terças de oitava.

Banda de oitava - Cada frequência central superior é o dobro da


frequência anterior. Conforme se segue:
 31,5; 63; 125; 250; 500; 1000; 2000; 4000; 8000 e 16 000 Hz.
PRESSÃO SONORA
COMO PODEMOS MEDIR O SOM?
Podemos medir o som na escala aritmética, porém ela é muito extensa,
com valores variando de 0,00002 N/m2 a 200 N/m2.

Como a medição através desta escala é impraticável foi criada a escala


Decibel (dB).

QUAL A RELAÇÃO CRIADA PARA A EXECUÇÃO DESTA ESCALA?

O meio criado foi uma relação logarítmica, expressa em decibéis (dB),


entre uma pressão de referência adotada e a pressão sonora real que
existe no local.
NÍVEL DE PRESSÃO SONORA
A relação é conhecida como nível de pressão sonora (NPS) e é calculada
pela seguinte fórmula:
NPS = 10 log ( P²)
(Po²)
P  Pressão sonora do local
Po  Pressão sonora de referência

NPS = 20 log P
NPS = 10 log (P / Po) ²
Po

Obs: Adota-se, 0,00002 N/m2 (2 x 10-5 N/m2) como sendo o ponto de


partida ou pressão de referência, e para corresponder a 0 dB.
NÍVEL DE PRESSÃO SONORA
Calcular o nível de pressão sonora, em dB, sabendo que a pressão
sonora do local é de 2 N/m2

NPS = 20 log P
Po

NPS = 20 log 2__


2 x 10-5

NPS = 20 log 105

NPS = 20 x 5 = 100 dB
ADIÇÃO DE NÍVEL DE PRESSÃO SONORA
A escala em dB é logarítmica, por este motivo os níveis de pressão
sonora em dB não podem ser adicionados ou subtraídos
aritmeticamente.

Exemplo: Temos duas máquinas com ruídos diferentes, conforme se


segue:
A - ruído de uma máquina = 92 dB
B - ruído de outra máquina = 86 dB

Podemos somar A + B?

Não, as operações em decibéis não são lineares, devido o decibel ser uma
escala logarítmica, logo teremos que transformarmos os ruídos em escala
aritmética para depois somarmos, ou seja :

92 dB + 86 dB  178 dB
ADIÇÃO DE NÍVEL DE PRESSÃO SONORA
COMO SOMAR OS NÍVEIS DE PRESSÃO SONORA DE DIVERSOS
EQUIPAMENTOS?
Existem diversas formas de calcular a soma dos níveis de
pressão sonora (em dB).
Vamos apresentar um exemplo:
Uma das forma é fazer o cálculo através da forma abaixo:

NPS = 10 log (P / Po) ²


NPS/10 = log (P / Po) ²

(P / Po) ² = antilog NPS/10


ADIÇÃO DE NÍVEL DE PRESSÃO SONORA

Para facilitar nossos trabalhos poderemos utilizar valores


extraídos do ábaco de adição de nível de pressão sonora.

Apesar dos possíveis erros de leitura e das aproximações,


podemos fazer a soma de dB, utilizando um ábaco onde o
valor encontrado é somado ao nível medido.

Observe o ábaco a seguir:


ADIÇÃO DE NÍVEL DE PRESSÃO SONORA
Valor a ser adicionado ao
maior nível

Diferença entre NPS


ADIÇÃO DE NÍVEL DE PRESSÃO SONORA
Qual o resultado do somatório dos equipamentos com os seguintes
níveis de pressão sonora: NPSA = 86 dB(A) e NPSB = 92 dB (A)

Utilizando o ábaco:
-A diferença entre os valores acima é de 6 dB (A)
-O valor a ser acrescentado no maior nível de pressão sonora é de 0,9
dB (A).
-O NPS TOTAL é de aproximadamente 93,0 dB (A)
NPS (dB) X FREQUÊNCIA (Hz)

É muito importante entender como a variação


do nível de pressão sonora pode ser
modificada pela frequência.
Os sons dificilmente são puros, na realidade são compostos por
muitos sons de frequências diferentes.

