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INTRODUÇÃO À ULTRASSONOGRAFIA

PRINCÍPIOS FÍSICOS
O som é uma onda mecânica que se propaga pelas vibrações de partículas – necessita de um meio para propagação (sólido,
líquido e gasoso). É chamado ultrassom porque nós, humanos, não conseguimos perceber a frequência (ela é maior que a
frequência que conseguimos captar).
Características da onda:
Comprimento = distância entre duas cristas ou dois vales.
Frequência = oscilações em um determinado tempo.
Fórmula do comprimento = V / f. Quando eu aumento a frequência, eu diminuo meu comprimento de onda e vice-versa.
Cada transdutor de ultrassonografia tem diferentes frequências.
Quanto maior a frequência, menor o comprimento de onda que ele vai emitir e, consequentemente, menor a penetração
tecidual que essa onda vai ter.
- Trand. ALTA FREQUÊNCIA = estruturas superficiais, menor comprimento de onda, maior definição, PARTE MM ESQ,
fígado de animais grandes -> Transdutor LINEAR
- Transd. BAIXA FREQUÊNCIA = estruturas profundas, maior comprimento de onda, maior penetração, MENOR
DEFINIÇÃO DE IMAGEM - > Transdutor CONVEXO OU SETORIAL (usado em avaliações cardíacas)

EFEITO PIEZOELÉTRICO
– Capacidade de transformar energia elétrica em sonora

 Probe tem cristais piezoelétricos –> recebem em elétrica -> transforma em mecânica -> interagem com o tecido ->
retornam como energia elétrica -> formação de imagem

IMPEDÂNCIA ACÚSTICA DOS TECIDOS


- Capacidade de cada tecido de refletir/devolver a onda sonora.

 Impedância = velocidade x densidade -> RESPONSÁVEL PELA IDENTIFICAÇÃO DA IMAGEM


- Na US, essa velocidade é constante (1,54 m/s). diferentes tecidos, geram diferentes impedâncias

INTERAÇÃO DAS ONDAS NOS TECIDOS


- ATENUAÇÃO = perda da força da onda pelo trajeto;

 ↑ distância percorrida pela onda = ↑ atenuação


 ↑ frequência (↓ penetração ↑perda de energia pela onda) = ↑ atenuação

- REFLEXÃO = Capacidade dos ecos retornarem ao transdutor.

 ↑ Reflexão = ↑ densidade tecidual


 Líquido não reflete = cor preta (onda n volta p probe). Cor branca = quanto mais o tecido devolve a onda, mais
branco!
- ABSORÇÃO

 Parte da onda é absorvida e transformada em calor, SEM DANOS AO PACIENTE!


- REFRAÇÃO = responsável pelos ARTEFATOS DE IMAGEM

 Feixe sonoro não incide perpendicular ao meio -> desvio das ondas sonoras -> ondas podem ou não retornar ao
transdutor, formando artefatos de imagem.

TERMINOLOGIAS
ECOGENICIDADE = caracterização tecidual ou do parênquima. Intensidade de ecos (“brilhos”) na tela em distribuição
de tons de cinza, relacionada com a impedância e reflexão dos ecos.
- Devemos sempre comparar um tecido com outro (o baço está hiperecogênico em relação ao rim).
Quanto mais refletido, mais branco; quanto menos refletido, menos branco.
O tecido pode ser:
HIPERECOGÊNICO = se apresenta mais BRANCO.
HIPOECOGÊNICO = se apresenta mais PRETO.
ANECOGÊNICO = se apresenta PRETO, não refletem, como estruturas com líquido.
ISOECOGÊNICO = duas estruturas que estão com a mesma ecogenicidade.

ECOTEXTURA
Relacionada à distribuição de ecos. Pode ser HOMOGÊNEA (regular) ou HETEROGÊNEA (irregular).

MÉTODOS DE AVALIAÇÃO DE IMAGEM


MODO B – modo Brilho
Método mais aplicável na rotina, modo brilho ou bidimensional. Pontos luminosos na tela, tons de cinza.
MODO M - cardio
Representação gráfica de estruturas em movimento, utilizado na cardiologia.
MODO DOPPLER – avalia vascularização
Avalia a vascularização – apresenta-se em vermelho e azul. A cor vermelha indica vasos que estão se aproximando do
transdutor, enquanto a azul representa vasos que estão se afastando dele. Muito usado nos casos de neoplasias.

