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Por Diego Ormundo

Orientação: Profª Adriana Marques

Definição e Classificação
das Perdas Auditivas e Princípios Clínicos
em Audiologia
PADRÕES DE NORMALIDADE

•Limiar de Via Aérea:

Até 25 dBNA para o adulto


Até 15 dBNA para a criança

•Limiar de Via Óssea:

Até 15 dBNA para o adulto e para a criança


PERDA AUDITIVA CONDUTIVA

•Nas perdas condutivas, a lesão encontra-se na orelha externa e/ou na orelha média.
Audiometria Tonal Liminar

Limiar de via aérea Acima de 25 dB (adulto) e acima de 15 dB (criança).


Limiar de via óssea Dentro do padrão de normalidade (0 a 15 dB – adulto e criança).
GAP aéreo-ósseo Igual ou maior que 15 dB, em pelo menos uma frequência.
Grau e Config. Audiométrica Leve a moderadamente severo de configuração horizontal ou ascendente.

Logoaudiometria
SRT Igual ou até 10 dB acima da média tritonal de 500, 1000 e 2000 Hz.
IPRF Dentro do padrão de normalidade (92 a 100 % para monossílabos), dependendo do
grau da perda.

Medidas de Imitância Acústica


Timpanometria As curvas variarão dependendo da etiologia. (As, Ad, B ou C)
Reflexo Acústico Considerando a orelha eferente (captação do reflexo – lado da sonda), devido às
alterações de OM, os reflexos estarão ausentes.
Considerando a orelha aferente (por onde entra o som), o reflexo será desencadeado
por estímulos entre 70 e 90 dBNS.
Entretanto, quando a perda condutiva for bilateral, os reflexos contra e ipsi estarão
ausentes bilateralmente por eferência.
Weber
Lateralizado para o lado de melhor via óssea e/ou de maior GAP.
PERDA AUDITIVA NEUROSSENSORIAL

•Nas perdas neurossensoriais, a lesão encontra-se na orelha interna,


acometendo a cóclea e/ou o VIII par.
Audiometria Tonal Liminar
Limiar de via aérea Acima de 25 dB (adulto) e acima de 15 dB (criança).
Limiar de via óssea Acima de 15 dB.
GAP aéreo-ósseo Não existirá ou poderá está em até 10 dB.
Grau e Config. Audiométrica Leve a profundo de configuração geralmente descendente.
Logoaudiometria
SRT Igual ou até 10 dB acima da média tritonal de 500, 1000 e 2000 Hz.
IPRF Origem coclear: índices iguais ou abaixo de 88% nos monossílabos e MELHORA
da porcentagem nos dissílabos. Nível de intensidade do estímulo pode estar entre 20
e 30 dBNS, por causa do recrutamento.
Origem retrococlear: os valores são desproporcionais ao grau da perda.

Medidas de Imitância Acústica


Timpanometria Curva timpanométrica do tipo A
Reflexo Acústico Presentes ou ausentes dependendo do grau da perda auditiva. Em perda de origem
COCLEAR pode haver a presença de RECRUTAMENTO, ou seja, a diferença
entre o limiar auditivo e o nível mínimo do reflexo contra será igual ou menor que 60
dBNS. Já na perda de origem RETROCOCLEAR, o nível do reflexo estará
aumentado ou ausente. Quando presente e aumentado, indica-se a realização do Tone
Decay para a pesquisa do fenômeno de adaptação patológica.
Weber
Lateralizado para o lado de melhor via óssea.
PERDA AUDITIVA MISTA

•Nas perdas mistas, a lesão encontra-se na orelha externa e/ou na orelha média e
na orelha interna.
Audiometria Tonal Liminar
Limiar de via aérea Acima de 25 dB (adulto) e acima de 15 dB (criança).
Limiar de via óssea Acima de 15 dB.
GAP aéreo-ósseo Igual ou maior que 15 dB, em pelo menos uma frequência.
Grau e Config. Audiométrica Pode apresentar vários graus e configurações de perda auditiva.
Logoaudiometria

SRT Igual ou até 10 dB acima da média tritonal de 500, 1000 e 2000 Hz.
IPRF Normal (entre 92% e 100%) quando a VO não estiver muito comprometida ou com
leve rebaixamento em perdas mais acentuadas.

Medidas de Imitância Acústica


Timpanometria As curvas variarão dependendo da etiologia. (As, Ad, B ou C)
Reflexo Acústico Considerando a orelha eferente (captação do reflexo – lado da sonda), devido às
alterações de OM, os reflexos estarão ausentes.
Considerando a orelha aferente (por onde entra o som), o reflexo pode estar presente,
indicando recrutamento quando a alteração de via óssea for de origem coclear.
Entretanto, quando a perda mista for bilateral, os reflexos contra e ipsi estarão
ausentes bilateralmente por eferência.

Weber
lateralizado para o lado de MELHOR via óssea e de MAIOR GAP.
Considerações Importantes
O diagnóstico audiológico, seja na criança ou no adulto, é sempre
baseado no princípio Cross-Check (verificação cruzada dos dados), ou
seja, os dados encontrados nos testes NUNCA serão analisados e
considerados isoladamente, mas sempre em conjunto. Assim, os dados
da Audiometria Tonal serão comparados aos dados da
Logoaudiometria e das Medidas de Imitância Acústica. Quando
houver outros exames (EOA, PEATE, ECoG, PEAEE) seus resultados
também deverão ser cruzados com os resultados da Avaliação
Audiológica Básica. Após cruzar os dados e encontrar coerência entre
eles, o diagnóstico poderá ser concluído.