Um som reproduzido mostra que existem diversas sensações


que não podem ser expressas separadamente por nenhum dos
valores de NPS nas respectivas frequências.

Para resolver este problema foram criados os “decibéis


compensados”

Isto é possível, pois para frequências baixas e altas, a


sensibilidade do ouvido é baixa, produzindo um efeito semelhante
ao que se obtém ao colocar um abafador na orelha. Já para as
frequências médias (de 1000 a 4000 Hz) o sistema auditivo é
altamente sensível.
Para reproduzir a sensação humana real, os níveis de pressão
sonora são alterados e compensando, para cada faixa de
frequência, através de filtros próprios incluídos nos equipamentos
de medição.

Todo o trabalho de compensação é feito pelos equipamentos de


medição

A sensação humana, contudo, é mais complexa que o


mecanismo idealizado para aproximar-nos dela, por isto foram
criadas as curvas de compensação.
CURVA OU ESCALA DE PONDERAÇÃO
QUAIS AS CARACTERÍSTICAS DO CURVA A?

 Suporta nível de pressão sonora baixo;

 É mais requerida pelas Normas;

 Apresenta resposta similar ao ouvido humano.

QUAIS AS CARACTERÍSTICAS DO CURVA B?

 Suporta nível de pressão sonora médios.


CURVA OU ESCALA DE PONDERAÇÃO
QUAIS AS CARACTERÍSTICAS DO CURVA C?

 Suporta nível de pressão sonora altos;

 É o mais adequado para monitoramento de ruídos de


impacto.

QUAIS AS CARACTERÍSTICAS DO CURVA D?

 Baseia-se em altos níveis de pressão sonora, acima de 120


dB;

 Ruídos produzidos em aeroportos.


TIPO DE RUÍDO QUANTO À VARIAÇÃO NO TEMPO

Ruído Contínuo – É aquele cujo NPS varia de até  3 dB


durante um período longo (mais de 15 minutos) de observação.
Exemplo: Aquele proveniente de um transformador.

Ruído Intermitente: É aquele cujo NPS cai bruscamente várias


vezes ao nível do ruído de fundo, com variações maiores que  3
dB, desde que o tempo de ocorrência seja superior a um segundo

Ruído de Impacto ou Impulsivo: ruído que apresenta picos de


energia acústica de duração inferior a 1 (um) segundo, a
intervalos superiores a 1 (um) segundo.
LIMITE DE TOLERÂNCIA

NÍVEL DE RUÍDO MÁXIMA EXPOSIÇÃO DIÁRIA ( T )


dB ( A ) PERMISSÍVEL
85 8 horas
86 7 horas
87 6 horas
88 5 horas
89 4 horas e 30 minutos
90 4 horas
91 3 horas e 30 minutos
Perceba que a 92 3 horas
93 2 horas e 40 minutos
cada 5 dB 94 2 horas e 15 minutos
aumentados o 95 2 horas
96 1 hora e 45 minutos
tempo de 98 1 hora e 15 minutos
trabalho 100 1 hora
102 45 minutos
permitido cai 104 35 minutos
pela metade 105 30 minutos
106 25 minutos
108 20 minutos
110 15 minutos
112 10 minutos
114 8 minutos
115 7 minutos
CÁLCULO DO TEMPO EM RELAÇÃO A UMA INTENSIDADE

TEMPO DE EXPOSIÇÃO = 16 HORAS



( L – 80 ) / 5
2

Exemplo: Calcular o tempo de exposição para o ruído de 90 dB

T == 16 HORAS
--
( L – 80) / 5
2
T == 16 HORAS
--
(90– 80) / 5
2
T == 16 HORAS
-- = 4 h
2
2
T= 4 horas
CÁLCULO DA INTENSIDADE A PARTIR DE UM TEMPO
Log (16 / T )
L= ------------------ x 5 + 80
Log 2

Exemplo: Calcular o nível máximo permitido para uma jornada diária de 8 horas.