ARTEFATOS DE IMAGEM
Imagens não reais demonstradas no aparelho de ultrassom, as vezes ajudam no diagnóstico - cálculos/processos
mineralizados (sombras acústicas).
Podem ser por problemas no equipamento (sem manutenção); técnica utilizada (mal ajustado); interação das ondas com os
tecidos (onda que não volta para o transdutor, não se identifica a estrutura).

REVERBERAÇÃO
- falta de contato da probe com o tecido. Linhas brancas (hiperecogênicas) paralelas e equidistantes
- alças intestinais repletas GÁS, OSSO, METAL. O feixe sonoro de alta intensidade fica “indo e voltando”. Melhorar a
tricotomia ou adicionar mais gel resolve esse problema.
*CAUDA DE COMETA* = é uma extensão da reverberação, aparece junto das alças intestinais devido à alta reflexão.
recomendado administrar luftal ou simeticona para eliminação dos gases intestinais e melhor visualização das estruturas.
IMAGEM EM ESPELHO
- superfícies hiperecogênicas curvas, principalmente vesícula biliar.
- raios vão indo e voltando entre a parede da vesícula e o diafragma, contornando a estrutura e só voltando para o
transdutor após certo tempo, a demora para o retorno dos ecos é traduzida como uma distância maior da estrutura, o que faz
com que a imagem fique duplicada (como se o animal tivesse uma vesícula no tórax e outra no abdômen).

SOMBRA ACÚSTICA
- interação da onda com estruturas altamente refletoras ->> CALCIFICADAS (cálculos, osso, minerais)

REFORÇO ACÚSTICO POSTERIOR


- posterior a estrturas líquidas – BEXIGA, VESÍCULA BILIAR
- aumento de ecogenicidade posterior = região hiperecogênica “sombra acústica clara”
SOMBREAMENTO LATERAL
- estruturas arredondadas ou curvas -> IMAGEM ANECOGENICA NAS LATERAIS, Geralmente RIM!!

Revisão
- reverberação = gás, osso, metal -> comum em intestino, linhas laterais hiperecogênicas, junto cauda de cometa
- imagem em espelho = vesícula biliar -> comum estruturas curvas
- sombra acústica -> comum em cálculos, estruturas calcificadas
- reforço acústico posterior -> sombra acústica “clara”, comum em est com líquido (BEXIGA, ABCESSOS, VESÍCULA
BILIAR)
- sombreamento lateral = comum estrutura curvas, RIM

PREPARAÇÃO DO PACIENTE
- tricotomia reduz reverberação, uso de gel também
- decúbito geralmente dorsal
- EMERGÊNCIAS = não fazer tricotomia, SEM DECUBITO DORSAL (reduz capacidade de expansão pulmonar)
- jejum 6-8h, adm simeticona
ULTRASSONOGRAFIA DO SISTEMA DIGESTÓRIO

INTRODUÇÃO
Fígado, vesícula biliar, pâncreas, estômago, intestinos  avaliações rotineiras  parênquima, camadas, boas informações.

FÍGADO
US é uma das melhores maneiras de avaliar doenças hepáticas
-> alterações de dimensão aparecem quando > 15% do órgão está comprometido, alterações bioquímicas com 70% do
parênquima lesado
-> nódulos = só podem ser diferenciados benigno/maligno na histo

Planos de varreduras:
ENTRE AS COSTELAS, abaixo da cartilagem xsubxifoide
Tórax profundo ou micro-hepatia  difícil avaliar. Transdutor entre as últimas costelas.
 Normalmente HIPOECOGÊNICO em relação ao baço;
 ISOECOGÊNICO ou HIPERECOGÊNICO em relação ao córtex renal;
 Margens lisas e nítidas, MAIS BEM VISUALIZADAS QUANDO HÁ ASCITE (LÍQUIDO ANECOICO FICA
ENTRE OS LOBOS).

