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AUDIOLOGIA CLÍNICA II transferência de energia, apresenta baixa

admitância.

IMITANCIOMETRIA – CONCEITOS: ➢ SISTEMA RÍGIDO: ↑ I ↓ A


➢ SISTEMA FLÁCIDO: ↑ A ↓ I

• IMITANCIOMETRIA: É um método
objetivo e de fácil execução, tanto em IMITANCIOMETRIA – BATERIA DE
adultos como em crianças; é rápido, simples TESTES
e oferece dados importantes no diagnóstico
clínico.
a) TIMPANOMETRIA – Variação da
• IMITÂNCIA – É o termo geral que imitância da MT em função da variação de
expressa a facilidade com a qual a energia pressão dentro do CAE. Medida da variação
sonora flui através de um sistema. da imitância do sistema auditivo, frente a
variação de pressão no MAE.
• IMPEDÂNCIA (ACÚSTICA) – É a
oposição que o meio oferece à realização do b) COMPLACÊNCIA ESTÁTICA;
trabalho. É a expressão da oposição que o c) REFLEXO ACÚSTICO;
sistema tímpano-ossicular oferece à d) AVALIAÇÃO DA FUNÇÃO TUBÁRIA.
passagem da energia sonora. Cada meio se
caracteriza por uma resistência específica à
passagem do som (impedância acústica). IMITANCIOMETRIA – APLICAÇÃO
Fatores interferentes: Volume do CAE; AUDIOLÓGICA
MT; Cavidade timpânica; Cadeia ossicular;
Acoplamento da platina na janela oval. A
impedância é determinada por: a) Diagnóstico diferencial entre perdas
auditivas condutivas;
a) RESISTÊNCIA – Independe da b) Diagnóstico diferencial entre perdas
frequência do som; relaciona-se à perda de auditivas sensórioneurais e condutivas;
energia resultante do atrito que a onda c) Pesquisa do recrutamento objetivo de Metz;
sonora sofre ao passar pelo sistema d) Pesquisa do declínio do RA;
tímpano-ossicular. e) Auxílio no diagnóstico otoneurológico;
f) Predição do limiar auditivo em PA
b) REACTÂNCIA – É o efeito da massa e da sensórioneural;
rigidez no movimento resultante; depende g) Detecção de simuladores e surdez
da frequência. REACTÂNCIA DE psicogênica;
MASSA: Determinada pelo peso dos h) Avaliação da função tubária;
ossículos. Oposição à passagem de sons i) Triagem auditiva.
altos; REACTÂNCIA DE RIGIDEZ:
Determinada pelos ligamentos, músculos e
articulações da cadeia ossicular. Oposição à IMITANCIÔMETRO
passagem de sons baixos.

• ADMITÂNCIA (COMPLACÊNCIA) – • Mede o nível de pressão sonora em uma


Facilitação que o sistema tímpano-ossicular cavidade fechada pela emissão de um sinal
oferece à passagem da onda sonora. através de uma sonda, medindo sua
intensidade com um microfone.
• A ADMITÂNCIA e a IMPEDÂNCIA são
grandezas recíprocas. Um sistema que ➢ Ponte eletroacústica (analisador de OM);
oferece alta impedância (oposição) à
➢ Sistema de pressão ou bomba de ar, ➢ HD: Otite média secretora; cerúmen no
controlado por um manômetro; CAE; pequenas perfurações de MT; tuba
➢ Audiômetro de tons puros. patente; tubo de ventilação.

• Sonda 220/226 Hz – avalia a resultante do 3. TIMPANOGRAMA C:


efeito de rigidez sobre a passagem do som.
➢ Pico de máxima admitância: desviado
• Sonda de alta frequência (660/1000 Hz) para pressões negativas (> - 100 daPa).
para avaliar o efeito de massa sobre a ➢ Amplitude da curva: 0,3 a 1,6 cc.
passagem do som. ➢ HD: Disfunção tubária.

TIMPANOMETRIA
4. TIMPANOGRAMA Cs:

➢ Pico de máxima admitância: Desviado


• A timpanometria é realizada medindo-se a para pressões negativas (> - 100 daPa).
capacidade que tem a MT de refletir um ➢ Amplitude da curva: < 0,3 cc.
som introduzido no CAE, em resposta a ➢ HD: Disfunção tubária com efusão.
graduais modificações da pressão no
mesmo conduto.
5. TIMPANOGRAMA As/Ar:

• MEDIDAS DE INTERESSE CLÍNICO: ➢ Pico de máxima admitância: entre -100 e


+50 daPa.
➢ Volume equivalente MAE; ➢ Amplitude da curva: < 0,3 cc.
➢ Volume equivalente OM/admitância (Ya) ➢ HD: Sistema tímpano-ossicular rígido;
ou Ymt); otosclerose; timpanosclerose; fixação
➢ Pressão em que foi identificado o pico; congênita do martelo; MT espessa. (curva
➢ Forma da curva timpanométrica. de rigidez)