Log (16 / 8 )
L=------------------ X 5 + 80
Log 2

Log (16 / 8 )
L=------------------ X 5 + 80
Log 2

L = 85 dB
RUÍDO DE IMPACTO
 Nos intervalos entre os picos, o ruído existente deverá ser
avaliado como ruído contínuo.
 No caso de não se dispor de medidor do nível de pressão
sonora com circuito de resposta para impacto, será válida
a leitura feita no circuito de resposta rápida (FAST) e
circuito de compensação “C”. Neste caso, o limite de
tolerância será de 120 dB(C).
 As atividades ou operações que exponham os
trabalhadores, sem proteção adequada, a níveis de ruído
de impacto superiores a 140 dB(LINEAR), medidos no
circuito de resposta para impacto, ou superiores a 130
dB(C), medidos no circuito de respostas rápida (FAST),
oferecerão risco grave e iminente.
DOSE DE RUÍDO
SEGUNDO A NR 15
A norma regulamentadora NR-15, estabelece
em seu Anexo N° 1, os Limites de Tolerância
para Ruído Contínuo ou Intermitente.

Estes limites são definidos, tomando como


critério de referência uma dose de 100% para
uma jornada de 8 horas sob ruído de 85 dB,
com incremento de duplicação de dose de 5
dB, medidos no circuito de resposta lenta e
curva de ponderação A.
DOSE DE RUÍDO
SEGUNDO A FUNDACENTRO

Os limites segundo a NR-15, estão sendo objeto de estudos para


verificar sua real eficácia na proteção do trabalhador.

A Fundacentro (Fundação Jorge Duprat Figueiredo de Segurança


e Medicina do Trabalho) estipula critérios mais rígidos para a
avaliação da exposição pessoal ao ruído.

Em sua Norma de Higiene Ocupacional NH0-01, que não possui


força de lei, a Fundacentro recomenda que seja adotado o
incremento de dose de 3 dB. Esta mudança torna os limites mais
rigorosos para ruídos acima de 85 dB.
DOSE DE RUÍDO
COMPARAÇÃO DE PARÂMETROS Os valores
mostrados na tabela
NR-15 FUNDACENTRO
deixam claro que,
Jornada 8 horas 8 horas
apesar da grande
Ruído para Jornada 85 dB 85 dB
importância dos
Incremento de dose 5 dB 3 dB
limites adotados pela
Circuito de A A
NR-15, os mesmos
Ponderação necessitam de uma
Circuito de Resposta Lenta Lenta reavaliação caso o
Nível Limiar de 85 dB 80 dB objetivo seja
Integração realmente proteger o
Faixa de Medição 85-115 dB 80-115 dB trabalhador.
DOSE DE RUÍDO
NÍVEL DE RUÍDO MÁXIMA EXPO106SIÇÃO
NÍVEL DE RUÍDO MÁXIMA EXPOSIÇÃO DIÁRIA ( T ) dB (A) DIÁRIA PERMISSÍVEL (T)
dB ( A ) PERMISSÍVEL
80 1523,50
85 8 horas 82 960,00
86 7 horas 85 480,00
87 6 horas 86 380,97
88 5 horas 87 302,28
89 4 horas e 30 minutos 88 240,00
89 190,48
90 4 horas
90 151,19
91 3 horas e 30 minutos 91 120,00
92 3 horas 92 95,24
93 2 horas e 40 minutos 93 75,59
94 2 horas e 15 minutos 94 60,00
95 2 horas 95 47,62
96 1 hora e 45 minutos 96 37,79
98 1 hora e 15 minutos 97 30,00
100 1 hora 98 23,81
102 45 minutos 100 15,00
104 35 minutos 102 9,44
104 5,95
105 30 minutos
105 4,72
106 25 minutos
106 3,75
108 20 minutos 108 2,36
110 15 minutos 110 1,48
112 10 minutos 112 0,93
114 8 minutos 114 0,59
115 7 minutos 115 0,46
CÁLCULO DA DOSE DE RUÍDO
MEDIDOR DE NÍVEL DE PRESSÃO SONORA

D=C / T

C indica o tempo total em que o trabalhador fica exposto a um nível de ruído


específico.
T indica a máxima exposição diária permissível segundo anexo 1 da NR 15.

Exemplo:
1- Empregado exposto a 85 dB A durante 8 horas.