- probe movida da direita p/ esquerda = transversal e vertical em baixo


ALTERAÇÕES
Alterações difusas ou focais. Dimensão, contornos, ecogenicidade, ecotextura, vascularização.
ALTERAÇÕES DIFUSAS
Hiperecogênico – substituição de tecidos (fibrose): cirrose, hepatites crônicas, infiltração gordurosa, linfoma.
Hipoecogênico – processos agudos, AUMENTO DE LÍQUIDO, fica escuro - hepatites, linfoma, congestão passiva.
Geralmente o fígado é hipoecogênico em relação ao baço. Alterado = (iso ou hiper em relação ao baço)
(SLIDE) Margens retraídas – paciente tinha cirrose. Tudo anecogênico em volta é líquido. Geralmente não se observa as
margens do fígado com facilidade.
Quando o fígado está mais hipoecogênico que o normal, conseguimos observar a parede dos vasos portais (Portais =
Parede) com maior evidência (hiperecogênicas).

ALTERAÇÕES FOCAIS
Podem ser únicas ou múltiplas. Calcificações, neoplasias e cistos.
Calcificações: pontos hiperecogênicos, podem* formar sombra acústica.
Neoplasias: caixinha de surpresa ao US. Pode ser hiper, hipo ou hipo e hiper (mista). Pode ser difusa, focal, multifocal.
Nódulo homogêneo, heterogêneo. Delimitação e bordos regulares indicam benignidade. Só temos certeza com citologia,
biópsia, celiotomia.
Cistos: anecogênicos (têm líquido dentro) e arredondados, bordos definidos. Cistos provavelmente vão gerar dois artefatos
de imagem: reforço acústico posterior e sombreamento lateral.

VESÍCULA BILIAR
US é um exame extremamente importante para avaliação da VB.
Avaliação de parede, presença de conteúdo, neoplasias, edema de parede.
Prestar atenção à ecogenicidade e ecotextura acima de tudo.
Espessura da parede 1-5 mm. Pós-alimentação geralmente fica mais espessa (por conta da contração da vesícula), mas
professor indica não se apegar muito na espessura da vesícula, está relacionada à posição da probe, idade, espécie... Então
varia muito, uma vesícula dentro dos limites pode estar alterada. Prestar atenção à ecogenicidade e ecotextura acima de
tudo.

Planos de varreduras:
Subxifoide 30-40°. Direcionar a probe ao cotovelo direito do paciente. Ou 7-8-9 EI.
Anecogênica com paredes hiperecogênicas, observa-se o parênquima hepático em volta.

ALTERAÇÕES
Alteração na espessura: doenças inflamatórias primárias e cálculos.
- Geralmente, em edema de parede, ela está hiperecogênica, seguida de área hipoecogênica e outra área hiperecogênica. A
parede pode também estar irregular.

Ecogênico = emite ecos. Dentro da vesícula biliar pode haver estruturas ecogênicas que indicam cálculos, por exemplo.
Processos obstrutivos:
- cálculos (mais raros)
- LAMA BILIAR = acúmulo de bile, por conta de hipomotilidade da VB, móvel (na troca de decúbito) áreas ecogênicas
(VB não fica completamente anecoica) >50% cães são assintomáticos

 LAMA BILIAR CRÔNICA VIRA MUCOCELE = lama biliar que vira mucocele. Lama biliar que cronifica – a
lama se adere à parede, no US tem um aspecto de kiwi.

- cálculos são altamente refletores, hiperecogênicos e FORMAM SOMBRA ACÚSTICA Normalmente eles têm
mobilidade – trocar o decúbito do paciente (do dorsal para esternal/estação) para ver se mudam de lugar.

Alterações neoplásicas: muito raras.

PÂNCREAS
US é o método diagnóstico de eleição. Altamente operador-dependente.
Isoecogênico/levemente hiperecogênico em relação ao fígado (difícil comparação). Ecogenicidade homogênea.
Planos de varreduras: lobo direito, corpo e lobo esquerdo.
Direito: ÚLTIMA COSTELA DIREITA – localiza o rim direito, direciona a mão medialmente de forma leve, junto com
duodeno. ESQUERDO: ÚLTIMA COSTELA ESQUERDA – ENTRE ESTÔMAGO E BAÇO. Nos cães, o lobo esquerdo é
bem mais difícil de identificar do que nos gatos.
*Conseguimos identificar a veia pancreaticoduodenal.
*A qualidade do US torna mais fácil a localização.
Alterações: processos inflamatórios (pancreatite – DOR), neoplásicos (insulinoma).

