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UNIP - UNIVERSIDADE PAULISTA

Pós-Graduação “Lato Sensu”


Especialização em Engenharia de Segurança do Trabalho

ANÁLISE TÉCNICA SOBRE A IMPORTÂNCIA DA PREVENÇÃO DA EXPOSIÇÃO AOS


AGENTES DE RISCO FÍSICO: “RUÍDO E VIBRAÇÃO” NO RAMO DO AGRONEGÓCIO
Disciplina: 08 - Higiene do Trabalho

PROFESSOR: FERNANDO FERNANDES

Alesandro Ornelas Barbosa


Diego Gabriel Jorge Melki Suleiman
Paulo Henrique Pereira de Souza
Tayane Ramos Borges
Weber Pereira Borges

SÃO PAULO - SP
2021
PÓS GRADUAÇÃO "LATO SENSU"
ENGENHARIA DE SEGURANÇA DO TRABALHO

NOME ALESANDRO ORNELAS BARBOSA RA: 71682000285

NOME DIEGO GABRIEL JORGE MELKI SULEIMAN RA:71682000328

NOME PAULO HENRIQUE PEREIRA DE SOUZA RA: 71682001883

NOME TAYANE RAMOS BORGES RA: 71682000238

NOME WEBER PEREIRA BORGES RA: 71682000239

TURMA T - 60

DISCIPLINA 08 - HIGIENE DO TRABALHO

ANÁLISE TÉCNICA SOBRE A IMPORTÂNCIA DA PREVENÇÃO DA


TÍTULO EXPOSIÇÃO AOS AGENTES DE RISCO FÍSICO: “RUÍDO E
VIBRAÇÃO” NO RAMO DO AGRONEGÓCIO

PROFESSOR FERNANDO FERNANDEZ

SOLICITAÇÃO 15/12/2020 ENTREGA 29/01/2021

RECEBIDO POR

RECEBIDO EM SÃO PAULO, DE DE 2021

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Referência: Análise técnica sobre a importância da prevenção da exposição aos agentes
de ruído e vibração no ramo do agronegócio.

Ementa: O objetivo deste trabalho é elaborarmos uma análise técnica descrevendo a


importância da prevenção da exposição aos agentes de risco físico: ruído e vibração no
ramo do “Agronegócio”. Dando ciência e encaminhamento ao Professor Fernando
Fernandes, para fins de avaliação.

Histórico: A referida análise surgiu da solicitação do Prof. Fernando Fernandes na aula


da disciplina de Higiene do Trabalho, onde citaremos a importância da prevenção da
exposição aos agentes de risco físico: ruído e vibração, considerando os conteúdos que
nos foram propostos nas aulas já ministradas relacionadas ao tema.

Fundamentação: O ramo do agronegócio é um dos principais setores econômicos e o


que mais cresce no Brasil, e conforme dados do Centro de Estudos Avançados em
Economia Aplicada (CEPEA/USP) em parceria com a Confederação da Agricultura e
Pecuária do Brasil (CNA), em 2019, a soma de bens e serviços gerados no agronegócio
chegou a 21,4% do PIB brasileiro. Dentre os segmentos, a maior parcela é do ramo
agrícola, que corresponde a 68%, sendo que a pecuária fica com os 32% do total.

O setor absorve praticamente 1 de cada 3 trabalhadores brasileiros. Em 2015, de acordo


com dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD), 32,2% dos
trabalhadores brasileiros eram do agronegócio, desses 42,7% desenvolviam atividades
agropecuária, 21,1% do comércio agropecuário, 21% do agroserviço e 15,2% da
agroindústria.

Diante da demanda por diversos tipos de máquinas, equipamentos e implementos


agrícolas para atender as características das diversas atividades do agronegócio, cujo
trabalhadores interagem na operação, manuseio e manutenção dos maquinários, é
evidente que devemos dar uma importância precisa e necessária à exposição aos
agentes de risco físico, mais precisamente ao risco de ruído e vibração.

Lembrando que as principais máquinas envolvidas no processo produtivo do agronegócio


são os tratores, as semeadoras, as colheitadeiras, os pulverizadores, e as roçadeiras, e

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em sua grande maioria são máquinas e equipamentos de grande porte, e de potenciais
fontes geradoras de ruídos e vibrações no ambiente de trabalho do agronegócio.

Conforme a norma regulamentadora NR-15 em seu anexo I e II, o limite de tolerância para
a exposição ao ruído é de 85 dB para 08 horas de exposição, lembrando que a grande
maioria das máquinas e equipamentos utilizados no processo produtivo do agronegócio
ultrapassam o limite de tolerância preconizado pela NR-15, causando assim o
adoecimento dos trabalhadores expostos ao ruído, sendo que as principais
consequências são: zumbido, perda de concentração, fadiga, estresse, perda temporária
e permanente da audição, bem como, a “PAIRO” – “Perda Auditiva Induzida pelo Ruído
Ocupacional”, sendo que, a “PAIRO” é um dano fisiológico gradativo e irreversível.