D= 8 / 8 D = 1 ou 100% para 8 horas de exposição

2- Empregado exposto a 90 dB A durante 8 horas.

D= 8 / 4 D = 2 ou 200% para 8 horas de exposição


EXPOSIÇÃO A VÁRIOS NÍVEIS DE PRESSÃO SONORA DURANTE A
JORNADA DE TRABALHO

Se durante a jornada de trabalho ocorrerem dois ou mais


períodos de exposição a ruído de diferentes níveis, devem
ser considerados os seus efeitos combinados, aplicando-
se a equação.

D = C1 / T1 + C2 / T2 + C3 / T3 + ..................... + Cn / Tn

Dose menor que 1  ATIVIDADE SALUBRE


Dose igual a 1  ATIVIDADE SALUBRE
Dose maior que 1  ATIVIDADE INSALUBRE
EXEMPLO

Um trabalhador executa sua atividade num determinado local com


NPS = 85 dB(A) durante 6 horas . Após um certo tempo, o NPS sobe
para 95 dB(A) e ele permanece durante 2 horas. O limite de
tolerância foi excedido ?
85 dB(A) ------- durante 6 horas = 360 minutos (C1)
95 dB(A) ------- durante 2 horas = 120 minutos (C2)

Para 85 dB(A) T = 8 horas = 480 minutos


Para 95 dB(A) T = 2 horas = 120 minutos
Solução: Dose = C1 / T1 + C2 / T2 + ........ + Cn / Tn
D = 360/480 + 120/120 = 1,75 para 8 horas de exposição
 O limite foi ultrapassado (1,75 > 1), logo a atividade é insalubre.
NÍVEL EQUIVALENTE DE RUÍDO
O valor do nível equivalente de ruído para 8 (oito) horas é
denominado TWA (weighted average sound level) e é obtido pela
seguinte equação:

Para tempo de exposição de 8 horas:

TWA = 85 + (16.61 x log D), fator de duplicação igual a 5.

TWA = 85 + (10 x log D), fator de duplicação igual a 3.

D - dose em percentagem para 8 horas de trabalho.


NÍVEL EQUIVALENTE DE RUÍDO
EXEMPLO

QUAL É O RUÍDO MÉDIO EQUIVALENTE PARA UMA DOSE DE


2,5 (250 %) E UM TEMPO = 480 MINUTOS (8 HORAS DE
TRABALHO)?

TWA = 85 + 16,61 x log D

TWA = 85 + 16,61 x log 2,5

TWA= 91,61 dB(A)


CÁLCULO DO TWA PARA TEMPO DE EXPOSIÇÃO DIFERENTE DE 8
HORAS
OBS : DEVEMOS FAZER UMA REGRA DE TRÊS, PARA ESTIMAR A DOSE
PARA 8 HORAS.

EXEMPLO
Dose igual a 100 % para um tempo de amostragem de 4 horas
Qual o ruído equivalente para 8 horas?

4 horas = 240 minutos 8 horas = 480 minutos


100---------------------240
X ---------------------480 X = 200 %

TWA = 85 + 16,61 x log 2,0


TWA= 90 dB(A).
MEDIDAS DE CONTROLE DO RUÍDO

NA FONTE NO HOMEM
• Substituir o equipamento por outro
• Teste audiométrico;
mais silencioso; • Limitação do tempo de
• Balancear e equilibrar partes móveis;
exposição;
• Lubrificar eficazmente mancais, • Educação do trabalhador;
rolamentos, etc; • Protetores auriculares.
• Modificar o processo de fabricação;
• Regular os motores;
• Programar as operações de forma
evitar
muitas máquinas funcionando
simultaneamente;
• Reapertar as estruturas;
• Substituir engrenagens metálicas por
outras de plástico ou celeron.
MEDIDAS DE CONTROLE DO RUÍDO

NA TRAJETÓRIA

• Isolamento acústico na
fonte ou no meio Analisar a fonte e
a trajetória do som
• Aumento da distância é muito
importante para
entre a fonte e o receptor. que se possa fazer
um bom
mapeamento de
ruído
MAPEAMENTO DE RUÍDO
É útil quando se quer ter uma visão geral do ambiente
ruidoso

MAPA DE RISCO DE RUIDO


-

Serve para
FONTE A
desenvolvimento
inicial de medidas e
programas de
conservação
FONTE B
auditiva.
EXEMPLO
Um motor está a 1 metro de distância de um empregado e o
nível de ruído que chega à sua zona auditiva é 91 dB (A).
Com a mudança do arranjo físico, a distância passou para 6
metros. Calcular pela fórmula o novo nível de pressão sonora
que chega na zona auditiva do empregado.