PROCESSOS INFLAMATÓRIOS
Pancreatite aguda: EDEMA HIPOECOGENICO mesentério reativo (saponificação das gorduras). PÂNCREAS
HIPOECOGÊNICO. Mesentério hiperecogênico (reativo). Margens pouco definidas, heterogêneo e efusão peripancreática
nos quadros graves/necrose.
Pancreatite crônica: HIPERECOGENICO, fibrose do pâncreas, alteração da ecogenicidade. Pâncreas hiperecogênico.
Margens pouco definidas, heterogêneo e efusão peripancreática. Pode ter pontos de mineralizações.
PROCESSOS TUMORAIS – NEOPLASIAS
SÃO RARAS, achados difíceis de diferenciar de pancreatite crônica. Os insulinomas tendem a ser mais hipoecogênicos.
Os carcinomas tendem a ser mais hiperecogênicos. A textura muda completamente, fica heterogêneo, com bordos
irregulares. Se pega o corpo pancreático, é sinal de malignidade e dificulta a remoção cirúrgica. Na maioria das vezes, pega
nos bordos D e/ou E.

ESTÔMAGO
- Mais bem definido do que o pâncreas no US, avaliar 4 camadas (serosa, muscular, submucosa e mucosa) + espessura da
parede e motilidade -> focar mais na ecotextura/genicidade

Mu = hipoecogênico. S = hiperecogênico.
Avaliação bem rotineira – inúmeras indicações: vômito, diarreia, perda de peso, tumor, CE...
Se possível, realizar exame em jejum de 6 horas.
Espessura = 3-5 mm em cães e 1,1-3,6 mm em gatos. Sempre medir a espessura entre as pregas estomacais para não

Planos de varreduras: lateral esquerda próximo à última costela (fundo gástrico). Lateral direita/xifoide (piloro e corpo
gástrico – onde geralmente se alojam CE).
ALTERAÇÕES - PROCESSOS OBSTRUTIVOS
CORPOS ESTRANHOS -> sombra acústica
Carro chefe das alterações. Nem sempre causam obstrução, alterações dependem da obstrução e característica do CE. A
grande maioria dos CE observados na US fazem sombra acústica.
PROCESSOS INFLAMATÓRIOS – GASTRITES = espessamento + diferenciação DAS CAMADAS!
Endoscopia é a indicação, US auxilia.
As alterações são dependentes da duração da lesão;
ESPESSAMENTO EXTENSO COM CAMADAS BEM DIFERENCIADAS. Em caso grave, ocorre perda da definição
das camadas.
PROCESSOS TUMORAIS – NEOPLASIAS = espessamento da PAREDE + perda de arquitetura
Mais comum na rotina.
ESPESSAMENTO DA PAREDE EM DIFERENTES GRAUS – FOCAL, DIFUSO, IRREGULAR COM PERDA DA
ARQUITETURA DAS CAMADAS. Pode ser confundido com gastrite crônica, mas podemos sugerir biópsia/celiotomia
exploratória para averiguar. *OBS: a endoscopia só confirma alterações na mucosa, se mais camadas estiverem envolvidas,
não enxergamos. Deixar isso claro para o tutor.
INTESTINO DELGADO
TAMBÉM POSSUI AS 4 CAMADAS (hiper/hipo/hiper/hipo) O OBSTÁCULO É O GÁS, por isso preparar o paciente é
importante.
Avaliação da ESTRATIFICAÇÃO, MOTILIDADE (VALE PARA ESTÔMAGO TAMBÉM) E ESPESSURA DA
PAREDE.

ALTERAÇÕES
PROCESSOS OBSTRUTIVOS - CORPOS ESTRANHOS
Conseguimos fechar diagnóstico com US.
Achados = Obstrução total ou parcial + DILATAÇÃO DE DIFERENTES GRAUS (antes do CE – boral –, depois do CE –
aboral – não tem dilatação) e segmentos, PODEMOS OU NÃO ENXERGAR O CE. PREGUEAMENTO DE ALÇAS.
FLUXO/MOTILIDADE REDUZIDA.
INTUSSUSCEPÇÃO – TRANSVERSAL = IMAGEM EM ALVO
Conseguimos fechar diagnóstico com US. Lembrar o clínico que a anestesia pode fazer com que ela se desfaça! Se
quiser/puder, repetir o US após a anestesia.
Normalmente em ANIMAIS JOVENS (ENTERITE/VERMINOSE). Porção mais acometida é na JUNÇÃO ILEOCÓLICA
(FINAL DO ID E INDO PARA O IG). US é o método de eleição para diagnosticar.
No longitudinal, observamos múltiplas camadas de anéis.
No transversal, observamos uma “imagem em alvo”.