• CLASSIFICAÇÃO DOS 6. TIMPANOGRAMA Ad:


TIMPANOGRAMAS (JERGER, 1974):
➢ Pico de máxima admitância: entre -100 e
+50 daPa. Valores muito altos. Pode não ter
1. TIMPANOGRAMA A: ponto de máxima complacência.
➢ Amplitude da curva: > 1,6 cc.
➢ Pico de máxima admitância: entre -100 e ➢ HD: Sistema tímpano-ossicular flácido;
+50 daPa. MT flácida (atrofia de MT); desarticulação
➢ Amplitude da curva: 0,3 a 1,6 cc. de cadeia.
➢ HD: Audição normal; PA Sneural;
otosclerose em fase inicial.
REFLEXO ACÚSTICO ESTAPEDIANO

2. TIMPANOGRAMA B:
• CONCEITOS:
➢ Pico de máxima admitância: Não existe.
➢ Amplitude da curva: Curva plana. ➢ O reflexo acústico (RA) ou reflexo do
músculo estapédio é definido como uma
contração involuntária dos músculos da
OM em resposta a um estímulo sonoro (a sugerindo que a sua contração aumentaria a
sons de fortes intensidades 70-90 dBNS). impedância da OM, diminuindo a pressão
sonora que chega à janela oval.
➢ Controlados por ação dos núcleos auditivos
localizados no complexo olivar superior • PARA QUE EXISTA O REFLEXO
(COS). ESTAPÉDIO DEVEMOS TER:

➢ Essa contração é bilateral e simultânea. ➢ MT intacta;


➢ Boa mobilidade do sistema tímpano-
➢ Ao se contrair o músculo do estribo ossicular;
aumenta a impedância da OM » maior ➢ GAP aéreo-ósseo menor que 10 dB;
reflexão da onda sonora » proteção do ➢ VII e VIII pares normais;
sistema auditivo. ➢ Perda Sneural menor que 70 dB (a menos
que o paciente seja recrutante) já que o
➢ Sua pesquisa pode ser efetuada de forma imitanciômetro não consegue oferecer ao
ipsilateral (mesmo lado ao estímulo CAE um estímulo sonoro maior que 120
sonoro) ou contralateral (lado oposto ao dB.
estímulo sonoro) à orelha avaliada.
• PODEM SER MEDIDOS OS
➢ A onda sonora refletida é captada pelo REFLEXOS CONTRA E
microfone do imitanciômetro que registra a IPSILATERAIS:
variação de admitância.
➢ Ipsilateral D: aferência D e eferência D;
➢ Através da imitância acústica, é possível ➢ Ipsilateral E: aferência E e eferência E;
mensurar os valores relativos ao RA, ➢ Contralateral D: aferência D e eferência E;
analisados nas frequências de 500, 1000, ➢ Contralateral E: aferência E e eferência D.
2000 e 4000 Hz.

➢ Tom puro: 500 a 4000 Hz (70-90 dBNS). • APLICAÇÕES PRÁTICAS (RA):


White Noise (65 dBNS).
a) REFLEXO IPSILATERAL: permite
➢ A sua análise na prática clínica avaliar a integridade da via aferente do
audiológica possibilita a investigação dos reflexo (nervo coclear) e da sua via eferente
sistemas aferentes (sensorial) e eferentes (nervo facial), além da integridade da OM.
(motor) do arco reflexo estapediano, e do REFLEXO CONTRALATERAL:
sistema tímpano-ossicular. permite avaliar a função do tronco cerebral.

➢ A investigação do RA contralateral b) No caso de paralisia facial com OM e VIII


permite a verificação das condições da OM normais, o reflexo do músculo estapédio
até a região do Complexo Olivar Superior. pode ser um importante teste na localização
do nível de lesão do VII par.
➢ O estudo do reflexo do músculo estapédio
leva em consideração a mudança da c) O reflexo do músculo estapédio deve ser
impedância do aparelho tímpano-ossicular desencadeado a uma intensidade de 70 a 90
mediante a contração do músculo do dB NS acima do limiar tonal.
estribo.
➢ Quando o reflexo é desencadeado com
➢ Entre outras funções, alguns autores menos de 60 dBs acima do limiar tonal,
inferem ao músculo do estribo a função de estamos diante do fenômeno de
proteger a orelha interna dos sons de forte recrutamento, muito sugestivo de lesão
intensidade oferecidos ao CAE, e, coclear (lesão das células ciliadas
externas).Quanto menor a diferença entre o ➢ Músculo tensor tímpano (N. trigêmeo);
limiar audiométrico e o limiar estapédio, ➢ Músculo estapédio (N. facial)
maior o recrutamento. ➢ Contração frente a estímulos acústicos e
não acústicos (fala, mastigação,
estimulação elétrica do CAE).
d) Pacientes com lesão coclear podem
apresentar reflexo normal, serem
recrutantes ou terem o reflexo ausente, • O QUE É UM ARCO REFLEXO
dependendo do grau de lesão. ESTAPÉDIO-COCLEAR?

e) Na presença de neurinoma do acústico com


limiar tonal normal, o reflexo estapédio está
ausente em 30% dos casos; já na presença
de neurinoma com perda de 30dB, o reflexo
estapédio está ausente em 70% dos casos.