L1 = 91 dB ( A ) R1 = 1 metro R2 = 6 metros L2=?

L2 = 91  20 LOG ( 6  1 ) L2 = 75,4 dB ( A )

OBSERVOU-SE QUE HOUVE UMA SIGNIFICATIVA REDUÇÃO (NÃO


ESTAMOS LEVANDO EM CONTA AS DEMAIS FONTES, PAREDES,
REFLEXÕES SONORAS, ETC)
CONTROLE DO RUÍDO PELO USO DE PROTETORES
AURICULARES
MÉTODO LONGO Os protetores auriculares devem
ser capazes de reduzir a intensidade
Devemos ressaltar que do ruído abaixo do limite de
a simples utilização do tolerância.
protetor não implica na
eliminação do risco para
o trabalhador, os
mesmos deverão ser
Determinaremos o fator de
usados corretamente e proteção pela análise de
obedecer os requisitos frequência, conforme exemplo a
mínimos de qualidade. seguir.
COM 84 % DE PRECISÃO
1- Frequência (Hz) 125 250 500 1000 2000 4000 8000

2- Análise de frequência em dB 100 102 105 106 101 96 90

3- Correção para escala A 16,1 8,6 3,2 0 1,2 1,0 1,1

4 - Níveis de ruído em dB (linhas 2 e 3) 83,9 93,4 101,8 106 102,2 97 88,9

5 - Atenuação do EPI (fabricante) 14 19 31 36 37 48 40

6- Desvio padrão (fabricante) 5 6 6 7 7 7 8

7– Desvio padrão  1 (precisão 84 %) 5 6 6 7 7 7 8

8- Proteção assumida (linha 5 - linha 7) 9 13 25 29 30 41 32

9-Níveis de ruídos atenuados 74,9 80,4 76,8 77 72,2 56 56,9


(linha 4  linha 8)
10- NPS que atinge o trabalhdor com o 84,2
EPI (soma da linha 9)
11 - NPS que atinge o trabalhador sem EPI 109
(soma da linha 4)
A PROTEÇÃO FORNECIDA PELO PROTETOR AURICULAR, COM 84% DE
CONFIABILIDADE É A DIFERENÇA DA LINHA 11 COM A LINHA 10,
COM 98 % DE PRECISÃO
1- Frequência (Hz) 125 250 500 1000 2000 4000 8000

2 - Análise de frequência em dB 100 102 105 106 101 96 90


3 - Correção para escala A 16,1 8,6 3,2 0 1,2 1,0 1,1
4 - Níveis de ruído em dB (linha 2 e 3 ) 83,9 93,4 101,8 106 102,2 97 88,9
5 - Atenuação do EPI (fabricante) 14 19 31 36 37 48 40
6 - Desvio padrão (fabricante) 5 6 6 7 7 7 8
7- Desvio padrão  2 (precisão 98 %) 10 12 12 14 14 14 16
8 - Proteção assumida (linha 5  linha 7) 4 7 19 22 23 34 24
9 - Níveis de ruídos atenuados 79,9 86,4 79,8 84 79,2 63 64,9
(linha 4  linha 8)
10 - NPS que atinge o trabalhdor com o EPI 87,6
(soma da linha 9)
11- NPS que atinge o trabalhador sem 109
EPI (soma da linha 4)
A PROTEÇÃO FORNECIDA PELO PROTETOR AURICULAR, COM 98% DE
CONFIABILIDADE É A DIFERENÇA DA LINHA 11 COM A LINHA 10.
NORMAS E SUAS PARTICULARIDADES
ANSI 3.19 / 74 ( após revisão ANSI S 12.6 / 84.)
O valor da atenuação do EPI era obtido utilizando uma cabeça artificial
(método objetivo)