INTESTINO GROSSO
Muito semelhante ao delgado, o conteúdo (ressecado, mineralizado) atrapalha a visualização das camadas distais ao
transdutor.
Avaliado próximo à bexiga (dorsalmente) e lateral esquerda abdominal.
Acompanhar segmentos (descendente > transverso > ascendente).
Alterações acometem mais o ID.

ULTRASSONOGRAFIA DO SISTEMA URINÁRIO

RIM
Um dos primeiros exames realizados para avaliação renal – dimensões, forma, contorno, arquitetura. US SÓ AVALIA
LESÃO RENAL, NÃO FUNÇÃO RENAL
RD  caudal ao lobo caudal do fígado. É bem mais difícil de avaliar (janela entre 10-11ª costelas).
RE  caudal à curvatura maior do estômago e medial ao baço. Janela atrás da última costela.
O rim fica no espaço retroperitoneal, portanto o peritônio consegue ser avaliado na imagem também.
Anatomia: cápsula renal, cortical, medular, pelve renal.
- CORTICAL É HIPERECOGÊNICA EM RELAÇÃO À MEDULAR E É ISOECOGÊNICA AO FÍGADO E BAÇO.
- A CÁPSULA CONFIGURA UMA LINHA HIPERECOICA AO REDOR DO RIM.
-A relação corticomedular tende a ser de 1:1. No laudo: relação corticomedular preservada. Perda da relação
corticomedular.
Avaliamos: número, tamanho, formato, localização, arquitetura (córtex, medular, pelve), vascularização (modo Doppler),
alterações no sistema coletor (pelve – dilatação por exemplo).
 Formato: nos cães feijão, nos gatos ovalado. Nos cães, os rins são mais móveis.
 Número: presença dos 2 rins, agenesia renal é rara. Animais que passaram por nefrectomia.
 Tamanho: nos cães geralmente são simétricos em comprimento, em gatos varia de 3,8 a 4,4 cm. *Em cães, correlação
com diâmetro da aorta, mas ainda não é bem estabelecido, devem fazer por raça especificamente.
ALTERAÇÕES RENAIS
ALTERAÇÕES DIFUSAS
AUMENTO DA ECOGENICIDADE CORTICAL OU MEDULAR  inúmeras causas – DRA/DRC, nefrite, linfoma,
PIF. Perda da distinção corticomedular.
Sinal da medular = linha hiperecogênica na região medular (CONTORNO DA MEDULAR HIPERECOGÊNICO)
consequência de mineralização, necrosa, congestão e/ou hemorragia. Esse sinal está presente em animais com leptospirose,
portanto pode confirmar diagnóstico.
ALTERAÇÕES FOCAIS E MULTIFOCAIS
MINERALIZAÇÃO RENAL
Nefrolitíase ou mineralização distrófica – comum em cães idosos.
Nefrólitos são detectáveis na US – fazem sombreamento acústico.

CISTOS RENAIS – cisto = anecogenico, nefrólitos = hiperecogênicos


Formações arredondadas e anecogênicas. -> REFORÇO ACÚSTICO POSTERIOR (líquido) E SOMBREAMENTO
LATERAL.

Dependendo do tamanho e da localização do cisto, pode ou não comprometer a função renal. Se um cisto grande se formar
perto da pelve, pode obstruí-la.
FLUIDO SUBCAPSULAR – líquido = REGIÕES ANECOGÊNICAS
Pode ser decorrente de trauma (hemorragia, urina), processo infeccioso, obstrução aguda, toxicidade ou neoplasia.
Regiões anecogênicas.
NEOPLASIAS
Aparência sonográfica complexa e variada.
Característica da US depende da alteração – alteração ecogenicidade e ecotextura. Sugerem algo do mal ou algo do bem.
Anecoico – necrose.
ALTERAÇÕES DO SISTEMA COLETOR
DILATAÇÃO PÉLVICA
A dilatação é progressiva, se vira PROCESSO CRÔNICO LEVA À HIDRONEFROSE (acúmulo de líquido na pelve).
Fontes: INFECÇÃO (PIELONEFRITE QUE CHEGOU NA PELVE), MALFORMAÇÕES NO URETER (URETER
ECTÓPICO, NEOPLASIAS SÃO RARAS), OBSTRUÇÃO (CÁLCULOS).
Pielonefrite – CÉU ESTRELADO (pontos hipereco): INFLAMAÇÃO/INFECÇÃO RENAL, NORMALMENTE
ASCENDENTE, DILATAÇÃO DA PELVE COM DEBRIS CELULARES (PONTOS ECOGÊNICOS, COMO UM CÉU
ESTRELADO, INDICAM PROCESSO INFECCIOSO. Uma hidronefrose por obstrução não vai ter esses pontos).