• APLICAÇÃO AUDIOLÓGICA DA
PESQUISA DO RA:

1. Diagnóstico de PA condutivas: problemas • LIMIAR DO REFLEXO ACÚSTICO:


de OM impedem que a MT mostre uma Menor intensidade sonora capaz de disparar
mudança de admitância em decorrência da o arco reflexo estapédio-coclear e, portanto,
contração do M. do estribo. Quando a sonda gerar uma mudança de impedância na OM
está nesta orelha não ocorre a captação da que é captada pelo microfone do
resposta do RA. equipamento.

➢ Presença do RA em problemas de OM – ➢ Aferência VIII par » Via de


Exceções: desarticulação de cadeia associação/Tronco Encefálico » Eferência
ossicular com fratura da crura do estribo; VII par.
colesteatoma que não afeta MT;
otosclerose.
• Marcação da resposta do reflexo acústico
2. Diagnóstico diferencial entre PA sensoriais. levando-se em consideração a eferência
(orelha em que se encontra a sonda):
3. Reflexo acústico em PA Sneurais:

➢ Recuperação da sensação sonora de


intensidade;
➢ Presença de componente sensorial. Lesão
de células ciliadas: Recrutamento objetivo
de Metz (LRA – LT ≥ 60 dB).

4. Reflexo acústico nas perdas neurais:


ausentes ou presentes e elevados (tone
decay imitanciométrico – pesquisa da
fadiga per-estimulatória).

• FATORES QUE IMPOSSIBILITAM O


• MÚSCULOS DA OM: DESENCADEAMENTO DO RA:
➢ Problema na entrada do som (aferência); ➢ Paralisia do nervo facial (VII);
➢ Lesão no VIII par; ➢ Comprometimento da eferência E.
➢ PA moderada/severa/profunda.
➢ Alteração de reflexo ipsilateral E;
➢ Ausência de reflexo contralateral D;
• FATORES QUE IMPOSSIBILITAM A ➢ Presença de reflexo ipsilateral D;
CAPTAÇÃO DA RESPOSTA DO RA: ➢ Presença do reflexo contralateral E.

➢ Problema na captação do reflexo (na


captação da mudança de impedância que é 3. Alteração de Tronco Encefálico:
feita pela sonda);
➢ Lesão supra-estapediana do VII par; ➢ Curva tipo A;
➢ Perda auditiva condutiva ou mista. ➢ Alteração no cruzamento de informações;
➢ Geralmente não há perda.
➢ Aferência: Tumor VIII par; PAC, PAM,
PAN (com médias de moderada a ➢ Ausência de reflexos contralaterais
profunda). Via de associação: ausência de bilateralmente;
contralateral e presença de ipsilateral. ➢ Presença de reflexos ipsilaterais
Eferência: lesão da OM; lesão bilateralmente.
supraestapediana de VII.

4. PA Sneural Unilateral (ou não?):


• AUSÊNCIA DE RESPOSTAS DO RA
NA VIA AFERENTE ESQUERDA ➢ Curva tipo A;
CONTRALATERAL: ➢ Doença retrococlear.

➢ PA severa na OE; ➢ Alteração de reflexo ipsilateral D;


➢ PA condutiva moderada na OE; ➢ Presença de reflexo contralateral E;
➢ Tumor do VIII par à esquerda; ➢ Ausência de reflexo contralateral D;
➢ Desordem do N. facial direito; ➢ Presença de reflexo ipsilateral E.
➢ Problema condutivo/misto à direita;
➢ Lesão do TE.
5. PA Condutiva Bilateral:

EXEMPLOS DE REFLEXO ACÚSTICO ➢ Curva tipo A ou Ar;


➢ Otosclerose – Fixação do estribo.

1. PA Condutiva Unilateral: ➢ Todos os reflexos alterados.

➢ Curva tipo B;
➢ Otite média serosa (exemplo).

➢ Alteração de reflexo ipsilateral D;


➢ Ausência de reflexo contralateral E;
➢ Presença de reflexo ipsilateral E;
➢ Ausência de reflexo contralateral E.

2. PA Sneural Unilateral:

➢ Curva tipo A;

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