ANSI S 12.16 / 97 – parte A→ O valor do Nível de redução do ruído é


obtido utilizando indivíduos treinados e qualificados no uso de protetores
auriculares, sendo orientados e supervisionados antes da realização da
análise. (também chamado de método objetivo)

ANSI S 12.16 / 97 – parte B→ O valor do Nível de redução do ruído é


obtido utilizando indivíduos que desconhecem o uso de protetores
auriculares, seguindo apenas a instruções contidas nas embalagens.
(método subjetivo)
CÁLCULO DA ATENUAÇÃO UTILIZANDO O NRR

NPS (dB A) = dB A - (f x NRR - 7)

NPS (dB A) - Nível de pressão sonora global que chega


no usuário

dB A - É o nível de pressão sonora do ambiente,


medido em dB A OS EPI’S SÓ
RECEBEM O
NRR- Índice fornecido pelo fabricante CERTIFICADO DE
f - Fator de redução para o tipo de EPI APROVAÇÃO SE
FOREM
ENSAIADOS PELA
f = 0,75→ tipo concha NORMA ANSI S
f = 0,50→ tipo moldável 12.16 /97 – B
f = 0,30→ tipo plug (NRR SF).
CÁLCULO DA PROTEÇÃO ASSUMIDA USANDO O NRRsf

NPS (dB A) = dB A – NRR sf

NRRsf - Índice fornecido pelo fabricante

OBS: Método objetivo → É aquele que dispensa Na audiometria,


o uso de pessoas para realização de ensaios ou o aparelho
são baseados em critérios puramente objetivos. utilizado é o
audiômetro, um
Método subjetivo → No ensaio são utilizadas instrumento que
pessoas sem conhecimento do EPI. emite tons puros
de som; os quais
não existem
como tal na vida
diária.
PROGRAMA DE CONSERVAÇÃO AUDITIVA
(PCA)
De acordo com a NR 9 toda empresa deve ter um Programa
de Prevenção de Riscos Ambientais - PPRA.

Se houver nível de pressão sonora elevado levantado pelo


PPRA, deverá organizar um Programa de Conservação
Auditiva - PCA.
NO QUE CONSISTE O PCA?

Monitorar a exposição ao ruído elevado visando:

a)avaliar a exposição de trabalhadores ao risco;

b) determinar se ruído pode interferir com a comunicação e


a percepção audível de sinais de alerta;

c) priorizar as medidas de controle;

d) identificar os trabalhadores que irão participar do PCA;

e) avaliar o trabalho de controle do ruído.


NO QUE CONSISTE O PCA?
Controle de engenharia e administrativos (são os
elementos mais importantes no PCA)

Medidas de engenharia: Instalação de silenciadores,


enclausuramento das máquinas, revestimento de paredes etc.

Medidas administrativas: Visam alterar o esquema de


trabalho ou das operações, como por exemplo, o rodízio de
empregados, selecionar as máquinas que deverão funcionar.
NO QUE CONSISTE O PCA?

Indicação do EPI

Educação e motivação
Orienta a utilização de proteção auditiva em todas as
áreas necessárias. Ensina o uso correto.

Avaliações audiométricas

Avaliação do Programa

Manutenção dos registros


Mantêm-se os registros 30 anos
MODELO DE LAUDO DE AVALIAÇÃO DA EXPOSIÇÃO
OCUPACIONAL

I – Metodologia utilizada
Avaliação ocupacional de ruído foi feita por GHE, por meio de
dosimetria de ruído em ciclos de trabalho representativo da exposição
durante a jornada de trabalho.
II – Instrumento utilizados na avaliação dos riscos
ambientais.
A avaliação ocupacional do ruído foi feita com dosímetro (medidor
integrador de uso pessoal), marca…, modelo…, tipo 2. Este instrumento foi
ajustado antes da medição com o calibrador marca…, modelo…, conforme
norma ANSI. Os medidores e calibradores foram certificados pelo
laboratórios … credenciados pelo INMETRO.
As medições foram realizadas ao nível auditivo do trabalhador, com
aparelho operando na curva de compensação “A” e modo “slow”.
AVALIAÇÃO DA EXPOSIÇÃO OCUPACIONAL AO RUÍDO