Ureter ectópico: ocasiona refluxo urinário, que leva à dilatação do ureter e, posteriormente, da pelve.
Obstrução: total ou parcial. A urina não consegue chegar até a bexiga, dilatando a pelve.
Hidronefrose obstrutiva – processo crônico. Não se observa debris celulares. O ureter é identificado facilmente, o que não
acontece num paciente normal.

URETER
QUANDO NORMAIS, NÃO CONSEGUEM SER VISUALIZADOS, SÓ SÃO DETECTADOS QUANDO DILATADOS
– obstrução fez com que urina se acumulasse, dilatou. Quando isso ocorre, importante avaliar todo o trajeto, para detectar a
origem da obstrução.
URETER ECTÓPICO

Anormalidade congênita na junção ureteral e bexiga, pode acometer um ou ambos os ureteres. Normalmente ocasiona
dilatação e hidronefrose associada. RX contrastado auxilia na identificação. Cistoscopia (por vídeo) também ajuda.
OBSTRUÇÃO URETERAL
Cálculos são comuns, muitos são identificados pelo RX. US observa dilatação e estruturas hiperecoicas com sombra
acústica.
RUPTURA URETERAL
Por US não se fecha o diagnóstico. Na suspeita, coletar líquido livre e fazer relação de creatina. 2:1 sangue:líquido é o
normal. Geralmente causado por trauma.
Iatrogenias cirúrgicas: ligadura ureteral; sutura inadequada.
NEOPLASIAS
Extremamente raras, normalmente a alteração se dá a nível da bexiga – estenose ureteral e dilatação. Características do US
dependem do tumor.
BEXIGA
Facilmente avaliada no US, rapidamente se familiariza.
Preenchida por líquido – anecogênica com REFORÇO ACÚSTICO POSTERIOR E SOMBREAMENTO LATERAL (É
OVAL).
Alterações murais (envolvem a parede da bexiga – neoplasia) e alterações intraluminais (não diretamente relacionadas
com a parede – cálculo). Nada impede que uma alteração mural se estenda para alteração intraluminal.
Espessura da parede em gatos 1,7 mm, em cães 1,4-2,3 mm. *Informações de artigo muito antigo, da década de 90,
portanto podem estar defasadas e, como nos outros órgãos, deve-se se apegar a ecogenicidade e ecotextura (até porque uma
parede alterada pode estar dentro da referência de espessura).
Quanto mais distendida está a bexiga, mais fina é a sua parede e vice-versa. EVITAR QUE O PACIENTE URINE 3-4
HORAS ANTES DO EXAME PARA COLETA DE URINA (CISTOCENTESE) E AVALIAÇÃO MAIS COMPLETA NO
US.
ALTERAÇÕES MURAIS
NEOPLASIAS
Formatos irregulares, focais ou disseminadas (estendem-se pela parede). As neoplasias tendem a atingir o trígono vesical,
pois ele está constantemente sendo descamado e lesionado pelo fluxo de urina. Característica na US depende da neoplasia.
O diagnóstico é sempre por cito ou histopatologia, exames de imagem apenas sugerem.

No slide, paciente tinha linfoma, foi irresponsivo à quimioterapia.


CISTITE
ESPESSAMENTO FOCAL OU DIFUSO DA PAREDE, em alguns casos encontra-se debris celulares no interior da bexiga
(estruturas ecogênicas).