Como já sabemos, temos o Anexo I – Ruído Contínuo e Intermitente, e o Anexo II – Ruído


de Impacto da NR-15, versam sobre os limites de tolerância de ruído para fins de
“Insalubridade” no ambiente de trabalho, porém, temos também a NHO-01 Norma de
Higiene Ocupacional da Fundacentro, que versa sobre a Avaliação da Exposição
Ocupacional ao Ruído, para fins de “Higiene Ocupacional”, que se resume em uma norma
um pouco mais restritiva que a NR-15, no tocante a preservação da saúde auditiva do
trabalhador.

A exposição ocupacional ao ruído é considerada atividade insalubre, se excedidos os


limites de tolerância estabelecidos pelas normas oficiais, permitindo ao trabalhador o
direito a receber o adicional de insalubridade em grau médio (20% do salário-mínimo
vigente).

Mas a perda auditiva nem sempre é causada somente pela exposição a ruídos
excessivos, pode também ser causada pela contaminação com a exposição a produtos
químicos ototóxicos, neste caso pela exposição do trabalhador durante a aplicação de
agrotóxicos (defensivo agrícola) de forma pulverizada, expondo o trabalhador de forma
individual, com uso do equipamento costal, ou de forma coletiva, com o uso de aeronaves
ou drones.

Também na NR-15 em seu anexo 8 que versa sobre a caracterização e classificação da


insalubridade no tocante ao risco de vibração, como a VCI – Vibração de Corpo Inteiro e a
VMB – Vibração de Mãos e Braços.

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Sendo que, os procedimentos técnicos para as avaliações quantitativas das VCI e VMB
são estabelecidos pelas Normas de Higiene Ocupacional da Fundacentro, NHO 09 –
Avaliação da Exposição Ocupacional a Vibração de Corpo Inteiro, e a NHO 10 –
Avaliação da Exposição Ocupacional a Vibração de Mãos e Braços.

Nos processos produtivos do agronegócio, pelo manuseio de diversas máquinas e


equipamentos utilizados pelos trabalhadores, há a exposição significativa de atividades
com vibrações, tanto a VCI como a de VMB, porém, a que possui uma exposição mais
acentuada e de maiores consequências para os trabalhadores é a VCI, devido a operação
de máquinas de grande porte, como os tratores, as semeadoras, as colheitadeiras e etc.

A vibração de corpo inteiro é uma forma de energia, considerado como um agente de


risco físico, até agosto de 2014 era adotada como referência os parâmetros preconizados
pela norma ISO 2631, e atualmente são adotados os parâmetros da NHO 09 da
Fundacentro.

A exposição ocupacional à vibração é considerada atividade insalubre se excedidos os


limites de tolerância estabelecidos pelas normas oficiais, permitindo ao trabalhador o
direito a receber o adicional de insalubridade em grau médio (20% do salário-mínimo
vigente).

A avaliação da vibração de corpo inteiro leva em consideração inúmeras variáveis, como:


características da máquina e/ou equipamento, ciclo de trabalho, condições do pavimento,
tempo de exposição e etc.

Para realizar as medições quantitativas ao que o trabalhador esteja exposto é utilizado um


acelerômetro piezoelétrico para medir as acelerações nos três eixos ortogonais (x, y e z),
sendo que o resultado obtido deve ser comparado com os diagramas e limites de
tolerância estabelecidos pelas normas.

As exposições de corpo inteiro de longa duração podem causar efeitos debilitantes ao


sistema nervoso central, resultando em queixas de fadiga, irritabilidade, dores de cabeça,
distúrbios cardiovasculares e impotência, porém, as exposições de curta duração podem
provocar pequenos efeitos fisiológicos, como o aumento de batimentos cardíacos por
causa da resposta ao estresse geral ou leve hiperventilação.

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As exposições à vibração de mãos e braços podem causar a síndrome de vibração de
mãos e braços e a síndrome do canal cárpico, sendo que, a primeira afeta os nervos,
vasos sanguíneos, músculos e articulações da mão, do pulso e do braço e inclui a
síndrome dos “dedos brancos”, podendo incapacitar o trabalhador, e a segunda é uma
perturbação nervosa que envolve dores, dormência e fraqueza em partes das mãos. Os
primeiros sinais da doença são: dormência e insensibilidade nos dedos, perda da força
das mãos, com dificuldade de pega e apreensão de objetos, sendo que, essas sensações
aumentam com o frio e a umidade.

Conclusão: O ramo do agronegócio é um segmento de suma importância para toda a


sociedade, e com o crescimento populacional em nível mundial se faz necessário o
aumento da produção de alimentos e seus derivados, bem como, da produção de
matérias primas para o ramo de cosméticos e demais produtos de uso comum.