O IPRF, quando realizado corretamente, analisado com cautela e em


conjunto com as Medidas de Imitância Acústica, pode servir como um
teste para topodiagnóstico das lesões cocleares e retrococleares.
Considerações Importantes
O reflexo acústico depende da integridade do sistema auditivo
periférico e central para ser desencadeado. Desta forma, quando o
paciente apresenta integridade do sistema auditivo periférico, mas
comprometimento em região de tronco encefálico baixo (núcleos
cocleares, complexo olivar superior, corpo trapezoide), os reflexos
contralaterais poderão estar ausentes e os reflexos ipsilaterais
presentes.

A EFERÊNCIA do reflexo acústico depende da integridade da OM,


bem como da integridade do NERVO FACIAL (VII par craniano).
Sendo assim, pacientes que apresentam lesão do VII par em uma
topografia supraestapial, apresentará ausência do reflexo quando a
sonda estivar na orelha do lado comprometido.
Considerações Importantes
O Tone Decay Teste Imitanciométrico é um teste supraliminar,
realizado para a pesquisa do fenômeno de adaptação patológica. Este
fenômeno está presente nas lesões retrococleares devido a dessincronia
dos disparos nervosos do nervo coclear.
Como fazer:
Colocamos 10 dBNA acima do nível mínimo do reflexo contralateral
encontrado nas frequências de 500 e 1000 Hz, seguramos o botão do
estímulo por 10 segundos e observamos o que acontece com a agulha
do balanceômetro. Se a agulha permanecer estável durante toda a
estimulação , dizemos que o Tone Decay está NEGATIVO e o paciente
não apresenta o fenômeno. No entanto, se a agulha decair em 50%
durante a estimulação, dizemos que o Tone Decay está POSITIVO e o
paciente apresenta o fenômeno.
Observação: Não fazemos este teste nas frequências de 2000 e 4000
Hz, pois, mesmo em indivíduos sem comprometimento, há a presença
de adaptação neural nestas frequências.
IMPORTANTE
Não fazemos as Medidas de Imitância Acústica em pacientes com
perfuração da membrana timpânica, mas podemos fazer o Teste da
Função Tubária.

Como fazer:
Coloque 200 daPa de pressão no MAE e desligue o manômetro do
equipamento. Ofereça um copo com água ao paciente e peça a ele que
degluta goles curtos, sempre ao seu comando. O paciente deve deglutir,
em média, cinco goles de água. Ao final do quinto gole, se a agulha do
balanceômetro permanecer no mesmo lugar, dizemos que a tuba
auditiva está impermeável (sem funcionamento); se a agulha decair em
50%, dizemos que a tuba está semipermeável, mas se a agulha voltar
para a posição de 0 daPa ou próximo, dizemos que a tuba auditiva está
permeável (bom funcionamento).
Casos Clínicos
Caso 1 – Perda Neurossensorial
Nome: A. B. C.
Idade: 50 anos.
Sexo: Feminino.
Profissão: Professora.

Queixa: Tenho muito zumbido e muita dificuldade para ouvir com o ouvido esquerdo –
sic Paciente.

H.D. etiológica: Schwanoma Vestibular.


H.D. sindrômica: Limiares auditivos dentro do padrão de normalidade à direita e perda
auditiva neurossensorial, de grau leve e configuração descendente à esquerda (Lloyde e
kaplan, 1978).
Caso 2 – Perda Condutiva
Nome: A. B. C.
Idade: 20 anos.
Sexo: Masculino.
Profissão: Motoboy.

Queixa: Depois do acidente de moto passei a ter dificuldade pra entender o que as
pessoas falam e sinto uma pressão dentro do ouvido – sic Paciente.

H.D. etiológica: Disjunção de cadeia ossicular.


H.D. sindrômica: Limiares auditivos dentro do padrão de normalidade à direita e perda
auditiva condutiva, de grau moderadamente severo e configuração plana à esquerda
(Lloyde e kaplan, 1978).
Caso 3 – Perda Mista
Nome: A. B. C.
Idade: 17 anos.
Sexo: Masculino.
Profissão: Estudante.

Queixa: Já tenho uma perda no ouvido direito desde nascença, mas agora tô sentindo
uma pressão no mesmo ouvido – sic Paciente.

H.D. etiológica: Perda neurossensorial idiopática e otite média aguda.


H.D. sindrômica: Limiares auditivos dentro do padrão de normalidade à esquerda.
Perda auditiva mista, de grau moderadamente severo e configuração descendente à
direita (Lloyde e kaplan, 1978).
Referências Bibliográficas
• FROTA, Silvana. Fundamentos em fonoaudiologia. Audiologia. 2. ed. Rio de

Janeiro: Guanabara, 2003.

• KATZ, Jack. Tratado de Audiologia. 4. ed. São Paulo: Manole, 1999.

• MOMENSOHN-SANTOS, Teresa Maria.; RUSSO, Iêda Chaves Pacheco. Prática

da Audiologia Clínica. 5. ed. São Paulo: Cortez, 2005.

• Guia de Orientações na Avaliação Audiológica Básica – CFFa, 2017.

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