ALTERAÇÕES INTRALUMINAIS
CÁLCULOS/SEDIMENTOS
A maioria é observada no RX. Na US, são HIPERECOICOS FORMAM SOMBRA ACÚSTICA (DIRETAMENTE
RELACIONADA COM O TAMANHO DO CÁLCULO, TAMBÉM A QUANTIDADE). Podem estar aderidos (mas a
maioria é flutuante). No caso de microcálculos ou sedimentos, o aspecto observado é o de céu estrelado.

URETRA
Avaliação na US é bem limitada devido ao janelamento acústico reduzido da pelve.
A uretra é caudal à bexiga, nos cães machos conseguimos observar a uretra prostática e a uretra peniana. Nos slides vimos
a próstata (estrutura arredondada ao redor da uretra) e, em seguida, a uretra peniana (sem e com cálculos). Nos gatos, não
conseguimos fazer a observação da uretra peniana.
A principal alteração são os cálculos.

US DO SISTEMA REPRODUTOR

APARELHO REPRODUTOR FEMININO


ESTRUTURAS AVALIADAS
Ovário e útero – fêmeas
Próstata e testículo – machos. Avaliação incluída na avaliação abdominal total.
OVÁRIO
Sofrem influência hormonal nas diferentes fases do ciclo estral. Sempre saber se o animal é castrado.
Às vezes os ovários não são visíveis devido ao tamanho e ecogenicidade.
Anestro – menores e sem folículos (mais difíceis de avaliar).
Anatomia: margens caudais dos rins, ovário esquerdo lateralmente ao baço, ovário direito entre duodeno e parede
abdominal (é mais cranial que o esquerdo).
Sempre avaliar nos cortes longitudinal e transversal.
ALTERAÇÕES OVARIANAS
CISTOS – anecogênicos (líquido)
Estruturas cavitárias com paredes finas, anecogênicas, circulares, com reforço acústico posterior e sombreamento lateral.
COMO DIFERENCIAR ? - Cisto permanece (fazer acompanhamento seriado), folículo desaparece com o ciclo estral.
NEOPLASIAS
Não são comuns, especialmente em regiões nas quais se faz bastante castrações. Podem ser assintomáticas ou causar
alteração no ciclo. Aparência na US muito variável (cística, sólida, mista...).
OVÁRIO REMANESCENTE
Presença de todo/pedaço do ovário, normalmente após castração. Difícil de identificar na US, especialmente no lado
direito, busca com base na anatomia. Áreas hiperecogênicas heterogêneas.
ÚTERO
Tamanho muito variável (nº de gestações, ciclo estral, espécie, raça...).
US para triagem (infecção, inflamação), diagnóstico gestacional (16-18 dias DG com US potente já é possível identificar
estruturas da formação inicial do filhote e placenta. No setor do HCV, só conseguem ver com 54 dias).
Anatomia: dois cornos uterinos (D, E) + corpo uterino + cérvix.

ALTERAÇÕES UTERINAS
HIPERPLASIA ENDOMETRIAL CÍSTICA – FISIOLÓGICA PÓS OVULAÇÃO

A HEC é fisiológica pós-ovulação. ANIMAIS IDOSOS TENDEM A DESENVOLVER PIOMETRITE A PARTIR DA


HEC por conta da maior influência hormonal, útero mais afetado ao longo dos anos.
PIOMETRITE
Processo de INFECÇÃO SECUNDÁRIA ÀS ALTERAÇÕES HORMONAIS. Um paciente com HEC deve ser
acompanhado a fim de que não desenvolva piometrite.
Material anecogênico, debris celulares (não tão ecogênicos, como nos minerais – céu estrelado), como há líquido, há
reforço acústico posterior.
PIOMETRA ABERTA = PODEMOS NÃO VISUALIZAR MUITO LÍQUIDO/SECREÇÃO PRESENTE
PIOMETRA FECHADA = ÚTERO BEM DILATADO, BASTANTE LÍQUIDO INTERNO. – se está fechada, acumula
mais líquido dentro, não vai pra fora
Microperfusão renal já é afetada antes mesmo de alterações bioquímicas aparecerem (indica sepse). O tutor precisa assinar
um termo caso deseje tratar a piometra apenas clinicamente e não queira castrar.
NEOPLASIAS
Raras. Leiomioma, leiomiossarcoma. Massas irregulares e ecogênicas na US. AV com doppler para ver se há
vascularização (se detectada, a probabilidade de ser algo do mal é bem maior). Afeta um ou os dois cornos uterinos.
Castração tende a levar a uma boa recuperação.
GESTAÇÃO
Avaliação que vem ganhando rotina – identificação de malformações, viabilidade fetal (avaliamos a FC do feto,
diferentemente do RX, quando a morte fetal só é identificada 24 horas depois, por formação de gases), indicações de
cirurgia (sofrimento fetal, risco de vida da mãe).
Diagnóstico gestacional precoce.