No entanto a mão de obra no ramo do agronegócio tem sido cada vez mais exigida no
tocante a especialização, capacitação e qualificação, devido ao crescimento da tecnologia
aplicada às máquinas e equipamentos de seu processo produtivo.

Como máquinas e equipamentos emitem ruído e propagam a vibração aos trabalhadores


expostos durante suas operações, é sabido que estes trabalhadores podem adoecer com
uma exposição não controlada a estes agentes.

Os gestores do agronegócio investem muito em máquinas e equipamentos e mais ainda


em qualificação de seus recursos humanos, no entanto, o adoecimento dos trabalhadores
trazem muitos prejuízos aos próprios trabalhadores e consequentemente ao setor, devido
ao: absenteísmo, incapacidade laboral, passivos trabalhistas, dentre outros, por isso a
importância de realizar a prevenção da exposição a esses agentes de risco.

A prevenção que sugerimos não é só entregar o EPI ou pagar o adicional de


insalubridade ao trabalhador exposto ao risco, aliás, só com o recebimento do adicional
de insalubridade o trabalhador não se protege, ele estará apenas vendendo sua saúde, a
“conta” um dia há de chegar, ele vai acabar adoecendo pela exposição laboral não
controlada.

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Sendo assim, é necessário anteciparmos aos riscos, realizando as avaliações
necessárias, para o devido controle do risco no ambiente de trabalho no ramo do
agronegócio.

Para a devida prevenção da exposição ao risco físico de ruído, devemos realizar a


substituição do equipamento por outro mais silencioso, realizar o balanceamento e
equilíbrio das partes móveis, lubrificação dos rolamentos e mancais, redução dos
impactos, alteração do processo e programação das operações de forma que
permaneçam o menor número de máquinas funcionando simultaneamente, utilizar
máquinas de cabines com isolamento acústico que atenuem o ruído interno, limitar ou
reduzir o tempo de exposição com pausas e revezamentos entre os operadores, e por fim,
a utilização de protetores auditivos, devendo ser utilizados quando não for possível o
controle para atenuação do ruído em níveis satisfatórios.

No caso da prevenção a exposição às vibrações, devemos utilizar ferramentas adequadas


para o serviço que atenuem as vibrações, realização de manutenção preventiva em
máquinas e equipamentos a fim de atenuarem as vibrações, adquirir máquinas e
equipamentos que possuam dispositivos de atenuação das vibrações VCI e VMB, limitar
ou reduzir o tempo de exposição com pausas e revezamentos entre os operadores dos
maquinários, evitar a pega com força além do necessário, e sempre que não for possível
a atenuação dos níveis satisfatórios de vibração, adequar dispositivos amortecedores
antivibração para VCI, bem como, de EPIs que ajudem a atenuar as vibrações VMB,
como as Luvas Antivibração.

O processo produtivo que tenham seus riscos “Ruído e Vibração” controlados, trazem
satisfação, segurança e conforto aos trabalhadores que nele laboram, deixando-os aptos
a executarem suas atividades laborais, trazendo também benefícios econômicos para o
setor, como: a diminuição do absenteísmo, aumento da produtividade e a diminuição do
passivo trabalhista, contribuindo assim, para um ambiente de trabalho seguro e saudável
para os trabalhadores e ao progresso economicamente seguro, saudável e viável ao do
ramo do agronegócio.

Referências Bibliográficas:

BREVIGLIERO, E.; POSSEBON, J.; SPINELLI, R. Higiene Ocupacional: 3. ed. São


Paulo: Editora SENAC, 2008.
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FUNDACENTRO. NHO 01 - Avaliação da Exposição Ocupacional ao Ruído, 2001.

FUNDACENTRO. NHO 09 - Avaliação da Exposição Ocupacional a Vibração de Corpo


Inteiro, 2013.

FUNDACENTRO. NHO 10 - Avaliação da Exposição Ocupacional a Vibração de Mãos e


Braços, 2013.

NR 15 – ATIVIDADES E OPERAÇÕES INSALUBRES - Anexo 1 - Limites de Tolerância


para Ruído Contínuo ou Intermitente.

NR 15 – ATIVIDADES E OPERAÇÕES INSALUBRES - Anexo 2 - Limites de Tolerância


para Ruídos de Impacto.

PANORAMA DO AGRO. CNA – Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil. 2020.


Disponível em: https://www.cnabrasil.org.br/cna/panorama-do-agro#_ftn1>. Acesso em 21
jan. 2021, às 10h30min.

Alesandro Ornelas Barbosa


RA: 71682000285

Diego Gabriel Jorge Melki Suleiman


RA: 71682000328

Paulo Henrique Pereira de Souza


RA: 71682001883

Tayane Ramos Borges


RA: 71682000238

Weber Pereira Borges


RA: 71682000239

Turma: T-60 - 29/01/2021

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