POSTO DE TRABALHO: 01 / DATA DA MEDIÇÃO: 03/04/2013


CARGO: Operador de Produção II / FUNÇÃO: Operador de Extrusora
TURNOS DE TRABALHO: A, B, C e D / QUANT. DE TRABALHADORES EXPOSTOS: 08
DESCRIÇÃO DAS ATIVIDADES: Operar extrusora através de botoeira; Realizar limpeza dos equipamentos e
da área; Desobstruir extrusora quando necessário .
LOCAIS DE TRABALHO: Linhas A e B - extrusoras
FONTES GERADORAS: Correias Transportadoras, sirene, extrusoras, bombas, roscas sem fim, interferência
de ruído da casa de força.
DESCRIÇÃO DAS MEDIDAS DE CONTROLE EXISTENTES: Protetor auricular de inserção CA: 5745 NRRsf 17dB.
DOSE (8 HORAS): 2,0 / NÍVEL EQUIVALENTE DE RUÍDO: 90,0 dB (A)
LIMITE DE TOLERÂNCIA: 85,0 dB (A)
PRINCIPAIS ATIVIDADES: Durante a dosímetria, o trabalhador executou atividades normais de operação de
extrusora e executou serviços de limpeza da área, com ar comprimido, durante mais ou menos 30 minutos.
CONCLUSÃO:

O nível equivalente de ruído foi superior ao limite de


tolerância estabelecido pelo anexo 01, da NR15
para exposição de 8 (oito) horas.

Portanto, é necessário a adoção de medidas de controle


visando a eliminar ou neutralizar o risco
(medidas coletivas, administrativas, EPIs).
MODELO DE LAUDO DE AVALIAÇÃO DE RUÍDO PARA
CARACTERIZAÇÃO DE INSALUBRIDADE

EXMO. SR. JUIZ FEDERAL DA VARA DO TRABALHO….


REFERENTE: Processo….
RECLAMANTE:.…..
RECLAMADA:.….
FULANO…., Engenheiro de Segurança do Trabalho, perito nomeado nos
autos do processo em epígrafe, vem perante V.Ex.a. apresentar seu laudo
pericial.
I – INSTRUMENTOS UTILIZADOS / METODOLOGIA
II – INFORMANTES
III – DESCRIÇÃO DA ATIVIDADE DO RECLAMANTE
IV – LOCAL DE TRABALHO DO RECLAMANTE
V – DADOS OBTIDOS
MODELO DE LAUDO DE AVALIAÇÃO DE RUÍDO PARA
CARACTERIZAÇÃO DE INSALUBRIDADE

5.1 – Ruído
86,6 dB (A) – Nível equivalente de ruído representativo da jornada de trabalho
do reclamante.
O nível de ruído equivalente foi superior ao limite de tolerância estabelecido
pelo anexo 1, NR-15, da Portaria n. 3.214. Todavia, a reclamada forneceu
protetores auriculares ao reclamante, aprovados pelo MTE, capazes de reduzir
os níveis de ruído do local abaixo do limite de tolerância (ver ficha juntadas aos
autos e as fls..). Além disto, o reclamante afirmou que recebeu os referidos
EPIs e sempre os utilizou efetivamente. Assim, fica neutralizada a
insalubridade por esse agente.
MODELO DE LAUDO DE AVALIAÇÃO DE RUÍDO PARA
CARACTERIZAÇÃO DE INSALUBRIDADE

VI – RESPOSTA AOS QUESITOS DA RECLAMADA ÀS FLS…DO


PROCESSO
VII – RESPOSTA AOS QUESITOS DO RECLAMANTE ÀS FLS… DO
PROCESSO

VIII – CONCLUSÃO PERICIAL

Com base nos dados e fundamento no item V do laudo, conclui-se que a


atividade do reclamante não era considerada insalubre, pois sua exposição ao
ruído estava neutralizada através do uso do protetor auricular.

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