APARELHO REPRODUTOR MASCULINO


Próstata é a estrutura mais avaliada, testículos são pouco avaliados. Alterações caninos > felinos.
Lembrar que testículos fazem parte da avaliação abdominal!
TESTÍCULOS
Quando visíveis, podem ter AUMENTO DE VOLUME OU AUSÊNCIA NA SUA LOCALIZAÇÃO NORMAL
(CRIPTORQUIDAS). Quase não avaliamos testículos de gatos. Antes de fazer a US dos testículos, AVALIAR A
MOBILIDADE TESTICULAR (PALPAR E VERIFICAR ADERÊNCIAS) – isso deve estar no laudo.
Conseguimos avaliar os dois testículos, redondos a ovalados, o epidídimo que fica sobre os testículos, além da
vascularização testicular (palpar plexo pampiniforme).

Linha mediastinal é normal (neoplasias podem fazer com que não consigamos identificá-la mais).
ALTERAÇÕES TESTICULARES
NEOPLASIAS
Caso encontre neoplasia em um testículo, remover os dois (probabilidade de desenvolver neoplasia no outro testículo é
alta).
Em animais criptorquidas, é possível remover apenas o testículo em localização anormal e deixar o testículo funcional,
caso ele seja reprodutor. Contudo, é uma alteração congênita, então é capaz que a característica do criptorquidismo passe
para a próxima geração.

Cada neoplasma tem uma característica – sertolioma, leidigoma. Hiperecogênico, heterogêneo.

Normalmente, o testículo anormal fica hipotrofiado, heterogêneo, mistos tendendo para hipoecogênicos

PRÓSTATA
- alterações
HIPERPLASIA PROSTÁTICA BENIGNA
> cães idosos -> estímulo crônico hormonal de animais NÃO CASTRADOS
> parênquima preservado + prostatomegalia

PROSTEATITES
> processo inflamatório geralmente associado a inf bacteriana
> ascendente ou via hematógena, aguda ou crônica

ALETRAÇÕES PROSTÁTICAS – cistos


> achados incidentais, focal ou multifocal, anecogenica ou hipoecoica
- LESÕES CAVITÁRIAS com parede bem definida

NEOPLASIAS
- mais comum, cães idosos -> prostatomealia simétrica, parênquima preservado
- estímulo crônico hormonal de não castrados

US INTERVENCIONISTA

EMERGÊNCIAS TORÁCICAS
- EX = pneumotórax, hemorragia pulmonar, edema pulmonar = ultra de tórax
- Técnicas próximas ao paciente = tfast, vetblue, etc
- realizar SEMPRE em decúbito ESTERNAL, colocar almofada toalha nos mt (retira compressão diafragmática)
- oxigenação do paciente se necessário
-> Pulmão seco = imagem sinam do jacaré com presença de linhas “A”

-> Pulmão molhado = perda de linhas “A” com formação das linhas B ou cauda de cometa

VETBLUE
- a beira do leito, emergencial
- prioriza AVALIAÇÃO DO PULMAO, não avalia coração – 8 janelas avaliadas

PNEUMOTÓRAX – ausência da movimentação das pleuras (linha pp)


EFUSÃO PLEURAL – sinal de degrau pleura líq/pulmão
EDEMA PULMONAR – ausência de linha A e infinita linha B
EMERGÊNCIAS ABDOMINAIS
- ruptura bexiga/uretra = raio x contrastado + us
- hemorragia hepática = us
- trauma esplênico = us
- TÉCNICA AFAST (AbdominalFast)

Como realizar
- Decúbito LATERAL DIREITO, evitar DORSAL
- probe linear ou convexa

LINFOMA – líquido livre, área anecogenica


COLETA DE MATERIAL
- auxilia na conduta clínica, reduz necessidade de ciru aberta, acompanhamento do paciente pós coleta

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